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Epidemiologia - Material complementar - Aula 04

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MÓDULO – FUNDAMENTOS DE SAÚDE 
 DISCIPLINA - Epidemiologia e processos de saúde doença 
AULA 04 – Epidemiologia Aplicada 
 Professora Ivana Maria Saes Busato 
 
 
Introdução: 
Nessa aula, vamos estudar a epidemiologia por meio de diferentes planos. Veremos a 
importância na intervenção de situações de saúde iniciando pela epidemiologia 
aplicada por níveis de determinação, considerando que a saúde é um conjunto 
complexo de eventos que se organizam em diferentes níveis, do molecular ao social. 
Em outro plano estudaremos a epidemiologia aplicada por problemas de saúde, e 
finalizaremos discutindo a transição demográfica e epidemiológica, e os movimentos 
transicionais. 
Contextualizando: 
 
Epidemiologia Molecular e Genética 
Recentes avanços na biologia molecular permitiram uma grande evolução nos 
delineamentos epidemiológicos. A identificação de moléculas com capacidade de 
acumular informação sobre eventos de saúde que ocorrem no organismo, 
genericamente chamados de biomarcadores, impulsionaram o desenvolvimento da 
epidemiologia molecular. O monitoramento de biomarcadores, permite uma 
compreensão mais detalhada dos eventos biológicos envolvidos na etiopatogênese das 
doenças, reforçam a importância na identificação precoce de eventos associados à 
história natural da doença e na determinação mais precisa de indivíduos ou grupos de 
risco. 
Como exemplo da aplicabilidade da epidemiologia molecular vamos conhecer 
um estudo sobre a tuberculose por meio da epidemiologia molecular de SANTOS et AL. 
(2007). Neste estudo são detalhadas as principais características epidemiológicas do 
ponto de vista molecular para tuberculose, esta avaliação permite conhecer a 
determinação da origem de uma infecção em um paciente (familiar ou comunitária); 
disseminação e detecção precoce de organismos que adquiriram resistência a 
antibióticos; discriminação entre doença endógena e exógena, além de casos de 
contaminação cruzada em laboratório, importantes para o monitoramento da 
transmissão da tuberculose. 
A epidemiologia genética é o estudo da etiologia, distribuição e controle de 
uma doença em grupos de familiares e dos determinantes genéticos de uma doença 
nas populações. As principais finalidades da epidemiologia genética estão na 
identificação de fatores genéticos de risco envolvidos na patologia em estudo e a 
quantificação do seu impacto na ocorrência da população em geral. Os avanços 
tecnológicos permitiram examinar o genoma humano em detalhes de forma 
econômica e de grande escala. A análise genética moderna necessita integração com o 
conhecimento sobre outros aspectos relacionados com os riscos individuais e 
populacionais. Neste sentido o mapeamento do genoma humano e os avanços das 
tecnologias moleculares tornam ainda mais importantes as aplicações da 
epidemiologia genética. 
Grandes avanços acontecem na epidemiologia molecular e genética apontando 
que há possibilidades de ampliar a compreensão dos mecanismos do câncer, na 
avaliação da exposição, quanto para a detecção de indivíduos suscetíveis, e possuem 
imenso potencial do melhor conhecimento dos efeitos de fatores derisco no câncer. 
 
Epidemiologia Clínica 
 Desde a década de 1960 percebeu-se a necessidade no desenvolvimento de 
técnicas avaliativas das inovações tecnológicas que ocorrem no diagnóstico, na 
prevenção e no tratamento, foi neste contexto que a pesquisa clínica apropriando-se 
dos conhecimentos metodológico da epidemiologia cunhou a epidemiologia clínica. A 
epidemiologia clínica deve ser entendida como um ramo da epidemiologia voltada 
para o estudo dos determinantes e efeitos das decisões clínicas, estuda como o estado 
de saúde e a ocorrência de processos patológicos se expressam em nível individual. 
As evidências clínicas geradas pelas pesquisas clínico-epidemiológicas e o 
aumento das opções de diagnóstico, tratamento e prevenção geradas por estas 
pesquisas, temnecessitado uma análise criteriosa do clínico, para realizar as melhores 
escolhas, como também promover maior envolvimento do paciente e de seus 
familiares na escolha do melhor tratamento. Esta dificuldade em escolher as melhores 
evidências para prática clínica fez surgir um novo modo para o ensino em medicina, a 
Medicina Baseada em Evidência – MBE, tradução do inglês Evidence-Based Medicine. 
MBE é definida como o elo entre a boa pesquisa científica e a prática clínica. Em 
outras palavras, a MBE utiliza provas científicas existentes e disponíveis no momento, 
para a aplicação de seus resultados na prática clínica. Quando abordamos o 
tratamento e falamos em evidências, temos que lembrar de efetividade, eficiência, 
eficácia e segurança. A efetividade diz respeito ao tratamento que funciona em 
condições do mundo real. A eficiência diz respeito ao tratamento barato e acessível 
para que os pacientes possam dele usufruir. E para eficácia buscar o tratamento 
quando funciona em condições de mundo ideal, com segurança para meio ambiente, 
para paciente e coletividade. 
Neste sentido devemos destacar a Colaboração Cochrane, possui uma 
homepage (www.bireme.br/cochrane), que fornece informação precisa sobre os 
efeitos do cuidado a saúde prontamente disponível por todo o mundo, produz e 
dissemina revisões sistemáticas de intervenções aos cuidados a saúde, e promove a 
busca por evidências na forma de ensaios clínicos e outros estudos de intervenção. 
O Ministério da saúde, na busca das melhores práticas possui o Portal Saúde 
Baseada em Evidências em parceria com a CAPES/MEC- Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, para fornecer acesso rápido ao 
conhecimento científico por meio de publicações atuais e sistematicamente revisadas. 
As informações, providas de evidências científicas, são utilizadas para apoiar a prática 
clínica, como também a tomada de decisão para a gestão em saúde e qualificação do 
cuidado, auxiliando assim os profissionais da saúde. Consulte: 
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/periodicos 
Epidemiologia Ambiental 
A destruição de ecossistemas, contaminação crescente da atmosfera, solo e 
água, bem como no aquecimento global são alguns dos impactos ao meio ambiente 
provocados pela humanidade. Esses problemas são mais graves em situações locais, e 
podem atingir grupos mais vulneráveis, na concentração de fontes de risco como 
poluição, resíduos industriais, a contaminação de mananciais de água e as más 
condições de trabalho e moradia. 
São inúmeras as disciplinas envolvidas nas discussões sobre o monitoramento 
das situações de risco e dos efeitos à saúde relacionados com o ambiente, a 
contribuição da epidemiologia vem na exploração do processo de articulação da 
produção-ambiente-saúde, bem como no estudo da distribuição e os determinantes 
do estado de saúde. Assim a epidemiologia ambiental tem estuda a relação entre o 
ambiente e a saúde e oferece instrumentos metodológicos à orientação do processo 
da vigilância ambiental em saúde. 
Temos que considerar também a preocupação com a finitude dos recursos 
naturais e o papel central do processo produtivo como fonte de riscos para o ambiente 
e, consequentemente, para a saúde humana, daí decorre a importância da 
contribuição da epidemiologia para tornar evidente a relação entre ambiente e 
agravos à saúde. 
A epidemiologia oferece não só a possibilidade de calcular riscos pela exposição 
a determinados poluentes ambientais, como também de implantar programas de 
intervenção e redução de riscos, por meio de sistemas de vigilância e monitoramento 
ambiental. 
Epidemiologia Social 
A multicausalidade do processo saúde-doença incluiu aspectos relativos à 
organização dasociedade e à cultura entre fatores que contribuem para a produção 
das doenças. Assim os fatores sociais, econômicos, culturais, demográficos, são 
compreendidos como parte de um conjunto mais amplo de causas que abrangem 
fatores do meio-ambiente (ambiente físico e biológico). 
A epidemiologia social se distingue por investigar os determinantes sociais do 
processo saúde-doença. Diferencia-se das outras abordagens epidemiológicas não pela 
importância aos aspectos sociais, pois, todas reconhecem o valor desses aspectos, mas 
de sua explicação essencial no processo saúde-doença. (BARATA, 2005) 
Na epidemiologia social há diversas abordagens que podem ser estudadas em 
BARATA (2005), destamos epidemiologia social pela ótica do conceito de capital social. 
A utilização do conceito de capital social em estudos epidemiológicos objetivou 
inicialmente a compreensão de mecanismos pelos quais as desigualdades de renda 
agem sobre a saúde dos indivíduos. A relação entre privação material e nível de saúde 
é demonstrada e facilmente aceita, mas o mesmo não ocorre com a desigualdade 
relativa. A partir da indagação sobre os possíveis mecanismos mediadores entre as 
desigualdades de renda e o estado de saúde das populações residentes nos países 
desenvolvidos, vários autores identificaram na falta de investimentos em capital 
humano e nos efeitos danosos do stress, componentes importantes da cadeia de 
causalidade. 
O conceito de capital social deriva da sociologia funcionalista que concebe a 
organização social como um sistema composto por partes articuladas e em cooperação 
para a obtenção de um objetivo. Estas partes correspondem aos estratos sociais que, 
em sociedades sadias, têm na solidariedade sua forma predominante de relação, e nas 
sociedades doentes têm suas relações marcadas pela anomia, isto é, por um 
funcionamento no qual predominam os conflitos e onde emergem as desigualdades. 
Capital social é um conceito útil para a pesquisa e o debate acadêmico, pois 
fornece pistas sobre como tornar os “menos poderosos” em “mais poderosos”, os 
“desorganizados” em “mais organizados”, os “menos favorecidos” em “mais capazes” 
e confiantes em suas capacidades para exercerem controle sobre suas próprias vidas e 
consequentemente sobre a sua própria saúde. Neste sentido, capital social oferece 
oportunidades para melhor entender porque as desigualdades em saúde se 
manifestam e como elas podem ser enfrentadas, com justiça social e solidariedade 
(PATUSSI et al. 2006). 
Etnoepidemiologia 
A etnoepidemiologiabusca construção de novas abordagens para o estudo da 
relação saúde-doença, aplicando métodos epidemiológicos para o conhecimento de 
abordagens que integrem a investigação étnica da morbidade e seus determinantes, 
bem como na identificaçãodos elementos necessários ao entendimento destas formas 
de adoecer ou se sentir doente, podem resultar em uma maior contribuição para o 
conhecimento acerca de novas possibilidades de prevenção e promoção da saúde. 
Epidemiologia Aplicada a Problemas de Saúde 
Vamos conhecer a epidemiologia voltada para avaliação das condições de 
saúde por meio de problemas de saúde. Esta abordagem epidemiológica é 
fundamental para identificar tendências, grupos mais afetados, mecanismos de 
transmissão envolvidos, novas doenças, além de caracterizar o comportamento das 
doenças evidenciando suas alterações ao longo do tempo e indicando novas 
estratégias de controle. 
A epidemiologia aplicada a problemas de saúde é a ferramenta fundamental 
para a vigilância epidemiológica. A vigilância epidemiológicaé o conjunto de ações que 
proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos 
fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a 
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças 
ou agravos. 
 Vamos conhecer esses problemas de saúdeagrupando as doenças por 
especificidades comuns: em doenças transmissíveis, emergentes/reemergentes, e 
crônicas não transmissíveis. 
Doenças transmissíveis 
As doenças transmissíveis (infecciosas e parasitárias) representam uma carga 
importante no padrãoepidemiológico brasileiro, embora se observe sua reduçãona 
morbidade e na mortalidade, por exemplo: malária, varicela. As doenças 
transmissíveisforam a principal causa de mortalidade no Brasil nas décadas de 30 a 50, 
e tiveram seu declínio com as melhorias sanitárias; o acesso aos serviços de 
saneamento básico; o desenvolvimento de novas tecnologias (como as vacinas e os 
antibióticos); a ampliação do acesso aos serviços de saúde e as medidas de controle. 
Mais ainda, essas doenças representam importante problema de saúde brasileira. Por 
isto é necessário manter o sistema de informação e o monitoramento da 
situaçãoepidemiológicapara o planejamento das medidas de controle ajustadas as 
necessidades de cada localidade. 
Doenças transmissíveis são causadas por um agente infeccioso específico ou 
seus produtos tóxicos. A transmissão deste agente ou de seus produtos, pode ocorrer 
de uma pessoa para outra ou de um animal infectado. A transmissão ocorre de 
reservatório a um hospedeiro suscetível, direta ou indiretamente por meio de um 
hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio 
ambiente. 
Algumas doenças transmissíveis apresentam quadro de constância, por isto são 
chamadas de Doenças persistentes, mesmo com diversas medidas de prevenção e 
controle executadas no Brasil, ainda representam importantes problemas de saúde 
pública. Nesse grupo, destacam-se atuberculose, a malária e as hepatites virais, em 
função das altas prevalências, e do potencial evolutivo para formas graves que podem 
levar a óbito.Além destas temos também a leptospirose com grande número de casos 
nos meses chuvosos, as meningites se inserem nesse grupo de doenças, as 
leishmanioses e a esquistossomose, que tem ocorrido, em geral associada às 
modificações ambientais provocadas pelo homem e à insuficiente infraestrutura na 
rede de água e esgoto. 
Doença emergente e reemergentes 
Doenças emergentes são doenças causadas por bactérias ou vírus nunca antes 
descritos Ex: Antrax. Ou por novas formas infectantes geradas a partir de mutações em 
um microrganismo já conhecido. Exemplo: H1N1 influenza. Ou causadas por um 
agente que já parasitava animais e depois começou a infectar também o homem. 
Exemplo: HIV, vírus causador da Aids. 
Além disso, uma enfermidade pode ser considerada emergente quando passa a 
ter novas distribuições, como uma moléstia que só atingia as crianças e começa a 
acometer também os idosos ou uma doença, antes restrita a um único país, que se 
espalha por todo o mundo exemplo: ebola. 
Mas existem doenças que aparecem, são controladas e, passado um tempo, 
voltam a ameaçar a população, chamadas de doenças reemergentes, que são 
conhecidas de longa data e, de repente, têm sua incidência aumentada por causa de 
uma série de fatores, como urbanização desordenada, degradação do meio ambiente 
e desigualdade social, entre outros, exemplo: dengue, cólera. 
A epidemiologia torna-se estratégia primordial no acompanhamento das 
doenças emergentes e reermergentes. E a vigilância epidemiológica, por meio de sua 
permeabilidade, organização e metodologia, detecção precoce, prevenção, a análise 
das principais característicasepidemiológicas e a resposta coordenada a esses eventos 
são etapas fundamentais para prevenir a propagação nacional/internacional das 
doenças emergentes e reemergentes, de modo a evitar, reduzir ou eliminar a 
disseminação na população. 
Doenças crônicas não transmissíveis 
Hoje em dia, as doenças crônicas não transmissíveis - DCNT têm um efeitodevastador nas pessoas e nas economias das populações mais pobres, maior que as 
doenças transmissíveis. As duas principais DCNT com maior impacto no perfil 
epidemiológico brasileiro são a hipertensão e diabetes mellitus. A Organização Mundial 
da Saúde (OMS) inclui como doenças crônicas não transmissíveis as doenças 
cardiovasculares (cerebrovasculares, isquêmicas), as neoplasias, as doenças 
respiratórias crônicas e diabetes mellitus. 
A vigilância epidemiológica nas doenças crônicos não transmissíveis desenvolve 
diversas ações que possibilitam o conhecimento da distribuição, da magnitude e da 
tendência dessas doenças na população. Esta ação da vigilância deve ser utilizada para 
o planejamento, a execução, o monitoramento e a avaliação das ações de cuidado 
integral das pessoas. As diretrizes nacionais para abordagem das doenças crônicas não 
transmissíveis – DCNT são (BRASIL, 2008 b): 
a) Fortalecimento dos Sistemas de Vigilância em Saúde - o sistema de vigilância 
em saúde é composto pelas vigilâncias sanitária, epidemiológica, ambiental e a 
saúde do trabalhador, o seu fortalecimento irá melhorar a análise da situação 
de saúde, assim como os determinantes da ocorrência das doenças, sejam 
estes de competência do setor saúde ou de outros setores. 
b) Fortalecimento das Ações de Promoção da Saúde - ações da promoção da 
saúde são fundamentais para a construção de intervenções que atuem nos 
fatores de risco e proteção das DCNT. No cuidado integral a atuação da 
promoção da saúde exige aumentar a participação comunitária e a ação 
coletiva local na construção de modos de viver saudáveis. 
c) Fortalecimento e Reorientação do Sistema de Saúde– fazer o sistema de saúde 
mudar seus modelos de atenção à saúde voltados a prevenção e promoção da 
saúde, conforme a realidade de saúde, visando à qualidade de vida das pessoas 
e de suas famílias. 
d) Monitoramento e Avaliação - O monitoramento e a avaliação são etapas 
fundamentais para a gestão dos serviços de saúde. A avaliação e o 
monitoramento consistem em processos sistemáticos para identificar o sucesso 
ou não das atividades planejadas. O monitoramento é uma atividade contínua 
que objetiva medir se as atividades estão sendo desenvolvidas conforme o 
planejamento e a avaliação sistemática. 
 
Transição Demográfica 
A teoria da Transição Demográfica surgiu no início do século XX, com as 
observações realizadas nos países europeus desde o século XVIII, da qual relacionaram 
as transformações demográficas por meio da natalidade e mortalidade influenciadas 
pelo processo de industrialização. Assim foram indenticados tres períodos principais, 
processo de transição clássico: 
 fase pré-industrial com crescimento populacional lento, 
 fase de industrialização caracterizada pelo crescimento populacional 
intenso, e 
 fase pós-industrial com tendência populacional estável ou regressiva. 
Esta teoria consolidou-se como um modelo explicativo abrangente para as 
mudanças demográficas verificadas no decorrer da história das sociedades e seus 
determinantes históricos, sociais e econômico. A palavra transição vem do latim 
transitione e significa atos, efeitos, ou modos de passar lentamente de um lugar, 
estado ou assunto para outro, no dicionário remete a noção de passagem, trajeto ou 
trajetória 
Transição demográfica é apassagem de um contexto populacional onde 
prevalece valores elevados nos indicadores de mortalidade e natalidade, para outro, 
onde esses indicadorrs alcançam valores muito reduzidos. Em termos demográficos 
uma sociedade possui quatro fases distintas de transição demográfica 
 Primeira Fase ou fase 1: caracterizada por sociedades com altas 
natalidades e mortalidades, principalmente mortalidade infantil, com 
crescimento populacional lento. Abrange a história da humanidade 
desde suas origens até a Revolução Industrial, meados do século XVIII. 
 Segunda fase ou fase 2: chamada de fase intermediária, própria dos 
países em processo de industrialização, apresenta redução da 
mortalidade, com a natalidade ainda elevada, provocando um grande 
crescimento populacional, países ricos estiveram nesta fase a partir do 
século XVIII, Há países que iniciaram esta fase somente no século XX 
 Terceira fase ou fase 3: a natalidade inicia importante redução 
associada a uma descrescente mortalidade, provocando ainda um 
crescimento demográfico alto. O efeito importante desta fase é o 
envelhecimento populacional. Os países ricos completaram o processo 
de passagem da fase 2 para 3 no século XX 
 Quarta fase ou fase 4: é típica das sociedades pós-industriais 
apresentam indicadores de mortalidade e natalidade reduzidos, 
crescimento populacional em equilibrio. Conhecida também pela fase 
da modernidade. Caracteriza-se por apresentar aumento da expectativa 
de vida, envelhecimento da população de uma forma geral, 
principalmente à custa da participação das mulheres. 
As pirâmides populacionais mostram em que estágio ou fase de transição 
demográfica um determinado espaço geográfico (pais, estado, município, região) se 
encontra conforme mostrado abaixo: 
 
Fonte: Disponível em: http://7bilhoes.wordpress.com/ Acesso em 17 de junho de 2013 
O Brasil vem mudando de fase de transição demográfica em 1970/1980 
encontrava-se no Estágio I, com taxa de natalidade e mortalidade altos; em 1991/ 
2000 já apresentava a transição no Estágio II, representada por alta taxa de natalidade 
e queda na taxa de mortalidade, em 2007 atengiu o Estágio III caracterizada por queda 
na taxa de natalidade e manutenção da taxa de mortalidade. Em 2010, permanece no 
Estágio III, ainda não atingimos o estágio IV de transição demográfica. A transição 
demográfica no Brasil tem sido acelerada, como em outros países em 
desenvolvimento, com um declínio rápido dos níveis de fecundidade e do ritmo de 
crescimento demográfico. Entretanto, apesar de ter reduzido o ímpeto do crescimento 
populacional, ele ainda é expressivo. 
 
 
 
Transição Epidemiológica 
A transição epidemiológica mostra o resultado das mudanças ocorridas no 
tempo nos padrões de mortalidade, morbidade e invalidez que caracterizam uma 
população especifica e que, em geral, ocorrem em conjunto com outras 
transformações demográficas, sociais e econômicas.O processo engloba três mudanças 
básicas: 
 substituição das doenças transmissiveis por doenças nâo-transmisiveis e 
causas externas; 
 deslocamento da carga de morbi-mortalidade dos grupos mais jovens 
aos grupos mais idosos; e 
 transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para 
outra na qual a morbidade é dominante. 
No Brasil, a transição epidemiológica não tem ocorrido de acordo com o 
modelo experimentado pela maioria dos países industrializados, porque ocorre 
superposição entre as etapas. Há predomínio das doenças transmissíveis e crônico-
degenerativas; com reintrodução de doenças como dengue e cólera ou a continuidade 
de outras como a malária, hanseníase e leishmanioses. Caracterizando uma transição 
prolongada promovendo contrates entre as tes regiões brasileiras. 
A transição epidemiológica brasileira caracteriza-se pela dificuldade do Estado 
em estabelecer controle sobre as doenças transmissíveis e a redução da mortalidade 
infantil, contudo o envelhecimento da população tem ocorrido, dificultando o 
desenvolvimento de estratégias para a prevenção e tratamento das doenças crônico-
degenerativas. Ao analisarmos a transição epidemiológica mostrada neste gráfico 
podemos perceber a redução da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias e o 
aumento das causas crônico-degenerativas e agravos relacionados aos acidentes e 
violência.Pesquisa 
 Nessa aula abordamos sobre a aplicabilidade da epidemiologia, acesse o Portal 
Saúde Baseada em Evidências por meio do link abaixo e pesquise sobre uma doença 
crônica não transmissível; http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-
ministerio/principal/periodicos 
 
Síntese 
 Nessa aula, vimos que a epidemiologia pode ser estudada por meio de 
diferentes planos. A epidemiologia aplicada permite conhecer a situação de saúde de 
indivíduos, famílias e na coletividade. Os níveis de determinação admitem que 
podemos avançar no conhecimento das doenças, agravos e eventos que afetam 
indivíduos e populações do nível molecular ao social. O conhecimento epidemiológico 
específico tem como objetivo instrumentalizar os profissionais de saúde na relação 
entre a epidemiologia e a prática de saúde.Estudamos que a epidemiologia aplicada 
também pode ser organizada por problemas de saúde (doenças transmissíveis, 
emergentes/reermergentes e crônicas não transmissíveis). Finalizamos conhecendo os 
conceitos da transição demográfica e epidemiológica, e analisando a posição brasileira 
apontando necessidade de transformação das condições de saúde para melhoria da 
qualidade de vida das pessoas e da comunidade.

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