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Medicina Veterinária do Coletivo e Extensão Marcela Viana Triginelli DOENÇAS E AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DEFINIÇÕES IMPORTANTES Medicina Veterinária Preventiva: conjunto de medidas de profilaxia aplicadas a um indivíduo ou pequeno grupo de animais. ▪Ex. aplicação de vacina antitetânica em equinos, aplicação de anti- helmínticos Relembrando ▪SAÚDE ANIMAL E SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA: ciência que visa restaurar, proteger e promover a saúde de populações e é representada por um conjunto de medidas específicas e inespecíficas. ▪A população é beneficiada. Distinto da MVP pelo fato de ser uma atuação governamental. “Vigilância: observação sistemática e contínua da frequência, da distribuição e dos determinantes dos eventos em saúde e suas tendências na população.” Coleta, processamento, análise e disseminação da informação. “Conjunto de atividades que proporcionam a informação indispensável para conhecer, detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde/doença, com a finalidade de recomendar oportunamente as medidas indicadas que levam à prevenção e controle das doenças.” Antes de se discutir quais as etapas de um sistema de vigilância é necessário estabelecer qual será o evento de saúde sujeito à vigilância Magnitude (incidência, prevalência, mortalidade...) Potencial de disseminação (transmissibilida de da doença) Transcendência (características da doença de acordo com sua especificidade clínica e epidemiológica): Severidade (letalidade, hospitalização, sequelas) Relevância social (valor imputado pela sociedade) Relevância econômica (quão afeta o desenvolvimento econômico) Vulnerabilidade (aos instrumentos de prevenção e controle) Compromissos internacionais – Regulamento Sanitário Internacional ▪ Instrução normativa 50/2013: Apresenta a lista de doenças passíveis da aplicação de medidas de defesa sanitária animal. As doenças listadas são de notificação obrigatória ao serviço veterinário oficial, composto pelas unidades do MAPA e órgãos estatuais de defesa sanitária animal. http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade- animal-e-vegetal/saude-animal/arquivos-das- publicacoes-de-saude- animal/Listadedoencasanimaisdenotificacaoobrigatori a.pdf ▪ Portaria 204/2016: Define a lista nacional de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/p rt0204_17_02_2016.html ▪ Categoria 1: doenças exóticas ou erradicadas no Brasil, que exigem notificação imediata, em até 24 horas do conhecimento do caso suspeito e de caso confirmado. ▪ Categoria 2: doenças presentes no Brasil ou em determinadas zonas ou estados do Brasil, que exigem notificação imediata, em até 24 horas do conhecimento do caso suspeito. ▪ Categoria 3: doenças presentes no Brasil ou em determinadas zonas ou estados do Brasil, que exigem notificação imediata, em até 24 horas do conhecimento do caso confirmado. ▪ Categoria 4: doenças presentes no Brasil ou em determinadas zonas ou estados do Brasil, que exigem notificação mensal do conhecimento de caso confirmado por meio de diagnóstico clínico, epidemiológico ou laboratorial. (são as endêmicas) Etapas básicas dos sistemas de vigilância 1- Coleta de dados 2- Análise dos dados 3- Interpretação da informação 4- Difusão da informação/ Retroalimentação do sistema Relembrando ETAPAS BÁSICAS DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA ▪1- Coleta de dados: ▪ Definição de caso: simples e clara, estável ao longo do tempo e válida ▪ Classificação dos casos: ▪ Caso suspeito: sinais e sintomas compatíveis ▪ Caso provável: sinais e sintomas compatíveis + exames inespecíficos ▪ Caso confirmado: evidência laboratorial definitiva ▪ Caso descartado Entendendo um pouco mais!!! ▪1- Coleta de dados: ▪ Estratégias utilizadas para detecção dos casos: ▪ Vigilância passiva (notificações - levantamento) ▪ Vigilância ativa (busca ativa dos casos primários ou secundários - inquérito) ▪ Vigilância sentinela (utiliza uma “unidade sentinela” para monitoramento do evento de interesse) ▪ Vigilância epidemiológica (detecção e prevenção de doenças e fatores de risco) ▪ Farmacovigilância (avalia efeitos do uso de fármacos no indivíduo e nos expostos a estes) ETAPAS BÁSICAS DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA ▪1- Coleta de dados: ▪ Fontes dos dados ▪ Notificação ▪ Morbidade, demográficos, ambientais e socioeconômicos https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/epidemiologia/portugues ▪1- Coleta de dados: ▪ Fontes dos dados ▪ Declarações de mortalidade e mapas de abate (doenças “inaparentes” a campo) ▪ Laboratórios ▪ Investigações e estudos epidemiológicos ▪ Imprensa e população ETAPAS BÁSICAS DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA ▪ 2- Análise dos dados ▪ Dados → Informação ▪ “A informação do indivíduo no espaço e tempo.” ▪ Devem ser ordenados/consolidados de acordo com as características de tempo, lugar e pessoa ou sistema produtivo. estabelecer tendências e mudanças de padrões sugerir fatores associados e grupos de maior risco identificar áreas geográficas que requerem medidas ▪2- Análise dos dados ▪ Tempo/Tendências: ▪ Sazonal – padrão regular de variação entre estações/épocas do ano ▪ Cíclica – padrão regular de variação em espaços de tempo que ultrapassam o período de um ano (sucessão de ciclos “de vida”) ▪ Secular – comportamento geral ao longo dos muitos anos MOPECE ▪2- Análise dos dados ▪ Lugar – mapeamento da ocorrência da doenças ▪ Importante identificar o local de origem do caso e onde estava quando diagnosticado! ▪ Pessoa – identificação de grupos de risco ▪ Características individuais, atividades desenvolvidas/produção, condições de vida ou criação ETAPAS BÁSICAS DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA ▪2- Análise dos dados ▪ Índice endêmico (canal endêmico) ▪ Uma vez construída permite sobrepor o ano em estudo para investigação de ocorrência de epidemias, surtos, sucesso de controle, etc... (observado X esperado) Exemplo: Índice endêmico de Leptospirose no município X, entre os anos 2000 a 2006 Limiar epidêmico 0 10 20 30 40 50 60 70 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Linha endêmica Limiar de segurança Zona de epidemia Zona de alerta Zona de segurança Zona de controle 0 10 20 30 40 50 60 70 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Exemplo: Índice endêmico de Leptospirose no município X Casos no Ano de 2007 2007 Meses epidêmicos em 2007! (atípicos) Ano inteiro em alerta para o controle de leptospirose nesse município! ▪3- Interpretação da informação ▪A partir da análise dos dados geram-se as hipóteses prováveis ▪Deve levar em consideração todos os aspectos que possam impactar nas medidas de controle ▪Fomentam a tomada de decisões e a ação dos serviços de saúde humana e animal ▪Deve ser concluída o mais próximo possível da ocorrência da doença para que seja eficaz ▪ 4- Divulgação da informação/ retroalimentação do sistema ▪ Assegura a credibilidade do sistema ▪ Permite conferir a aplicabilidade do sistema ▪ Integra todos os personagens do sistema e reforça sua importância para o sucesso do programa ▪ Consiste na emissão de laudos/relatórios/boletins com a informação gerada voltados para o nível anterior a hierarquia de fluxo Local – Municipal – Estadual – Nacional ▪Municípios ▪ Notificação das doenças de notificação obrigatória e envio de dados ao nível estadual ▪ Investigação epidemiológica dos casos e busca ativa de novos casos em hospitais, domicílios, creches, necrotérios, etc ▪ Provimento para realização dos exames laboratoriais confirmatórios ▪ Monitoramento de qualidade de água; captura de vetores e reservatórios; ações de controle químico e biológico de vetores ▪ Vacinações obrigatórias e estratégicas ▪ Coletade dados, análise e divulgação COMPETÊNCIAS DOS DIVERSOS NÍVEIS DO SNVE ▪Estados ▪ Coordenação e supervisão das ações de controle prevenção de doenças ▪ Assistência aos municípios ▪ Provimentos de insumos específicos, bem como diagnósticos laboratoriais para as doenças de notificação obrigatória ▪ Consolidação dos dados coletados pelos municípios e envio ao nível federal; retroalimentação do sistema ▪ Normatizações complementares às federais, específicas de seu território ▪ Supervisão da Rede Estadual de laboratórios de Saúde Pública ▪União (Secretaria de Vigilância em Saúde – MS) ▪ Vigilâncias das doenças transmissíveis e não transmissíveis bem como seus fatores de risco ▪ Coordenação Nacional das ações de vigilância de doenças de interesse ou grande impacto econômico ou social ▪ Normatização técnica ▪ Coordenação técnica de cooperações internacionais ▪ Coordenação da Rede nacional de laboratórios em saúde pública ▪ Provimento de insumos específicos ▪ Sistema Nacional de Informação Zoossanitária – SIZ ▪ Coordenação de Informação e Epidemiologia – CEIP ▪ Coletar, consolidar, analisar e divulgar informações zoossanitárias ▪ Doenças animais de relevância para a pecuária e para a saúde pública ▪ Certificação zoossanitária do país junto a organizações internacionais ou blocos econômicos com os quais o Brasil mantém relações comerciais ▪ Banco de dados acessível a toda a população ▪ Envio semestral de informes zoossanitários para a OIE, sobre a ocorrência de doenças no Brasil Produtor, Med. Veterinários autônomos, população em geral Unidades locais de saúde – Prefeitura de Belo Horizonte (site ou telefones) Órgãos estaduais de saúde Animal – Instituto Mineiro de Agropecuária Superintendênci as Federais de Agricultura e Departamento de saúde animal - MAPA
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