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- -1
SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
UNIDADE 1 – VOCÊ COMPREENDE AS 
FUNCIONALIDADES DO SISTEMA 
RESPIRATÓRIO?
Camila Maria Pinheiro de Mello e Silva e Vivian Alessandra Silva
- -2
Introdução
O sistema respiratório tem como principal função a realização de trocas gasosas. Para tanto, são quatro os
principais processos envolvidos: ventilação, difusão, transporte e controle da respiração. Para que se
compreenda a ventilação, é importante entender as propriedades físicas envolvidas, como pressão, fluxo,
resistência e complacência.
A ventilação compreende a entrada e saída do ar. Ela depende da ação dos músculos respiratórios e do Sistema
Nervoso Central. O controle respiratório tem componentes automáticos e voluntários, dependendo dos
neurônios que geram estímulos para as contrações musculares. Para realizar a regulação da respiração, existem,
ainda, receptores sensíveis a mudanças na pressão dos gases no sangue.
A troca gasosa ocorre entre as células pulmonares e os capilares sanguíneos do pulmão, por meio de um tipo de
transporte chamado difusão. Tal processo pode ser influenciado por fatores como pressão dos gases, pressão
sanguínea e espessura da membrana alvéolo-capilar. Depois que ocorre a troca de gases, estes devem ser
transportados para suprirem de forma adequada as demandas metabólicas e colaborarem com a homeostase.
Assim, nesta primeira unidade, vamos começar a compreender as funcionalidades do sistema respiratório.
Afinal, como o sistema respiratório realiza as trocas gasosas? Quais são os mecanismos de defesa das vias
respiratórias? Quais são as funções das vias áreas superiores e inferiores?
A partir de agora, iremos definir o sistema respiratório, abordar aspectos de anatomia, histologia e fisiologia e,
em algumas situações, relacioná-lo a patologias. Traremos, ainda, de conhecimentos importantes para os
profissionais da área da saúde que trabalham diretamente com esse sistema, como educadores físicos,
enfermeiros e fisioterapeutas.
Vamos aos estudos? Acompanhe!
1.1 Histofisiologia do sistema respiratório
A respiração é uma característica dos seres vivos, sendo que o principal órgão do sistema respiratório é o
pulmão. Para compreender as funcionalidades desse sistema, precisamos conhecer os órgãos que o compõe, suas
divisões e sua histologia.
Ao longo deste tópico, veremos a respeito desses pontos, bem como os mecanismos de defesa das vias aéreas,
tão importantes para a proteção do nosso organismo de partículas que podem provocar patologias.
1.1.1 Epitélio respiratório
O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas de condução e pelos pulmões. Desta maneira, podemos
dividir o sistema respiratório em duas partes: uma condutora e outra respiratória. Clique e confira!
• Condutora
Órgãos tubulares que têm como objetivo levar o ar inspirado até a parte respiratória. Além de realizarem
a condução do ar, também são responsáveis por filtrar, aquecer e tornar o ar úmido. Os órgãos que
pertencem à parte condutora são o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia e os brônquios (SANTOS, 2014).
• Respiratória
É na parte respiratória que ocorre a troca de dióxido de carbono, presente no sangue, por oxigênio. Ela é
constituída pelos pulmões (SANTOS, 2014).
Dessa forma, verificamos que o sistema respiratório é responsável por processar a respiração, permitir a entrada
•
•
- -3
Dessa forma, verificamos que o sistema respiratório é responsável por processar a respiração, permitir a entrada
e saída do ar do organismo, promover a hematose (troca gasosa que ocorre com a captação de oxigênio e
eliminação de gás carbônico), bem como filtrar e umedecer o ar inspirado (CRUZ, 2005).
A fim de conduzir o ar para os pulmões e realizar as funções de filtrar, aquecer e umidificar o ar, a parte
condutora do sistema respiratório é revestida por um epitélio colunar ciliado pseudoestratificado, denominado
“epitélio respiratório”. Este reveste todo o trato respiratório, exceto a parte da faringe, da laringe, as menores
vias condutoras e os alvéolos.
O epitélio respiratório é constituído de cinco tipos celulares. Clique nas abas e aprenda mais sobre o tema.
C é l u l a
colunar
ciliada
Corresponde a 30% do total de células. Sua superfície é formada por cerca de 300 cílios.
Abaixo dos corpúsculos basais dos cílios, temos numerosas mitocôndrias, cuja função é
fornecer energia na forma de ATP para os batimentos ciliares. Esta célula inclui a altura da
célula colunar ciliada, que dificulta a passagem de microrganismos, e o batimento dos
cílios removem o excesso de muco.
C é l u l a
caliciforme
Corresponde a 30% do total de células. É uma célula secretora de muco rico em
glicoproteínas. Ela produz o muco que cobre os cílios das células ciliadas, fazendo com que
partículas de poeira e microrganismos se depositem no muco, filtrando ar. Além disso, o
muco umidifica o ar inspirado.
Célula basal
Corresponde a 30% do total de células. É pequena e arredondada, apoiada na lâmina basal,
porém não se estende à superfície apical. Trata-se de uma célula-tronco que se multiplica,
originando os demais tipos de células do epitélio respiratório.
Célula em
escova 
( ), que se apresenta em pequena quantidade, com microfilos nas superfíciesBrush cells
apicais. Ela está relacionada à olfação.
C é l u l a
granular
Também apresentada em pequena quantidade, tem numerosos grânulos. Ela regula a
secreção do muco pelas células caliciformes e o batimento dos cílios. Sua função ainda não
é bem esclarecida pelos estudiosos.
O epitélio respiratório está apoiado em uma camada de tecido conjuntivo, altamente vascularizada, chamada de
“lâmina própria”. A junção do epitélio respiratório à lâmina própria é conhecida como “mucosa respiratória”.
Esta pode ser afetada por algumas doenças, como a fibrose cística, em que as células caliciformes secretam um
muco com pouca água, fazendo com que o este fique denso e impeça sua remoção da superfície do epitélio. O
muco denso acumulado forma obstruções nas vias aéreas dos portadores da doença e impede a troca gasosa.
A seguir, temos uma figura representativa das diferentes células presentes no sistema respiratório. Observe suas
VOCÊ SABIA?
Hematose é diferente de hemostasia. Enquanto a hematose se refere ao processo de troca
gasosa, absorção de oxigênio e liberação de gás carbônico; a hemostasia é uma resposta
fisiológica normal do organismo humano para interromper o sangramento e prevenir
hemorragias. É importante ficar atento aos dois termos, que são muito parecidos, porém se
referem a situações diferentes (GUYTON; HALL, 2017).
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muco denso acumulado forma obstruções nas vias aéreas dos portadores da doença e impede a troca gasosa.
A seguir, temos uma figura representativa das diferentes células presentes no sistema respiratório. Observe suas
características morfológicas, como a presença dos cílios e muco, e tente imaginar a função de cada uma dessas
características.
Figura 1 - Mucosa respiratória formada por epitélio respiratório e lâmina própria
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Jose Luis Calvo, Shutterstock, 2019.
A mucosa respiratória se modifica e se adapta de acordo com a função do órgão que está revestindo. Assim,
temos mais cílios e muco quanto mais próximos estamos da cavidade nasal, para ajudar na função de defesa.
Conforme nos aproximamos do pulmão, observamos que as células epiteliais vão se tornando cada vez mais
baixas, para facilitar a troca gasosa. Em relação às glândulas mucosas, observamos que são bastante numerosas
no início das vias aéreas, mas vão desaparecendo conforme nos aproximamos do pulmão, pois o muco que elas
produzem atrapalhariam a troca.
Há, também, mudanças no esqueleto dos órgãos respiratórios. No trecho inicial, encontramos osso e cartilagem,
mas, ao chegarmos aos bronquíolos, a sustentação desaparece e encontramos apenas anéis de músculo liso ao
redor do órgão, fazendo com que a mucosa perca a sustentação e assuma um aspecto tortuoso ou pregueado. A
presença do esqueleto cartilaginoso impede o completo fechamento das vias aéreasem caso de constrição.
Entretanto, nos bronquíolos, a ausência do esqueleto pode levar ao seu colabamento (fechamento). Isto pode
ocorrer em pacientes com asma, por exemplo.
Na sequência, temos a comparação entre as características do epitélio em cada órgão das vias aéreas. Observe
com atenção!
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Figura 2 - Características morfológicas da mucosa respiratória em diferentes regiões das vias aéreas
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Shutterstock, 2019.
A partir dos bronquíolos, as vias aéreas continuam a se ramificar até se transformarem nos alvéolos pulmonares.
Chamamos essa ramificação de “árvore brônquica”, conforme estrutura dada a seguir.
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Figura 3 - Formação da árvore brônquica
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019.
Os bronquíolos terminais surgem a partir dos bronquíolos e se diferenciam destes por apresentarem pouco
músculo liso em sua parede, além de numerosas células de clara.
Nesse ponto das vias aéreas, não encontramos mais as glândulas e células de clara, que assumem a função de
secretar um fluído muito fino, o qual protege a região contra possíveis infecções e poluição. As células de clara se
localizam em meio às células cilíndricas ou cúbicas de revestimento. Elas sintetizam, liberam e dispersam uma
camada complexa de proteínas e fosfolipídios na superfície da mucosa, semelhante ao surfactante pulmonar.
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A ramificação dos bronquíolos terminais forma os bronquíolos respiratórios, que perdem quase que
completamente a camada externa de músculo liso. Cada bronquíolo terminal dá origem a um ducto alveolar.
Este, por sua vez, conduz o ar para dentro de um saco alveolar e cada saco será formado por vários alvéolos,
separados entre si por um septo alveolar.
VAMOS PRATICAR?
Em cidades grandes e poluídas, como São Paulo ou Belo Horizonte, os índices de umidade do ar
caem muito durante o inverno. Essa redução piora ainda mais a qualidade do ar e,
frequentemente, as prefeituras recomendam à população não praticarem esportes ao ar livre.
Isto porque, nessas condições, pode haver prejuízo para o epitélio de revestimento das vias
aéreas e redução da troca gasosa no pulmão.
Nesta atividade, vamos, então, exercitar nossos conhecimentos?
Rubinho é treinador de corrida de rua no Distrito Federal. Seu aluno, Eliseu, faz os treinos no
horário de almoço, entre 12 e 14 horas, na Esplanada dos Ministérios. Para um melhor
resultado, Eliseu começou a usar por conta própria tiras nasais, aumentando o tamanho das
narinas. No entanto, em dada semana, a temperatura na cidade chegou à 37 , com umidadeo
relativa do ar de 15%. Após o treino, Eliseu telefona para Rubinho e conta que teve epistaxe
(sangramento nasal), tontura e falta de ar, solicitando orientações.
Se você fosse o treinador, quais orientações você daria para Eliseu? Como a baixa umidade do
ar poderia estar afetando o epitélio respiratório do aluno?
- -8
Figura 4 - Estruturas pulmonares que formam a zona respiratória
Fonte: Angallen Rogozha, Shutterstock, 2018.
Na figura a seguir, podemos acompanhar a formação dos alvéolos do pulmão.
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Figura 5 - Distribuição do ar pelo ducto alveolar para cada um dos alvéolos de um saco alveolar
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Choksawatdikorn, Shutterstock, 2019.
Cada saco alveolar pode ser formado por vários alvéolos, todos ventilados por um único ducto alveolar. Os
alvéolos são separados entre si por uma delgada parede chamada de “septo alveolar”. Neste, encontraremos os
capilares sanguíneos — responsáveis pelo transporte dos gases — numerosos vasos linfáticos e grande
quantidade de tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo dos septos alveolares é rico em fibras elásticas, que
conferem força de retração ao tecido pulmonar, chamada de “complacência”, necessária para que o pulmão volte
ao seu tamanho inicial na expiração.
Os alvéolos representam as unidades funcionais do pulmão e formam a massa estrutural acinar. Em conjunto,
temos o parênquima do órgão, responsável pela consistência esponjosa do pulmão, clinicamente. Os alvéolos são
porções terminais da árvore respiratória, em fundo cego, exceto pela presença dos poros de .Kohn
Cada alvéolo é formado por dois tipos celulares:
C é l u l a s
alveolares
(pneumócitos)
do tipo I
Epitélio pavimentoso simples, responsável pela troca gasosa.
C é l u l a s
alveolares
(pneumócitos)
do tipo II
Globosa, responsável pela síntese do surfactante. Esta é uma substância lipoproteica que
reduz a tensão superficial na membrana celular dos pneumócitos tipo I, permitindo a
troca gasosa.
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Pode-se perceber que a estrutura dos alvéolos é microscópica, porém complexa, sendo importante para a
realização das trocas gasosas, mecanismos de defesa, assim como manutenção das vias aéreas estáveis, evitando
o colabamento pulmonar.
Além das células alveolares, encontramos no pulmão outro tipo celular: os macrófagos pulmonares ou células de
poeira. Esses grandes macrófagos fagocitam as partículas de poeira que chegam aos pulmões e as digerem.
VOCÊ SABIA?
As células de clara e os pneumócitos tipo II só se diferenciam nas últimas semanas de gestação.
Nos prematuros, a não produção de surfactante por falta de amadurecimento dessas células
pode levar à condição patológica chamada “síndrome da angustia respiratória aguda” ou SARA,
com áreas de restrição da luz e possível colabamento das paredes bronquiolares e alveolares.
Isto acontece porque o surfactante reduz a tensão superficial e aumenta a complacência
(GANONG, 2010).
CASO
O surfactante pulmonar exerce uma função importantíssima, pois age diminuindo a tensão
superficial existente internamente nos alvéolos. Na ausência de surfactante, alvéolos podem se
fechar, dificultando ou, até mesmo, impedindo as trocas gasosas.
Uma das possíveis situações em que há deficiência de surfactante é na síndrome da angústia
respiratória do recém-nascido ou “doença da membrana hialina”. Essa doença afeta recém-
nascidos prematuros, que ainda não apresentam a capacidade de produzir surfactante de
forma suficiente para manter os alvéolos insuflados. Assim, ocorrem áreas de atelectasia (vias
aéreas fechadas), sem trocas gasosas. Nos prematuros, essa situação é agravada pelo acúmulo
de líquidos ainda presentes dentro dos alvéolos.
Além disso, uma função relevante do surfactante é no edema pulmonar, exatamente porque ele
facilita a saída de líquidos dos alvéolos. As células que produzem surfactante se tornam
maduras e capazes de produzirem surfactante suficiente, especialmente no último mês
gestacional, mediante estímulos maternos e fetais de cortisol.
Nos casos de risco de parto prematuro, é recomendado o acompanhamento da mãe e do feto
para minimizar os riscos de o bebê nascer com insuficiência respiratória. Uma das medidas é a
administração de corticoides à mãe antes do parto. Após o nascimento, é utilizada a
administração de surfactante exógeno para impedir o colabamento alveolar (GANONG, 2010;
GUYTON; HALL, 2017).
- -11
Figura 6 - Células do pulmão
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Jose Luis Calvo, Shutterstock, 2019.
Uma das funções do sistema respiratório está relacionada aos mecanismos de defesa, pois muitos antígenos
podem invadir o organismo juntamente com o ar que respiramos. Assim, veremos a seguir os mecanismos de
defesa do sistema respiratório.
1.1.2 Mecanismos defensivos das vias respiratórias
Todos os dias inalamos milhares de litros de ar ambiente, sendo que este ar inalado pode conter poeira, pólen e
microrganismos suspensos, como bactérias, esporos fúngicos, cinzas e outros produtos de combustão ou gases
nocivos. Além disso, também podem conter partículas de substâncias como asbestos e sílica, bem como outras
substâncias químicas perigosas.
Para se proteger, nosso organismo desenvolveu mecanismos de defesa, próprios das vias áreas. Eles
compreendem processos físicos, como a sedimentação em que o muco é fundamental; e biológicos, com
participação dos macrófagos alveolares.
Uma das primeiras formas de defesa do sistema respiratório é a . Nas narinas, temos ospelos oumecânica
vibrissas, que impedem a passagem de grandes partículas de poeira e pequenos insetos; e os cílios, que impedem
a entrada de microrganismos.
A segunda defesa é o , na laringe, que impede a entrada de substâncias líquidas ou sólidasfechamento da glote
que tenhamos deglutido. Temos, ainda, a e o .filtração aerodinâmica transporte mucociliar
Esses mecanismos têm como objetivo evitar a entrada de partículas e/ou microrganismos, mas, caso aconteça
uma falha, teremos os mecanismos cujo objetivo é expulsá-los. Tais mecanismos compreendem atos voluntários,
como fungar e assoar, além do reflexo de espirrar. Além deles, também temos o reflexo da tosse, que ocorre para
impedir que partículas líquidas ou sólidas cheguem às vias aéreas inferiores, expulsando-as e levando-as até a
orofaringe.
Em geral, a deposição de partículas nas vias aéreas depende de fatores como tamanho, densidade e forma das
- -12
Em geral, a deposição de partículas nas vias aéreas depende de fatores como tamanho, densidade e forma das
partículas, bem como velocidade do fluxo de ar e umidade deste.
Os principais mecanismos de deposição são impactação, sedimentação e movimento browniano. Veremos sobre
cada um deles na sequência. Clique para conferir!
Impactação: o ar inalado, ao passar pela cavidade nasal, é filtrado pelas vibrissas. Partículas de até 10 μm de 
diâmetro conseguem ser removidas ao impactar grande área de superfície do septo nasal e das conchas nasais.
Contudo, algumas partículas menores podem passar pela cavidade nasal, sendo, porém, impactadas na
nasofaringe, região que contém as tonsilas palatinas (amígdalas) e a tonsila faríngea (adenóide). Estas
estimularão a defesa imunológica contra microrganismos ativos filtrados nesse ponto. Assim, o ar que penetra
na traqueia irá conter poucas partículas com mais de 10 μm, sendo que a maioria será retida, principalmente, na
carina ou dentro dos brônquios.
Sedimentação: em partículas com dimensões que variam de 2 a 5 μm, a sedimentação nas vias aéreas menores
pode ocorrer por gravidade nos locais em que a velocidade do fluxo de ar é baixa. Neste caso, as partículas são
retidas pelo muco que reveste as vias aéreas superiores, a traqueia, os brônquios e os bronquíolos. Partículas
menores e todos os gases estranhos — com componentes não usuais no ar ambiente — alcançam os ductos
alveolares e alvéolos. 
Movimento browniano: parte das partículas menores (0,1 μm e ainda menores) são depositadas como
resultado do movimento browniano, que compreende o deslocamento aleatório de partículas em suspensão em
. As outras partículas (entre 0,1 e 0,5 μm de diâmetro) permanecem suspensas, principalmenteum meio fluído
como aerossóis, e cerca de 80% delas são exaladas.
O muco que recobre as células ciliadas é formado por duas camadas: uma camada gel, mais densa e mucosa
(pegajosa); e uma camada sol, mais aquosa. A camada gel fica superior, enquanto a sol fica mais próxima da raiz
dos cílios.
Os cílios apresentam um padrão de batimento para remover continuamente a camada gel, já que esta fica repleta
das partículas e antígenos que entraram junto com o ar e se aderiram ao muco viscoso. A remoção do material
que adere na camada gel pelos cílios é chamada de “transporte muco ciliar”.
O batimento dos cílios apresenta duas fases. Para conhecê-las, clique nos itens abaixo.
Fase de batimento efetivo
O cílio fica bem esticado, alcançando seu comprimento máximo e penetrando na camada gel. Ele realiza um
movimento em arco e impulsiona a camada.
Fase de batimento de recuperação
É a fase de retorno do cílio para a posição inicial. O cílio se encurta e retorna bem lentamente à posição de início.
A fase de batimento de recuperação é extremamente importante, pois, se o cílio voltasse na mesma posição e
VOCÊ O CONHECE?
Robert Brown (1773 a 1858) foi botânico, físico e médico. Ele desenvolveu atividades como
naturalista e descobriu cerca de 3.900 espécies de plantas. Além disso, também participou de
uma expedição científica para a Austrália, onde posteriormente publicou um livro sobre a flora
local. Brown foi o descobridor do movimento desordenado, apresentado pelas partículas
ultramicroscópicas em suspensão em um líquido, também denominado de “movimento
browniano” (SILVA; LIMA, 2007).
- -13
A fase de batimento de recuperação é extremamente importante, pois, se o cílio voltasse na mesma posição e
velocidade ao início, ele apenas agitaria o gel, sem promover a propulsão. Esse gel sempre é conduzido pelos
cílios na direção da orofaringe. Ao chegar na orofaringe, o muco repleto de partículas e antígenos é deglutido e
destruído pelo suco gástrico.
O tabaco diminui grandemente a movimentação dos cílios e pode até levar à sua destruição, fazendo com que as
vias aéreas se tornem mais predispostas a infecções. A boa notícia é que, após parar de fumar, os cílios se
recuperam e, em cerca de três meses, voltam à sua função normal.
Além desses mecanismos, existem outros menos importantes. As gotículas são partículas maiores que 5 μm,
enquanto os aerossóis são partículas menores que 5 μm, podendo transmitir doenças, como a tuberculose.
Assim, são tomadas medidas para precaução com relação a aerossóis no ambiente hospitalar, como a lavagem
das mãos, uso da máscara N-95 (PFF2) pelos profissionais e máscara cirúrgica pelo paciente durante seu
transporte.
Quando as barreiras já mencionadas não são suficientes, o material inspirado pode alcançar as vias aéreas
terminais. Neste caso, o corpo tem outras formas de eliminá-lo. Uma delas é por meio de macrófagos alveolares,
em um processo denominado “fagocitose”. Outros meios que auxiliam nessa destruição são a destruição
enzimática inespecífica, a penetração nos vasos linfáticos e as reações imunológicas.
Os macrófagos alveolares compreendem células grandes ameboides mononucleares que se encontram na
superfície alveolar, tendo como função destruir partículas estranhas por meio de seus lisossomos. É também
dessa forma que as bactérias são digeridas. Os macrófagos alveolares são importantes nas respostas
imunológicas e inflamatórias do pulmão, tanto na supressão da resposta imunológica para antígenos não
patogênicos reconhecidos quanto para iniciar o processo da inflamação e imunidade inata. Estudos demonstram
que a função dos macrófagos é inibida pela fumaça de cigarros, portanto, fumar compromete esse mecanismo de
defesa do sistema respiratório (GROSSMAN; PORTH, 2016).
O conhecimento dos componentes microscópicos das vias aéreas e seu funcionamento são essenciais para
compreendermos como o sistema respiratório funciona e de que forma os profissionais de saúde podem
colaborar para otimizá-lo, tanto em atletas quanto em pacientes.
Vamos, então, treinar a aplicação de cada conceito aprendido respondendo à cruzadinha a seguir? Faça a
atividade com atenção!
O mecanismo de defesa mucociliar, juntamente com a ação dos macrófagos alveolares, são apenas alguns dos
mecanismos de defesa do nosso organismo, próprios do epitélio respiratório.
A seguir, iremos compreender a estrutura e função dos órgãos que compõem as vias aéreas superiores.
Acompanhe!
VOCÊ QUER LER?
Para aprofundar seu conhecimento sobre os mecanismos de defesa das vias respiratórias,
sugerimos a leitura do livro “Pulmões: uma abordagem integrada à doença”, escrito por
professores da Saint Louis University School of Medicine, que fica na cidade de St. Louis, no
Missouri. A obra traz uma abordagem aprofundada e ampliada sobre o tema. Vale a pena ler!
- -14
1.2 Estrutura e função das vias aéreas superiores
Como já mencionado, o sistema respiratório é constituído por nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e
pulmões. Veja a figura a seguir.
Figura 7 - Estruturas que compõem o sistema respiratório
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019.
As vias aéreas superiores compreendem os órgãos situados na cabeça e no pescoço: nariz, faringe, laringe e
traqueia. Elas conduzem o ar e o condicionam para que chegue até as vias aéreas inferiores, onde ocorrem as
trocas gasosas.
- -15
Figura8 - Esquema sobre as estruturas que compõem as vias aéreas superiores
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019.
Nos próximos itens, apresentaremos as estruturas que compõem as vias aéreas superiores, bem como suas
características.
1.2.1 Estrutura e função das vias aéreas superiores: nariz, seios paranasais 
e faringe
O nariz divide-se em externo e cavidade nasal.
O corresponde à parte que visualizamos na face. É formado por raiz, dorso, ápice, asas e narinas.nariz externo
A função do nariz externo é permitir a entrada do ar e aumentar o espaço da cavidade nasal. Inclusive, você já
deve ter reparado que o formato da asa do nariz e o tamanho das narinas variam de acordo com a etnia. Na raça
negra, as asas são mais salientes e as narinas maiores, permitindo melhor afluxo de ar, já que tal etnia tem
origem de locais quentes e úmidos. Na raça branca, as asas são mais afiladas e as narinas são menores,
protegendo o nariz da perda de umidade, já que tal raça tem origem de regiões secas e frias.
A , por sua vez, representa a entrada das vias respiratórias, sendo que o septo nasal a divide emcavidade nasal
cavidade nasal direita e esquerda. O septo nasal é constituído por dois ossos: etmoide e vômer, bem como uma
cartilagem do septo. A cavidade nasal e o septo nasal são revestidos por mucosa nasal, sendo que sua função é
aquecer, filtra e umidificar o ar inspirado. Nas paredes laterais da cavidade nasal, encontramos três ossos
arredondados: as conchas nasais superiores, médias e inferiores. Entre cada uma, há espaços e vãos por onde o
ar passa, conhecidos como meatos nasais superior, médio e inferior.
A importância das conchas e dos meatos nasais está em sua capacidade de aumentar a área coberta pela mucosa
nasal, permitindo o turbilhonamento do ar dentro da cavidade nasal. Tal turbilhonamento permite, ainda, que o
ar inspirado toque por mais tempo e em uma área maior a da mucosa nasal, aumentando sua efetividade no
condicionamento do ar.
Além de aquecer o ar, a cavidade nasal apresenta a função olfatória. A área olfatória se situa superiormente na
cavidade nasal, nas regiões das conchas nasais superiores.
Ao redor da cavidade nasal, dentro dos ossos pneumáticos, encontramos os seios paranasais, que são cavidades
revestidas por mucosa nasal, contendo ar. Temos os seios maxilar, frontal, esfenoidal e as células etmoidais. Cada
seio paranasal se comunica por ductos de drenagem, com o interior da cavidade nasal de seu próprio lado. Os
seios paranasais aquecem e umidificam o ar inspirado, bem como contribuem para a diminuição do peso do
crânio, já que são preenchidos por ar no seu interior (MOORE, 2011; LEVITZKY, 2016).
Frequentemente, os seios paranasais são acometidos pela sinusite, uma infecção de vias aéreas superiores em
- -16
Frequentemente, os seios paranasais são acometidos pela sinusite, uma infecção de vias aéreas superiores em
que a mucosa que reveste os seios fica edemaciada, produz secreção aumentada e causa dor ao indivíduo. Um
dos exames utilizados para diagnosticar a sinusite é a radiografia da face.
Figura 9 - Radiografia da fase
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Shutterstock, 2019.
A é um órgão que pertence à via respiratória e ao sistema digestório, assim, o nariz, a boca e a laringe sefaringe
- -17
A é um órgão que pertence à via respiratória e ao sistema digestório, assim, o nariz, a boca e a laringe sefaringe
conectam por uma via de passagem ou câmara comum. Ela está dividida em três partes: nasal ou nasofaringe
(superior), oral ou orofaringe (média) e larínea ou laringofaringe (inferior). Além disso, compõe-se de dois
orifícios, sendo um direito e um esquerdo, que se comunicam com as orelhas médias direita e esquerda, o que
possibilita o equilíbrio da pressão entre as duas cavidades. Também funciona como órgão de defesa do
organismo por ter células linfáticas nas tonsilas, por exemplo, que defendem o organismo contra agentes
patogênicos e suas toxinas (KAWAMOTO, 2018).
Acompanhe na sequência o detalhamento de cada parte da faringe:
• parte nasal da faringe: posterior ao nariz, comunicando-se com este por meio das coanas. Em sua 
parede postero-superior, encontra-se a tonsila faríngea, também conhecida como adenóide. As tonsilas 
faríngeas são órgãos linfáticos que exercem importante função de defesa das vias aéreas superiores. Nas 
paredes laterais da nasofaringe, temos os óstios faríngeos das tubas auditivas. Estas comunicam a 
nasofaringe com a cavidade da orelha média, permitindo a equalização de pressão em ambos os lados. 
Quando descemos ou subimos uma serra, por exemplo, percebemos a sensação de pressão no ouvido, que 
logo melhora se abrirmos bastante a boca ou bocejamos. Quando fazemos isso, permitimos que o ar que 
está na nasofaringe passe pela tuba auditiva e chegue à cavidade da orelha média, equalizando a pressão;
• parte oral da faringe: estende-se entre o palato mole e a raiz da língua no nível do osso hioide. A parte 
posterior da cavidade oral se comunica diretamente com a parte oral da faringe, assim como com as 
regiões posterior e inferior da parte nasal da faringe. O epitélio se modifica no limite entre as partes nasal 
e oral da faringe, passando de colunar pseudoestratificado ciliado para epitélio escamoso estratificado, 
semelhante ao da cavidade oral e resistente à abrasão dos alimentos. A úvula palatina e dois pares de 
arcos faríngeos são sustentados pela margem posterior do palato mole. Bilateralmente, teremos a tonsila 
palatina, que se situa entre o arco palatoglosso anterior e o arco palatofaríngeo posterior. A tonsila 
palatina (amígdala) também é um órgão linfático e serve como proteção para as vias aéreas. A parte oral 
da faringe serve tanto para o sistema respiratório quanto para o digestório, sendo que nela ocorre o 
cruzamento aéreo digestório;
• parte laríngea da faringe: é estreita e inclui a região da faringe, localizada desde o nível do hioide até o 
início do esôfago. É a mais inferior e, como a parte oral, é revestida por epitélio escamoso estratificado, 
resistente a abrasões mecânicas, agressões químicas e invasão de patógenos, preparada para a passagem 
do alimento.
Agora, conheça mais sobre a estrutura interna de vias aéreas superiores observando a imagem abaixo.
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•
•
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Figura 10 - Estrutura interna de vias aéreas superiores
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019.
Após passar pela faringe, o ar entrará na laringe. Esta é um tubo músculo-cartilagíneo situado em posição
anterior no pescoço. Ela tem cerca de quatro centímetros de comprimento e, além de servir como via de
condução para o ar, também é útil na fonação e para proteção das vias aéreas. Vamos ver como? Acompanhe no
próximo item!
1.2.2 Estrutura e função das vias aéreas superiores: laringe e traqueia
As cartilagens que formam a laringe são a epiglótica (epiglote), a tireóidea, a cricóidea e as aritenóideas. Elas
formam um esqueleto cartilaginoso e muito flexível para a laringe. Cada cartilagem está unida à outra por
membranas e músculos do tipo estriado esquelético.
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Figura 11 - Estrutura anatômica da laringe
Fonte: Shutterstock, 2019.
A epiglote apresenta uma importante função nas vias aéreas, pois é ela que oclui a entrada da laringe quando
deglutimos, impedindo a entrada de alimentos.
No interior da laringe, na altura da cartilagem tireóidea, encontramos as pregas vestibulares e vocais. As pregas
vestibulares têm função de proteção das vias aéreas. Assim, caso a epiglote não funcione bem ou por qualquer
outro motivo, chegando à laringe gotas de líquido ou partículas de sólido, os receptores dessas pregas eliciam o
reflexo de tosse e impedem a entrada de qualquer material que não seja ar nas vias aéreas.
Já as pregas vocais estão relacionadas à produção da voz, ou seja, à fonação. Durante a expiração, os músculos
laríngeos se contraem e movimentam as pregas vocais, produzindo a voz. O espaço entre as pregas vocais direita
e esquerda recebe o nome de “glote”. É o menor diâmetro por onde o ar passará nas vias aéreassuperiores.
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Figura 12 - Funcionamento da glote durante a fonação e respiração
Fonte: VectorMine, Shutterstock, 2019.
Em pessoas que sofrem uma reação alérgica intensa, ocorre edema da mucosa que cobre as pregas vestibulares,
podendo haver fechamento da glote e asfixia, pois o ar fica impedido de passar.
Após passar pela laringe, o ar chaga à traqueia. Este é um órgão músculo cartilaginoso, formado por semianéis de
cartilagem, glândulas secretoras de muco e células epiteliais ciliadas. Sua função é conduzir o ar da laringe para
os pulmões (SANTOS, 2014).
A traqueia tem seu início no nível da quarta vértebra cervical, ocupando uma posição mediana à frente do
esôfago; e tem seu término entre a quarta e a quinta vértebra torácica (SANTOS, 2014).
As cartilagens da traqueia apresentam o mesmo formato de C, com exceção da última cartilagem, chamada de
“carina”. Esta é uma cartilagem traqueal em formato piramidal, a partir da qual a traqueia se bifurcará em
brônquios direito e esquerdo.
Vamos, agora, verificar seus conhecimentos sobre estrutura e função das vias aéreas superiores? Arraste e solte
VOCÊ SABIA?
O fechamento da glote funciona como um esfíncter e nos ajuda a fazer força, aumentando a
pressão na cavidade torácica e abdominal. Por isso, não se recomenda que esportistas
vocalizem enquanto executam atividade física, visto que o forte impacto entre as pregas vocais
direita e esquerda pode gerar lesões, comprometendo a voz do atleta. Você, inclusive, já deve
ter observado a vocalização de jogadores de tênis ou de halterofilistas ao fazerem os gestos
próprios do esporte. Esta prática é extremamente prejudicial.
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Vamos, agora, verificar seus conhecimentos sobre estrutura e função das vias aéreas superiores? Arraste e solte
as caixas a seguir no local correto.
Enquanto as vias aéreas superiores conduzem e condicionam o ar, as vias inferiores contêm estruturas que
realizam as trocas gasosas. No entanto, quais são as estruturas que compõem as vias aéreas inferiores? Como
atuam?
Vamos entender mais sobre essas funções do sistema respiratório no próximo tópico.
1.3 Estrutura e função das vias aéreas inferiores
As vias aéreas inferiores são compostas por brônquios e pulmões. A maior parte dos brônquios está dentro do
pulmão, de onde se ramificam profusamente, formando a árvore brônquica, até se transformarem nos alvéolos
pulmonares.
A principal função do pulmão é realizar a troca gasosa, mas o órgão também apresenta outras funções não-
respiratórias, como o equilíbrio da função acidobásico — papel que desempenha em conjunto com os rins e é
fundamental para a manutenção da homeostase.
1.3.1 Estrutura e função das vias aéreas inferiores: brônquios e pulmões
Parte das vias aéreas inferiores conduzem o ar até que ele chegue à parte do sistema respiratório que realiza as
trocas gasosas. Entre a traqueia e os espações alveolares, as vias aéreas são divididas em 23 gerações
brônquicas, sendo a traqueia considerada a geração zero.
A traqueia se bifurca dando origem aos brônquios principais ou primários, direito e esquerdo. Por se situarem 
fora dos pulmões, são denominados de “brônquios extrapulmonares”. Os brônquios principais também são
formados por arcos cartilagíneos de sustentação com a forma da letra C, mesma da traqueia. Sua função é
conduzir ar ao pulmão correspondente.
O brônquio principal direito tem um diâmetro maior que o esquerdo, sendo que seu trajeto descendente em
direção ao pulmão é mais vertical. Portanto, corpos estranhos que entram na traqueia se alojam, geralmente, no
brônquio principal direito, mais que no esquerdo. O brônquio principal esquerdo, por sua vez, tem menor
diâmetro e trajeto mais curvo e alongado, pois, para atingir o pulmão esquerdo, terá que passar pelo arco da
aorta.
Cada brônquio principal se dirige a uma região de acesso na face mediastinal do pulmão correspondente, antes
de prosseguir sua ramificação. Essa região, que é o hilo do pulmão, também oferece acesso à passagem dos vasos
e nervos pulmonares. Esse conjunto de estruturas é firmemente sustentado por uma rede de tecido conjuntivo
denso, conhecido como “raiz do pulmão”, sustentando-o na cavidade torácica e estabilizando as posições dos
grandes vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos.
Os brônquios penetram nos pulmões e, em seu interior, ramificam-se, tornando-se cada vez mais finos e
numerosos, até chegarem aos bronquíolos. No final destes, encontramos os alvéolos, envolvidos por vasos
finíssimos, conhecidos como capilares (SANTOS, 2014).
Antes de formar os bronquíolos, cada brônquio principal formará os brônquios lobares, sendo três para o
pulmão direito (brônquio lobar superior, médio e inferior) e um para cada lobo pulmonar. No pulmão esquerdo,
o brônquio principal formará dois brônquios lobares (brônquio lobar superior e inferior) e um para cada lobo
pulmonar.
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Figura 13 - Esquema das subdivisões das vias aéreas, desde a traqueia até os alvéolos
Fonte: pablofdezr, Shutterstock, 2019.
Um par de pulmões faz parte do sistema respiratório, sendo um órgão volumoso e esponjoso que contém ar em
sua cavidade. Situam-se dentro da cavidade torácica, dispostos lateralmente em relação ao coração. Na parte
superior, encontra-se o ápice e, na parte inferior, a base, que se apoia no músculo diafragma. O ápice dos
pulmões se situa ligeiramente acima da clavícula, no pescoço. Eles permanecem separados um do outro por um
espaço denominado “mediastino”, onde se localizam o coração e os grandes vasos (SANTOS, 2014).
O pulmão direito possui volume 10% maior que o esquerdo, sendo mais largo, porém mais curto. Esta diferença
ocorre porque o ápice do coração está voltado para a esquerda, fazendo com que o pulmão direito seja mais
largo. Do lado direito, temos o fígado, que se projeta para a cavidade torácica, fazendo com que o pulmão direito
seja ligeiramente mais curto que o esquerdo. Além disso, é importante destacar que o pulmão direito é dividido
em três lobos (superior, médio e inferior). As fissuras que separam os lobos pulmonares direitos são as fissuras
oblíqual e horizontal.
O pulmão esquerdo apresenta apenas dois lobos (superior e inferior), separados pela fissura oblíqua. Entretanto,
no pulmão esquerdo, encontramos a língula, situada no lobo superior, que corresponde ao lobo médio do
pulmão direito. Devido ao fato de o ápice do coração estar voltado para a esquerda, há uma reentrância na
parede do pulmão esquerdo para alojá-lo, conhecida como “incisura cardíaca”.
Cada lobo pulmonar se divide em segmentos pulmonares. Estes, por sua vez, são ventilados por um brônquio
correspondente e vascularizado por ramos próprios das artérias e veias pulmonares, de modo que cada
segmento pulmonar pode funcionar independentemente do outro.
Vamos conhecer mais sobre eles? Clique nas abas a seguir e confira!
LOBO SUPERIOR
I – APICAL; II – POSTERIOR; III – ANTERIOR
LOBO MÉDIO
IV – LATERAL; V – MEDIAL
LOBO INFERIOR
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Segmentos
do Pulmão
Direito
LOBO INFERIOR
VI –SUPERIOR; VII – BASILAR MEDIAL; VIII – BASILAR ANTERIOR; IX – BASILAR
LATERAL; X – BASILAR POSTERIOR
Segmentos
do Pulmão
Esquerdo
LOBO SUPERIOR
I E II– APICOPOSTERIOR; III – ANTERIOR; IV – LINGULAR SUPERIOR; V – LINGULAR
INFERIOR
LOBO INFERIOR
VI - SUPERIOR; VII E VIII – BASILAR ANTERIOR; IX – BASILAR LATERAL; X – BASILAR
POSTERIOR
Nossos pulmões são bastante rosados ao nascer, mas, conforme crescemos, eles podem adquirir pigmentos
escuros. Quem mora em cidades poluídas, inclusive, pode até ficar com os pulmões malhados. O aspecto
esponjoso do pulmão — como a esponja que você usa para lavar a louça — permite que ele guarde espações
aéreos, com uma área média de troca de 70 m .2
A passagem do ar pelas vias aéreas promove sons que podem ser percebidos na superfície do corpo. Tais sons
podem ser melhor detectados com a ajuda de um estetoscópio. Este é um aparelho que amplifica os ruídos
corpóreos, utilizado por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas durante o exame físico, no procedimento de
ausculta. Na ausculta dos órgãos condutoresdo ar (da cavidade nasal aos brônquios), é possível perceber os sons
traquebronquiais, enquanto que na ausculta do pulmão os sons percebidos serão chamados de “vesiculares”. A
ausculta pulmonar é muito relevante no diagnóstico das condições das vias aéreas de um indivíduo.
VOCÊ QUER VER?
O Canal Brasil Escola produziu uma série de vídeos que tem como tema o corpo humano. No
vídeo “Sistema respiratório”, a professora Vanessa Sardinha apresenta o assunto de forma
didática e completa. Assista o vídeo completo por meio do : link https://www.youtube.com
./watch?v=tBUh0Q1v5lU
CASO
O aprendizado da estrutura e da função do corpo humano prepara os profissionais de saúde
para o exame físico. Conhecer onde as estruturas anatômicas se situam colabora muito com
essa competência, sendo que a área da Anatomia que estuda tal aspecto é a Anatomia
Palpatória e de Superfície. A palpação das vias aéreas, no entanto, só é possível na região do
pescoço, onde é possível palpar as cartilagens da laringe e da traqueia. No tórax, a palpação de
brônquios e pulmão fica impossibilitada pelos ossos da caixa torácica. Entretanto, é possível
utilizar pontos de referência anatômicos na superfície torácica para determinarmos onde está
cada parte do pulmão. Esta técnica é utilizada pelos profissionais de saúde que desejam
aprender a fazer a ausculta pulmonar.
Nesta atividade, então, vamos colocar em prática nossos conhecimentos. Você deverá localizar
as seguintes regiões das vias aéreas no seu próprio corpo: laringe, traqueia, brônquios
principais, lobos superiores direito e esquerdo, lobos inferiores direito e esquerdo e lobo
médio. Para tanto, crie um mapa desenhando as estruturas anatômicas citadas e escreva qual é
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Devido às suas funções vitais, os pulmões devem estar bem protegidos, mas, ao mesmo tempo, ter liberdade
suficiente para realizarem a expansão durante a inspiração. Nesse contexto, quais são os ossos que protegem o
pulmão? Como o pulmão está aderido a eles?
No item a seguir, vamos compreender melhor a respeito da temática. Acompanhe o estudo com atenção!
1.3.2 Cavidade torácica e pleura
A cavidade torácica protege órgãos vitais como o pulmão e o coração. Ela é formada pelos 12 pares de costelas,
sendo que cada costela forma um arco costal que se articula anteriormente com o osso esterno e posteriormente
com a coluna torácica. O espaço entre uma costela e outra recebe o nome de “espaço intercostal”. Este é
preenchido por músculos, nervos e vasos sanguíneos.
No espaço intercostal, encontramos de superficial para profundo os músculos descritos abaixo. Clique e confira!
Intercostais externos
São mais ativos durante a inspiração.
Intercostais internos
São mais ativos durante a expiração.
Intercostais íntimos
São mais ativos durante a expiração.
A cavidade torácica é limitada inferiormente pelo músculo diafragma. Este, por sua vez, é formado por um centro
tendíneo, uma parte muscular esternal, uma parte muscular costal que forma as cúpulas diagramáticas direita e
esquerda e a parte muscular lombar que forma os pilares do diafragma. Observe a figura a seguir.
principais, lobos superiores direito e esquerdo, lobos inferiores direito e esquerdo e lobo
médio. Para tanto, crie um mapa desenhando as estruturas anatômicas citadas e escreva qual é
o ponto de referência anatômico que você palpará para encontrá-la. Depois, responda aos
questionamentos: quais são os pontos anatômicos de referência para localizarmos cada um
dos órgãos? Você é capaz de encontrar tais pontos no próprio corpo? Quais são os ruídos
pulmonares normais? Quais são as características de cada um desses sons?
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Figura 14 - Músculo diafragma e suas partes
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Shutterstock, 2019.
O diafragma atua durante a inspiração, quando as cúpulas diafragmáticas se abaixam em direção ao abdome e
ficam mais achatadas. Assim, há aumento do espaço torácico e redução do espaço da cavidade abdominal.
A inspiração ocorre graças aos movimentos da parede do tórax e do músculo do diafragma. Esses músculos, ao
aumentarem o volume da cavidade torácica, promovem a entrada do ar e, ao se relaxarem — juntamente como o
mecanismo elástico dos pulmões —, passivamente reduzem o volume torácico, ajudando a saída do ar na
expiração.
O tamanho do tórax durante a inspiração aumenta nos eixos antero-posterior, transversal e supero-inferior. O
aumento no sentido antero-inferior é pequeno e se dá graças à ação dos músculos intercostais. Como as costelas
tem o formato de um arco, o movimento de subida de descida antero-posterior desses ossos é conhecido como
“movimento de alça de balde”. Esses músculos também permitem um pequeno incremento do volume transverso
do tórax, em um movimento conhecido como “alça de bomba”. Já o diafragma permite a maior expansão da
cavidade torácica no sentido supero-inferior.
Na figura a seguir, podemos melhor analisar esses movimentos.
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Na figura a seguir, podemos melhor analisar esses movimentos.
Figura 15 - Movimento de alça de balde e braço de bomba da parede torácica
Fonte: MOORE; DALLEY; AGUR, 2019, p. 296.
Observe que, quando as costelas superiores são elevadas, a dimensão AP do tórax aumenta (movimento em
alavanca de bomba) e há maior excursão (aumento) na parte inferior, que é a extremidade da alavanca. As partes
médias das costelas inferiores se movem lateralmente quando são elevadas, aumentando a dimensão transversal
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alavanca de bomba) e há maior excursão (aumento) na parte inferior, que é a extremidade da alavanca. As partes
médias das costelas inferiores se movem lateralmente quando são elevadas, aumentando a dimensão transversal
(movimento em alça de balde). Já a associação dos movimentos das costelas (setas) que ocorrem durante a
inspiração forçada aumenta as dimensões AP e transversal da caixa torácica. O tórax, então, alarga-se durante a
inspiração forçada quando as costelas são elevadas (setas); e se estreita durante a expiração, enquanto as
costelas são abaixadas (setas) (MOORE; DALLEY; AGUR, 2019).
O movimento básico de inspiração (em repouso ou forçada) é a contração do diafragma, que aumenta a
dimensão vertical da cavidade torácica (setas). Quando o diafragma relaxa, é empurrado para cima pela
descompressão das vísceras abdominais, reduzindo a dimensão vertical para a expiração (MOORE; DALLEY;
AGUR, 2019).
A seguir, destacamos os músculos que atuam na inspiração normal. Clique e confira!
Intercostais externos
Cuja função é promover a elevação das costelas.
Diafragma
Aumenta a dimensão longitudinal do tórax e eleva as costelas inferiores. Durante a inspiração calma, a contração
do diafragma responde isoladamente por 75% da inspiração.
Você já deve ter reparado que, quando realizamos uma atividade física intensa, utilizamos outros músculos para
aumentar ainda mais o volume do tórax. Chamamos esse tipo de inspiração de “inspiração forçada”.
Os músculos acessórios que agem na inspiração forçada são:
• esternocleidomastoideo: eleva o esterno;
• escaleno anterior: eleva a clavícula;
• escaleno médio: eleva as duas primeiras costelas;
• escaleno posterior: eleva as duas primeiras costelas.
Com relação à expiração, esta ocorre passivamente durante a respiração calma, resultante da retração elástica
•
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VAMOS PRATICAR?
Para atletas da natação, é fundamental aumentar o tempo de apneia (capacidade de ficar sem
respirar debaixo d’água), já que o maior deslocamento subaquático e menor número de
respirações pode aumentar a vantagem de tempo. O treino de apneia exige muita dedicação e
esforço físico por parte do atleta, pois envolve não só melhorar sua capacidade de inspirações
forçadas, mas, também, sua resistência ao acúmulo de gás carbônico na corrente sanguínea.
Nesta atividade, vamos, então, exercitar seu conhecimento?
Imagine que você é treinador da equipe de natação do Clube Reino Unido, o mais importante
do Estado. Joana é atleta do clube, no nado livre, na modalidade 200 metros. Ela tem 14crawl
anos e está passando da categoria infantil para a juvenil,por isso, precisa se adequar
fisicamente às novas demandas. Ela deve aumentar a capacidade respiratória e o tempo de
apneia voluntária submersa. Para tanto, você terá que trabalhar com Joana a inspiração
forçada.
Nesse caso, quais são os músculos da respiração calma que participam da inspiração? Quais
músculos acessórios podem ser utilizados para aumentar as dimensões da caixa torácica? Que
movimentos cada um deles executa? Quais alterações fisiológicas podem decorrer da apneia
prolongada?
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Com relação à expiração, esta ocorre passivamente durante a respiração calma, resultante da retração elástica
passiva dos pulmões. Quando há uma expiração forçada, como no exercício físico, na tosse ou quando sopramos
contra uma resistência (quando enchemos uma bexiga), ocorre a participação dos músculos da parede
abdominal. São eles: intercostais internos e músculos abdominais (músculo reto do abdome, oblíquos internos e
externos e transverso), sendo que estes abaixam as costelas inferiores e comprimem o conteúdo abdominal.
Embora os músculos da respiração sejam a parte ativa do processo, o ar não entrará nos pulmões sem ação das
pleuras. Estas são membranas de tecido seroso que revestem externamente os pulmões e internamente a
cavidade pleural.
A parte da pleura que reveste o pulmão recebe o nome de “pleura visceral”, encontrada, inclusive, na face do
pulmão, entre as fissuras e os lobos. A parte que reveste a cavidade torácica é a “pleura parietal”, que reveste não
só a parede interna do tórax, mas, também, o diafragma.
Entre as pleuras visceral e parietal há um espaço muito pequeno, chamado de “cavidade pleural”, repleta de
líquido pleural, produzido pela própria pleura parietal ao filtrar o plasma sanguíneo. A pequena quantidade de
líquido pleural cria uma pressão negativa entre as partes, fazendo com que elas fiquem firmemente aderidas.
Para entender melhor como as pleuras se mantém unidas pelo líquido pleural, vamos fazer uma comparação? Ao
lavar alguns copos, você já os empilhou um dentro do outro, ainda molhados? Se nunca fez isso, faça e observe.
Veja que a fina película de água faz pressão entre as superfícies lisas do vidro do copo — assim como o líquido
pleural nas pleuras —, tornando-se impossível separá-los, embora possamos deslizá-los um sobre o outro,
girando. Assim, quando os músculos da respiração se contraem, eles tracionam a parede do tórax, que está
aderida à pleura parietal, aderida à pleura visceral pelo líquido pleural. Por sua vez, a pleura visceral está
aderida ao pulmão. Dessa forma, a tração realizada pelos músculos é transmitida aos pulmões e este se expande
para a inspiração.
Como a pleura parietal reveste totalmente a cavidade torácica internamente, ela forma recessos e vãos entre o
diafragma e a parede do tórax. Tais vãos recebem o nome de “recessos costodiafragmáticos”.
Caso aumente a quantidade de líquido pleural na cavidade pleural, haverá separação entre as pleuras parietal e
visceral e, mesmo que os músculos da respiração se contraiam, eles não conseguirão tracionar o pulmão.
Chamamos essa condição de “derrame pleural”. Além disso, quando a separação das pleuras ocorre por entrada
de ar entre elas, há “pneumotórax”; quando houver entrada de sangue, haverá “hemotórax”; e, caso haja entrada
de quilo (linfa), diremos que houve “quilotórax”. Observe a figura a seguir.
VOCÊ QUER LER?
Para aprofundar seu conhecimento sobre os músculos da respiração, sugerimos a leitura do
livro “Fisiologia respiratória: princípios básicos”, de John B. West. A obra é um clássico entre os
profissionais educadores físicos e fisioterapeutas, os quais se dedicam ao estudo da Fisiologia
do exercício.
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Figura 16 - Pleura e pulmões
Fonte: logika600, Shutterstock, 2019.
Agora que já conhecemos bastante sobre a estrutura das vias aéreas inferiores e da cavidade torácica, vamos
aproveitar para estudar um pouco de anatomia viva?
A anatomia viva se refere ao estudo dos órgãos em pessoas vivas, como atletas e pacientes de quem você cuidará
quando se formar. Faremos tal estudo por meio de radiografias de tórax. Em uma radiografia de tórax,
poderemos ver em cores mais claras as estruturas com maior densidade de tecido, como os ossos; e em cores
mais escuras as estruturas com menor densidade, como o pulmão repleto de ar.
Acompanhe a figura na sequência.
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Figura 17 - Radiografia de tórax
Fonte: Thomas Hecker, Shutterstock, 2019.
Na figura, podemos observar ossos em branco. As costelas se articulam posteriormente com a coluna vertebral
(arco costal posterior) e anteriormente com o esterno por meio da cartilagem costal. Como as cartilagens não
podem ser analisadas em radiografias, tem-se a impressão de que o arco costal anterior está flutuando no tórax.
Além disso, também podemos notar o pulmão e os espaços aéreos da traqueia em preto. Na região medial,
observa-se em cinza médio a trama vasobrônquica, uma sobreposição dos brônquios e dos vasos pulmonares,
distribuindo-se para o interior do pulmão.
A radiografia de tórax é o principal exame para avaliação do tórax no pronto-socorro, mais utilizada para a
avaliação inicial de pulmão, mediastino, vias aéreas, cavidade pleural e parede torácica. Ela permite que o
médico possa dar o diagnóstico de inflamações e infecções pulmonares (pneumonia), edema pulmonar,
hemorragia, aspiração de corpos estranhos, tromboembolismo pulmonar, isquemia e neoplasias.
Entretanto outros exames de imagem, também podem ser realizados para ajudar a diagnosticar as doenças
pulmonares:
• ultrassom dos pulmões: permite diagnosticar pneumotórax, derrame pleural e regiões de necrose 
pulmonar;
• tomografia computadorizada: permite uma visão minuciosa do tecido pulmonar, com a identificação 
de cada um dos segmentos do pulmão. Também permite a visualização de massas e nódulos, alterações 
em vasos sanguíneos e vias aéreas de pequeno calibre.
Vamos, agora, consolidar os conhecimentos adquiridos até o momento realizando o exercício a seguir?
A cavidade torácica aloja, além dos órgãos respiratórios, outras estruturas anatômicas, como o coração e os
vasos da base, o esôfago, o ducto torácico e o timo. Os movimentos respiratórios realizados na caixa torácica
podem influenciar o funcionamento dos órgãos ali contidos, em especial do coração, já que o aumento e a
redução da pressão intratorácica interferem no ciclo e débito cardíaco.
Síntese
Chegamos ao fim da primeira unidade desta disciplina. Aqui, foram abordadas as estruturas que compõem o
sistema respiratório e suas respectivas funções, desde a entrada e condução do ar até seu condicionamento e a
chegada à membrana alvéolo-capilar, onde acontecem as trocas gasosas. A composição dos tecidos das
diferentes partes do sistema respiratório também foi abordada, assim como sua correlação com as funções
•
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chegada à membrana alvéolo-capilar, onde acontecem as trocas gasosas. A composição dos tecidos das
diferentes partes do sistema respiratório também foi abordada, assim como sua correlação com as funções
exercidas.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer a função do sistema respiratório;
• analisar os tipos de epitélios presentes nos órgãos que compõem o sistema respiratório;
• entender os mecanismos de defesa das vias aéreas e do organismo;
• identificar as estruturas das vias aéreas superiores e inferiores;
• perceber as estruturas que formam os alvéolos;
• identificar os músculos que participam do processo de respiração.
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