RESUMO PERIO I - MONITORIA

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Material de revisão de Periodontia I (conteúdos até A1).
 2022.2
PERIODONTIA I
· ANATOMIA MACROSCÓPICA E MICROSCÓPICA DO PERIODONTO
 Periodonto de proteção Periodonto de sustentação
 (Gengiva) (Lig. periodontal, cemento radicular e osso alveolar)
O periodonto é responsável por inserir o dente no tecido ósseo da maxila e mandíbula e a manter a integridade da mucosa mastigatória da cavidade oral (LINDHE). Ele é formado pelo periodonto de proteção (gengiva) e periodonto de sustentação (ligamento periodontal, cemento radicular e osso alveolar). Seus componentes formam uma unidade de desenvolvimento, biológica e funcional no qual a saúde destes tecidos é essencial para a integridade e correto funcionamento da cavidade oral. 
1. GENGIVA
1.1 Anatomia macroscópica
A gengiva é a parte da mucosa mastigatória que cobre o processo alveolar e circunda a porção cervical dos dentes. Ela é dividida em duas:
· Gengiva livre – margem coronal, cobre a junção cemento-esmalte.
· Gengiva inserida – margem apical, processo ósseo alveolar mais mucosa alveolar. 
Observações: 
1- Linha ou junção muco gengival é a área onde há separação da gengiva livre com a inserida;
2- Gengiva interdental - as chamadas papilas gengivais ou interdentais são uma prorrogação da gengiva livre que preenchem o espaço entre um dente e outro.
3- A vascularização da gengiva é proveniente do periósteo;
4- A gengiva se insere a partir do cemento subjacente e osso alveolar;
5- A gengiva é condicionada pelo dente.
	O fenótipo periodontal é uma característica fundamental para o planejamento e a previsibilidade do tratamento odontológico. Eles são três:
1. Tipo A1- fino e festonado
2. Tipo A2- espesso e festonado
3. Tipo B- espesso e plano
 
 FIGURA- Aspecto clínico dos biótipos periodontais: (A) fino; (B) espesso; (C) intermediário. 
DETERMINAÇÃO do biótipo periodontal através da análise de fotografias intra-orais. [S. l.], 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rounesp/a/3NtvQdykh7zBSgmtvZDDPpQ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 1 set. 2022.
 
 
	
Existem 5 características clínicas observadas no periodonto de proteção clinicamente normal, são elas:
1.Gengiva rosa;
2. Consistência firme;
3. Superfície opaca;
4. Contorno parabólico na cervical – em dentes anteriores: possui forma piramidal na porção interdental. Em dentes posteriores: formato achatado no sentido vestíbulo-lingual;
5. Sulco gengival sem sangramento à sondagem.
1.2 Anatomia microscópica
A gengiva consiste em uma camada de epitelial oral, epitélio juncional e um tecido conjuntivo subjacente chamado de lâmina própria, formado principalmente de queratinócitos e aderido epitelialmente pelas presenças de hemidesmossomos.
 
Observações: 
Desmossomos (adesão epitelial) – epitélio à membrana basal
 
 
O epitélio oral- é pavimentoso estratificado, paraqueratinizado. Possui quatro camadas: basal, espinhosa, granulosa e queratinizada. Seu principal tipo celular são os queratinócitos (90%).
 O epitélio juncional- é derivado do epitélio reduzido do esmalte. Possui duas camadas: basal e supra basal. Possui alta taxa de renovação celular.
	epitélio oral
	epitélio juncional
	células menores
	células maiores
	menos espaço intercelular
	maior espaço intercelular
	maior quantidade de desmossomos
	menor quantidade de desmossomos
	interdigitações com o tecido conjuntivo
	não possui interdigitações com o tecido conjuntivo
Tecido conjuntivo- é o componente tecidual predominante da gengiva e ligamento periodontal, formado principalmente por fibras colágenas e fibroblastos. Sua função é de proteger as estruturas periodontais do ambiente externo, dar suporte e fixação dos dentes e suporte para o tecido epitelial. Sua matriz é essencial para manutenção da função normal do tecido pois interliga as células e faz o transporte de água, eletrólitos e nutrientes. 
 ESPAÇO BIOLÓGICO
MODIFICADO DE: Lang, Niklaus, P. e Jan Lindhe. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral, 6ª edição . Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527733052/epubcfi/6/22%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter01%5D!/4/130/2
Espaço biológico é o tecido de inserção supracrestal formado por epitélio juncional e inserção conjuntiva, esta entidade anatômica representa a união entre os tecidos gengivais e as superfícies dentárias, ou seja, a união dentogengival.
Defesas da gengiva: a gengiva possui mecanismos de defesas, são eles: 
a) Barreira epitelial; 
b) Ação lubrificante da saliva; 
c) Descamação epitelial; 
d) Fluido gengival; 
e) Imunoglobulinas no fluido gengival; 
f) PMNs (polimorfonucleares–células em resposta a antígenos, neutrófilos) do sulco.
2. LIGAMENTO PERIODONTAL
O ligamento periodontal se situa entre o cemento que cobre a raiz do dente e o osso que se forma a parede alveolar. Sua função é fornecer sustentação dos dentes dentro de seus próprios alvéolos, ao mesmo tempo que permite que eles suportem forças ao distribuí-las para o processo alveolar e osso alveolar. É constituído por células e por matriz extracelular. Entre as células que fazem parte dele está: osteoblastos e osteoclastos; fibroblastos; restos epiteliais de Malassez. O ligamento é formado por grupos de fibras colágenas demostradas abaixo: 
Lang, Niklaus, P. e Jan Lindhe. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral, 6ª edição. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527733052/epubcfi/6/22%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter01%5D!/4/498%5Bfig1-58%5D/2%4054 :25
Legenda:
Fibras da crista alveolar (ACF; do inglês, alveolar crest fibers)
•Fibras horizontais (HF; do inglês, horizontal fibers)
•Fibras oblíquas (OF; do inglês, oblique fibers)
•Fibras apicais (APF; do inglês, apical fibers).
3. CEMENTO RADICULAR
Cemento Radicular ele é definido como um tecido mineralizado (65% dele), que reveste as superfícies radiculares e algumas porções dos dentes, ele é avascularizado, sem inervação, não sofre remodelação e nem absorção fisiológica, mas possui uma formação contínua ao longo de toda a vida, ele conecta as fibras do ligamento periodontal à raiz e contribui para a reparação da superfície radicular danificada. É formado por células do tipo cementoblastos e cementóide. Os tipos de cemento podem ser: acelular afibrilar, acelular de fibras extrínsecas, celular estratificado misto e celular de fibras intrínsecas.
4. OSSO ALVEOLAR
Osso Alveolar é formado pelos osteoblastos, osteócitos e osteoclastos, este é composto de osso lamelar incluindo lamelas circunferenciais. É constituído de osteons com vasos sanguíneos no canal de Havers ao centro. Sua função é ter inserido em si as fibras do ligamento periodontal e distribuir as forças geradas pela mastigação e outros contatos. Contém o processo alveolar que é a parte da maxila e mandíbula que forma e dá suporte aos alvéolos dentários. O osso alveolar está sujeito a processos de reabsorção em casos de doenças no periodonto, esse processo está sempre associado aos osteoclastos que são especializados na degradação da matriz e dos minerais.
ATENÇÃO!!!
A aparência da mucosa e os aspectos clínicos, em conjunto com os exames (ex. sondagem) nos dá muitas dicas sobre a sua saúde, pois as bactérias do biofilme e suas toxinas invadem o sulco gengival e o epitélio juncional e causam a inflamação no tecido conjuntivo gengival. Com isso, os tecidos ficam fragilizados e passam a se separar dos dentes, criando espaços que facilitam a entrada de mais bactérias em regiões mais internas, desestabilizando todo a anatomia saudável periodonto e levando a doenças como gengivite e/ou periodontite.
 
· PLACA DENTAL SUPRAGENGIVAL E SUBGENGIVAL. CÁLCULO. A PLACA COMO UM BIOFILME.
“O termo biofilme descreve uma comunidade microbiana relativamente indefinida associada a superfície de um dente ou qualquer outro material duro não descamativo”.
· Substância organizada eresiliente, que adere firmemente às superfícies duras intraorais (dente, restaurações e próteses). 
O BIOFILME É FATOR ETIOLÓGICO PRIMÁRIO DA DOENÇA PERIODONTAL!
1. Placa dental como um biofilme
1.1 Biofilme Supragengival
· É encontrada na margem gengival ou acima desta; 
· Predomínio de espécies aeróbicas (Ambiente aeróbico);
· Fonte de nutrientes – dieta dissolvida na saliva;
· Quanto mais organizado, mais difícil de removê-la.
1.2 Biofilme Subgengival
· É encontrada abaixo da margem gengival, entre os dentes e o epitélio da bolsa gengival;
· Predomínio de espécies anaeróbicas; 
· Fonte de nutrientes – proveniente dos tecidos periodontais e de produtos sanguíneos.
Predominância de grupos de bactérias encontradas em diferentes locais sobre a superfície dentária, e características fundamentais de todos os hábitats.
Lang, Niklaus, P. e Jan Lindhe. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral, 6ª edição. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527733052/epubcfi/6/22%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter01%5D!/4/498%5Bfig1-58%5D/2%4054 :25
2. Formação do biofilme dental
Representação esquemática dos diferentes estágios na formação dos biofilmes dentários.
	
	 
A. A película se forma sobre superfície dentária limpa (1). As bactérias são transportadas passivamente para as superfícies dentárias (2 I), nas quais elas podem ser mantidas de modo reversível por fracas forças de atração de longo alcance (2 II). 
B. A ligação se torna mais estável graças a interações moleculares estereoquímicas específicas entre adesinas na bactéria e receptores complementares na película (3), e colonizadores secundários se ligam aos colonizadores primários já ligados por interações moleculares (coadesão) (4). 
C. O crescimento resulta em maturação do biofilme, facilitando uma ampla gama de interações intermicrobianas (sinérgicas e antagônicas) (5). Em algumas ocasiões, as células se desprendem e colonizam outros locais (6). (Fonte: Marsh e Martin, 2009. Reproduzida, com autorização, de Elsevier.)
Lang, Niklaus, P. e Jan Lindhe. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral, 6ª edição. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527733052/epubcfi/6/22%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter01%5D!/4/498%5Bfig1-58%5D/2%4054 :25
3. Cálculo Dental
· Biofilme dental mineralizado
· Secreção das glândulas salivares contribui para a formação maior em algumas áreas. 
3.1 Cálculo Supragengival
· Localiza-se coronalmente à margem da gengiva (é visível na cavidade oral) - É encontrado predominantemente próximo a saída dos ductos excretores das glândulas salivares (face lingual dos incisivos centrais inferiores ou face vestibular dos primeiros molares superiores).
CÁLCULO dental. [S. l.], 2021. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lculo_dental. Acesso em: 23 set. 2022.
3.2 Cálculo Subgengival
· Está localizado abaixo da crista gengival marginal (não é visível em um exame clínico de rotina) - Detectado pela sensibilidade tátil e as vezes em radiografias periapicais.
ACESSO CIRÚRGICO PARA RASPAGEM – OTIMIZANDO O TRATAMENTO PERIODONTAL: RELATO DE CASO. [S. l.], 2019. Disponível em: https://openrit.grupotiradentes.com/xmlui/bitstream/handle/set/3476/ACESSO%20CIR%C3%9ARGICO%20PARA%20RASPAGEM%20%E2%80%93%20OTIMIZANDO%20O%20TRATAMENTO%20PERIODONTAL%20-%20RELATO%20DE%20CASO%20%28UNIT-SE%29.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 22 set. 2022.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ASPECTOS clínicos e histológicos da gengiva: revisão de literatura / Clinical and histological aspectsofgun: literature review. [S. l.], 2005. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-428055. Acesso em: 4 abr. 2022.
2. CLASSIFICAÇÃO das Doenças e Condições Periodontais e Periimplantares 2018: guia Prático e Pontos-Chave. REVISTA DE ODONTOLOGIA DA UNESP, [S. l.], p. 189-197, 4 jul. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rounesp/a/F9F6gnVnNm6hFt6MBrJ6dHC/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 3 abr. 2022.
3. DETERMINAÇÃO do biótipo periodontal através da análise de fotografias intra-orais. [S. l.], 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rounesp/a/3NtvQdykh7zBSgmtvZDDPpQ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 1 set. 2022.
4. LANG, Niklaus P.; LINDHE, Jan. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral, 6ª edição. Grupo GEN, 2018. 9788527733052. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527733052/. Acesso em: 03 abr. 2022. 
5. SAÚDE gengival de adolescentes e a utilização de serviços odontológicos, Estado de São Paulo. [S. l.], 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/WnNtHXD9NgnphJdrtYNwH4j/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 5 abr. 2022.