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Atendimento Pré-Hospitalar em Queimaduras

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Queimadura�
Atendimento Pré-Hospitalar
Segurança da cena
Afastar a vítima da fonte de calor
Retirar roupas e jóias
Resfriar a lesão - Água em temperatura ambiente dentro dos primeiros 15 minutos (em
queimadura química prefere-se água morna)
Prevenir hipotermia - Envolver o doente com lençóis e panos secos (mesmo que grudar na
ferida - Fazemos analgesia antes de tirar para amenizar esse problema)
Indicar centro especializado de tratamento de queimado:
● Queimadura de segundo grau > 10%
● Queimadura de terceiro grau independente da porcentagem
● Queimadura envolvendo a face, olhos, ouvidos, mãos, pés, genitália, períneo ou
grandes articulações
● Queimadura elétrica ou química
● Lesão por inalação
● Comorbidades que podem piorar o quadro
● Outro trauma associado
A - Vias aéreas e coluna cervical
OBS - Devemos avaliar a cinemática do trauma (ex: paciente queimado por água quente
não precisaria de colar cervical)
Evidências de envolvimento de via aérea
● Queimadura de face e cervical
● Edema de glote
● Vibrissas nasais e cilios queimados
● Rouquidão
● Estridor
● Escarro carbonáceo
● Confusão mental
● Confinamento no local de incêndio
● Explosão com queimadura de cabeça e tronco
● Níveis sanguíneos de carboxi-hemoglobina > 10%
Indicação de IOT precoce
● Sinal de obstrução de via aérea - Rouquidão, uso de musculatura acessória e
retração esternal
● SCQ > 40-50 %
● Queimaduras faciais extensas e profundas
● Queimaduras no interior da boca
● Edema significativo ou risco para edema
● Dificuldade na deglutição
● Sinais de comprometimento respiratório - Incapacidade de clarear secreções, fadiga
respiratória, oxigenação/ventilação insuficientes
● Rebaixamento do nível de consciência
● Transferência de grande queimado com equipe de transporte não treinada para
acesso imediato a via aérea
B - Respiração
Lesão térmica - Fumaça quente
● Região supraglótica - Dificilmente a lesão chega na traqueia, já que o calor se
dissipa na laringe
● Clínica - Queimadura de face associada, hiperemia, rouquidão, estridor
● Diagnóstico - Clínica + laringoscopia
● Tratamento - IOT precoce
Lesão química - Fumaça suja
● Região subglótica
● Clínica - Sibilos, tosse, escarro carbonáceo/melanoptiase
● Diagnóstico - Broncoscopia +/- cintilografia
● Tratamento - Broncodilatador + Nebulização de heparina + Nebulização de
N-acetil-cisteína
Gases tóxicos
● Sangue
● Monóxido de carbono - Impede a ligação do oxigênio a hemoglobina
● Cianeto - Impede a respiração celular
● Clínica - Cefaléia e alteração do nível de consciência
● Diagnóstico - Dosagem de COHb, cianeto e lactato
● Tratamento - Aumentar a FiO2 e hidroxicobalamina (antídoto para o cianeto)
C - Circulação
Acesso venoso periférico de preferência em membros superiores
● Punção da área queimada é permitida na presença de grande área acometida
● No caso de veia periférica trombosada pode-se usar dissecção de veia safena e
acesso intra ósseo em crianças
Preferir o Ringer lactato aquecido
Regra dos 9 (regra de Wallace) - OBS: Primeiro grau não conta
● Genital e Mão - 1%
● Cabeça e membros superiores - 9%
● Membros inferiores, tórax e abdome - 18%
● Tronco - 36%
Regra dos nove de Wallace
Cálculo da hidratação
● Fórmulas
○ Parkland = 4 x SCQ x Peso
○ ATLS = 2 x SCQ x Peso (mais atual)
● Até 24 horas - 1/2 em 8 horas + 1/2 em 16 horas (OBS - considerar a hora do
trauma e não a hora de início da infusão)
● Após 24 horas - Hidratação conforme a diurese (manter em 0,5 mL/kg/h e 1 ml/kg/h
em <14 anos)
D - Disfunção neurológica
E - Exposição
Retirar roupas e jóias
Resfriar a lesão - Água em temperatura ambiente dentro dos primeiros 15 minutos (em
queimadura química prefere-se água morna)
Prevenir hipotermia - Envolver o doente com lençóis e panos secos (mesmo que grudar na
ferida - Fazemos analgesia antes de tirar para amenizar esse problema)
Cuidados com a ferida
Primeiro grau - Epiderme - (ex: queimadura solar) - Analgesia e hidratante
Segundo grau - Derme
● Características
○ Vermelhidão
○ Bolhas
○ Diminuição da sensibilidade tátil
● Classificação
○ Superficial (papilas dérmicas)
○ Profunda (derme reticular)
● Conduta
○ Limpeza
○ Desbridamento - Tirar a bolha ( Algumas literaturas não recomendam)
○ Antimicrobiano tópico - Sulfadiazina de prata e outros (acetato de mafenida,
nitrato de prata, nitrato cério)
○ Curativo
○ Enxerto - Ferida profunda dependendo do local e tamanho
Terceiro grau - Subcutâneo
● Características
○ Escaras
○ Área pálida (parecida com cera)
○ Coloração vermelho amarelada
○ Presença de vasos coagulados na base
○ Textura firme (semelhante a couro)
○ Não há dor na ferida - mas há dor ao redor (locais com queimadura de
segundo grau)
● Conduta
○ Limpeza
○ Desbridamento
○ Antimicrobiano tópico - Sulfadiazina de prata e outros (acetato de mafenida,
nitrato de prata, nitrato cério)
○ Enxerto - Ferida profunda dependendo do local e tamanho
○ Escarotomia - Casos de síndrome compartimental ou em casos de
insuficiência respiratória por redução da expansibilidade torácica
Quarto grau - Acomete tecido subcutâneo, músculo e osso
Outras Medidas
Analgesia - Opióide endovenoso (Morfina IV)
Profilaxia do tétano
● Reforço da dT - Para quem já tomou a vacina
● Soro antitetânico - Para quem nunca tomou a vacina
Resposta Endócrina e Humoral à queimadura
Choque da queimadura - Aumento da permeabilidade capilar, gerando perda de líquido
para o terceiro espaço
Hipermetabolismo
● Liberação de cortisol, catecolaminas e glucagon - Lipólise periférica (esteatose
hepática) e proteólise intensa
● Dieta hiperproteica, uso de betabloqueadores para reduzir o gasto energético,
esteróides anabólicos (oxandrolona, rhGH e IGF-1)
Resposta imune a queimadura - Susceptibilidade a pneumonias bacterianas, infecções
virais e fúngicas e infecções da área queimada
Queimadura Elétrica
Causa lesão interna - Principalmente músculo
Manifestações
● Ausência de pulso - PCR por fibrilação ventricular ou assistolia
● Fraturas decorrentes de espasmos tetânicos
● Rabdomiólise
○ Urina escura + CPK ≥ 5x
○ IRA
● Síndrome compartimental - Dor desproporcional + parestesia + diminuição de
pulso
Manejo
● RCP - Nos casos de PCR
● Hidratação vigorosa - 4 x kg x SCQ (diurese 1 a 1,5 mL/kg/dia)
● Monitorização cardíaca
● Fasciotomia - Nos casos de síndrome compartimental
Queimadura Química
Agentes - Ácidos e álcalis (mais grave)
Tratamento - Irrigação com água fresca 15 a 20 litros (nesse caso a irrigação precede o
ABCDE)
OBS - Não usar neutralizantes
Referência
Medcurso 2022 - Cirurgia - Volume 3

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