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Queimaduras: Agentes, Classificação e Tratamento

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Lesões decorrentes de agentes (energia 
térmica, química ou elétrica) capazes de 
produzir calor excessivo e danificar os 
tecidos, acarretando morte celular. 
AGENTES 
• Físicos 
Temperatura→ vapor, objetos 
aquecidos, água quente, chama etc. 
Eletricidade→ corrente elétrica, raio 
etc. 
Radiação→ sol, aparelhos de raios X, 
raios ultra-violetas. 
• Químicos 
Produtos químicos→ ácidos, bases 
etc. 
• Biológicos 
Animais→ lagarta-de-fogo, água-
viva, medusa etc. 
Vegetais→ látex de certas plantas, 
urtiga etc. 
 
SOBREVIDA 
• % de Superfície Corpórea (melhor 
preditor de Sobrevida) 
• Idade – Comorbidades 
• Lesão inalatória (aumenta em 7x a 
mortalidade) 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Estima-se que ocorrem um milhão de 
acidentes com queimaduras/ano no Brasil, 
2/3 em domicílio, 58% das vítimas são 
crianças. Principal agente→ 
líquido/alimento superaquecido. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Graus - Profundidade 
PRIMEIRO GRAU 
• Superficial – Epiderme; 
• Não há alteração hemodinâmica nem 
clínica; 
• Há reepitelização total sem cicatriz 
em 3 a 6 dias; 
• Hiperemia e dor. 
• Tratamento: hidratação, analgesia e 
loção calmante. 
 
 
 
 
SEGUNDO GRAU 
• Epiderme + derme 
• Superficial – derme parcial 
• Profundo – derme profunda 
• Preserva anexos cutâneos 
• Presença de bolhas (Flictenas) 
• SUPERFICIAL (derme papilar) – base da 
bolha é rósea, úmida e dolorosa; restauração 
sem sequelas de 10-14 dias. 
• PROFUNDA (derme reticular) – base 
da bolha é branca, seca e menos dolorosa. A 
restauração é lenta (20-35 dias) e deixam 
CICATRIZES. 
• Tratamento: Hidratação, curativos 
hidratantes. Pode precisar de enxertos. 
 
 
 
 
TERCEIRO GRAU 
• Queimadura total da pele (epiderme e 
toda a derme) atinge todos os apêndices da 
pele, inclusive nervo, pode atingir vasos, 
músculos e ossos. 
• Indolor (queima nervos). 
• Cor branca, amarela ou marrom. 
• Inelástica, em aspecto couráceo. 
• Não há cicatrização espontânea 
(tecidos anexos destruídos), é necessário 
enxerto. 
• Queimaduras circunferenciais de 3º 
grau no tórax que diminuam a 
expansibilidade, ou em casos de síndrome 
compartimental→ Fazer Escarotomia. 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
• Lesão tecidual + exposição do 
colágeno. 
• Cascata de eventos→ ALTERAÇÃO DA 
PERMEABILIDADE CAPILAR (APC) + EDEMA, 
 
gerando dois riscos: 1º Risco: Choque 
hipovolêmico (Burn Shock); 2º Risco: Perda 
de eletrólitos. 
• A perda da barreira mecânica gera um 
3º Risco: Choque séptico 
• 4º Risco: Acidose metabólica devido ao 
aumento do catabolismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPOSTA METABÓLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Riscos: Aumento da permeabilidade capilar 
(extravasamento excessivo→ edema e pouco 
líquido circulante→ choque hipovolêmico e 
perda de eletrólitos. Perda da barreira 
mecânica→ alteração do sistema imune, 
invasão de bactérias→ choque séptico, 
aumenta catabolismo para recuperação → 
acidose metabólica. 
*Paciente queimado que acaba de chegar no 
PS, maior risco: choque hipovolêmico (ainda 
não houve tempo para bactérias infectarem) 
Aumenta permeabilidade em resposta ao 
trauma (não por ação direta do fogo nos 
vasos) para tentar levar neutrófilos e 
macrófagos através das interleucinas que 
aumentam a permeabilidade capilar, isso 
aumenta com a extensão da queimadura. 
 
ÁREA QUEIMADA 
-Importância: Prognóstico e Hidratação. Não 
se leva em conta as áreas com queimaduras 
de 1º grau. 
- Regra dos Nove (Wallace) 
No adulto: Cada braço tem 9% (4,5 anterior 
e 4,5 posterior), a cabeça tem 9% (4,5 
anterior e 4,5 posterior), 18% cada perna (9 
anterior e 9 posterior), 36% tronco (18 
anterior e 18 posterior, sendo 9 tórax e 9 
abdome). Palma da mão (sem os dedos) 
equivale a 1% da área corporal. Quanto 
maior a área queimada, maior o risco de 
choque hipovolêmico→ precisa de mais 
reposição de volume. 
- Método rápido, prático, fácil de memorizar 
e pouco preciso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- LUND BROWDER: Mais avançado médodo 
de cálculo de área queimada; Leva em 
consideração as várias faixas de idade com 
precisão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIDRATAÇÃO 
- Fórmula de Parkland 
 
 
*SCQ: Superfície Corporl Queimada 
2 a 4ml (considerar 4) 
A solução deve ser admnistrada nas 
primeiras 24 horas. 50% nas primeiras 8 
horas APÓS O TRAUMA. Os outros 50% nas 
horas restantes. Ex: paciente chega com 
27% de SCQ, após 1 hora do trauma, 70 kg= 
7560ml em 24 horas, metade em 7 horas (o 
trauma foi há 1 hora) e a outra metade nas 
próximas 16 horas. 
• VERIFICAR HIDRATAÇÃO PELA URINA, 
DIURESE NORMAL: 0,5 a 1 ML X KG X HORA 
MANEJO DO QUEIMADO 
MIST – mecanica, injuria, sinais e sintomas 
e tratamento. 
AMPLA – Ambiente (cinemática), medicação, 
patologias, líquidos e alimentação. 
ABCDE 
A- Vias aéreas: Suspeitar de queimadura 
de vias aéras quando: Queimadura de Face; 
Ambiente Fechado; Queimadura de Vibrissas. 
A queimadura de V.A causa edema de Glote→ 
 
fazer intubação precoce. *Análise da 
CarboxiHB. LARINGOSCOPIA / BRONCOSCOPIA 
– DIAG EM 95% 
B- Respiração (administrar O2 – máscara 
umidificada) se suspeita de lesão inalatória 
– escarro carbonáceo, estridor, 
chamuscamento de vibrissas → edema e 
fechamento de glote. Fazer escarotomia em 
casos de queimaduras circunferenciais de 3º 
grau em tórax e abdome que comprometam 
a expansibilidade toráxica. 
C- Circulação: Avaliar se há queimaduras 
no tórax, MMSS e MMII, além da perfusão 
tecidual, repor volume 
D- Avaliar traumas associados (entubar 
se ECG menor que 8) 
E- Exponha a área queimada 
F- Acesso venoso calibroso (periférico) 
G- Instalar sonda vesical de demora e 
SNG, se SCQ > 20% adultos e > 10% em 
crianças 
 
* - Manter diurese 0,5 a 1,0 ml/kg/h 
 - Observar glicemia em crianças, nos 
diabéticos e sempre que necessário. 
 - Na fase de hidratação (nas 24h iniciais), 
evitar o uso de coloide, diurético e drogas 
vasoativas. 
 
• Limpar a ferida com água e 
clorexidina desgermante a 2%. 
• Profilaxia Antitetânica. 
• Bloqueador receptor de H2 - profilaxia 
da úlcera de estresse (Curling). 
• Heparina subcutânea para profilaxia 
do tromboembolismo. 
• Administrar sulfadiazina de prata a 
1% como antimicrobiano tópico. 
• Curativo exposto na face e no 
períneo. 
• Curativo oclusivo em quatro 
camadas: atadura de morim ou de tecido 
sintético (rayon) contendo o princípio ativo 
(sulfadiazina de prata a 1%), gaze 
absorvente/ gaze de queimado, algodão 
hidrófilo e atadura de crepe. 
• Não usar antibiótico profilático. 
ANALGESIA 
- Dipirona 1g ou 15-25mg/kg 
- Morfina 0,5 a 1mg /10 kg 
 
QUEIMADURAS GRAVES - TRANSFERIR PARA 
CTQ (CENTRO DE TRATAMENTO DE 
QUEIMADOS) 
• 2º e 3º graus >10% SCQ em 50anos 
• 2º e 3º graus > 20% SCQ qualquer 
idade 
• 2º e 3º graus com lesões funcionais ou 
face, mãos, pés, genitália, períneo e 
articulações maiores 
• 3º graus > 5% SCQ qualquer idade 
• Queimaduras Elétricas (corrente 
elétrica passa mais facilmente por materiais 
densos, como os ossos, nesses casos, os 
ossos “fritam”, além disso, altera a 
atividade cardíaca. 
• Lesão Inalatória 
• Queimadura circunferencial 
• Queimadura em pacientes com 
doenças associadas 
• Qualquer queimadura associada a 
trauma 
• Hospitais sem condições ou pessoal 
especializado devem transferir paciente 
QUIMIOTERÁPICOS TÓPICOS EM QUEIMADURA 
Sulfadiazinade Prata 1% 
• Droga de escolha (eficácia, 
praticidade, poucos efeitos colaterais) 
• Pode ser usada em curativos abertos 
ou fechados 
• Aplicação Indolor - Camada de 3-5 
mm uma ou duas vezes ao dia 
• Amplo espectro, exceto Enterococo e 
algumas pseudomonas (mediada pelo 
plasmídio) 
• Principal complicação: Leucopenia 
Transitória (3-5 dias após uso continuado), 
é inócua e se resolve com ou sem 
interrupção do tratamento. 
• Pode deixar tatuagens negras devido 
ao ión de prata 
• Inibição branda da epitelização 
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO QUEIMADO FASE 
AGUDA 
Excisões Precoces 
• Retirada de sucessivas camadas com 
faca de blair ou dermatomo + enxertos de 
pele parcial 
• Queimaduras de 2º grau profundo e 3º 
grau 
• Reduz dor, edema e infecção 
 
• Reduz tempo de internação e 
necessidade de fisioterapia 
• Melhora qualidade estética e 
funcional 
• Deve ser feito entre o 4º e 7 º dia da 
queimadura, ou até o 14º dia desde que não 
haja infecção. 
• NÃO excisar áreas maiores que 10% 
da SCQ. 
• CONTRAINDICADO para pacientes que 
responderam mal a fase de ressuscitação, 
cardiopatas/nefropatas/hepatopatas 
descompensados. 
MECANISMO DE CURA 
• 1º grau – regeneração a partir da 
própria epiderme (3-6 dias) 
• 2º grau – restauração a partir dos 
anexos remanescentes 
• Superficial (10-14 dias) 
• Profundo (25-35 dias) 
• 3º grau – cicatrização (enxerto). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURATIVO COM SULFA DE PRATA 
TRANFERIR PARA CENTRO DE TRATAMENTO DE 
QUEIMADOS

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