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Profas. Andrea e Danielle 1 Mecanismos de Doença e Defesa 1 MICROBIOLOGIA AULA 7 – Hepatite Viral Definição Inflamação dos hepatócitos, quando associada ao vírus, ele que vai induzir uma lesão hepática, não só decorrente da sua replicação viral, mas também da resposta imune desencadeada para tentar conter aquela infecção. Causas • Ingestão abusiva de álcool; • Infestação por protozoários; • Medicamentos e agentes químicos tóxicos; • Autoimune; • Infecções (bactérias, fungos e vírus); Sintomatologia Fase aguda • Icterícia; • Febre; • Mal-estar geral; • Fadiga; • Artralgia e mialgia; • Desconforto gastrointestinal; • Hepatomegalia; • Dor abdominal ao toque; • Colúria; • Acolia fecal; PRINCIPAIS VÍRUS da hepatire viral 5 espécies principais que são classificadas como hepatotrópicos primários, ou seja, que tem afinidade pelo fiígado; Hepatite G: Recente, mas já existem casos no Brasil e estão em tendência de aumento; ➢ Hepatite A e E: Possuem a mesma via de transmissão, fecal-oral. Ambos não evoluem para forma crônica - No Brasil, a prevalência é maior da hepatite A. Hepatite E é raro; ➢ Hepatite B, C e D: Podem ser transmitidos pela mesma via, parenteral, sexual e vertical. Todos podem evoluir para forma crônica - Para hepatite C a principal via de transmissão é a parenteral pois é um vírus que está em grande quantidade no sangue, e não em secreções como sêmen, secreção vagina etc, então a transmissão sexual dependeria de micro lesões durante o ato sexual; - Para hepatite C e D as três vias de transmissão são comuns; Profas. Andrea e Danielle 2 Fase crônica ➢ Replicação viral nos hepatócitos; ➢ Resposta imune acontecendo que não consegue fazer o clearance viral (eliminar todos os virus); ➢ Lesão lenta e progressiva; ➢ Figado se regenera; ➢ Substituição do tecdo funcional hepático por um tecido conjuntivo cicatricial decorrente do processo inflamatório (fibrose); ➢ Formação de fibrose e com o passar dos anos, pode acontecer a cirrose, levando a uma falencia hepatica; ➢ Vírus da hepatite B e C também são oncovirus, podem causar câncer hepático ou hepatocarcinoma em um quadro mais grave da doença; Figura acima fígado hígido e figura abaixo mostra hepatocarcinoma e nódulos hepáticos. Principais espécies ➢ Hepatite A e E: Ambos não têm envelope, só o capsídeo, o que os torna mais resistentes, ambos são RNAfs (fita simples positiva), mesma via de transmissão - Tem vacina pra hepatite A mas não para hepatite E; ➢ Hepatite B, C e D: Mesma via de transmissão - Hepatite B: DNAfd (fita dupla); - Todos os outros são RNAfs; - Hepatite C: Taxa de mutação altíssima. Não tem vacina; ➢ Hepatite D ou Delta vírus: não é um vírus, é um virusóide (partícula infectante que não consegue se replicar sozinha na célula). Não existe Hepatite D sozinha, ele depende do vírus da hepatite B pois ele usa seu envelope para se replicar. Não precisa de vacina para Hepatite D pois ele não se replica sozinho, se você combate a hepatite B, combate o D também. Vírus da Hepatite B (HBV) Taxonomia e Caraterísticas gerais ➢ Infecta apenas humanos; ➢ Não existem outros reservatórios; ➢ Elevada viremia; ➢ Detecção viral em diferentes secreções: Múltiplas vias de transmissão; ➢ Resistente a processos para inativação: Não é danificado com álcool, solvente, por conta do seu envelope que contém uma grande quantidade de proteínas. É eliminado com a esterilizaação; ESTRUTURA DO HBV ➢ Envelopado: Onde se localiza proteína S que gera o antígeno que é pesquisado nos exames laboratoriais; ➢ Formato esférico; ➢ Capsídeo hicosaédrico: Onde se localiza a proteína C; Profas. Andrea e Danielle 3 ➢ Material genético: DNA fita dupla circular incompleto; ➢ Tamanho: ~ 42cm ➢ Ag do envelope: AgHBs ou HBSAg ➢ Ag do Core: AgHBc ou GBcAg (Antígeno do vírus da hepatite B do Core ou Capsídeo), AgHBe ou HBeAg - Proteína produzida quando vírus se multiplica e ela é liberada na corrente sanguínea); - Gene C: Região genômica do virus que codifica para proteina do capsideo. Gera a proteina C e a proteina que E (não estrutural que vai pra corrente saguinea do paciente e pode ser dosado - AgHBe), que só é detectado no sangue do paciente quando esse gene C ta sendo trancrito e traduzido; ➢ Polimerase viral: complexo de enzimas que o vírus carreia no seu interior; Região do gene C: em laranja Região S (em azul): Presente no envelope do vírus. Gene selecionado para fazer a vacina da hepatite B. A região S é recortada do genoma do vírus e é inoculada em um fungo não patogênico. Ele produz essa proteina S do vírus que depois é purificada para confecção da vacina. Método: tecnologia do DNA recombinante (recombinçao do DNA em um diferente patógeno). Alta segurança; ➢ Virus hepatrópico – invade hepatócitos ➢ Adesão: Ligação do vírus com a célula. Mediada pela proteína S ➢ Célula endocita vírus. Penetra por endocitose ➢ Dentro da vesícula, no citoplasma da célula alvo, ele entra na etapa de desnudamento para liberar material geetico no interior da célula infectada; ➢ Primeiro perde o envelope por um processo de fusão da mebranbrana do envelope com a memebana do endossoma ➢ Libera o núcleo capsídeo (capsídeo + material genético) na região perinuclear (região com poros); ➢ Nesse processo de descapsidação ele perde proteína do capsídeo e o que vai entrar no núcleo é o material genético e a enzima viral; ➢ Seu material gneético é um DNA de dupla fita circular incompleto. No primeiro momento vai ter um ação da enzima da célula que vai fazer um reparo do DNA, completando essa fita, gerando uma fita de DNA de dupla fita circular completa (DNA repair); ➢ Depois vem a transcrição, onde tem RNA polimerase DNA dependente que vai pegar o DNA do vírus e vai gerar uma cópia de RNA pré-genônimo, que contem toda a informação genômica do vírus transformada em uma fita simples de RNA. Essa fita simples de RNA vai ser utilizada para montagem da partícula viral; ➢ Em paralelo também tem a transcrição desse DNA gerando os RNA mensageiros que codificam para proteina S, C, E.... Eles vão se acoplar com o ribossoma da célula e fazer tradução, e assim gerar as proteínas S, C, E; Profas. Andrea e Danielle 4 ➢ Proteína S é transportada para membrana plasmática do RE – vai fazer envelope; ➢ Proteina C vai sendo organizada para montagem do capsídeo em triângulos, icosaédrico ➢ Proteína E vai para corrente sanguínea pois é solúvel, não é utilizada na estrutura do vírus; ➢ As enzimas polimerases vão se agrupando e vai haver a montagem da partícula viral; - enzima com capsídeo + DNA pré genômico = vai formar o núcleo capsídeo ➢ O vírus precisa adquirir seu envelope, para isso ele vai pra região do RE e brota da membrana plamática do RE, onde lá estao depoistadas as proteinas S e assim ele ganha seu envelope viral. Então vírus está com sua particula completa; ➢ Ele sai da célula pelo processo de exocitose pelo processo de transcrição reversa (RNA vira DNA - em células animal não acontece transcrição reversa, apenas transcrição. Essa trancrição reversa também acontece com o HIV); ➢ Fita de DNA negativa completa é produzida a partir do RNA. Depois a enzima DNA polimerase DNA dependente carreada pelo vírus, vai fazer a segunda cópia do DNA; ➢ Quando sofre exocitose essa enzima para de funcionar, então ele gera uma fita de DNA de dupla fita ciricular incompleto, que é o que caracteriza o vírium, também é chamado de partícula de Dani !! O vírus Delta precisa do vírus B se replicando pois, ele usa particulas ocas geradas pelo vírus B para sair da célula e se tornar um vírus. Então se tem uma vacina que protege contraa replicação do vírus B automaticamente não se tem vírus Delta pois, ele precisa do envelope do B para se tornar uma partícula infectante. Por isso o vírus Delta é considerado um viruzoide, ou seja, depende de um outro vírus ajudante para completa o seu ciclo de replicação. A esquerda: Partícula infectante ou Partícula de Dani A direita: Partículas defectivas ou defeituosas (subviral particle), tubulares ou esféricas, que o vírus Delta usa para botar o seu genoma dentro e sair da célula para infectar uma nova célula Antígeno S está presente tanto na partícula de Dani quanto nas defeituosas, isso pode ser uma hipótese para alta taxa de cura da Hepatite B, pois a cura da hepatite B depende da resposta imunológuca do indivíduo controlar toda replicação viral. Cerca de 80 a 90% da fase aguda não cronifica, cura. !! Vacina da Hepatite B: Indíviduo recebe proteina S. Então vai produzir anticorpo que vai reconhecer essa proteína. Altos níveis de anticorpo AntiHBs ou AntiAgHBS. Esse anticopro vai fazer a neutralização da partícula viral, impedindo que virus entre na célula. E caso ele entre, o individuo também vai ter uma imunidade celular que são células TCD8 que vão reconhecer a célula infectada e matá-la, fazendo com que o vírus não consiga se propagar; Transmissão ➢ Sexual; ➢ Parenteral; ➢ Vertical/perinatal; Grupos de risco: Profas. Andrea e Danielle 5 ➢ Prostitutas, indivíduos promíscuos/DST, presidiários, UDI (Usuários de Drogas Injetáveis); ➢ Hemofílicos; ➢ Profissionais da área de saúde; Epidemiologia ➢ Problema de Saúde Pública Mundial; ➢ 2 bilhões de indivíduos já infectados no mundo; ➢ 350 milhões com infecção crônica no mundo; ➢ 2.000 portadores crônicos – Brasil; ➢ Distribuição etária principal: 15-29 anos; ➢ Elevado número de portadores assintomáticos; Evolução Clínica x HBV ➢ 90% chance de cura; ➢ 9% evolui para forma crônica (HBsAg durante mais de 6 meses); ➢ 1% evolui para hepatite fulminante; ➢ RN 90% - Mãe com hepatite quando transmite para o RN ele tem 90% de chance de cronificar; ➢ Importante tratar o paciente o quanto antes – melhor prognóstico; Quadro clínico - Infecção aguda ➢ Subclínica; ➢ Sintomática anictérica; ➢ Sintomática ictérica; - Infecção crônica ➢ Fibrose e cirrose hepática; ➢ Hepatocarcinoma; Hepatite fulminante Período de incubação: 30-180 dias Imunopatogênese da Infecção pelo HBV ➢ Vírus B encontra o fígado, inicia sua replicação, a fase aguda tem intensa Profas. Andrea e Danielle 6 replicação viral e resposta imune começa a ser ativada; ➢ Resposta imune humoral e celular são fundamentais para estabelecer a cura, o clearance viral, ou seja, eliminação desses vírus da corrente sanguínea e dos hepatócitos voltando a homeostase do paciente; ➢ Porém essa resposta pode não ser suficiente para controlar a replicação, nesses casos se tem uma evolução para forma crônica; ➢ Na forma crônica tem a resposta imune acontecendo, o vírus replicando e lesão hepática lenta e progressiva. O fígado se regenera até certo ponto, então tecido funcional hepático é substituído por tecido conjuntivo sem função comprometendo a função hepática podendo levar a fibrose, cirrose e hepatocarcinoma; Vírus se replicando no hepatócito: ➢ Célula vai encontrar patógeno como estranho e vai apresentar esse antígeno para as células TCD4 ou helper/auxiliar; ➢ Esse linfócito TCD4 vai mediar através da liberação de citocinas (Interferon, IL-2, IL-10) via TH2 e fazendo com que o linfócito B se diferencie em plasmócito e produza anticorpos específicos; ➢ E também citocinas que vão estimular produção de linfócitos B TCD4 via TH1 que vai ativar os linfócitos TCD8 ou citotóxicos pois causa toxicidade celular pela célula infectada com o vírus; ➢ Células NK (Natural Killer) e Interferon (citocina que levam as células não infectadas a um estado antiviral que evita a endocitose do patógeno) da imunidade inata continuam agindo. O interferon também é usado na forma de medicamento para Hepatite B; Diagnóstico Diagnóstico clínico x Relevância Diagnóstico laboratorial Sorológico: ➢ Detecção de Ags e Acs específicos; ➢ Utilidade clínica; Bioquímico: ➢ Enzimas hepáticas (AST e ALT): Enzimas que se localizam dentro dos hepatócitos. Em caso de infecções ou doenças que afetam o fígado essas enzimas estarão elevadas; ➢ Atividade de Protrombina; ➢ Albumina sérica: Em caso de doença essa albumina estará baixa; ➢ Bilirrubina; Molecular: ➢ PCR- Carga viral: Usado para avaliar a resposta a terapia, monitorar o tratamento (para o vírus B. Já para o vírus C é utilizado como diagnóstico); Marcadores Virais Profas. Andrea e Danielle 7 ➢ Marcadores que estão NO SORO: HBsAg, Anti-HBs, Anti-HBc (IgM), Anti-HBc (IgG), HBeAg, Anti-HBe ➢ HBcAg: NO HEPATÓCITO ➢ Todos os anticorpos são detectáveis: Anti- HBs, Anti-HBc (IgM e IgG) e o Anti-HBe ➢ HBeAG: Marcador sorológico que só é produzido e liberado quando o vírus está se multiplicando; ➢ HBsAg e HBeAg: Marcardores principais da fase aguda da infecção; ➢ Semanas após a exposição começa a identificar o primeiro anticorpo que é o Anti-HBc-IgM; ➢ Anti-HBc Total: Dosa IgM e IgG; ➢ HBsAg começa a cair quando resposta imune está acontecendo; ➢ Janela: Não se detecta nenhum marcador por neutralização da partícula viral mediada por anticorpos, ou seja, antígeno e anticorpos estão ligados, não tem nada livre; ➢ Depois vírus para de replicar e anticorpo começa a sobrar e começa a detectar Anti-HBs que é um marcador de imunidade, ou seja, marcador de cura; ➢ Na cura Anti-HBc e Anti-HBs estarão positivos; ➢ AntiHBc é u marcador de exposição ao vírus, se der reagente significa que o paciente já esteve em contato com o vírus; ➢ Paciente crônico: Mesmo após 6 meses continuou com HBeAg e HBsAg altos, ou seja, replicação viral; ➢ Anti-HBs não é detectado no crônico; ➢ Paciente crônico ainda pode ser curado; ➢ Na vacina o único anticorpo detectável é o Anti-HBs que deve dar reagente; triagem laboratorial para hepatites virais ➢ Hepatite A e E: - IgM reagente: fase aguda - IgG reagente: fase crônica (infecção passada) ➢ Hepatite C: - Anti-HCV: detecta IgM e IgG (se der reagente não dá para afirmar que o indivíduo tem o vírus, se der reagente tem que pedir o exame abaixo) - HCV-RNA ou RT-PCR para HCV: reagente (indivíduo tem o vírus) ➢ Hepatite D: - Anti-HDV: IgM e IgG - HDV RNA: reagente (indivíduo tem o vírus) Profas. Andrea e Danielle 8 - AgHDV: antígeno do Delta vírus no soro, se der reagente indivíduo está reagente Prevenção e Controle - HBV ➢ Vacinação dos recém-nascidos; ➢ Vacinação de crianças e adolescentes; ➢ Vacinação dos adultos em grupos de risco; ➢ Usar preservativo; ➢ Evitar uso de drogas injetáveis; ➢ Normas de biossegurança; ➢ Testar as bolsas de sangue; Vacinação – HBV ➢ Vacina DNA recombinante (leveduras); ➢ Esquema terapêutico: 3 doses - Recém-nascidos (0,1 mês, 6-12 meses) – Brasil 2001 - Crianças (inicial, 1 mês, 6-12 meses) - Adolescentes (inicial, 1 mês, 4-6 meses) – Brasil (2002) - Adultos (inicial, 1 mês, 4-6 meses)
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