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Teoria dos recursos OBS: Deveria se chamar Teoria dos Meios de Impugnação, pois não estuda apenas recursos e sim todos os meios que impugnam, combatem e atacam uma decisão judicial. 1. Os meios de impugnação e sua função Função: indicar que existe algum problema com a decisão que precisa ser resolvido e esse problema pode ser constituído a partir de diferentes matizes, que podem ser: a) Erro Erro de Atendimento às Regras de Procedimento, Ex: uma decisão sem fundamentação, o juiz deixa de observar uma regra do procedimento – Passível de Anulação porque aconteceu um erro de forma, defeito ou vício; Erro de Julgamento, Ex: o Juiz chega à conclusão de que não ocorreu um fato que tá provado nos autos. É um erro sobre a má intepretação dos fatos da causa ou da norma jurídica, – Passível de Reforma sobre a interpretação fática ou jurídica da decisão, aconteceu um erro de conteúdo. b) Não conformação da parte. Inciativa para o meio de impugnação. O que justifica a atividade recursal: o inconformismo e o direito de recorrer. O DIREITO DE RECORRER DECORRE DO DIREITO DE AÇÃO. A conduta desonesta do juiz ou das partes pode ser motivo de recurso: Juiz vendeu a sentença, pode recorrer? Sim, esse fato configura um vício na decisão. A Simulação do processo por uma das partes pode ser motivo de recurso? Sim. - Meios de impugnação e a razoável duração do processo. A estrutura recursal se justifica pela segurança. O que é mais importante a segurança ou a rapidez? - Os meios de impugnação como atos postulatórios. Todo meio de impugnação é um ato postulatório, é uma demanda. Demanda é o ato jurídico, declaração de vontades, um negócio jurídico unilateral. 2. Tipologia dos Meios de Impugnação. a) RECURSO → Ato postulatório. Ato voluntário. A vontade do recorrente é o cerne do suporte fático. Não existe recurso involuntário. → Instaura novo procedimento no mesmo processo onde se proferiu a decisão atacada (extensão do direito de ação). NÃO GERA PROCESSO NOVO! → Tem por finalidade impugnar decisão judicial. OBS. A dimensão constitucional dos recursos e o princípio do duplo grau de jurisdição - relação não necessária. Duplo grau é a instância revisora. TJ e TRF sempre atuam. STJ e STF as vezes atuam como instância revisora, mas eles são instâncias uniformizadora. Se a ação começar no STF, irá recorrer depois pra onde? RELEMBRANDO: Principio do Duplo Grau de Jurisdição - tem a finalidade de garantir a realização de um novo julgamento, por parte dos órgãos superiores, daquelas decisões proferidas em primeira instância, apesar de, no cotidiano forense, ser alvo de argumentos prós e contra acerca de sua verdadeira eficácia no ordenamento jurídico. → O princípio do contraditório da Constituição Federal: - Recursos "inerentes" e o papel do legislador infraconstitucional. • Corrente defensora da constitucionalidade do duplo grau (Calmon de Passos, Teresa Wambier). - Decorreria do Estado de Direito - controle dos atos do Estado. - Admitem limitações ao princípío: a) Julgamento de mérito em razão de reforma de decisão que extinguiu o processo sem resolução de mérito; b) Ações de competência originária do STF CF, Art. 5º LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; CPC, Art. 1013. § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I – reformar sentença fundada no art. 485; Hipóteses de extinção de processo sem julgamento do mérito. II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. CF, Art. 102, I Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas- data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999) j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; c) Irrecorribilidade de sentença em execução proferida em primeira instância de valor igual ou inferior a 50 ORTN. LEF, Art. 34 Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc22.htm#art2 • Corrente defensora pelo status infraconstitucional do duplo grau (STF RHC 79785/RJ): Havendo hipóteses constitucionais de irrecorribilidade, não há que falar de status constitucional ao duplo grau. - São sempre taxativos - Só existe recurso se estiver em lei; b) AS AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO → Novo procedimento em processo novo. GERA NOVO PROCESSO! Tem existência própria para questionar uma decisão em outro processo. → Tem por finalidade impugnar a decisão judicial. Exemplos: Ação Rescisória, Mandado de Segurança contra ato judicial,Querela Nullitatis, Habeas Corpus e Reclamação Constitucional. c) SUCEDÂNEOS RECURSAIS - categoria sui generis. Tudo o que não der para encaixar em recursos ou em ações autônomas de impugnação. → Pedido de reconsideração - demanda inserida no mesmo procedimento que invoca revisão da decisão. → Suspensão de segurança - incidente processual. → Reexame (ou remessa) necessário(a) - efeito anexo da sentença proferida contra a Fazenda Pública (CPC, Art. 496). Revisão automática da decisão no TRF ou TJ. Independe da Fazenda Pública apelar ou não. 3. Classificação dos recursos. a) Recurso parcial e recurso total. Teoria dos Capítulos da sentença – a sentença é dividida em capítulos. Recurso Parcial: Ataca um ou alguns dos capítulos da decisão; Recurso Total: Ataca todos os capítulos da decisão. b) Recurso de fundamentação livre (a) e recurso de fundamentação vinculada ou típica (b). Recurso de fundamentação livre: A lei não prevê nenhum tema especifico sobre qual a parte tem que expor no recurso. Não existe restrição para a fundamentação do recurso; Exemplos: Apelação, Agravo, Embargos Infringentes e Recurso Ordinário. Recurso de fundamentação vinculada ou típica: A lei exige qual a fundamentação deve estar disposta no recurso. Exemplos: Recurso Extraordinário, Recurso Especial, Embargos de Declaração. c) Recursos ordinários e extraordinários (direito objetivo). Recurso Ordinário: Tutela interesse da parte. Recurso Extraordinário: Promove uniformização do entendimento da interpretação da Lei Federal e da Constituição. São eles: Recurso Especial e Recurso Extraordinário. 4. Pronunciamentos judiciais sujeitos a recurso. a) Sentença. Encerra a fase do procedimento, Cabe apelação. b) Decisões interlocutórias (sentença parcial). Decisão que aprecia um dos pedidos formulados, resolve o mérito parcialmente. É objeto de agravo pois não encerra a fase do procedimento, se interpuser apelação o processo sobe e os outros pedidos não serão julgados. c) Decisão interlocutória do Tribunal (Decisão Monocrática) d) Acordão. e) Irrecorribilidade dos despachos - despachos não resolvem questões (questão - ponto de direito ou de fato controvertido). O despacho impulsiona o andamento do processo, não ter força decisória. A única exceção: Cabe Embargo de Declaração para atacar despacho, porque os embargos servem para aprimorar o pronunciamento judicial, no sentido de melhor compreensão do seu conteúdo. Tem como objetivo integrar a decisão com conteúdo que devia estar presente. Exs: Omissão, obscuridade, contradição, erro nos nomes da parte e etc. OBS. A recorribilidade do "cite-se". Pode-se recorrer do capítulo do pronunciamento que está agregado ao “cite-se”. Ex: Pedido de antecipação de tutela antes da oitiva do réu. O Juiz manda citar o réu para ser ouvido, fica subentendido o indeferimento do pedido = decisão. Exemplo. Citação não aprecia pedido de gratuidade. OBS 2. A alegação de prejuízo a caracterizar uma decisão interlocutória - a necessidade de solução de questão. RESUMO DE PROCESSO CIVIL COM BASE NO NOVO CPC ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NA DOUTRINA E AULAS Art. 1001, CPC Dos despachos não cabe recurso.
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