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AV1 - Direito Processual Civil III

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Resumo AV1 - Processo Civil III (Anderson)
· Art. 926 do CPC: Precedentes, súmulas vinculantes, enunciados.
· Art. 932 do CPC:
· Competência Recursal. 
· Competência Originária: Quando o processo se origina naquele Tribunal.
· “Error In Procedendo”
· “Error In Judicando”
· Art. 933 do CPC
· Art. 935 do CPC
· Art. 938 do CPC
· Meios de impugnação de decisões judicial:
- Recursos (Art. 994 do CPC): Meio de impugnação da decisão judicial formulada no mesmo processo. 
- Ação Autêntica de Impugnação: Ação Rescisória. Feita em autos apartados, autônoma. 
- Sucedâneo Recursal: Formula essa peça no mesmo processo. Ex.: Pedido de reconsideração. Pedido de reconsideração.
· Recursos:
- Princípios:
1) Taxatividade (Art. 994 do CPC): São considerados recursos somente aqueles designados por lei federal, tendo em vista que compete privativamente a União legislar sobre essa matéria (Art. 22, I da CRFB/88). Assim, o Art. 994 do CPC estabelece o rol de recursos cabíveis no processo civil. O referido rol não é exaustivo, existindo outros recursos em leis extravagantes.
2) Voluntariedade: A parte possui livre arbítrio no desejo de recorrer de decisão judicial que se sinta prejudicada.
 Na hipótese de a parte recorrente manifestar-se nos autos a vontade de abrir mão de seu direito de recorrer, ou realize ato de renúncia tácita, e posteriormente, se arrependa, ocorrerá a exceção do princípio da voluntariedade, posto que, estará extinta a possibilidade de recorrer.
3) Duplo Grau de Jurisdição (Arts.92 a 126 da CRFB/88): Em decorrência do devido processo legal e da competência recursal conferida aos tribunais. permite que um órgão superior possa reexaminar a decisão proferida. Além disso, tem incidência limitada permitindo ao legislador restringir o cabimento dos recursos.
4) Singularidade: Se verifica em razão de caber somente um recurso para cada decisão judicial.
5) Dialeticidade: A parte não é obrigada a interpor o recurso, com relação a decisão que lhe é desfavorável. O Art. 998 do CPC também estabelece que o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
6) Proibição da Reformatio in Pejus: Não pode haver reforma da decisão para pior.
7) Fungibilidade: Uma Peça pode ser recebida por um juízo como se fosse outra, por ex.. 
 O juiz pode aceitar a interposição de um recurso em lugar de outro. Ex.: Art. 1.024, § 3º, do CPC.
 Não obstante, em certas situações em que há dúvida objetiva a respeito do recurso cabível para impugnar determinada decisão, admite-se o recebimento de recurso inadequado como se adequado fosse, de modo a não prejudicar a parte recorrente por impropriedades do ordenamento jurídico ou por divergências doutrinárias e jurisprudenciais.
 Com o CPC , com exceção dos embargos de declaração, o prazo para os demais recursos é de 15 dias . Assim, não haverá mais discussão acerca da não observância do prazo recursal para a aplicação da fungibilidade.
8) Complementariedade: No momento da interposição do recurso tempestivo (dentro do prazo legal) expostas as razões do inconformismo, ocorre a preclusão consumativa, de modo que, ao recorrente, não é mais permitido praticar ato processual de fundamentar tal recurso.
Obs.: I. Tempestividade: Vício insanável.
 De acordo com o princípio da complementaridade, o recorrente terá o direito de complementar a fundamentação de seu recurso anteriormente interposto, caso tenha havido alteração ou integração da decisão que originou sua insatisfação, em virtude de acolhimento de embargos de declaração. Contudo, a alteração ou integração da decisão não permite a interposição de novo recurso, apenas no caso de a decisão ser de ordem modificativa ou integrativa, que o efeito altere a natureza jurídica da sentença judicial.
9) Consumação: Após a oportunidade para interposição de recurso, ocorrerá a preclusão quanto à impugnação de decisão judicial. No caso da interposição do recurso tempestivamente e com prazo sobrando, não é permitido ao recorrente modificar o recurso, seja para a juntada de documentos ou teses, pois já ocorreu o fenômeno da preclusão consumativa.
- Classificação dos Recursos:
· Quanto à extensão da matéria:
a) Total;
b) Parcial.
· Quanto à fundamentação:
a) Livre: Não se prende a diretamente a determinado defeito ou vício da decisão. Para que o recurso seja admissível basta que o vício existente, independentemente de qual, seja alegado e fundamentado pelo recorrente e que haja uma decisão. São os recursos de fundamentação livre: a apelação, o agravo, os embargos infringentes, o recurso ordinário e os embargos de divergência.
b) Vinculada: Quando a lei exige a presença de determinados tipos de vícios na decisão, para que então tenha cabimento. No nosso sistema atual, são eles os recursos: especial, extraordinário e embargos de declaração. No caso do recurso especial, por exemplo, a existência tão somente de um acórdão não é suficiente, é imprescindível também violação à lei federal; enquanto nos embargos de declaração, por sua vez, deve haver omissão, obscuridade ou contradição na decisão impugnada.
· Quanto à forma de interposição:
a) Principal;
b) Adesivo: Permite que a parte aguarde eventual recurso da parte contrária para, só então, apresentar também a sua irresignação no prazo para resposta, subordinando-se ao recurso principal independente inicialmente interposto.
 Caso nenhuma das partes interponha qualquer recurso, contentando-se com os capítulos da decisão que lhe foram favoráveis (ainda que tenha sucumbido em outros), haverá imediato trânsito em julgado do pronunciamento judicial, evitando-se o prolongamento da demanda e prestigiando a celeridade processual.
- Pressupostos de admissibilidade dos recursos: https://mauriciocesarcorrea.jusbrasil.com.br/artigos/188968287/dos-pressupostos-de-admissibilidade-dos-recursos
· Extrínsecos:
1. Tempestividade: Sob pena de preclusão.
2. Preparo: Trata-se de exigência legal para que a parte recorrente comprove o recolhimento dos encargos financeiros recursais, se estes forem devidos, no momento da sua interposição.
3. Regularidade Formal: Incluídos o preparo, a motivação, o pedido de nova decisão e o contraditório.
· Intrínsecos (ou adequação):
1. Cabimento: Unirrecorribilidade, como regra.
2. Legitimidade para recorrer (Art. 996 do CPC): Parte, MP e terceiro interessado.
3. Interesse em recorrer;
4. Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer: Deserção, desistência, renúncia, transação acerca do objeto litigioso do processo
- Efeitos dos Recursos: 
· Devolutivo: Reabre-se a oportunidade de reapreciar e, novamente, julgar questão já decidida.
· Suspensivo: Refere-se ao impedimento da imediata execução do decisório impugnado. A nova legislação processual civil tratou esse efeito recursal como exceção, pelo fato de apenas o recurso de apelação possuir efeito suspensivo automático.
 Todavia, caso a imediata decisão produza efeitos que criem riscos de dano grave, de difícil ou impossível reparação e fique demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, poderá o litigante requerer o efeito suspensivo.
 Vale frisar que, essa concessão, dependerá sempre da decisão do relator, caso a caso.
· Expansivo: Delimita a área de cognição e decisão dos Tribunais Superiores, na espécie, consiste em reconhecer que a devolução operada pelo recurso não restringe às questões resolvidas na sentença, compreendendo também as que poderiam ter sido decididas, seja porque suscitadas pelas partes, seja porque conhecíveis de ofício.
· Translativo: Diz respeito à limitação de cognição do tribunal, salvo se se tratar de matéria de ordem pública. Insta observar que as questões de ordem pública podem ser conhecidas pelo Tribunal ainda que não tenham sido reconhecidas objeto de recurso.
· Interruptivo: Suspende o prazo para a interposição de outros recursos. Os embargos de declaração possuem o efeito interruptivo, de acordo com a leitura do Art. 538, do CPC, ou seja, apenas após a publicação da decisão dos embargos é que voltam a ser contados os prazospara os demais recursos, como se não tivessem iniciados.
 O efeito suspensivo independe do resultado dos embargos, favorável ou desfavorável os prazos tornam-se suspensos.
· Obstativo: Está presente em todos os Recursos. Interposto um recurso, afasta-se a preclusão e, por consequência, a formação de coisa julgada. Isto é, a matéria impugnada continuará suscetível de reexame. A contrário senso, a não interposição faz surgir a coisa julgada.
· “Amicus Curiae”: 
 Da Decisão que autoriza a participação do amigo da corte, NÃO cabe Recurso.
 Em regra, o “Amicus Curiae” não possui legitimidade Recursal. Contudo, há ao menos duas exceções: o direito de opor embargos de declaração (Art. 138, § 1º, do CPC) e o de decorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
Obs.: I. A Lei 6.385/76 confere a CVM (comissão de valores mobiliários) legitimidade Recursal mesmo atuando como “Amicus Curiae”, na forma do § 3º do Art. 31 do aludido diploma legal. 
 II. Teoria da Culpa Madura: Quando a causa versar somente sobre questão de direito e estiver em condições de julgamento imediato, ou seja, não necessitar de produção de outras provas além das que já constam nos autos, o juiz poderá julgar o “Meritum Causae” de imediato sem sequer citar a parte contrária. A teoria da causa madura prestigia os princípios da celeridade e da instrumentalidade sem que nenhuma das partes saia prejudicada. Arts. 332 e 1.013, § 3º, do CPC.
 III. Dilação Probatória: Ocorre quando o juiz concede um aumento no prazo para que sejam produzidas as provas do processo. Faz parte da fase de instrutória do processo. O pedido da dilação probatória deve vir de uma das partes do processo, e o período é igual para todos os litigantes.
 Um exemplo de pedido de dilação probatória pode ser dado com um processo no juizado especial sobre cobrança indevida. O autor da ação alega o pagamento, mas o documento comprovativo está em poder do banco. Antes de encerrar o prazo de instrução, o advogado do autor entra com pedido para que seja concedido maior prazo até a audiência, para juntar as provas. O juiz concede a dilação probatória para que em um determinado número de dias seja reunido o material ao processo.
 Não cabe o pedido de dilação probatória em um mandado de segurança. Pois de acordo com a natureza do instrumento este já deveria estar instruído das provas.
· Apelação:
 Apelação é o recurso que cabe contra sentença.
- Prazo: 15 dias (úteis).
Pode haver prazo diferenciado:
· Reduzido
· Em dobro:
· Efeito suspensivo.
· Efeito devolutivo.
- Hipóteses de Sentença que não comportam recursos de apelação:
1) Sentença proferida em sede de juizado especial - Recurso Inominado.
2) Sentença que decreta falência - Agravo de instrumento (Art. 100 da Lei 11.101/05).
3) Sentença de primeira instância em processo que envolve Estado estrangeiro ou organismo internacional - Recurso ordinário (Art. 109, II, CRFB/88 e Art. 1.027, II, alínea b).
4) Sentença proferida em execução fiscal de alçada - Embargos infringentes (Art. 34 da Lei 6.830/80).
Obs.: I. A apelação é Recurso de fundamentação livre.
· Agravo de Instrumento (Arts. 1.015 ao 1.020 do CPC):
 É um recurso dirigido diretamente ao Tribunal de Justiça ou ao STJ (“Ad Quem”), a fim de reanalisar pronunciamento judicial de natureza decisória que não coloque fim ao processo (decisão interlocutória), conforme previsto no Art. 203, § 2º do CPC.
 Recurso a ser manejado para combater Decisões Interlocutórias.
Obs.: I. O Agravo de Instrumento possibilita o Juízo de Retratação (efeito regressivo).
- Prazo para interposição: 15 dias úteis. (Art. 1.003, § 5º, do CPC)
- Combater decisão interlocutória.
- Hipóteses de cabimento:
“Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.”
 As hipóteses descritas no rol do Art. 1.015 suscitaram na doutrina um debate acerca da taxatividade do dispositivo. Grande parte da doutrina sustentava (e ainda há quem sustente) que o rol é taxativo.
 Ao chegar aos tribunais superiores por meio da sistemática de Recursos Repetitivos, a questão foi decidida pelo STJ em dezembro de 2018. Por ocasião do julgamento em sede de REsp repetitivo, do Tema repetitivo 988 (REsp 1.696.396 e REsp 1.704.520), o STJ fixou a seguinte tese, mitigando claramente a taxatividade do art. 1.015 do CPC:
"O rol do artigo 1.015 do CPC/15 é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação."
 “Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão.
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231 , incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.”
O agravo de instrumento será direcionado ao juízo competente para julgá-lo. 
“Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.”
 É importante destacar que o comprovante do pagamento das custas processuais referentes ao recurso e do porte de retorno deverá acompanhar a petição do agravo de instrumento.
“Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
§ 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.
§ 2º No prazo do recurso, o agravo será interposto por:
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;
III - postagem,sob registro, com aviso de recebimento;
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;
V - outra forma prevista em lei.
§ 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único .
§ 4º Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição original.
§ 5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput , facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.
“Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
§ 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento.
§ 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput , no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
§ 3º O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.”
- Efeitos: Em regra, o agravo de instrumento será recebido no efeito devolutivo. Entretanto, poderá o relator, ao receber o recurso distribuído no tribunal, atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal do agravante, comunicando ao juiz a quo sua decisão, nos termos do Art. 1.019, I, do CPC.
“Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV , o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso;
III - determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias.”
· Agravo Interno: 
- Recurso cabível para impugnar Decisão Monocrática proferida pelo relator (Art. 1.021 do CPC): 
“Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada.
§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.”
- Prazo para interposição: 15 dias. 
- Prazo para resposta: 15 dias.
O processamento seguirá as regras dispostas no regimento interno do tribunal. Será dirigido ao relator que proferiu a decisão a ser combatida e, em sua petição, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. Não cabe impugnação genérica (vício insanável).
· Embargos de Declaração (Art. 1.022 ao 1.026 do CPC):
 Recurso cabível para impugnar qualquer decisão judicial que apresente vícios de obscuridade, contradição, omissão ou erro material.
 De acordo com Didier Jr. (2016):
“Nos termos do Art. 93, IX, da Constituição Federal, todo pronunciamento judicial há de ser devidamente fundamentado, sob pena de nulidade. A omissão, a contradição, a obscuridade e o erro material são vícios que subtraem da decisão a devida fundamentação.”
Serão interpostos / opostos por meio de petição dirigida ao juiz prolator da sentença embargada, que também julgará os embargos.
- Prazo para interposição / oposição (Art. 1.024 do CPC): 5 dias.
- Hipóteses de cabimento:
 “Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229 .
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada.
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente.
§ 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente.
§ 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º .
§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
§ 2º Quando manifestamente protelatórios osembargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.”
“Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.”
· Recurso Ordinário:
Obs.: I. “Secundum eventum litis”, ou seja, a eficácia “erga omnes” ou “ultra partes” depende da procedência ou improcedência dos pedidos, cada qual com sua peculiaridade (se tutelam interesses difusos, coletivos em sentido estrito ou individuais homogêneos).
O recurso ordinário, assim como o recurso especial e o recurso extraordinário, é constitucional. 
 Poderá ser interposto ao Supremo Tribunal Federal – STF, nos termos do Art. 102, II, CRFB/88 ou ao Superior Tribunal de Justiça – STJ, conforme disposto no Art. 105, II, também da CRFB/88. 
 Deverá ser interposto perante o Tribunal de origem, e quem julgará (Tribunal Superior competente) depende da matéria.
 O recurso ordinário insere-se na competência recursal do Supremo Tribunal Federal (pela redação prevista no Art. 102, II, da CRFB) e na competência do Superior Tribunal de Justiça (na forma do Art. 105, II, CRFB), além da previsão expressa no Art. 1.027 do CPC quanto às hipóteses de cabimento e o Tribunal competente para julgamento do recurso.
CRFB/88:
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;”
- Prazo para interposição: 15 dias (Art. 1.003, § 5°, do CPC).
- Prazo para apresentação das contrarrazões: 15 dias.
“Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão;
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
§ 1º Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015 .
§ 2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3º, e 1.029, § 5º.”
 O Recurso Ordinário deverá ser interposto perante o tribunal de origem, nos termos dos §§ 2º e 3º do Art. 1.028, “in verbis”:
“Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1º Na hipótese do art. 1.027, § 1º, aplicam-se as disposições relativas ao agravo de instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2º O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões.
§ 3º Findo o prazo referido no § 2º, os autos serão remetidos ao respectivo tribunal superior, independentemente de juízo de admissibilidade.”
· Recurso Especial – Resp.:
 O recurso especial, apelidado como Resp., foi implementado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e passou a constituir uma nova espécie recursal que hoje figura o rol taxativo do Art. 994 do CPC.
- Competência: Trata-se de um recurso constitucional de competência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme previsão do Art. 105, III, da CRFB/88.
- Finalidade: controle da aplicação e interpretação de lei federal, de forma a pacificar o entendimento jurisprudencial.
- Prazo para interposição: 15 dias.
- Prazo para apresentação das contrarrazões: 15 dias.
- Efeitos:
· Devolutivo, como regra.
· Suspensivo (mediante requerimento).
CRFB/88:
“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.”
CPC:
“Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal , serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
§ 5º O pedidode concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;(Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência).”
O recurso especial também está disciplinado no CPC, nos Arts. 1.029 a 1.041.
 De acordo com o Art. 1.029 do CPC, o recorrente deverá, no recurso especial, expor suas razões de fatos e de direito, bem como demonstrar o cabimento do recurso interposto e as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. O recorrente deverá explicar os motivos pelos quais entende ter havido ofensa à lei federal na decisão recorrida, não bastando, dessa forma, lançar nas razões recursais simples referência ao dispositivo legal.
 Conforme disposto no material didático da disciplina, quando o recurso se fundar em dissídio jurisprudencial, deve-se destacar que obrigatoriamente o recorrente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, em que houver sido publicado o acórdão divergente, devendo sempre mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.
 A divergência apontada ocorre entre diferentes tribunais, consoante entendimento disposto na Súmula 13 do STJ, não se prestando o recurso especial à alegação de ter sido a decisão recorrida justa ou injusta, considerando-se que essa questão deva ser resolvida nas instâncias ordinárias, onde se pode examinar a matéria de fato.
 Portanto, na devolução do conhecimento da matéria impugnada ao STJ para a reapreciação, serão discutidas questões exclusivamente de direito, sem qualquer revisão de questões fáticas e reexame de provas, conforme Súmula 7 do STJ.
STJ – Súmula 7: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.”
STJ – Súmula 13: “A divergência entre julgados do mesmo tribunal não enseja recurso especial.”
“Art. 1.029
[...]
§ 1o Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará
a prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de
jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que
houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de
julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da
respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias
que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.
[...]
§ 3o O Supremo Tribunal Federal ou o STJ poderá desconsiderar vício formal
de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute
grave.”
- Pressupostos de admissibilidade do recurso especial: É requisito de admissibilidade do recurso especial: Que a decisão recorrida não tenha transitado em julgado.
1) Tempestividade: Exaurimento ou esgotamento das vias recursais. 
 A decisão impugnada pelo recurso especial deve ser de única ou última instância dos tribunais, ou seja, os recursos da via ordinária deverão demonstrar-se esgotados – por ser de competência originária do Tribunal Regional Federal ou do Tribunal de Justiça, como única instância, ou por já ser o último pronunciamento desses Tribunais sobre a questão recorrida (última instância).
2) Prequestionamento: A matéria objeto do recurso que está sendo impugnada já foi questionada anteriormente; portanto, no momento em que a parte interpõe o recurso especial, portanto, a parte (no momento em que interpõe o recurso especial) deve demonstrar ao juízo de admissibilidade que a matéria de direito já foi discutida (questionada) previamente, no juízo a quo, sendo imprescindível que a matéria legal tenha sido focalizada pelo acórdão recorrido, uma vez que a função precípua do recurso em comento é a de resguardar a inteireza positiva, a autoridade e a uniformidade de interpretação da legislação federal.
 Sendo a decisão impugnada recorrível mediante recurso especial e recurso extraordinário, estes devem ser elaborados em petições distintas.
 STJ – Súmula 126: “É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.”
- Em caso de interposição conjunta de recursos:
Os autos serão remetidos em primeiro lugar ao STJ. Concluído o julgamento do recurso especial pelo TJ, os autos serão remetidos ao STF para apreciação do recurso extraordinário, caso este não tenha sido prejudicado pelo julgamento do recurso especial.
Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao STF. Nesse caso, se o Ministro relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao STJ para julgamento do recurso especial.
“Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.
§ 2o Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça para o julgamento do recurso especial.
Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça.
Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da
interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
Art. 1.034. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito.
Parágrafo único. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos para a solução do capítulo impugnado.”
· Recurso extraordinário:
 O recurso extraordinário é um dos recursos excepcionais previsto na Constituição Federal de 1988, junto com o recurso especial e o ordinário.
 Suas hipóteses de cabimento estão previstas de forma taxativa no Art. 102, III, “a”, “b”, “c” e “d”, da CRFB/88, assim como nos Arts. 1.029 a 1.041 do CPC. 
 Tem por finalidade tutelar a autoridade e a aplicação da Constituição. De acordo com Didier Jr. (2016), na forma registrada no material didático da disciplina, “o papel do recurso extraordinário, no quadro dos recursos cíveis, é o de resguardar a interpretação dada pelo STF aos dispositivos constitucionais, garantindo a inteireza do sistema jurídico constitucional federal e assegurando-lhe validade e uniformidade de entendimento”.
- Efeitos
· Devolutivo, como regra.
·Suspensivo (mediante requerimento).
- Pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário (Art. 102, III, da CRFB/88): 
1) Contrariar dispositivo da Constituição do Brasil;
2) Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
3) Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição;
4) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Também são requisitos de admissibilidade desse recurso o pré-questionamento e a demonstração de repercussão geral.
STF – Súmula 282: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada.”
STF – Súmula 356: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos.”
 Será considerada repercussão geral a questão constitucional que tiver relevância do ponto de vista social, político, econômico ou jurídico, tratando-se de um verdadeiro filtro recursal (Art. 1.035, § 1°, do CPC).
 De acordo com o § 3º do Art. 1.035 do CPC, haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: contrariar súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal; tiver reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal.
Obs.: I. Art. 1.030 do CPC.
· Recursos Repetitivos (Arts 1.036 a 1.041 do CPC):
CPC:
“Art. 928 Para os fins deste Código, considera se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em:
I incidente de resolução de demandas repetitivas;
II recursos especial e extraordinário repetitivos;
Parágrafo único O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.”
- Conceito: Sociedade de massas. Busca simultânea pelo Judiciário. Mecanismo adotado com o objetivo central de dar resposta à repetição de demandas que congestionam o Poder Judiciário e que, por muitas vezes, ainda possuem decisões antagônicas, apesar de serem fruto da mesma situação jurídica. 
- Princípios: Harmonia com os princípios constitucionais elencados no Art. 5 LXXVIII (celeridade processual e razoável duração do processo, este último também consagrado no Art. 4º do CPC).
- Objetivo: O objetivo desses recursos é uniformizar a jurisprudência, promovendo a isonomia, a segurança jurídica e a duração razoável do processo cujos recursos excepcionais versem sobre a mesma questão de direito.
- Multiplicidade de Recursos: Existindo multiplicidade de Recursos Extraordinários ou de Recursos Especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento, observado o disposto no Regimento Interno do STF e no do STJ (Art. 1.036, caput, do CPC).
 Por esse procedimento, há a escolha de um ou mais recursos que seriam modelos a serem analisados e julgados, com o sobrestamento processual dos demais recursos semelhantes àqueles.
- Procedimentos: Quanto ao procedimento dos recursos repetitivos fruto de Recurso Especial ou de Recurso Extraordinário, o presidente ou o vice presidente de Tribunal de Justiça Estadual ou de Tribunal Regional Federal selecionará dois ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao STJ ou ao STF para fins de afetação.
 Esses tribunais superiores determinarão então a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na Região.
 A escolha dos recursos representativos da controvérsia feita pelo presidente ou vice presidente do Tribunal de Justiça Estadual ou do Tribunal Regional Federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros recursos.
 O ministro relator do tribunal superior também poderá selecionar dois ou mais recursos representativos da controvérsia para julgamento da questão de direito, independentemente da iniciativa do presidente ou do vice presidente do tribunal de origem. Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.
 
- Selecionados os recursos que serão representativos da controvérsia, o relator, no tribunal superior:
1) Proferirá decisão de afetação, na qual identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento.
2) Determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional.
3) Poderá ainda requisitar aos presidentes ou aos vice presidentes dos Tribunais de Justiça dos Estados ou dos Tribunais Regionais Federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia.
“Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1º O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
§ 2º O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.
§ 3º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 2º caberá apenas agravo interno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 4º A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do tribunal regional federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros recursos representativos da controvérsia.
§ 5º O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia para julgamento da questão de direito independentemente da iniciativa do presidente ou do vice-presidente do tribunal de origem.
§ 6º Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.”
 Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de um ano e terão preferência sobre os demais processos (Art. 1.037, § 4 do CPC).
 Com o objetivo de evitar decisões controvertidas no âmbito dos tribunais superiores, o Art. 1.039, caput, do CPC, determina que: “decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados declararão prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica controvérsia ou os decidirão aplicando a tese firmada”.
 Ao final, será publicado o acórdão paradigma (Art. 1.040 caput e incisos I, II e III, do CPC), e todos os demais processos que estavam suspensos nos Tribunais de Justiça dos Estados ou nos Tribunais Regionais Federais terão seguimento negado caso o acórdão recorrido coincida com a orientação do Tribunal, ou serão novamente apreciados pelo Tribunal de origem quando o acórdão recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior.
 Os processos suspensos em 1º e 2º graus de jurisdição retomarão o curso para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior.
O entendimento firmado pelo STF ou pelo STJ sobre a controvérsia jurídica passará a ser, necessariamente, observado por todos os tribunais nacionais, na forma do Art. 1.040, IV, do CPC.
CPC:
“Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:
I - identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;
II - determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;
III - poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribunais regionaisfederais a remessa de um recurso representativo da controvérsia.
§ 1º Se, após receber os recursos selecionados pelo presidente ou pelo vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, não se proceder à afetação, o relator, no tribunal superior, comunicará o fato ao presidente ou ao vice-presidente que os houver enviado, para que seja revogada a decisão de suspensão referida no art. 1.036, § 1º.
§ 2º REVOGADO.
§ 3º Havendo mais de uma afetação, será prevento o relator que primeiro tiver proferido a decisão a que se refere o inciso I do caput.
§ 4º Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano e terão preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
§ 5º REVOGADO.
§ 6º Ocorrendo a hipótese do § 5º, é permitido a outro relator do respectivo tribunal superior afetar 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia na forma do art. 1.036 .
§ 7º Quando os recursos requisitados na forma do inciso III do caput contiverem outras questões além daquela que é objeto da afetação, caberá ao tribunal decidir esta em primeiro lugar e depois as demais, em acórdão específico para cada processo.
§ 8º As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser proferida pelo respectivo juiz ou relator quando informado da decisão a que se refere o inciso II do caput .
§ 9º Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo. (Distinguishing)
§ 10. O requerimento a que se refere o § 9º será dirigido:
I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;
II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;
III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso extraordinário no tribunal de origem;
IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo processamento houver sido sobrestado.
§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se refere o § 9º, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 12. Reconhecida a distinção no caso:
I - dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará prosseguimento ao processo;
II - do inciso III do § 10, o relator comunicará a decisão ao presidente ou ao vice-presidente que houver determinado o sobrestamento, para que o recurso especial ou o recurso extraordinário seja encaminhado ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.030, parágrafo único .
§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9º caberá:
I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II - agravo interno, se a decisão for de relator.
Art. 1.038. O relator poderá:
I - solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia, considerando a relevância da matéria e consoante dispuser o regimento interno;
II - fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento;
III - requisitar informações aos tribunais inferiores a respeito da controvérsia e, cumprida a diligência, intimará o Ministério Público para manifestar-se.
§ 1º No caso do inciso III, os prazos respectivos são de 15 (quinze) dias, e os atos serão praticados, sempre que possível, por meio eletrônico.
§ 2º Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais ministros, haverá inclusão em pauta, devendo ocorrer o julgamento com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
§ 3º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise dos fundamentos relevantes da tese jurídica discutida. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
Art. 1.039. Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados declararão prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica controvérsia ou os decidirão aplicando a tese firmada.
Parágrafo único. Negada a existência de repercussão geral no recurso extraordinário afetado, serão considerados automaticamente inadmitidos os recursos extraordinários cujo processamento tenha sido sobrestado.
Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:
I - o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos especiais ou extraordinários sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a orientação do tribunal superior;
II - o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior;
III - os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior;
IV - se os recursos versarem sobre questão relativa a prestação de serviço público objeto de concessão, permissão ou autorização, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.
§ 1º A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de proferida a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso representativo da controvérsia.
§ 2º Se a desistência ocorrer antes de oferecida contestação, a parte ficará isenta do pagamento de custas e de honorários de sucumbência.
§ 3º A desistência apresentada nos termos do § 1º independe de consentimento do réu, ainda que apresentada contestação.
ATENÇÃO!!! Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquele objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
Art. 1.041. Mantido o acórdão divergente pelo tribunal de origem, o recurso especial ou extraordinário será remetido ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.036, § 1º.
§ 1º Realizado o juízo de retratação, com alteração do acórdão divergente, o tribunal de origem, se for o caso, decidirá as demais questões ainda não decididas cujo enfrentamento se tornou necessário em decorrência da alteração.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput do art. 1.040 e o recurso versar sobre outras questões, caberá ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, depois do reexame pelo órgão de origem e independentemente de ratificação do recurso, sendo positivo o juízo de admissibilidade, determinar a remessa do recurso ao tribunal superior para julgamento das demais questões. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)”
· Embargos de Divergência:
 Encontra se no rol taxativo dos recursos previstos no Art. 994 do CPC.
- Finalidade: Está disciplinado nos Arts. 1.043 e 1.044 do CPC, tendo por finalidade precípua uniformizar a jurisprudência do STF e do STJ não cabendo esse meio de impugnação perante os outros órgãos judiciais.
 Diante da persistência de divergências de entendimentos nos tribunais superiores, que não pacificam os seus julgados, esse recurso veio para uniformizar o entendimento jurisprudencial interno desses tribunais, abolindo dessa forma seus conflitos.
 Possibilita a revisão de um acórdão de turma do STF ou do STJ que divirja de outra turma do mesmo tribunal.
 De acordo com o Art. 1.043, I e III, do CPC, caberá embargo de divergência quando o acórdão de órgão fracionário em recurso extraordinário ou em recurso especial divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito, e, quando em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, emboratenha apreciado a controvérsia.
 É essencial que a parte recorrente encontre julgados do mesmo tribunal com entendimentos divergentes, mesmo que seja em parte do acórdão ou em sua integralidade.
 Na forma do Art. 1.043, § 1 do CPC, poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária. Também caberá recurso de embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros (Art. 1.043, § 3 do CPC).
 A divergência que autoriza a interposição desses embargos pode verificar se na aplicação do direito material ou do direito processual (Art. 1.043, § 2 do CPC), mas há a necessidade de um julgamento em tribunal superior, com existência de divergência entre o acórdão daquele caso com outro acórdão de outro ou outros casos análogos de forma que a configurar a diferença. 
 De acordo com a redação do Art. 1.043 § 4°, do CPC, da Súmula 168 do STJ e das Súmulas 247 e 598 do STF, são condições “sine qua non” para esse recurso a comprovação dessa divergência (seja por certidão, seja por cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica) e que ela seja atual.
 O procedimento desse recurso deve obedecer ao que determina o regimento interno do Tribunal Superior em que foi interposto. Quando interpostos no STJ, os embargos de divergência interromperão o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.
 Se os embargos de divergência não forem acolhidos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos será processado e julgado independentemente de ratificação, tudo de acordo com a norma estabelecida no Art. 1.044 e parágrafos do CPC.
 STJ - Súmula 168: “Não cabem embargos de divergência quando a jurisprudência do tribunal se firmou do mesmo sentido do acórdão embargado.”
STF - Súmula 247: “O relator não admitirá os embargos da Lei nº 623 de 19 de fevereiro de 1949 nem deles conhecerá o Supremo Tribunal Federal, quando houver jurisprudência firme do Plenário no sentido da decisão embargada.”
STF - Súmula 598: “Nos embargos de divergência não servem como padrão de discordância os mesmos paradigmas invocados para demonstrá-la, mas repelidos como não dissidentes no julgamento do recurso extraordinário.”
CPC:
“Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:
I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
II REVOGADO
III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;
IV REGOVADO
§ 1º Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária.
§ 2º A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual.
§ 3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros.
§ 4º O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados.
Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior.
§ 1º A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.
§ 2º Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de divergência será processado e julgado independentemente de ratificação.”
· Incidente de Assunção de Competência – IAC:
 Assunção é um substantivo feminino que significa atitude de assumir alguma coisa. Como determina o Art. 947, caput, do CPC, é admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolve relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
 Pela redação do caput do dispositivo, somente os Tribunais terão competência para decidir sobre esse incidente, uma vez que pressupõe ou uma ação de competência originária do tribunal ou um recurso ou mesmo uma remessa necessária.
 Tratando-se de remessa necessária, esse incidente sempre será instaurado em sede de 2° grau de jurisdição para os Tribunais locais ou Tribunais Regionais Federais. Já em sede de recurso ou de ações de competência originárias dos tribunais, esse incidente pode (além de ser instaurado em 2° grau, o que será mais comum) também ser instaurado perante o STJ ou o STF.
Segundo a redação do caput do Art. 947 do CPC, para que seja cabível o incidente de assunção de competência, fazem-se necessários dois requisitos:
1) Que a matéria seja de relevante questão de direito, com grande repercussão social; 
2) Sem repetição em múltiplos processos.
“Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
§ 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
§ 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.
§ 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.
§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.”
 O §4° do próprio Art. 947 também apresenta mais uma hipótese de cabimento para a assunção de competência: quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.
 Quanto ao procedimento desse incidente, ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que o recurso ou a remessa necessária (ou ainda, se for o caso, o processo de competência originária) seja julgado pelo órgão colegiado que o regimento interno do tribunal indicar.
 Caso esse incidente, em determinada hipótese, vise à consolidação de jurisprudência interna do próprio tribunal, deverá ser aplicada a regra contida na redação do Art. 978 do CPC (é uma regra do incidente de resolução de demandas repetitivas que se aplica adequadamente aqui).
 O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária, somente se reconhecer interesse público na assunção de competência.
O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese do tribunal.
“Art. 978. O julgamentodo incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente.”
 O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese do tribunal.
 Enunciado nº 334 do Fórum Permanente de Processualistas: (Art. 947). Por força da expressão “sem repetição em múltiplos processos”, não cabe o incidente de assunção de competência quando couber julgamento de casos repetitivos. Enunciado nº 335 do Fórum Permanente de Processualistas: (Arts. 947 e 15). O incidente de assunção de competência aplica-se ao processo do trabalho.
· Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade – IAI:
- O controle de constitucionalidade ocorre de duas formas no ordenamento jurídico brasileiro:
· Controle concentrado, exercido exclusivamente pelo STF por meio da ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e da ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (Art. 102, I, “a”, da CRFB); 
· Controle difuso (Arts. 948 a 950 do CPC), exercido por órgão do Poder Judiciário e realizado de forma incidente, perante qualquer processo no qual a inconstitucionalidade se apresente como prejudicial ao julgamento do mérito.
 O reconhecimento incidental de inconstitucionalidade nos tribunais, seja em sede recursal, seja por meio de ações de competência originária, deve respeitar o disposto nos Arts. 948 a 950 do CPC e ainda no Art. 97 da Constituição Federal.
 Podem arguir a inconstitucionalidade por meio desse incidente o relator, de ofício, e qualquer das partes, incluindo o assistente simples e o litisconsorcial, cujo processo esteja em órgão fracionário.
“Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o inistério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes u do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.”
CRFB /88:
“Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.”
Súmula Vinculante 10 do STF: 
“Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.”
 No que tange ao Ministério Público, sempre que for parte no processo, também estará no rol dos legitimados para ajuizar esse incidente. Pinho (2016) destaca ainda como perfeitamente cabível ao Ministério Público, enquanto fiscal da lei, também se valer desse incidente de inconstitucionalidade.
 O incidente de arguição de inconstitucionalidade, conforme estabelece a redação do Art. 948 do CPC, deve ser arguido perante o Tribunal (por controle difuso), no qual o relator deverá ouvir o Ministério Público e as partes, para somente depois remeter a questão, conforme o caso, à turma ou câmara responsável.
 Recebida a arguição de inconstitucionalidade pela turma ou câmara do tribunal, a questão poderá ser rejeitada, caso em que prosseguirá o julgamento (Art. 949, I, do CPC).
 Quando a arguição de inconstitucionalidade for acolhida pelo órgão fracionário (turma ou câmara do tribunal), esta será remetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, respeitando a reserva de plenário do Art. 97 da Constituição Federal, isto é, apenas pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
 O órgão fracionário não poderá decidir sobre o mérito do incidente, pois dessa forma violará a reserva de plenário estabelecida no Art. 97 da Constituição Federal, conforme súmula vinculante nº 10 do STF.
ATENÇÃO!!!! A decisão do plenário, do tribunal ou do órgão especial é apenas do incidente processual.
CPC:
“Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal.
§ 2º A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos.
§ 3º Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades.”
CRFB/88:
“Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.”
· Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR:
 O incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) está previsto nos Arts. 976 a 987 do CPC. Tem o objetivo de desafogar o Poder Judiciário no que concerne ao julgamento das demandas de massa.
 Atribuem tratamento coletivo a questões que se repetem em causas individuais, originando decisões tomadas em bloco, sem deixar de observar as particularidades apresentadas por cada caso concreto levado ao tratamento jurisdicional.
 O IRDR é cabível quando houver, simultaneamente, efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito, risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica (Art. 976, I e II, do CPC).
 De acordo com o Art. 977 e incisos, todos do CPC, os legitimados ativos a instaurar o incidente de resolução de demandas repetitivas são:
1) O juiz ou relator, por ofício;
2) As partes, por petição;
3) O Ministério Público ou a Defensoria Pública, por petição.
 A redação do artigo ainda esclarece a competência para processar o incidente que será dirigido diretamente ao presidente de tribunal.
 O Enunciado nº 343 do Fórum Permanente de Processualistas Civis prevê que “o incidente de resolução de demandas repetitivas compete a tribunal de justiça ou tribunal regional”.
 O Ministério Público, se não for o legitimado ativo do incidente, intervirá obrigatoriamente como fiscal da lei (Art. 982, III, do CPC), e ainda, caso haja desistência ou abandono por parte daquele que instaurou o IRDR, o MP tem o dever institucional de assumir a titularidade dele (Art. 976, § 2o).
 Quanto ao procedimento do incidente, esclarece a lei que o mesmo não exigirá o pagamento de custas processuais e ainda que haja desistência ou abandono pela parte que o arguiu, não impede o exame de mérito do incidente (Art. 976, §§ 1° e 5°, do CPC).
 Após a distribuição do IRDR, o tribunal competente fará o juízo deadmissibilidade de acordo com os requisitos previstos nos incisos I e II do Art. 976.
 Admitido o incidente, o relator suspenderá os processos pendentes (deverá ser comunicado aos órgãos jurisdicionais competentes), sendo esses individuais ou coletivos, que estejam em trâmite no estado ou na região (conforme o caso), podendo ainda requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do incidente.
 Inadmitido o incidente por ausência de qualquer um de seus pressupostos de admissibilidade, ele pode ser suprido, e, assim, satisfeito o requisito de admissibilidade, o incidente pode ser novamente suscitado, tudo conforme determina o CPC, em seus Arts. 981 e 976, § 3°.
 Admitido o incidente de resolução de demandas repetitivas, o relator ouvirá as partes e os interessados, no prazo comum de 15 (quinze) dias. Esses poderão requerer a juntada de documentos e diligências que entenderem necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida.
 Depois que as partes e os interessados forem ouvidos, será intimado o Ministério Público, que irá manifestar-se também no prazo de 15 (quinze) dias.
 Para instruir o incidente, o relator poderá designar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria. Concluídas todas as diligências, o relator solicitará dia para o julgamento.
 O IRDR será julgado no prazo de um ano e terá preferência no julgamento sobre os demais processos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
 A tese jurídica firmada por ocasião do julgamento do incidente será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais dos estados ou da região (TRF) e ainda aos casos futuros que versem sobre idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência dos tribunais (Tribunal de Justiça e Tribunais Regionais Federais) – Art. 985, I e II – , salvo se houver revisão da tese jurídica objeto do incidente perante o mesmo tribunal que julgou o incidente, seja de ofício ou a requerimento da Defensoria Pública ou Ministério Público (Art. 986 do CPC).
· Precedentes Judiciais
De acordo com o professor Alexandre Câmara:
 Precedente é um pronunciamento judicial, proferido em um processo anterior, que é empregado como base da formação de outra decisão judicial, prolatada em processo posterior.
 Dito de outro modo, sempre que um órgão jurisdicional, ao proferir uma decisão, parte de outra decisão, proferida em outro processo, empregando-a como base, a decisão anteriormente prolatada terá sido um precedente.
 Têm por fim uniformizar as jurisprudências dos tribunais superiores e, desse modo, reduzir a insegurança jurídica causada por decisões conflitantes em casos análogos, gerando ao jurisdicionado uma maior previsibilidade das decisões judiciais.
 Conforme mencionado no livro didático da disciplina, Nogueira (2014) sustenta “o grande desafio do magistrado é adequar-se a uma nova metodologia processual em que o produto da atividade jurisdicional, a sentença, poderá deixar de ser apenas norma individual aplicável ao caso decidido para converter-se, pelo menos uma parte dela (ratio decidendi), em regra geral a alcançar todas as situações que por uma relação de semelhança mereçam idêntico tratamento”.
 Ao referir-se ao Art. 926 (caput) do CPC, Bueno (2016) indica que, ao dispor que “os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente”, também incluiu o precedente judicial, uma vez que “jurisprudência parece, aí, ter sido empregada como palavra genérica para albergar as súmulas e também os ‘precedentes’.
Importante!!!! O precedente judicial possui conceito diverso do de jurisprudência. A jurisprudência é formada por um conjunto de decisões judiciais reiteradas sobre a mesma matéria proferida pelos tribunais; para o precedente judicial, no entanto, basta que exista uma única decisão. Como destaca Neves (2016), ele é objetivo, pois “trata de uma decisão específica que venha a ser utilizada como fundamento do decidir em outros processos”(…) “Apenas um precedente já é suficiente para fundamentar a decisão do processo julgado posteriormente, enquanto a utilização de jurisprudência como razão de decidir exige dos julgados a indicação de vários julgados no mesmo sentido.”
 Precedente Judicial também possui conceito diferente de súmula. A súmula nada mais é do que a consolidação da jurisprudência, ou seja, nas palavras de Neves (2016), a súmula é a “manifestação objetiva da jurisprudência”. O tribunal, verificando que possui tem majoritário sobre determinado tema jurídico, deve formalizar esse entendimento por meio de um enunciado de súmula, “dando notícia de forma objetiva de qual é a jurisprudência presente naquele tribunal a respeito da matéria”.
- Aproximação entre Civil Law e Common Law: 
Obs.: I. O BR sempre foi, majoritariamente, Civil Law.
 II. No Common Law as decisões baseiam-se nos costumes.
De acordo com as palavras do professor Alexandre Câmara:
“A técnica de decidir a partir de precedentes, empregando-os como princípios argumentativos, é uma das bases dos sistemas jurídicos anglo-saxônicos, ligados à tradição jurídica do Common Law. Isto não significa, porém, que o ordenamento jurídico brasileiro, historicamente vinculado à tradição jurídica romano-germânica (conhecida como Civil Law), tenha “migrado” para o Common Law. Muito ao contrário, o que se tem no Brasil é a construção de um sistema de formação de decisões judiciais com base em precedentes adaptado às características de um ordenamento de Civil Law.”
 “Ratio decidendi” (também chamada de holding pelos norte-americanos): De acordo com Didier Jr, “são os fundamentos jurídicos que sustentam a decisão; a opção hermenêutica adotada na sentença, sem a qual decisão não teria sido proferida como foi.” p.444
 Exemplo de identificação de ratio decidendi: Imaginem que um tribunal, ao julgar uma apelação, produza o seguinte texto: “Efetivamente, tal como defende o apelante, a sentença impugnada foi proferida por juízo absolutamente incompetente, motivo pelo qual é ela nula, apesar do acerto da fundamentação nela utilizada, já que, de fato, o juiz está certo ao concluir que é inválida a venda feita por um ascendente a um descendente, sem o expresso consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante”.
Ratio decidendi: É nula a sentença proferida por juízo absolutamente incompetente.
”Obiter dictum” (no plural, obiter dicta): Para Didier Jr, “é o argumento jurídico, consideração, comentário exposto apenas de passagem na motivação da decisão, que convola em juízo normativo acessório, secundário,...” p.444
- Principais Efeitos:
· Vinculantes – Art. 927 do CPC.
· Eficácia persuasiva – ex.: Art. 1.043 do CPC – embargos de divergência (finalidade de uniformizar a jurisprudência).
Atenção!!!!
Distinguishing – Distinção
Overrruling – Superação / substituição do precedente por outro.
Modulação dos efeitos – momento a partir do qual será eficaz a decisão que altera a jurisprudência dominante.
Overriding – ocorre “quando o tribunal apenas limita o âmbito de incidência de um precedente, em função da superveniência de uma regra ou princípio legal.”
Exemplo de overriding – A interpretação que o Supremo Tribunal Federal (STF) deu ao enunciado 343. O STF interpretou-o de modo a restringir seu alcance, por entender que não seria aplicável quando a alegada violação fosse a dispositivo da Constituição.
Súmula 343 do STF: “Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais.”
- Reclamação: A Constituição Federal fez previsão expressa à reclamação em seus Arts. 102, I, “l”, e 105, I, “f ”, atribuindo competência tanto ao STF quanto ao STJ para processá-la e julgá-la objetivando para

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