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NUTRIÇÃO PARENTERAL Profa. Thais de Oliveira Mendes Kanashiro NUTRIÇÃO PARENTERAL (NP) ❑Solução estéril de nutrientes (aminoácidos, carboidratos, lipídios, sais minerais e vitaminas) infundida via intravenosa, de modo que o trato digestivo é completamente excluído no processo. ❑Pode ser utilizada como: ❑Adjuvante à nutrição oral ou NE para satisfazer as necessidades nutricionais. ❑Como alternativa durante a recuperação de doença ou lesão; ❑Terapia de manutenção da vida para pacientes que perderam a função do seu intestino quanto à absorção de nutrientes. ❑Como qualquer tipo de terapia nutricional, que não seja por via oral, é invasivo TIPOS • Solução administrada diretamente em uma veia periférica. Ex: Veias de superfícies (antebraço). • Indicada para períodos curtos: 7 a 10 dias • Valor energético alcançado costuma ficar em torno de 1.000 a 1.500 kcal/dia • deve ser ↓ que 900 mOsm/L Nutrição Parenteral Periférica (NPP) • Solução administrada diretamente em uma veia central. Ex: veia cava superior. • Indicada para períodos longos: > 14 dias • Geralmente ↑ a 1.000 mOsm/L Nutrição Parenteral Total (NPT) “Central” SÍTIOS DE INSERÇÃO veia femoral. NPT NPP (pediatria); Cateteres confeccionados com materiais de silicone e poliuretano, biocompatíveis, conferem maior durabilidade, menor trauma e menos riscos para o paciente. INDICAÇÕES Indicada se o trato digestivo não funciona, está obstruído ou inacessível, e antecipa-se que essa condição continuará por pelo menos 7 dias. Trato gastrointestinal não funcionante. Quando o aporte de Nutrição Enteral está insuficiente, não teve sucesso. Fístulas de alto débito, na ineficiência da TNE. Síndrome do intestino curto, sendo que a oferta de nutrientes está insuficiente por TNE. Obstrução intestinal Íleo paralítico, sem previsão de retorno do funcionamento normal. Vômito persistentes, sem controle por antieméticos. INDICAÇÕES Pancreatite grave Grande queimado: quando não é possível obter necessidade energético-proteica por oral e NE. Câncer: se a NE não for suficiente, por intolerância alimentar. CONTRAINDICAÇÕES Pacientes hemodinamicamente instáveis, incluindo aqueles com hipovolemia; Choque cardiogênico ou séptico, Edema agudo de pulmão, Anúria sem diálise Pacientes que apresentam graves distúrbios metabólicos e eletrolíticos (desequilíbrio hidroeletrolítico) . APRESENTAÇÃO Bolsas bi ou tricompartimentada • Previamente preparadas pela indústria farmacêutica; • Macronutrientes e eletrólitos são separados em compartimentos e devem ser misturados antes da infusão. • Não contêm vitaminas e oligoelementos (instabilidade da fórmula) → prescrito separadamente • Vantagens: • Disponíveis para uso imediato (após prescrição médica) • Validade longa após fabricação (aprox. 2 anos); • Não necessitar de refrigeração; • Maior segurança (liberada somente após laudo de análise). • Desvantagem: • Em casos de alterações clínicas específicas, é necessário realizar adequações Formulações individualizadas e manipuladas • Preparadas manualmente pelos farmacêuticos, conforme a prescrição médica. • Vantagens: • Possibilita atender às necessidades específicas de cada paciente → Macronutrientes, vitaminas e oligoelementos são fornecidos no mesmo frasco. • Desvantagem: • Até de 48 horas, sob refrigeração • Maior tempo para disponibilização da fórmula; • Ausência do laudo de análise em tempo hábil antes da administração. https://www.youtube.com/watch?v=BnhTYORzReA CÁLCULO NECESSIDADES ENERGÉTICAS ❑ Paciente adulto (s/patologias ou risco de síndrome de realimentação): 25-35 kcal/kg/dia ❑ Paciente adulto em situação grave: 20-25 kcal/kg/dia; ❑ Equação de Mifflin: recomendada para estimar o gasto energético total (GET) de indivíduos não obesos e obesos Homens: GEB = 10 × peso (kg) + 6,25 × altura (cm) − 5 × idade (anos) + 5 Mulheres: GEB = 10 × peso (kg) + 6,25 × altura (cm) − 5 × idade (anos) − 161 ❑Equação Ireton-Jones: Pacientes em estado grave: Paciente em respiração espontânea: GET = 629 − (11 x I ) + (25 x peso atual) − (609 x O) Paciente dependente de ventilação: GET = 1784 −(11 x I ) + (5 x peso atual) + (244 x S) + (239 xT) + (804 xQ) Em que: I = idade (anos); O = obesidade (ausente = 0; presente = 1); S = sexo (masculino = 1; feminino = 0); Q = queimadura (ausente = 0; presente = 1). COMPONENTES DAS SOLUÇÕES DE NUTRIÇÃO PARENTERAL Glicose Aminoácidos Emulsão Lipídica Fluidos/líquidos Eletrólitos GLICOSE GLICOSE ❑ Glicose monoidratada / dextrose monohidratada (fornece 3,4 kcal/grama) ❑Sua presença é essencial, pois ocupa posição central no metabolismo energético do organismo; exerce efeito poupador de nitrogênio; e é fundamental no metabolismo de alguns tecidos (SNC, leucócitos, hemácias e medula renal); ❑Quantidade mínima de glicose: 200 g/dia ❑Concentração máxima: ❑Administração periférica: 10%; ❑Administração central: 35% GLICOSE ❑Soluções disponíveis: 5 a 70% ❑Volume (em frascos ou bolsas plásticas): 100 mL, 500 mL, 1.000 mL e 2.000 mL; ❑Valor Energético Total (VET) da dieta: 50 a 60% AMINOÁCIDOS AMINOÁCIDOS ❑Aminoácidos cristalinos essenciais e não essenciais ❑Soluções disponíveis: 6,7 a 15% ❑Frascos: 50, 100, 250 e 1.000 mL ❑Energia: 4 kcal/grama. ❑Existem formulações específicas dirigidas a situações especiais de disfunção orgânica, como para hepatopatas (aminoácidos ramificados) e nefropatas (aminoácidos essenciais). EMULSÃO LIPÍDICA EMULSÃO LIPÍDICA ❑Função: fonte de ácidos graxos essenciais, concentrados em energia, transportadores de vitaminas lipossolúveis e possui efeitos fisiológicos nas reações inflamatórias e imunológicas. ❑Pacientes gravemente enfermos podem apresentar menor capacidade de utilização de carboidratos e usar os lipídios como preferência metabólica de energia; ❑As emulsões lipídicas (EL) são isotônicas e podem ser administradas por veia periférica. São compostas por triglicérides de cadeia média (TCM) associadas a triglicérides de cadeia longa (TCL) EMULSÃO LIPÍDICA ❑Recomendações: ❑VET: 20 a 35% do valor energético total: ❑2 a 4% ácido linoleico (10 a 17 g/dia) ❑0,25 a 0,5% de alfa-linolênico(0,9 a 1,6 g/dia) . ❑Emulsões lipídicas a 10% fornecem 1,1 kcal/mL (infusão até 100ml/h) ❑Emulsões lipídicas a 20% fornecem 2 kcal/mL (infusão até 50ml/h) ❑Não devendo ultrapassar 2 g/kg/dia, para minimizar o risco de complicações metabólicas (hepatomegalia, icterícia e plaquetopenia). Em pacientes em estado grave, a recomendação máxima de lipídios via venosa é de 1 g/kg/dia. FLUIDO/LÍQUIDO FLUIDO/LÍQUIDO 1 mL de água por quilocaloria consumida OU 30 a 35 mL/kg de massa corporal normal Os volumes máximos de NPC raramente ultrapassam 3 L, com prescrições típicas de 1,5 a 3 L diariamente. Fatores como diarreia, vômitos e febre podem afetar as necessidades hídrica Em caso de febre, deve ser adicionado 2-2,5 ml/kg/24 h para cada 1°C de aumento de temperatura corporal acima de 37ºC. ELETRÓLITOS Eletrólito Ingestão Padrão/dia Cálcio 10 a 15 mEq Magnésio 8a 20 mEq Fosfato 20 a 40 mmol Sódio 1 a 2 mEq/kg + reposição Potássio 1 a 2 mEq/ kg Acetato* Conforme o necessário para manter o equilíbrio ácido-base Cloreto* Conforme o necessário para manter o equilíbrio ácido-base Krause Alimentos, Nutrição e Dietoterapia, 2018 * O farmacêutico deve balancear as concentrações de acetato e cloreto para evitar acidose metabólica hiperclorêmica (AMH) ou alcalose metabólica hipoclorêmica. Krause Alimentos, Nutrição e Dietoterapia, 2018 Os pacientes que recebem NP como única fonte de nutrição devem receber outras vitaminas e elementos traço diariamente e ser monitorados atentamente, especialmente os indivíduos em estado crítico INÍCIO DA TNP INÍCIO DA TNP Prescrição da TNP pelo médico Enfermeiro: garantir uma via exclusiva de infusão endovenosa, aferir o peso e comunicar a nutricionista Nutricionista: cálculodas necessidades nutricionais Exames laboratoriais para monitoramento Início da TNP • Administração progressiva: 1/3 primeiras 24h→ 2/3 em 48 horas → oferta total (72 horas) Recomenda-se realizar o desmame de forma progressiva COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL COMPLICAÇÕES DA TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL Hiperglicemia Hipoglicemia Hipertrigliceridemia Disfunção hepática Distúrbio do balanço acidobásico SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO Conjunto de sinais e sintomas que ocorre após abrupta provisão de alimentos, por via enteral, oral ou parenteral, para pacientes que passaram por um período de inanição. Recomenda-se que em pacientes gravemente desnutridos a NP seja iniciada de forma lenta (25 mL/h) e os eletrólitos sejam monitorados periodicamente nas primeiras 48 horas Durante o jejum prolongado Organismo adapta-se a usar menos o metabolismo dos carboidratos e mais o de gorduras. Início da NP Rápida passagem de líquidos e eletrólitos (em particular fósforo e potássio) para o intracelular, com queda nos níveis séricos. Quadro de insuficiência respiratória e disfunção cardíaca observada nas primeiras 24 a 48 horas após iniciada a NP. EXERCÍCIOS ESTUDO DIRIGIDO: http://arquivos.braspen.org/journal/jul-ago-set-2019/artigos/05-AtrasoNoInicioDaTerapia.pdf QUESTÕES: Qual foi o objetivo do estudo? Qual era o estado nutricional de boa parte dos pacientes que participaram do estudo? O atraso do início da TNP implica realmente em maior mortalidade dos pacientes sob cuidados intensivos?
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