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TESE - INCORRETA UTILIZAÇÃO DE JUROS SELIC NA APURAÇÃO DO INSS

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1. INCORRETA UTILIZAÇÃO DE JUROS SELIC NA APURAÇÃO DO INSS.
 				Na atualização da parcela previdenciária, foi verificado que nos cálculos incidiram juros Selic, considerando a competência como sendo os meses de efetivo labor durante a vigência do pacto laboral.
 				 No entanto, a própria decisão indeferiu a incidência de juros e multa. Bem como, insta salientar que a contribuição previdenciária decorre do efetivo pagamento do crédito trabalhista ao exequente.
 				 Logo, o pagamento judicial a ser realizado ao reclamante é o que passará a ter relevância jurídica, para apuração da indigitada contribuição previdenciária, nos exatos termos do artigo 195, I, “a” da Constituição Federal. 
 				O fato gerador da contribuição ocorre quando do pagamento do crédito devido ao empregado, nos moldes dos artigos 30 e 43 da Lei 8.212/91. Toda e qualquer norma jurídica, tem sua incidência condicionada ao acontecimento de um fato previsto na hipótese legal.
 
 				Portanto, em se verificando a hipótese de incidência e o fato imponível, tem-se a aplicação do mandamento legal. 
 				A obrigação só nasce com a ocorrência in concreto do fato, isto é, surge no mundo jurídico quando este fato concreto se realiza, o qual, no presente caso, se relaciona ao momento da disponibilização incondicionada do crédito ao reclamante por parte da fonte pagadora. 
 				Assim o fato gerador somente ocorre com a decisão jurisdicional autorizadora do levantamento da quantia depositada judicialmente pela empresa. Somente então temos o fato gerador da obrigação previdenciária.
 				Ademais, cumpre destacar, que inobstante a alteração no artigo 43 da Lei nº 8.212/91, onde em seu parágrafo 2º reconheceu como fato gerador da contribuição previdenciária é a prestação de serviços, em seu parágrafo 3º, abaixo transcrito, cita que o prazo para pagamento da contribuição é o mesmo do pagamento das verbas decorrentes da ação trabalhista. 
 				Assim, não há como reconhecer mora antes da ocorrência desse momento. Assim, somente serão devidos juros e multa moratória se após a citação da executada para o pagamento dos créditos do exequente deixar de recolher as aludidas contribuições no mesmo prazo:
“§ 3o As contribuições sociais serão apuradas mês a mês, com referência ao período da prestação de serviços, mediante a aplicação de alíquotas, limites máximos do salário-de-contribuição e acréscimos legais moratórios vigentes relativamente a cada uma das competências abrangidas, devendo o recolhimento ser efetuado no mesmo prazo em que devam ser pagos os créditos encontrados em liquidação de sentença ou em acordo homologado, sendo que nesse último caso o recolhimento será feito em tantas parcelas quantas as previstas no acordo, nas mesmas datas em que sejam exigíveis e proporcionalmente a cada uma delas.”
Pelo não acolhimento dos cálculos autorais.

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