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RESUMO CIVIL - PROVA 2 PROPRIEDADE Conceito A Propriedade é direito real que recai sobre coisas corpóreas e incorpóreas Poderes ou atributos da propriedade Quando recai sobre coisas corpóreas: poder de domínio Quando recai sobre coisas incorpóreas: direito de imagem, direito autoral Poderes do Domínio 1. usar / utilizar: usufruir da coisa 2. gozar / fruir: explorar economicamente (alugar) 3. dispor / alienar: doar, vender, penhorar 4. reaver / reivindicar (rei+vindicatio): recuperar, perseguir de quem a deteve injustamente Regra: o proprietário não consegue exercer os três poderes simultaneamente. Ex.: Se aluga, ele goza e dispõe, mas não usa Exceção: agro, fazendas. Ações de defesa da propriedade 1. Ação reivindicatória: reivindica a coisa de volta tirada injustamente. 2. Ação anulatória: anula títulos. 3. Ação declaratória: declara de quem é o título. Teorias da propriedade 1. Teoria da ocupação: A ocupação (posse) é o fundamento do direito de propriedade (ocupou o bem, ele é seu).TEORIA EQUIVOCADA 2. Teoria da lei: A propriedade existe porque está na lei sendo garantida por ela. TEORIA ACEITA POR ALGUNS DOUTRINADORES 3. Teoria da especificação: A propriedade decorre da força de trabalho. Trabalhou na terra, é sua. TEORIA ATRAPALHADA 4. Teoria da natureza humana: a propriedade é da natureza humana (onde tem gente, tem propriedade). TEORIA ACEITA POR ALGUNS DOUTRINADORES Função Social Da Propriedade Art 170, CF: consta como um dos princípios gerais da atividade econômica. Art. 182, CF: a propriedade urbana deverá cumprir com sua função social. Art. 182 e 183 da CF cria o Estatuto das cidades Art. 186, CF: critérios para que a função social da propriedade rural seja considerada cumprida: Art 5.º, inciso XXIII e Art 1228, § 1º, CC: “propriedade atenderá a sua função social”. Art 1228, § 2º, CC: proibida a propriedade não ser útil Art 184, CF e Art 1228, §§ 3º, 4º e 5º CC: desapropriação em caso de não atender função social Características da propriedade A propriedade é plena exclusiva, e não absoluta (relativa), e possui somente um título. 1. Plena: o proprietário pode fazer o que quiser com sua propriedade 2. Exclusiva: existe um único título por propriedade 3. Relativa: Há limitações ao direito de propriedade previstas em lei. Espécies de Propriedade: A propriedade pode ser plena, limitada e resolúvel: 1. plena: quando o proprietário concentra em sua mãos todos os poderes inerentes à propriedade (usar, gozar, dispor e reaver); 2. limitada: quando se desmembram um ou algum dos poderes inerentes à propriedade que passam às mãos de outra pessoa, hipótese em que se consubstanciam os direitos reais @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 sobre coisa alheia (ex.: usufruto, uso, habitação); 3. resolúvel: quando estiver subor-dinada a um termo ou a uma condição resolutiva, hipótese em que a razão de sua extinção já se encontra prevista título que a constituiu (ex.: fideicomisso, cláusula de retrovenda). Restrições voluntárias ao direito de propriedade São cláusulas voluntárias que inserem restrições ao bem Só pode em atos gratuitos: ex.: doação e testamento. 3 restrições voluntárias: 1. impenhorabilidade: Não pode dar o bem em garantia de dívida 2. incomunicabilidade: o bem jamais será partilhado com o cônjuge em caso de divórcio (não vale para herdeiros) 3. inalienabilidade: garante que o imóvel não seja vendido (somente por 1 geração). Extensão Da Propriedade Solo + espaço aéreo + subsolo proporcional e limitada à extensão da propriedade Classificação Procedência (como foi adquirida) 1. Originária: mais incomum e não carrega características anteriores (usucapião, achou, descobriu). Ex.: não paga o iptu anterior. Não se sabe quem é o proprietário odo bem 2. Derivada: mais comum e carrega características anteriores (compra e venda). Ex.: herda iptu atrasado etc. Sabe-se quem é o proprietário odo bem Transmissão (quanto foi é adquirida) 1. Título universal: quando se adquire todos os bens da pessoa, obrigações e crédito. Ex: herança. 2. Título singular: determina a transmissão de um bem específico. Ex.: um imóvel apenas, antecipação da legítima (adiantamento da herança). Modo (entre quem foi adquirida) 1. Inter vivos compra e venda, doação 2. Causa mortis: herança ou testamento 6. Aquisição Da Propriedade Imóvel Pressupostos: Pessoa capaz¹ de adquirir² 1. Capacidade: Incapaz só pode adquirir através do representante legal 2. Coisa deve ser suscetível de ser adquirida (não pode ser bem inalienado, fora do comércio, com restrições, ilegais) 3. Modo que se vai adquirir Formas de aquisição de propriedade imóvel: RUAS Aquisição pelo registro de título imobiliário Forma de aquisição derivada: A transferência só ocorre com o registro no Cartório da circunscrição correta (local do imóvel). Já a escritura, ou o contrato de compra e venda podem ser em outro. Requisitos: 1. Contrato de compra e venda entre adquirente e transmitente (alienante) 2. Escritura @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 3. Atualização da matrícula do imóvel no cartório (registro do título translativo na circunscrição competente Registro confere apenas a presunção juris tantum (relativa até prova em contrário) de domínio. Ou seja, o título pode ser impugnado em juízo. E enquanto não ocorrer invalidade do registro, adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. 5 Atributos do título (PULE FOOCO): 1. Publicidade: uma vez registrado em cartório, é público 2. Legalidade: verificação da situação do imóvel 3. Força probante: o registro possui fé pública (presunção iuris tantum) 4. Obrigatoriedade: precisa fazer o registro no cartório de registro de imóveis competente 5. Continuidade: o registro é contínuo Matrícula: é a certidão de nascimento do imóvel (somente cria esse número quando registra a primeira vez) Registro: a transmissão só se efetiva com o registro respectivo feito ou lançado na matrícula Averbação: é qualquer anotação feita à margem do registro Atos Sujeitos a Registro (rol exemplificativo) 1. Sentenças 2. Compra e venda 3. Doação 4. Partilha 5. Arrematação 6. Dação em pagamento Usucapião Conceito: Forma originária de aquisição de propriedade imóvel através do decurso do tempo Requisitos 1. posse (pelo usucapiendo/posseiro) 2. tempo (após prazo de prescrição) 3. inércia do titular (notificação do proprietário para posseiro, suspende processo de usucapião) Efeitos Após o prazo, cria título para posseiro (oponível erga omnes, transmissível por sucessão e serve como registro e prova). Principais Espécies 1. Civil (deriva do código) ● ordinária ● extraordinária 2. Constitucional (função social) ● especial rural ● especial urbana (individual / coletiva) 3. Administrativa (MCMV) 4. Familiar (após divórcio) 1. Civil (extraordinária e ordinária) Extraordinária: ● Usucapião mais comum ● 15 anos ininterruptos de posse indireta sem oposição ● Animus domini ● Independentemente de justo título e boa-fé (não importa se ocupou, invadiu) ● Pode ser transmitida por herança ● Pode ser pedida qtas vezes quiser. Ordinária: ● Usucapião menos comum ● 10 anos ininterruptos de posse indireta e sem oposição ○ 5 anos se título estava no cartório, e posseiro mora ou investiu) ● Animus domini ● Precisa de justo título e boa-fé (ex.: não sabia que título era falso) ● Pode ser transmitida por herança ● Pode ser pedida qtas vezes quiser. @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 2. Constitucional (especial urbana e especial rural) Questão política e social Especial rural: ● 5 anos ininterruptos de posse direta de área rural sem oposição ● Só cabe posse direta ● Animus domini ● Sem justo título e sem boa-fé ● Até 50 hectares ● Para uso pessoal (moradia) e familiar (cultivo para subsistência). ● Não pode ter outro bem imóvel ● Só pode pedir uma vez ● Pode ser transmissível por sucessão Especial urbana individual: ● 5 anos ininterruptos de posse direta de área urbana sem oposição ● Só cabe posse direta ● Animus domini ● Sem justo título e sem boa-fé ● Até 250 m² (terreno+ edificação) ● Para moradia (não pode ter atividade comercial) ● Não pode ter outro bem imóvel ● Só pode pedir uma vez ● Pode ser transmissível por sucessão Especial urbana coletiva: ● 5 anos ininterruptos de posse coletiva direta de área urbana sem oposição ● Regulada pelo Estatuto da cidade ● Mais de 250 m² ● Para moradia (não pode ter atividade comercial) ● Só cabe posse direta ● Animus domini ● Precisa ter boa-fé ● Posseiros precisam fazer obras e serviços de interesse social e econômico relevante. ● Por população de baixa renda ● Geralmente não é possível a identificação da área dos terrenos ocupados individualmente 3. Administrativa ● Lei Minha Casa Minha Vida ● institui o título de legitimação da posse (dava título de posse, mas não de propriedade) 4. Familiar ● 2 anos ininterruptos de posse direta de área urbana sem oposição ● Só cabe posse direta ● Em caso de divórcio ● Para o ex que ficar ● quem abandonou o lar corre risco de perder para quem ficou morando ● Animus domini ● Até 250 m² (terreno + edificação) ● Para moradia (não pode ter atividade comercial) ● Não pode ter outro bem imóvel ● Só pode pedir uma vez ● Pode ser transmissível por sucessão Acessão Conceito Forma originária de aquisição Aumento da propriedade principal, em razão da aderência natural ou artificial de coisa nova. Distinção Entre Acessão E Benfeitoria Benfeitoria: coisa acessória @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 Acessão: modo de aquisição originária da propriedade, que cria coisa nova e adere à propriedade preexistente Formas de acessão (pg. 317 do Stolze) Acessões naturais: 1. ilhas 2. aluvião 3. avulsão 4. abandono de álveo Acessões artificiais (direito de construir): 1. plantações 2. construções Caso mais comum de acessão, visto em contratos Formação de ilhas Conceito: acúmulo paulatino de materiais que vão sendo levados pela correnteza ou rebaixamento de águas Se ilha nasce em alto mar: 1. pertencerá ao primeiro ocupante 2. RES NULLIUS: coisa de ninguém 3. Ilhas fluviais, lacustres, oceânicas e costeiras: pertencem ao Estado (U, E e M) 4. O Direito civil foca nas ilhas em rios não navegáveis ou particulares 5. Álveo: leito do rio 6. Testada: projeção da linha da propriedade até o meio do rio 7. Ribeirinho: mora às margens de um rio Como medir: Mede-se a partir da linha do álveo (meio do rio) Parte direita é do ribeirinho da direita e parte esquerda é do ribeirinho da esquerda. Regra 1: ilha formada no meio do rio: proprietário será dono da parte do meio até sua margem Regra 2: ilha formada entre o meio e uma das margens: o ribeirinho que margear o lado será dono Regra 3: Ilhas formada em novo braço do rio: proprietário que margeia o novo braço será dono Aluvião Conceito: Depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 desvio das águas destas margens: a terra vai aumentando. Tem que ser natural A aluvião que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem. A aluvião pertence aos proprietário que margeia (acessório segue principal) AUMENTA A PROPRIEDADE NÃO É INDENIZÁVEL 2 espécies de aluvião 1. Aluvião própria: quando ocorre acréscimo de terra às margens paulatinamente (a terra vai em direção ao rio). 2. Aluvião imprópria: quando ocorre recuo das águas (o rio vai embora) Acessão por Avulsão Conceito: Quando proprietário original tem sua terra diminuída por deslocamento de terra por força natural violenta. Ex.: desmoronamento DIMINUI A PROPRIEDADE É INDENIZÁVEL Regra: Quem recebe as novas terras, vira dono delas em 2 hipóteses: 1. Indenizando o dono anterior ● se não indenizar, tem que deixar quem perdeu as terras retirá-la ● proprietário anterior pode ajuizar ação de obrigação de fazer (retirar as terras) cujo prazo será 1 ano para retirá-las. 2. Ninguém reclamar a terra, após 1 ano da avulsão ● neste caso, não precisa indenizar ● se dono anterior não retirar terras reclamadas anteriormente, no prazo de 1 ano, incorre nesta 2ª hipótese. Álveo abandonado Conceito: leito do rio ou corrente de água que seca e desaparece NÃO É INDENIZÁVEL Pertence aos proprietários das duas margens @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 A distribuição deve ser igual entre A e B, pois a distância das margens ao meio do rio é a mesma, ou seja, em cinquenta por cento. Direitos De Vizinhança Conceito ● Uma das formas de limitação ao uso pleno da propriedade ● Se inspira na lealdade, boa-fé e regras de convivência social ● Visa reduzir os conflitos entre vizinhos ● É obrigação propter rem (persegue a coisa) ● Protege tanto o proprietário quanto o possuidor (ambos podem agir para garantir o direito) Denominação ● Confinante: vizinho de parede ● Vizinho: casa ao lado, ou casas após, ou no mesmo bairro Possui sete modalidades 1. Do uso anormal da propriedade 2. Das árvores limítrofes 3. Da passagem forçada 4. Da passagem de cabos e tubulações 5. Das águas 6. dos limites entre prédios e direito de tapagem 7. Do direito de construir Uso Anormal Da Propriedade (CAI NA PROVA) Viola a função social da propriedade O direito de vizinhança limita o uso e protege do abuso de propriedade e de direito A violação gera direito obrigacional e eventualmente perdas e danos Regra dos 3 Ss: 1. sossego 2. segurança 3. saúde 1. Sossego Barulho e incômodo causados por construções, obras, festas, cultos religiosos, pets, ruídos industriais. Pode ser aferido por equipamentos (decibelímetro). O direito de vista tem que ser respeitado (poluição visual) O mau uso da propriedade pode causar sua perda No contrato de transporte pode expulsar os passageiros 2. Segurança Cão bravo, ruídos, segurança do comércio que há ao lado (estoque de pneus, venda de gás, fábricas clandestinas de fogos de artifício), vizinho que deixa muro baixo, e dá pra escalar o muro dele e entrar em sua residência, não trocar extintor, não colocar extintor e hidrantes, torre de telefonia celular perto de área residencial, área residencial não pode ter serviço comercial. Há 2 espécies: ● pessoal: deixar casa aberta; facilitar a entrada de pessoas estranhas, problemas em condomínio, com entrada e saída de pessoas ● Bens: proteção dos bens, empresa ou indústria que afeta segurança pessoal e também de bens @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 3. Saúde. Falta de higiene, terrenos abandonados, mau-cheiro; Diz respeito também aos cuidados que tem que ter nas vizinhanças de hospitais, postos de saúde. Espécies: 1. Meio ambiente: meio urbano, controle de publicidade (ex: luminosos neon). 2. Violação de vizinhos: cuidado com animais domésticos, mau cheiro Mau uso da propriedade 1. Por uso anormal ● saúde ● segurança ● sossego 2. Por uso irregular ● violação da lei de zoneamento ● violação de áreas (área mista, ● comercial ou residencial) Jurisprudência varia pelos costumes de cada cidade Regra da precedência: quem chegou primeiro fica Ação para combater o uso anormal 1. Obrigação de fazer e de não fazer (com possibilidade de multa e astreintes) 2. De dano infecto: garantia de caução devido aos riscos (para cessar perturbação à segurança, saúde e sossego) 3. Nunciação de obra nova: embargo da obra 4. Demolitória: demolição de propriedade vizinha, como última medida + Perdas e danos quando couber Se for justificado interesse público, o proprietário e o possuidor que podem pagar indenização ao vizinho Árvores Limítrofes (Arts. 1.282 A 1.284) Árvore na linha divisória ● pertence aos 2 confinantes ● Divide a árvore, os frutos e os dispêndios (gastos) Árvore que entra parcialmente ● raízes, ramos ● pode ser cortado até esse limite pelo proprietário do terreno invadido Frutos caídos ● pertence ao dono do solo onde caiu. Passagem Forçada (Art. 1.285) Passagem em terreno alheiro assegurada ao proprietário de prédio encravado Ocorre mediante pagamento de indenização para o vizinho O caminho que dá acesso a uma rua deve ser o mais curto, Deve ser o menosoneroso para o vizinho, com indenização correspondente a área desapropriada Prédio encravado: Prédio do meio, sem acesso à rua. Incorpora na escritura do prédio encravado como passagem forçada Forma de desapropriação compulsória É diferente da servidão: @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 Passagem De Cabos E Tubulações (Arts. 1.286 E 1.287) Mediante recebimento de indenização que atenda à desvalorização da área remanescente Proprietário é obrigado a tolerar a passagem de cabos, tubulações e outros serviços subterrâneos de utilidade pública (interesse público e social), quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. Precisam ser serviços de utilidade pública Pode o proprietário exigir a realização de obras de segurança que protejam dos cabos e tubulações, se a instalação oferecer riscos Das Águas (Arts. 1.288 A 1.296) Código de Águas: trata de barragem particular e pública. O CC replica os dispositivos do Código de Águas e trata de: ● Nascentes ● Poços artesianos ● Cisternas ● Piscinas ● Reservatórios Dono do prédio superior não pode agravar o dano no prédio inferior (menos oneroso possível) Dono do prédio inferior é obrigado a suportar a água que vem naturalmente do prédio superior sem direito a indenização, porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada. Dono de prédio inferior não pode realizar obras que embaracem o fluxo dessas águas naturais. Ações: Obrigação de fazer ● Caso dono de prédio inferior tenha feito obra que impeça escoamento da água (barragem) ● Caso dono de prédio superior precise diminuir escoamento (represa vazou) ou liberar o escoamento (ex.: Impedimento de nascentes) Demolição Indenização ● Em caso de prejuízo Lei 6.938/81 (Lei do meio ambiente que protege toda a parte de água) Limites Entre Prédios E Do Direito De Tapagem (Arts. 1.297 E 1.298) O proprietário de um imóvel tem direito de cercar, murar, valar e tapar de qualquer modo o seu prédio urbano ou rural. Ação demarcatória: O proprietário pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios (ex.: cerca viva, muro, vala, cerca de arame ou de madeira pertencem a ambos que devem dividir despesas para construção e conservação. Quando tratar de muro, serão dois muros, cada um em uma propriedade Cercas vivas (árvores, plantas) divisórias só podem ser cortadas, se os dois concordarem. @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais ou outro fim pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não precisa ajudar nas despesas. Se os limites forem confusos, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro. Direito De Construir (Arts. 1.299 A 1.313) Visto em contratos Condomínio Denominações Consorte: para condomínio em geral Condômino: para condomínio edilício Condomínio (ou copopriedade ou compropriedade) Conceito Forma anormal da propriedade de dois ou mais sujeitos que exercem o direito simultaneamente sobre uma propriedade indivisa, móvel ou imóvel Direito real sobre coisa. Exemplos de condomínio: ● regime de bens de casamento ● comunhão em sociedades ● condomínio de paredes e cercas ● comunhão de edifícios de apartamentos ● comunhão hereditária Condomínio geral: ● Duas ou mais pessoas adquirem uma propriedade. Condomínio de prédios e edificações; ● Tem sindico, condomínio horizontal, tem legislação própria; ● O condomínio de casa não tem legislação, usa-se o de prédio e de edificações. Teorias 1. Teoria da propriedade integral: ADOTADA PELO CÓDIGO CIVIL Existe um único direito cujo exercício se limita pelos direitos dos demais consortes. Ter mais de um sujeito refere-se apenas ao exercício do direito de propriedade Cada condômino tem direito de propriedade sobre toda a coisa. 2. Teoria das propriedades plúrimas parciais: Cada condômino é dono da sua parte. Ex.: são 4 condôminos, divide a propriedade em 4 e cada um torna-se dono de 1/4. Crítica: não há como ser proprietário pleno de 1/4 da propriedade. Ex.: se invadem a propriedade, o proprietário só poderia brigar sobre a invasão do1/4 dele Condomínio como pessoa jurídica. Condomínio de prédio e edificações é caracterizado como ente despersonalizado e possui CNPJ para fazer contratações Modalidades (ou espécies de condomínio): Quanto à origem: Voluntário ou convencional ● Acordo de vontade entre condôminos Necessário, eventual ou legal: ● Imposto pela lei (cerca) ● Motivos estranhos à vontade dos condôminos (espolio) Quanto ao objeto: Universal ● Regra ● Totalidade dos bens (herança) @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 Particular ● determinadas coisas ou determinados efeitos (compra de um bem em conjunto) ● Precisa estar previsto Quanto à forma: Pro diviso ● comunhão de direito, divisão de fato ● Comporta divisão (terreno, fazenda) ● Determina no plano fático, concreto e corpóreo, quanto é o direito de propriedade de cada condômino. Pro indiviso ● comunhão de fato e de direito ● não pode dividir sem danificar (casa, carro) ● Ou um compra parte do outro, ou vendem para terceiro e dividem o valor ● não é possível determinar de modo corpóreo qual é o direito que cada um dos condôminos têm. ● Não existe divisão de fato. Quanto ao tempo: Ordinário/temporário ● Regra ● ideia de consolidação da propriedade Permanente ● pela lei ou natureza do bem não permite extinguir. Ex: Servidão: prédios encravados com passagem de uso comum, pela natureza do bem é permanente, pois precisa ter via de acesso, quando tem brita é servidão. Direitos e deveres dos condôminos Usar a coisa conforme sua destinação (se bem é comercial, uso deve ser comercial e vice-versa). Em caso de condomínio geral, cada condômino pode alienar ou gravar sua parte ideal ● deve alienar primeiro para os demais condôminos ● Gravar com ônus real ● Fração ideal pode ser dada como garantia ● Os condôminos (consortes) possuem direito de preferência em caso de venda Se 1 dos consortes contrair dívida em proveito da comunhão responderá pessoalmente pelo compromisso, cabendo ação regressiva (art. 1318) ○ assume a dívida em proveito do condomínio Cada consorte pode reivindicar de 3º a coisa comum (pode reivindicar a posse) Nenhum consorte pode dar posse, uso e gozo da propriedade a estranho, sem preferência dos demais (não pode emprestar a coisa comum, ou permitir a entrada de estranhos sem que os demais saibam) Todos os consortes poderão usar a coisa, dentro dos limites de sua destinação ● Se os consortes não chegam em um acordo então a alternativa será administrar, vender e dividir, ou alugar 2. Condomínio Voluntário 3. Condomínio Necessário Quando proprietários são obrigados a dividir parte da coisa (ex.: cerca em comum, meia parede, ofendículos). Ofendículo: São aparatos visíveis que se destinam à defesa da propriedade ou de qualquer outro bem jurídico, como, por exemplo, anças ou cacos de vidros afixados em portões e muros, e cercas elétricas acompanhadas do respectivo aviso. O uso de ofendículos é lícito, desde que não coloque em risco pessoas não agressoras. @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 4. Condomínio Edilício Do Condomínio Edilício Em um edifício existem: ● áreas de uso comum (playground, quadra, piscina, salão de festas, academia, horta) ● áreas de uso exclusivo (apartamentos, casas) Não há condomínio vertical, apenas horizontal. Uma unidade equivale a X porcento do solo; a matrícula deriva da matrícula do terreno. A linguagem de condomínio vertical não é tecnicamente correta. Por não ser condomínio geral, não precisa observar o direito de preferência. Direitosdos condôminos Definidos em convenção de condomínio Disciplina regras básicas, como, manutenção das vagas É averbada em cartório e aprovada por ⅔ dos condôminos devidamente registrados até o momento da aprovação Documento é essencial para que o condomínio edilício exista legalmente. O período correto para criar o documento deve ser no momento inicial da ocupação do empreendimento. Essa formulação inicial pode ser realizada pela construtora ou incorporadora do imóvel para ser submetida aos condôminos na primeira assembleia, que a assinam Convenção x regulamento/regimento Regulamento e regimento interno: são mutáveis, Convenção: não é mutável Regimento interno: documento que reúne as normas básicas de convivência. Deveres dos condôminos Regras de boa vizinhança; ● Cortesia, limpeza, etc. ● Zelo ao Hall comum; ● Não alteração de fachada externamente; ● Não decorar esquadrias externas. Ex: Natal. 5. Condomínio De Lotes 6. Multipropriedade Ou Time Sharing 7. Fundos De Investimento 7. Aquisição Da Propriedade Mobiliária 7.1. Usucapião 7.2. Ocupação 7.3. Achado De Tesouro 7.4. Tradição 7.5. Especificação 7.6. Confusão, Comistão E Adjunção 8. Perda Da Propriedade Direitos Reais Na Coisa Alheia 1. Introdução 2. Superfície 3. Servidão 4. Usufruto 5. Uso 6. Habitação 7. Direito Do Promitente Comprador 8. Penhor 9. Hipoteca 10. Anticrese @atamarapimentel RESUMO CIVIL - PROVA 2 11. Concessão De Uso Especial Para Fins De Moradia 12. Concessão De Direito Real De Uso 13. Laje @atamarapimentel
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