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Nesta webaula, temos como objetivo aprender sobre: Jogos vivenciais. Teoria do campo psicológico de Lewin. Ciclo de Aprendizagem Vivencial (C.A.V.). Jogos vivenciais O jogo é um processo vivencial. É um exercício laboratorial considerado uma vivência – existe relação entre as pessoas. Trata-se de uma competição dinâmica e saudável entre pessoas de interesses comuns que visa da simples recreação à viabilização de aprendizagem, re�exão ou correlação com a prática do dia a dia (BALLESTERO- ALVAREZ, 2002). Fonte: Pixabay. O jogo traduz ou re�ete muito do real cotidiano vivenciado pelas pessoas, enquanto membros de grupos, nas diversas áreas e situações em que estão inseridas. A nomenclatura “jogos de empresa” passou a ser generalizada em todos os trabalhos com grupos – em escolas, instituições e empresas em geral (BALLESTERO-ALVAREZ, 2002). Dinâmicas e Jogos Vivenciais Ciclo de Aprendizagem Vivencial Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Fonte: Pixabay. Objetivos dos jogos vivenciais Os objetivos dos jogos vivenciais são: Gerar ou propiciar aprendizado. De�nir, com clareza, os comportamentos e o que se quer (missão, visão, valores e regras de conduta). Levar à competição, mesmo que não se precise fazer contagem de pontos. Fazer com que os participantes interajam, embora alguns não se envolvam e pre�ram �car no anonimato. Vantagens dos jogos vivenciais Os jogos vivenciais têm como vantagens: Caráter experimental. Flexibilidade ao facilitador. Participação de todos. Maior responsabilidade para o grupo. Aprendizado. Motivação. Ganhos para todos. Fonte: Pixabay. Atividades vivenciais Uma relação signi�cativa entre o eu e o outro é primordial nos jogos vivenciais. A aprendizagem vivencial ocorre quando a pessoa está envolvida na atividade, analisa criticamente e extrai algum insight útil da série de atividades mentais que desenvolveu e aplica os resultados obtidos em outra realidade. Trata-se do chamado processo indutivo – partindo de observações –, muito mais do que uma verdade apriorística. Planejamento das atividades Quais perguntas devemos fazer para planejar os jogos, as vivências, as atividades a serem aplicadas nos grupos? Devemos fazer as seguintes perguntas: “Por quê?”: responde quais são os objetivos. “O quê?”: responde qual o conteúdo; o que é preciso fazer para se alcançar os objetivos propostos. “Quem”: responde quem será o público-alvo, quem são os participantes, o nível de escolaridade, os cargos, a faixa etária, etc. “Onde”: responde qual será o espaço físico. “Quando”: responde o tempo disponível, a carga horária. “Como”: responde quais serão os instrumentos, as ferramentas, os materiais, os responsáveis, etc. “Quanto”: responde qual o valor do investimento. Teoria do campo psicológico de Lewin Teoria de campo – Kurt Lewin Kurt Lewin foi um dos primeiros e principais teóricos da psicologia social centrada nos pequenos grupos. Os seus objetos de estudo foram os microfenômenos de grupos – os pequenos grupos são as únicas totalidades dinâmicas acessíveis à observação. Esse teórico introduziu a expressão “dinâmica de grupos” (group dynamics), explicando o conceito de dinâmica no sentido habitual da física como oposto à estática. Lewin partiu da teoria da Gestalt para construir um conhecimento novo e genuíno, conhecido como teoria de campo. Segundo essa teoria, as atitudes sociais de um indivíduo ou as atitudes coletivas de um grupo não podem ser compreendidas senão a partir dos indivíduos e dos pequenos grupos que eles englobam. É nos pequenos grupos que as interações sociais concretas podem ser observadas. Os comportamentos dos indivíduos enquanto seres sociais são em função de uma dinâmica independente das vontades individuais. Os fenômenos de grupo são irredutíveis e não podem ser explicados à luz da psicologia individual. Toda dinâmica de grupo é resultante do conjunto das interações no interior de um espaço psicossocial. Essas interações poderão ser tensões, con�itos, repulsas, atrações, trocas, comunicações, pressões e coerções. O comportamento deve ser visto em sua totalidade – todos os momentos de nossas vidas se dão no interior de grupos, e a característica essencial que de�ne um grupo é a interdependência de seus membros. O grupo não é a soma das características de seus membros, mas algo resultante dos processos que ali ocorrem. Teoria de campo – Kurt Lewin A seguir, conheça outros fundamentos teóricos sobre grupos: Carl Rogers – Grupos de encontro Carl Rogers foi o primeiro a realizar atividades em grupos por meio de um processo terapêutico denominado “terapia centrada no cliente” (cliente-centered-therapy). Moreno – médico Trata sobre a terapia de grupo e o psicodrama. Foulkes – enfoque gestáltico Entende que um grupo se organiza como uma entidade, diferentemente da soma dos indivíduos. Pichon-Rivière – psicanalista Considera que um grupo operativo se constitui para operar uma determinada tarefa objetiva. Por exemplo: ensino e aprendizagem. Massa e grupo A psicologia social surgiu com o estudo das massas e desenvolveu a pesquisa de grupos (Kurt Lewin). Nesse caso, consideram-se grupos menores, os quais possuem objetivos claramente de�nidos. Psicologia das massas O que se perguntava no campo da psicologia era o que levaria uma multidão a seguir a orientação de um líder mesmo que fosse preciso colocar em risco a própria vida (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002 ). Os primeiros estudos sobre os grupos foram realizados no �nal do século XIX pela psicologia das massas ou das multidões, e estava à frente disso o pesquisador Gustav Le Bon (autor de um tratado conhecido como Psicologia das massas). Que fenômeno psicológico é esse que mobiliza e possibilita a coesão das massas? Teorias de grupos Para o psicanalista Bion, qualquer grupo se movimenta em dois planos (premissas básicas): Grupo de trabalho (campo consciente e voltado para a execução de alguma tarefa). Grupo latente, de pressupostos básicos – radicados no inconsciente. (As manifestações correspondem a pulsões e fantasias inconscientes.) Os pressupostos básicos de Bion são: Dependência: liderança carismática. Luta e fuga: liderança tirana Apareamento (acasalamento): formação de pares. Ciclo de Aprendizagem Vivencial (C.A.V.) Con�ra a �gura a seguir, que ilustra o ciclo de aprendizagem vivencial. Fonte: elaborada pela autora. Agora, saiba mais sobre cada uma das fases do C.A.V. Fase 1 – Vivência É o estágio inicial, é a parte geradora do exercício. Muitas vezes é associado ao jogo; se o processo parar após esse estágio, todo o aprendizado será relegado ao acaso e o trabalho �cará incompleto. Toda atividade aqui descrita implica autoavaliação ou interação interpessoal. A dinâmica estabelecida no grupo será o referencial para a investigação do grupo. Fase 2 – Relato A partir do momento em que as pessoas vivenciam uma atividade, elas estão prontas para compartilhar o que viram e/ou como se sentiram durante o evento. O objetivo é tornar possível que outros compartilhem as experiências individuais. O relato envolve a descoberta do que aconteceu com os outros, tanto no plano cognitivo quanto no afetivo. Fase 3 – Processamento Este é o estágio central da aprendizagem vivencial; é a veri�cação sistemática da experiência compartilhada pelas pessoas envolvidas. É aqui que efetivamente ocorre a dinâmica de grupo, em que os participantes devem reconstruir padrões de comportamento e as interações da atividade com base nos relatos individuais. Essa discussão em profundidade é a parte mais importante e crítica do ciclo e não deve ser ignorada nem pode ser concebida espontaneamente se o que se pretendeé obter um aprendizado signi�cativo e importante para todos os envolvidos. O orientador do grupo deve planejar cuidadosamente como o processamento será desenvolvido e dirigido. Fase 4 – Generalização Quando generalizamos, estamos dando um salto inferencial – estamos levando nossa experiência de laboratório proveniente da dinâmica para nossa vida pessoal ou pro�ssional. Deve-se levar os participantes a concentrarem-se nas situações similares àquelas vivenciadas e que ocorrem na vida real para que um salto quantitativo seja dado e a resposta a alguma pergunta ocorra. Fase 5 – Aplicação Este é o estágio �nal para o qual o exercício estruturado da forma proposta foi planejado. A questão é: “e agora?”. Deve-se auxiliar os participantes a transferirem as generalizações efetuadas para as situações reais na quais estejam, eventualmente, envolvidos. Você sabe quais consequências podem advir quando se ignora o estágio 5 do C.A.V. (aplicação)? Você sabe quais consequências podem advir quando se ignora o estágio 5 do C.A.V. (aplicação)? Ignorar esse estágio é correr o risco de não perceber a utilidade do que foi aprendido. É importante que se dê atenção ao planejamento de alguns procedimentos para que as pessoas e/ou grupo apliquem o aprendizado gerado durante a experiência vivida e planejem comportamentos mais e�cazes e satisfatórios. Para �nalizar, destacamos que, com o conteúdo apresentado, esperamos que você seja capaz de aplicar os jogos vivenciais em contextos pro�ssionais. Continue pesquisando sobre essa temática para se aprofundar! Referências BALLESTERO-ALVAREZ, M. E. Dinâmicas de grupo para desenvolvimento humano. Campinas: Papirus, 2002. BOCK, A. M.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. ZIMERMANN, D. E; OSORIO, L. C. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.
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