Avaliação II - Fundamentos Filosoficos do Direito

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GABARITO | Avaliação II - Individual (Cod.:767432)
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Prova 55410958
Qtd. de Questões 10
Acertos/Erros 10/0
Nota 10,00
A íntima relação dos termos "política" e "polis" não decorre tão somente do vínculo semântico. 
A multifacetada experiência ocorrida em Atenas entre os séculos IV a VI a.C. evidenciou 
contradições capazes de gerar um ambiente decisivo para o surgimento da reflexão política. Sobre o 
exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Para o povo grego, o modo de vida digno dependia de uma pré-condição: o exercício da 
liberdade. A liberdade significava a independência em relação às necessidades básicas de vida, 
eliminando qualquer modo de vida ligado à sobrevivência.
( ) Não apenas o homem comum possuía liberdade, mas também os artesãos livres e os mercadores, 
com exceção dos escravos, pois estavam excluídos todos os que não podiam dispor de liberdade de 
ação e de movimento.
( ) Apenas aos homens livres pertencia o direito de escolha de uma vida digna: a vida voltada aos 
prazeres do corpo - em que o belo é consumido tal como é dado; a vida dedicada aos assuntos da polis 
- atividade que por excelência produz belos efeitos; e a vida de filósofo - dedicada à contemplação e à 
investigação das coisas eternas, cuja beleza não poderia ser alterada nem pela produção nem pelo 
consumo humano.
( ) Dentre as atividades humanas gregas que mantinham um bios digno - um modo de vida 
autenticamente humano e livre de necessidades e privações - a vida política ocupava especial 
destaque, pois viver na polis significava desfrutar de uma forma de organização política particular e 
livremente escolhida. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A F - F - V - F.
B F - V - F - F.
C V - V - F - V.
D V - F - V - V.
No pensamento grego havia um permanente fluxo entre a vida interior e exterior - "tudo flui, 
nada persiste nem permanece o mesmo", defendia Heráclito de Éfeso - e, assim, desde as divindades e 
os arquétipos serão elaborados os fundamentos de filosofia e justiça daquela sociedade. Sobre as 
divindades e os arquétipos gregos, assinale a alternativa CORRETA:
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A
Era mantida uma visão de cosmo - kósmos (universo humano e não humano harmônico e
estruturado), ordenado por princípios dinâmicos e relativos, que eram sempre exteriorizados em
conceitos divinos de anjos ou demônios.
B A visão de mundo pouco complexa e muito singular da sociedade grega não pode ser
compreendida a partir dos arquétipos, visto a irrelevância histórica daquela cultura.
C
Protegida pelos deuses a polis era regida por normas tradicionais - themistes (regulamentações) -
que codificadas constituíam o nomos - ordem da polis. As polis constituíam formas diversas de
organização que concretizavam a convivência dos valores de todos por todos.
D A vida na polis representava uma possibilidade de conviver pacificamente com os arquétipos e
deuses com harmonia e equilíbrio social.
O pensamento jurídico hegemônico foi elaborado como uma espécie de “engenharia” social e política, 
relativamente bem-sucedido, na Modernidade, a partir de uma soma de fatores e elementos que 
possibilitaram a edificação de um projeto jurídico cientificista e técnico. 
Diante disso, assinale a alternativa CORRETA que dá nome a uma concepção segundo a qual o 
espírito europeu é uma verdade absoluta e carrega em si um todo intelectual da humanidade:
A Ecocentrista.
B Ecocentricidade.
C Eurocentrização.
D Eurocentrismo.
O período clássico de Atenas corresponde ao século V a.C., conhecida como era de Péricles 
(495/492 a.C. - 429 a.C.), em referência ao grande legislador e governante ateniense. Neste século, 
houve um desenvolvimento não apenas na política, na arte e na história, mas também na organização 
social. Esta fase é marcada por grandes obras de urbanização e formação de um exército capaz de 
enfrentar grandes batalhas. Tal fase entrou para história conhecida como:
A Era de Ouro de Atenas.
B Era de Odisseia.
C Era platônica.
D Pós-socrática.
Entre os dois grandes pós-socráticos - Platão e Aristóteles - existem aproximações e 
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distanciamentos. O primeiro era filho de Atenas, das velhas tradições e da política familiar. Já 
Aristóteles era nascido e educado em ambiente distinto. Filho de médico, aprendeu que a observação 
e a experiência são fundamentais para o conhecimento. Sobre as convergências e as divergências entre 
Platão e Aristóteles, assinale a alternativa CORRETA:
A
Aristóteles, ao mesmo tempo que busca afastar-se, mantém aproximação com seu mestre, Platão,
com um fim ético e um princípio político em todo seu trabalho, e esta intenção nunca foi
abandonada.
B
Para Aristóteles, a luta política pertence à cúpula governamental, polariza-se a partir de duas
reivindicações centrais de poder: o interesse das elites econômicas em detrimento do bem-estar da
classe dominante, com a priorização do bem-estar econômico e social dos governantes.
C
A metodologia adotada em "A Política", Platão, aproxima-se do que atualmente poderíamos
chamar de "científica", pois, a partir de uma análise empírica, persegue dois objetivos distintos:
compreender o funcionamento dos regimes políticos existentes e descrever um modelo ideal de
governo.
D
O critério estabelecido por Platão diferencia-se do utilizado por Aristóteles em um aspecto
central: para o primeiro as formas autênticas eram as que visavam ao bem comum, enquanto que
para o segundo era o respeito à lei.
Para o pensamento platônico, a ação de governar deve resultar de virtudes adquiridas pelo 
filósofo, isto porque a educação (Paideia) da alma - bem supremo e absoluto - deve ser levada a cabo 
pelo governante que monopoliza a vida do cidadão. Para tanto, o governante deve aliar capacidades 
específicas. Sobre as capacidades e as virtudes próprias do governante no entender platônico, assinale 
a alternativa CORRETA:
A Aptidão de comandar com sabedoria e justiça.
B Incentivar a justiça com as próprias mãos.
C Inteligência e capacidade de governar priorizando as classes dominantes para garantir a
soberania.
D Capacitar os cidadãos para excluir os estrangeiros e garantir a hegemonia interna.
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Em Aristóteles, encontramos dois grandes campos para a compreensão do sentido da justiça. 
Quais são esses sentidos?
A Universal e o parcial.
B Parcial e o virtuoso.
C Universal e o coletivo.
D Universal e o particular.
É na antiga Grécia desde os "tempos homéricos" - por volta do século IX a.C. - que se inicia o 
confronto da razão humana com os mitos. Nos séculos seguintes, de maneira clara, há um paulatino 
rompimento com as velhas formas de explicar o mundo. Pensadores como Tales de Mileto, 
Anaximandro, Heráclito e Parmênides já não se limitam às velhas tradições, buscando compreender e 
explicar a realidade desde novas categorias. Essa transição marca a passagem do mito para o logos. 
Sobre o que caracteriza essa etapa, assinale a alternativa CORRETA:
A É a coerência dogmática entre o espírito prático romanista e seu legado técnico de direito - um
dos pilares da cultura ocidental - e a sofisticação da cultura grega.
B Trata-se da transição entre a mitologia grega para a lógica romana de polis, o que representou um
fator importante na fundação de uma nova concepção de cidadania e política.
C Foi a substituição da ideia de deuses controlando o mistério do ser para uma concepção baseada
na lógica dos oráculos, que se apresentavam personificados a quem os buscava.
D Foi o processo mental que deu lugar à filosofia enquanto conhecimento racional rigoroso, emuma
transição na tarefa de explicar o mistério do ser pela mitologia para a explicação racional.
Com o fim do século de Péricles, o pensamento filosófico grego entra em decadência. Nos 
séculos que se seguiram a Aristóteles, o grande celeiro da filosofia do direito grego foi Roma, 
seguindo um período batizado como helenismo, que ainda carregava em si a essência do período 
clássico, até quando entra em cena o cristianismo. Com a busca de construção de fundamentos 
filosóficos para o cristianismo, inaugura-se uma nova etapa em uma nova forma de organização 
social: o pensamento medieval. Acerca das características da etapa medieval, analise as sentenças a 
seguir:
I- A Idade Média é um longo período histórico marcado pela hegemonia do poder da Igreja, herdeira 
do legado filosófico da antiguidade, e relações socioeconômicas feudais. É uma etapa em que os 
valores culturais, ideológicos, políticos e filosóficos se assentam nos valores cristãos e pela 
centralização do poder eclesiástico.
II- Marcada por relações sociais estamentais - ordens/grupos sociais divididos e sem mobilidade - a 
sociedade medieval era um universo profundamente hierarquizado no qual a nobreza e o clero 
detinham o poder, restando aos servos a submissão aos senhores em troca de proteção e uso da terra 
para a sobrevivência.
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III- A filosofia e o direito conseguem se distanciar, mantendo-se independentes da hegemonia do 
clero, sem se submeter ao controle da teologia cristã e da doutrina da Igreja.
IV- A doutrina cristã vai se definir como o eixo central da moral, ética, leis e fundamento das 
instituições políticas e jurídicas desta etapa. É das lições do cristianismo e dos fundamentos bíblicos 
aliados à releitura da tradição grega e romana que serão elaborados os preceitos de direito e justiça.
Assinale a alternativa CORRETA:
A As sentenças I, II e IV estão corretas.
B Somente a sentença III está correta.
C As sentenças I e III estão corretas.
D As sentenças III e IV estão corretas.
Segundo Wolkmer (2006, p. 38) "A reviravolta proporcionada pelo cristianismo ao afirmar que o 
bem maior não é o Estado, mas o homem dentro da sociedade, possibilita a edificação da concepção 
transcendental de dignidade das 'modernas declarações de direito'. Acerca do pensamento medieval, 
analise as afirmativas a seguir:
I- A Idade Média foi um longo período histórico marcado pela hegemonia do poder da Igreja, relações 
socioeconômicas feudais, na qual os valores culturais, ideológicos, políticos e filosóficos se 
assentaram nos valores cristãos e na centralização do poder eclesiástico.
II- A sociedade medieval é caracterizada por relações sociais e políticas não hierarquizadas, pela qual 
a doutrina cristã definia o eixo de controle da sociedade por meio de princípios norteadores da moral, 
ética, leis e fundamento das instituições políticas e jurídicas.
III- No período da Patrística (século II ao VI) Santo Agostinho é considerado grande conciliador entre 
a filosofia grega e o cristianismo. Em sua obra defende que as imperfeições e os erros humanos 
corromperam sua natureza divina e desvirtuaram sua justiça. Neste entendimento as leis humanas 
reguladoras das relações entre os homens devem ser inspiradas em leis divinas, pois a verdadeira 
justiça só será efetiva se alicerçada na prática da fé e no cristianismo. 
IV- Durante a Idade Média, não houveram questionamentos acerca da absoluta oposição entre a fé e a 
razão, pois entendia-se que o pensamento dogmático cristão não poderia estar subordinado à razão.
Assinale a alternativa CORRETA:
A As afirmativas I e II estão corretas.
B As afirmativas II e IV estão corretas.
C As afirmativas II, III e IV estão corretas.
D As afirmativas I e III estão corretas.
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