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Comunicação Comunicação Pública e Gestão de Relacionamento com Cidadão Enap, 2021 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista Leandro Peters Heringer (Conteudista, 2021). Sumário MÓDULO 1: COMUNICAÇÃO PÚBLICA .................................................................... 4 1. Conceitos de Comunicação Pública............................................................................ 5 1.1 Definições de comunicação pública, governamental e suas peculiaridades ................................................................................................................... 5 1.2 O papel da comunicação pública na contemporaneidade ................................... 6 2. Como se relacionar com a Assessoria de Comunicação ......................................... 8 2.1 Fluxo da comunicação na organização .................................................................... 8 MÓDULO 2: comunicação on-line e off-line .......................................................... 11 1. Jornalismo, Relações Públicas Publicidade e Comunicação Digita ....................... 12 1.1 Características das formas de comunicação ......................................................... 12 2. Comunicação Integrada ............................................................................................. 16 2.1 Comunicação e consulta de riscos ......................................................................... 16 MÓDULO 3: Como se relacionar com os públicos da organização ...................18 1.Públicos e partes interessadas .................................................................................. 19 1.1 Partes interessadas .................................................................................................. 19 1.2. Gerenciamento de Riscos ....................................................................................... 21 2. Estudos de casos de órgãos públicos e privados ................................................... 24 2.1 Riscos on-line e off-line ............................................................................................. 24 2.2 Gestão da Informação e Gestão do Relacionamento: o papel estratégico da Comunicação ........................................................................... 25 2.3 Fake News e Haters .................................................................................................. 26 Referências Bilbiográficas .................................................................................... 28 Comunicação 1Módulo Comunicação Pública Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5 1 Módulo Comunicação Pública1 Unidade 1. Conceitos de Comunicação Pública Objetivo de aprendizagem: Identificar o que é e quais as diferenças entre Comunicação Pública, Governamental e Privada. VÍDEO Boas-vindas e Visão Geral do Curso. https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/videos/modulo01_video01.mp4 Legenda: https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo01_ video01.vtt 1.1 Definições de comunicação pública, governamental e suas peculiaridades A comunicação pública possui peculiaridades em relação à comunicação governamental e privada que diferenciam ações, formas de contratação e possibilidade de divulgação das instituições e seus gestores. Um exemplo dessa diferenciação ocorre 90 dias antes das eleições. A comunicação governamental relacionada à esfera em que ocorre o pleito federal, estadual ou municipal possui restrições estabelecidas em normas eleitorais como mudanças em portais governamentais. Formas de contratação são diferenciadas em relação à iniciativa privada. Podem-se ter diversos vínculos na mesma equipe: efetivos (concursados), recrutamento amplo (cargo de confiança) e terceirizados. Os públicos também são diferenciados e normas, como a Lei da Transparência e a Lei Geral de Proteção de Dados, demonstram formas de ação próprias em relação à atuação da comunicação pública, governamental e privada. A comunicação pública, neste curso, embora não tenha um conceito pacificado, é percebida como comunicação que abrange tanto órgãos governamentais quanto https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/videos/modulo01_video01.mp4 https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo01_video01.vtt https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo01_video01.vtt 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública de terceiro setor. Dessa forma, a comunicação governamental será vista como uma classificação da comunicação pública. A comunicação privada possui maior liberdade de contratação, bem como objetivos e públicos potencialmente mais específicos: acionistas, público interno, consumidores, sociedade, partes envolvidas. A comunicação pública, incluindo a governamental, possui, por exemplo, no Sistema Único de Saúde (SUS), além dos colaboradores, gestores públicos, sociedade organizada, a população geral como público. O cidadão e a cidadã exercem papéis múltiplos: financiadores, por meio de impostos, mantenedores da gestão (por meio das eleições) e consumidores de serviços e produtos. Figura 1. O que é comunicação pública. Fonte: do autor. 1.2 O papel da comunicação pública na contemporaneidade Tendo como conceito de comunicação pública, na perspectiva de Matos (2006) em que há relação entre Estado e Sociedade, o papel da Comunicação Pública na contemporaneidade é fortalecido também como espaço para representatividade da diversidade social. Com uma percepção de cidadania mais consolidada e meios de Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7 comunicação que proporcionam o processo comunicacional de todos para todos, bem como a produção de mensagens em larga escala, conceitos e ações mudaram. O espaço de representatividade de todos os componentes da sociedade deve ser pensado em planos, ações e campanhas de comunicação sejam on-line ou off-line. Os estereótipos utilizados em outros tempos com a justificativa de se alcançar de forma mais rápida a audiência passam a ser criticados e desconstruídos tanto por profissionais de comunicação quanto pela própria sociedade. Como pontua Pierre Lévy (2005), o ciberespaço é muito mais inclusivo do que todos os outros meios de comunicação anteriores. Ele permite a expressão pública a todos os indivíduos, grupos, instituições e comunidades, inclusive as comunidades (virtuais) que não existiam anteriormente” (p.375). Assim, a Comunicação Pública também é reposicionada para além do processo informacional- publicista para espaço de esfera pública digital. Pierre Lévy (2005) Frenette e Vermette (2013) apresentam um conceito de esfera pública que amplia a concepção de Habermas, uma vez que demonstra esferas públicas contextuais ressaltando a característica do processo de deliberação que se assenta num diálogo público sobre opções políticas em que todos os segmentos da sociedade devem ser, idealmente, incluídos: Tendo em consideração a multiplicidade de “esferas” que apelam a diferentes grupos (dependendo de interesses, questões ou identidades, e outros elementos específicos), que coexistem e interagem com o grupo dominante. Frenette e Vermette (2013)) Nesse contexto, novos desafios e posicionamentos são postos e demandados para a Comunicação Pública tanto em sua prática quanto em sua percepção e na transposição do locus operacional para um posicionamento estratégico. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2. Como se relacionar com a Assessoria de Comunicação Objetivo de aprendizagem: Demonstrar o que é a comunicação organizacional e seus fluxos. VÍDEO Conceito de Comunicação Pública. https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/videos/modulo01_video02.mp4 Legenda: https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo01_ video02.vtt Figura 2. Comunicação organizacional:é lembrado quem é visto. Fonte: do autor. 2.1 Fluxo da comunicação na organização Cada setor e órgão desenvolve ações próprias e consideradas estratégicas nas organizações. A visibilidade dessas ações possui múltiplas finalidades, entre elas: • prestar contas à população de ações desenvolvidas; • mostrar a diversos públicos da organização quais atividades estão sendo executadas e como estão sendo executadas; • fortalecer a imagem da organização com pautas positivas; • motivar colaboradores mediante reconhecimento e publicização de ações, projetos e políticas desenvolvidas. Para alcançar a divulgação das ações, geralmente, é necessário estabelecer relacionamento com as Assessorias de Comunicação (Ascom). O diálogo dos diversos setores com a Ascom possui características definidas dentro de cada órgão. Contudo, https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo01_video02.vtt https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo01_video02.vtt Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9 algumas boas práticas podem potencializar o trabalho tanto do setor demandante quanto do departamento de comunicação, como: • definição junto à alta direção de quais ações e projetos são estratégicos em determinado momento para divulgação e visibilidade; • definição do fluxo de informação entre os setores e a Ascom; • definição de fontes do órgão para cada assunto ou de porta-voz único para releases; • definição de prazos no fluxograma e por quais meios serão realizadas as demandas. As Assessorias de Comunicação, por serem ligadas nos organogramas, de modo geral, aos gabinetes e à alta direção possuem demandas internas e externas. Geralmente, as demandas internas são de divulgações de eventos e ações organizacionais. As demandas externas são de veículos de comunicação com pautas positivas ou negativas. A política de comunicação assertiva deve possuir uma percepção estratégica e alinhada. A estratégica é ligada ao gabinete e ao processo decisório. A alinhada é padronizada por meio de manuais de aplicação de marca, boas práticas. Em temas sensíveis, o trabalho integrado entre a Assessoria e a área técnica demandante pode ser estratégico. Em conteúdo muito técnico, é recomendável a verificação de conteúdo por um especialista. Assim, a imagem abaixo tem como foco a população e o ciclo de produção de informação. Figura 3. Ciclo 1: Temas sensíveis. Fonte: do autor. Já os temas gerais podem constituir um fluxo mais simples sem a necessidade de verificação prévia. Um tema comum da organização, corriqueiro que possa ter maior agilidade para atender à imprensa ou outros públicos. 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Figura 4. Ciclo 2: Temas gerais. Fonte: do autor. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 11 Comunicação 2Módulo Comunicação on-line e off-line 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Comunicação on-line e off-line2 Unidade 1. Jornalismo, Relações Públicas Publicidade e Comunicação Digital Objetivo de aprendizagem: Utilizar as formas de comunicação on-line e off-line. VÍDEO Assessoria de Comunicação. https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/videos/modulo02_video01.mp4 Legenda: https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo02_ video01.vtt 1.1 Características das formas de comunicação A Comunicação possui diversas áreas de atuação. Apesar de haver demanda cada vez maior de interface de conhecimento e ações entre as áreas, é essencial saber quais os papéis que cada área, via de regra, exerce nas organizações. A primeira diferenciação a ser feita é entre Assessoria de Comunicação e Assessoria de Imprensa. A Assessoria de Comunicação engloba todas as atividades de comunicação exercidas na organização: jornalismo, relações públicas, publicidade e comunicação digital. A Assessoria de Imprensa exerce a função de atendimento à imprensa de seja por meio de divulgação de releases e outras atividades de relacionamento com os veículos de comunicação seja pelo atendimento a demandas dos veículos. Sendo assim, com essa diferenciação, já começamos a entender as funções do jornalismo. https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/videos/modulo02_video01.mp4 https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo02_video01.vtt https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo02_video01.vtt Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 13 Figura 5. Jornalista. Fonte: Freepik. • Produzir textos que possam pautar os veículos de comunicação. • Instigar temas que sejam interessantes à organização por meio de produções jornalísticas. • Cobertura de eventos organizacionais. • Assessoria a gestores em entrevistas coletivas. • Assessoria em eventos on-line. • Resposta a demandas de veículos de comunicação on-line e off-line. Acesse o link a seguir e saiba mais sobre a legislação que regulamenta a atividade de Jornalistas. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d83284.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d83284.htm 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Figura 6. Relações Públicas. Fonte: Freepik. Já as atividades de relações públicas consistem em ações relacionadas aos diversos públicos da organização com objetivo de fortalecimento de imagem institucional e da reputação. • Relacionamento com outras instituições e partes interessadas; • Ações de endomarketing; • Ações de comunicação interna; • Organização de eventos e cerimonial; • Monitoramento de reputação e imagem institucional; • Planejamento, assessoria e pesquisa relativa aos públicos organizacionais. Acesse o link a seguir e saiba mais sobre a legislação que regulamenta a atividade de Relações Públicas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L5377.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L5377.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 15 Figura 7. Publicitários. Fonte: Freepik. Já os profissionais de Publicidade e Propaganda são responsáveis pelas campanhas publicitárias desde a concepção, desenvolvimento e aprovação, bem como pelo relacionamento com agências e prestadores de serviço com atividades relacionadas a essa finalidade. Acesse o link a seguir e saiba mais sobre a legislação que regulamenta a atividade de profissionais de Publicidade e Propaganda. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4680.htm As atividades não são divididas em caixas e a interface entre os setores pode ser estimulada em uma perspectiva de comunicação integrada. A comunicação digital é um bom exemplo dessa possível integração, uma vez que demanda ações diversas, como produção de material jornalístico, publicitário, interface com os públicos nos ambientes virtuais e mensuração das atividades. É Pio em Cápsulas - Marketing Digital não é Instagram – a partir do minuto 7. Neste vídeo, você poderá ter visão mais ampla sobre a comunicação e o marketing digitais que vão além de postagem e da utilização de apenas uma mídia social. https://www.youtube.com/watch?v=qeE9jOrtSww 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2. Comunicação Integrada Objetivo de aprendizagem: Relacionar as formas de comunicação on-line e off-line. 2.1 Comunicação e consulta de riscos A comunicação pode ser trabalhada de forma integrada em um planejamento que considere cada atividade com objetivos claros e definidos, bem como a interface entre as áreas de atuação da comunicação. Espaços e atividades de comunicação são exercidos tanto em meios on-line – como sites, mídias sociais, aplicativos, chatbots – quanto off-line – jornais murais, call center, atendimento presencial, produções gráficas jornalísticas ou publicitárias, entre outras. Assim, apresenta-se um desafio que é informar e comunicar de modo eficaz, mantendo identidade visual e organizacional adaptando a cada meio e a cada público. Acompanhe, a seguir, um exemplo cotidiano para ilustrar a comunicação integrada tanto no ambiente da internetquanto fora da rede mundial dos computadores: Uma cidadã pode apresentar uma reclamação em um balcão de informação relativa a um serviço ou produto. Um cidadão pode fazer manifestação similar em alguma mídia social. Outra pessoa pode reclamar com um veículo de comunicação. Um quarto envolvido compartilha conteúdo em ferramenta, como WhatsApp. Dessa forma, tanto a assessoria de imprensa quanto relações públicas e comunicação digital serão acionados. Embora a forma possa ser diferenciada a cada reclamante, a mensagem deve ser a mesma. Uma análise mais ampla pode verificar se há ocorrência e fato isolado ou constitui situação de risco de crise. O trabalho integrado pode, assim, proporcionar tanto fortalecimento da imagem institucional, comunicação mais assertiva quanto leitura mais apurada de possíveis situações de crise. Desde o atendimento em call center até um informe no aplicativo da organização deve seguir o planejamento de comunicação organizacional. Nota-se a importância tanto do on-line quanto do off-line. Há uma complementariedade entre as ferramentas, dependendo do contexto de cada público e/ou região. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 17 Figura 8. Comunicação 2.0. Fonte: Chun (2012). 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Comunicação 3Módulo Como se relacionar com os Públicos da Organização Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19 3 Módulo Como se relacionar com os Públicos da Organização3 Unidade 1.Públicos e partes interessadas Objetivo de aprendizagem: Identificar os públicos da organização VÍDEO Relacionamento com o Cidadão. https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/videos/modulo03_video01.mp4 Legenda: https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo02_ video01.vtt 1.1 Partes interessadas Conhecer os públicos com os quais a organização se relaciona é fundamental. Quais públicos, o perfil, os desejos, as necessidades. Para tanto, outros setores devem ser envolvidos nesse processo. A Gestão da Informação é parceiro fundamental para desenvolvimento de ferramentas e estratégias no chamado Marketing de Relacionamento. A associação do Marketing de Relacionamento com a Gestão da Informação é o que gera a Gestão de Relacionamento. A evolução e popularidade das mídias sociais têm originado novas técnicas para engajamento comunitário on-line e adicionado vias para consulta aos cidadãos e interação com a população de forma a facilitar o diálogo, a criatividade, a colaboração e a participação. Todos esses diálogos entre cidadãos e entre população e gestão pública podem ter efeitos positivos como aumento do interesse em política e da participação do cidadão, expansão do número de tipos de participação bem como confiança no Governo. Como se relacionar melhor com os diversos públicos? Um exemplo simples: os colaboradores. Qual o perfil educacional? Quais ferramentas são mais assertivas para a comunicação interna? Todos possuem acesso à internet? À https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo02_video01.vtt https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo02_video01.vtt 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública intranet? Lembrando-se de que o uso de tecnologias e ferramentas para conhecer o público e sobre o público deve obedecer às determinações da Lei Geral de Proteção de Dados. Para além da assertividade na comunicação, o relacionamento também favorece a organização em momentos de crise. Se há um relacionamento transparente, direto, assertivo da organização com seus públicos, aumenta a chance de se ter um público defensor da organização em situações de crise. Figura 9. Informações dos públicos, sobre os públicos. Fonte: do autor. Figura 10. Comunicação e Públicos. Fonte: do autor. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21 Figura 11. Conhecendo os públicos. Fonte: do autor. Diversas ferramentas tanto on-line quanto off-line favorecem o conhecimento a respeito do público. Uma instituição cultural que tem parceria com empresa de venda de ingressos pode ter o perfil do público de eventos com produção própria e de terceiros. Google Analytics e os instrumentos das próprias mídias sociais informam sobre o perfil dos internautas. 1.2. Gerenciamento de Riscos Nota-se que a Comunicação Pública e a Gestão do Relacionamento com a População têm local estratégico nas organizações e envolve algumas das melhores práticas. Primeiramente, verificar se há existência de crise ou não. 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Figura 12. Gerenciamento de crises. Fonte: do autor. Determinada a existência de uma crise, propõe-se: • alinhar medidas com a alta gestão; • verificar o perfil e o posicionamento do público da organização; • esclarecer o posicionamento da organização nos diversos espaços de modo claro; • publicizar apoio de formadores de opinião; • adaptar a mesma mensagem para diversos meios de comunicação; • checar se o posicionamento organizacional deve ser low profile ou não; • promover informação antecipando-se a possíveis boatos. A diferença entre gerenciamento e gestão de crise é fundamental. O gerenciamento ocorre quando a organização busca, constantemente, verificar os riscos de crise e diminuí-los ou eliminá-los. A promoção de ações de transparência, relatórios setoriais, escuta ativa, mapeamento de sentimento nas mídias sociais, entre outras atitudes. Dessa forma, é possível prever algum possível dano ou situação de crise. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 23 Contudo, se instalada a crise, é fundamental que se tenha um plano de contingência também na comunicação. Ter definidos os porta-vozes ou apenas um porta-voz, os meios pelos quais haverá esclarecimento – notas à imprensa, por exemplo – e alinhamento com os colaboradores. Dependendo do tamanho da crise, é possível que seja necessário investimento em espaços publicitários e nas mídias sociais para que a organização possua espaço de fala. Figura 13. Fluxo em situações de crise. Fonte: do autor. 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2. Estudos de casos de órgãos públicos e privados Objetivo de aprendizagem: Analisar riscos e crises na contemporaneidade. VÍDEO Gestão de Dados e Informação. https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/videos/modulo03_video02.mp4 Legenda: https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo03_ video02.vtt 2.1 Riscos on-line e off-line A interface entre a comunicação e a Gestão da Informação viabiliza, inclusive, prevenção de crise. Em 2002, no Canadá, o Ministério da Saúde verificou que havia uma busca por determinadas palavras em certa região. Com o cruzamento dos termos, verificou-se que havia busca por sintomas de gripe aviária. Foi possível deslocar uma equipe para solucionar a situação. Assim, também é feito em análise de sentimento a respeito de determinadas organizações, produtos ou serviços. Boatos sempre existiram. Desinformação também. Contudo, com o advento das mídias sociais e de tecnologias de compartilhamento de mensagem e conteúdo, o potencial de propagação é enorme. As organizações devem se precaver para situações de crise geradas por esses conteúdos. No contexto da pandemia, principalmente em 2020, vários conteúdos foram produzidos sem embasamento científico e compartilhados intensamente. Pretensas informações sobre medicamentos e vacinas foram divulgadas em grande escala a ponto de organizações como o Ministério da Saúde se apropriarem de tecnologias para esclarecer à população o que ficou conhecido como “Fato ou Fake”. Em 2017, uma exposição foi alvo de protestos, em Belo Horizonte, após divulgação de um vídeo montado em que crianças que estavam indo ao cinema da instituição apareciam como se o destino tivesse sido outro. Houve polarização entre movimento cultural e religioso. Uma montagem gerou uma crise que foi monitorada nas mídias sociais e presencialmente, verificando os sentimentos da população e subsidiandocom dados e informações decisões da alta gestão. Junta-se à desinformação o empoderamento dos denominados haters. Pessoas que não toleram determinada ideia, ideologia, organização ou ação. Considerar a possível ação de tal grupo em elaboração de ação, campanha ou promoção é decisão estratégia da organização. Afinal, eles também são parcela da população e contribuintes e eleitores. https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/videos/modulo03_video02.mp4 https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo03_video02.vtt https://cdn.evg.gov.br/cursos/772_EVG/legendas/modulo03_video02.vtt Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 25 2.2 Gestão da Informação e Gestão do Relacionamento: o papel estratégico da Comunicação O cruzamento de dados de fontes presenciais e virtuais proporciona um conhecimento maior a respeito do público. Formulários proporcionam dados estruturados para facilitar essa interrelação de informações e dados. Todavia, tecnologias proporcionam o uso de mineração de dados na internet para utilização de dados não estruturados, como vídeos e postagens nas mídias sociais. A Gestão da Informação é aliada estratégica nesse contexto. Partindo da concepção de Gestão do Conhecimento como um método integrado de criar, compartilhar e aplicar conhecimento para aumentar a eficiência; melhorar a qualidade e a efetividade social; e contribuir para a legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade na Administração Pública e para o desenvolvimento brasileiro (BATISTA, 2012, p. 49), foi elaborado o modelo com intuito de ser simples, prático, focado na utilização da Gestão do Conhecimento que resulte em produtos em benefício do cidadão, além de ser relevante, ter linguagem e conteúdo adequados para a Administração Pública, entre outros objetivos. O modelo consiste em fatores viabilizadores: liderança, tecnologia, pessoas e processo; sustentação do processo de Gestão do Conhecimento no ciclo KDCA (Knowledge, Do, Check, Act) na visão, missão, objetivos estratégicos, estratégias e metas e os consequentes resultados para as partes interessadas identificadas como cidadão-usuários e sociedade, conforme Figura 14. Figura 14. Modelo de Gestão do Conhecimento da Administração Pública brasileira. Fonte: Batista (2013) 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Três pontos são ressaltados no modelo de Batista (2012). O primeiro relaciona- se aos direcionadores estratégicos, que são constituídos por a visão de futuro, a missão institucional, os objetivos estratégicos e as metas tendo como finalidade alinhar a Gestão do Conhecimento com a instituição. Outro ponto de destaque são as cinco atividades do processo de Gestão do Conhecimento (identificar, criar, armazenar, compartilhar e aplicar o conhecimento) a partir do denominado ciclo KDCA (BATISTA, 2012). Salienta-se que as perspectivas, os objetivos e os construtos utilizados são diferentes. Contudo, por constituir referência tanto teórica quanto de aplicação no contexto nacional, é necessário explicitar a construção do modelo de Batista (2012). Ressalta-se, porém, que uma das diferenças da proposta do presente estudo para o consolidado modelo de Batista (2012) é a presença de uma seta dupla no processo, ou seja, o retorno do cidadão-usuário e sociedade para a Administração Pública. Outra diferença consiste em identificar o conhecimento e as demandas do cidadão-usuário e da sociedade por meio da esfera pública no intuito de viabilizar um relacionamento genuíno entre a Administração Pública e o cidadão. A junção da Gestão da Informação com o Marketing de Relacionamento e a Comunicação Pública maximizam a Gestão de Relacionamento com a População e os indivíduos. 2.3 Fake News e Haters Desde os primórdios até hoje em dia, boatos e atos detratores ocorrem na sociedade. O alcance e as consequências são potencializados devido às plataformas digitais. Se um vizinho falasse mal de outro em determinada região, dificilmente alcançaria um parente distante ou traria constrangimentos à organização em que trabalha. Na contemporaneidade, opiniões são tiradas de contexto e textos são guardados na “memória da Internet”. Sendo assim, os denominados haters (odiadores) podem utilizar posicionamentos institucionais ou de gestores para abalar a organização. Embora consigam mobilização, há sempre a figura do “advogado”, parte do público organizacional fiel que defende a organização. Em campanhas publicitárias e em entrevistas coletivas, é importante ter clareza de que não haverá brechas para potencialização de temas sensíveis. Caso haja abordagem a esses temas, a organização deve levar em consideração o seu público, o contexto social e organizacional. Nesse sentido de construção de desinformação, seja por discurso de ódio seja por boataria, é importante ter a leitura do contexto. Prestar atenção ao que é dito nos corredores, postado nas mídias sociais. O boato possui “aura” de verossimilhança. É tido como notícia sem ser. Desde os sofistas, na Grécia Antiga, a prática desse discurso ocorre na história. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27 Mapear a possibilidade de existência, deixar notas prontas, antecipar-se a possíveis boatos com a produção de informação. Essas são algumas das melhores práticas. A resposta rápida e precisa diminui o dano à instituição. Uma boa estratégia é inserir nos portais, nos conteúdos de mídias sociais técnicas de como o público da organização pode checar informações. Detratores e boataria não acabarão, mas os danos devem ser minimizados e a cultura de checagem promovida. Uma organização transparente constrói credibilidade e resiste a contexto desfavorável 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências Bilbiográficas ALENCAR, J. A.; OLIVEIRA, O. V.; ANDRADE, N. M. R.; MARINHO, L. P. F. Os efeitos do Marketing de Mídia Social na Popularidade dos Posts no Facebook. XXXIX Encontro da ANPAD. Belo Horizonte, 2015. BROWNSTEIN, J. S.; FREIFELD, C. C.; MADOFF, L. C. 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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Belo Horizonte – MG – 7 a 9/6/2018. LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018. Lei Geral de Proteção de Dados. LARA, R. D.; GOSLING, M. D. S. Um modelo de gestão do relacionamento entre os cidadãos e a administração pública. REAd. Revista Eletrônica de Administração, v.22, n. 2, p. 333-362, 2016. NAM, T. Citizens’ atituds toward Open Government and Government 2.0. International Review of Adminsitrative Sciences, 78(2), 346-69. 2012. SOARES, F.; MONTEIRO, P. R. R. Marketing digital e marketing de relacionamento: interação e engajamento como determinantes do crescimento de páginas do Facebook. In: Navus, v. 5, n. 3, p. 42-59, 2015. Após exposição polêmica, galeria do Palácio das Artes ganha nome de Pedro Moraleida. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/apos-exposicao- polemica-galeria-do-palacio-das-artes-ganha-nome-de-pedro-moraleida.ghtml
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