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Farmacotécnica - EAD (1)

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FARMACOTÉCNICA
PROF.A DRA. DANIELA CRISTINA DE MEDEIROS ARAÚJO
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica: 
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD: 
Prof.a Dra. Gisele Caroline 
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Luana Cimatti Zago Silvério
Marta Yumi Ando
Renata da Rocha
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Aliana de Araujo Camolez
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5
1. BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO ................................................................................................................... 6
1.1 RECURSOS HUMANOS - ORGANIZAÇÃO .......................................................................................................... 10
1.2 INFRAESTRUTURA FÍSICA, EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ......................................................................... 10
1.3 MANIPULAÇÃO ................................................................................................................................................... 12
1.4 CONTROLE DE QUALIDADE ............................................................................................................................... 13
1.5 ROTULAGEM E EMBALAGEM ............................................................................................................................ 14
1.6 CONSERVAÇÃO E TRANSPORTE ....................................................................................................................... 14
1.7 DISPENSAÇÃO ..................................................................................................................................................... 14
1.8 GARANTIA DA QUALIDADE ................................................................................................................................ 14
1.8.1 AUTOINSPEÇÃO ............................................................................................................................................... 15
BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO E 
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
PROF.A DRA. DANIELA CRISTINA DE MEDEIROS ARAÚJO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FARMACOTÉCNICA
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1.8.2 INSPEÇÕES ...................................................................................................................................................... 15
2. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO, ORDEM DE MANIPULAÇÃO E ROTULAGEM ............................ 15
2.1 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO ...................................................................................................... 15
2.2 ORDEM DE MANIPULAÇÃO .............................................................................................................................. 16
2.3 ROTULAGEM ........................................................................................................................................................17
2.3.1 RÓTULOS AUXILIARES UTILIZADOS PARA INSTRUIR SOBRE ADEQUADA PREPARAÇÃO,
ARMAZENAMENTO OU DESCARTE ........................................................................................................................ 18
2.3.2 RÓTULOS AUXILIARES UTILIZADOS PARA INSTRUIR SOBRE VIA DE ADMINISTRAÇÃO ...................... 19
2.3.3 RÓTULOS AUXILIARES DE ADVERTÊNCIA SOBRE REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS ............. 19
2.3.4 RÓTULOS AUXILIARES DE ADVERTÊNCIA SOBRE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E INTERAÇÕES 
FÁRMACO-ALIMENTOS ...........................................................................................................................................19
2.3.5 RÓTULOS AUXILIARES DE ORIENTAÇÃO SOBRE ADMINISTRAÇÃO ........................................................ 20
2.3.6 RÓTULOS AUXILIARES PARA ATENDER EXIGÊNCIAS LEGAIS .................................................................. 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 23
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
A legislação que trata das “Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e 
O� cinais para Uso Humano em farmácias” (ANVISA, 2007) é a RDC 67, de 08 de outubro de 
2007. Essa legislação estabelece os requisitos para a manipulação de preparações magistrais em 
farmácia, visando a segurança, e� cácia e qualidade dos produtos manipulados, bem como a 
promoção do uso racional de medicamentos.
Portanto, nesta Unidade I, apresenta-se os aspectos legais das práticas de manipulação, o 
preparo de procedimentos operacionais padrão (POP) e as ordens de manipulação.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO
A legislação que trata das “Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e O� -
cinais para Uso Humano em farmácias” (ANVISA, 2007) é a RDC 67, de 08 de outubro de 2007. 
Nela, alguns conceitos básicos estão descritos, os quais são essenciais para que o desenvolvimento 
de medicamentos e cosméticos em escala magistral seja entendido. Conforme o estabelecido, 
alguns termos são selecionados e transcritos com o seu respectivo signi� cado:
• Base galênica: preparação composta de uma ou mais matérias-primas, com fórmula 
de� nida, destinada a ser utilizada como veículo/excipiente de preparações farmacêuticas.
• Boas práticas de manipulação em farmácias (BPMF): conjunto de medidas que 
visam assegurar que os produtos manipulados sejam consistentemente manipulados e 
controlados, com padrões de qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido 
na prescrição.
• Calibração: conjunto de operações que estabelecem, sob condições especi� cadas, a 
relação entre os valores indicados por um instrumento de medição, sistema ou valores 
apresentados por um material de medida, comparados àqueles obtidos com um padrão 
de referência correspondente.
• Chemical Abstracts Service (CAS): Referência internacional de substâncias químicas.
• Contaminação cruzada: contaminação de determinada matéria-prima, produto 
intermediário ou produto acabado com outra matéria-prima ou produto, durante o 
processo de manipulação.
• Controle de qualidade: conjunto de operações (programação, coordenação e execução) 
com o objetivo de veri� car a conformidade das matérias-primas, materiais de embalagem 
e do produto acabado, com as especi�cações estabelecidas.
• Controle em processo: veri� cações realizadas durante a manipulação de forma a 
assegurar que o produto esteja em conformidade com as suas especi� cações.
• Data de validade: data impressa no recipiente ou no rótulo do produto, informando o 
tempo durante o qual se espera que o mesmo mantenha as especi� cações estabelecidas, 
desde que estocado nas condições recomendadas.
• Denominação Comum Brasileira (DCB): nome do fármaco ou princípio 
farmacologicamente ativo aprovado pelo órgão federal responsável pela vigilância 
sanitária.
• Denominação Comum Internacional (DCI): nome do fármaco ou princípio 
farmacologicamente ativo aprovado pela Organização Mundial da Saúde.
• Desvio de qualidade: não atendimento dos parâmetros de qualidade estabelecidos para 
um produto ou processo.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
• Documentação normativa: procedimentos escritos que de� nem a especi� cidade das 
operações para permitir o rastreamento dos produtos manipulados nos casos de desvios 
da qualidade.
• Droga: substância ou matéria-prima que tenha � nalidade medicamentosa ou sanitária.
• Embalagem primária: Acondicionamento que está em contato direto com o produto e 
que pode se constituir em recipiente, envoltório ou qualquer outra forma de proteção, 
removível ou não, destinado a envasar ou manter, cobrir ou empacotar matérias-primas, 
produtos semielaborados ou produtos acabados.
• Embalagem secundária: a que protege a embalagem primária para o transporte, 
armazenamento, distribuição e dispensação.
• Equipamentos de proteção individual (EPI): equipamentos ou vestimentas apropriadas 
para proteção das mãos (luvas), dos olhos (óculos), da cabeça (toucas), do corpo (aventais 
com mangas longas), dos pés (sapatos próprios para a atividade ou protetores de calçados) 
e respiratória (máscaras).
• Especialidade farmacêutica: produto oriundo da indústria farmacêutica com registro na 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária e disponível no mercado.
• Forma farmacêutica: estado � nal de apresentação que os princípios ativos farmacêuticos 
possuem após uma ou mais operações farmacêuticas executadas com ou sem a adição 
de excipientes apropriados, a � m de facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico 
desejado, com características apropriadas a uma determinada via de administração.
• Insumo: matéria-prima e materiais de embalagem empregados na manipulação e 
acondicionamento de preparações magistrais e o� cinais.
• Lote: quantidade de� nida de matéria-prima, material de embalagem ou produto, obtido 
em um único processo, cuja característica essencial é a homogeneidade.
• Manipulação: conjunto de operações farmacotécnicas, com a � nalidade de elaborar 
preparações magistrais e o� cinais e fracionar especialidades farmacêuticas para uso 
humano.
• Material de embalagem: recipientes, rótulos e caixas para acondicionamento das 
preparações manipuladas.
• Matéria-prima: substância ativa ou inativa com especi� cação de� nida, que se emprega 
na preparação dos medicamentos e demais produtos.
• Medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com � nalidade 
pro� lática, curativa, paliativa ou para � ns de diagnóstico.
• Número de lote: designação impressa em cada unidade do recipiente constituída de 
combinações de letras, números ou símbolos, que permite identi� car o lote e, em caso de 
necessidade, localizar e revisar todas as operações praticadas durante todas as etapas de 
manipulação.
• Ordem de manipulação: documento destinado a acompanhar todas as etapas de 
manipulação.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
• Prazo de validade: período de tempo durante o qual o produto se mantém dentro dos 
limites especi� cados de pureza, qualidade e identidade, na embalagem adotada e estocado 
nas condições recomendadas no rótulo.
• Preparação: procedimento farmacotécnico para obtenção do produto manipulado, 
compreendendo a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, fracionamento 
de substâncias ou produtos industrializados, envase, rotulagem e conservação das 
preparações.
• Preparação magistral: é aquela preparada na farmácia, a partir de uma prescrição de 
pro� ssional habilitado, destinada a um paciente individualizado, e que estabeleça em 
detalhes sua composição, forma farmacêutica, posologia e modo de usar.
• Preparação o� cinal: é aquela preparada na farmácia, cuja fórmula esteja inscrita no 
Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais reconhecidos pela ANVISA.
• Procedimento asséptico: operação realizada com a � nalidade de preparar produtos para 
uso parenteral e ocular com a garantia de sua esterilidade.
• Procedimento operacional padrão (POP): descrição pormenorizada de técnicas e 
operações a serem utilizadas na farmácia, visando proteger e garantir a preservação da 
qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos manipuladores.
• Produto de higiene: produto para uso externo, antisséptico ou não, destinado ao 
asseio ou à desinfecção corporal, compreendendo os sabonetes, xampus, dentifrícios, 
enxaguatórios bucais, antiperspirantes, desodorantes, produtos para barbear e após o 
barbear, estípticos e outros.
• Quarentena: retenção temporária de insumos, preparações básicas ou preparações 
manipuladas, isolados � sicamente ou por outros meios que impeçam a sua utilização, 
enquanto esperam decisão quanto à sua liberação ou rejeição.
• Rastreamento: é o conjunto de informações que permite o acompanhamento e revisão 
de todo o processo da preparação manipulada.
• Reanálise: análise realizada em matéria-prima previamente analisada e aprovada, para 
con� rmar a manutenção das especi� cações estabelecidas pelo fabricante, dentro do seu 
prazo de validade.
• Recipiente: embalagem primária destinada ao acondicionamento, de vidro ou plástico, 
que atenda aos requisitos estabelecidos em legislação vigente.
• Risco químico: potencial mutagênico, carcinogênico e/ou teratogênico.
• Rótulo: identi� cação impressa ou litografada, bem como os dizeres pintados ou gravados 
a fogo, pressão ou decalco, aplicado diretamente sobre a embalagem primária e secundária 
do produto.
• Sala classi� cada ou sala limpa: sala com controle ambiental de� nido em termos de 
contaminação por partículas viáveis e não viáveis, projetada e utilizada de forma a reduzir 
a introdução, a geração e a retenção de contaminantes em seu interior.
• Sala de manipulação: sala destinada à manipulação de fórmulas.
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• Sala de paramentação: sala de colocação de EPI que serve de barreira física para o acesso 
às salas de manipulação.
• Substância de baixo índice terapêutico: é aquela que apresenta estreita margem de 
segurança, cuja dose terapêutica é próxima da tóxica.
• Unidade formadora de colônia (UFC): colônias isoladas de microrganismos viáveis, 
passíveis de contagem e obtidas a partir da semeadura, em meio de cultura especí� co.
• Utensílio: objeto que serve de meio ou instrumento para as operações da manipulação 
farmacêutica.
• Validação: ato documentado que ateste que qualquer procedimento, processo, material, 
atividade ou sistema esteja realmente conduzindo aos resultados esperados.
• Veri� cação: operação documentada para avaliar o desempenho de um instrumento, 
comparando um parâmetro com determinado padrão (ANVISA, 2007).
 A RDC 67/2007 (ANVISA, 2007) estipula ainda os requisitos para a manipulação de pre-
parações magistrais em farmácia, visando a segurança, e� cácia e qualidade dos produtos mani-
pulados, assim como a promoção do uso racional de medicamentos. Dessa maneira, os requisitos 
para o funcionamento de farmácias de manipulação são:
a) estar regularizada nos órgãos de Vigilância Sanitária competente, conforme legislação 
vigente;
b) atender às disposições da RDC 67/2007;
c) possuir o Manual de Boas Práticas de Manipulação;
d) possuir licençade funcionamento, expedida pelo órgão de Vigilância Sanitária local;
e) possuir Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela ANVISA, 
conforme legislação vigente;
f) possuir Autorização Especial, quando manipular substâncias sujeitas a controle especial 
(ANVISA, 2007).
Além disso, é preciso atender a RDC 306/2004, gerenciamento de resíduos, e documentar 
todo o processo de manipulação (ANVISA, 2007). 
As Boas Práticas de Manipulação em Farmácias (BPMF) envolvem todos os aspectos rela-
cionados à manipulação de medicamentos, como recursos humanos, instalações, equipamentos, 
materiais, matérias-primas, material de embalagem, manipulação, controle de qualidade, rótulos, 
embalagens, conservação, transporte, dispensação, garantia da qualidade, inspeções, entre outros 
(ANVISA, 2007).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.1 Recursos Humanos - Organização
A farmácia deve ter um organograma e pessoal su� ciente para a demanda de trabalho. 
As atribuições e responsabilidades individuais devem estar formalmente e claramente descritas. 
Todo o pessoal envolvido nas atividades da farmácia deve estar incluído em um programa de 
treinamento, inicial e continuado (ANVISA, 2007). 
Nesse sentido, o farmacêutico é o responsável pela supervisão da manipulação e pela 
aplicação das normas de Boas Práticas, pela quali� cação dos fornecedores, avaliação da 
prescrição, determinação do prazo de validade, prestação de assistência e atenção farmacêutica, 
entre outros (ANVISA, 2007). Já os demais funcionários envolvidos na manipulação devem 
estar adequadamente paramentados, utilizando equipamentos de proteção individual (EPI). 
A paramentação e a higiene das mãos e antebraços, devem ser realizadas antes do início da 
manipulação (ANVISA, 2007).
Por � m, na área de pesagem e salas de manipulação, não é permitido o uso de cosméticos, 
joias ou quaisquer objetos de adorno de uso pessoal. Não é permitido conversar, fumar, comer, 
beber, mascar ou manter objetos pessoais (ANVISA, 2007).
1.2 Infraestrutura Física, Equipamentos e Materiais
A farmácia deve ser localizada, projetada, construída ou adaptada, com uma infraestrutura 
adequada às atividades a serem desenvolvidas, possuindo, no mínimo:
a) área ou sala para as atividades administrativas;
b) área ou sala de armazenamento: com capacidade su� ciente para estocagem de matérias-
primas, materiais de embalagem e produtos manipulados, quando for o caso;
c) local segregado e identi� cado para produtos em quarentena, e outro para produtos 
reprovados, devolvidos ou com prazo de validade vencido;
d) sala própria ou armário fechados com chave para substâncias e medicamentos sujeitos 
a regime de controle especial;
e) área ou sala de controle de qualidade;
f) sala ou local de pesagem de matérias-primas: dotada de sistema de exaustão, com 
dimensões e instalações compatíveis com o volume de matérias-primas a serem pesadas;
g) sala (s) de manipulação: sendo que a sala para manipulação de sólidos deve ser 
totalmente segregada da sala de manipulação de semissólidos e líquidos, quando houver;
h) área de dispensação;
i) sala de paramentação: preferencialmente com dois ambientes (barreira sujo/limpo) e 
servir como acesso às áreas de pesagem e manipulação;
j) sanitários e vestiários: devem ser de fácil acesso e não devem ter comunicação direta 
com as áreas de armazenamento, manipulação e controle de qualidade;
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k) área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem;
l) depósito de material de limpeza;
m) bancadas revestidas de material liso, resistente e de fácil limpeza;
n) lixeiras com tampa, pedal e saco plástico, devidamente identi� cadas (ANVISA, 2007).
A Figura 1 ilustra a infraestrutura de uma farmácia de manipulação.
Figura 1 – Estrutura física de uma farmácia de manipulação. Fonte: Moussavou (2012).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ademais, “[...] os ambientes devem possuir superfícies internas (pisos, paredes e teto) 
lisas e impermeáveis, sem rachaduras, resistentes aos agentes sanitizantes e facilmente laváveis” 
(ANVISA, 2007); “[...] os equipamentos devem ser instalados e localizados de forma a facilitar a 
manutenção e mantidos de forma adequada às suas operações” (ANVISA, 2007). Já a calibração 
dos equipamentos e instrumentos deve ser executada periodicamente por empresa certi� cada, e 
deve ser realizada a manutenção preventiva e corretiva (quando necessário) dos equipamentos 
(ANVISA, 2007); enquanto “[...] os utensílios utilizados na manipulação de preparações para uso 
interno devem ser diferenciados daqueles utilizados para preparações de uso externo” (ANVISA, 
2007); assim como “[...] o mobiliário deve ser o estritamente necessário ao trabalho de cada área, 
de material liso, impermeável, resistente e de fácil limpeza” (ANVISA, 2007).
Dito isso, “[...] as matérias-primas devem ser adquiridas de fabricantes/fornecedores 
quali� cados quanto aos critérios de qualidade e devem conter as especi� cações técnicas” 
(ANVISA, 2007), cujos “[...] recipientes destinados ao envase devem ser atóxicos, compatíveis 
físico-quimicamente com a composição do seu conteúdo e devem manter a qualidade e 
estabilidade dos produtos durante o seu armazenamento e transporte” (ANVISA, 2007). Ainda 
sobre as matérias-primas, elas devem ser submetidas à inspeção de recebimento, identi� cadas, 
armazenadas, colocadas em quarentena, amostradas, analisadas conforme especi� cações e 
rotuladas quanto à sua situação, de acordo com procedimentos escritos. Nesse sentido, “[...] 
os materiais reprovados na inspeção de recebimento devem ser segregados e devolvidos ao 
fornecedor, atendendo a legislação em vigor” (ANVISA, 2007).
Sobre isso, cada lote da matéria-prima deve ser acompanhado do respectivo Certi� cado de 
Análise do fornecedor, que deve permanecer arquivado, no mínimo, durante 6 (seis) meses após 
o término do prazo de validade do último produto com ela manipulado (ANVISA, 2007). Depois 
disso, “[...] todos os materiais devem ser armazenados e manuseados sob condições apropriadas 
de modo a preservar a identidade e integridade dos mesmos” (ANVISA, 2007). Quando se tratar 
de matéria-prima sujeita a controle especial, o Certi� cado de Análise deve ser arquivado, pelo 
período de, no mínimo, 2 (dois) anos após o término do prazo de validade do último produto 
com ela manipulado (ANVISA, 2007). 
Nesse processo, “[...] a água utilizada na manipulação de produtos é considerada matéria-
prima produzida pela própria farmácia por puri� cação da água potável, devendo as instalações e 
reservatórios serem devidamente protegidos para evitar contaminação” (ANVISA, 2007).
1.3 Manipulação
Quanto à manipulação “[...] devem existir procedimentos operacionais escritos para 
manipulação das diferentes formas farmacêuticas preparadas na farmácia” (ANVISA, 2007), 
para prevenção de contaminação cruzada. “A farmácia deve possuir Livro de Receituário, 
informatizado ou não, e registrar as informações referentes à prescrição de cada medicamento 
manipulado” (ANVISA, 2007), garantindo, com isso, a rastreabilidade dos produtos. Além disso, 
“[...] todas as superfícies de trabalho e os equipamentos da área de manipulação devem ser limpos 
e desinfetados antes e após cada manipulação” (ANVISA, 2007).
Quando forem utilizadas matérias-primas sob a forma de pó, nas etapas do processo de 
manipulação, “[...] devem-se tomar precauções especiais, com a instalação de sistema de exaustão 
de ar, devidamente quali� cado, de modo a evitar a sua dispersão no ambiente” (ANVISA, 2007), 
conforme Figura 2, enquanto “[...] as condições de temperatura e umidade devem ser de� nidas, 
monitoradas e registradas” (ANVISA, 2007). Destaca-se que “[...] as salas de manipulação devem 
ser mantidas com temperatura e umidade compatíveis com as substâncias/matérias-primas 
armazenadas/manipuladas”(ANVISA, 2007).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 2 – Sala de manipulação de sólidos com sistema de exaustão de ar. Fonte: Exaustfarma (2019).
1.4 Controle de Qualidade
Para manter-se um controle de qualidade “[...] devem ser realizados, no mínimo, os 
seguintes ensaios de controle de qualidade, de acordo com a Farmacopeia Brasileira ou outro 
Compêndio O� cial reconhecido pela ANVISA, em todas as preparações magistrais e o� cinais” 
(BRASIL, 2008).
Sólidas: descrição, aspecto, caracteres organolépticos, peso médio.
Semissólidas: descrição, aspecto, caracteres organolépticos, pH (quando 
aplicável), peso.
Líquidas não estéreis: descrição, aspecto, caracteres organolépticos, pH (quando 
aplicável), peso ou volume antes do envase (BRASIL, 2008).
É preciso lembrar-se que “[...] os resultados dos ensaios devem ser registrados na ordem 
de manipulação, junto com as demais informações da preparação manipulada” (ANVISA 
2007), bem como “[...] os resultados de todas as análises devem ser registrados e arquivados no 
estabelecimento por no mínimo 2 anos” (ANVISA, 2007).
Na manipulação de formas farmacêuticas sólidas, “[...] devem ser realizadas análises de 
teor de pelo menos um diluído preparado, trimestralmente” (ANVISA, 2007). Formulações com 
quantidade igual ou inferior a 25 mg do fármaco por unidade: análise de teor no mínimo a cada 
2 meses, de acordo com a atualização da RDC 87/2008 (BRASIL, 2008). Assim, “[...] as análises, 
tanto do diluído quanto da fórmula, devem ser realizadas em laboratório analítico próprio ou 
terceirizado” (ANVISA, 2007) e “[...] devem contemplar diferentes manipuladores, fármacos e 
dosagens/concentrações, sendo adotado sistema de rodízio” (ANVISA, 2007). 
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1.5 Rotulagem e Embalagem
Para a rotulagem e embalagem de produtos manipulados, “[...] devem existir 
procedimentos operacionais escritos” (ANVISA, 2007). Nesse sentido, os rótulos devem conter 
uma série de informações para identi� cação do produto, como nome do prescritor, nome do 
paciente, data da manipulação, prazo de validade, posologia, identi� cação da farmácia, nome 
e CRF do responsável técnico, etc. (ANVISA, 2007). Já no envase dos produtos manipulados, 
os recipientes utilizados “[...] devem garantir a estabilidade físico-química e microbiológica da 
preparação” (ANVISA, 2007).
1.6 Conservação e Transporte
Ao conservar e/ou transportar um produto, “[...] a empresa deve manter procedimentos 
escritos sobre a conservação e transporte, até a dispensação dos produtos manipulados que 
garantam a manutenção das suas especi� cações e integridade” (ANVISA, 2007). Quanto aos 
medicamentos termossensíveis, eles “[...] devem ser mantidos em condições de temperatura 
compatíveis com sua conservação, mantendo-se os respectivos registros e controles” (ANVISA, 
2007). É preciso saber ainda que os produtos manipulados não devem ser armazenados ou 
transportados com materiais como alimentos perecíveis, animais, solventes orgânicos, substâncias 
tóxicas, materiais radioativos, etc. (ANVISA, 2007).
1.7 Dispensação
Para que haja um uso correto dos produtos, “[...] o farmacêutico deve prestar orientação 
farmacêutica necessárias aos pacientes” (ANVISA, 2007). Para comprovar o aviamento, “[...] todas 
as receitas aviadas devem ser carimbadas pela farmácia, com identi� cação do estabelecimento, 
data da dispensação e número de registro da manipulação” (ANVISA, 2007).
1.8 Garantia da Qualidade
O Sistema de Garantia da Qualidade deve assegurar que todas as operações de 
manipulação, controle de qualidade e demais operações relacionadas as BPMF sejam cumpridas 
e documentadas. Para tanto, “[...] a farmácia deve possuir um Sistema de Garantia da Qualidade 
que incorpore as BPMF, totalmente documentado e monitorado” (ANVISA, 2007). Assim, “[...] o 
estabelecimento deve possuir Manual de Boas Práticas de Manipulação apresentando as diretrizes 
empregadas pela empresa para o gerenciamento da qualidade” (ANVISA, 2007).
Conforme Anvisa (2007), os documentos referentes à manipulação de fórmulas devem ser 
arquivados durante 6 (seis) meses após o vencimento do prazo de validade do produto manipulado, 
podendo ser utilizado sistema de registro eletrônico de dados ou outros meios con� áveis e legais. 
Os demais registros para os quais não foram estipulados prazos de arquivamento devem ser 
mantidos pelo período de 1(um) ano. Os registros de produtos com substância sob controle 
especial devem ser arquivados por dois anos.
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1.8.1 Autoinspeção
De acordo com a Anvisa (2007), a autoinspeção é um recurso apropriado para a constatação 
e avaliação do cumprimento das BPMF, realizada pela farmácia. Devem ser feitas, no mínimo, 
uma vez ao ano. As suas conclusões precisam devidamente documentadas e arquivadas. Com 
base nas conclusões das auto inspeções devem ser estabelecidas as ações corretivas necessárias 
para assegurar o cumprimento das BPMF.
1.8.2 Inspeções
Para veri� cação do cumprimento das Boas Práticas de Manipulação em Farmácias, as 
farmácias estão sujeitas a inspeções sanitárias. Com base no risco potencial, os itens do roteiro de 
inspeção são classi� cados em: imprescindível, necessário, recomendável e informativo.
Considera-se item IMPRESCINDÍVEL (I) aquele que pode in� uir em grau 
crítico na qualidade, segurança e e� cácia das preparações magistrais ou o� cinais 
e na segurança dos trabalhadores em sua interação com os produtos e processos 
durante a manipulação. Considera-se item NECESSÁRIO (N) aquele que pode 
in� uir em grau menos crítico. Considera-se RECOMENDÁVEL (R) aquele 
item que pode in� uir em grau não crítico na qualidade, segurança e e� cácia 
das preparações magistrais ou o� cinais e na segurança dos trabalhadores em 
sua interação com os produtos e processos durante a manipulação. Considera-
se item INFORMATIVO (INF) aquele que oferece subsídios para melhor 
interpretação dos demais itens (ANVISA, 2007).
A RDC 67/2007 (ANVISA, 2007) trata ainda de pontos especí� cos relacionados a BPMF 
de substâncias de baixo índice terapêutico; de hormônios, antibióticos, citostáticos e substâncias 
sujeitas a controle especial; de produtos estéreis; de preparações homeopáticas; e de preparação 
de dose unitária.
2. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO, ORDEM DE 
MANIPULAÇÃO E ROTULAGEM
2.1 Procedimento Operacional Padrão
O Procedimento Operacional Padrão (POP) é a “[...] descrição pormenorizada de 
técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia, visando proteger e garantir a preservação da 
qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos manipuladores” (ANVISA, 2007). Por 
isso, recomenda-se a preparação de procedimentos operacionais padrão (POPs) para todos as 
atividades relevantes realizadas na farmácia de manipulação. Os POPs devem ser utilizados para 
garantir uniformidade nos procedimentos, independente do manipulador, e para treinamento 
de pessoal (THOMPSON; DAVIDOW, 2013). A Figura 3 mostra um modelo de procedimento 
operacional padrão. 
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Figura 3 – Modelo de Procedimento Operacional Padrão (POP). Fonte: � ompson e Davidow (2013).
2.2 Ordem de Manipulação
A Ordem de Manipulação é o “[...] documento destinado a acompanhar todas as etapas 
de manipulação” (ANVISA, 2007). O registro ou a ordem de manipulação é emitido a partir 
da prescrição do paciente, ou, no caso de preparações o� ciais, ele e solicitado. Esse documento 
acompanha todas as etapas da manipulação. Por isso, deve conter o nome e a concentração da 
preparação, número ou quantidade de doses preparadas, número de controle ou da prescrição, 
data de fabricação e prazo de validade, lista de todos os componentes da formulação com 
as respectivas quantidades, nome do fabricante, número do lote e prazo de validade de cada 
componente,resultados dos testes de controle de qualidade, embalagem utilizada, assim como 
a identi� cação da pessoa que manipulou e da pessoa que revisou ou aprovou as etapas da 
manipulação (THOMPSON; DAVIDOW, 2013). A Figura 4 apresenta um modelo de registro de 
manipulação. 
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Figura 4 – Modelo de registro de manipulação. Fonte: � ompson e Davidow (2013).
2.3 Rotulagem
Conforme a Anvisa (2007), rótulo é a “[...] identi� cação impressa ou litografada, bem 
como os dizeres pintados ou gravados a fogo, pressão ou decalco, aplicado diretamente sobre a 
embalagem primária e secundária do produto”. As informações para identi� cação do produto 
devem estar descritas no rótulo, como o nome do paciente, nome do prescritor, formulação, 
data da manipulação, posologia, prazo de validade, identi� cação da farmácia, nome e CRF do 
responsável técnico, entre outras informações (ANVISA, 2007). Além disso, como as formulações 
manipuladas são personalizadas para cada paciente, o rótulo deve apresentar os nomes e as 
quantidades das substâncias ativas na preparação. A Figura 5 mostra um modelo rótulo de 
produto manipulado.
Figura 5 – Modelo de rótulo de produto manipulado. Fonte: Anfarmag (2010).
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No caso de preparações o� ciais, descritas no Formulário Nacional (2005 apud 
THOMPSON; DAVIDOW, 2013), quando os nomes e as quantidades de todos os componentes 
estão presentes na monogra� a, o rótulo pode conter o nome o� cial da preparação, sem especi� car 
as quantidades dos componentes. Em alguns casos, é aconselhável incluir no rótulo também 
o nome e quantidade de alguns excipientes, caso haja substâncias alérgenas, por exemplo. Em 
preparações líquidas manipuladas com álcool, o teor dessa substância precisa ser indicado no 
rótulo, em porcentagem V/V (THOMPSON; DAVIDOW, 2013).
Além do rótulo principal, existem os rótulos auxiliares que são colocados nos frascos para 
informar o paciente, ou responsável por ele, sobre a utilização e o armazenamento do produto. 
Esses rótulos podem ser usados para reforçar informações já descritas no rótulo principal ou 
para trazer informações adicionais (THOMPSON; DAVIDOW, 2013). Alguns rótulos auxiliares, 
comumente utilizados, são descritos nos itens que seguem.
2.3.1 Rótulos auxiliares utilizados para instruir sobre adequada preparação, armazena-
mento ou descarte
a. Agite bem. Exigido em todos os sistemas líquidos dispersos, tais como suspensões e 
emulsões, menos em determinados produtos com instruções de rotulagem contrárias. 
Por exemplo, algumas proteínas ou peptídeos são suspensões instáveis à agitação e têm 
instruções para agitar suavemente antes do uso. A agitação de algumas suspensões de 
insulina pode resultar em bolhas de ar ou espuma, por isso é recomendado que o frasco 
seja ‘deslizado’ entre os dedos para dispersar de maneira uniforme as partículas da 
suspensão. 
b. Mantenha sob refrigeração, não congele. Exigido nos produtos que são quimicamente 
instáveis em temperatura ambiente (p. ex., muitos antimicrobianos reconstituídos) e 
produtos que são � sicamente instáveis em temperatura ambiente (p. ex., supositórios 
de manteiga de cacau). Essa recomendação é dada, ainda, para produtos injetáveis que 
foram manipulados e que não serão utilizados em seguida, em especial aqueles que não 
contêm conservantes. 
c. Não use após. Exigido para todos os produtos parenterais manipulados, antimicrobianos 
e líquidos reconstituídos, outros produtos instáveis e todos os medicamentos dispensados 
quando exigido por lei estadual. Mesmo quando não é exigido por lei estadual, esse dizer 
é recomendado a todos os rótulos de produtos dispensados para que os pacientes não 
retenham produtos velhos e que podem já não ter o potencial de ação desejado. Tal aviso 
agora é muitas vezes impresso diretamente no rótulo do produto conforme o formulário 
de prescrição. 
d. Refrigere, agite bem, descarte após uso. Usado para evitar vários rótulos auxiliares 
quando forem exigidas as três mensagens anteriores (a, b e c supracitadas), tal como para 
a maioria das suspensões de antimicrobianos reconstituídas. 
e. Proteja da luz. Exigido para produtos parenterais que são fotossensíveis, tais como 
nitroprussiato de sódio, furosemida e fenotiazinas. Esse rótulo é especialmente importante 
quando a embalagem primária do medicamento não é âmbar ou opaca. É a rotulagem 
apropriada para todos os medicamentos fotossensíveis. 
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f. Mantenha fora do alcance de crianças. Pode ser usado para qualquer embalagem de 
medicamento, mas é exigido para frascos sem tampas de segurança. 
g. Quimioterapia do câncer, descarte de forma apropriada. Exigido para frascos que 
contenham medicamentos citotóxicos (THOMPSON; DAVIDOW, 2013, p. 40, grifo dos 
autores).
2.3.2 Rótulos auxiliares utilizados para instruir sobre via de administração
a. Uso externo. Recomendado para produtos de aplicação externa, principalmente para 
aqueles de perigo potencial se ingeridos. 
b. Rótulos de vias de administração. Exemplos incluem ‘Para os olhos’, ‘Para uso retal’ 
e ‘Somente para uso inalatório’. Esses rótulos são especialmente importantes quando há 
alguma possibilidade de confusão sobre a via de administração da forma farmacêutica 
(p. ex., cápsulas contendo medicamentos para uso em um inalador) (THOMPSON; 
DAVIDOW, 2013, p. 40, grifo dos autores).
2.3.3 Rótulos auxiliares de advertência sobre reações adversas a medicamentos
a. Pode causar sonolência. Não ingerir álcool. Cuidado ao dirigir carros ou operar 
máquinas. Usado para pacientes adultos ambulatoriais. Exigido para todos os narcóticos 
de venda controlada e outros medicamentos, tais como relaxantes musculares, que podem 
causar sonolência signi� cativa. Recomendado para outros narcóticos, agentes ansiolíticos, 
tranquilizantes, barbitúricos de ação prolongada, agentes sedativos, anticonvulsivantes, 
anti-histamínicos e antidepressivos, bem como qualquer outra substância que possa 
causar sonolência. O uso desse rótulo auxiliar em produtos indutores do sono depende 
do critério pro� ssional. 
b. Pode causar sonolência. Usado para pacientes pediátricos e adultos não ambulatoriais. 
Mesmas exigências e recomendações como descrito no item a. 
c. Evite exposição ao sol. Exigido para medicamentos que causam reações de 
fotossensibilidade, tais como tetraciclinas, sulfonamidas, griseofulvina, ácido nalidíxico, 
tiazidas e feniltiazinas. 
d. Pode causar coloração da urina ou das fezes. Recomendado para medicamentos que 
podem alterar a coloração da urina e das fezes, tais como azul de metileno, nitrofurantoína 
e fenazopiridina (THOMPSON; DAVIDOW, 2013, p. 40-41, grifo dos autores).
2.3.4 Rótulos auxiliares de advertência sobre interações medicamentosas e interações 
fármaco-alimentos
a. Não ingira álcool. Exigido para produtos que possam causar reações do tipo 
dissul� ram, tais como dissul� ram, metronidazol e clorpropramida. Recomendado para 
medicamentos hipnóticos ou outros, para os quais o efeito aditivo sobre o Sistema Nervoso 
Central (SNC) pode ser perigoso. Esclarecimento verbal também deve ser fornecido. 
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b. Não use com produtos lácteos, antiácidos, etc. Exigido para tetraciclinas, para 
prevenir a inativação da substância pelos íons polivalentes. Recomendado para produtos 
com revestimento entérico, uma vez que os produtos à base de leite e os antiácidos criam 
um pH básico no estômago, o que pode causar a dissolução prematura do revestimento 
entérico. 
c. Não usar ácido acetilsalicílico. Exigido para os anticoagulantes do tipo da varfarina 
(THOMPSON; DAVIDOW, 2013, p. 41, grifo dos autores).
2.3.5 Rótulos auxiliares de orientação sobre administração
a. Ingira com alimentos. Recomendado para medicamentosque podem causar 
distúrbios estomacais, quando esse efeito pode ser diminuído pelo uso do medicamento 
com alimentos. Exemplos de medicamentos desse grupo incluem nitrofurantoína, ácido 
valproico, eritromicina e ácido acetilsalicílico. 
b. Tome de estômago vazio. Recomendado para medicamentos tais como tetraciclina e 
ampicilina, que têm sua absorção reduzida ou sua degradação aumentada no estômago 
quando ingeridos junto com alimentos. Para alguns medicamentos, a necessidade de uma 
melhor absorção deve ser considerada em relação aos efeitos adversos sobre o estômago, 
quando um medicamento é tomado com o estômago vazio. O farmacêutico deve realizar 
uma avaliação adequada do paciente. 
c. Tome com muita água. Recomendado para sulfonamidas, como forma de diminuir 
a probabilidade de cristalúria, para expectorantes, como forma de aumentar a redução 
da viscosidade das secreções bronquiais, para laxantes formadores de massa fecal, como 
forma de reduzir a probabilidade de compactação, e para medicamentos irritantes, tais 
como suplementos de potássio, anti-in� amatórios não esteroidais orais, hidrato de cloro, 
certos antimicrobianos e teo� lina. 
d. Use todo este medicamento. Recomendado como auxiliar de adesão para antibióticos 
e anti-infecciosos quando um tempo de duração especí� co não estiver indicado nas 
instruções de uso (THOMPSON; DAVIDOW, 2013, p. 41, grifo dos autores).
2.3.6 Rótulos auxiliares para atender exigências legais
a. Cuidado. A lei federal proíbe a transferência deste medicamento para outra pessoa. 
Exigido, por lei, em todos os frascos de medicamentos para pacientes externos que 
contêm substâncias controladas. 
b. Esta prescrição pode ser reutilizada x vezes. A menos que requerido por leis estaduais, 
esse é um rótulo opcional para informar ao paciente o número de vezes que a mesma 
prescrição pode ser dispensada. Atualmente, essa informação é frequentemente impressa 
diretamente no rótulo pelo so� ware de dispensação (THOMPSON; DAVIDOW, 2013, p. 
41, grifo dos autores). 
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Quais materiais são utilizados no envase de produtos farmacêuticos? Os mate-
riais de embalagem (primária e secundária) são importantes na manipulação de 
medicamentos e cosméticos? Lembre-se que a escolha dos recipientes utilizados 
no envase dos produtos é uma etapa importante para o processo de manipula-
ção. A embalagem deve garantir a estabilidade e efi cácia da preparação (ANVISA, 
2007). Assim, refl ita sobre as questões acima e verifi que no capítulo 24 do livro 
Teoria e prática na indústria farmacêutica (LACHMAN; LIEBERMA; KANIG, 2001) os 
materiais de embalagem utilizados em produtos farmacêuticos.
Fonte: LACHMAN, L.; LIEBERMAN, H. A.; KANIG, J. L. Teoria e Prática na Indústria 
Farmacêutica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 2001.
A RDC 67/2007 (ANVISA, 2007) trata de pontos específi cos relacionados a BPMF 
de substâncias de baixo índice terapêutico; hormônios, antibióticos, citostáticos 
e substâncias sujeitas a controle especial; produtos estéreis; preparações home-
opáticas; e preparação de dose unitária. Para saber mais sobre o assunto, confi ra 
o documento. 
Fonte: ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução
da diretoria colegiada (RDC) n. 67, de 08 de outubro de 2007. Disponível em: 
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/
rdc-67-de-8-de-outubro-de-2007. Acesso em: 28 jul. 2019.
A videoaula do Portal Educação aborda alguns conceitos 
que foram descritos nesta unidade. Sob o título Farmaco-
técnica em Manipulação, o curso oferece um conhecimento 
sobre formas farmacêuticas, cápsulas, isotonia, EHL, cálcu-
los de pesagem, farmacotécnicos e muito mais! Acesse-a!
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO. Farmacotécnica em manipula-
ção. Disponível em: 
https://youtu.be/UmQV02MpvnQ. Acesso em: 29 jun. 2019.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O capítulo 12 do livro A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos, de 
Thompson e Davidow (2013), trata de recomendações gerais para manipulação 
de medicamentos seguros e efi cazes, abordando as etapas a serem seguidas no 
processo de manipulação. Leia-o para que os seus conhecimentos sobre o assun-
to sejam mais aprimorados!
Fonte: THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. Capítulo 12: Recomendações gerais 
para manipulação de medicamentos. In: THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. A prá-
tica farmacêutica na manipulação de medicamentos. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2013. p. 156-171.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na Unidade I são discutidos os conceitos essenciais para a compreensão do desenvolvimento 
de medicamentos e cosméticos em escala magistral, os requisitos para o funcionamento de uma 
farmácia de manipulação, assim como os aspectos relacionados a Boas Práticas de Manipulação 
em Farmácia (BPMF).
Todos os conceitos apresentados nessa unidade constam na RDC 67/2007 (ANVISA, 
2007), que trata das Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e O� cinais para Uso 
Humano em farmácias, além de pontos especí� cos sobre a BPMF de substâncias de baixo índice 
terapêutico; de hormônios, antibióticos, citostáticos e substâncias sujeitas a controle especial; de 
produtos estéreis; de preparações homeopáticas; e de preparação de dose unitária.
Por � m, as práticas de procedimentos operacionais padrão, ordem de manipulação, 
rotulagem e a sua importância na manipulação de medicamentos também são temas expostos 
na unidade.
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 26
1. SISTEMA DE MEDIDAS E CÁLCULOS FARMACÊUTICOS ................................................................................. 27
1.1 TRANSFORMAÇÃO DE MEDIDAS ...................................................................................................................... 27
1.1.1 UNIDADES DE MASSA ...................................................................................................................................... 27
1.1.2 UNIDADES DE VOLUME ................................................................................................................................... 28
1.2 EXPRESSÕES DE CONCENTRAÇÃO .................................................................................................................. 29
1.2.1 PORCENTAGEM ................................................................................................................................................ 29
1.3 PREPARO DE SOLUÇÕES ................................................................................................................................... 31
1.3.1 SOLUÇÕES ESTOQUE ...................................................................................................................................... 31
1.3.2 SOLUÇÕES DE TRABALHO .............................................................................................................................. 31
2. ÁGUA PARA USO FARMACÊUTICO ..................................................................................................................... 32
CÁLCULOS FARMACÊUTICOS, PREPARO DE 
SOLUÇÕES E TIPOS DE ÁGUA PARA USO 
FARMACÊUTICO
PROF.A DRA. DANIELA CRISTINA DE MEDEIROS ARAÚJO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FARMACOTÉCNICA
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2.1 CONTAMINANTES .............................................................................................................................................. 32
2.1.1 CONTAMINANTES QUÍMICOS ........................................................................................................................ 32
2.1.2 CONTAMINANTES MICROBIOLÓGICOS........................................................................................................33
2.1.3 CONTAMINANTES PARTICULADOS .............................................................................................................. 33
2.2 TIPOS DE ÁGUA .................................................................................................................................................. 33
2.2.1 ÁGUA POTÁVEL ................................................................................................................................................ 33
2.2.2 ÁGUA REAGENTE ............................................................................................................................................ 34
2.2.3 ÁGUA PURIFICADA ......................................................................................................................................... 34
2.2.4 ÁGUA ULTRA PURIFICADA ............................................................................................................................. 34
2.2.5 ÁGUA PARA INJETÁVEIS ................................................................................................................................ 34
2.3 SISTEMAS DE PURIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 35
2.3.1 PRÉ-FILTRAÇÃO ............................................................................................................................................... 35
2.3.2 ADSORÇÃO POR CARVÃO VEGETAL ATIVADO ............................................................................................. 35
2.3.3 TRATAMENTO COM ABRANDADORES ......................................................................................................... 36
2.3.4 DEIONIZAÇÃO E ELETRODEIONIZAÇÃO CONTÍNUA ................................................................................... 36
2.3.5 OSMOSE REVERSA ......................................................................................................................................... 36
2.3.6 ULTRAFILTRAÇÃO ........................................................................................................................................... 36
2.3.7 DESTILAÇÃO .................................................................................................................................................... 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 39
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INTRODUÇÃO
O sistema de medidas, utilizado em farmácia e em medicina, é o sistema métrico ou 
Sistema Internacional de Unidades (SI). As unidades básicas do SI são semelhantes ao sistema 
métrico. Elas apresentam apenas algumas atualizações (THOMPSON; DAVIDOW, 2013). Isso 
é necessário porque os cálculos farmacêuticos são essenciais para a prática em farmacotécnica, 
para o cálculo da dose de medicamentos para pacientes, assim como para a quantidade de 
componentes em preparações magistrais, entre outros (THOMPSON; DAVIDOW, 2013).
A porcentagem é uma medida-padrão da concentração de um componente em uma 
preparação farmacêutica. A concentração da maioria dos produtos farmacêuticos pode ser 
descrita em termos de porcentagem (THOMPSON; DAVIDOW, 2013), haja vista que o termo 
por cento e o seu sinal correspondente % signi� cam “por uma centena” ou “em uma centena” 
(THOMPSON; DAVIDOW, 2013). Portanto, as porcentagens nas preparações farmacêuticas é o 
tema exposto nesta Unidade II.
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1. SISTEMA DE MEDIDAS E CÁLCULOS FARMACÊUTICOS
O sistema de medidas utilizado, em farmácia e em medicina, é o sistema métrico ou 
Sistema Internacional de Unidades (SI). As unidades básicas do SI são semelhantes ao sistema 
métrico. As unidades básicas do SI são: mole (mol) para quantidade de substância; kelvin (K) para 
temperatura termodinâmica; segundo (s) para tempo; metro (m) para comprimento; ampère (A) 
para corrente elétrica; candela (cd) para intensidade luminosa e quilograma (kg) para massa 
(THOMPSON; DAVIDOW, 2013).
As mais utilizadas em farmácia são as unidades de massa, volume e comprimento. 
Embora a unidade básica de volume no SI seja o metro cúbico (m3), o litro (L) é aprovado para 
medir volume de líquidos. Um litro corresponde ao volume de 1000 centímetros cúbicos (cm3), 
sendo assim, 1 mL é igual a 1 cm3. A unidade básica de massa é o kg, porém o grama (g) tem sido 
aceito como uma unidade básica. Um grama corresponde a massa de 1 cm3 de água a 4º C. Nesta 
Unidade II, utilizaremos os termos “massa” e “peso” de forma intercambiável, mesmo que o peso 
seja a massa vezes a aceleração gravitacional (THOMPSON; DAVIDOW, 2013).
Os cálculos farmacêuticos são essenciais para a prática em farmacotécnica, pois eles 
são úteis para realizar-se o cálculo da dose de medicamentos dos pacientes, a quantidade de 
componentes em preparações magistrais, entre outros. A maioria dos cálculos apresentados nesta 
unidade serão resolvidos por intermédio da regra de 3, mas há diferentes maneiras de realizar o 
mesmo cálculo. Assim, o aluno pode escolher o melhor método para o seu trabalho, desde que 
realizado corretamente (THOMPSON; DAVIDOW, 2013).
1.1 Transformação de Medidas
1.1.1 Unidades de massa
Unidade básica de massa é grama (g). 
Assim:
1 kg ________________ 1000 g
1 g _________________ 1000 mg
1 mg ________________1000 mcg
1 mcg _______________ 1000 ng.................................... sucessivamente.
1 femtograma (fg) = 0,000000000000001 g (1 x 10-15 g)
1 picograma (pc) = 0,000000000001 g (1 x 10-12 g)
1 nanograma (ng) = 0,000000001 g (1 x 10-9 g)
1 micrograma (µg) = 0,000001 g 
1 miligrama (mg) = 0,001 g 
1 centigrama (cg) = 0,01 g
1 decigrama (dg) = 0,1 g 
 
1 grama (g) = 1,0 g
1 decagrama (dag) = 10,0 g
1 hectograma (hg) = 100,0 g
1 kilograma (kg) = 1000,0 g
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 1 – Escala de equivalência métrica de massa decimal. Fonte: Adaptado de � ompson e Davidow (2013).
Exemplo 1. 
Um farmacêutico comprou 5 g de um fármaco potente. Em vários momentos, ele utilizou 
0,2 g, 0,85 g, 90 mg e 150 mg para manipular várias receitas. Quanto resta do fármaco?
Resposta. 
O primeiro passo é deixar todos os valores na mesma unidade. 
Nesse caso, transformamos 90 mg em g (0,090 g) e 150 mg em g (0,150 g).
Assim,
0,2g + 0,85g + 0,090g + 0,150g = 1,29
5g – 1,29 = 3,71g
1.1.2 Unidades de volume
1 microlitro (µL/mcL) = 0,000001 L
1 mililitro (mL) = 0,001 L
1 centilitro (cL) = 0,01 L
1 decilitro (dL) = 0,1 L
1 litro (L) = 1,0 L
1 decalitro (daL) = 10,0 L
1 hectolitro (hL) = 100,0 L
1 kilolitro (kL) = 1000,0 L
Exemplo 2. 
Quanto resta em um recipiente que contém 5 litros de vaselina após retirar 895 mL?
Resposta. 
O primeiro passo é deixar todos os valores na mesma unidade. 
Assim, transformamos 895 mL em L (0,895 L).
5 L – 0,895 L = 4,105 L
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1.2 Expressões de Concentração
A quantidade de fármaco por quantidade (massa ou volume) da preparação é dada pela 
concentração. As concentrações são usadas para expressar doses ou quantidades de fármaco 
presentes em uma preparação líquida (THOMPSON; DAVIDOW, 2013). As expressões 
de concentração podem ser fornecidas pela combinação de unidades de massa e volume 
(THOMPSON; DAVIDOW, 2013), por exemplo: a) Massa de fármaco por massa do produto: 3 
mg/g (3 mg do fármaco em cada 1 g do produto); b) Massa do fármaco por volume do produto: 
3 mg/mL (3 mg do fármaco em cada 1 mL de produto).
A molaridade (M), por sua vez, corresponde ao número de moles de soluto por litro 
de solução. A molalidade (m) é o número de moles de soluto presente em 1000 g de solvente. 
Também são utilizados em manipulação os termos milimoles por milimolespor litro (mmol/L) 
ou mililitros (mmol/mL) (THOMPSON; DAVIDOW, 2013). Por exemplo: Uma solução de 
hidróxido de sódio (NaOH) 1 M contém 1 mol de hidróxido de sódio por litro de solução. Como 
a massa molecular do NaOH é 40,0 uma solução de NaOH 1 M contém 40,0 g de NaOH por litro 
de solução (40 g/L ou 40 mg/mL).
1.2.1 Porcentagem
A porcentagem é bastante utilizada em farmácia para exprimir a quantidade de um 
componente em uma preparação farmacêutica, haja vista que a concentração da maioria dos 
produtos farmacêuticos pode ser descrita em termos de porcentagem (THOMPSON; DAVIDOW, 
2013), cujo termo por cento e o seu sinal correspondente %, signi� cam “por uma centena” ou “em 
uma centena” (THOMPSON; DAVIDOW, 2013).
As porcentagens nas preparações farmacêuticas são expressadas com o primeiro termo 
(ou numerador) de cada expressão indicando o componente sobre o qual a concentração está 
baseada, enquanto o segundo (ou denominador) sinaliza a preparação total (THOMPSON; 
DAVIDOW, 2013). Por exemplo:
5% = 5/100 = 0,05
12,5% = 12,5/100 = 0,125
0,05% = 0,05/100 = 0,0005
Além disso, há: a) Porcentagem peso-volume (p/V): expressa o número de gramas 
de um constituinte em 100 mL de uma solução ou preparação líquida, sendo empregada 
independentemente se a água ou outro líquido é o solvente ou o veículo. É expressa como: 
___% p/V. b) Porcentagem volume-volume (V/V): corresponde ao número de mililitros de um 
constituinte em 100 mL de uma solução ou preparação líquida. É expressa como: ___% V/V. c) 
Porcentagem peso-peso (P/P): expressa o número de gramas de um constituinte em 100 g de 
uma solução ou preparação. É expressa como: ___% P/P.
Contudo, frequentemente, nas prescrições e fórmulas, as designações p/V, V/V e p/p não 
são indicadas quando as concentrações são dadas em porcentagem. Nesses casos, o seguinte é 
assumido:
➢ Para soluções ou dispersões de sólidos em líquidos, % p/V.
➢ Para soluções ou dispersões de líquidos em líquidos, % V/V.
➢ Para misturas de sólidos ou semissólidos, % p/p.
➢ Para soluções de gases em líquidos, % p/V.
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Exemplo 3.
Qual é a concentração percentual de uma injeção que contém 50 mg de pentobarbital 
sódico em cada mililitro de solução?
Resposta.
50 mg -------- 1 mL
X ---------------100 mL
X= 5000 mg correspondente a 5%.
Exemplo 4.
Observe a prescrição que segue: 
Permanganato de potássio.............................0,02%
Água puri� cada..........................q.s.p.............250 mL
Quantos gramas de permanganato de potássio devem ser utilizados nesta manipulação?
Resposta.
0,02 g --------- 100 mL
X -------------- 250 mL
X= 0,05 g de permanganato.
Exemplo 5.
Na manipulação da seguinte prescrição, quantos mililitros de fenol liquefeito devem ser 
usados?
Fenol liquefeito.........................................2,5%
Loção calamina................q.s.p...................240 mL
Resposta.
2,5 mL ---------- 100 mL
X ----------------- 240 mL
X= 6 mL
Exemplo 6.
Prescrição:
Iodocloridroxiquina..............................0,9 g
Hidrocortisona.......................................0,15 g
Creme base .......................q.s.p.............30 g
Qual é a concentração percentual (p/p) de iodocloridroxiquina e hidrocortisona na 
prescrição?
Resposta.
Iodocloridroxiquina
0,9 g --------- 30 g
X ------------ 100 g
X= 3%
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Hidrocortisona
0,15 g ------- 30 g
X ------------ 100 g
X= 0,5%
1.3 Preparo de Soluções
1.3.1 Soluções estoque
Soluções estoque são soluções preparadas com uma concentração de� nida, utilizadas 
para o preparo de soluções de trabalho. Para o cálculo da quantidade de soluto a ser pesada, 
utiliza-se a fórmula a seguir. 
M = m/ MM. V
Sendo: 
M: Concentração molar.
m: massa do soluto (g).
MM: massa molar do soluto (PM).
V: volume (L).
Exemplo 7.
Preparar 1 L de solução de Hidróxido de Sódio (PM = 40,0) a 1 M.
Resposta.
M = m/ MM. V
1 = m/ 40 x 1
m= 40 g de hidróxido de sódio para preparar 1 L de solução.
Exemplo 8.
Preparar 32 mL de solução de Bicarbonato de Sódio (PM = 84,01) a 2,5 M.
Resposta.
M = m/ MM. V
2,5 = m/ 84,01 x 0,032
m= 6,72 g de bicarbonato de sódio para preparar 32 mL de solução.
1.3.2 Soluções de trabalho
São soluções preparadas a partir da diluição de uma solução estoque (mais concentrada). 
Para calcular a quantidade de solução estoque que será necessária, utiliza-se a fórmula abaixo.
C1.V1 = C2.V2
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Sendo:
C1: concentração da solução estoque.
V1: volume da solução estoque.
C2: concentração da solução de trabalho.
V2: volume da solução de trabalho.
Exemplo 9.
Preparar 100 mL de solução de Hidróxido de Sódio a 0,5 M, partindo de uma solução 
estoque de 1 M.
Resposta.
C1.V1 = C2.V2
1 x V1 = 0,5 x 100 mL
V1 = 50 mL
Exemplo 10.
Preparar 40 mL solução de sacarose a 250 mM, partindo de uma solução estoque de 1 M.
Resposta.
C1.V1 = C2.V2
1 x V1 = 0,25 x 40 mL
V1 = 10 mL
2. ÁGUA PARA USO FARMACÊUTICO
Segundo Anvisa (2007), “[...] a água utilizada na manipulação de produtos é considerada 
matéria-prima produzida pela própria farmácia por puri� cação da água potável, devendo as 
instalações e reservatórios serem devidamente protegidos para evitar contaminação”. Dessa 
maneira os tipos de água utilizados na produção de medicamentos, inclusive na limpeza de 
equipamentos e utensílios, são considerados água para uso farmacêutico (BRASIL, 2010a).
Esse líquido é considerado um solvente universal, com excelente capacidade de 
solubilização, absorção e suspensão de diversos compostos, sendo amplamente empregado 
na manipulação de produtos farmacêuticos e cosméticos (BRASIL, 2010a). Os requisitos de 
qualidade exigidos para a água e a escolha do sistema de puri� cação dependem da � nalidade de 
sua utilização. Assim, devido a ampla utilização, o controle de sua qualidade é essencial, visto que 
a contaminação pode ocorrer com muita facilidade mesmo após a puri� cação. 
2.1 Contaminantes
Dito isso, os contaminantes da água podem ser divididos em químicos, microbiológicos 
e particulados (BRASIL, 2010a), como serão discutidos a seguir.
2.1.1 Contaminantes químicos
Os contaminantes químicos podem ter origem em diversas fontes como a alimentação, 
ar, poluentes, resíduos de produtos de limpeza, entre outros. Estão incluídas, neste grupo, as 
endotoxinas bacterianas, contaminantes críticos que devem ser adequadamente removidos 
(BRASIL, 2010a).
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Em conformidade com Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2010a), grande parte dos 
contaminantes orgânicos podem ser removidos por osmose reversa. No entanto, para retirar 
compostos com baixo peso molecular são necessárias técnicas adicionais de puri� cação, como 
resina de troca iônica, oxidação por ultravioleta ou ozônio ou carvão ativado.
2.1.2 Contaminantes Microbiológicos
Os contaminantes microbiológicos são principalmente bactérias. Eles representam um 
grande desa� o no controle de qualidade da água para uso farmacêutico. Esses microrganismos 
têm origem na microbiota da fonte de água ou do próprio equipamento de puri� cação ou podem 
surgir também da formação de bio� lmes resultante de procedimentos de limpeza e sanitização 
inadequados (BRASIL, 2010a). 
As bactérias presentes na água podem alterar substratos por ação enzimática, inativar 
reagentes, além de produzir endotoxinas e pirogênios. A contagem de bactérias é realizada por 
mililitro (UFC/mL), em unidades formadoras de colônias, e tende a aumentar com o tempo de 
estocagem da água (BRASIL, 2010a).
2.1.3 Contaminantes Particulados
Além dos contaminantes químicos e microbiológicos, existem ainda os particulados, 
como a sílica e os resíduos da tubulação, que comprometem a qualidade da água e provocam 
entupimento no sistema de puri� cação, dani� cando os equipamentos. Esses materiais podemser 
retirados por � ltração (BRASIL, 2010a).
A seguir, serão apresentados os tipos de água para uso farmacêutico e os principais 
sistemas de puri� cação utilizados.
2.2 Tipos de Água
Os principais tipos de água para uso farmacêutico são: água puri� cada, água para 
injetáveis e água ultra puri� cada. Além dessas, são muito utilizadas também a água potável e a 
água reagente (BRASIL, 2010a).
2.2.1 Água potável
A água potável é o ponto de partida para a puri� cação da água para � ns farmacêuticos. 
É utilizada também em alguns equipamentos, na limpeza de bancadas e utensílios, entre outros 
(BRASIL, 2010a). Ela é obtida a partir do tratamento da água retirada de mananciais, atendendo 
as especi� cações da legislação brasileira quanto aos parâmetros microbiológicos, físico-químicos 
e radioativos (BRASIL, 2010a). Deve ser fornecida “[...] sob pressão positiva contínua em um 
sistema de encanamento sem quaisquer defeitos que possam levar à contaminação de qualquer 
produto” (BRASIL, 2010b).
O monitoramento da qualidade microbiológica e físico-química da água potável deve ser 
realizado no mínimo a cada 6 (seis) meses. Esse controle deve ser registrado (ANVISA, 2007).
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2.2.2 Água reagente
A água reagente é produzida por processos como � ltração, descloração, deionização, 
destilação ou outros, conforme o seu uso. Geralmente essa água é empregada na limpeza de 
equipamentos e materiais, na síntese de substâncias ativas e excipientes, abastecimento de 
autoclaves e banho-maria, bem como em análises histológicas (BRASIL, 2010a). Os principais 
parâmetros que a caracterizam são: carbono orgânico total (COT) ˂ 0,20 mg/L e condutividade 
de 1,0 a 5,0 mS/cm (resistividade ˃ 0,2 MΩ-cm) (BRASIL, 2010a).
2.2.3 Água purificada
A água puri� cada é obtida a partir da água reagente ou da água potável e deve atender as 
especi� cações dos compêndios o� ciais. É obtida por uma sequência de sistemas de puri� cação 
como a destilação, osmose reversa, troca iônica, ultra� ltração, eletrodeionização ou outro processo 
capaz de atender as especi� cações para essa água (BRASIL, 2010a). O seu sistema puri� cação “[...] 
deve ser projetado de forma a evitar a contaminação e proliferação microbiológicas” (BRASIL, 
2010b). Dito isso, os principais parâmetros que a caracterizam são: carbono orgânico total (COT) 
˂ 0,50 mg/L, condutividade de 0,1 a 1,3 mS/cm a 25oC (resistividade ˃ 1,0 MΩ-cm), endotoxinas 
˂ 0,25 UI de endotoxina/mL e contagem total de bactérias ˂ 100 UFC/mL (BRASIL, 2010a).
2.2.4 Água ultra purificada
A água ultra puri� cada apresenta como características: a baixa carga microbiana, baixa 
concentração iônica e baixo nível de carbono orgânico total. Devido ao alto grau de pureza, ela é 
utilizada em aplicações especí� cas como: análises de controle de qualidade e diluição de padrões. 
É ideal para análises que exigem máxima exatidão e precisão (BRASIL, 2010a). Os principais 
parâmetros que a caracterizam são: carbono orgânico total (COT) ˂ 0,05 mg/L (alguns casos ˂ 0,03 
mg/L), condutividade de 0,055 a 0,1 mS/cm a 25o C (resistividade ˃ 18,0 MΩ-cm), endotoxinas 
˂ 0,03 UI de endotoxina/mL e contagem total de bactérias ˂ 1 UFC/100 mL (BRASIL, 2010a).
2.2.5 Água para injetáveis
A água para injetáveis é utilizada na fabricação de substâncias de uso parenteral, como 
excipiente presente na preparação de produtos farmacêuticos parenterais, na preparação de 
produtos estéreis e demais produtos que requer controle de endotoxinas, exceto os que são 
submetidos a etapas posteriores de remoção de contaminantes. Ela é utilizada também na limpeza 
de componentes e equipamentos que possuem contato direto com a formulação, na produção de 
formas farmacêuticas parenterais (BRASIL, 2010a). Além disso, essa água “[...] deve ser utilizada 
em preparações de produtos estéreis” (BRASIL, 2010b), bem como no enxágue � nal após limpeza 
de equipamentos e componentes que entram em contato com produtos estéreis (BRASIL, 2010b).
Essa classi� cação engloba também a água estéril para injeção, embalada em frasco 
hermético e esterilizada por calor, sendo a água, esterilizada para injeção, utilizada na 
administração parenteral. A adição de agente(s) microbiano(s) à água puri� cada estéril origina 
a água bacteriostática estéril, usada como diluente de algumas formulações parenterais em doses 
individuais (BRASIL, 2010a). Os principais parâmetros que caracterizam a água para injetáveis 
são: os mesmos preconizados para a água puri� cada, além de contagem total de bactérias ˂ 10 
UFC/100 mL, valor máximo de endotoxinas de 0,25 UI de endotoxina/mL e esterilidade (BRASIL, 
2010a).
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Para � nalizar sobre os “tipos de água”, a Figura 2 descreve as principais características de 
cada água para uso farmacêutico, bem como os parâmetros de qualidade exigidos e exemplos de 
aplicação.
Figura 2 – Tipos de água para uso farmacêutico e parâmetros de qualidade. Fonte: Brasil (2010a).
2.3 Sistemas de Purificação
Para uso farmacêutico, os principais sistemas de puri� cação utilizados na produção de 
água são: pré-� ltração, adsorção por carvão ativado, abrandadores, deionização, osmose reversa 
e ultra� ltração (BRASIL, 2010a).
2.3.1 Pré-filtração
A pré-� ltração é uma � ltração inicial, destinada a remover particulados com tamanho 
entre 5 e 10 µm. Nessa etapa, utiliza-se � ltros de areia ou combinação de � ltros para proteger os 
sistemas de puri� cação subsequentes (BRASIL, 2010a).
2.3.2 Adsorção por carvão vegetal ativado
O sistema de adsorção por carvão vegetal ativado emprega a capacidade de adsorção do 
carvão ativado em contato com contaminantes ou compostos orgânicos. Ele remove também 
agentes oxidantes como o cloro livre, preservando sistemas de � ltração subsequentes baseados 
em membranas, como a ultra� ltrarão e a osmose reversa (BRASIL, 2010a). Devido a esse processo 
de puri� cação retirar agentes sanitizantes, existe a possibilidade de crescimento microbiano e 
de formação de bio� lme, sendo necessária a sanitização do carvão ativado, além de contagem 
microbiana e controle de partículas de seus e� uentes (BRASIL, 2010a).
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2.3.3 Tratamento com abrandadores
O tratamento com abrandadores utiliza resinas de troca iônica, as quais capturam íons 
magnésio e cálcio, liberando íons sódio na água. Essa tecnologia é útil para promover a proteção 
de sistemas de puri� cação subsequentes, que são sensíveis a incrustação, como a osmose reversa 
(BRASIL, 2010a).
2.3.4 Deionização e eletrodeionização contínua
Este sistema de deionização e eletrodeionização contínua promove a remoção de sais 
inorgânicos dissolvidos. A deionização utiliza resinas de troca iônica especí� cas para ânions e 
cátions. As resinas aniônicas liberam íons OH- na água, enquanto as catiônicas liberam íons H+. 
Já a eletrodeionização contínua combina as resinas de troca iônica e a aplicação de um campo 
elétrico, promovendo remoção contínua de íons (BRASIL, 2010a). 
2.3.5 Osmose reversa
A osmose reversa é um sistema de puri� cação baseado em membranas que promovem 
a remoção de microrganismos, endotoxinas e íons. Remove mais de 90% da maioria dos 
contaminantes. Para aumentar a vida útil do sistema, é importante instalar um sistema de pré-
tratamento antes da osmose reversa, para remoção de partículas e íons (BRASIL, 2010a).
2.3.6 Ultrafiltração
O sistema de ultra� ltração é utilizado para a remoção de endotoxinas. Ele usa uma 
membrana especial que retém as moléculas de acordo com a sua estereoquímica e peso molecular. 
Para a remoção de endotoxinas, são utilizados � ltros que retêm moléculas com peso molecular 
igual ou maior a 10 000 Da (BRASIL, 2010a). Essa tecnologia, assim como a osmose reversa, 
requer um sistema de pré-tratamento, para aumentar a vida útil dos � ltros e manter a qualidade 
daágua produzida (BRASIL, 2010a).
2.3.7 Destilação
Puri� cação por evaporação e posterior condensação. A água de alimentação para esses 
equipamentos requer controles diferentes daqueles usados em osmose reversa. Nesse caso, 
a concentração de silicatos é crítica, como em qualquer sistema de geração de vapor. Outro 
aspecto importante é a possibilidade de carreamento de compostos voláteis no condensado. 
Isso é especialmente importante no que se refere a impurezas orgânicas, como trihalometanos, e 
gases dissolvidos na água, como dióxido de carbono e amônia. Assim, o controle da água potável 
de entrada, conforme mencionado sobre a água de alimentação para sistemas de puri� cação, é 
fundamental.
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Qual é a importância da água utilizada na manipulação de medicamentos e cos-
méticos? 
Veja que “O projeto de instalação de um sistema de purifi cação de água deve le-
var em conta a qualidade da água de fornecimento e da água desejada ao fi nal, 
a vazão necessária, a distância entre o sistema de produção e os pontos de uso, 
o layout da tubulação e conexões, o material empregado, facilidades de assistên-
cia técnica e manutenção e os instrumentos adequados para o monitoramento” 
(BRASIL, 2010a, p. 395, grifo do autor). Sendo assim, refl ita sobre a qualidade da 
água e os sistemas de purifi cação que podem ser utilizados em farmácias de 
manipulação.
Fonte: BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira. 
5. ed. Brasília, DF: Fundação Oswaldo Cruz, 2010a. v. 1-2.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, em 2013, o Guia de 
Qualidade para Sistemas de Purifi cação de Água para Uso Farmacêutico. O docu-
mento aborda critérios relacionados à produção de água purifi cada e de água para 
injeção para uso farmacêutico. Como referência, utilizou-se guias internacionais, 
a legislação nacional e a experiência da Anvisa em inspeções sanitárias. Consul-
te-o para saber mais!
Fonte: ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de qualidade para 
sistemas de purifi cação de água para uso farmacêutico. 2013. Disponível em: 
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2501339/Guia+de+Qualidade+pa-
ra+Sistemas+de+Purifi ca%C3%A7%C3%A3o+de+%C3%81gua+para+Uso+Farma-
c%C3%AAutico/35afe39c-30a4-4714-87b5-0c421d5deb27. Acesso em: 24 jun. 
2019.
O vídeo Como é feito o tratamento de água, publicado no ca-
nal Manual do Mundo, aborda as etapas de tratamento da 
água potável que abastece residência e estabelecimentos. 
Assista!
Fonte: MANUAL DO MUNDO. Como é feito o tratamento de 
água. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-
cWBSF0VyiMI&feature=youtu.be. Acesso em: 24 jun. 2019.
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O capítulo 8 do livro A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos, de 
Thompson e Davidow (2013), trata das expressões de quantidade e de concen-
tração e cálculos farmacêuticos de uma maneira muito interessante. Nele são 
abordados métodos para cálculos de quantidades e concentrações na preparação 
de misturas e diluições. Leia-o se quiser obter mais informações sobre o assunto!
Fonte: THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. Capítulo 8: Expressões de quantidade e 
de concentração e cálculos. In: THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. A prática far-
macêutica na manipulação de medicamentos. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 
p. 100-124.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na primeira parte da Unidade II, aborda-se temas sobre os sistemas de medida e 
transformação de medidas utilizados em farmácia. Alguns cálculos farmacêuticos, essenciais 
para prática em farmacotécnica, são revisados, além de algumas expressões de concentração, 
como % p/V, % V/V e % p/p. Já na segunda parte, destaca-se os principais tipos de água para uso 
farmacêutico, isto é, a água puri� cada, água para injetáveis, água ultra puri� cada, água potável e 
a água reagente.
Por � m, alguns sistemas de puri� cação de água são apresentados. Para isso, é esclarecido 
que a escolha dos tipos de sistema depende do uso pretendido, ou seja, antes de escolher o sistema, 
é preciso determinar se ele será utilizado para limpeza, para manipulação de formulações etc. 
Além disso, ao descrever a essencialidade do controle da qualidade da água, devido à facilidade 
de contaminação mesmo após puri� cação, são citados os tipos de contaminantes, bem como os 
sistemas de puri� cação.
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UNIDADE
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 44
1. FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS ............................................................................................................... 45
1.1 SOLUÇÕES ........................................................................................................................................................... 45
1.1.1 VANTAGENS DAS SOLUÇÕES .......................................................................................................................... 45
1.1.2 DESVANTAGENS DAS SOLUÇÕES................................................................................................................... 45
1.1.3 SOLUBILIDADE ................................................................................................................................................. 46
1.1.3.1 AQUECIMENTO .............................................................................................................................................. 46
1.1.3.2 ALTERAÇÃO DO PH DO SOLVENTE .............................................................................................................. 46
1.1.3.3 USO DE COSOLVENTES ................................................................................................................................ 46
1.1.3.4 ADIÇÃO DE TENSOATIVOS ........................................................................................................................... 46
1.1.3.5 MICELAS ........................................................................................................................................................ 47
FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS E 
SEMISSÓLIDAS
PROF.A DRA. DANIELA CRISTINA DE MEDEIROS ARAÚJO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FARMACOTÉCNICA
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1.1.3.6 CICLODEXTRINAS ......................................................................................................................................... 47
1.1.4 PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES .........................................................................................................................48
1.1.5 ENVASE .............................................................................................................................................................48
1.2 XAROPES .............................................................................................................................................................48
1.2.1 PREPARAÇÃO DE XAROPES ...........................................................................................................................48
1.2.1.1 DISSOLUÇÃO A QUENTE ...............................................................................................................................48
1.2.1.2 DISSOLUÇÃO A FRIO .................................................................................................................................... 49
1.2.2 XAROPES ISENTOS DE SACAROSE ............................................................................................................... 49
1.2.3 CONTROLE DE QUALIDADE DE SOLUÇÕES .................................................................................................. 49
1.3 SUSPENSÕES ......................................................................................................................................................

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