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AULA SISTEMA GASTROINTESTINAL 2022

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS CLIENTES COM DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS
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ANTES VAMOS REVISAR
ÚLCERA PÉPTICA
DOENÇA DIVERTICULAR
DOENÇA DE CROHN
COLITE ULCERATIVA
CÂNCER COLORRETAL
O QUE VAMOS ESTUDAR?
ÚLCERA PÉPTICA
DOENÇA DIVERTICULAR
DOENÇA DE CROHN
COLITE ULCERATIVA
CÂNCER COLORRETAL
Doença Ulcerosa Péptica
A úlcera péptica pode ser designada como úlcera gástrica, duodenal ou esofágica, dependendo de sua localização. 
A úlcera péptica é uma escavação (área oca) que se forma na parede mucosa do estômago, no piloro (a abertura entre o estômago e o duodeno), no duodeno (a primeira parte do intestino delgado) ou no esôfago. 
A erosão de uma área circunscrita de mucosa é a causa. Essa erosão pode estender-se profundamente até as camadas musculares ou através do músculo até o peritônio. 
As úlceras pépticas têm mais tendência a ocorrer no duodeno do que no estômago. Em geral, ocorrem isoladamente, mas podem ser múltiplas. As úlceras gástricas crônicas tendem a ocorrer na curvatura menor do estômago, próximo ao piloro.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
Doença Ulcerosa Péptica
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
NÚCLEO 4
Doença Ulcerosa Péptica
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
	Úlcera Duodenal 	Úlcera Gástrica
	Incidência
Idade de 30 a 60 anos.
Homem : mulher = 2 a 3:1.
80% das úlceras pépticas são duodenais.	Incidência
Habitualmente 50 anos ou mais.
Homem : mulher = 1:1.
15% das úlceras pépticas são gástricas.
	Sinais, Sintomas e Achados Clínicos
Hipersecreção de ácido gástrico (HCl).
Pode ocorrer ganho de peso.
A dor aparece dentro de 2 a 3 h depois de uma refeição; frequentemente acordado a 1 a 2 h da manhã; a ingestão de alimento alivia a dor.
Vômitos raros.
Hemorragia menos provável que na úlcera gástrica; entretanto, quando presente, a melena é mais comum do que a hematêmese.
Com mais tendência a perfurar do que as úlceras gástricas.	Sinais, Sintomas e Achados Clínicos
Normal – hipossecreção de ácido gástrico (HCl).
Pode ocorrer perda de peso.
A dor aparece dentro de 1/2 a 1 h depois de uma refeição; raramente ocorre à noite; pode ser aliviada pelo vômito; a ingestão de alimento não ajuda e, algumas vezes, aumenta a dor.
Vômitos comuns.
A hemorragia tem mais tendência a ocorrer do que na úlcera duodenal; a hematêmese.
é mais comum do que a melena.
	Possibilidade de Neoplasia Maligna
Rara.	Possibilidade de Neoplasia Maligna
Ocasional.
	Fatores de Risco
H. Pylori (Helicobacter pylori), álcool, tabagismo, cirrose, estresse.
	Fatores de Risco
H. pylori, gastrite, álcool, tabagismo, estresse e uso de AINE= Anti-inflamatórios não esteroides
Fatores Predisponentes
Indivíduos entre 40 e 60 anos de idade. 
Podendo aparecer crianças e, até mesmo, em lactentes;
Depois da menopausa, a incidência das úlceras pépticas em mulheres é quase igual à dos homens;
Estresse e ansiedade;
Infecção pela bactéria gram-negativa H. Pylori;
Secreção excessiva de HCL no estômago;
Ingestão de leite e de bebidas cafeinadas, o tabagismo e o consumo de álcool também podem aumentar a secreção de HCL
Historia Familiar;
Uso crônico de anti-inflamatórios não –esteroidais (AINE), consumo de álcool e o tabagismo excessivo.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
Fisiopatologia
As úlceras pépticas ocorrem principalmente na mucosa gastroduodenal, visto que esse tecido não pode suportar a ação digestiva do ácido gástrico (HCL) e da pepsina. 
A erosão é causada pela concentração ou atividade aumentada de ácido-pepsina ou pela resistência diminuída da mucosa. 
A mucosa lesionada é incapaz de secretar muco suficiente para atuar como barreira contra o HCL. O uso de AINE inibe a secreção de muco que protege a mucosa. 
Os pacientes com úlceras duodenais secretam mais ácido do que o normal, enquanto os pacientes com úlceras gástricas tendem a secretar níveis normais ou diminuí dos de ácido. 
A lesão da mucosa gastroduodenal resulta em diminuição da resistência às bactérias, e, por conseguinte, pode ocorrer infecção pela bactéria H. Pylori.
*AINE=Anti-inflamatórios não esteroides:
*H. PYLORI= HELICOBACTER PYLORI
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
Manifestações Clínicas
Os sintomas podem durar alguns dias, semanas ou meses;
Pode ocorrer perfuração ou hemorragia em 20 a 30% dos pacientes que não apresentaram sintomas;
Dor difusa e lancinante ou de sensação de queimação na região mesoepigástrica ou nas costas;
A dor pode ser aliviada pela alimentação, ou pela ingestão de antiácido; mas quando o estômago esvazia-se ou quando a dose do antiácido diminui, a dor reaparece;
Pirose (azia);
Vômitos;
Constipação intestinal ou diarreia;
Sangramento - ocorre sangramento em 15% dos pacientes - eliminação de melena (fezes alcatroadas). 
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
Exames diagnósticos
O exame físico pode revelar dor, hipersensibilidade epigástrica ou distensão abdominal;
Endoscopia - possibilita a visualização direta das alterações inflamatórias, úlceras e lesões; 
Exames de fezes – sangue oculto; 
Os exames de secreção gástrica são valiosos no diagnóstico de acloridria (ausência de ácido clorídrico no suco gástrico) e Síndrome de Zollinger-Ellison (SZE). Na síndrome de Zollinger-Ellison, o estômago produz muito ácido, o que faz com que as pessoas desenvolvam muitas úlceras pépticas. Nessa síndrome, o excesso de ácido é produzido uma vez que um tumor chamado gastrinoma produz gastrina. A gastrina é um hormônio que estimula o estômago a produzir ácido.
A infecção por H. Pylori pode ser determinada por endoscopia e exame histológico por biopsia;
Testes sorológicos para anticorpos contra o antígeno do H. Pylori;
Teste de antígeno fecal: 0 teste do antígeno fecal e um método imunoenzimático (ELISA) qualitativo para detecção de infecção ativa por H.pylori em amostras de fezes, em  crianças e adolescentes.
Tratamento 
Combinação de antibióticos, inibidores da bomba de prótons (suprimem a secreção de ácido gástrico (HCL) ) e sais de bismuto (possuem atividade antibacteriana, efeitos protetores da mucosa gástrica, formando uma camada protetora proporcionando rápido alívio da irritação gastrintestinal), suprimem ou erradicam o H. pylori;
A terapia recomendada durante 10 a 14 dias consiste em terapia tríplice com dois antibióticos (p. ex., metronidazol ) mais um inibidor da bomba de prótons (p. ex., omeprazol);
Terapia quádrupla com dois antibióticos (metronidazol e tetraciclina) mais um inibidor da bomba de prótons e sais de bismuto (Pepto-Bismol);
Os antagonistas dos receptores de histamina-2 (H2) e os inibidores da bomba de prótons são utilizados para tratar as úlceras induzidas por AINE e outras úlceras não associadas à infecção por H. pylori. 
*Antagonistas de receptores de H2=Medicamentos que reduzem a quantidade de ácido que o estômago produz..Eles bloqueiam o local que recebe o estímulo da histamina nas células do estômago que produzem ácido. A histamina estimula a produção de ácido pelo estômago.
 
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
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Tratamento 
Redução do estresse ambiental exige modificações físicas e psicológicas por parte do paciente, bem como a ajuda e a cooperação dos familiares e outras pessoas significativas;
Abandono do Tabagismo diminui a secreção de bicarbonato do pâncreas para o duodeno, resultando em acidez aumentada do duodeno;
Modificação da Dieta evitar a secreção excessiva de ácido e a hipermotilidade no trato GI;
Tratamento Cirúrgico introdução de antibióticos para erradicar o H. pylori e de antagonistas do receptor H2 como tratamento para as úlceras;
Cuidados de Acompanhamento a recidiva da doença ulcerosa péptica dentro de 1 ano pode ser evitada com o uso profilático de antagonistas do receptor H2 administrados em uma dose reduzida.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
Cuidados de Enfermagem
Promover o alívio da dor; 
Incentivar a redução da ansiedade;
Estimular ao paciente para expressar abertamente seus medos;
Manter observação sobre o estado nutricional do paciente;
Monitoramento e Tratamento das ComplicaçõesPotenciais, como:
Hemorragias complicação mais comum, é observada em 10 a 20% dos pacientes com úlcera péptica; 
Inserir uma sonda SNG, quando houver recomendação médica, para diferenciar o sangue fresco do material em “borra de café”, ajudar na remoção de coágulos e ácido, reduzir as náuseas e os vômitos e proporcionar um meio de monitorar o sangramento adicional;
Efetuar uma lavagem SNG com soro fisiológico, quando solicitado pela equipe médica; 
Inserir um cateter urinário de demora e monitorar o débito cardíaco,quando recomendado; 
Monitorar a saturação de oxigênio e administrar oxigenioterapia suplementar, caso necessário;
Colocar o paciente na posição de decúbito dorsal com as pernas elevadas para evitar a hipotensão, ou colocá-lo em decúbito lateral esquerdo para evitar a aspiração do vômito.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
Complicações
PERFURAÇÃO E PENETRAÇÃO - A perfuração refere-se à erosão da úlcera através da serosa gástrica para a cavidade peritoneal, sem nenhum aviso;
OBSTRUÇÃO PILÓRICA - A obstrução pilórica, também denominada obstrução da saída gástrica (OSG), ocorre quando a área distal ou o esfíncter pilórico torna-se cicatrizado e estenosado, devido ao espasmo ou edema, ou em consequência do tecido cicatricial que se forma quando uma úlcera cicatriza e sofre ruptura sucessivamente resíduo de mais de 400 mℓ.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA
A doença intestinal inflamatória (DII) é um termo geral adotado para um grupo de distúrbios inflamatórios crônicos de etiologia desconhecida que envolvem o trato gastrintestinal, podendo ser divididos em dois grupos principais: Colite Ulcerativa e Doença de Crohn;
Afetam ambos os sexos, estando associada a fatores genéticos e imunológicos;
Nos casos típicos, a DII começa na juventude ou em uma idade avançada e é causa de morbidade e perda da qualidade de vida. 
A Doença de Crohn é a mais comum e a ocorrência máxima observada é entre 13 e 35 anos.
COLITE ULCERATIVA
É uma doença crônica, recidivante, inflamatória e ulcerativa, que afeta a mucosa e a submucosa do intestino grosso e do reto;
Doença grave que causa complicações sistêmicas e taxa de mortalidade alta;
Cerca de 5% dos clientes com colite ulcerativa desenvolvem câncer do intestino grosso;
Quando está ativa, a mucosa intestinal torna-se maciçamente infiltrada por células inflamatórias de fases aguda e crônica;
Causa: aumento dos linfonodos; estreitamento da luz do intestino (estenose) e lesões aftóides;
A inflamação provoca finas úlceras que podem sangrar.
COLITE ULCERATIVA
Fonte: Fotos Google 2022
FISIOPATOLOGIA
Existe uma reação inflamatória que acomete principalmente a mucosa colônica que aparece ulcerado, hiperemiado e habitualmente hemorrágico. A mucosa fica edemaciada;
 As lesões são uniformes e contínuas, sem áreas interpostas da mucosa normal;
 O acometimento do reto é comum (95% dos casos);
 Na colite grave, a parede intestinal pode tornar-se extremamente fina, a mucosa torna-se friável pela inflamação, resultando em dilatação (megacólon tóxico) e subsequente perfuração. O megacólon é uma das complicações da colite ulcerativa.
 A inflamação recorrente pode produzir fibrose e a retração que resultam em encurtamento do cólon.
PELLICO, 2015; BRUNNER, SUDDARTH, 2016
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Evolução clínica normalmente é de exacerbações e remissões;
Diarreia (variando de 10 a 20 episódios líquidos diários), dor no quadrante inferior esquerdo do abdome, tenesmo intermitente e sangramento retal;
Palidez, anemia, fadiga;
Anorexia, emagrecimento, febre, vômitos, desidratação, cólicas abdominais, fezes com muco e pus.
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
Anamnese e exame físico;
Exames de sangue e fezes;
A radiografia simples de abdome e contrastada (clister opaco) identificam dilatação exagerada do intestino;
Colonoscopia (endoscopia do intestino), onde consegue-se avaliar a extensão e o grau de acometimento da doença; Os achados incluem perda da vascularização da mucosa, eritema difuso, friabilidade da mucosa e exsudato que consiste em muco, sangue e pus;
Tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassonografia podem demonstrar abscessos e acometimento perirretal.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
COMPLICAÇÕES
Casos fulminantes (2 a 4%) podem complicar-se por uma dilatação gasosa aguda e irreversível - o Megacólon Tóxico - com possibilidade de perfuração, seguida de infecção abdominal extensa, acompanhada de insuficiência circulatória e respiratória, com alto risco de óbito;
Em alguns casos há necessidade de cirurgia de emergência em função do megacólon tóxico ou perfuração intestinal  colectomia total (ressecção cirúrgica total do cólon);
Riscos significativos para fraturas osteoporóticas em virtude da redução da densidade mineral óssea, causada também pelo uso de corticóide.
A longo prazo a colite ulcerativa gera uma grande preocupação que é o câncer de cólon. O risco de desenvolver este tipo de câncer aumenta significativamente quando a doença começa na infância (8 a 10 anos) ou quando há história familiar de câncer de cólon.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
TRATAMENTO
Os objetivos da terapia consistem em controlar o processo inflamatório, repor as perdas nutricionais, corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos, anemia, melhorar a qualidade de vida;
A melhora é observada habitualmente após 07 a 10 dias a partir da redução da febre, menos diarreia sanguinolenta e melhora do apetite;
Terapia nutricional: líquidos, dieta com baixo teor residual, alto teor proteico e calórico, com suplementação de vitaminas e ferro  redução da inflamação e controle da dor e diarreia.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
TRATAMENTO
Terapia farmacológica: sedativos, antidiarreicos, antiperistálticos são utilizados para minimizar o peristaltismo, a fim de restaurar o intestino inflamado. Agentes anti-inflamatórios (sulfassalazina), os glicocorticóides supra-renais e antibióticos, e em alguns casos, terapia imunossupressora . Medicações como analgésicos, antipiréticos e antieméticos devem ser prescritos.
A cirurgia fica reservada para: complicações específicas (perfuração, carcinoma intestinal, estenoses) e intratabilidade da doença. 
Cerca de 20 a 25% dos pacientes com colite ulcerativa necessitam de colectomia durante a evolução da doença.
NÚCLEO 4
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
DOENÇA DE CROHN
Também chamada de enterite regional; 
É uma inflamação subaguda ou crônica da parede do trato gastrintestinal (GI), que se estende por todas as camadas, de gênese desconhecida;
Diagnosticada inicialmente em adolescentes e adultos jovens, mas pode começar em qualquer faixa etária;
As alterações compatíveis a enterite regional são mais comuns no íleo distal, podendo afetar o cólon ascendente e qualquer outro segmento do trato GI.
FISIOPATOLOGIA
 As camadas mais profundas do intestino delgado (preferencialmente o íleo terminal) são afetadas, acometendo o mesentério e os gânglios regionais;
 O mesentério parece grandemente espessado, gorduroso com um aspecto nodular tipo “pavimentoso” e o intestino vai gradualmente perdendo sua função digestiva;
Na fase ativa, os portadores tendem a alimentar-se cada vez menos devido as náuseas, cólicas e distensão abdominal, podendo desenvolver anorexia. O comum aparecimento de fístulas, diarréia e fadiga compromete as ações da vida diária do paciente. 
 A fase silenciosa compreende o portador com a doença em remissão ou controlada farmacologicamente, e tem como foco minimizar a tensão emocional desses pacientes, visto que tal tensão pode desencadear a fase ativa da doença.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
FISIOPATOLOGIA
O processo patológico começa com edema e espessamento da mucosa e as úlceras começam a formar-se na mucosa inflamada; 
À medida que a doença progride, a parede intestinal torna-se fibrótica e o lúmen do órgão sofre estreitamento; 
As úlceras da doença de Crohn são diferentes das lesões ulceradas da colite ulcerativa porque não são contínuasou não ficam em contato uma com as outras e estão separadas por áreas de tecido normal;
Os granulomas (inflamação nodular localizada) formam-se em 50% dos casos;
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Em geral, início insidioso, com dor intensa no quadrante inferior direito do abdome e diarreia;
Dores abdominais espasmódicas: geralmente após as refeições, pois a ingestão alimentar estimula a peristalse intestinal;
O cliente apresenta ainda emagrecimento, desnutrição, anemia secundária, febre, leucocitose e esteatorréia (; formação de fezes volumosas, acinzentadas ou claras, que geralmente são mal cheirosas, flutuam na água e têm aparência oleosa, ou são acompanhadas de gordura que flutua no vaso sanitário).
Abscessos, fístulas e fissuras são comuns também;
Carência de vitaminas B, A, E, D e K;
Inflamação na pele (hipovitaminose) e inflamação recorrente;
Na fase ativa, os clientes tendem a alimentar-se cada vez menos devido as náuseas, cólicas e distensão abdominal, podendo desenvolver anorexia. O comum aparecimento de fístulas, diarreia e fadiga compromete as ações da vida diária do paciente;
A doença de Crohn é intermitente, sendo interrompidos por intervalos mais ou menos longos de pouca ou nenhuma sintomatologia.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
MUCOSA INTESTINAL COM COLITE ULCERATIVA
FONTE:GOOGLE FOTOS 2020
MUCOSA INTESTINAL COM DOENÇA DE CROHN
FONTE:GOOGLE FOTOS 2020
FONTE:GOOGLE FOTOS 2020
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
Anamnese e exame físico;
Hemograma completo: hemoglobina reduzida, leucocitose;
Exame de fezes: positivo para sangue oculto e esteatorreia;
Proctossigmoidoscopia;
Endoscopia, colonoscopia e biópsias intestinais;
Clister opaco: para evidenciar úlceras, fissuras e fístulas;
Tomografia: evidencia espessamento das paredes intestinais e formação de fístulas. 
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
BOLSA COM SULFATO DE BÁRIO
IMAGEM DO INTESTINO ATRAVÉS DE CLISTER OPACO COM SULFATO DE BÁRIO 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
Basicamente, os métodos diagnósticos são os mesmos da colite ulcerativa. 
Ressalta-se que o íleo terminal apresenta-se avermelhado, a gordura mesentérica friável e os gânglios linfáticos mesentéricos infartados. 
As ulcerações descontínuas apresentam-se em forma de erosões aftosas minúsculas ou fissuras longitudinais.
COMPLICAÇÕES
Obstrução Intestinal: é a complicação mais comum resultando de edema na parede do intestino e da formação de tecidos cicatriciais que levam a estenose;
Distúrbios hidroeletrolíticos;
Abscessos;
Fístulas: acometem 30% dos pacientes;
Fissuras;
Má absorção e desnutrição;
Câncer de intestino grosso.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
TRATAMENTO
É individualizado de acordo com as manifestações da doença em cada paciente. Como não há cura, o objetivo do tratamento é o controle dos sintomas e das complicações;
 Adequações na dieta, medicamentos específicos podem ser usados para o controle da diarreia;
 Medicamentos que agem principalmente no controle do sistema imune sulfassalazina, mesalamina, corticóides, azatioprina, e, mais recentemente, o infliximab;
 O tratamento cirúrgico prevê a retirada de porção do intestino resistente ao tratamento ou extremamente lesionada, podendo ser realizada uma ileostomia temporária. A cirurgia também pode se restringir a resolver uma complicação;
 No caso de estreitamentos, são ressecados segmentos pequenos do intestino; no caso de abscessos, estes são drenados. A doença tende a retornar e necessitar de nova cirurgia, eventualmente.
(BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
TRATAMENTO
A ILEOSTOMIA é uma abertura (estoma) criada cirurgicamente para desviar o fluxo do intestino delgado. Dessa forma, as fezes percorrem um novo caminho e passam a ser armazenadas por uma bolsa coletora, que fica acoplada à parte externa do abdômen.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Observar e registrar o número de eliminações intestinais, suas características, consistência e quantidade eliminadas;
Orientar repouso no leito para redução do peristaltismo e conservação da energia;
Observar e registrar padrão de dor;
Incentivar ingesta hídrica;
Pesar diariamente;
Avaliar sinais de desidratação;
Promover ambiente calmo e tranquilo;
Avaliar sinais de lesão de pele;
Monitorar sinais indicativos de perfuração (abdome rígido, aumento agudo da dor abdominal, vômito, hipotensão), obstrução e megacólon tóxico (febre, taquicardia, sons intestinais diminuídos). 
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
DOENÇA DIVERTICULAR
Divertículo é uma herniação sacular do revestimento do intestino, que se esconde através de um defeito na camada muscular;
Os divertículos podem ocorrer em qualquer local do intestino delgado ou do cólon, mas são observados mais comumente no cólon sigmóide;
A diverticulose ocorre quando há múltiplos divertículos sem inflamação nem sintomas; ocorre com frequência semelhante em homens e mulheres, aumentando com a idade;
O baixo consumo de fibras alimentares é considerado como importante fator predisponente.
(BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
DOENÇA DIVERTICULAR
FONTE: GOOGLE FOTOS 2020
DOENÇA DIVERTICULAR
FONTE: GOOGLE FOTOS 2020
DIVERTÍCULOS
DIVERTICULITE
DOENÇA DIVERTICULAR
A diverticulite ocorre quando alimentos e bactérias retidos no divertículo, provocam infecção e inflamação, que podem levar a perfuração ou formação de um abscesso;
A diverticulite pode ocorrer como ataque agudo ou pode persistir como infecção contínua e latente;
Os divertículos formam-se quando as camadas mucosas e sub mucosas do cólon formam protrusões na mucosa através da parede muscular.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Diarreia, náuseas, vômitos, anorexia e distensão abdominal;
 Desconforto doloroso na região inferior esquerda do abdome com variável tempo de duração e que alivia com a eliminação de gases ou fezes;
 Febre e leucocitose também estão presentes no quadro clínico;
 Se não for tratada, há ocorrência de peritonite e septicemia.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
Sensibilidade aumentada ou dor à palpação na parte inferior esquerda do abdome, ao exame clínico;
A retossigmoidoscopia ou colonoscopia identifica os óstios dos divertículos e servem para diferenciar a diverticulose;
Quando há diverticulite, os exames laboratoriais podem ter sinais de infecção;
Radiografias abdominais sem contraste e tomografia podem ser úteis na fase aguda para identificar perfurações e abscessos;
A colonoscopia é contraindicada na diverticulite aguda, pois o risco de perfuração, em caso de infecção, pode resultar em sepse.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
COMPLICAÇÕES
 Diverticulite é a complicação mais comum, ocorrendo em algum momento da vida de 10-20% dos indivíduos com diverticulose;
 Os divertículos inflamados podem formar pus, criando um abscesso em seu interior e, por consequência, perfurar causando peritonite;
Complicações menos frequentes são o sangramento, a formação de fístulas e a obstrução intestinal. 
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
TRATAMENTO
 Depende da gravidade do caso, variando desde repouso, dieta sem resíduos e analgésicos, até uso de antibióticos, internação hospitalar com reposição hídrica e cirurgia;
Dietas ricas em fibras e/ ou remédios que umedecem e aumentam o volume das fezes, além de antiespasmódicos;
 Cirurgia de urgência pode ser necessária quando há piora do estado geral, obstrução intestinal, perfuração da parede do intestino e infecção generalizada;
 Cirurgias eletivas podem ser indicadas em jovens com a doença, em pacientes com crises frequentes de diverticulite, naqueles com sangramento importante ou repetido, na presença de fístulas ou se há suspeita de outra doença associada;
 A cirurgia consiste basicamente na retirada da parte do intestino onde se encontram os divertículos, geralmente todo o cólon sigmoide. Algumas vezes não é possível realizar a junção das partes que restaram do intestino, sendo necessária uma colostomia, em geral, temporária. 
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH,2016)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Estimular ingesta hídrica;
Orientar quanto a necessidade de ingesta de dieta pastosa, com maior teor de fibras;
Melhorar o tônus da musculatura abdominal, através da realização de exercícios;
Observar e registrar padrão de dor;
Observar e registrar o número de eliminações intestinais, suas características, consistência e quantidade eliminadas.
NÚCLEO 4
Metas:
Padrões de eliminação normais;
Alívio da dor;
Ausência de complicações.
(BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
CÂNCER COLORRETAL
O câncer colorretal é predominantemente adenocarcionoma, podendo começar como um pólipo benigno, que pode sofrer transformação maligna, invadir e destruir os tecidos normais e estender-se aos órgãos adjacentes; 
A taxa de sobrevivência em cinco anos é de 90%. Apenas 39% dos cânceres colorretais são diagnosticados em um estágio precoce (ACS, 2010).
A maioria dos clientes permanece assintomática por longos períodos.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
CÂNCER COLORRETAL
PÓLIPOS COLORRETAIS
FATORES DE RISCO
Idade: incidência elevada em pessoas com mais de 85 anos;
História familiar de câncer colorretal ou pólipos; 
Alto consumo de bebidas alcoólicas;
Obesidade;
Tabagismo;
Dieta com alto teor de gordura, de carne vermelha e pequena quantidade de fibra; 
História de doença intestinal inflamatória;
Câncer Genital. 
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Os sintomas são diversos: mudança do ritmo intestinal (constipação e diarreia) sem causa alimentar aparente, anemias, dor e distensão abdominais, fadiga, sangramento ocasional e emagrecimento.
Dependendo da localização: 
a) No lado direito do abdome, as principais queixas serão dor abdominal fraca e melena (fezes enegrecidas);
b) No lado esquerdo, há obstrução, com dor e cólicas abdominais, com predominância de constipação intestinal, sangue vermelho vivo nas fezes;
c) No reto, o principal sinal do tumor é o sangramento, associado a alternância entre constipação intestinal e diarreia e tenesmo, caracterizado pela vontade periódica de ir ao banheiro e insatisfação provocada pela sensação de evacuação incompleta.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
Exame clínico e avaliação dos sinais e sintomas intestinais;
 Colonoscopia;
 Pesquisa de sangue oculto nas fezes; 
 Retossigmoidoscopia; 
 Clister opaco com duplo contraste. 
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
TRATAMENTO
O tratamento consiste na retirada do tumor, que pode ser endoscópica (colonoscopia) ou cirúrgica, podendo ser curativo ou paliativo;
A ressecção endoscópica é realizada nos casos iniciais do câncer, ou seja, naqueles em que não houve o comprometimento mais profundo da parede do intestino;
Nos casos cirúrgicos, o segmento intestinal comprometido é ressecado, e o trânsito intestinal reconstruído, sempre que possível. Além disso, pode haver a necessidade de tratamento complementar com quimioterapia e radioterapia, que são indicados antes ou após a cirurgia, e nos casos mais avançados, para que se evite ou se tratem as lesões metastáticas;
Colostomia temporária ou permanente.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
COMPLICAÇÕES
O crescimento do tumor pode causar obstrução parcial ou total;
A extensão do tumor e a ulceração dos vasos sanguíneos adjacentes podem causar hemorragia;
Perfuração;
Formação de abscessos;
Peritonite;
Sepse;
Choque.
Os idosos estão mais vulneráveis às complicações pós operatórias e podem ter dificuldades em realizar os cuidados com a colostomia.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
Cuidados de Enfermagem
Fornecer apoio emocional para o paciente e familiares;
Preparar o paciente para a cirurgia;
Reduzir a dor no período pós operatório; 
Orientar quanto a necessidade de manter uma nutrição adequada;
Observar os sinais e sintomas de infecção no sítio cirúrgico;
Realizar o curativo na região abdominal;
Monitorar os sinais vitais a fim de buscar precocemente sinais de infecção;
Orientar o cliente quanto o manejo com a bolsa de colostomia;
Dar apoio e estimular a verbalização de sentimentos;
Promover a melhora da imagem corporal positiva;
Promover a discussão acerca da sexualidade, de acordo com a aceitação do paciente.
(PELLICO, 2015; BRUNNER; SUDDARTH, 2016)
Referências
BRUNNER; SUDDARTH. Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica. v. 1. 13 ed. RJ: Guanabara Koogan, 2016.
PELLICO, L.H. Enfermagem Médico Cirúrgica. 1 ed. RJ: Guanabara Koogan, 2015.
Lavf57.41.100
Lavf57.41.100

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