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INTERPRETANDO O HTP Interpretação O protocolo de Interpretação do H-T-P pretende ser apenas um instrumento para ajudar o clínico a se concentrar mais nas características relevantes dos desenhos do cliente para desenvolver uma interpretação clínica. O material deste manual pretende orientar o desenvolvimento de hipóteses interpretativas sobre o significado clínico dos desenhos de um cliente. Essas hipóteses nunca devem ser usadas isoladamente no diagnóstico de psicopatologia. Formuladas as hipóteses, elas podem ser combinadas com a história clínica completa e com instrumentos padronizados de avaliação adicionais para aprofundar a compreensão clínica das pressões intrapessoais, interpessoais e ambientais do cliente. Todos os relatórios e discussões do HTP devem ser baseados em conhecimentos teóricos e de pesquisas, na experiência clínica prática e em conhecimentos da literatura relevante sobre a interpretação projetiva de desenhos. Avaliação do Desenho Vamos examinar o desenho em relação: 1. À localização 2. Ao tamanho 3. À orientação 4. À qualidade geral 5. Os desvios nas áreas gerais apresentadas na lista de características do desenho que tenham algum possível significado clínico. No Protocolo de Interpretação: lista de conceitos interpretativos Quando alguma característica parecer desviante faça esse sinal próxima á área. ✓ Depois consulte as seções interpretativas neste capítulo para avaliar o possível significado deste aspecto do desenho para o indivíduo em questão. Interpretação Uma vez que cada figura tenha sido avaliada desta maneira, avalie as respostas do Inquérito Posterior ao Desenho. A consistência de qualidade de figura para figura, a história e a idade do cliente. E os resultados de qualquer outro procedimento de avaliação disponível para formular uma análise apropriada da sessão do desenho. Aspectos Gerais do Desenho Atitude: A atitude do indivíduo para com o HTP fornece uma medida grosseira sobre a sua disposição global para rejeitar uma tarefa nova e, talvez difícil. A atitude comum é de uma aceitação razoável. Os desvios variam entre dois extremos: 1. Da aceitação total ao hiperegotismo. 2. Da indiferença, derrotismo e abandono à rejeição aberta. Raramente os sentimentos de impotência do indivíduo com distúrbios orgânicos, quando se deparam a situações que exige criatividade, vão fazê-lo rejeitar completamente o H-T-P. Da mesma forma, dificilmente um indivíduo hostil irá recusar de maneira direta a realização do H-T-P, ainda que possam rejeitar todas as outras tentativas de um exame psicológico formal. A atitude em relação a cada desenho será influenciada pelas associações despertadas pelo objeto desenhado. Quando o objeto desenhado causar desconforto, existe a tendência a dificuldades naquela área. Normalmente o desenho mais rejeitado é o da pessoa. 1. Muitos indivíduos desajustados têm suas maiores dificuldades nas relações interpessoais. 2. O desenho da figura humana parece despertar mais associações no nível consciente ou próximas da consciência do que os desenhos da casa ou da árvore. 3. A consciência corporal acentuada torna os indivíduos desajustados pouco à vontade. Tempo, Latência e Pausa O tempo despendido para completar os desenhos pode fornecer informações acerca dos significados dos objetos desenhados e de suas partes respectivas para o indivíduo. Geralmente o número de detalhes e seu método de apresentação devem justificar o tempo gasto para a produção dos desenhos. Tempo, Latência e Pausa Tempo Os três desenhos levam no geral entre 2 e 30 minutos para serem completados. Aqueles que desenham com rapidez incomum parecem fazê-lo para se livrarem de uma tarefa desagradável. Os que levam um tempo excessivo em um desenho podem fazê-lo devido a relutância em produzir algo ou por causa do significado emocional intenso do símbolo envolvido ou ambos. Tempo, Latência e Pausa Indivíduos maníacos podem demorar um grande intervalo de tempo em função da riqueza de detalhes irrelevantes desenhados. Os obsessivo-compulsivos também levam muito tempo por causa da sua tendência para produzir meticulosamente todos os detalhes irrelevantes desenhados. Tempo, Latência e Pausa Latência Se um indivíduo não começar a desenhar dentro de 30 segundos após receber as instruções, o potencial para psicopatologia está presente. Um atraso sugere forte conflito. Durante o inquérito posterior ao desenho o examinador deve tentar identificar os fatores que produziram esse conflito. Tempo, Latência e Pausa Pausas Quando um indivíduo fizer uma pausa de mais de 5 segundos em cada desenho, um conflito pode ser sugerido. A parte do objeto que estiver sendo desenhada, ou tiver acabado de ser desenhada ou que for desenhada em seguida pode representar a origem do conflito e essa área deve ser investigada durante o inquérito. Tempo, Latência e Pausa Pausas durante comentários ou respostas durante a fase de inquérito também devem ser investigadas. Capacidade Crítica e Rasuras A capacidade para ver o trabalho de alguém objetivamente, para criticá-lo e para aprender com a crítica é uma das primeiras funções intelectuais a ser afetadas na presença de forte emotividade e/ou processos orgânicos. Alguns comentários verbais sobre a capacidade artística tais como: “Nunca aprendi a desenhar” ou “Isto aqui está fora da proporção” são comuns. Quando excessivos, tais comentários indicam potencial para patologia, especialmente se não houver tentativas para corrigir as falhas identificadas verbalmente. Comportamentos indicativos de autocrítica incluem: 1. Abandono de um objeto não completado, recomeçando o desenho em outro lugar da página do desenho, sem apagar o desenho abandonado; 2. Apagar sem tentar redesenhar. Esse caso geralmente é restrito a um detalhe que aparentemente despertou um forte conflito. O indivíduo pode fazer o detalhe uma vez, mas não duas; 1. Apagar e redesenhar. Se o novo desenho resultar em melhora é um ponto positivo. Pode ser negativo se: representar meticulosidade exagerada, ou uma tentativa inútil de obter perfeição ou se a rasura for seguida de um deterioração da qualidade da forma. Obs: apagar e redesenhar persistentemente qualquer parte do desenho sugere fortemente conflito em relação ao detalhe ou ao que ele representa para o indivíduo. Comentários Comentário escritos feitos por um indivíduo, durante a fase de desenho, geralmente incluem nomes de pessoas, ruas, árvores, números ou outros elementos, como figuras geométricas e rabiscos. Estes parecem representar uma necessidade compulsiva para estruturar a situação o mais completamente possível (indicativo de insegurança) ou uma necessidade compulsiva de compensar uma ideia ou sentimento obsessivo ativado por alguma coisa no desenho. Observações supérfluas como “vou colocar essa gravata nele”, parecem ajudar um indivíduo inseguro a se estruturar na situação. Observações espontâneas são normalmente mais significativas quando avaliadas em relação à parte do desenho que acabou de ser completada, que estava sendo realizada quando a observação foi feita ou que foi desenhada logo após a observação. Importante Qualquer indivíduo pode exibir sintomas de ansiedade durante a situação de entrevista do HTP. Entretanto, expressões emocionais persistentes de menor ou maior intensidade ou repressão da expressão sempre indicam desequilíbrio da personalidade desajustamento ou problema orgânico. Características Gerais do Desenho A proporção, a perspectiva e os detalhes em um desenho são características gerais que podem fornecer informações sobre o funcionamento de um indivíduo no contexto de seu nível de funcionamento esperado. Proporção Entre a figura desenhada e a folha do desenho: os desenhos ocupam em média, de um a dois terços da área padrão. O uso de uma área extremamente pequena do espaço disponível geralmenteaponta um sentimento de inadequação, uma tendência de se afastar do ambiente ou uma rejeição do tema principal do desenho (figura 5 p. 66). Um desenho que ocupa quase todo o espaço disponível ou que, por causa de seu tamanho, tenha uma parte cortada pela margem do papel geralmente indica um sentimento de frustração. (figura 10d, p. 83). Indivíduos que fazem os desenhos grandes, frequentemente estão mostrando hostilidade a um ambiente restrito. Grande tensão e irritabilidade com sentimentos de imobilidade desamparada são indicadas. Uma visão egocêntrica da importância do próprio indivíduo também pode ser um fator encoberto nos desenhos muito grandes. Proporção Detalhes na figura desenhada: Em geral, um detalhe de tamanho maior do que a média (comparado com os outros detalhes desenhados) implica muito interesse e preocupação com o que o item simboliza para o indivíduo que produziu o desenho. Um detalhe de tamanho menor do que a média normalmente implica uma rejeição ou um desejo de rejeitar o que o item pode simbolizar para o indivíduo. Perspectiva Localização do desenho na página: Á esquerda; Á direita; Central; Superior; Inferior; Perspectiva Mudança na posição da pagina (rotação): Indivíduos com tendência agressiva e/ou negativistas podem mostrar rejeição à sugestão, recusando-se a aceitar a página na posição apresentada (sentem como um sinal de fraqueza aceitar instruções); Essa rotação da página revela um potencial para psicopatologia. Perspectiva Quadrantes da página: O quadrante superior esquerdo (particularmente seu canto extremo superior esquerdo) é o quadrante da regressão. Indivíduos com deterioração psicótica ou orgânica muito frequentemente localizam seus desenhos nesse quadrante, assim como, os indivíduos que não atingiram um alto nível de maturidade conceitual. (figura 5 a- c). No quadrante inferior direito, o quadrante incomum, um desenho quase nunca é colocado inteiro dentro dele. Perspectiva Relação com o observador: Os desenhos são usualmente representados como se estivessem no mesmo nível do observador; Desvios desta padrão são a “visão de pássaro” (figura 13 d, p.98), quando o desenho é visto de cima; E a “visão da minhoca” (figura 14 a, p. 104) quando o desenho é visto de baixo; Perspectiva Distância aparente em relação ao observador: A distância é normalmente sugerida pelo tamanho muito pequeno do desenho, localização do desenho no alto de uma colina ou em um vale profundo, ou por um grande número de detalhes localizados entre o observador e o objeto desenhado. Essa distância implica em uma forte necessidade de manter o “self” afastado e inacessível. Perspectiva Posição: Os desenhos geralmente estão de frente para observador. Ou perfis parciais. Perfil completo (sem sugestão de existir outro lado, figura 15c), indica fortes tendências oposicionistas e de afastamento. Esses desenhos são mais frequentemente produzidos por indivíduos que experienciam estados paranóides. Perspectiva Linha de solo: Normalmente fornece um ponto de referência para o objeto desenhado. Como colina: pode representar sentimentos de isolamento e exposição, dependência materna ou exibicionismo. Inclinada para baixo e para a direita: o indivíduo pode sentir que o futuro é incerto e talvez perigoso. Perspectiva Transparência: os indivíduos que apresentam um desenho em que um objeto, que normalmente estaria coberto por alguma coisa esteja ainda visível, cometem uma falha grave no teste de realidade (Figura 16, p. 109). Movimento: a interpretação do movimento leva em conta a intensidade ou violência do movimento, o prazer ou desprazer do movimento, e o grau em que o movimento e involuntário (figura, 13 f, p.100). Perspectivas Consistência: mudanças bruscas de um desenho ao outro devem ser investigadas. Os detalhes essenciais geralmente tendem a ser utilizados em todos os desenhos. A melhora pode indicar medo inicial e dificuldade na entrevista. Características Gerais do Desenho Detalhes essenciais: Excessivos (figura 6 a, p. 69); Falta (uso mínimo) (figura 5 a-c, p. 66- 68) Bizarros. Verificar um por um chaminé, porta, telhado... Características Gerais do Desenho Detalhes não essências: O uso limitado de detalhes não essenciais como cortinas na janela, folhas nas árvores, roupas nas pessoas etc. indicam bom contato com a realidade e uma interação sensível, provavelmente bem equilibrada com o ambiente; O uso excessivo de detalhes sugere preocupação exagerada com o ambiente ou com a área simbolizada ou representada pelos detalhes usados ou por associações. (ex: obsessivo compulsivos) – FIGURA 6 a, p. 69 Características Gerais do Desenho Detalhes irrelevantes: nuvens, montanhas, degraus e caminhos, arbustos, animais.... Uso limitado: como arbustos, pássaros, animais de estimação...indicam uma insegurança básica moderada ou uma necessidade de estruturação da situação de maneira segura; Uso excessivo: ansiedade “flutuante livre” existente ou potencial na área simbolizada pelo detalhe. Indica uma forte necessidade de afastamento, especialmente se eles tendem a sobrepor o tema principal (Figura 7 a-c, p. 71 a 73) Características Gerais do Desenho Detalhes bizarros: como pernas humanas sustentando uma casa ou traços faciais desenhados no sol, indicam que o indivíduo tem um contato com a realidade gravemente comprometido e a presença de grave psicopatologia. Dimensão do detalhe: (figura 8 a - c, p. 74-76) - detalhes uni e bidimensionais, tendem a indicar baixa capacidade mental ou lesão cerebral. A exceção para este caso é “ figura palito” da árvore ou da pessoa. Características Gerais do Desenho Sombreamento do detalhe: Sombreamento saudáveis são produzidos de forma rápida, leve e com poucos rabiscos casuais; o indivíduo não volta a sombrear ou a reforçar; Sombreamentos que indicam patologia na forma de ansiedade e conflito são produzidos lentamente com atenção e força excessiva ou sem respeitar os contornos. Características Gerais do Desenho Sequência do detalhe: Qualquer desvio em relação à sequencia do desenho, como uma ordem de apresentação pouco comum, um retorno compulsivo para algo que foi previamente desenhado, apagar ou redesenhar algo previamente desenhado ou repetição de um detalhe indicam patologia potencial. Como regra não se volta aos detalhes que já foram completados. Características Gerais do Desenho Ênfase no detalhe: Identificado como: ✓ Excessos de rasuras; ✓ Comentários ou expressões emocionais claras naquela parte do desenho; ✓ Lentidão ao desenhar o detalhe; ✓ Combinações bizarras e por lesões desenhas, tais como cicatrizes. A omissão de um detalhe ou a recusa em comentar sobre ele também podem ser interpretadas como ênfase naquele detalhe. Essas ênfases implicam ansiedade ou conflito relacionados ao detalhe em questão. Características Gerais do Desenho Qualidade da linha: ✓ Forte; ✓ Leve; ✓ Fragmentação ou dificuldade com ângulos; COR As cores devem ser tratadas apenas como um sinal importante, quando elas não obedecerem à convenção ou realidade, quando dominarem a forma do detalhe na qual foram usadas ou quando forem usadas de forma não usual... Se a organização dos desenhos coloridos for melhor do que a dos desenhos acromáticos, o prognóstico será melhor, pois indica uma resposta positiva ao calor humano. COR Escolha: quanto mais lento e mais indeciso o indivíduo for para escolher a cor de um detalhe ou desenho, maior será a probabilidade de que o item produzido tenha para ele uma significação maior do que a média; Aplicação: quando um indivíduo utiliza apenas um crayon preto ou marrom e usá-lo como um lápis isto sugere que ele possui uma tendência para evitar emoções. (FIGURA 13 D – P.98). Cor Indivíduos regredidos usam cores mais livremente e com menos crítica (FIGURA 14 D, P.105). OBS: se as cores ultrapassaremas linhas periféricas é provável que o indivíduo tenha uma tendência a responder impulsivamente a estímulos adicionais. Inquérito Interpretar o inquérito, de acordo com o que o manual coloca como resposta usual ou não. DEPOIS DE COMPLETAR O QUE O PROTOCOLO SOLICITA VÁ AO MANUAL E VEJA O QUE SIGNIFICA O QUE VC MARCOU. CASA: começa na página 42; ÁRVORE: começa na página 49; PESSOA: começa na página 57;
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