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GABARITO COMENTADO - Resolução de Questões da Revisão Turbo Ceisc do Exame XXXIV da OAB - INTERNACIONAL E DIREITOS HUMANOS MIV

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Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
1 
 
 
Resolução de questões 
– Direito Internacional e 
Direitos Humanos 
Gabarito comentado das questões. 
 
Professor Mateus Silveira 
IG: @professormateussilveira 
You Tube Professor Mateus Silveira 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
2 
Resolução de Questões da Revisão Turbo Ceisc do Exame XXXIV da OAB 
 
Direito Internacional e Direitos Humanos 
 
Professor Mateus Silveira 
IG: @professormateussilveira 
You Tube: Professor Mateus Silveira 
 
Gabarito comentado da correção 
 
Direito Internacional - XXXIII Exame 
1) John, de nacionalidade americana, possui interesse em visitar seu filho Mário, brasileiro nato, 
de 18 anos, que reside no Brasil com sua mãe. Em sua visita, John pretende permanecer no país 
por apenas 10 (dez) dias. 
Diante do interesse manifestado por John em visitar o filho no Brasil, à luz da atual Lei de 
Migração (Lei no 13.445/17), assinale a afirmativa correta. 
 
A) Uma vez obtido o visto de visita, é direito subjetivo de John ingressar no Brasil. 
B) John tem direito subjetivo ao visto de visita, em razão de a política migratória brasileira 
estabelecer a garantia do direito à reunião familiar, independentemente de outros requisitos 
previstos na atual Lei de Migração. 
C) John, mesmo após obter o visto de visita, poderá ser impedido de ingressar no Brasil, caso 
tenha sido condenado ou esteja respondendo a processo em outro país por crime doloso passível 
de extradição segundo a lei brasileira. 
D) Se John tiver o intuito de estabelecer residência por tempo determinado no Brasil, deverá 
obrigatoriamente solicitar visto para trabalho, uma vez que a Lei de Migração não possui a 
previsão de concessão de visto temporário para reunião familiar. 
 
Gabarito: C (Art. 45, III da Lei nº 13.445/17). 
 
Art. 6º O visto é o documento que dá a seu titular expectativa de ingresso em território 
nacional. 
 
Dos Tipos de Visto 
Art. 12. Ao solicitante que pretenda ingressar ou permanecer em território nacional poderá ser 
concedido visto: 
I - de visita; 
II - temporário; 
III - diplomático; 
IV - oficial; 
V - de cortesia. 
 
Direito Internacional - XXXIII Exame 
Do Visto de Visita 
 
Art. 13. O visto de visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao Brasil para estada de 
curta duração, sem intenção de estabelecer residência, nos seguintes casos: 
I - turismo; 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
3 
II - negócios; 
III - trânsito; 
IV - atividades artísticas ou desportivas; e 
V - outras hipóteses definidas em regulamento. 
§ 1º É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer atividade remunerada no Brasil. 
§ 2º O beneficiário de visto de visita poderá receber pagamento do governo, de empregador 
brasileiro ou de entidade privada a título de diária, ajuda de custo, cachê, pró-labore ou outras 
despesas com a viagem, bem como concorrer a prêmios, inclusive em dinheiro, em competições 
desportivas ou em concursos artísticos ou culturais. 
§ 3º O visto de visita não será exigido em caso de escala ou conexão em território nacional, 
desde que o visitante não deixe a área de trânsito internacional. 
Direito Internacional - XXXIII Exame 
Hipóteses de Visto Temporário 
Art. 14. O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o 
intuito de estabelecer residência por tempo determinado e que se enquadre em pelo 
menos uma das seguintes hipóteses: 
I - o visto temporário tenha como finalidade: 
a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica; 
b) tratamento de saúde; 
c) acolhida humanitária; 
d) estudo; 
e) trabalho; 
f) férias-trabalho; 
g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário; 
h) realização de investimento ou de atividade com relevância econômica, social, científica, 
tecnológica ou cultural; 
i) reunião familiar; 
j) atividades artísticas ou desportivas com contrato por prazo determinado; 
II - o imigrante seja beneficiário de tratado em matéria de vistos; 
III - outras hipóteses definidas em regulamento. 
Direito Internacional - XXXIII Exame 
Do Impedimento de Ingresso 
 
Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual e mediante 
ato fundamentado, a pessoa: 
(...) 
III - condenada ou respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de 
extradição segundo a lei brasileira; 
(...) 
VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o visto ou com o motivo alegado para 
a isenção de visto; 
VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado documentação ou prestado informação falsa por 
ocasião da solicitação de visto; ou 
IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição 
Federal. 
Parágrafo único. Ninguém será impedido de ingressar no País por motivo de raça, religião, 
nacionalidade, pertinência a grupo social ou opinião política. 
 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
4 
Direito Internacional - XXXIII Exame 
2) Carlyle Schneider, engenheiro suíço, morava em Madison, Wisconsin, Estados Unidos da 
América, há 12 anos. Em meados de 2015, participou da construção de dois edifícios em 
Florianópolis, Brasil, dos quais se afeiçoou de tal modo, que decidiu adquirir uma unidade 
residencial em cada prédio. Portanto, apesar de bem estabelecido em Madison, era o Sr. 
Schneider proprietário de dois imóveis no Brasil. Em 10/12/2017, viajou à Alemanha e, ao visitar 
um antigo casarão a ser restaurado, foi surpreendido pelo desabamento da construção sobre si, 
falecendo logo em seguida. Carlyle Schneider deixou 3 (três) filhos, que moravam na Suíça. A 
respeito dos limites da jurisdição nacional e da cooperação internacional, com base nas normas 
constantes do Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Em matéria de sucessão hereditária, compete exclusivamente à autoridade judiciária da 
Suíça, país de nacionalidade do autor da herança e de nacionalidade e residência dos herdeiros 
legítimos, proceder à partilha dos dois bens imóveis situados no Brasil. 
B) Em matéria de sucessão hereditária, compete concorrentemente à autoridade judiciária da 
Alemanha, local de óbito do autor da herança, proceder à partilha dos dois bens imóveis situados 
no Brasil. 
C) Em matéria de sucessão hereditária, compete exclusivamente ao Estado brasileiro, local de 
situação dos imóveis, proceder ao inventário e à partilha dos dois bens imóveis. 
D) Em matéria de sucessão hereditária, compete concorrentemente à autoridade judiciária dos 
Estados Unidos da América, país de residência do autor da herança, proceder à partilha dos dois 
bens imóveis situados no Brasil. 
 
Gabarito: C (Art. 23, II do CPC) 
 
CPC (Lei nº 13.105/15) 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular 
e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja 
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens 
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora 
do território nacional. 
 
Direito Internacional - XXXIII Exame 
LINDB e o Direito de Sucessão 
 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o 
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em 
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes 
seja mais favorável a lei pessoaldo de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995) 
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
 
 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
5 
Direito Internacional - XXXII Exame 
3) Pedro, cidadão de nacionalidade argentina e nesse país residente, ajuizou ação em face de 
sociedade empresária de origem canadense, a qual, ao final do processo, foi condenada ao 
pagamento de determinada indenização. Pedro, então, ingressou com pedido de homologação 
dessa sentença estrangeira no Brasil. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa 
correta. 
 
A) Para que a sentença estrangeira seja homologada no Brasil, é necessário que ela tenha 
transitado em julgado no exterior. 
B) A sentença condenatória argentina não poderá ser homologada no Brasil por falta de tratado 
bilateral específico para esse tema entre os dois países. 
C) A sentença poderá ser regularmente homologada no Brasil, ainda que não tenha imposto 
qualquer obrigação a ser cumprida em território nacional, não envolva partes brasileiras ou 
domiciliadas no país e não se refira a fatos ocorridos no Brasil. 
D) De acordo com o princípio da efetividade, todo pedido de homologação de sentença 
alienígena, por apresentar elementos transfronteiriços, exige que haja algum ponto de conexão 
entre o exercício da jurisdição pelo Estado brasileiro e o caso concreto a ele submetido. 
 
Gabarito: D 
 
 A questão cobrou como resposta, o conhecimento de um precedente específico do STJ: 
SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. CONDENAÇÃO EM MONTANTE SUPERIOR A 
DEZOITO BILHÕES DE DÓLARES, SOB A ALEGAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS. AUSÊNCIA 
DE JURISDIÇÃO BRASILEIRA E DE INTERESSE DE AGIR. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM 
RESOLUÇÃO DO MÉRITO. 
1. Não há dúvida quanto à existência de coisa julgada e, até mesmo, a interposição dos recursos 
ordinários e extraordinários possíveis, não constituindo óbice, para a configuração do trânsito em 
julgado, o ajuizamento da ação extraordinária de proteção no âmbito do direito equatoriano. 
2. Tampouco se verificou qualquer irregularidade na representação para o ajuizamento da 
presente ação de homologação da sentença estrangeira. 
3. Em conformidade com o princípio da efetividade, todo pedido de homologação de 
sentença alienígena, por apresentar elementos transfronteiriços, demanda a 
imprescindível existência de algum ponto de conexão entre o exercício da jurisdição pelo 
Estado brasileiro e o caso concreto a ele submetido. 
4. Na hipótese em julgamento, é certa a ausência de jurisdição brasileira - questão que é 
pressuposto necessário de todo e qualquer processo -, haja vista que: a) a Chevron Corporation, 
empresa norte-americana contra a qual foi proferida a sentença estrangeira, não se encontra 
situada em território nacional; b) a Chevron do Brasil, pessoa jurídica distinta da requerida e com 
patrimônio próprio, não integrou o polo passivo da lide originária; e c) não há nenhuma conexão 
entre o processo equatoriano e o Estado brasileiro. 5. Sentença estrangeira não 
homologada. 
(SEC 8.542/EX, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 
29/11/2017, DJe 15/03/2018) 
 
- Decisão Estrangeira é homologada no STJ: 
Art. 105 da CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
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6 
 
- Execução e o cumprimento da decisão estrangeira homologada – Na Justiça Federal: 
Art. 109 da CF. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, 
após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à 
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
 
DA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO (SENTENÇA) ESTRANGEIRA (ARTS. 15 Da LINDB e 960 
A 965 DO CPC/2015) 
 
Sentença Estrangeira: advinda de um tribunal estrangeiro (por exemplo, uma decisão de um 
tribunal italiano). As decisões do tribunal estrangeiro não valem de imediato no Brasil, por este 
motivo precisam ser homologadas para terem força executiva no País. 
Sentença Internacional: advinda de um tribunal internacional (por exemplo, Corte Internacional 
de Justiça [CIJ], Tribunal Penal Internacional [TPI] e Corte Interamericana de Direitos Humanos 
[COIDH]). As decisões dos tribunais internacionais têm validade em todos os países que se 
submetem à jurisdição do tribunal, ou seja, tem validade nos países signatários submetidos às 
suas decisões. 
 A homologação de sentença estrangeira e a concessão de exequatur às cartas rogatórias 
é realizada pelo STJ desde a EC nº 45/2004, conforme dispõe o art. 105, I, “i”, da CF/88. Após a 
homologação e a concessão da exequatur pelo STJ, compete ao Juiz Federal a execução de 
carta rogatória e o cumprimento da sentença estrangeira homologada (art. 109, X, da CF/1988). 
 As regras de homologação de sentença estrangeira que estavam inicialmente dispostas 
no art. 15 da LINDB agora estão previstas também e de forma mais completa pelo CPC, nos 
arts. 960 a 965. 
 
 O STJ regulava o procedimento de homologação, que está disciplinado nos arts. 216-A a 
216-X do Regimento Interno do STJ (RISTJ), introduzidos pela ER nº 18 do STJ, contudo 
atenção pois o CPC traz as regras gerais, sendo o RI do STJ utilizado apenas de forma 
supletiva ao CPC (SEC 14.812-EX, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 
16/05/2018, DJe 23/05/2018, Informativo 626). 
 
a) Da Superação da Súmula nº 420 do STF: “Não se homologa sentença proferida no 
estrangeiro sem prova do trânsito em julgado”. 
O STJ é quem homologada a “Sentença Estrangeira” segundo a CF no Art. 105. I, “i” da CF. 
Outro elemento é que a Súmula 420 do STF foi editada pelo supremo em 08/07/1964, ou seja, 
na vigência da constituição anterior e do CPC revogado. 
Ementa: Na vigência do CPC/1973, o seu art. 483, parágrafo único, dispunha que caberia ao 
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (rectius: Superior Tribunal de Justiça após a EC 
45/2004) disciplinar a homologação das sentenças estrangeiras no Brasil. Daí porque o 
Regimento Interno desta Corte, em seus artigos 216-A a 216-N, estabelece não apenas o 
procedimento, como também insculpiu os seus requisitos, tais como o trânsito em julgado da 
decisão. Ocorre que, com a entrada em vigor do CPC/2015, os requisitos indispensáveis à 
homologação da sentença estrangeira passaram a contar com disciplina legal, de modo 
que o Regimento Interno desta Corte deverá ser aplicado em caráter supletivo e naquilo 
que for compatível com a disciplina contida na legislação federal. Uma alteração está 
prevista em seu art. 963, III, que não mais exige que a decisão judicial que se pretende 
homologar tenha transitado em julgado, mas, ao revés, que somente seja ela eficaz em 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
7 
seu país de origem, tendo sido tacitamente revogado o art. 216-D, III, do RISTJ. Nestes 
termos, considera-se eficaz a decisão que nele possa ser executada, ainda que provisoriamente, 
de modo que havendo pronunciamento judicial suspendendo a produção de efeitos da sentença 
que se pretende homologar no Brasil, mesmo que em caráter liminar, a homologação não pode 
ser realizada. (SEC 14.812-EX, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 
16/05/2018, DJe 23/05/2018, Informativo 626). 
 
 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
8 
Direito Internacional - XXXII Exame 
4) Michel, francês residente em Salvador há 12 anos, possui um filho brasileiro de 11 anos que 
vive às suas expensas, chamado Fernando, embora o menor resida exclusivamente com sua 
genitora, Sofia,brasileira, na cidade de São Paulo. Sofia, ex-companheira de Michel, possui a 
guarda unilateral de Fernando. Por sentença transitada em julgado, Michel, que possui 47 anos, 
foi condenado por homicídio culposo a três anos de detenção. Com relação ao caso narrado, 
segundo o que dispõe a Lei de Migração (Lei nº 13.445/17), assinale a afirmativa correta. 
 
A) Michel não poderá ser expulso do Brasil pelo fato de que sua condenação, ainda que 
transitada em julgado, decorre do cometimento de crime culposo. 
B) A dependência econômica de Fernando em relação a Michel não é suficiente para garantir a 
permanência do último no país, sendo necessário, ainda, que o filho esteja sob a guarda de 
Michel. 
C) O tempo de residência de Michel no Brasil, por ser superior há 10 anos, impossibilita que se 
proceda à sua expulsão. 
D) É desnecessário garantir o contraditório no processo de expulsão de Michel, porquanto se 
presume que a referida garantia constitucional já fora observada durante o processo penal. 
 
Gabarito: A 
 
 A Expulsão é um das formas de retirada compulsória de estrangeiro 
Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante 
ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo 
determinado. 
§ 1º Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença transitada em julgado relativa à 
prática de: 
I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos 
termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado 
pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 ; ou 
II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade 
e as possibilidades de ressocialização em território nacional. 
 
B = Errada 
Art. 55. Não se procederá à expulsão quando: 
II - o expulsando: 
a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva 
ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela; 
 
C = Errada 
Não há esta previsão de proibição de expulsão diante de um período superior a 10 anos de 
residência no Brasil. 
Art. 55. Não se procederá à expulsão quando: 
II - o expulsando: 
c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, residindo desde então no País; 
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez) anos, 
considerados a gravidade e o fundamento da expulsão; 
 
D = Errada 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
9 
Art. 58. No processo de expulsão serão garantidos o contraditório e a ampla defesa. 
 
 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
10 
Direito Internacional - XXXI Exame 
5) Em razão da profunda crise econômica e da grave instabilidade institucional que assola seu 
país, Pablo resolve migrar para o Brasil, uma vez que, neste último, há melhores oportunidades 
para exercer seu trabalho e sustentar sua família. Em que pese Pablo possuir a finalidade de 
trabalhar, acabou por omitir tal informação, obtendo visto de visita, na modalidade turismo, para 
o Brasil. Considerando-se o enunciado acima, à luz da Lei de Migração em vigor (Lei no 
13.445/17), assinale a afirmativa correta. 
 
A) Se Pablo, com o visto de visita, vier a exercer atividade remunerada no Brasil, poderá ser 
expulso do país. 
B) Se Pablo, com o visto de visita, vier a exercer atividade remunerada no Brasil, poderá ser 
extraditado do país. 
C) Pablo poderia solicitar, bem como obter, visto temporário para acolhida humanitária, diante 
da grave instabilidade institucional que assola seu país. 
D) Pablo poderá obter asilo, em razão da profunda crise econômica que assola seu país. 
 
Gabarito: C 
 
Lei nº 13.445/17 (Lei de Migração) 
Art. 14. O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o intuito 
de estabelecer residência por tempo determinado e que se enquadre em pelo menos uma das 
seguintes hipóteses: 
I - o visto temporário tenha como finalidade: 
c) acolhida humanitária; 
§ 3º O visto temporário para acolhida humanitária poderá ser concedido ao apátrida ou ao 
nacional de qualquer país em situação de grave ou iminente instabilidade institucional, de conflito 
armado, de calamidade de grande proporção, de desastre ambiental ou de grave violação de 
direitos humanos ou de direito internacional humanitário, ou em outras hipóteses, na forma de 
regulamento. 
 
 
Dos Princípios e das Garantias ~Lei nº 13.445/17 
Art. 3º A política migratória brasileira rege-se pelos seguintes princípios e diretrizes: 
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos; 
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer formas de discriminação; 
III - não criminalização da migração; 
IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos procedimentos pelos quais a pessoa foi 
admitida em território nacional; 
V - promoção de entrada regular e de regularização documental; 
VI - acolhida humanitária; 
VII - desenvolvimento econômico, turístico, social, cultural, esportivo, científico e tecnológico do 
Brasil; 
VIII - garantia do direito à reunião familiar; 
(...) 
Direito Internacional - XXXI Exame 
6) Em função do incremento nas atividades de transporte aéreo no Brasil, a sociedade 
empresária Fast Plane, sediada no país, resolveu adquirir helicópteros de última geração da 
pessoa jurídica holandesa Nederland Air Transport, que ficou responsável pela fabricação, 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
11 
montagem e envio da mercadoria. O contrato de compra e venda restou celebrado, 
presencialmente, nos Estados Unidos da América, restando ajustado que o cumprimento da 
obrigação se dará no Brasil. No momento de receber as aeronaves, contudo, a adquirente 
verificou que o produto enviado era diverso do apontado no instrumento contratual. Decidiu a 
sociedade empresária Fast Plane, então, buscar auxílio jurídico para resolver a questão, 
inclusive para a propositura de eventual ação, caso não haja solução consensual. Considerando-
se o enunciado acima, aplicando-se a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-
lei no 4.657/42) e o Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A lei aplicável na solução da questão é a holandesa, em razão do local de fabricação e 
montagem das aeronaves adquiridas. 
B) A autoridade judiciária brasileira será competente para processar e julgar eventual ação 
proposta pela Fast Plane, mesmo se estabelecida cláusula de eleição de foro exclusivo 
estrangeiro, em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição. 
C) A autoridade judiciária brasileira tem competência exclusiva para processar e julgar eventual 
ação a ser proposta pela Fast Plane para resolver a questão. 
D) A autoridade judiciária brasileira tem competência concorrente para processar e julgar 
eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para resolver a questão. 
 
Gabarito: D 
 
Art. 21 do CPC. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
 
LINDB 
 
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se 
constituírem. 
 
DA COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO 
 
Art. 23 do CPC. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao 
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separaçãojudicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens 
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora 
do território nacional. 
 
 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
@professormateussilveira (Instagram e You Tube) 
 
 
12 
Questões de Direitos Humanos – Resolução – Revisão turbo 
Gabarito comentado da correção. 
Direitos Humanos - XXXIII Exame 
1) Você, que atua na defesa de Direitos Humanos, foi convidado(a) para participar de um debate 
promovido pela Comissão de Direitos Humanos da OAB. Um dos debatedores afirmou, com base 
na Declaração e Programa de Ação de Viena, que é importante compreender que Direitos 
Humanos são indivisíveis e devem ser considerados com igual ênfase. Outro debatedor retrucou 
essa afirmação. 
No momento da sua fala, você deve esclarecer que, de acordo com a Declaração citada, os 
Direitos Humanos são 
 
A) indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados, e a comunidade internacional deve 
considerá-los em pé de igualdade. 
B) divididos em direitos públicos e direitos privados, com ênfase nos direitos públicos como parte 
do Direito Positivo de cada país. 
C) divididos em direitos em sentido forte e direitos em sentido fraco, e que apenas os direitos 
civis e políticos são direitos humanos em sentido forte. 
D) conceitos acadêmicos sempre em disputa e que a Declaração e Programa de Ação de Viena 
não fala da indivisibilidade ou da divisibilidade dos Direitos Humanos. 
 
Gabarito: A 
 
Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993 
 
5. Todos os Direitos Humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e interrelacionados. 
A comunidade internacional deve considerar os Direitos Humanos, globalmente, de forma justa 
e eqüitativa, no mesmo pé e com igual ênfase. Embora se deva ter sempre presente o significado 
das especificidades nacionais e regionais e os diversos antecedentes históricos, culturais e 
religiosos, compete aos Estados, independentemente dos seus sistemas políticos, econômicos 
e culturais, promover e proteger todos os Direitos Humanos e liberdades fundamentais. 
 
 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
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13 
Direitos Humanos - XXXIII Exame 
2) Você, como advogada(o) atuante na defesa dos Direitos Humanos, foi convidada(o) para 
participar de um programa de debate na rádio local sobre a questão da pena de morte. Um dos 
debatedores, em certo ponto do programa, afirmou que, caso fosse aprovada uma Proposta de 
Emenda Constitucional (PEC) suprimindo a vedação da pena de morte presente na Constituição, 
o Brasil poderia adotar esse tipo depena. Na opinião desse debatedor, tratar-se-ia apenas de 
vontade política e não de questão jurídica. 
Diante disso, cabe a você esclarecer que 
 
A) essa PEC poderia ser aprovada pelo Congresso Nacional e surtir seus efeitos jurídicos mas, 
por se tratar de uma questão política, o ideal seria que essa decisão fosse precedida de amplo 
debate popular. 
B) essa PEC poderia ser aprovada pelo Congresso Nacional mas, de acordo com a Constituição 
da República, uma decisão nesse sentido somente poderia ser implementada após aprovação 
em referendo popular. 
C) essa PEC não é juridicamente adequada, porque tal vedação é cláusula pétrea da 
Constituição e porque o Brasil promulgou o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos referente à abolição da pena de morte. 
D) de acordo com a Constituição da República e a Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos, apenas o Supremo Tribunal Federal poderia admitir a pena de morte, porque possui 
competência para relativizar a proteção a um direito fundamental, desde que para proteger outro 
direito fundamental. 
 
Gabarito: C 
 
Art. 60, § 4º da CF. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Direitos Humanos - XXXIII Exame 
DECRETO Nº 2.754, DE 27 DE AGOSTO DE 1998. 
Promulga o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos Referente à 
Abolição da Pena de Morte, adotado em Assunção, em 8 de junho de 1990, e assinado pelo 
Brasil em 7 de junho de 1994. 
 
Protocolo à Convenção Americana sobre Direitos Humanos Referente à Abolição da Pena 
de Morte 
Artigo 1 
Os Estados-Partes neste Protocolo não aplicarão em seu território a pena de morte a 
nenhuma pessoa submetida a sua jurisdição. 
 
Artigo 2 
1. Não será admitida reserva alguma a este Protocolo. Entretanto, no momento de ratificação ou 
adesão, os Estados-Partes neste instrumento poderão declarar que se reservam o direito de 
aplicar a pena de morte em tempo de guerra, de acordo com o Direito Internacional, por 
delitos sumamente graves de caráter militar. 
 
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14 
Direitos Humanos - XXXII Exame 
3) Como advogada(o) atuante na área dos Direitos Humanos, você foi convidada(o) para 
participar de um evento na OAB sobre o Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Em meio 
ao debate, foi alegado que a Convenção Americana dos Direitos Humanos não vincula 
juridicamente os Estados que a ratificaram, mas apenas cria um compromisso moral. Em relação 
a tal alegação, é fundamental invocar o conhecido e importante Caso Velásquez Rodriguez. Essa 
decisão da Corte Interamericana dos Direitos Humanos é especialmente relevante porque: 
 
A) foi a primeira condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e obrigou 
o Estado brasileiro a reconhecer suas omissões, a indenizar os familiares da vítima e a promover 
ajustes no sistema de saúde pública brasileiro. 
B) afirmou que os Estados partes devem prevenir, investigar e punir toda violação dos direitos 
reconhecidos pela Convenção Americana, bem como procurar, ademais, o restabelecimento, se 
possível, do direito violado e, se for o caso, a reparação dos danos produzidos pela violação dos 
Direitos Humanos. 
C) admitiu que o Sistema Interamericano dos Direitos Humanos é formado por um conjunto de 
órgãos que estão vinculados à Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos e 
subordinados à Assembleia Geral dessa mesma Organização, de forma que suas decisões 
apenas adquirem força vinculante quando confirmadas pela Assembleia Geral. 
D) estabeleceu o procedimento de eficácia das próprias decisões da Corte, que, após serem 
prolatadas, deverão ser encaminhadas para os tribunais superiores dos Estados partes da 
Convenção Americana dos Direitos Humanos, a fim de que sejam ratificadas por esses tribunais. 
Somente após essa confirmação é que as decisões se tornarão juridicamente vinculantes. 
 
 
Gabarito: B 
Fundamento da resposta 
Quanto ao Caso Velásquez Rodríguez vs. Honduras 
 Neste caso a CorteIDH assentou que o governo de Honduras violou os direitos de 
Velásquez Rodríguez à liberdade pessoal, à integridade pessoal e à vida, condenando o Estado 
a pagar uma indenização compensatória aos familiares da vítima. 
 Também se afirmou que os Estados devem buscar prevenir, investigar e punir violações 
aos direitos humanos constantes no Pacto. 
 Além disso, se analisou a questão do ônus da prova e se estabeleceu a regra que o ônus 
da Prova compete á parte demandante (CIDH e a vítima ou seus familiares), contudo é possível 
a “carga dinâmica da prova”, ou seja, a possibilidade de se transferir o ônus probatório para o 
Estado, que estaria em melhores condições de exercê-lo. 
 
Análise das alternativas erradas: 
 
Letra A - O Brasil não é parte deste caso, o caso é da década de 80 e envolveu o estudante 
Velásquez Rodríguez que foi detido de uma forma violenta e sem ordem judicial para 
investigações das Forças Armadas de Honduras, e lá foi submetido a interrogatório mediante 
tortura com a acusação de supostos crimes políticos, contudo a detençãode Velásquez foi 
negada pelas autoridades Hondurenhas e o caso ficou como de uma pessoa desaparecida. 
 
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15 
Letra C – A Corte Interamericana e a Comissão Interamericana são órgãos autônomos dentro 
da estrutura do Sistema Interamericano de Direitos Humanos e não precisam passar as suas 
decisões para posterior homologação da Assembleia Geral dos membros da OEA. 
 
Letra D – As decisões da CorteIDH não precisam ser homologadas e muito menos ratificadas 
por tribunais nacionais. 
Quanto as decisões da CorteIDH o Pacto de São José traz a seguinte previsão: 
 
“ARTIGO 68 
1. Os Estados-Partes na Convenção comprometem-se a cumprir a decisão da Corte em 
todo caso em que forem partes. 
2. A parte da sentença que determinar indenização compensatória poderá ser executada 
no país respectivo pelo processo interno vigente para a execução de sentença contra o 
Estado. 
ARTIGO 69 
A sentença da Corte deve ser notificada às partes no caso e transmitida aos Estados-
Partes na Convenção.” 
 
 
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16 
Direitos Humanos - XXXII Exame 
4) Maria, sua cliente, é mulher transexual e professora servidora pública lotada no Colégio de 
Aplicação de uma universidade federal. Na ocasião do concurso que prestou, Maria ainda era 
reconhecida como homem em sua identidade de gênero. Contudo, após a cirurgia de 
transgenitalização, pretende ser reconhecida como mulher. Ela procurou você porque tentou 
adotar o nome social Maria na Administração Pública, mas foi informada que, por trabalhar com 
adolescentes no ensino médio, isso não seria possível. Assim, com base na norma que 
regulamenta o assunto, cabe a você esclarecer à administração da universidade que: 
A) os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, 
em seus atos e procedimentos, deverão adotar o nome social da pessoa travesti ou transexual, 
de acordo com seu requerimento. 
B) a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, determina que 
os Estados Partes assegurem a utilização do nome social de travestis e transexuais, tanto no 
âmbito da vida privada quanto da vida pública. 
C) após decisão do Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça já regulamentou 
que pessoas transexuais e travestis podem adotar o nome social nos contratos de trabalho, 
contratos civis e na relação com a administração pública. 
D) embora seja ato discricionário da administração pública acolher, ou não, o requerimento de 
travestis e transexuais para utilização do nome social, o requerimento deve ser acolhido, pois os 
alunos de Maria já a reconhecem como mulher desde a transgenitalização. 
 
Gabarito: A 
 
Decreto nº 8.727/16 – Da Administração Pública Federal 
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de 
gênero de pessoas travestis ou transexuais no âmbito da administração pública federal direta, 
autárquica e fundacional. 
Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, considera-se: 
I – nome social - designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é 
socialmente reconhecida; e 
II – identidade de gênero - dimensão da identidade de uma pessoa que diz respeito à forma como 
se relaciona com as representações de masculinidade e feminilidade e como isso se traduz em 
sua prática social, sem guardar relação necessária com o sexo atribuído no nascimento. 
Art. 2º Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e 
fundacional, em seus atos e procedimentos, deverão adotar o nome social da pessoa 
travesti ou transexual, de acordo com seu requerimento e com o disposto neste Decreto. 
 
- Entendimentos jurisprudenciais sobre o tema no STF. 
 
1) Registro Civil – ADI 4275 
 O STF admitiu a possibilidade alteração de nome e gênero no assento de registro civil, 
mesmo sem a realização de cirurgia de redesignação de sexo e sem a necessidade de 
autorização judicial. 
 O STF realizou a interpretação conforme a Constituição e o Pacto de São José da Costa 
Rica ao art. 58 da Lei 6.015/73, de modo a reconhecer aos transgêneros, que assim o desejarem, 
independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamentos 
hormonais ou patologizantes, o direito à substituição de prenome e sexo diretamente no registro 
civil. 
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17 
- Base constitucional: o direito à dignidade (art. 1º, III, da CRFB), o direito à intimidade, à vida 
privada, à honra e à imagem (art. 5º, X, da CRFB); e base convencional (art. 5º, § 2º, da CRFB): 
o direito ao nome (artigo 18 do Pacto de São José da Costa Rica); o direito ao reconhecimento 
da personalidade jurídica (artigo 3 do Pacto); o direito à liberdade pessoal (artigo 7.1 do Pacto); 
e o direito à honra e à dignidade (artigo 11.2 do Pacto). 
 
2) ADPF 527 – Presas transsexuais femininas e travestis com identidade de gênero 
feminina. 
 Em decisão do Min. Barroso numa Medida Cautelar o STF determinou em março de 2021 
que, assim, com base em diálogo institucional estabelecido com o Poder Executivo, houve o 
ajuste dos termos da cautelar já deferida em 2019, para outorgar às transexuais e travestis com 
identidade de gênero feminina o direito de opção por cumprir pena: (i) em estabelecimento 
prisional feminino; ou (ii) em estabelecimento prisional masculino, porém em área reservada, que 
garanta a sua segurança. 
 
3) ADI’s 5537, 5580 e 6038 e das ADPF’s 461, 465 e 600 – Ensino sobre diversidade de 
gênero. 
 Foram julgadas inconstitucionais uma lei de Alagoas que instituiu o programa “Escola 
Livre” e três normas municipais que proibiam o ensino sobre questões de gênero e sexualidade 
na rede pública. 
 No entendimento da Corte, a liberdade de ensinar e o pluralismo de ideias são princípios 
e diretrizes do sistema educacional brasileiro. Por isso, as normas afrontam o direito à educação 
com o alcance pleno e emancipatório e comprometem o acesso de crianças, adolescentes e 
jovens a conteúdos relevantes, pertinentes à sua vida íntima e social. 
 
4) Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 26) e do Mandado de Injunção 
(MI 4733) 
 O STF reconheceu a mora legislativa do Congresso Nacional quanto ao Art. 5º, XLI da CF 
para incriminar atos atentatórios a direitos fundamentais dos integrantes da comunidade 
LGBTQIA+. 
 Deste modo, a transfobia, juntamente com a homofobia, foi equiparada ao crime de 
racismo (Lei nº 7.716/89), até que o Congresso Nacional edite lei que criminalize atos dessa 
natureza. 
 
5) Resolução do CNJ que adota o “Nome Social” para o Judiciário (Resolução Nº 270 de 
11/12/2018) 
 A resolução do CNJ dispõe sobre o uso do nome social pelas pessoas trans, travestis e 
transexuais usuárias dos serviços judiciários, membros, servidores, estagiários e trabalhadores 
terceirizados dos tribunais brasileiros. 
 
Análise das alternativas erradas: 
 
B = Errada: O PSJCR não traz nenhuma norma direta e expressa quanto a utilização do nome 
social de travestis e transexuais; 
 
C = Errada: O CNJ não tem poder e nem competência para regular o cumprimento de decisões 
do STF no âmbito da iniciativa privada nos contratos de trabalho, contratos civis e, bem como, 
na relação com a administração pública; 
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18 
 
D = Errada: não é um ato discricionário da administração pública acolher a solicitação de 
utilização do nome social, tendo em vista a decisão do STF na ADI nº 4275 e o Decreto nº 
8.727/16. 
 
 
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19 
Direitos Humanos - XXXI Exame 
5) Recentemente assumiu a presidência da Câmarados Deputados um parlamentar que afirma 
que o Brasil é um país soberano e não deve ter nenhum compromisso com os Direitos Humanos 
na ordem internacional. Afirma que, apesar de ter sido internamente ratificado, o Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos não se caracteriza como norma vigente, e os direitos 
ali previstos podem ser suspensos ou não precisam ser aplicados. Por ser atuante na área dos 
Direitos Humanos, você foi convidado(a) pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos 
Deputados para prestar mais esclarecimentos sobre o assunto. Com base no que dispõe o 
próprio Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos - PIDCP, assinale a opção que 
apresenta o esclarecimento dado à Comissão. 
 
A) Caso situações excepcionais ameacem a existência da nação e sejam proclamadas 
oficialmente, os Estados-partes podem adotar, na estrita medida exigida pela situação, medidas 
que suspendam as obrigações decorrentes do PIDCP, desde que tais medidas não acarretem 
discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião ou origem social. 
B) É admissível a suspensão das obrigações decorrentes do PIDCP quando houver, no âmbito 
do Estado- parte, um ato formal do Poder Legislativo e do Poder Executivo declarando o efeito 
suspensivo, desde que tal ato declare um prazo para essa suspensão, que, em nenhuma 
hipótese, pode exceder o período de 2 anos. 
C) Em nenhuma hipótese ou situação os Estados-partes do PIDCP podem adotar medidas que 
suspendam as obrigações decorrentes do Pacto, uma vez que, ratificado o Pacto, todos os seus 
direitos vigoram de forma efetiva, não sendo admitida nenhuma possibilidade de suspensão ou 
exceção. 
D) Mesmo ratificado, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e os direitos nele 
contidos não podem ser caracterizados como normas vigentes, uma vez que se trata de direitos 
em sentido fraco, de forma que apenas os direitos fundamentais, previstos na Constituição, são 
direitos em sentido forte. 
 
GABARITO: A 
DECRETO Nº 592, DE 6 DE JULHO DE 1992. 
Atos Internacionais. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Promulgação. 
ARTIGO 4 (PIDCP) 
1. Quando situações excepcionais ameacem a existência da nação e sejam proclamadas 
oficialmente, os Estados Partes do presente Pacto podem adotar, na estrita medida exigida 
pela situação, medidas que suspendam as obrigações decorrentes do presente Pacto, desde 
que tais medidas não sejam incompatíveis com as demais obrigações que lhes sejam impostas 
pelo Direito Internacional e não acarretem discriminação alguma apenas por motivo de raça, cor, 
sexo, língua, religião ou origem social. 
2. A disposição precedente não autoriza qualquer suspensão dos artigos 6, 7, 8 (parágrafos 1 
e 2), 11, 15, 16, e 18. 
3. Os Estados Partes do presente Pacto que fizerem uso do direito de suspensão devem 
comunicar imediatamente aos outros Estados Partes do presente Pacto, por intermédio do 
Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, as disposições que tenham suspenso, 
bem como os motivos de tal suspensão. Os Estados partes deverão fazer uma nova 
comunicação, igualmente por intermédio do Secretário-Geral da Organização das Nações 
Unidas, na data em que terminar tal suspensão. 
Direitos Humanos - XXXI Exame 
 
Gabarito comentado – Questões Revisão Turbo – Exame XXXIV 
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20 
 Os direitos previstos nos art. 6º (direito a vida), art. 7º (direito de não ser submetido a 
tortura), art. 8º (direito a não ser submetido a escravidão e servidão), art. 11 (direito de não ser 
preso apenas por não cumprir obrigação contratual), art. 15 (direito a não ser condenado por 
atos ou omissões não definidos como Crime e de não ser submetido a pena mais grave do que 
a aplicável na época da realização do delito), art. 16 (direito ao reconhecimento da personalidade 
jurídica) e art. 18 (direito a liberdade de pensamento, consciência e religião), não podem ser 
suspensos na hipótese do art. 4º e também não serão admitidas restrições ou suspensão 
destes direitos expressamente reconhecidos. 
 
 
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21 
Direitos Humanos - XXXI Exame 
6) Recentemente houve grande polêmica na cidade de Piraporanga, porque o Prefeito proibiu o 
museu local de realizar uma exposição, sob a alegação de que as obras de arte misturavam 
temas religiosos com conteúdos sexuais, além de haver quadros e esculturas obscenas. Você é 
contratada(o) para atuar no caso pelos autores das obras de arte e por intelectuais. Com base 
na Convenção Americana de Direitos Humanos e na Constituição Federal de 1988, assinale a 
opção que apresenta o argumento que você, como advogada(o), deveria adotar. 
 
A) A censura prévia por autoridades administrativas competentes, como mecanismo eficaz para 
assegurar o respeito à reputação de pessoas e como forma de garantir a moralidade pública, 
deve ser admitida. 
B) O exercício da liberdade de expressão e o da criação artística estão sujeitos à censura prévia, 
mas apenas por força de lei devidamente justificada, como forma de proteção da honra individual 
e da moral pública. 
C) A liberdade de expressão e de criação artística estão sujeitas à censura prévia pelas 
autoridades competentes quando elas ocorrem por meio de exposições em museus, tendo em 
vista a proteção da memória nacional e da ordem pública. 
D) A lei pode regular o acesso a diversões e espetáculos públicos, tendo em vista a proteção 
moral da infância e da adolescência, sendo vedada, porém, toda e qualquer censura prévia de 
natureza política, ideológica e artística. 
 
Gabarito: D 
CADH - PSJCR 
Artigo 13. Liberdade de pensamento e de expressão. 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito compreende 
a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideias de toda natureza, sem 
consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou 
por qualquer outro processo de sua escolha. 
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o objetivo exclusivo 
de regular o acesso a eles, para proteção moral da infância e da adolescência, sem 
prejuízo do disposto no inciso 2.

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