Buscar

Cateterismo vesical no paciente masculino

Prévia do material em texto

CATETERISMO VESICAL NO PACIENTE MASCULINO
É um procedimento estéril que consiste na introdução de uma sonda da uretra até a bexiga.
Indicações:
1. Pacientes com retenção ou obstrução urinária;
2. Pacientes com instabilidade hemodinâmica com necessidade de monitorização do débito urinário;
3. Paciente com doenças neurológicas, bexiga neurogênica ou lesões medulares;
4. Pós-operatório, com tempo máximo recomendável de até 24 horas, exceto para cirurgias urológicas específicas;
5. Uso de medicamentos intravesicais (ex.: mitomicina C, BCG).
6. Procedimentos cirúrgicos de longa duração (> 4 horas)
7. Coleta de urina (cateterismo de alívio somente).
Contraindicações relativas:
1. Infecção do trato urinário em curso;
2. Paciente com estenose da uretra;
3. Trauma uretral;
4. Cirurgia de reconstrução uretral.
Contraindicação absoluta: Lesão uretral suspeita ou diagnosticada:
 Pacientes com trauma pélvico ou fratura pélvica;
 Hematúria, edema ou hematoma perineal, próstata elevada.
Materiais
1. Par de luvas estéreis;
2. Clorexidina solução degermante ou Iodopovidona;
3. Clorexidina solução aquosa;
4. Pacote de gaze (2);
5. Campo estéril;
6. Cuba rim;
7. Pinça para assepsia;
8. Duas seringas de 20 mL;
9. Seringa de 10 mL;
10. Lidocaína ou xilocaína gel 10%;
11. Sistema coletor vesical fechado;
12. Ampola de água destilada (mínimo de 10 mL);
13. Cateter de Foley, látex ou silicone (conforme sexo e tamanho do paciente):
· Sexo masculino adulto: 16-18 French (Fr);
· Sexo feminino adulta: 14-16 Fr;
· Crianças do sexo masculino (sondas com guias) conforme tamanho da uretra e idade: recém-nascido (RN): 6 Fr; 1-11 meses: 6-8 Fr; 12-23 meses: 8 Fr; 2-6 anos: 8-10 Fr; 7-12 anos: 12-14 Fr; > 12 anos: 14-16 Fr;
Curativo.
Conceitos Anatômicos
Comprimento médio da uretra:
· Sexo masculino: 20 cm;
· Sexo feminino: 3,5 a 4 cm.
A uretra masculina, devido ao seu maior comprimento, é dividida em três porções distintas: peniana, bulbomembranosa e prostática.
A uretra bulbomembranosa é conhecida como uretra posterior, enquanto a peniana, anterior. Normalmente, o local de maior resistência à passagem do cateter é a uretra posterior, por sua relação com a próstata e maior incidência de malignidade.
Técnica
Sexo Masculino
1. Oriente o paciente a respeito do procedimento, garantindo a privacidade do mesmo (biombo).
2. Posicione o paciente em decúbito dorsal com as pernas estendidas.
3. Assepsia e antissepsia locais, incluindo a região inguinal e suprapúbica, além de retrair o prepúcio para expor a glande, descartando posteriormente a pinça utilizada.
4. Colocação de campo estéril.
5. Teste balonete do cateter.
6. Tracione levemente o pênis perpendicular ao abdome, com a mão não dominante.
7. Injete 15-20 mL de Lidocaína gel na uretra, iniciando com a lubrificação da fossa navicular e posteriormente o restante da uretra, evitando deixar que o gel escorra lateralmente. Em RN, usar 1-2 mL e, em adolescentes, usar 5 mL.
8. Comprimir a uretra peniana e posicioná-la perpendicularmente ao corpo.
9. Introduza o cateter até o final, colocando o pênis em 45° (facilita a passagem pela uretra bulbomembranosa), até ocorrer a saída de urina (pode ser observada também com aspiração com seringa de 10 mL previamente acoplada ao lúmen distal do cateter). Se obstruído, aspirar ou tentar reposicioná-lo sem movimentos que provoquem mais trauma local.
10. Infle o balonete com água destilada (volume indicado para cada tipo de cateter), somente se confirmar a saída de urina previamente.
11. Tracione delicadamente o cateter até que ofereça resistência (ancoragem no trígono vesical).
12. Conecte de forma estéril o cateter ao sistema coletor.
13. Realize curativo em "H" na coxa ou na região hipogástrica do paciente.
14. Ao término do procedimento, recubra a glande com o prepúcio, evitando edema e consequente parafimose.
15. Registre o procedimento em prontuário, incluindo eventuais dificuldades e complicações.
Posicione o pênis sobre a região supra púbica e fixe a sonda com adesivo hipoalergênico, tendo o cuidado de não deixá-la tracionada. Pendurar a bolsa coletora em suporte localizado abaixo do leito (e não nas grades). Auxilie o paciente a se vestir e/ou coloque a fralda descartável. Deixe o paciente confortável.
Pearls and Pitfalls
1. Questionar se o paciente possui alergia a látex antes de utilizar o cateter.
2. Evitar inflar o balonete do cateter com SF 0,9%, pelo risco de cristalização no seu interior, dificultando sua retirada posterior.
3. Pacientes com hematúria, com necessidade eventual de irrigação, se beneficiam de cateteres mais calibrosos (18 a 24 Fr) e irrigação vesical por via acessória.
4. Evitar trações inadvertidas do sistema com o cateter já inflado, pelo risco de trauma local e desposicionamento do mesmo.
Cateterismo difícil:
· Muitas vezes relacionados a pacientes com quadros de estenose uretral, seja por manipulação prévia ou mesmo hiperplasia benigna prostática (resistência normalmente entre 16 a 20 cm);
· Maior risco de realização de falso trajeto;
· Não forçar repetidamente o cateter contra a uretra;
· Opções em estenoses: uso de cateter siliconado, guia hidrofílico, sondas de aspiração de diâmetro progressivamente maior, cateter vesical montado em guia metálico específico;
· Em casos de doença prostática, cateteres de maior diâmetro ou silicone são melhores para o procedimento;
· Idealmente realizado por profissional com maior expertise ou especialista (urologista).
Na simples suspeita de perfuração uretral, retirar o cateter e chamar o especialista.
Em mulheres idosas, em decorrência de atrofia, muitas vezes o meato uretral pode retrair para a região vaginal.
Em mulheres idosas, eventualmente pode ser necessário auxílio para o procedimento com um assistente também com luva estéril.
Cateterização vesical de demora:
· As evidências ainda são insuficientes na literatura para se avaliar os desfechos das diversas políticas de troca de cateter vesical de demora;
· Trocas regulares não são indicadas, devendo ser individualizada conforme o paciente e suas complicações;
· Indicações de troca do cateter incluem obstrução, infecção sintomática (não bacteriúria assintomática) e vazamento pericateter;
· Normalmente, cateteres de látex são mais predispostos à obstrução em relação aos de silicone.
Complicações
1. Hematúria;
2. Infecção urinária ascendente (3 a 10% risco/dia);
3. Estenose uretral;
4. Trauma uretral ou vesical com possível falso trajeto;
5. Perfuração do hímen;
6. Parafimose.
Porque fixar a Sonda Vesical de Demora Masculina para cima?
A finalidade de se colocar a sonda nesta posição é prevenir lesões (escaras) da uretra provocadas pela sonda Se essa sonda ficar para baixo por muito tempo. para deixar o pênis numa posição mais natural. ela vai fazer pressão excessiva sobre a parte inferior da uretra e isso provocará necrose. e posteriormente uma fistula.
Nunca fixe a Sanda Vesical de Demora de uma maneira que garroteie a saida da urina! Além de causar desconforto ao paciente,sendo impossibilitado de urinar poderá causar serias complicaçđes no sistema urinário,como a distensão vesical, na qual popularmente os médicos chamam de 'bexigoma" na qual a bexiga e extremamente dilatada e palpável na região baixa do abdomem,podendo ocasionar dores e possivel início de uma infecção no trato urinário.
Atente sempre à maneira correta de fixar a sonda,fazendo rodízios entre os lados esquerdo e direito (masculino: em região hipogăstrica e inguinal. e feminino: em face interna da coxa). para evitar lesão no meato ou pela entrada da uretra,e a pele onde a sonda se apoia.Deve- se alternar a posição da bolsa no momento da higienização. procurando näo exceder 6h a 8h continuas para cada lado.

Continue navegando