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DERMATOPATIAS-BACTERIANAS-VIRAIS-FÚNGICAS-RIQUETSIAIS-E-PROTOZOÁRIAS

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DERMATOPATIAS BACTERIANAS, VIRAIS, FÚNGICAS, 
RIQUETSIAIS E PROTOZOÁRIAS 
 
 
2 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 
2. DERMATOSES BACTERIANAS .......................................................................... 6 
2.1. PIODERMITES ..................................................................................................... 7 
2.2. PIODERMITE SUPERFICIAL ............................................................................... 8 
2.3. PIODERMITES PROFUNDAS ............................................................................ 10 
2.4. MICOSES SUPERFICIAIS ................................................................................. 12 
2.5. DERMATOSES AURICULARES ........................................................................ 13 
2.6. DOENÇAS PARASITÁRIAS CUTÂNEAS ........................................................... 14 
2.7. INFESTAÇÃO POR CARRAPATOS .................................................................. 15 
2.8. SARNA DEMODÉCICA ...................................................................................... 16 
2.9. ESCABIOSE CANINA......................................................................................... 19 
2.10. DERMATITE ALÉRGICA À PICADA DE PULGAS ...................................... 20 
2.11. MIÍASE ......................................................................................................... 21 
3. DERMATOSES AMBIENTAIS ............................................................................ 23 
4. AS DOENÇAS DE PELE CAUSADAS POR FUNGOS EM CÃES E GATOS ..... 24 
4.1. CANDIDÍASE ...................................................................................................... 24 
4.2. CRIPTOCOCOSE ............................................................................................... 25 
4.3. DERMATOFITOSE ............................................................................................. 27 
4.4. MALASSEZIOSE ................................................................................................ 28 
4.5. PREVENÇÃO ..................................................................................................... 30 
5. DERMATOPATIAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS .................................. 31 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 35 
Figura 13: Cuidados com cães e gatos. .................................................................... 35 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
1. INTRODUÇÃO 
Figura 1: Dermatopatias em cães e gatos. 
 
Fonte: https://petcare.com.br/cuidados-com-caes-e-gatos-em-casa/ 
A pele é o maior órgão do corpo e funciona como uma barreira anatomo fisiológica 
entre o animal e o meio ambiente, fornecendo proteção contra lesão física, química e 
microbiológica. Este órgão é formado pela epiderme, derme e pela hipoderme. Desta 
maneira, a pele forma uma barreira protetora, sem a qual a vida seria impossível. 
Os principais componentes de defesa são o físico constituído por pêlos e estrato 
córneo, o químico por células e glândulas que produzem uma emulsão de sebo, suor 
e substâncias do cimento intercelular e o microbiano constituído pela microflora 
cutânea normal, onde se encontram principalmente bactérias. 
O número de bactérias na pele tende a variar de indivíduo para indivíduo, alguns 
possuem muitos microrganismos, ao passo que outros possuem poucos e este 
número pode permanecer constante, a menos que ocorra uma perturbação da 
microflora por tratamentos antibacterianos ou mesmo por mudanças no clima. Da 
mesma maneira, os estados doentios influenciam as espécies e o número de bactérias 
presentes na pele o que pode resultar em várias dermatoses. Além de bactérias, 
alguns gêneros de fungos encontrados em nosso ambiente também podem provocar 
doenças, micoses, nos animais. Assim, uma dermatofitose é uma infecção dos tecidos 
ceratinizados, unha, pêlo e estrato córneo provocada por fungos, dermatófitos como 
 
 
5 
Microsporum e Trychophyton. As dermatoses também podem ser causadas pelo 
ataque de muitos tipos de parasitas como sarnas, carrapatos, moscas, mosquitos, etc. 
Estes parasitas provocam grande irritação e sensibilização do animal e cada espécie 
possui um efeito particular na pele, além de serem importantes vetores ou hospedeiros 
intermediários de doenças bacterianas, riquetsioses e parasitárias. 
Além disso, outro problema de pele bastante comum em cães são as neoplasias 
onde a idade, a raça e o sexo do animal são fatores que influenciam na freqüência 
dessa patologia. 
 A incidência destes problemas cutâneos em cães é bastante alta na atividade 
clínica de pequenos animais chegando a envolver cerca de 20 a 75% dos casos 
atendidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
2. DERMATOSES BACTERIANAS 
Figura 2: Dermatoses bacterianas em cães e gatos. 
 
Fonte: https://www.acessa.com/animais/arquivo/artigo/2016/10/10-saiba-mais-sobre-tipos-
dermatite-caes-gatos/ 
As doenças bacterianas da pele são vistas com mais freqüência em cães do 
que em qualquer outro mamífero. A maioria dos fatores envolvidos no aumento da 
suscetibilidade a piodermite está relacionada às diferenças anatômicas quando 
comparadas com outras espécies. O delgado e compacto extrato córneo canino, com 
seu material intercelular esparso e rico em lipídeos, representa uma barreira 
epidérmica pouco eficiente contra o potencial invasor de bactérias entre os folículos 
pilosos, acarretando uma freqüência aumentada da área de infecção bacteriana 
superficial. Estas infecções superficiais do folículo piloso representam o grupo mais 
comum de doenças bacterianas da pele nos cães. Conseqüentemente, o folículo 
piloso, no cão, deve ser considerado como uma porta de entrada de bactérias (IHRKE, 
1996). 
Mason & Lloyd (1996) consideram que uma falha na estrutura do tampão 
lipídico-escamoso epitelial no óstio do folículo piloso canino pode favorecer o 
aparecimento de foliculites superficiais em cães. A flora microbiana da pele é 
composta de bactérias residentes e transitórias. As bactérias residentes multiplicam-
se sobre a superfície da pele e no folículo piloso, mantendo uma população estática e 
consistente, e são consideradas como comensais inofensivos. As bactérias 
transitórias provavelmente proliferam na pele em locais ou membranas mucosas e sob 
circunstâncias normais não podem competir de forma eficaz com a flora residente 
estabelecida, para assegurar um nicho ecológico.O número total de bactérias 
 
 
7 
residentes encontradas na pele normal do cão não é grande. A respeito das várias 
classificações existentes, a que considera a profundidade da infecção mostra ser a 
mais útil do ponto de vista clínico, qual o tipo de doença subjacente, porque permite 
deduções terapêuticas e prognósticas. Quanto maior a profundidade da infecção, 
maior deverá ser o empenho terapêutico e o esforço para se descobrir a doença de 
base (CONCEIÇÃO & FABRIS, 1999). 
 
2.1. PIODERMITES 
Figura 3: Piodermites. 
 
Fonte: https://dermatopet.com.br/piodermite-2/ 
A piodermite é um problema muito rotineiro na prática clínica. A infecção 
cutânea bacteriana pode ser primária, caso em que um tratamento apropriado 
freqüentemente resolve o problema. No entanto, muito mais comumente, a piodermite 
é secundária a outro problema subjacente, que altera a resistência da pele a uma 
reinfecção. Até que se identifique o problema subjacente, a infecção geralmente 
responde somente temporariamente à terapia e pode haver recidiva 
subseqüentemente. As piodermites são causadas por colonização bacteriana ou 
invasão da pele por estafilococos coagulasepositivos, geralmente o Staphylococcus 
intermedius que, na maioria das vezes, é o microrganismo iniciador. Nas piodermites 
crônicas, recorrentes ou profundas, podem se encontrar presentes invasores 
bacterianos secundários, como o Pseudomonas spp, o Proteus spp e a Escherichia 
coli (DUNN, 2001). 
 
 
8 
2.2. PIODERMITE SUPERFICIAL 
Figura 4: Piodermite superficial. 
 
Fonte: https://dermatopet.com.br/piodermite-2/ 
Nas piodermites superficiais, a foliculite é a mais comum das dermatoses, além 
de ser a de maior incidência entre os cães. As pústulas de impetigo e foliculite são 
muitas vezes apresentadas como desafios no diagnóstico, pois elas rompem 
facilmente (IHRKE, 1986). Na piodermite superficial ocorre uma invasão bacteriana 
da epiderme que pode se manifestar de duas formas. 
Na primeira forma as bactérias podem penetrar no estrato córneo com a 
subseqüente formação de pústulas subcorneanas. Na segunda forma, as bactérias 
podem invadir a abertura do folículo piloso, causando inflamação sendo chamada 
foliculite (SCOTT et al., 1996). 
A foliculite superficial em cães na maioria das vezes é causada pelo S. 
intermedius, embora outras espécies de estafilococos e bactérias possam estar 
envolvidas. Os microrganismos podem ser introduzidos por trauma local, uma 
infecção por contaminação devida a pelagens sujas ou tosa deficiente, seborréia, 
infestação parasitária (principalmente demodicose), fatores hormonais, irritantes 
locais ou alergias. Os agentes etiológicos mais comuns nas foliculites caninas são os 
estafilococos, os dermatófitos e os ácaros demodécicos podendo as foliculites 
superficiais progredir para foliculites profundas, furunculose e até celulite. Nesta 
dermatose, as lesões mais comuns são pápulas foliculares (lesão mais precoce), que 
podem ou não ser crostosas, colaretes epidérmicos, hiperpigmentação, escoriação, e 
alopecia. Porém, a pústula típica pode ser difícil de se encontrar, porque lesões 
pustulares são transitórias em cães e gatos, principalmente quando o paciente tem 
 
 
9 
prurido. Assim, as alterações clínicas dependem da densidade e do comprimento dos 
pêlos na área envolvida (SCOTT et al., 1996). 
Segundo Horton (1980), o impetigo é uma doença bacteriana geralmente 
causada por microrganismos Staphylococcus coagulase positivos. É mais comumente 
observado nos cães jovens antes da puberdade. Mas não é contagioso, nesta doença 
há fatores predisponentes como má nutrição, ambiente sem higiene, infecções virais 
ou doença imunomediada. Quando o impetigo for bolhoso está mais associado a 
distúrbios endócrinos como a diabetes melito, o hipotiroidismo, o 
hiperadrenocorticismo além de outras doenças debilitantes e, outros microorganismos 
causadores podem estar presentes como o Pseudomonas sp e a E. coli. 
A acne canina denominada de furunculose e foliculite do focinho e do queixo, 
caracterizada por uma doença cutânea papular e/ou pustular associada a folículos 
hiperceratóticos dilatados, furunculose e inflamação parafolicular, sendo sua etiologia 
e patogenia desconhecidas. As regiões do corpo onde ocorre com maior freqüência 
são o queixo e os lábios de cães jovens de raças de pêlo curto, como Doberman, 
Pinschers, Buldogues Ingleses, Dogues Alemães, Weimaraners, Rottweilers e 
Pointers (HARVEY & MCKEEVER, 2004). 
Já o intertrigo, também conhecido por piodermites de dobras cutâneas, 
desenvolve-se devido ao ambiente úmido, escuro, aquecido e com má circulação de 
ar, favorecendo o crescimento bacteriano e resultando em piodermite superficial. Essa 
dermatose caracteriza-se por uma inflamação exsudativa leve, onde a área acometida 
apresenta-se com odor fétido, podendo existir evidências de escoriações, alopecia e 
eritema ao redor da região da dobra cutânea. Além disso, esta dermatose tem 
predileção anatômica em certas raças como por exemplos na dobra labial de Cocker 
Spaniel, Springer Spaniel, São Bernardo e Setter Irlandês; na dobra facial de raças 
braquicefálicas, tipos braquicefálicos e Shar Pei; na dobra corporal de Shar Pei; na 
dobra da perna em raças condrodistróficos, Basset e Dachshund. E na dobra caudal 
nas raças Buldogue, Boston Terrier e Pug; Já na dobra vulvar não existe predisposição 
racial. (DUNN, 2001). 
 
 
 
10 
2.3. PIODERMITES PROFUNDAS 
Figura 5: Piodermites profundas. 
 
Fonte: https://fofuxo.com.br/doencas/piodermites-profundas.html 
Sob o ponto de vista de Scott et al. (1996), as piodermites profundas são 
infecções bacterianas grave que envolvem os tecidos mais profundos do que o folículo 
piloso. Estas piodermites não ocorrem espontaneamente em cães normais, pois, 
sempre há uma causa da infecção, e quando a infecção permanece localizada em 
uma pequena área, o traumatismo externo é a causa mais freqüente. Por outro lado, 
quando as lesões estão amplamente disseminadas pelo corpo ou generalizadas, o 
animal possui uma doença de base que deve ser pesquisada. Desta forma, os fatores 
que predispõem a uma piodermite profunda incluem a imunoincompetência do 
hospedeiro, lesão dérmica ou folicular grave causada por uma doença primária 
(demodicose grave) ou por um trauma (pressão, lambedura ou mordedura intensas e 
raspados) na região infectada. 
 A piodermite profunda é menos freqüente que a superficial e podem ser 
subdividida em foliculite profunda, furunculose e celulite. Embora a foliculite profunda 
ocorra na base dos folículos, a ruptura folicular com resposta granulomatosa tecidual 
é observada na furunculose. Já a celulite sugere que a infecção está invadindo a 
derme e o panículo subjacente (IHRKE, 1986). 
A foliculite profunda e a furunculose iniciam como uma infecção superficial ou 
folicular ou de causa bacteriana, fúngica ou parasitária. Caso tenha uma distribuição 
 
 
11 
generalizada, deve-se suspeitar de causas como demodicose generalizada, infecção 
fúngica generalizada, erupções por drogas, anormalidades endócrinas, seborréia e 
imunosupressão. Geralmente, as bactérias presentes são S. intermedius, mas 
infecções cutâneas profundas estão mais sujeitas a apresentar infecções secundárias 
por Proteus sp., E. coli. e Pseudomonas. Toda foliculite crônica, de maneira especial 
se tiver furunculose, pode tornar-se granulomatosa ou piogranulomatosa. A 
furunculose. Independente da causa, frequentemente está associada à eosinofilia 
tecidual, que se relaciona a presença de um corpo estranho (ceratina ou pêlos). As 
lesões de foliculite e furunculose podem ocorrer onde houver folículos pilosos, porém 
tendem a ser mais comuns sobre os pontos de pressão ou no tronco (SCOTT et al., 
1996). 
A celulite é uma infecção supurativa, grave e profunda, levando a edema 
extenso na área afetada e a pele quase sempre está friável, descorada e 
desvitalizada.Os tecidos enfraquecidos podem soltar-se ou ser removidos facilmente 
no processo. Estas infecções anaeróbicas caracterizam-se por evolução rápida, 
demarcação deficiente, edema tecidual e tumefação maciços e necrose. As feridas 
podem apresentar odor pútrido e são crepitantes se em alguns casos o microrganismo 
for produtor de gás (Clostridium spp). Conforme o microrganismo, as toxinas podem 
ser produzidas e causar sinais sistêmicos graves (SCOTT et al., 1996). 
Desta forma, quando o fator predisponente for o autotraumatismo da pele essa 
lesão será um processo pruriginoso e doloroso que pode ampliar-se em questão de 
horas chamada também de dermatite úmida aguda (“mancha quente”) que, 
geralmente, corresponde a uma lesão alopécica única circunscrita, eritematosa, 
espessada e erosiva, apresentando um exsudado fino sobre a superfície tornando os 
pêlos periféricos emaranhados sobre a lesão (DUNN, 2001). 
Assim, as afecções subjacentes que podem se encontrar associadas ao 
desenvolvimento da dermatite úmida aguda tem algumas categorias patológicas como 
às dermatopatias alérgicas (Dermatite alérgica a picada de pulgas, alergia alimentar, 
dermatite alérgica de contato, hipersensibilidade estafilocócica), a infestação por 
ectoparasitas (sarna sarcóptica canina e queiletielose), as otites externas (otite 
externa alérgica, otite externa ceruminosa), as causas ambientais (dermatite irritante 
de contato, má-higiene e carrapichos ou barbas de plantas na pele ou no pelame), os 
distúrbios musculoesqueléticos (displasia coxofemoral, artropatia degenerativa, artrite 
 
 
12 
e outras artropatias) e os problemas do saco anal (implantação dos sacos anais e 
saculite anal) (ROSSER & SAM, 1991). 
2.4. MICOSES SUPERFICIAIS 
Figura 6: Micoses superficiais. 
 
Fonte: https://secad.artmed.com.br/blog/medicina-veterinaria/micoses-em-animais-alem-do-
tratamento/ 
As micoses superficiais são infecções fúngicas que envolvem as camadas 
superficiais da pele, pêlo e unhas. Uma extensa variabilidade de lesões pode ocorrer 
nas dermatofitoses, podendo mimetizar inúmeras outras dermatoses (SPARKES et 
al., 1993). A alopecia, bastante freqüente nas dermatofitoses, é usualmente 
observada (JAHAM & PARADIS, 1997; NESBITT & ACKERMAN, 1998; PEPIN & 
OXENHAM, 1986; SMITH, 1988; YAMAMURA et al., 1997). Além disso, podem-se 
encontrar inúmeros agentes etiológicos causadores de micoses cutâneas em cães, 
porém os mais comuns são o Microsporum spp, e Trichophyton mentagrophytes e 
pelas leveduras Malassezia pachydermatis e Candida albicans, são as afecções 
fúngicas mais freqüentes que acometem os cães. Segundo dados da literatura 
brasileira e internacional, a ocorrência de dermatófitos em cães é em torno de 12,5% 
(ALDOORY Y.; VICE & OLIN D, 1968; BONE & JACKSON, 1971). 
Os agentes etiológicos são transmitidos por contato com pêlo e caspa 
infectados ou com elementos fúngicos nos animais, no ambiente ou em fômitos, como 
escovas, pentes, cortadores, camas, caixas de transporte e todos acessórios à tosa, 
movimentação e manutenção do animal em casa são fontes potenciais de infecção e 
 
 
13 
reinfecção. No caso do Microsporum canis pode ser cultivado da poeira, de 
ventiladores para aquecimento e filtros de forno. 
Como em visitas a criadores gatos e a múltiplas famílias podem adquirir 
microrganismos (GREENE, 1990). A dermatofitose se destaca entre as dermatoses 
por ser uma zoonose, assim sua importância em saúde pública é evidente (CUADROS 
et al., 1990; LEWIS et al., 1991; SCOTT & MILLER, 1999; SCOTT & PARADIS, 1990; 
TORRES & MOREIRA, 1994). Nesta dermatose os animais com idade até 12 meses 
parecem ter uma maior predisposição quanto à infecção por dermatófitos (GAMBALE 
et al., 1987; SMITH, 1988; SPARKES et al., 1993). Por outro lado, outros autores 
relatam a inexistência de uma predisposição sexual (SMITH, 1988; LEWIS et al., 
1991). Já em cães, há uma predisposição racial, especialmente para o Yorkshire 
(SPARKES et al., 1993). Com relação à sazonalidade não se observou influência na 
incidência de dermatofitoses (LARSSON et al., 1997; LEWIS et al., 1991; WARNER, 
1984). 
Segundo Machado (2004) em estudo no Brasil, as micoses cutâneas, que 
atacam os cães com maior freqüência são causadas principalmente pelos 
dermatófitos Miscroporum spp e Trichophyton mentagrophytes e pelas leveduras 
Malassezia pachydermatis e Candida albicans. 
 
2.5. DERMATOSES AURICULARES 
 Além das dermatoses cutâneas, é bastante freqüente observar problemas 
auriculares em cães, assim, a otite refere-se à inflamação do órgão de audição, pode 
acometer diferentes porções do ouvido, sendo denominado de otite externa, quando 
apenas o pavilhão auricular está inflamado, e de otite interna, com a inflamação o 
ouvido interno, trazendo transtornos ao equilíbrio e sendo denominada labirintite 
quando a cóclea é atingida (ETTINGER, 1997). 
 Desta forma, vários fatores podem estar envolvidos no desenvolvimento de 
uma otite externa. Podendo ter as causas primárias que são aqueles capazes de 
iniciar a inflamação, como a atopia, corpos estranhos e afecções auto-imunes. Há 
ainda os fatores predisponentes que tornam a orelha mais suscetível à inflamação, 
por exemplo, pina pendulosa, condutos auditivos estenosados e umidade excessiva, 
 
 
14 
embora por si só não causem a otite. E por último os fatores perpetuantes, 
responsáveis pela continuação da resposta inflamatória, sendo a infecção bacteriana 
o mais comum (ETTINGER, 1997). 
As otites médias e internas geralmente são de evolução crônica e em 
conseqüência de otites externas que não foram tratadas ou que foram medicadas sem 
êxito. Assim, na otite externa, a inflamação crônica resulta na alteração do ambiente 
normal do canal auditivo. Desta forma, as glândulas apócrinas, que secretam cerume 
aumentam seu volume e conseqüentemente a produção de cera, a epiderme e a 
derme tornam-se espessadas e as dobras do canal auditivo apresentam diminuição 
do seu diâmetro. As otites médias e internas, além de serem causadas pela extensão 
de uma otite externa, podem se desenvolver também pela extensão de infecções das 
cavidades, oral e nasal, ou ainda por disseminação de uma infecção sistêmica 
(WERNER, 2003). 
A ocorrência de otites não está ligada ao sexo do animal nem à estação do ano. 
Por outro lado, os cães de orelhas longas, em especial Spaniels, Poodles, Kerry Blues 
Terriers, Labrador Retrivier e raças com grande quantidade de pêlos no conduto 
auditivo são mais acometidas (KIRK et al., 1985). 
2.6. DOENÇAS PARASITÁRIAS CUTÂNEAS 
Os carnívoros domésticos, cães e gatos, são hospedeiros freqüentes de 
ectoparasitas, sendo os artrópodes os maiores causadores de afecções cutâneas. 
Assim, as lesões cutâneas mais comuns são causadas por ácaros da sarna e 
carrapatos, e por insetos como os piolhos e as pulgas. Além destes ectoparasitas, as 
moscas, mosquitos, aranhas, vespas e formigas, também podem causar lesões 
cutâneas (NOLI, 2002). 
 
 
 
 
 
 
15 
2.7. INFESTAÇÃO POR CARRAPATOS 
Figura 7: Infestação por carrapatos. 
 
Fonte: https://www.petz.com.br/blog/saude-e-cuidados/como-eliminar-pulgas-e-carrapatos-em-
caes-e-gatos/ 
 As lesões provocadas por carrapatos variam de uma simples irritação cutânea 
a uma anemia e, em alguns casos, ocorrendo paralisias devido à produção de toxinas 
por estes ectoparasitos. Além disso, algumas doenças podem ser veiculadas através 
da picada destes artrópodes, como exemplos têm a babesiose, erliquiose, rickettsiose 
e borreliose, pela picada de carrapatos. Da mesma forma, o local da picada por 
carrapatos pode ser uma importante porta de entrada de bactérias, levando a uma 
infecção secundária (NOLI, 2002). 
 Existem duas famílias de carrapatos com interesse para a medicina veterinária, 
a ixodidae (carrapatos de corpo duro) e a argasidae (carrapatos de corpo mole). 
Destas duas famílias a ixodidae é a que contém espécies maisespecializadas e 
altamente parasitárias, sendo mais prolíferas e infestando todo o campo ocupado por 
seus hospedeiros (MORIELLO, 1987). Desta forma, a maior ocorrência de problemas 
clínicos deve-se a infestação por ixodídeos. (APPEL & JACOBSON, 1995). 
Além do grande número de espécies estes carrapatos podem ser vetores de 
muitos microrganismos causadores de doenças como o Rhipicephalus sanguineus 
(Babesia gibsoni, Erlichia canis, Hepatozoon canis); Dermacentor andersoni: Babesia 
canis, Rickettsia rickettsii), Amblyoma maculatum (Leptospira pomona), Amblyoma 
americanum (R. rickettsii); Ixodes dammini, Ixodes pacificus e Ixodes ricinus: Borrelia 
burgdorferi (doença de Lyme) (APPEL & JACOBSON, 1995). 
 Já os carrapatos argasídeos são mais primitivos e menos freqüentemente 
parasitários, são menos prolíferos infestando as instalações ocupadas por seus 
hospedeiros (MORIELLO, 1987). Este carrapato também tem importância clínica em 
 
 
16 
cães e gatos, como o Otobius megnini que parasita o ouvido dos animais, porém neste 
gênero apenas a larva e a ninfa são parasitas. As lesões observadas em animais 
parasitados são de uma simples irritação cutânea no local da picada, reações de 
hipersensibilidade e até paralisias ocasionadas pela inoculação de secreções tóxicas 
(KIRK et al., 1985). 
2.8. SARNA DEMODÉCICA 
Figura 8: Sarna Demodécica. 
 
Fonte: https://omeuanimal.com/sarna-demodecica/ 
Além dos carrapatos existem os ácaros causadores de dermatoses como a 
demodicose que é conhecida também como sarna demodécica, demodiciose, sarna 
folicular ou sarna vermelha sendo uma doença parasitária inflamatória em cães 
distinguida pela presença de ácaros demodécicos em quantidade maior que os 
números normais (SCOTT et al., 1996), mas também é uma das desordens cutâneas 
parasitárias mais freqüentes em cães. O agente etiológico da demodicose em cães é 
o Demodex canis, e normalmente, estes ácaros habitam os folículos pilosos, mas 
também podem ser encontrados nas glândulas sebáceas e apócrinas adjacentes 
(WILLEMSE, 2002). 
O ácaro Demodex canis é parte da fauna normal da pele canina e encontram-
se em números reduzidos na maioria dos cães saudáveis (NUTTING, 1976), todas as 
fases do seu ciclo evolutivo ocorre sobre o hospedeiro. Desta forma, quando por 
algum motivo, esse equilíbrio entre hospedeiro e parasito é rompido, o número deste 
 
 
17 
ácaro pode aumentar provocando alopecia e eritema na pele dos animais (SAKO, 
1964). 
A transmissão dos ácaros causadores de sarna é principalmente pelo íntimo 
contato entre animais sadios e doentes. Assim, é comum observar, a transmissão da 
cadela para sua prole especialmente para neonatos lactentes devido ao contato direto 
no período de vida neonatal (GAAFER & GREEVE, 1966). Nos filhotes os ácaros são 
encontrados primeiramente no focinho demonstrando a importância do contato direto 
com a mãe. Alguns autores demonstraram a presença dos ácaros nos folículos pilosos 
dos filhotes com apenas 16 horas de vida. Já em filhotes nascidos de cesariana e 
alimentados artificialmente não se observou a presença dos ácaros reafirmando a 
importância do contato na transmissão, além de deixar evidente que a transmissão 
intra-uterina não ocorre (SCOTT, 1974; NUTTING, 1976). Além disso, MUNDELL 
(1998) relata que o aumento do número de Demodex na pele dos cães possa ser 
resultado de anormalidades genéticas e/ou problemas no sistema imune dos animais. 
Segundo DELAYTE (2002) a sarna demodécica pode ser classificada conforme 
sua distribuição corpórea e, ainda, em função da faixa etária de ocorrência das 
primeiras manifestações. Assim, a demodicose canina, segundo sua distribuição, é 
classificada em localizada ou generalizada e diferenciam-se não só pela extensão da 
região corporal acometida, mas, também, pelo decurso evolutivo e pelo prognóstico. 
Desta forma, a sarna demodécica localizada é aquela que envolve até cinco 
áreas de alopecia, geralmente circunscritas, de tamanhos diferentes, de aspecto 
eritematoso e com intensa deposição de escamas e crostas. Freqüentemente, nessa 
forma, não se evidencia o prurido (LEMARIÉ, 1996). Tais lesões são, mais 
habitualmente, observadas na região da face, especialmente nas áreas periocular, 
massetérica, de comissuras bucais e de extremidade dos “membros torácicos”. O 
curso desta forma da dermatopatia é benigno em 90% dos quadros e a remissão das 
lesões, freqüentemente, ocorre de forma espontânea (SCOTT; MULLER; GRIFFIN, 
1995). Deste modo, apenas cerca de 10% dos casos localizados evoluem para a 
generalização sendo, então, aqueles que são encaminhados aos clínicos veterinários 
(BENSIGNOR; CARLOTTI, 1999). 
PARADIS (1999) relata que apesar da demodicose localizada ser, na maioria 
das vezes, auto-limitante os casos que se tornam generalizadas é considerado, ainda 
 
 
18 
hoje, como uma das mais graves doenças cutâneas caninas e durante anos foi 
considerada como uma doença frustrante para o clínico e desalentador para o 
proprietário, sobretudo quanto ao seu tratamento e prognóstico. 
Quando a demodicose torna-se generalizada, ela geralmente abrange amplas 
áreas do corpo, podendo ser mais restrita no inicio da doença. Assim, um cão que 
apresenta cinco ou mais lesões corporais ou comprometimento de dois ou mais pés 
possui demodicose generalizada. Esta dermatose começa na infância entre 3 a 18 
meses de idade e se as lesões não se resolverem espontaneamente nem receberem 
tratamento adequado, o animal continua com a doença até a idade adulta. Desta 
forma, a faixa etária mais acometida, é entre dois e cinco anos de idade com muitos 
cães apresentando uma doença crônica. Por outro lado, a demodicose generalizada 
em animal adulto é rara, porém quando aparece pode ser mais séria do que a forma 
juvenil e geralmente associada à neoplasia maligna, à doença interna ou ao 
tratamento com drogas imunossupressoras (BARRIGA et al., 1992; DUCLOS, 1994; 
OWEN, 1969). 
Nos casos de demodicose generalizada, que evoluem para piodermite 
secundária, é comum a evidenciação de quadros de furunculose e de celulite, 
retratados pela perda de vitalidade tegumentar, intensa deposição de crostas hemo-
melicéricas, drenando material piogênico além de um notável edema. Nesta fase, o 
prurido, a dor e a linfodenomegalia generalizada, freqüentemente, está presente. 
Assim, o acometimento generalizado, com envolvimento de outros órgãos, e com 
sintomas alarmantes pode até levar à opção pela eutanásia (LEMÀRIE et al, 1996). 
Quando a demodicose fica limitada às patas é chamada de pododemodicose e 
se caracteriza por tumefação das patas, com desenvolvimento de cistos interdigitais 
que ulceram e drenam um material serosangüinolento ou exsudativo. As regiões 
digital, interdigital e plantar estão quase sempre comprometidas com infecções 
bacterianas secundárias. A pododemodicose pode ser resultado de demodicose 
generalizada, na qual as lesões se curam em todos os locais, exceto nas patas. Nesta 
dermatose o prognóstico é ruim, pois é muito difícil a eliminação dos ácaros (HARVEY 
& MCKEEVER, 2004). A região interdigital pode estar envolvida, especialmente em 
Old English Sheepdog, sem que nele se evidenciem lesões em outras regiões 
corpóreas (SCOTT et al., 2001). 
 
 
19 
2.9. ESCABIOSE CANINA 
A escabiose canina é uma infestação intensamente pruriginosa causada pelo 
ácaro Sarcoptes scabiei var. canis que é transmissível por contato direto de pele entre 
cães e humanos. Aproximadamente 60% das pessoas em contato íntimo com animais 
infestados poderão desenvolver pápulas pruriginosas em seus braços e tronco. Estes 
são escavadores e além de ser transmitido entre cães e o homem, este ácaro também 
pode infestar outras espécies animais (WILLEMSE, 2002; ARLIAN, 1984). 
O Sarcoptes scabiei var. canis é parasita obrigatório e completa todo seu ciclo 
vital, em torno de três semanas, no hospedeiro. O número de ácarosem relação à 
área de pele atingida é pequeno, o que faz com que muitas amostras de raspagem 
sejam negativas. Então, no caso de suspeita clínica, o diagnóstico pode também ser 
confirmado pela resposta terapêutica, além do caráter altamente contagioso desta 
dermatose (NOLI, 2002). 
Os ácaros preferem a pele com pouco pêlo, de forma que são mais comuns 
nas orelhas, cotovelos, abdome e jarretes. À medida que a doença se dissemina e o 
pêlo cai, podem eventualmente colonizar áreas maiores do corpo do hospedeiro. O 
ciclo total de vida pode completar-se em apenas três semanas. Os ácaros adultos são 
pequenos (200 a 400 µm), ovais e brancos, com dois pares de pernas curtas 
anteriormente, que possuem hastes longas não-unidas com sugadores (SCOTT et al., 
1996). 
O padrão de distribuição da escabiose canina tipicamente envolve as porções 
ventrais do abdome, tórax e pernas. As orelhas e os cotovelos, hábitos favoritos dos 
ácaros, estão quase sempre acometidos e são os primeiros lugares para obterem-se 
raspados diagnósticos. Contudo alguns animais não possuem lesões nas orelhas. A 
doença dissemina-se rapidamente e pode envolver todo o corpo, mas o dorso 
geralmente é poupado. A alopecia esta presente e as lesões cutâneas precoces são 
características. Estas são pruriginosas, erupções avermelhadas papulocrostosas. 
Freqüentemente, apresentam crostas amareladas espessas e a coceira intensa e 
constante logo produz escoriação extensa (SCOTT et al., 1996). 
 
 
 
 
20 
2.10. DERMATITE ALÉRGICA À PICADA DE PULGAS 
Figura 9: Dermatite alérgica à picada de pulgas. 
 
Fonte: https://holywestie.com.br/dermatite-alergica-a-picada-de-pulga-dapp/ 
A hipersensibilidade à picada de pulgas (dermatite alérgica a picada de pulgas 
- DAPP) é uma dermatose pruriginosa, papular em cães que se tornam sensibilizados 
aos alérgenos produzidos pelas pulgas. É o distúrbio de hipersensibilidade cutânea 
mais comum em cães. A hipersensibilidade a essas proteínas induz edema local e 
infiltrado celular, que produzem a pápula eritematosa que pode ocorrer logo depois da 
picada (HALLIWELL et al., 1987). O grupo etário mais acometido é o de cães entre 
um a três anos de idade. Em cães, o prurido está presente, embora varie sua 
expressão e a capacidade do dono do animal em identificá-lo. As lesões são 
predominantemente sobre a região dorso-caudal, embora, em alguns animais, 
possam estar acometidos os membros, a região rostral do tronco e a cabeça. As 
demais alterações como alopecia (que pode ser simétrica), escoriação, 
hiperpigmentação e liquenificação, podem ser visíveis, ainda que o grau dessas 
alterações vá depender da duração da dermatose e da intensidade do prurido 
experimentado pelo animal (NESBITT, 1978). 
 
 
 
 
 
21 
2.11. MIÍASE 
Figura 10: Miíase. 
 
 
Fonte: https://www.peritoanimal.com.br/miiase-causas-sintomas-e-tratamento-22446.html 
A miíase é uma infestação de animais vertebrados vivos com larvas de 
Dermatobia hominis (GUIMARÃES & PAPAVERO, 1998; MANCHÓN et al. 1998; 
URQUHART et al., 1990). Os hospedeiros das larvas desta mosca incluem o homem, 
a maioria dos mamíferos domésticos, mamíferos silvestres, sendo os bovinos e os 
cães os mais acometidos (AIELLO, 1998). 
A D. hominis é encontrada na América Latina, do sul do México ao norte da 
Argentina (AIELLO, 1998; FORTES, 1997; URQUHART et al., 1990), não sendo 
descrita no Chile, no Nordeste brasileiro e no Pará (nos dois últimos devido ao clima 
quente e seco) (FORTES, 1997). É mais comum em regiões de matas e bosques 
(URQUHART et al., 1990). 
As larvas penetram na pele íntegra (FORTES, 1997; SCOTT et al. 1996) ou 
lesada (picada de insetos) (FORTES, 1997) resultando em inflamação local com dor 
e com uma produção gradual de pus (AIELLO, 1998). 
 Estas formas adultas de muitas moscas põem ovos na pele úmida e aquecida 
de animais enfraquecidos e debilitados com feridas frenantes ou pelagens 
umedecidas por urina. Os animais que são atraentes não o são igualmente a todos os 
estágios para todas as moscas. À proporção que a pele rompe-se e se liquefaz, torna-
se um hábitat mais propício para atrair melhor uma segunda ou terceira espécie de 
moscas. Califorídeos (varejeiras) alimentam-se apenas de tecido morto, enquanto as 
sarcófagas (moscas da carne) atacam o tecido vivo. As larvas encontradas nas 
 
 
22 
miíases cutâneas são altamente destrutivas e produzem lesões em extensas áreas 
com orifícios arredondados regulares na pele. Estes podem reunir para formar largos 
defeitos com margens recortadas. As larvas podem ser encontradas debaixo da pele 
e nos tecidos. As localizações preferidas são ao redor do nariz, olhos, boca, ânus e 
genitália, ou adjacente a feridas deixadas abertas. Os animais gravemente infestados 
podem morrer de choque, intoxicação ou infecção. A miíase é sempre uma doença 
por desleixo (SCOTT et al., 1996). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
3. DERMATOSES AMBIENTAIS 
 Dentre as dermatoses ambientais podemos relacionar, por exemplo, as 
dermatopatias por picada de mosca e mosquito que geralmente é causada pela mosca 
de estábulo Stomoxys calcitrans. Émais freqüentemente observada nos cães de pêlo 
curto, como Weimaraners e Bull terreirs, os quais são mantidos em áreas externas, 
principalmente nos climas quentes. É uma dermatose crostosa, pruriginosa, que afeta 
as extremidades das pinas, superfícies dorsal e lateral do tronco, e a região proximal 
dos membros (HARVEY & MCKEEVER, 2004). 
 As ferroadas de abelha e picadas de aranha, são reações locais ou sistêmicas 
a toxinas ou corpos estranhos introduzidos por picadas, os ferrões das abelhas e de 
outros Hymenopteras possuem fosfolipases, hialuronidases e mediadores tipo 
bradicinina, agentes responsáveis pela vasodilatação local e pela sensação de dor 
que surgem depois das picadas. As aranhas e algumas taturanas podem causar 
reações localizadas pela implantação de espículas, ou por meio das picadas, que 
introduzem uma variedade de necro e neurotoxinas. Na maioria das reações a insetos 
e toxinas de artrópodes é localizada e caracterizam-se por eritema, edema e dor 
transitória. O tecido mole da face que exibe sinais, sendo observados edema e 
angioedema das pálpebras e de focinho. Ocasionalmente, pode-se observar urticária 
generalizada, tendo sido descritas ainda reações sistêmicas de natureza anafilática. 
As picadas de aranhas são intrinsecamente mais perigosas que as de Hymenopteras, 
com potencial para vasculite grave, necrose tecidual e reações sistêmicas (HARVEY; 
MCKEEVER, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
4. AS DOENÇAS DE PELE CAUSADAS POR FUNGOS EM CÃES E GATOS 
As dermatopatias em cães e gatos representam grande parte do atendimento 
na clínica médica. Entre os alérgenos causadores dessas doenças, estão fungos, 
bactérias, parasitas, alergias, e até problemas hormonais. Veja a seguir os problemas 
de pele mais comuns que são causados por fungos. 
4.1. CANDIDÍASE 
A candidíase é uma doença causada por leveduras (fungo unicelular) do 
gênero Candida spp, que pode atingir diversos sistemas do animal, principalmente o 
tegumentar (pele). Os quadros infecciosos podem ser ocasionados por várias 
espécies, como: a C. albicans, a C. tropicalis e a C. parapsilosis, sendo a primeira a 
principal delas. 
Essas leveduras habitam a pele, a mucosa oral, genital, respiratória, o meato 
acústico externo (estrutura auditiva) e o sistema digestivo. São consideradas 
integrantes da microbiota dos mamíferos e normalmente não provocam danos à saúde 
dos hospedeiros, a não ser que ocorra um desequilíbrio imunológico ou lesões nas 
barreiras anatômicas de proteção dos animais. Dessa forma, essas leveduras podem 
ser consideradas oportunistas, uma vez que causam malefícios apenas em situações 
específicas. 
 A infecção começa a partir da imunossupressão, que favorece o crescimento 
desordenado das leveduras, tornando-aspatogênicas. Nesse caso, a 
imunossupressão pode estar associada a diversos fatores, como: idade, estresse, 
presença de doenças imunomediadas, desordens neoplásicas e uso prolongado de 
corticosteroides, de antibióticos ou de citostáticos (fármacos que inibem a reprodução 
ou o crescimento de células indesejadas). 
A candidíase afeta as mucosas, as junções mucocutâneas e diferentes partes da 
pele, como a pele abdominal, a pele do saco escrotal, o períneo, as dobras ungueais 
(estrutura das unhas), narinas, orelhas, planos nasais e dobras cutâneas (espaços 
interdigitais). Em casos mais graves, as leveduras desse gênero podem atingir o trato 
 
 
25 
urinário, o sistema gastrintestinal e o sistema reprodutor. No entanto, as infecções 
nesses sistemas são raras. 
Dessa forma, os sinais dermatológicos mais frequentes são: erosões úmidas e 
eritematosas (vermelhas), com contorno irregular e levemente edemaciadas, 
vesículas, crostas, úlceras, pápulas, pústulas e lesões alopécicas (caracterizadas por 
possuir pouca ou nenhuma pelagem em determinada área). 
 Em casos de otite podemos observar a presença de inflamação, dor, descamação, 
coceira e edema. 
 Diagnóstico 
O diagnóstico é feito por meio do exame físico (análise dos sinais clínicos) e de 
exames laboratoriais. Esfregaços direto das lesões são necessários para confecção 
de lâminas para análise microscópica. Para confirmação do agente etiológico é 
necessário o isolamento em cultura. 
 
4.2. CRIPTOCOCOSE 
Figura 11: Criptococose. 
 
Fonte: https://www.pubvet.com.br/uploads/fb990bffe3e26e66aabe778726f87d60.pdf 
A Criptococose é uma enfermidade infecciosa sistêmica causada pelo 
fungo Cryptococcus neoformans, que está presente no solo e nos dejetos de aves 
contaminadas. Essa espécie de levedura é considerada oportunista por causar 
infecções apenas em seres que estão imunossuprimidos. Normalmente acomete 
 
 
26 
mamíferos domésticos, como os cães e gatos e é vista com maior frequência em 
regiões geográficas de clima quente e úmido. No caso dos gatos, que são os animais 
mais acometidos, a queda da imunidade está frequentemente relacionada ao uso 
exagerado de medicamentos (corticosteroides) e a doenças infecciosas, a exemplo 
da FeLV e do linfossarcoma. 
A transmissão dessa levedura acontece por meio da inalação dos esporos 
presentes no ambiente. Quando inalados, causam a chamada infecção primária, que 
afeta as narinas e os pulmões. Em seguida, ocorre a disseminação sistêmica por via 
hematógena ou linfática, chegando em outros sistemas do organismo, como o 
tegumentar e o nervoso. 
Os sinais clínicos mais comuns são: presença de pápulas, pústulas, vesículas, 
úlceras e nódulos. Na maioria dos casos, as lesões estão localizadas na cabeça 
(narina, lábios, língua, palato, gengiva) e nas regiões próximas ao pescoço. 
 
 Diagnóstico 
 
A Criptococose é uma das micoses mais fáceis de ser diagnosticada pelo fato de 
possuir muitos elementos fúngicos nas lesões. O diagnóstico consiste no exame físico 
e na identificação das leveduras por meio do esfregaço e da análise em microscópio 
com auxílio da tinta nanquim. Posteriormente os microrganismos também podem ser 
cultivados em ágar de Sabouraud a 25°C – 35°C para a confirmação da doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
4.3. DERMATOFITOSE 
 
A Dermatofitose é uma das enfermidades cutâneas mais importantes na clínica 
veterinária de pequenos animais por ser muito contagiosa e por ser considerada uma 
zoonose (transmitida do animal para o homem e do homem para o animal) de difícil 
tratamento. A doença é causada por um grupo de fungos queratinofílicos (que se 
nutrem através da ingestão de queratina) denominados de dermatófito. Esses tornam-
se potencialmente patogênicos apenas em circunstâncias de imunodepressão. 
A transmissão acontece através do contato direto com os esporos dos fungos. 
Estes microrganismos podem estar presentes nos animais (pelos), no ambiente e em 
fômites, como em escovas, pentes ou camas. É importante destacar que os 
dermatófitos são bastante resistentes ao ambiente e que alguns animais 
assintomáticos também poder ser uma fonte de infecção. 
Os sinais clínicos da Dermatofitose variam de acordo com cada animal, mas na 
maioria dos casos o prurido (coceira) é moderado ou ausente. Na pele é possível notar 
a presença de crostas, escamas e alopecia circular (queda de pelo em regiões focais) 
expansiva e descamativa, unhas fragmentadas e pelos partidos. As lesões 
normalmente estão localizadas nas extremidades e na região da cabeça. 
Ocasionalmente os gatos apresentam uma dermatite com numerosas crostas de 
pequenas dimensões e otite ceruminosa. 
 
 Diagnóstico 
 
Um dos possíveis métodos de diagnóstico é o exame microscópico das estruturas 
queratinizadas, que mostram as hifas dos fungos. Para tal finalidade, pelos partidos, 
escamas de lesões ativas e fragmentos de unhas devem ser examinados em óleo 
mineral. Se for preciso confirmar o diagnóstico, é indicado fazer uma cultura fúngica 
através do Meio de Teste de Dermatófitos (DTM). 
 
 
 
28 
4.4. MALASSEZIOSE 
Figura 12: Malasseziose. 
 
Fonte: https://www.peritoanimal.com.br/malassezia-em-gatos-sintomas-diagnostico-e-
tratamento-22495.html 
A Malassezia spp. é um fungo que habita a pele de cães e gatos. Quando se 
proliferam em excesso no sistema tegumentar ou no canal externo do ouvido, podem 
agir como patógenos, causando inflamação dos tecidos. Existem diversas espécies 
desse gênero, e a M. Pachydermatis é encontrada com grande frequência nos exames 
clínicos. 
A malasseziose é o termo utilizado para caracterizar as dermatites causadas pelo 
aumento populacional da Malassezia spp. Esse aumento populacional normalmente 
está relacionado com algumas doenças primárias, como as endócrinas, imunológicas 
ou parasitárias, que afetam o sistema imune do animal e a pele do animal 
Dessa forma, podemos classificar a malasseziose como primária ou secundária. A 
malasseziose primária, menos frequente, acontece quando o animal não possui 
nenhuma alteração dermatológica, e após a proliferação do agente começa 
apresentar sintomas característicos da doença. Embora essas leveduras sejam 
consideradas oportunistas, elas também possuem capacidade de causar inflamações 
e reações de hipersensibilidade devido ao fato de produzir metabólitos nocivos e 
enzimas como as fosfolipases e proteinases. 
Já a malasseziose secundária, mais frequente, ocorre quando o animal possui 
alguma enfermidade na pele, que predispõe a proliferação da Malassezia spp com 
 
 
29 
maior facilidade. Nesse caso, a dermatite é agravada por consequência da 
multiplicação exacerbada desses patógenos que alteram ainda mais as funções de 
proteção da barreira cutânea, causando o aumento das lesões já existentes. 
As lesões primárias de dermatite por Malassezia spp. são caracterizadas pela 
presença de prurido. Já as lesões secundárias apresentam eritema (vermelhidão da 
pele), alopecia (queda de pelos), escoriações, liqueinificação (alteração da espessura 
da pele, que fica mais espessa e rígida) e hiperpigmentação. Na maioria dos casos, 
as regiões mais acometidas são: ouvido, pescoço, axilar, intertriginosa (dobras) e 
espaços interdigitais. 
Quando esses microrganismos atingem a região do canal externo do ouvido 
podem causar a otite. Os sinais mais comuns são dor, produção excessiva de 
cerúmen e o ato de balançar a cabeça repetidamente. 
 
 Diagnóstico 
A maior dificuldade no diagnóstico dessa enfermidade é a quantificação, uma vez 
que a presença desse fungo na pele é comum quando não há excesso. Entretanto, 
técnicas como citologia (por meio de raspado cutâneo, suabes de algodão ou fita 
adesiva transparente), histologia e cultivo são as mais indicadas. 
Os tratamentos das quatro enfermidades citadas são bastante semelhantes. Em 
todos os casos é indicado uma terapia com medicamentos antifúngicos sistêmicose/ou tópicos, higienização das áreas afetadas, utilização de elizabetano (colar) para 
reduzir as lambidas e as mordeduras nas feridas, banhos terapêuticos e se 
necessário, o uso de antibióticos em caso de infecções secundárias causadas por 
bactérias. No caso da Criptococose, pode ser necessário alguma excisão cirúrgica 
dependendo da situação. 
 
 
 
 
 
30 
4.5. PREVENÇÃO 
A prevenção é fundamental para evitar o aparecimento dessas enfermidades. 
Como vimos acima, a principal causa das doenças citadas é a imunossupressão. 
Portanto, é recomendado uma série de medidas para manter o estado imunológico do 
pet em boas condições. Dentre todas as medidas, podemos destacar o fornecimento 
de uma nutrição de qualidade, visitas periódicas ao médico veterinário e a redução do 
estresse através da prática de exercícios físicos regularmente, medidas de bem-estar 
no ambiente que o animal vive, além de não gerar situações que causem medo ou 
ansiedade. Doenças de base podem causar queda da eficiência do sistema 
imunológico, por isso é fundamental tratar adequadamente qualquer problema de 
saúde que o animal apresente. 
Em casos específicos como da Criptococose, é indicado fazer a higienização dos 
locais em que o animal passa o dia e evitar o possível contato com aves. 
Dessa forma, a prevenção possui grande importância no combate a essas 
doenças. Além de evitar prejuízos financeiros aos tutores com o tratamento, garante 
uma boa qualidade de vida aos pets. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
5. DERMATOPATIAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS 
 
Leishmaniose Tegumentar em cães e gatos A LT é doença causada pelo 
protozoário do gênero Leishmania, que afeta pele e mucosas de humanos e animais. 
Estes protozoários pertencem à ordem Kinetoplastida, da família Trypanosomatidae , 
apresentando-se como parasito intracelular obrigatório de células do sistema 
fagocítico mononuclear, sendo descritas duas formas: promastigota ou flagelada, 
encontrado no tudo digestivo do inseto vetor, e a forma amastigota, observadas nos 
tecidos dos animais vertebrados . Estes protozoários são responsáveis pela 
ocorrência tanto da LV quanto à LT. O que diferencia o surgimento de cada 
enfermidade é a espécie envolvida, sendo que a primeira ocorre pela infecção do 
protozoário Leishmania infantum, também conhecida como L. chagasi, enquanto que 
a forma tegumentar ocorre pela infecção com as espécies de (Leishmania) 
amazonensis, (Viannia) guyanensis, L. (V.) lainsoni, L. (V.) naiffi, L. (V.) shawi e L. (V.) 
braziliensis . Morfologicamente, estes microorganismos são redondos a ovais, com 2 
a 4µm de tamanho, contendo núcleo esférico e basofílico, e pequeno cinetoplasto em 
forma de bastonete, quando observados em sua forma amastigota . 
A literatura ainda é carente de estudos relacionados quanto aos aspectos clínicos, 
parasitológicos e imunológicos referente à LT em cães e em gatos, porém já se tem 
relatos de gatos infectados com (Leishmania) amazonensis no Brasil, e cães 
infectados na América Latina . 
A LT apresenta distribuição mundial, sendo descritas ocorrências em 88 países, 
com registro anual de cerca de 1,5 milhões de casos em humanos6 . No Brasil, 
apresenta-se distribuída em todos os Estados, com notificação de cerca de 37 mil 
casos humanos entre os anos de 1997 a 2001. Originalmente pensava-se que se 
tratava de zoonose de animais silvestres, já que casos humanos só ocorriam quando 
os mesmos entravam em focos endêmicos, florestas, áreas de desmatamento e 
extrativismo porém ocorreu alteração do cenário, sendo observados casos próximos 
ao centros urbanos e domiciliares, o que implica na suspeita de animais domésticos 
como reservatórios dos agentes infecciosos. Para que ocorra a transmissão do 
parasito entre animais domésticos, silvestres e humanos é necessário a presença de 
vetor, flebotomíneo, que é um díptero pertencente à subfamília Phlebotominae. O 
 
 
32 
gênero mais importante no Brasil e no continente americano desta subfamília é o 
Lutzomyia, sendo os casos humanos normalmente transmitidos pelas espécies 
Lutzomyia whitmani ou intermedia . 
Os flebotomíneos possuem hábitos crepusculares ou noturnos, dependem de 
matéria orgânica para o desenvolvimento do seu ciclo evolutivo. Habitavam 
tipicamente as matas, porém, com a destruição dos seus habitats naturais e a 
disponibilidade de matéria orgânica no ambiente, são facilmente encontrados na 
região urbana e domiciliar . É relatado que alguns animais silvestres, gambá, por 
exemplo, e alguns animais domésticos (cães) agem como reservatórios naturais das 
leishmaniose . Na LT especificamente, existe a documentação de cães, gatos, 
eqüídeos e roedores domésticos infectados que participariam na observação da 
enfermidade na região urbana, porém, o envolvimento destes animais no ciclo de 
transmissão não foram esclarecidos . Sucintamente, o ciclo evolutivo da leishmaniose 
ocorre pelo repasto dos flebotomineos em hospedeiros vertebrados, que irão ingerir 
as formas amastigotas presentes em macrófagos destes hospedeiros infectados. Nos 
flebotomíneos, os parasitos se multiplicam e passam para a forma promastigota que 
serão inoculadas em outro hospedeiro após novo repasto sanguíneo. Após essa 
inoculação, os parasitos infectam macrófagos da pele e adquirem novamente a forma 
amastigota . 
 Em cães, a LT geralmente apresenta como sintomatologia: lesões ulceradas no 
pavilhão auricular, no focinho, na bolsa escrotal e na face. A doença tem curso crônico, 
o animal mantêm-se estável sistemicamente, porém as lesões podem aumentar em 
número e extensão, apresentar cura espontânea com recidivas posteriores, como 
também pode agravar, afetando mucosa nasal . Mas o que prevalece na literatura são 
achados de lesões únicas nos animais. Nos felinos, apesar de raramente manifestar 
leishmaniose, a forma tegumentar é a mais comum, sendo observados sintomatologia 
como: lesões ulceradas ou crostosas no plano nasal, nos lábios, no pavilhão auricular 
e nas pálpebras . Para o diagnóstico da LT devem ser consideradas as lesões 
encontradas e relacioná-las com outras doenças que causem úlceras cutâneas, tais 
como neoplasias, piodermatites, micoses6 , pênfigo foliáceo, lúpus eritematoso 
sistêmico, dermatose responsiva ao zinco, eritema necrolítico migratório, adenite 
sebácea e o linfoma . Entre as micoses, a esporotricose é diferencial importante, pois 
 
 
33 
além de ser tratar de zoonose, apresentam lesões muito semelhantes as da LT, além 
da ocorrência cada vez mais freqüente nas cidades . 
Quanto ao diagnóstico laboratorial, a literatura descreve a utilização do exame 
direto como diagnóstico mais confiável, além de mencionar outros exames de mesmo 
valor diagnóstico com o ELISA, o RIFI, Fixação de Complemento , PCRe 
recentemente a utilização de Citometria de Fluxo para a diferenciação de LV da LT 
através de IgG’s específicos, porém ainda experimentalmente . Dentre os exames 
laboratoriais acima citados, rotineiramente são indicados o exame direto através de 
material proveniente de raspado e biopsia de pele, aspirados de medula óssea e/ou 
linfonodos . Nestes aspirados das lesões, em animais positivos, podem ser visualizada 
a forma amastigota do parasito extracelular ou no interior de macrófagos, a não 
visualização das formas amastigotas não descarta a possibilidade do animal ser 
positivo, só evidencia que aquela área de punção não foi encontrada a presença do 
parasito. Por isso, exames sorológicos são comumente utilizados em clínicas 
veterinárias, como o ELISA e o RIFI6, que possam identificar a presença de anticorpos 
específicos para a leishmaniose, devido a alta sensibilidade e especificidade da 
associação destes dois métodos, sendo respectivamente 95%8 e 86,2% . Estes dois 
exames sorológicos são preconizados pelo MAPA como diagnóstico comprobatório 
de LVC . O PCR é o exame mais eficiente e capaz de identificar a espécie envolvida,apresentando 100% de especificidade e taxa de diagnósticos positivos quase 60% 
maior que os alcançados com sorologia21. Muitos laboratórios particulares oferecem 
essa opção de diagnóstico, mas o custo ainda é alto, o que levam muitos proprietários 
a realizarem apenas o exame sorológico. 
O tratamento das leishmanioses nos animais ainda é bastante discutido, já que 
não se obtém a cura parasitológica da enfermidade, mas proporciona maior qualidade 
de vida e maior longevidade aos animais afetados. Ao diagnosticar a enfermidade, o 
proprietário deve ser informado sobre a mesma, sobre a possibilidade de transmissão 
desta, sobre as medidas profiláticas que devem ser tomadas, sobre os custos que um 
tratamento pode acarretar, além de uma avaliação clínica mais criteriosa do paciente, 
avaliando a condição do mesmo perante o tratamento, através da avaliação de 
hemograma, proteínas séricas, função renal e hepática. O tratamento da leishmaniose 
não é preconizado pelo Ministério da Saúde, que recomenda a eutanásia dos animais 
infectados para o controle da doença. Porém, muitas clínicas veterinárias tratam os 
 
 
34 
animais, resguardadas de ação liminar judicial, com a associação de drogas a base 
de alopurinol e anfotericina B, para cães com LV. Quanto a LT, como ainda não há 
confirmação do animal ser fonte de infecção para os humanos , é ainda muito 
questionável a eutanásia dos mesmos como forma de controle, tanto que o Ministério 
da Saúde indica a eutanásia dos animais doentes quando as lesões evoluírem para o 
agravamento das afecções cutâneas, com surgimento de lesões mucosas e infecções 
secundárias que conduzirão o animal ao sofrimento. 
Medidas profiláticas devem ser tomadas para evitar o surgimento de qualquer 
forma da leishmaniose, e nisso abrange três pontos importantes: controle ambiental e 
individual, controle de animais doentes/eutanasia e controle do vetor. Visando a 
proteção do animal, recomenda-se a utilização de coleiras impregnadas com 
deltametrina 4%, com troca a cada 6 meses; limpeza do ambiente dos canis, retirando 
o excesso de matéria orgânica; aplicação de inseticidas a base de cipermetrina 
mensalmente nos canis; plantio de citronela e/ou neem, nos jardins, já que estas 
possuem ação repelente em insetos; e evitar passeios crepusculares ou noturnos, 
horário de maior atividade do flebotomíneo . Não existe vacina registrada contra LT. 
As medidas ambientais visam o controle do vetor através da limpeza de quintais e 
terrenos, alterando assim, as condições que proporcionem o estabelecimento de 
criadouros de formas imaturas do vetor; poda de árvores, visando aumentar a 
insolação sobre o solo, o que reduziria as condições favoráveis, de temperatura e 
umidade, para o desenvolvimento de larvas dos flebotomíneos; e destino adequado 
do lixo orgânico, a fim de impedir a aproximação de reservatórios silvestres, como 
marsupiais e roedores, prováveis fonte de infecções para os flebotomíneos. 
 E por ultimo, como não é preconizado tratamento para os animais doentes, cães 
positivos para LV devem ser eutanasiados e para LT não se recomenda a eutanásia. 
Cães errantes devem ser controlados, pois funcionam como fontes de infecção para 
a leishmaniose visceral. Medidas educativas, como divulgação à população dos riscos 
sobre a ocorrência de LT, devem ser inseridas em todos os serviços e ações de 
controle da enfermidade, requerendo assim, o envolvimento mais efetivo entre a 
população e órgãos públicos, visando desta forma, a saúde humana e animal . 
 
 
35 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Figura 13: Cuidados com cães e gatos. 
 
Fonte: https://www.ciavetchapeco.com.br/blog/_/dicas-e-cuidados 
Nos últimos anos, os problemas de pele que costumam acometer tanto cães 
quanto gatos têm se tornado mais frequentes, apesar dos desenvolvimentos técnico-
científicos proporcionarem novos tratamentos e informações sobre profilaxia. Então, 
entenda as causas do aumento dessas doenças nesses animais, para que medidas 
de tratamento e prevenção sejam melhor aplicadas. 
É verdade que, nos dias de hoje, os animais de estimação representam muito 
mais a uma família do que representavam à uma década atrás. Hoje em dia, cães e 
gatos fazem parte da família e, como tal, frequentam todo tipo de ambiente com os 
humanos. Porém, mesmo que os animais de estimação sejam de nossa família, é 
preciso ter em mente que, assim como uma criança pequena, seu cão ou gato precisa 
de alguns cuidados especiais. Muitos problemas de pele que acometem esses 
animais poderiam ser evitados se cuidados básicos ou observações frequentes 
fossem feitas. 
A dermatite de contato em gatos, por exemplo, pode ser evitada ao deixar seu 
gato longe de ambientes onde se utilizam produtos químicos e se lembrar de alimentá-
lo em recipientes de vidro, aço inoxidável ou pratos de cerâmica sem chumbo. No 
caso dos cachorros, um problema bem comum à pele é a chamada a dermatite 
atópica. O simples cuidado com a utilização de sabonetes, detergentes e alimentos 
que não provoquem alergia ao cão ajuda a restringir a frequência dessa doença. É 
muito importante lembrar que o ambiente atual vivido contém excesso de 
 
 
36 
componentes químicos e materiais ou tecidos que podem gerar alergia a pele ou 
doenças mais sérias em cães e gatos. 
Outro fator essencial para prevenir a ocorrência de dermatites é a hidratação. 
Por fim, é de suma importância que os donos prestem atenção à saúde de seus 
animais de estimação. Se vir, por exemplo, seu gato limpando excessivamente sua 
pele, ou observar grande perda de pelo em seus cães, leve-o ao veterinário e procure 
tratá-lo o quanto antes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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