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Parasitologia | Lorena C. Plens Ancylostomatidae Filo: Nematoda Classe: Chromadorea Família: Ancylostomatidae - possui diversas espécies de nematódeos hematófagos ● Ancylostoma duodenale ● Necator americanus ● Ancylostoma ceylanicum Doença: ancilostomose - larvas de alguns ancilostomídeos podem causar a larva migrans cutânea - N. americanus é a espécie predominante no mundo ● regiões endêmicas ○ sul e sudoeste da China ○ sul da Índia ○ sudeste asiático ○ África subsaariana ○ América Central e do Sul - A. duodenale é predominante em regiões de clima temperado a frio por possuir capacidade de dormência em tecidos do hospedeiro ● latitudes mais altas da China e da Índia ● Egito ● nordeste da Austrália ● localidades da América Latina: El salvador, Honduras, Argentina, Paraguai, Peru e Brasil - A. ceylanicum é mais prevalente na Ásia, onde é considerada uma zoonose mantida com cães e gatos Classificação e Morfologia - principal característica morfológica é a presença de cápsula bucal - divisão em várias subfamílias ● Ancylostominae → dentes na cápsula bucal ○ A. duodenale ○ A. ceylanicum ● Bunostominae → lâminas cortantes na margem da boca ○ N. americanus - fêmeas maiores do que os machos - presença de bolsa copuladora bem desenvolvida nos machos 1) Necator americanus - vermes adultos possuem forma cilíndrica e cápsula bucal com duas lâminas cortantes subventrais e duas subdorsais - Machos: ● 5 a 9 mm ● bolsa copuladora com dois espículos longos (sem gubernáculo) - Fêmeas: ● 9 a 11 mm ● extremidade anterior afilada sem a presença de processo espiniforme 2) Ancylostoma duodenale - vermes adultos possuem 2 pares de dentes ventrais na margem interna da boca e duas lancetas subventrais no fundo da boca - Machos: ● 8 a 11 mm ● bolsa copuladora com dois espículos e gubernáculo - Fêmeas: ● 10 a 18 mm ● vulva no terço posterior do corpo ● cauda afilada com pequeno processo espiniforme terminal 3) Ancylostoma ceylanicum - morfologia e tamanho semelhantes ao A. duodenale - presença de dois pares de dentes da cápsula bucal Ciclo Biológico - monoxênico - ovos liberados nas fezes do hospedeiro dão origem aos dois primeiros estágios larvais (L1 e L2) - L3 forma infectante - em ambientes de boa oxigenação (terrenos arenosos), umidade e temperatura a eclosão de L1 ocorre em 12 a 24 hrs, a mudança de L1 para L2 ocorre em 3 a 4 dias e a mudança para L3 após 5 dias - o homem adquire a infecção pela penetração na pele ou pela ingestão da L3 - penetram em tecidos do hospedeiro pela movimentação da larva ● penetração dura cerca de 30 minutos - L3 liberam a cutícula no meio externa e migram pela circulação sanguínea ou linfática até alcançar os pulmões - atravessam os capilares do pulmão para a luz dos alvéolos pulmonares → brônquios → traquéia - nos pulmões ocorre a mudança para L4 devido a alta oxigenação → atingem a laringe e podem ser expectoradas ou engolidas Parasitologia | Lorena C. Plens - engolidas: migram até o intestino delgado ● exercem a hematofagia - após 15 dias de infecção se tornam adultos - ocorre reprodução sexuada: ● fêmeas depositam ovos no lúmen intestinal que são liberados para o meio pelas fezes - hematofagia ocorre antes da produção dos ovos e continua por toda a vida do parasito - podem viver por anos no intestino humano Patogenia e Manifestações clínicas - após a penetração de L3 na pele o primeiro sintoma são erupções papulovesiculares pruriginosas eritematosas - os outros sintomas são ocasionados pela migração larval: ● tosse ● inflamação na garganta e febre - trato respiratório: ● coriza ● faringite ● laringite ● sensação de obstrução da garganta ● dor ao falar e deglutir - TGI: ● dor epigástrica ● diminuição de apetite ● indigestão ● cólicas ● náuseas e vômitos ● flatulência e diarreia ● em casos mais graves: ulceração intestinal e colecistite - após a larva se estabelecer no hábitat final, a laceração da mucosa e submucosa e a secreção de enzimas hidrolíticas e agentes anticoagulantes → intensa perda de sangue intestinal - anemia por deficiência de ferro e hipoalbuminemia (perda de plasma, desnutrição e diminuição da capacidade de síntese de albumina no fígado) - anemia microcítica e hipocrômica - eosinofilia - poucos parasitas → sintomas leves - muitos parasitas → dores epigástricas, náuseas, dispneia, palpitações, dores no esterno e juntas, dor de cabeça, fadiga e impotência - alotriofagia (Síndrome de Pica) → apetite compulsivo por substâncias não nutritivas como solo, argila, tijolos ou areia Imunologia - a infecção por ancilostomídeos reduz a capacidade do hospedeiro em montar uma resposta imune eficiente para eliminar o parasito Profilaxia - melhoria socioeconômica - infraestrutura sanitária - educação em saúde - hábitos de higiene - uso de calçados - vacinação (uso foi descontinuado)