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Farmacoterapia para Transtornos do Humor

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Farmacologia II – 3ª etapa 
Pedro Antônio 
 FARMACOTERAPIA TRANSTORNO DO HUMOR 
 Nos transtornos de humor o sistema límbico vai ter grande importância, é o circuito das 
emoções, comportamentos. 
 Humor quer dizer liquido, e o liquido ocupa o formato do recipiente que ele é introduzido. 
 Transtornos do humor: 
 Depressão 
 Transtorno bipolar -> é recorrente, pode ser remissivo, não escolhe classe social e a 
epidemiologia é mais comum em mulheres do que em homens. 
 Normalmente o THB começa por volta dos 30 anos, é uma doença que possui dois polos: 
maníaco e depressivo. 
 Se olhar o paciente somente com episódio depressivo e tratar com antidepressivo, é 
inadmissível, isso vai fazer com que ele cicle para o polo maníaco e ai muitas vezes os 
diagnósticos pelos clínicos são feitos através desse erro. 
 Sinônimos e termos relacionados: psicose maníaco-depressiva, transtorno ou doença afetivo 
bipolar, incluindo tipos específicos de doenças ou transtornos do humor, como ciclotimia, 
hipomania e transtorno misto do humor. 
 Ciclotimia -> tem um tempo diferente do THB 
 Distimia -> é definida como uma tristeza que ocorre durante pelo menos dois anos, juntamente 
com pelo menos dois outros sintomas da depressão 
 Classificação: 
 Transtorno do humor bipolar tipo 1: mania e depressão 
 A mania é relatada como uma sensação maravilhosa pelos pacientes, ele se comporta como se 
fosse uma pessoa muito importante, seus pensamentos são grandiosos, acha que pode mandar 
no universo. 
 Apresentam hiperatividade. 
 Também é marcada por uma mudança no comportamento acompanhado da sexualização. 
 Paciente apresenta um taquipsiquismo em que ele começa a pensar tão rápido que vai 
apresentar uma pressão de discurso, que é aquela pessoa que fala muito, interrompe as outras 
pessoas. 
 Algumas pessoas queixam diminuição do sono, não é insônia. 
 Então o prejuízo laboral ou social podemos chamar de mania, e nesse caso, o paciente quando 
está no ciclo mania não pode ser tratado em casa, não é possível fazer uma prescrição 
ambulatorial. 
 Na mania o paciente precisa de ter humor exaltado por mais de 4 dias e mais 3 critérios: 
taquipsiquismo, pressão de discurso, aumento da autoestima, diminuição do sono, mudança de 
comportamento associado a sexualização, sensação de importância e interferência no universo. 
 Se o paciente tiver um episódio de mania na vida já é caracterizado como THB 1 
 A depressão o paciente precisa apresentar os sintomas para se encaixar, como os 3 critérios 
maiores mais humor triste ou 3 critérios maiores mais humor irritável, estes são os critérios do 
DSM-V. 
 Paciente no THB 1 quando não está no episódio de mania normalmente cicla pra depressão, 
dificilmente fica eutímico 
 Transtorno do humor bipolar tipo 2: hipomania e depressão 
 A hipomania é quando o paciente tem os mesmos sintomas da mania, porém não causa mal 
nenhum a si mesmo nem a ninguém. O tratamento pode ser ambulatorial e o paciente pode ir 
para casa. 
 É necessário que o paciente tenha 2 episódios de hipomania para se enquadrar no THB 2 
 Ciclotimia: é quando o paciente não preenche o quadro de depressão e nem o de mania, mas o 
paciente tem 3 a 4 flutuações por ano entre esses polos da depressão subsindrômica e 
hipomania. 
 Transtorno de humor bipolar misto: é quando o paciente preenche o ciclo da mania e preenche 
o ciclo da depressão só que ele cicla mais vezes que o paciente que tem transtorno bipolar. 
 LÍTIO 
 A única droga que preenche o critério de estabilizador de humor é o lítio, especificamente o 
carbolitium. É quando o paciente que está em depressão tem o humor regulado para cima e o 
paciente quando está em mania tem o humor regulado pra baixo, fazendo com que dos dois 
jeitos a pessoa chegue mais próximo da linha do eutímico. 
 O lítio possui alguns efeitos colaterais que precisa ser monitorado por exame de sangue 
frequentemente, e alguns pacientes são resistentes ao uso do lítio sozinho sendo necessário que 
haja associação de outras classes de medicamentos, como o antipsicótico, anticonvulsivante e 
em alguns casos até o antidepressivo. 
 O lítio é um metal alcalino mais leve, é da família 1A da tabela periódica. 
 Compartilha muito suas propriedades com o sódio e potássio, a diferença química seria o raio 
do átomo. Inclusive uma das teorias é que ele consiga manipular canais de sódio e potássio. 
 O lítio é facilmente dosado na corrente sanguínea por ser um íon = litemia 
 No 5º dia após o começo do uso da medicação é necessário que o paciente faça a dosagem de 
lítio, porque é um medicamento que vai cursar com vários efeitos colaterais que estão ligados 
diretamente a concentração plasmática sanguínea da droga. 
 O carbonato de lítio é comercializado na forma de 300mg. Sua utilização começa com 300mg, 
no outro dia passa pra 600mg até chegar 900mg. A faixa terapêutica ideal gira em torno de 
900mg a 1200mg por dia. 
 Faixa terapêutica do lítio na corrente sanguínea é de 0,6 até 1,2 (mania) 
 Potencializando com antidepressivo: 600 a 900 mg/dia (0,4 a 0,6). 
 O paciente pode recusar a usar o lítio quando se encontra na fase de mania, ele tem uma 
sensação tão boa que muitas vezes não vai querer usar a medicação por achar que vai ser menos 
competente, que vai deixar de ser uma pessoa importante. 
 O uso de lítio em pacientes que não apresentam THB não são observados efeitos farmacológicos, 
ou seja, em pessoas eutímicas não tem efeito. 
 O lítio não é sedativo, não é euforizante 
 O lítio tem boa absorção via oral, o pico acontece de 2 a 4h 
 Tem passagem na barreira hematoencefálica de forma lenta. 
 A concentração no cérebro é de 50 ou 40% da concentração do plasma 
 Ele tem eliminação renal, e com isso atrapalha ação do hormônio antidiurético nas vias urinarias. 
Paciente pode ter um quadro de diabetes insipidus nefrogênica 
 Tem eliminação na saliva também, e na boca diminui a concentração de saliva, sendo necessário 
aumentar a higiene bucal para não ter cáries. 
 A posologia é de 8/8h ou 2 comprimidos de 12/12h, mas pode ser feito de uma vez também, 
farmacodinamicamente não faz diferença 
 Paciente com febre, diarreia e usando diurético não se pode pedir a litemia, porque vai ter uma 
alteração nos trocadores de sódio e isso vai fazer com que ocorra a retenção de lítio, alterando 
o resultado do exame. 
 Paciente com uso de lítio e urinando muito -> faz um AINE (indometacina) porque vai ocorrer a 
vasoconstrição da arteríola aferente do rim e vai diminuir o volume de sangue que chega no rim, 
diminuindo a diurese e consequentemente a perda de lítio excessiva. O uso da hidroclorotiazida 
também pode ser feito, quando utilizada de forma crônica diminui o aporte sanguíneo para os 
rins. 
 A maior parte da reabsorção do Li+ se dá no túbulo proximal renal. A retenção de lítio pode estar 
aumentada por qualquer diurético que aumente a depleção de Na+. A excreção renal pode ser 
aumentada pelo uso de diuréticos osmóticos. Espironolactona não aumenta a excreção de Li -> 
essa reabsorção pode gerar a intoxicação por lítio que é marcada pela litemia acima de 1,2, 
lembrando que a margem terapêutica do lítio é muito curta. 
 É uma droga ‘’perigosa’’ por ter essa faixa terapêutica muito curta, podendo alcançar a 
sobredose de forma rápida. Mas ela é a única droga que diminui a mania e melhora a depressão 
e PREVINE as próximas crises, coisa que os outros medicamentos não fazem. 
 Exames devem ser solicitados antes da prescrição de lítio, e são eles: 
 TSH / T3 e T4 
 B-HCG 
 Eletrocardiograma 
 Dosar sódio e potássio 
 Creatinina para avaliar função renal 
 MECANISMO DE AÇÃO 
 O mecanismo de ação do lítio é incerto, mas acredita-se que tenha uma afinidade pela inositol 
monofosfatase (IP1). A fosfolipase C pega o fosfolipídeo de membrana e transforma em IP3 e 
DAG. O IP3 vai aumentar a concentração de cálcio dentro da célula. O IP3 então vai ser reciclado 
por essa enzima (IP1) e volta a ser substratoda fosfolipase C. O lítio por sua vez inibe a enzima 
(IP1) aumentando a quantidade de DAG porque não vai haver produção de IP3, e o diacilglicerol 
vai ser responsável por ativar proteínas tirosina quinase estabilizando o humor na via 
mesolímbica. 
 O lítio também tem uma 
ação secundária, ele inibe a 
liberação de dopamina pelo 
neurônio pré-sináptico 
auxiliando nos sintomas de 
mania. 
 E a terceira ção do lítio é que 
ele possa interferir nos 
canais de sódio e potássio, 
impedindo que tenha 
fechamento dos canais de 
potássio e dessa maneira 
ocorrendo o efluxo de 
potássio, gerando uma 
dificuldade da 
despolarização rápida, essa 
teoria fala sobre a melhora 
do taquipsiquismo, pressão 
de discurso, hiperatividade. 
 TRATAMENTO: 
 Lítio -> principal objetivo é deixar o paciente eutímico 
 Ácido valproico, topiramato, lamotrigina são os mais utilizados 
 Antidepressivos, mas não em monoterapia 
 Antipsicóticos de 2ª geração -> olanzapina, quetiapina 
 Eletroconvulsoterapia -> vai ser muito indicado para mulheres gravidas que apresentam THB, 
visto que elas não podem fazer uso de lítio e nem das outras drogas no 1ª trimestre da gestação 
por causarem distúrbios cardiovasculares no feto. Toda mulher gravida que usa lítio precisa fazer 
o desmame, diminuindo cerca de 25% da dose por mês ou a cada 20 dias. Uma opção também 
é ir retirando o lítio e associando antipsicótico ou anticonvulsivante em baixas doses, como a 
lamotrigina que não tem estudos conclusivos sobre o uso na gestante e má formação fetal. Se 
entrar em depressão grave ou mania -> ECT 
 
 Associações: 
 Paciente não adaptou com o lítio, então foi prescrito um ac. Valproico mas ele ficou muito 
depressivo, então associa a lamotrigina (é uma droga que quando o paciente se encontra 
depressivo ela resolve muito bem). 
 Pode usar ac. Valproico ou lamotrigina com antidepressivo (lamotrigina + olanzapina) 
 Litio + ácido valproico -> bom para a mania, os efeitos colaterais são menos frequentes 
 Lítio + carbamezepina -> bom para mania 
 Tem pacientes que conseguem regular o humor usando apenas olanzapina 
 INTERAÇÃO 
 O uso de IECA com BRA + lítio é uma combinação não recomendada, esses anti-hipertensivos 
alteram a concentração de potássio e retém lítio. 
 O lítio também tem uma ação sobre os hormônios da tireoide, ele consegue inibir a captação de 
iodo e a enzima peroxidase, e consequentemente a diminuição de T3 e T4. Se essa diminuição 
cursar com sintomas, prescrever a reposição com medicamento. Existem casos que quando o 
paciente utiliza o PURAN, os sintomas depressivos melhoram. 
 INTOXICAÇÃO POR LÍTIO 
 
 INDICAÇÕES: 
 Transtorno bipolar do humor. 
 Ciclotimia. 
 Depressão maior. 
 Transtorno esquizoafetivo. 
 Agressividade. 
 Impulsividade. 
 Prevenção do suicídio. 
 EFEITOS COLATERAIS: 
 Acne 
 Aumento do peso 
 Pode apresentar hipotireoidismo 
 Ataxia 
 Cárie 
 Convulsão 
 Déficit de memória 
 Dermatite esfoliativa 
 Sindrome de Steve Johnson (rara)

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