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Página 1 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Prof. Diego Pureza @prof.diegopureza /profdiegopureza https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://t.me/profdiegopureza https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://t.me/profdiegopureza https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://t.me/profdiegopureza https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://t.me/profdiegopureza https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://t.me/profdiegopureza https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://t.me/profdiegopureza https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://t.me/profdiegopureza https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://t.me/profdiegopureza https://t.me/profdiegopureza https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ https://t.me/profdiegopureza Página 2 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP SUMÁRIO AÇÃO PENAL .................................................................................................................................. 3 CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL .............................................................................................. 3 Ação Penal Pública ................................................................................................................ 4 ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL ..................................................................................... 8 Ação Penal Privada .............................................................................................................. 11 PEÇAS ACUSATÓRIAS: DENÚNCIA E QUEIXA-CRIME ............................................................... 15 Requisitos necessários da peça acusatória ......................................................................... 15 Prazo para o oferecimento da Denúncia ............................................................................. 16 Prazo para o oferecimento da queixa-crime ....................................................................... 17 Aditamento da queixa-crime ............................................................................................... 17 CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE .................................................................................. 17 Renúncia .............................................................................................................................. 17 Perdão do ofendido ............................................................................................................. 18 Perempção .......................................................................................................................... 19 Morte do autor dos fatos .................................................................................................... 20 Reconhecimento da extinção da punibilidade .................................................................... 20 PODER DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE REQUISITAR INFORMAÇÕES ......................................... 20 OBRIGATORIEDADE DE NOTÍCIA CRIMINIS POR JUÍZES .......................................................... 21 AÇÃO PENAL PARA AS CONTRAVENÇÕES PENAIS .................................................................. 21 https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 3 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP AÇÃO PENAL CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL No Brasil, a ação penal divide-se em Ação Penal de iniciativa Pública e Ação Penal de iniciativa Privada. A regra geral é no sentido de que a ação penal de determinado crime sempre será pública e, excepcionalmente, quando a lei expressamente assim afirmar, será privada. Com isso, podemos concluir: No silêncio da lei, ou seja, quando a lei for omissa em relação à ação penal de determinado crime, então será perseguido mediante ação penal pública. Será, excepcionalmente, perseguido mediante ação penal privada (ou até mesmo outra espécie de ação penal pública como a condicionada a representação) quando houver previsão expressa nesse sentido. A ação penal de iniciativa pública tem como titular o Ministério Público e pode ser incondicionada (regra geral) ou condicionada (à representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça). A ação penal de iniciativa privada, por sua vez, subdivide-se em exclusivamente privada, personalíssima e subsidiária da pública. A seguir, iremos aprofundar em cada uma das espécies e subespécies de ação penal. Nesse sentido, eis esquema ilustrativo: https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 4 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Ação Penal Pública Previsão legal: art. 129, I, da Constituição Federal, arts. 24 e 257, do Código de Processo Penal e art. 100 do Código Penal. Titular: Ministério Público. Peça acusatória: Denúncia. “Notitia criminis” no estudo do Inquérito policial tivemos a oportunidade de estudarmos o tema sobre a notícia crime. Em se tratando de crime de Ação Pública, qualquer cidadão poderá levar a informação do fato ao MP, nos termos do art. 27 do CPP: “Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção”. Ação Penal Pública Incondicionada: trata-se da regra tratada em linhas acima. Presente a justa causa, ou seja, diante da prova da materialidade do crime e de indícios de autoria, o Promotor de Justiça (Ministério Público é o titular da ação) deverá oferecer a denúncia, não dependendo, para tanto, de nenhuma condição ou implemento (incondicionada). Nesse sentido, assim prescreve o art. 24 do CPP: “Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo”. CUIDADO: Importante destacar hipótese envolvendo interesse patrimonial público. Nesse sentido, importante frisar que “Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública” incondicionada (§2º do art. 24 do CPP). Apesar de o referido parágrafo não mencionar o termo “incondicionada”, por não exigir representação ou requisição é correto afirmar que refere-se, ainda que implicitamente, à ação penal pública incondicionada. Outro tema que é comumente cobrado em provas econcursos públicos recai sobre o estudo dos princípios que norteiam a ação penal pública. Abaixo, estudaremos todos os https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 5 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP respectivos princípios que, uma vez compreendidos, proporcionarão clara compreensão do tema ora objeto da presente aula: (a) Oficialidade: o titular da ação penal (Ministério Público) é órgão oficial, ou seja, trata-se de órgão público. (b) Obrigatoriedade: Uma vez presentes as condições da ação já estudadas, o Ministério Público estará obrigado a agir, a ingressar com a ação penal apresentando a denúncia. Exceção: em determinados casos expressamente previstos em lei, como na possibilidade de transação penal nas infrações penais de menor potencial ofensivo, o Ministério Público poderá deixar de promover a ação penal (art. 76 da Lei nº 9.099/95). (c) Indisponibilidade: o Ministério Público não poderá abandonar/abrir mão/desistir da ação penal proposta, nem do recurso já interposto (art. 42 do CPP). (d) Intranscendência ou pessoalidade: a ação penal somente poderá ser proposta contra o suposto autor do fato criminoso, não podendo atingir pessoas estranhas ao fato. (e) Indivisibilidade: o Ministério Público estará obrigado a oferecer denúncia contra todos os supostos sujeitos envolvidos, seja coautores, seja partícipes, não podendo deixar nenhum envolvido de fora da peça acusatória. (f) Autoritariedade: O titular da ação (membro do Ministério Público) é autoridade pública. ATENÇÃO: Pode acontecer a hipótese de o Ministério Público entender ser o caso de arquivamento (ex: falta de justa causa), não apresentando a denúncia e requerendo o arquivamento do inquérito policial. Nessa hipótese, aplica-se as regras do art. 28 do CPP. Ocorre que a referida norma foi alterada pelo Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019). Todavia, o STF, por meio de decisão liminar do Min. Luiz Fux, suspendeu a eficácia da nova redação e, nesse caso, continuaremos aplicando a antiga redação até que sobrevenha decisão definitiva do Plenário da Suprema Corte. Vale a pena destacar as diferenças: Artigo 28 do Código de Processo Penal ANTES da Lei nº 13.964/2019 DEPOIS da Lei nº 13.964/2019 Caso o juiz discorde do pedido ministerial deverá fazer a remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, e este terá as seguintes alternativas: a) Oferecer a denúncia; b) Designar outro órgão do Ministério Público para oferecer a denúncia; c) Insistirá no pedido de arquivamento, hipótese em que o juiz estará obrigado a atender. Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 6 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. Ação Penal Pública Condicionada: Assim como na espécie anteriormente estudada, aqui o titular da ação também é o Ministério Público, que, todavia, não poderá agir de ofício (sem provocação). Isso porque, como o próprio nome da espécie de ação penal já sugere, o Ministério Público dependerá da prévia manifestação da vontade do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça (art. 24 do CPP e art. 100 do CP). O fundamento da exigência de condição reside no fato de que alguns crimes podem atingir o íntimo do ofendido de tal forma que a persecução penal poderia causar-lhe um constrangimento ainda maior, maior até mesmo que a impunidade do infrator (escândalo do processo ou strepitus judicis), daí porque a lei transfere ao ofendido, seu representante legal ou ao Ministro da Justiça a decisão de representar/requisitar contra o suposto criminoso. Ademais, conforme estudado em aula anterior, sequer o inquérito policial poderá ser instaurado sem a representação ou requisição em tais crimes (art. 5º, §4º, do CPP). É norteada pelos mesmos princípios orientadores da ação penal pública incondicionada, porém é importante destacar uma diferença: CUIDADO: considerando o fato de que o membro do Ministério Público depende de implemento ou condição nessa espécie de ação penal (representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça) prevalece na doutrina que inicialmente haverá a incidência do princípio da oportunidade, pois ficará a critério da vítima ou do Ministro da Justiça a decisão de apresentar a representação/requisição ou não. Mas, uma vez apresentado a representação (ou requisição), aí sim haverá incidência do princípio da obrigatoriedade, obrigando o Ministério Público a oferecer a denúncia. Em razão das peculiaridades próprias que cada implemente/condição da ação penal pública condicionada possui, estudaremos ambas em apartado: Representação do ofendido/vítima: a representação pode ser apresentada pelo ofendido ou por seu procurador com poderes especiais diretamente ao titular da ação penal (Ministério Público), bem como à autoridade policial ou o juiz (art. 39 do CPP). Não há a exigência de nenhum procedimento rígido para a representação, podendo ser feita de forma escrita ou oral. A única exigência que a lei estabelece é que no caso da representação ser feita oralmente ou por escrito, sem assinatura autenticada do ofendido, ou de seu representante legal ou procurador, então deverá ser reduzida a termo (escrito), perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida (§1º do art. 39 do CPP). Além disso, vale destacar outras peculiaridades da representação previstas nos §§2º ao 5º, do art. 39, do CPP: https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 7 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP “Art. 39. [...] § 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria. § 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. § 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito. § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias”. Em relação à titularidade para representar, temos: a) vítima menor de 18 anos: somente o seu representante legal estará autorizado a oferecer a representação. Na hipótese da vítima ser órfã, representará aquele que tiver a guarda fática ou jurídica do menor; b) vítima menor com interesses que colidem com os dos pais: deverá ser nomeado curador especial. c) vítima maior de 18 anos: apenas a própria vítima poderá representar. d) vítima já falecida (ou declaradaausente por decisão judicial): nesta hipótese, o direito de representação recairá, necessariamente na seguinte ordem: ao cônjuge (ou companheiro), ascendente, descendente ou irmão (§1º do art. 24 do CPP). DICA: para se lembrar da ordem dos sucessores da vítima, basta escrever as iniciais de cada sucessor na ordem determinada pela lei que formará a palavra CADI. e) vítima é pessoa jurídica: a representação deverá, necessariamente, ser apresentada pelo representante legal (previsto no estatuto da pessoa jurídica). ATENÇÃO: A apresentação da representação não obrigará o Ministério Público a oferecer a denúncia. O MP deverá analisar os elementos de informação objetivando identificar a presença de justa causa além da representação, ou seja, sem o lastro probatório mínimo para o oferecimento da denúncia, não há como o Promotor de Justiça oferecer a denúncia, uma vez que a peça acusatória estará fadada à rejeição do juiz. Por fim, podemos citar como exemplos de crimes que se perseguem mediante representação do ofendido o crime de lesão corporal leve (art. 129 do CP c/c art. 88 da Lei nº 9.099/95); lesão corporal culposa (art. 129, §6º, do CP c/c art. 88 da Lei nº 9.099/95; perigo de contágio venéreo (art. 130, §2º, do CP), etc. https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 8 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Retratação da representação: nas hipóteses em que o ofendido, após apresentar a representação, se arrependa. Nesses casos, é possível que a vítima se retrate da representação já apresentada desde que seja feita até o oferecimento da denúncia (art. 25 do CPP e art. 102 do CP). É possível até mesmo a reconsideração da retratação (retratação da retratação), desde que ocorra dentro do prazo decadencial de 06 meses. Prazo para a representação: o prazo para que a representação seja apresentada é de seis meses, contado do dia em que o ofendido (ou seu representante legal) vier a saber quem é o autor do crime (prazo decadencial), conforme o art. 38 do CPP. Na hipótese de concurso de agentes (pluralidade de criminosos), caso o ofendido represente contra apenas um dos supostos criminosos, o membro do Ministério Público poderá estender a representação em relação aos demais. Requisição do Ministro da Justiça: existem raras hipóteses em que a lei nacional exige, como condição de procedibilidade da ação penal, manifestação formalizada do Ministro da Justiça (art. 24 do CPP). Trata-se de ato político, preponderando razões de natureza política. Destaca-se os seguintes casos: a) Crimes praticados por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3º, “b”, do CP); b) Crimes contra a honra praticados contra Chefe de Governo estrangeiro (art. 141, I, c.c. o parágrafo único do art. 145 do CP); c) Crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República (art. 141, I, c.c. o parágrafo único do art. 145 do CP). ATENÇÃO: Assim como na ação penal pública condicionada a representação, aqui a apresentação da requisição também não obrigará o Ministério Público a oferecer a denúncia. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL A Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime) acrescentou a possibilidade de o Ministério Público celebrar o chamado Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o autor dos fatos visando evitar o prosseguimento da persecução penal diante do cumprimento de medidas restritivas de direito. Todavia, o ANPP só é possível em algumas hipóteses, desde que preenchido determinados requisitos, além de possuir procedimento próprio. Eis o teor do artigo 28-A do CPP: https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 9 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP “Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto- Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 10 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. § 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. § 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. § 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. § 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. § 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladasno acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. § 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. § 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 11 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. Ação Penal Privada Previsão legal: art. 30 do CPP e art. 100, §2º, do CP. Titular: Ofendido ou seu representante legal. Peça acusatória: Queixa-crime. Na ação penal de iniciativa privada, o titular do direito de agir será o ofendido (com capacidade processual) ou seu representante legal. O fundamento de o ofendido atuar como substituto processual reside no fato de que alguns crimes podem atingir o íntimo do ofendido de tal forma que a persecução penal poderia causar-lhe um constrangimento ainda maior, maior até mesmo que a impunidade do infrator (escândalo do processo ou strepitus judicis). Trata-se, no caso, de substituição processual, em que o ofendido age em nome próprio defendendo interesse alheio (já que o direito de punir pertence ao Estado). É norteada pelos seguintes princípios: (a) Oportunidade ou conveniência: a vítima terá a oportunidade de ajuizar a ação penal se assim desejar, ou seja, terá o poder da decisão. (b) Disponibilidade: a vítima também poderá abrir mão da ação penal privada por meio de institutos próprios, que ensejarão a extinção da punibilidade (ex: renúncia, perdão, perempção e decadência, previstas entre os arts. 49 a 62 do CPP). (c) Indivisibilidade: na hipótese de concurso de agentes a vítima não poderá optar por processar criminalmente um ou outro réu, ou seja, deverá mover a ação contra todos os envolvidos ou contra nenhum e o MP velará pela indivisibilidade (art. 48 do CPP). (d) Intranscendência ou pessoalidade: a ação penal somente poderá ser proposta contra o autor do crime, não podendo alcançar pessoas estranhas ao fato criminoso praticado. A ação penal privada poderá ser de três espécies: exclusivamente privada; personalíssima; e, subsidiária da pública. Ação Penal Exclusivamente Privada: Ação penal privada propriamente dita será aquela titularizada pelo ofendido ou seu representante legal, admitindo-se sucessão nas hipóteses de morte ou ausência do ofendido, no qual será sucedido pelo cônjuge (ou companheiro), ascendente, descendente ou irmão (CADI), conforme prescreve o artigo 31 do CPP. https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 12 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Ou seja, quando o assunto é ação penal privada, tal espécie será a regra. Aprofundando em relação à titularidade exposta assim, podemos afirmar que: a) na hipótese de a vítima ser menor de 18 anos, somente o seu representante legal poderá oferecer a queixa-crime. Sendo a vítima órfã, representa quem tem a guarda fática ou jurídica da mesma. Além disso, assim determina o art. 33 do CPP: “Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal”. b) na hipótese de a vítima ser maior de 18 anos: ela poderá apresentar a queixa-crime (ou seu representante legal); c) na hipótese de morte da vítima (ou se ela foi declarada ausente por meio de decisão judicial), o direito de representação passará ao cônjuge (ou companheiro), ascendente, descendente ou irmão (CADI – art. 31 do CPP). Além disso, assim determina o art. 36 do CPP: “Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone”. d) Sendo a vítima pessoa jurídica (ex: crime de difamação praticado contra o nome da empresa), a queixa-crime deverá ser oferecida por seu representante legal, devidamente constante do estatuto da empresa. Por fim, cite-se o art. 37 do CPP: “Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios- gerentes”. Prazo para o oferecimento da queixa-crime: é de seis meses, contado do dia em que o ofendido (ou seu representante legal) tomar conhecimento de quem é o autor do crime, sendo o prazo decadencial (material). https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 13 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Obs: Destaca-se exceção na qual a contagem do prazo não será iniciada a partir do conhecimento da autoria do crime: no crime de ‘induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento’ (art. 236, parágrafo único, do CP) o prazo decadencial será iniciado a partir do trânsito em julgado da sentença que anulou o casamento (crime que será destacado na espécie de ação penal privada seguinte). Ação Penal Privada Personalíssima: a única diferença entre esta espécie e a anterior reside na titularidade. Nesta espécie, o direito de agir é atribuído com exclusividade à vítima. Não há a mesma possibilidade de substituição do titular da ação penal como na espécie anterior, seja para o representante legal, seja para os personagens descritos no art. 31 do CPP (CADI). Na hipótese da vítima vir a falecer, extinguir-se-á a punibilidade. Se o ofendido for incapaz, deve-se aguardar a cessação da causa da incapacidade para que ele próprio ofereça a queixa-crime se assim decidir. Tal espécie de ação penal possui uma única hipótese de incidência no ordenamento jurídico-penal, no caso do crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, previsto no art. 236 do CP, cite-se: “Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento”. Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: conforme será estudado em capítulo próprio sobre a peça acusatória, nas hipóteses de ação penal pública o Ministério Público, conforme o caso (réu preso ou solto), contará com prazo limite para oferecer a denúncia. Pode ocorrer ainda que o Ministério Público perca o prazo, não oferecendo a peça acusatória dentro do prazo legal. Em tais hipóteses, surgirá a oportunidade do ofendidooferecer queixa-crime em face do suposto infrator. Trata-se de ação facultativa, a ser exercida pela vítima no prazo decadencial de sei meses. A contagem do prazo será iniciada da data em que termina o prazo de denúncia para o Ministério Público. CUIDADO: A natureza da ação penal continuará pública. O que efetivamente ocorrerá será a oportunidade do ofendido oferecer a queixa diante da inércia do Ministério Público. Nesse sentido, uma vez oferecido a queixa, o Ministério Público retomará a titularidade da ação penal, podendo, inclusive, aditar a peça acusatória. A ação penal privada subsidiária da pública possui previsão constitucional, além de previsões muito parecidas no Código de Processo Penal e no Código Penal: https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 14 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP “Art. 29 do CPP. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal”. “Art. 100, § 3º, do CP. A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal”. “Art. 5º, LIX, da CF/88. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”. Justiça Gratuita nos crimes de Ação Privada Assim prescreve o artigo 32 do CPP: “Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal. § 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família. § 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir o ofendido”. Quadro de resumo: TIPOS DE AÇÃO PENAL AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA Peça Acusatória Denúncia Queixa-crime Incondicionada Condicionada a Personalíssima https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 15 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Legitimidade Representação Requisição Exclusiva privada Subsidiária da pública Ministério Público MP (mediante repres. do ofendido ou rep. Legal) MP (mediante requisição do Ministro da Just.) Ofendido ou representante legal Só ofendido Ofendido ou representante legal PEÇAS ACUSATÓRIAS: DENÚNCIA E QUEIXA-CRIME Considerando que a peça acusatória (denúncia e queixa) possuem peculiaridades importantes e com muita incidência em provas e concursos, se faz necessário estudarmos em capítulo próprio. Já tivemos a oportunidade de entender que a peça acusatória, seja denúncia (ação penal pública), seja queixa-crime (ação penal privada), é instrumento técnico que objetiva iniciar a ação penal, contendo a exposição dos fatos que, em tese, constituem a infração penal, com o pedido de aplicação da sanção penal ao suposto infrator, bem como com a indicação dos elementos informativos que dão suporte a pretensão punitiva. A seguir, passaremos a estudar as características que são comuns a ambas as espécies de peça acusatória, tratando de cada espécie em apartado sempre que necessário. Requisitos necessários da peça acusatória O art. 41 do CPP destaca todos os requisitos necessários da denúncia ou queixa, sendo imperioso analisarmos cada requisito: “Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”. a) Exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; b) Qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo; c) Classificação do crime; d) Rol de testemunhas; https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 16 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP e) Parte autenticativa: a doutrina ainda acrescenta o presente requisito. Refere-se a obrigatoriedade de se identificar com nome e assinatura o autor da peça acusatória, sendo que sua ausência poderá acarretar a inexistência do ato, com a consequente rejeição da peça acusatória, ou configurar mera irregularidade no caso de fácil identificação do responsável da peça e de sua manifestação da vontade de promover a ação penal. No caso da queixa-crime, considerando se tratar de interesse particular, poderá ser oferecida por procurador com poderes especiais, conforme determina o artigo 44 do CPP: “Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal”. Prazo para o oferecimento da Denúncia Já tivemos a oportunidade de estudarmos em aula anterior que a autoridade policial possui prazos para a conclusão do inquérito policial. Assim também acontece com o Ministério Público ao receber os autos do inquérito. Em relação ao prazo para oferecer a denúncia, assim prescreve o art. 46 do CPP: “Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. § 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação. Com isso, podemos extrair as seguintes conclusões: O prazo para o oferecimento da denúncia começa a partir do momento em que o Ministério Público toma posse dos elementos de informação necessários para a formação da justa causa, seja por meio do recebimento dos autos do inquérito (caput), seja por meio do recebimento de elementos de informação de vítima, terceiros, ou qualquer outra fonte ou da representação do ofendido (§1º); https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 17 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Se o réu estiver preso, o prazo será de 5 dias; Se o réu estiver solto ou afiançado, o prazo será de 15 dias. Prazo para o oferecimento da queixa-crime Já em relação à queixa, o prazo será de 6 meses, contados do dia em que o ofendido tomar ciência da identidade do autor da infração penal. É prazo decadencial (direito material) e, portanto, conta-se o dia do começo, excluindo-se o dia do final, sendo prazo improrrogável. Vale lembrar que em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública, o prazo decadencial se iniciará a partir do esgotamento do prazo para o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público (art. 29 do CPP). Aditamento da queixa-crime Nos crimes de ação penal privada, apesar de sero ofendido o legitimado para o oferecimento da peça acusatória, o Ministério Público poderá aditar a queixa quando entender necessário incluir circunstâncias necessárias para elucidar a caracterização da infração penal, bem como sua respectiva classificação e fixação da pena, além de poder intervir em todos os termos subsequentes do processo (art. 45 do CPP). Só não poderá o Ministério Público incluir novos ofensores, sob pena de invadir a legitimidade exclusiva do ofendido. Por fim, importante apontar que o prazo para aditamento da queixa é de 3 dias, contado da data em que o Ministério Público receber os autos, sendo que no seu silêncio (decurso do prazo sem manifestação de aditamento), será presumido pela desnecessidade de aditamento (§2º do art. 46 do CPP). CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE Renúncia É cabível nos crimes de ação penal privada. A Renúncia é causa extintiva da punibilidade que representa bem a característica da disponibilidade da ação penal privada, por consistir em ato unilateral do ofendido em abrir mão da ação penal. A renúncia é sempre pré-processual, ocorrendo antes do oferecimento da denúncia ou queixa, podendo ser expressa ou tácita. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais (art. 50 CPP); a renúncia tácita se caracteriza pela prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa. https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 18 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Assim determina o CPP: “Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. [...] Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova”. Já na hipótese de duas vítimas, a renúncia de uma não prejudica a outra, possuindo, cada qual, direitos autónomos. No caso de morte da vítima, a renúncia do direito de queixa por parte de um dos seus sucessores (art. 31 do CPP) não impede a propositura da ação penal pelos demais, respeitando o prazo legal. Perdão do ofendido É cabível nos crimes de ação penal privada. O perdão do ofendido consiste em ato bilateral pois precisa ser aceito pelo criminoso para gerar a extinção de sua punibilidade. Assim prescreve o CPP: “Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito. Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear. Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52. Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais. https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 19 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50. Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova. Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação. Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.”. Perempção Considera "efeito natural de sua conduta processual penal omissiva". Esta causa de extinção da punibilidade incide somente sobre as ações penais privadas, desde que exclusiva ou personalíssima, uma vez que, em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública a inércia do querelante implica na retomada da titularidade da ação por parte do Ministério Público. As hipóteses de perempção estão anunciadas no artigo 60 do Código de Processo Penal: “Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor”. https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 20 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP Morte do autor dos fatos Extingue-se a punibilidade pela morte do agente (indiciado, réu, sentenciado ou executado) em decorrência do princípio mors omnia solvit (a morte tudo apaga) e do princípio constitucional da penalidade da pena, segundo, o qual nenhuma sanção criminal passará da pessoa do delinquente (art. 5º, XLV, CF/88). Importante destacar que a morte extingue a punibilidade em qualquer espécie de ação penal (pública e privada). Em razão dela (morte), extinguem-se todos os efeitos penais da sentença condenatória (principais e secundários), permanecendo os extrapenais (a decisão definitiva, por exemplo, conserva a qualidade de título executivo judicial). Como prova da morte, assim exige o art. 62 do CPP: “Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade”. Reconhecimento da extinção da punibilidade Para o reconhecimento de qualquer causa extintiva da punibilidade pelo julgador, assim prescreve o art. 61 do CPP: “Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício. Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final”. PODER DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE REQUISITAR INFORMAÇÕES Assim determina o artigo 47 do CPP: https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 21 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP “Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementaresou novos elementos de convicção, deverá requisitá- los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los”. OBRIGATORIEDADE DE NOTÍCIA CRIMINIS POR JUÍZES Assim determina o artigo 40 do CPP: “Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia”. AÇÃO PENAL PARA AS CONTRAVENÇÕES PENAIS Assim determina o artigo 26 do CPP: “Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial”. Diego Luiz Victório Pureza Advogado. Professor de Criminologia, Direito Penal, Direito Processual Penal e Legislação Penal Especial em diversos cursos preparatórios para concursos públicos. Pós-graduado em Ciências Criminai. Pós-graduado em Docência do Ensino Superior Pós-graduado em Combate e Controle da Corrupção: Desvios de Recursos Públicos. Palestrante e autor de diversos artigos jurídicos. https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ Página 22 de 22 Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado Tema: Ação Penal Arts. 24 a 62 do CPP https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw https://www.instagram.com/prof.diegopureza/