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2-Ação-Penal

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Disciplina: Direito Processual Penal Esquematizado 
Tema: Ação Penal 
Arts. 24 a 62 do CPP 
 
 
 Prof. Diego Pureza 
 
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SUMÁRIO 
 
AÇÃO PENAL .................................................................................................................................. 3 
CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL .............................................................................................. 3 
Ação Penal Pública ................................................................................................................ 4 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL ..................................................................................... 8 
Ação Penal Privada .............................................................................................................. 11 
PEÇAS ACUSATÓRIAS: DENÚNCIA E QUEIXA-CRIME ............................................................... 15 
Requisitos necessários da peça acusatória ......................................................................... 15 
Prazo para o oferecimento da Denúncia ............................................................................. 16 
Prazo para o oferecimento da queixa-crime ....................................................................... 17 
Aditamento da queixa-crime ............................................................................................... 17 
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE .................................................................................. 17 
Renúncia .............................................................................................................................. 17 
Perdão do ofendido ............................................................................................................. 18 
Perempção .......................................................................................................................... 19 
Morte do autor dos fatos .................................................................................................... 20 
Reconhecimento da extinção da punibilidade .................................................................... 20 
PODER DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE REQUISITAR INFORMAÇÕES ......................................... 20 
OBRIGATORIEDADE DE NOTÍCIA CRIMINIS POR JUÍZES .......................................................... 21 
AÇÃO PENAL PARA AS CONTRAVENÇÕES PENAIS .................................................................. 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AÇÃO PENAL 
 
CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL 
 
No Brasil, a ação penal divide-se em Ação Penal de iniciativa Pública e Ação Penal de 
iniciativa Privada. A regra geral é no sentido de que a ação penal de determinado crime sempre 
será pública e, excepcionalmente, quando a lei expressamente assim afirmar, será privada. Com 
isso, podemos concluir: 
 
 No silêncio da lei, ou seja, quando a lei for omissa em relação à ação penal de 
determinado crime, então será perseguido mediante ação penal pública. 
 Será, excepcionalmente, perseguido mediante ação penal privada (ou até mesmo 
outra espécie de ação penal pública como a condicionada a representação) quando 
houver previsão expressa nesse sentido. 
 
A ação penal de iniciativa pública tem como titular o Ministério Público e pode ser 
incondicionada (regra geral) ou condicionada (à representação da vítima ou requisição do 
Ministro da Justiça). A ação penal de iniciativa privada, por sua vez, subdivide-se em 
exclusivamente privada, personalíssima e subsidiária da pública. A seguir, iremos aprofundar em 
cada uma das espécies e subespécies de ação penal. 
Nesse sentido, eis esquema ilustrativo: 
 
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Ação Penal Pública 
 
Previsão legal: art. 129, I, da Constituição Federal, arts. 24 e 257, do Código de 
Processo Penal e art. 100 do Código Penal. 
Titular: Ministério Público. 
Peça acusatória: Denúncia. 
“Notitia criminis” no estudo do Inquérito policial tivemos a oportunidade de 
estudarmos o tema sobre a notícia crime. Em se tratando de crime de Ação Pública, qualquer 
cidadão poderá levar a informação do fato ao MP, nos termos do art. 27 do CPP: 
 
“Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério 
Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, 
informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos 
de convicção”. 
 
Ação Penal Pública Incondicionada: trata-se da regra tratada em linhas acima. 
Presente a justa causa, ou seja, diante da prova da materialidade do crime e de indícios de 
autoria, o Promotor de Justiça (Ministério Público é o titular da ação) deverá oferecer a 
denúncia, não dependendo, para tanto, de nenhuma condição ou implemento (incondicionada). 
Nesse sentido, assim prescreve o art. 24 do CPP: 
 
“Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do 
Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro 
da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo”. 
 
 CUIDADO: Importante destacar hipótese envolvendo interesse patrimonial 
público. Nesse sentido, importante frisar que “Seja qual for o crime, quando praticado em 
detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será 
pública” incondicionada (§2º do art. 24 do CPP). Apesar de o referido parágrafo não mencionar 
o termo “incondicionada”, por não exigir representação ou requisição é correto afirmar que 
refere-se, ainda que implicitamente, à ação penal pública incondicionada. 
Outro tema que é comumente cobrado em provas econcursos públicos recai sobre o 
estudo dos princípios que norteiam a ação penal pública. Abaixo, estudaremos todos os 
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respectivos princípios que, uma vez compreendidos, proporcionarão clara compreensão do 
tema ora objeto da presente aula: 
(a) Oficialidade: o titular da ação penal (Ministério Público) é órgão oficial, ou seja, 
trata-se de órgão público. 
(b) Obrigatoriedade: Uma vez presentes as condições da ação já estudadas, o 
Ministério Público estará obrigado a agir, a ingressar com a ação penal apresentando a denúncia. 
Exceção: em determinados casos expressamente previstos em lei, como na possibilidade de 
transação penal nas infrações penais de menor potencial ofensivo, o Ministério Público poderá 
deixar de promover a ação penal (art. 76 da Lei nº 9.099/95). 
(c) Indisponibilidade: o Ministério Público não poderá abandonar/abrir mão/desistir da 
ação penal proposta, nem do recurso já interposto (art. 42 do CPP). 
(d) Intranscendência ou pessoalidade: a ação penal somente poderá ser proposta 
contra o suposto autor do fato criminoso, não podendo atingir pessoas estranhas ao fato. 
(e) Indivisibilidade: o Ministério Público estará obrigado a oferecer denúncia contra 
todos os supostos sujeitos envolvidos, seja coautores, seja partícipes, não podendo deixar 
nenhum envolvido de fora da peça acusatória. 
(f) Autoritariedade: O titular da ação (membro do Ministério Público) é autoridade 
pública. 
 ATENÇÃO: Pode acontecer a hipótese de o Ministério Público entender ser o caso 
de arquivamento (ex: falta de justa causa), não apresentando a denúncia e requerendo o 
arquivamento do inquérito policial. Nessa hipótese, aplica-se as regras do art. 28 do CPP. Ocorre 
que a referida norma foi alterada pelo Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019). Todavia, o STF, 
por meio de decisão liminar do Min. Luiz Fux, suspendeu a eficácia da nova redação e, nesse 
caso, continuaremos aplicando a antiga redação até que sobrevenha decisão definitiva do 
Plenário da Suprema Corte. Vale a pena destacar as diferenças: 
 
Artigo 28 do Código de Processo Penal 
ANTES da Lei nº 13.964/2019 DEPOIS da Lei nº 13.964/2019 
Caso o juiz discorde do pedido ministerial 
deverá fazer a remessa dos autos ao 
Procurador-Geral de Justiça, e este terá as 
seguintes alternativas: 
a) Oferecer a denúncia; 
b) Designar outro órgão do Ministério 
Público para oferecer a denúncia; 
c) Insistirá no pedido de arquivamento, 
hipótese em que o juiz estará obrigado a 
atender. 
 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer elementos 
informativos da mesma natureza, o órgão do 
Ministério Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a instância de 
revisão ministerial para fins de homologação, 
na forma da lei. 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, 
não concordar com o arquivamento do 
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 
(trinta) dias do recebimento da comunicação, 
submeter a matéria à revisão da instância 
competente do órgão ministerial, conforme 
dispuser a respectiva lei orgânica. 
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§ 2º Nas ações penais relativas a crimes 
praticados em detrimento da União, Estados 
e Municípios, a revisão do arquivamento do 
inquérito policial poderá ser provocada pela 
chefia do órgão a quem couber a sua 
representação judicial. 
 
Ação Penal Pública Condicionada: Assim como na espécie anteriormente estudada, 
aqui o titular da ação também é o Ministério Público, que, todavia, não poderá agir de ofício 
(sem provocação). Isso porque, como o próprio nome da espécie de ação penal já sugere, o 
Ministério Público dependerá da prévia manifestação da vontade do ofendido ou requisição do 
Ministro da Justiça (art. 24 do CPP e art. 100 do CP). 
O fundamento da exigência de condição reside no fato de que alguns crimes podem 
atingir o íntimo do ofendido de tal forma que a persecução penal poderia causar-lhe um 
constrangimento ainda maior, maior até mesmo que a impunidade do infrator (escândalo do 
processo ou strepitus judicis), daí porque a lei transfere ao ofendido, seu representante legal ou 
ao Ministro da Justiça a decisão de representar/requisitar contra o suposto criminoso. 
Ademais, conforme estudado em aula anterior, sequer o inquérito policial poderá ser 
instaurado sem a representação ou requisição em tais crimes (art. 5º, §4º, do CPP). 
É norteada pelos mesmos princípios orientadores da ação penal pública 
incondicionada, porém é importante destacar uma diferença: 
 CUIDADO: considerando o fato de que o membro do Ministério Público depende 
de implemento ou condição nessa espécie de ação penal (representação do ofendido ou 
requisição do Ministro da Justiça) prevalece na doutrina que inicialmente haverá a incidência do 
princípio da oportunidade, pois ficará a critério da vítima ou do Ministro da Justiça a decisão de 
apresentar a representação/requisição ou não. Mas, uma vez apresentado a representação (ou 
requisição), aí sim haverá incidência do princípio da obrigatoriedade, obrigando o Ministério 
Público a oferecer a denúncia. 
Em razão das peculiaridades próprias que cada implemente/condição da ação penal 
pública condicionada possui, estudaremos ambas em apartado: 
 
Representação do ofendido/vítima: a representação pode ser apresentada pelo 
ofendido ou por seu procurador com poderes especiais diretamente ao titular da ação penal 
(Ministério Público), bem como à autoridade policial ou o juiz (art. 39 do CPP). 
Não há a exigência de nenhum procedimento rígido para a representação, podendo 
ser feita de forma escrita ou oral. A única exigência que a lei estabelece é que no caso da 
representação ser feita oralmente ou por escrito, sem assinatura autenticada do ofendido, ou 
de seu representante legal ou procurador, então deverá ser reduzida a termo (escrito), perante 
o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido 
dirigida (§1º do art. 39 do CPP). 
Além disso, vale destacar outras peculiaridades da representação previstas nos §§2º 
ao 5º, do art. 39, do CPP: 
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“Art. 39. 
[...] 
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração 
do fato e da autoria. 
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá 
a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. 
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será 
remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito. 
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação 
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, 
oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias”. 
 
Em relação à titularidade para representar, temos: 
a) vítima menor de 18 anos: somente o seu representante legal estará autorizado a 
oferecer a representação. Na hipótese da vítima ser órfã, representará aquele que tiver a guarda 
fática ou jurídica do menor; 
b) vítima menor com interesses que colidem com os dos pais: deverá ser nomeado 
curador especial. 
c) vítima maior de 18 anos: apenas a própria vítima poderá representar. 
d) vítima já falecida (ou declaradaausente por decisão judicial): nesta hipótese, o 
direito de representação recairá, necessariamente na seguinte ordem: ao cônjuge (ou 
companheiro), ascendente, descendente ou irmão (§1º do art. 24 do CPP). DICA: para se 
lembrar da ordem dos sucessores da vítima, basta escrever as iniciais de cada sucessor na ordem 
determinada pela lei que formará a palavra CADI. 
e) vítima é pessoa jurídica: a representação deverá, necessariamente, ser apresentada 
pelo representante legal (previsto no estatuto da pessoa jurídica). 
 ATENÇÃO: A apresentação da representação não obrigará o Ministério Público 
a oferecer a denúncia. O MP deverá analisar os elementos de informação objetivando identificar 
a presença de justa causa além da representação, ou seja, sem o lastro probatório mínimo para 
o oferecimento da denúncia, não há como o Promotor de Justiça oferecer a denúncia, uma vez 
que a peça acusatória estará fadada à rejeição do juiz. 
Por fim, podemos citar como exemplos de crimes que se perseguem mediante 
representação do ofendido o crime de lesão corporal leve (art. 129 do CP c/c art. 88 da Lei nº 
9.099/95); lesão corporal culposa (art. 129, §6º, do CP c/c art. 88 da Lei nº 9.099/95; perigo de 
contágio venéreo (art. 130, §2º, do CP), etc. 
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Retratação da representação: nas hipóteses em que o ofendido, após apresentar a 
representação, se arrependa. Nesses casos, é possível que a vítima se retrate da representação 
já apresentada desde que seja feita até o oferecimento da denúncia (art. 25 do CPP e art. 102 
do CP). É possível até mesmo a reconsideração da retratação (retratação da retratação), desde 
que ocorra dentro do prazo decadencial de 06 meses. 
 
Prazo para a representação: o prazo para que a representação seja apresentada é de 
seis meses, contado do dia em que o ofendido (ou seu representante legal) vier a saber quem é 
o autor do crime (prazo decadencial), conforme o art. 38 do CPP. 
Na hipótese de concurso de agentes (pluralidade de criminosos), caso o ofendido 
represente contra apenas um dos supostos criminosos, o membro do Ministério Público poderá 
estender a representação em relação aos demais. 
 
Requisição do Ministro da Justiça: existem raras hipóteses em que a lei nacional exige, 
como condição de procedibilidade da ação penal, manifestação formalizada do Ministro da 
Justiça (art. 24 do CPP). Trata-se de ato político, preponderando razões de natureza política. 
Destaca-se os seguintes casos: 
a) Crimes praticados por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3º, “b”, 
do CP); 
b) Crimes contra a honra praticados contra Chefe de Governo estrangeiro (art. 141, I, 
c.c. o parágrafo único do art. 145 do CP); 
c) Crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República (art. 141, I, c.c. 
o parágrafo único do art. 145 do CP). 
 ATENÇÃO: Assim como na ação penal pública condicionada a representação, 
aqui a apresentação da requisição também não obrigará o Ministério Público a oferecer a 
denúncia. 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
 
A Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime) acrescentou a possibilidade de o 
Ministério Público celebrar o chamado Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o autor dos 
fatos visando evitar o prosseguimento da persecução penal diante do cumprimento de medidas 
restritivas de direito. 
Todavia, o ANPP só é possível em algumas hipóteses, desde que preenchido 
determinados requisitos, além de possuir procedimento próprio. Eis o teor do artigo 28-A do 
CPP: 
 
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“Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado 
formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave 
ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá 
propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas 
cumulativa e alternativamente: 
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; 
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público 
como instrumentos, produto ou proveito do crime; 
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período 
correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, 
em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei 
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); 
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de 
interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, 
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos 
aparentemente lesados pelo delito; ou 
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério 
Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. 
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste 
artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso 
concreto. 
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: 
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, 
nos termos da lei; 
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que 
indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se 
insignificantes as infrações penais pretéritas; 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da 
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão 
condicional do processo; e 
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IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou 
praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do 
agressor. 
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado 
pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. 
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada 
audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do 
investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. 
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições 
dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério 
Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do 
investigado e seu defensor. 
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá 
os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de 
execução penal. 
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos 
requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º 
deste artigo. 
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para 
a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento 
da denúncia. 
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e 
de seu descumprimento. 
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladasno acordo de não 
persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua 
rescisão e posterior oferecimento de denúncia. 
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado 
também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o 
eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. 
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não 
constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no 
inciso III do § 2º deste artigo. 
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo 
competente decretará a extinção de punibilidade. 
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§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não 
persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão 
superior, na forma do art. 28 deste Código. 
 
Ação Penal Privada 
 
Previsão legal: art. 30 do CPP e art. 100, §2º, do CP. 
Titular: Ofendido ou seu representante legal. 
Peça acusatória: Queixa-crime. 
Na ação penal de iniciativa privada, o titular do direito de agir será o ofendido (com 
capacidade processual) ou seu representante legal. 
O fundamento de o ofendido atuar como substituto processual reside no fato de que 
alguns crimes podem atingir o íntimo do ofendido de tal forma que a persecução penal poderia 
causar-lhe um constrangimento ainda maior, maior até mesmo que a impunidade do infrator 
(escândalo do processo ou strepitus judicis). 
Trata-se, no caso, de substituição processual, em que o ofendido age em nome próprio 
defendendo interesse alheio (já que o direito de punir pertence ao Estado). 
É norteada pelos seguintes princípios: 
(a) Oportunidade ou conveniência: a vítima terá a oportunidade de ajuizar a ação penal 
se assim desejar, ou seja, terá o poder da decisão. 
(b) Disponibilidade: a vítima também poderá abrir mão da ação penal privada por meio 
de institutos próprios, que ensejarão a extinção da punibilidade (ex: renúncia, perdão, 
perempção e decadência, previstas entre os arts. 49 a 62 do CPP). 
(c) Indivisibilidade: na hipótese de concurso de agentes a vítima não poderá optar por 
processar criminalmente um ou outro réu, ou seja, deverá mover a ação contra todos os 
envolvidos ou contra nenhum e o MP velará pela indivisibilidade (art. 48 do CPP). 
(d) Intranscendência ou pessoalidade: a ação penal somente poderá ser proposta 
contra o autor do crime, não podendo alcançar pessoas estranhas ao fato criminoso praticado. 
 
A ação penal privada poderá ser de três espécies: exclusivamente privada; 
personalíssima; e, subsidiária da pública. 
 
Ação Penal Exclusivamente Privada: Ação penal privada propriamente dita será 
aquela titularizada pelo ofendido ou seu representante legal, admitindo-se sucessão nas 
hipóteses de morte ou ausência do ofendido, no qual será sucedido pelo cônjuge (ou 
companheiro), ascendente, descendente ou irmão (CADI), conforme prescreve o artigo 31 do 
CPP. 
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Ou seja, quando o assunto é ação penal privada, tal espécie será a regra. 
Aprofundando em relação à titularidade exposta assim, podemos afirmar que: 
a) na hipótese de a vítima ser menor de 18 anos, somente o seu representante legal 
poderá oferecer a queixa-crime. Sendo a vítima órfã, representa quem tem a guarda fática ou 
jurídica da mesma. Além disso, assim determina o art. 33 do CPP: 
 
“Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou 
retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste 
com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, 
nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente 
para o processo penal”. 
 
b) na hipótese de a vítima ser maior de 18 anos: ela poderá apresentar a queixa-crime 
(ou seu representante legal); 
c) na hipótese de morte da vítima (ou se ela foi declarada ausente por meio de decisão 
judicial), o direito de representação passará ao cônjuge (ou companheiro), ascendente, 
descendente ou irmão (CADI – art. 31 do CPP). Além disso, assim determina o art. 36 do CPP: 
 
“Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência 
o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração 
constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso 
o querelante desista da instância ou a abandone”. 
 
d) Sendo a vítima pessoa jurídica (ex: crime de difamação praticado contra o nome da 
empresa), a queixa-crime deverá ser oferecida por seu representante legal, devidamente 
constante do estatuto da empresa. Por fim, cite-se o art. 37 do CPP: 
 
“Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão 
exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos 
ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-
gerentes”. 
 
Prazo para o oferecimento da queixa-crime: é de seis meses, contado do dia em que 
o ofendido (ou seu representante legal) tomar conhecimento de quem é o autor do crime, sendo 
o prazo decadencial (material). 
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Obs: Destaca-se exceção na qual a contagem do prazo não será iniciada a partir do 
conhecimento da autoria do crime: no crime de ‘induzimento a erro essencial e ocultação de 
impedimento’ (art. 236, parágrafo único, do CP) o prazo decadencial será iniciado a partir do 
trânsito em julgado da sentença que anulou o casamento (crime que será destacado na espécie 
de ação penal privada seguinte). 
 
Ação Penal Privada Personalíssima: a única diferença entre esta espécie e a anterior 
reside na titularidade. Nesta espécie, o direito de agir é atribuído com exclusividade à vítima. 
Não há a mesma possibilidade de substituição do titular da ação penal como na espécie 
anterior, seja para o representante legal, seja para os personagens descritos no art. 31 do CPP 
(CADI). Na hipótese da vítima vir a falecer, extinguir-se-á a punibilidade. Se o ofendido for 
incapaz, deve-se aguardar a cessação da causa da incapacidade para que ele próprio ofereça a 
queixa-crime se assim decidir. 
Tal espécie de ação penal possui uma única hipótese de incidência no ordenamento 
jurídico-penal, no caso do crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, 
previsto no art. 236 do CP, cite-se: 
 
“Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou 
ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não 
pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo 
de erro ou impedimento, anule o casamento”. 
 
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: conforme será estudado em capítulo 
próprio sobre a peça acusatória, nas hipóteses de ação penal pública o Ministério Público, 
conforme o caso (réu preso ou solto), contará com prazo limite para oferecer a denúncia. Pode 
ocorrer ainda que o Ministério Público perca o prazo, não oferecendo a peça acusatória dentro 
do prazo legal. 
Em tais hipóteses, surgirá a oportunidade do ofendidooferecer queixa-crime em face 
do suposto infrator. Trata-se de ação facultativa, a ser exercida pela vítima no prazo decadencial 
de sei meses. A contagem do prazo será iniciada da data em que termina o prazo de denúncia 
para o Ministério Público. 
 CUIDADO: A natureza da ação penal continuará pública. O que efetivamente 
ocorrerá será a oportunidade do ofendido oferecer a queixa diante da inércia do Ministério 
Público. Nesse sentido, uma vez oferecido a queixa, o Ministério Público retomará a titularidade 
da ação penal, podendo, inclusive, aditar a peça acusatória. 
A ação penal privada subsidiária da pública possui previsão constitucional, além de 
previsões muito parecidas no Código de Processo Penal e no Código Penal: 
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“Art. 29 do CPP. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não 
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, 
repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do 
processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso 
de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal”. 
 
“Art. 100, § 3º, do CP. A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de 
ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal”. 
 
“Art. 5º, LIX, da CF/88. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se 
esta não for intentada no prazo legal”. 
 
Justiça Gratuita nos crimes de Ação Privada 
Assim prescreve o artigo 32 do CPP: 
 
“Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar 
a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal. 
§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, 
sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família. 
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja 
circunscrição residir o ofendido”. 
 
Quadro de resumo: 
 
 TIPOS DE AÇÃO PENAL 
AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA 
Peça 
Acusatória 
Denúncia Queixa-crime 
 Incondicionada Condicionada a Personalíssima 
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Legitimidade 
Representação Requisição Exclusiva 
privada 
Subsidiária da 
pública 
Ministério 
Público 
MP (mediante 
repres. do 
ofendido ou 
rep. Legal) 
MP 
(mediante 
requisição 
do Ministro 
da Just.) 
Ofendido ou 
representante 
legal 
Só ofendido Ofendido ou 
representante 
legal 
 
PEÇAS ACUSATÓRIAS: DENÚNCIA E QUEIXA-CRIME 
 
Considerando que a peça acusatória (denúncia e queixa) possuem peculiaridades 
importantes e com muita incidência em provas e concursos, se faz necessário estudarmos em 
capítulo próprio. 
Já tivemos a oportunidade de entender que a peça acusatória, seja denúncia (ação 
penal pública), seja queixa-crime (ação penal privada), é instrumento técnico que objetiva iniciar 
a ação penal, contendo a exposição dos fatos que, em tese, constituem a infração penal, com o 
pedido de aplicação da sanção penal ao suposto infrator, bem como com a indicação dos 
elementos informativos que dão suporte a pretensão punitiva. 
A seguir, passaremos a estudar as características que são comuns a ambas as espécies 
de peça acusatória, tratando de cada espécie em apartado sempre que necessário. 
 
Requisitos necessários da peça acusatória 
 
O art. 41 do CPP destaca todos os requisitos necessários da denúncia ou queixa, sendo 
imperioso analisarmos cada requisito: 
 
“Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas 
as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se 
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das 
testemunhas”. 
 
a) Exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; 
b) Qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo; 
c) Classificação do crime; 
d) Rol de testemunhas; 
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e) Parte autenticativa: a doutrina ainda acrescenta o presente requisito. Refere-se a 
obrigatoriedade de se identificar com nome e assinatura o autor da peça acusatória, sendo que 
sua ausência poderá acarretar a inexistência do ato, com a consequente rejeição da peça 
acusatória, ou configurar mera irregularidade no caso de fácil identificação do responsável da 
peça e de sua manifestação da vontade de promover a ação penal. 
No caso da queixa-crime, considerando se tratar de interesse particular, poderá ser 
oferecida por procurador com poderes especiais, conforme determina o artigo 44 do CPP: 
 
“Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo 
constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato 
criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem 
ser previamente requeridas no juízo criminal”. 
 
Prazo para o oferecimento da Denúncia 
 
Já tivemos a oportunidade de estudarmos em aula anterior que a autoridade policial 
possui prazos para a conclusão do inquérito policial. Assim também acontece com o Ministério 
Público ao receber os autos do inquérito. 
Em relação ao prazo para oferecer a denúncia, assim prescreve o art. 46 do CPP: 
 
“Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 
dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do 
inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, 
se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo 
da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. 
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o 
oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de 
informações ou a representação. 
 
Com isso, podemos extrair as seguintes conclusões: 
 O prazo para o oferecimento da denúncia começa a partir do momento em que o 
Ministério Público toma posse dos elementos de informação necessários para a 
formação da justa causa, seja por meio do recebimento dos autos do inquérito 
(caput), seja por meio do recebimento de elementos de informação de vítima, 
terceiros, ou qualquer outra fonte ou da representação do ofendido (§1º); 
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 Se o réu estiver preso, o prazo será de 5 dias; 
 Se o réu estiver solto ou afiançado, o prazo será de 15 dias. 
 
Prazo para o oferecimento da queixa-crime 
 
Já em relação à queixa, o prazo será de 6 meses, contados do dia em que o ofendido 
tomar ciência da identidade do autor da infração penal. É prazo decadencial (direito material) e, 
portanto, conta-se o dia do começo, excluindo-se o dia do final, sendo prazo improrrogável. 
Vale lembrar que em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública, o prazo 
decadencial se iniciará a partir do esgotamento do prazo para o oferecimento da denúncia por 
parte do Ministério Público (art. 29 do CPP). 
 
Aditamento da queixa-crime 
 
Nos crimes de ação penal privada, apesar de sero ofendido o legitimado para o 
oferecimento da peça acusatória, o Ministério Público poderá aditar a queixa quando entender 
necessário incluir circunstâncias necessárias para elucidar a caracterização da infração penal, 
bem como sua respectiva classificação e fixação da pena, além de poder intervir em todos os 
termos subsequentes do processo (art. 45 do CPP). 
Só não poderá o Ministério Público incluir novos ofensores, sob pena de invadir a 
legitimidade exclusiva do ofendido. 
Por fim, importante apontar que o prazo para aditamento da queixa é de 3 dias, 
contado da data em que o Ministério Público receber os autos, sendo que no seu silêncio 
(decurso do prazo sem manifestação de aditamento), será presumido pela desnecessidade de 
aditamento (§2º do art. 46 do CPP). 
 
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE 
 
Renúncia 
 
É cabível nos crimes de ação penal privada. A Renúncia é causa extintiva da 
punibilidade que representa bem a característica da disponibilidade da ação penal privada, por 
consistir em ato unilateral do ofendido em abrir mão da ação penal. 
A renúncia é sempre pré-processual, ocorrendo antes do oferecimento da denúncia 
ou queixa, podendo ser expressa ou tácita. A renúncia expressa constará de declaração assinada 
pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais (art. 50 CPP); 
a renúncia tácita se caracteriza pela prática de ato incompatível com a vontade de exercer o 
direito de queixa. 
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Assim determina o CPP: 
 
“Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores 
do crime, a todos se estenderá. 
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por 
seu representante legal ou procurador com poderes especiais. 
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver 
completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia 
do último excluirá o direito do primeiro. 
[...] 
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova”. 
 
Já na hipótese de duas vítimas, a renúncia de uma não prejudica a outra, possuindo, 
cada qual, direitos autónomos. 
No caso de morte da vítima, a renúncia do direito de queixa por parte de um dos seus 
sucessores (art. 31 do CPP) não impede a propositura da ação penal pelos demais, respeitando 
o prazo legal. 
 
Perdão do ofendido 
 
É cabível nos crimes de ação penal privada. O perdão do ofendido consiste em ato 
bilateral pois precisa ser aceito pelo criminoso para gerar a extinção de sua punibilidade. Assim 
prescreve o CPP: 
 
“Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que 
produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. 
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão 
poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido 
por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito. 
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver 
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a 
aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear. 
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do 
perdão, o disposto no art. 52. 
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais. 
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Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50. 
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova. 
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado 
será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, 
ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação. 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. 
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada 
pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.”. 
 
Perempção 
 
Considera "efeito natural de sua conduta processual penal omissiva". 
Esta causa de extinção da punibilidade incide somente sobre as ações penais privadas, 
desde que exclusiva ou personalíssima, uma vez que, em se tratando de ação penal privada 
subsidiária da pública a inércia do querelante implica na retomada da titularidade da ação por 
parte do Ministério Público. 
As hipóteses de perempção estão anunciadas no artigo 60 do Código de Processo 
Penal: 
 
“Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á 
perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo 
durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não 
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) 
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer 
ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de 
condenação nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar 
sucessor”. 
 
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Morte do autor dos fatos 
 
Extingue-se a punibilidade pela morte do agente (indiciado, réu, sentenciado ou 
executado) em decorrência do princípio mors omnia solvit (a morte tudo apaga) e do princípio 
constitucional da penalidade da pena, segundo, o qual nenhuma sanção criminal passará da 
pessoa do delinquente (art. 5º, XLV, CF/88). 
Importante destacar que a morte extingue a punibilidade em qualquer espécie de 
ação penal (pública e privada). 
Em razão dela (morte), extinguem-se todos os efeitos penais da sentença 
condenatória (principais e secundários), permanecendo os extrapenais (a decisão definitiva, por 
exemplo, conserva a qualidade de título executivo judicial). 
Como prova da morte, assim exige o art. 62 do CPP: 
 
“Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, 
e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade”. 
 
Reconhecimento da extinção da punibilidade 
 
Para o reconhecimento de qualquer causa extintiva da punibilidade pelo julgador, 
assim prescreve o art. 61 do CPP: 
 
“Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, 
deverá declará-lo de ofício. 
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou 
do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar 
conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão 
dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final”. 
 
PODER DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE REQUISITAR INFORMAÇÕES 
 
Assim determina o artigo 47 do CPP: 
 
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“Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e 
documentos complementaresou novos elementos de convicção, deverá requisitá-
los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possam 
fornecê-los”. 
 
OBRIGATORIEDADE DE NOTÍCIA CRIMINIS POR JUÍZES 
 
Assim determina o artigo 40 do CPP: 
 
“Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais 
verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público 
as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia”. 
 
AÇÃO PENAL PARA AS CONTRAVENÇÕES PENAIS 
 
Assim determina o artigo 26 do CPP: 
 
“Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em 
flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial”. 
 
 
Diego Luiz Victório Pureza 
Advogado. 
Professor de Criminologia, Direito Penal, Direito Processual Penal e Legislação Penal 
Especial em diversos cursos preparatórios para concursos públicos. 
Pós-graduado em Ciências Criminai. 
Pós-graduado em Docência do Ensino Superior 
Pós-graduado em Combate e Controle da Corrupção: Desvios de Recursos Públicos. 
Palestrante e autor de diversos artigos jurídicos. 
 
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