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Analise Critica Artigo - Grupo 2 docx

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
ALIMENTAÇÃO COLETIVA E SEGURANÇA DOS
ALIMENTOS II
Gabriel Merzoni
Marcelo Capoani
Patrick Schuvartz
ANÁLISE CRÍTICA ARTIGO “ATUALIZAÇÃO DOS
PARÂMETROS DE AQUISIÇÃO DO PROGRAMA
NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR COM
BASE NO GUIA ALIMENTAR PARA A
POPULAÇÃO BRASILEIRA”
BENTO GONÇALVES
2022
CANELLA, Daniela Silva; BANDEIRA, Luisete; OLIVEIRA, Michele Lessa de; CASTRO,
Solange; PEREIRA, Alessandra da Silva; BANDONI, Daniel Henrique; CASTRO, Inês Rugani
Ribeiro de. “Atualização dos parâmetros de aquisição do
Programa Nacional de Alimentação Escolar com base no Guia Alimentar para a
População Brasileira”. In: Cadernos de Saúde Pública ISSN 1678-4464 37 nº.Suplemento 1.
Rio de Janeiro: Fiocruz, 2021
No artigo “Atualização dos parâmetros de aquisição do Programa Nacional de
Alimentação Escolar com base no Guia Alimentar para a População Brasileira” os autores
abordam o roteiro e os indicadores utilizados para elaborar os novos parâmetros de aquisição de
alimentos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em 2020, para fornecer
quantidades de participação de grupos de alimentos em relação aos recursos federais
empregados na compra dos mesmos, além de atualizar a lista de alimentos os quais a compra
com recursos federais no âmbito do PNAE foi proibida.
Os autores iniciam a discussão apontando que em função do aumento da obesidade,
doenças crônicas e consumo de alimentos ultraprocessados, em 2014 foi publicada uma nova
versão do Guia Alimentar para a População Brasileira, que adotou como abordagem para suas
orientações a classificação NOVA, a qual agrupa os alimentos conforme a extensão e o
propósito de seu processamento industrial (alimentos in natura ou minimamente processados,
alimentos ultraprocessados e processados, e ingredientes culinários processados). Diante destas
novas diretrizes, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) desenvolveu um
estudo para atualizar os parâmetros nutricionais do PNAE para a compra e oferta de alimentos,
de modo que os resultados possibilitaram atingir os objetivos do programa em relação à saúde e
segurança alimentar dos escolares. A análise foi realizada de abril a novembro de 2017 e março
a setembro de 2018.
O estudo analisou a participação e o total de energia adquirida de cada grupo de
alimentos no total de recursos federais empregados na compra de alimentos para o programa
durante o período de 2013 a 2015 para o total das instituições cumpridoras do PNAE
(municípios, estados e escolas federais); a participação de cada grupo de alimentos no programa
para 30 municípios brasileiros no ano de 2015, considerando o desempenho destes municípios
no PNAE; e a participação de cada grupo de alimentos no total do custo de 22 cardápios
mensais elaborados pelo CECANE (Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar)
das cinco regiões do Brasil, além da análise qualitativa destes cardápios. O estudo analisou
também a relação entre a participação dos grupos de alimentos nos recursos financeiros e a
qualidade dos alimentos adquiridos. Para isso foram utilizados dados do ano de 2016,
considerando 525 municípios das cinco regiões do Brasil.
Conforme informado na tabela presente na página 5 do artigo, o grupo de alimentos
in natura ou minimamente processados teve participação média de 67,6% dos recursos federais
empregados para compra de alimentos para o programa, a participação média de alimentos
ultraprocessados e processados correspondeu a 29,3% dos recursos gastos, enquanto que
ingredientes culinários processados representaram em média 3,1%. O artigo demonstrou
também que o grupo de alimentos in natura ou minimamente processados teve maior
participação média de energia adquirida no total de alimentos comprados para o PNAE nos
municípios estudados, com 52,9% de participação. Já o grupo dos alimentos ultraprocessados
respondeu em média por quase 30% do total de energia adquirida nos municípios analisados.
Dos 30 municípios analisados conforme suas performance no PNAE, os que
tiveram melhor desempenho no programa foram os que utilizaram mais alimentos in natura ou
minimamente processados e menos alimentos processados ou ultraprocessados.
No tocante aos cardápios, a participação média do grupo dos alimentos in natura ou
minimamente processados no custo dos 22 cardápios mensais elaborados pelos CECANE foi de
88%, superior à participação média desse grupo no total de recursos federais empregados na
compra de alimentos para o programa. A participação média de ingredientes culinários
processados foi de 6,7% e também superou a participação média nacional desse grupo,
enquanto que a participação média de alimentos processados e ultraprocessados foi de 5,3%,
inferior à participação média nacional de tal grupo. Apesar da expressiva participação de
alimentos in natura ou minimamente processados, foi constatado que 10 cardápios eram
adequados, 11 cardápios precisavam de melhorias e 1 cardápio era inadequado, conforme
informações na página 6 do artigo.
Na relação da participação dos grupos de alimentos nos recursos financeiros e a
qualidade dos alimentos adquiridos, o estudo considerou como elementos de avaliação a
distribuição percentual da energia proveniente de cada macronutriente no total de energia
adquirido, a densidade de micronutrientes (quantidade do micronutriente/energia total adquirida
pelo município) considerando vitamina C, vitamina A, ferro e cálcio e o número de alimentos
in natura ou minimamente processados adquiridos. Porém, o artigo aborda que o estudo
verificou associação inversa entre consumo de ultraprocessados e ingestão de micronutrientes
como B12, ferro, zinco, entre outros. Como explicação para esta divergência, a análise cita que
a estimativa do aporte de micronutrientes foi realizada com base em dados de aquisição e não
de consumo dos alimentos, conforme informações presentes na página 11.
O artigo informa que do total de 390 alimentos ultraprocessados adquiridos com
recursos federais do programa em 2015, foram identificados 160 que não deveriam ser
ofertados no ambiente escolar. Mais da metade, 52,2% dos alimentos são produtos em pó ou
para reconstituição. Concentrados à base de xarope e bebidas com aditivos ou adoçadas
representaram 14% dos alimentos listados, conforme citado nas páginas 7 e 8. Os autores
recomendaram a proibição da oferta de produtos em pó ou para reconstituição, balas, doces,
cereais adoçados, bolachas recheadas, bolos com cobertura ou recheios, barras de cereais com
aditivo ou adoçadas, gelados comestíveis, temperos com glutamato monossódico, maionese e
chocolates. Também foram sugeridos parâmetros para limitar a oferta de alguns alimentos
como margarina e produtos cárneos ultraprocessados.
Com base no conjunto de resultados, os autores propuseram os seguintes
parâmetros para participação dos grupos de alimentos em relação ao total de recursos federais
empregados na compra de alimentos:
“≥ 75% de recursos para alimentos in natura ou minimamente processados; < 20%
para alimentos processados ou ultraprocessados; e < 5% para ingredientes culinários
processados.” (CANELLA et al., 2021, p. 6-7)
Diante da compreensão da obra, conclui-se que o artigo aborda uma pesquisa
pertinente, o que é corroborado pelo fato de que o estudo citado no artigo serviu para subsidiar
a revisão dos parâmetros de aquisição de alimentos publicados na Resolução no 6/2020 35, que
atualizou as normas para a execução do PNAE a partir de 2021. As recomendações de
quantidades de grupos de alimentos e citações de alimentos que não devem ser ofertados, ou
ofertados em quantidade limitada, são diretrizes para que sejam oferecidas dietas visando
alimentação saudável no ambiente escolar. É importante salientar que atualmente há grande
oferta de produtos processados e ultraprocessados, sendo que é de suma importância incentivar
o consumo de produtos in natura ou minimamente processados em ambientes onde o que se
promove é a educação. Comoponto negativo, destaca-se que os autores informaram que não foi
possível avaliar com exatidão a relação entre a participação dos grupos de alimentos nos
recursos financeiros e a qualidade dos alimentos adquiridos, pois o artigo foi redigido conforme
a análise realizada com base em dados de aporte de micronutrientes segundo dados de
aquisição, e não de consumo de alimentos, ponto desfavorável numa análise nutricional.
Por fim, a estrutura do texto favorece a compreensão, pois os argumentos
apresentados são claros e amplamente explicados, porém há grande quantidade de informações,
o que exige leitura atenta para absorver de forma satisfatória o conteúdo descrito na obra.

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