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REAÇÕES FÍSICO QUÍMICAS NA PANIFICAÇÃO Física Física é um termo com origem no Grego “physis” que significa “natureza”. É a ciência que estuda as leis que regem os fenômenos naturais suscetíveis de serem examinados pela observação experimentação, procurando enquadrá-los em esquemas lógicos. A Física Moderna engloba as teorias e conceitos a partir do século XX, destacando-se a mecânica quântica, relatividade e física experimental (investigação dos fenômenos físicos utilizando processos experimentais. Reação Física na Panificação Os processos físicos existentes nas massas de panificação começam no momento da mistura e terminam na boca. Reação 1 - Mistura: etapa em que se mistura todos os ingredientes com a água, garantindo que a proteína, o amido e as fibras da farinha faça a absorção total do liquido. Reação 2 – Desenvolvimento: tem o objetivo de formar rede de glúten que se identifica pela aparência lisa, visco elástica e ponto de véu. Reação 3: Com o alcance do ponto de véu, e movimentos mecânicos bruscos acontece a incorporação de ar em meio a massa fazendo com que a mesma encha como um pequeno balão e estoure em seguida. Reação 4 – Elasticidade: ponto exato em que o glúten da farinha e ativado ficando elástica ao fazer o esticamento. Reação 5: Extensibilidade: é o ato de estirar a massa e ela não se romper, e não oferecer resistência. A fermentação é uma transformação química responsável pela produção de inúmeros produtos que consumimos diariamente. Entre os mais conhecidos, o pão. A fermentação é o momento mais importante para a produção do pão nosso de cada dia. Ela pode acontecer com a ajuda de elementos naturais ou industrializados e sua função é encorpar a massa, dar sabor e maciez. “A fermentação ocorre quando se mistura a farinha e a água na produção da massa”. A fermentação é essencial para alcançar o objetivo de tamanho, sabor, textura do pão. Além disso, o fermento ajuda no amadurecimento da massa, através de uma reação química que produz o álcool e o ácido na proteína da farinha, facilitado pela produção de dióxido de carbono. O sabor típico do pão se desenvolve devido o fermento. Durante o processo de fermentação, o fermento produz vários metabólitos. Alguns deles escapam durante o processo de cozimento, enquanto que outros ficam atrás da massa e formam novos compostos. Isto resulta no desenvolvimento do sabor que esta camada permeia no miolo do pão. Processos Fermentativos Sob a ótica de Quaglia, a etapa decisiva na panificação é a fermentação, uma vez que esta definirá a consistência, a aeração e a leveza da massa. Este processo depende fundamentalmente da ação das leveduras do gênero Sacharomyces cerevisiae, que transforma os açúcares disponíveis na massa em álcool e gás carbônico, sendo este último o responsável pelo crescimento da massa. A levedura é inativada em valores de temperatura superiores a 53°C, porém em temperaturas maiores que 45°C sua atividade é reduzida. E a proporção dessa redução depende do tempo de contato com o calor. Em contrapartida a levedura pode conservar-se em baixas temperaturas. A 4°C por exemplo, ela pode se conservar durante três semanas sem ter uma redução do seu poder de fermentação. Se a temperatura for a que a levedura gostar e se houver açúcares disponíveis, ela irá fermentar. Durante a fermentação, a massa do pão sofre varias modificações, sendo que o objetivo deste processo é o crescimento desta, a produção de aromas e sabor. As leveduras, especificamente a Saccharomyces Cereviasae, é responsável por essas mudanças. Elas se multiplicam consumindo os açucares contidos na própria farinha, que podem ser adicionados na formulação ou mesmo produzidos pela ação de enzimas sobre o amido e transformando-os em álcool etílico e gás carbônico, que fica preso nas redes de glúten da massa, o que a faz expandir. O Ph de aproximadamente 6,0 é o mais adequado para o desenvolvimento da levedura. Quando os valores de Ph são maiores durante a fermentação da massa, a Saccharomyces produz quantidade excessiva de glicerina, ácido acético, anidrido carbônico e álcool etílico. Fermento biológico fresco: É o fermento mais utilizado para a produção de pães, comercializado em blocos de Saccharomices cerevisae de 15 a 500g. A cor que demonstra qualidade no fermento é de creme cinza, não devendo estar pastoso ou seco, nem apresentar manchas e deve ter odor agradável. Esta alteração no produto se deve á má conservação, e sua duração também depende da quantidade de água presente no produto, então, quanto maior a quantidade de água, mais ele será perecível. Portanto quando este estiver na condição de 70% de umidade deve ser mantido sobre refrigeração de 2°C a 5°C, o que pode o conservar em seu aspecto normal por aproximadamente três semanas. Nas temperaturas abaixo de zero a levedura que compõe o fermento é destruída e perde seu valor. (ARAÚJO, 1987). Fermento biológico seco: Os cozinheiros com mais tempo de estrada sabem que existem o fermento de pão (biológico) e o fermento de bolo (químico). Além dessa diferença básica, a indústria alimentícia ainda trouxe uma opção que veio facilitar a nossa vida: o fermento biológico seco. A versão fresca do fermento de pão, até então a única opção, tem algumas complicações, pois é preciso ser mantido sempre na geladeira, o prazo de validade é pequeno e não é muito fácil de encontrar. Substituir o fermento fresco pelo seco nas receitas, na grande maioria das vezes, dá certo. Percebo pequenas diferenças de sabor e textura, mas são mínimas. O fermento biológico fresco de uso doméstico vem em tabletes de 15 g - geralmente, um pacote vem com quatro tabletes de 15 g -, enquanto o seco vem em pacotinhos com 10 g. O fermento seco é na verdade o fermento biológico seco instantâneo. É instantâneo porque não precisa ser ativado, pode ser adicionado à farinha e trabalhado normalmente junto com os outros ingredientes. O fermento fresco chega às nossas mãos inativo, a fermentação é evitada pelo frio, por isso precisa ficar na geladeira. (ARAÚJO, 1987.) Tipos de fermentos naturais: Patê Fermentée; Biga; Levain, Um fato apurado pela Federação de Panificação no Reino Unido é que, um pão feito com levain (não importa qual tipo) é nutricionalmente mais interessante que um pão feito com fermento biológico comum. O gosto do pão feito com levain costuma ser bastante peculiar, mais ácido e muito mais aromático. Conserva-se por algumas boas semanas (muito mais que o feito com fermento comum), pois a acidez fornecida pela levedura inibe a retrogradação do amido (fenômeno espontâneo do amido que nessas condições retoma sua estrutura inicial, favorecendo a troca de água entre o pão e o ambiente externo). Patê fermentee O termo em francês significa massa fermentada. Esta técnica tem como princípio guardar uma sobra da massa de um pão francês para ser utilizado em uma próxima mistura. Esta sobra fermenta e amadurece em algumas horas fornecendo sabor, acidez e textura. Sendo a reserva de uma massa de pão no seu último processo notamos que obviamente contém todos os ingredientes da massa final. Biga é o termo italiano a que se refere ao método de fermentação similar à esponja. A mistura de consistência firme (45% de hidratação e 1% de fermento) reproduz fermentos, acidez e aromáticos característicos. O Levain é um fermento natural e consiste basicamente de uma massa obtida pela mistura de farinha e água. Ao ser exposta, é contaminada por micro-organismos dispersos no ambiente que devem encontrar nessa massa um ótimo meio de crescimento. Isso ocasiona uma série de fermentações não controláveis, diferentes de quando utilizamos o fermento biológico industrializado. Essas fermentações produzem gás carbônico e alguns ácidos, sendo os mais comuns o acético e o lático. Depois do período de “incubação” essa massa tem condições de servir como fermento, ou seja, como agente de crescimento para outras massas.Chamados também de chef, mãe, sourdogh starter, existem vários métodos de se obter fermento natural e todos têm um uso apropriado. Podem ser feitos a base de frutas em pedaços ou suco, frescas ou secas, mel, garapa, farelo de trigo ou centeio, iogurte, cerveja, etc. Um dos motivos pelos quais os melhores padeiros do mundo fazem uso do levain é o fato de os micro-organismos usados na fermentação serem originados dentro da própria cozinha. Um fermento industrializado tem leveduras produzidas artificialmente em sua composição, e desconhecemos a origem das mesmas. Fazendo seu próprio fermento natural, em qualquer parte do mundo em que você esteja, os 16 micro- organismos serão sempre os do local. Desta forma você sempre saberá em quais condições foram criados e mantidos. O levain natural não é muito adequado às condições de trabalho da vida moderna. Além de delicado e sensível, pede um tempo de fermentação maior, o dobro do tempo de quando utilizamos fermento biológico. Reação de Maillard E uma reaçao quimica entre um aminoacido ou proteina e um carboidrato redutor obtendo-se produtos que dao (flavor), odor e cor aos alimentos o aspecto dourado dos alimentos após assado e o resultado dessa reaçao de MAILLARD. A reação de Maillard foi descrita em 1912 pelo químico Louis Camille Maillard, que estava tentando reproduzir a síntese de proteínas. É uma reação que ocorre entre aminoácido ou proteína e os açúcares(carboidratos)quando o alimento e aquecido. O grupo CARBONILA do carboidrato interage com o grupo amina dos aminoácidos ou proteína e após várias etapas produz as melanoidinas que dão cor e o aspecto característico dos alimentos cozidos ou assados. Acredita-se que a reação de MAILLARD e um dos fatores responsáveis pelo envelhecimento do nosso organismo.
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