Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Curso de Direito 
Estágio Curricular Obrigatório 
 Eixo III – Práticas Processuais 
 
 
DIREITO PENAL 
 
Peça Prático-Profissional 
 
Enunciado 
 
Maria do Rosário Nunes, brasileira, solteira, Deputada Federal, titular do RG nº 123456789 
SSP-RS, e do CPF/MF nº 987.765.543-21, com endereço profissional sediado no Gabinete 
312, Anexo IV – Câmara dos Deputados – Praça dos Três Poderes – Brasília – Distrito 
Federal, CEP 70.160-900, contratou você para que adotasse as providências judiciais em face 
de conhecido humorista Danilo Gentili Júnior, brasileiro, natural de Santo André/SP, 
solteiro, publicitário, titular do RG nº 111.222.333-3 SSP/SP e do CPF/MF nº 
333.444.555-66, nascido aos 27/09/1979, filho de Danilo Gentili e Guiomar Pereira 
do Nascimento, com endereço profissional na Avenida das Comunicações, nº 04, Bairro 
Industrial Anhanguera, São Paulo, Capital, CEP 06276-190, tendo em vista que o 
apresentador de televisão, recebeu uma notificação extrajudicial pedindo a retirada de 
mensagens publicadas por ele no Twitter com os seguintes conteúdos: 
“Quando alguém cuspir em você, devolva com um soco que Maria do Rosário aprova. Cuspir 
nela quando ela o chamar de estuprador também. Aí ela chama o cara de estuprador, toma 
um empurrão e dá chilique. Falsa e cínica para caraleo [sic]”. “Já já Maria do Rosário fala no 
rádio que se ela cuspir na cara de uma mulher nordestina é sinal de respeito. Nojenta para 
caraleo [sic]”. 
O vídeo fora publicado em 27 de fevereiro de 2022, data na qual a Deputada tomou 
conhecimento do seu conteúdo. Entre os documentos coletados pela cliente e pelo seu 
escritório encontram-se a gravação, em DVD, do programa de televisão, com o dia e horário 
em que foi veiculado, bem como a ata notarial das mensagens postadas nas redes sociais pelo 
apresentador, além de cópias de páginas e registros extraídos da Internet, com as ofensas 
perpetradas pelo humorista. 
Os fatos ocorreram na cidade de São Paulo – SP, sede da emissora e domicílio do 
apresentador. 
Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado(a) contratado(a) por Maria do 
Rosário, redija a peça processual que atenda aos interesses de sua cliente, considerando 
recebida a pasta de atendimento devidamente instruída, com todos os documentos 
pertinentes, suficientes e necessários. A peça deverá ser datada no último dia do prazo legal. 
 
 
 Curso de Direito 
Estágio Curricular Obrigatório 
 Eixo III – Práticas Processuais 
 
 
Obs.: a peça deve abordar todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para 
dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não será avaliada. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP 
 
 
MARIA DO ROSÁRIO NUNES, brasileira, solteira, Deputada Federal, 
titular do RG nº 123456789 SSP-RS, e do CPF/MF nº 987.765.543-21, com endereço 
profissional sediado no Gabinete 312, Anexo IV – Câmara dos Deputados – Praça dos 
Três Poderes – Brasília – Distrito Federal, CEP 70.160-900, neste ato representada por 
seus procuradores judiciais, conforme instrumento particular de procuração anexa, em 
cumprimento ao art. 44 do Código de Processo Penal, com endereço profissional 
constante na nota de rodapé desta, onde recebem intimações, vem, respeitosamente à 
presença de Vossa Excelência, oferecer 
QUEIXA CRIME 
com fundamento no art. 30 do Código de Processo Penal, e do artigo 100, § 
2º, do Código Penal, em face de DANILO GENTILI JÚNIOR, brasileiro, natural de 
Santo André/SP, solteiro, publicitário, titular do RG nº 111.222.333-3 SSP/SP e do 
CPF/MF nº 333.444.555-66, nascido aos 27/09/1979, filho de Danilo Gentili e Guiomar 
Pereira do Nascimento, com endereço profissional na Avenida das Comunicações, nº 04, 
Bairro Industrial Anhanguera, São Paulo, Capital, CEP 06276-190, pelas razões de fato e 
de direito a seguir expostas: 
I. DOS FATOS 
No dia 27 de fevereiro de 2022, o apresentador de televisão publicou um vídeo 
na rede social denominada Twitter com os seguintes conteúdos: 
“Quando alguém cuspir em você, devolva com um soco que 
Maria do Rosário aprova. Cuspir nela quando ela o chamar de 
estuprador também. Aí ela chama o cara de estuprador, toma um 
empurrão e dá chilique. Falsa e cínica para caraleo [sic]”. 
“Já já Maria do Rosário fala no rádio que se ela cuspir na cara 
de uma mulher nordestina é sinal de respeito. Nojenta para 
caraleo [sic]”. 
Na mesma data da publicação, a Deputada tomou conhecimento do seu 
conteúdo, oportunidade em que foi providenciada uma notificação extrajudicial, pedindo 
a retirada de mensagens publicadas. 
Diante de todo o exposto, não resta outra alternativa a querelante, senão 
promover a responsabilização criminal do querelado, tendo em vista que as imputações 
são totalmente difamatórias e injuriosas, em razão dos atos desrespeitosos e ilegais das 
publicações feitas por este. 
 
II. DO DIREITO 
 
a. DA COMPETÊNCIA 
Conforme o artigo 109, inciso IV, da Constituição Federal, cabe aos juízes 
federais processar e julgar os crimes políticos, bem como infrações penais, que 
ocorreram em detrimento de bens, serviços ou interesse da União e ou suas entidades 
autárquicas. 
Em decorrência de tal entendimento, foi editada a Súmula 147 do Superior 
Tribunal de Justiça, a qual declara: 
“Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes 
praticados contra funcionário público federal, quando 
relacionados com o exercício da função”. 
Partindo-se deste entendimento, a querelante é funcionária pública federal, 
devido ao seu cargo de deputada e, decorrente e atrelado a este, ela sofreu difamações e 
calúnias praticadas pelo querelado. 
Em complemento, o artigo 70 do Código de Processo Civil, determina que 
a competência territorial, em regra, será onde, ou seja, o lugar em que se consumou a 
infração. 
Os fatos ocorreram na cidade de São Paulo – SP, sede da emissora e domicílio 
do apresentador. 
Deste modo, o juízo competente que irá processar e julgar o presente caso 
será a Vara Criminal Federal da Capital Paulista. 
b. DA TEMPESTIVIDADE 
A queixa-crime é tempestiva, em razão de não terem transcorrido os seis 
meses que prescrevem o crime, respeitando os requisitos do artigo 38 do Código de 
Processo Penal e o artigo 103 do Código Penal, uma vez que os fatos criminosos 
ocorreram na data do dia 27 de fevereiro de 2022. 
 
c. DA PRÁTICA DE DIFAMAÇÃO 
A difamação, delito previsto no artigo 139 do Código Penal, é entendida por 
ser a conduta proibida em imputar fato ofensivo a reputação de alguém. 
 A difamação, conforme Guilherme Nucci, envolve a honra objetiva de 
alguém (objeto jurídico), sendo o objeto material a reputação da pessoa. 
A difamação é o ato de imputar algo não desejado que afete a honra de 
alguém, sendo tais fatos verdadeiros ou falsos. 
No presente caso, a conduta do querelado foi consumada quando, por ação 
intencional, fato determinado e ofensivo à reputação da querelante, estando o primeiro 
ciente de seus atos e escolhas, dirigiu ofensas e ação repúdios a para terceiros, de maneira 
ampla, direcionando seus atos para além da querelante. 
O querelado se utilizou de suas redes sociais, como o Twitter, com amplo 
alcance público, para praticar os atos criminosos contra a querelante. 
O ato foi, de fato, consumado, via o tweet transcrito: 
“Já Maria do Rosário fala no rádio que se ela cuspir na cara de 
uma mulher nordestina é sinal de respeito” 
O elemento subjetivo do tipo específico da difamação, conforme Nucci, é a 
vontade específica de macular a imagem de alguém, ou seja, o animus diffamandi deve 
estar presente. 
Por todos os pontos levantados anteriormente, é por óbvio que as atitudes do 
querelado evidenciam o elemento subjetivo, pois, existia a vontadeespecífica de atingir 
a imagem, honra e reputação da querelante. 
Deste modo, o crime de difamação fica evidenciado, conforme previsto no 
artigo 139 do Código Penal. 
 
d. DA PRÁTICA DE INJÚRIA 
O Código Penal, em seu artigo 140, caput, define o crime de injúria por ser 
o ato de ofender a dignidade ou decoro de alguém. 
Assim, consiste em tal crime a atribuição genérica de qualidades negativas ou 
de fatos vagos e indeterminados a alguém, prescindindo-se de falsidade. 
Entendendo que qualquer pessoa física pode sofrer tal crime, e que o objeto 
jurídico em questão é a honra subjetiva da pessoa, considerando sua autoestima no objeto 
material, fica claro que a querelante foi injuriada pelo querelado, no ato do último atacar, 
publicamente, a imagem pública da querelante, por palavras odiosa se sexistas. 
Deste modo, quando o querelado imputou fato ofensivo à reputação da 
querelante, este cometeu o tipo penal de injúria, ao chamar a vítima de “falsa”, “cínica” 
e “nojenta”, expondo ao público o vídeo de tal ato, atingindo a honra, autoestima, e 
imagem da querelante. 
Ainda, o animus injuriandi, ou seja, a vontade específica de ferir a 
autoimagem de alguém (elemento subjetivo do tipo específico), foi nitidamente realizado, 
ao ponto de que o querelado se utilizou de meios audiovisual para dirimir a imagem 
da querelante, deputada, ocupante de cargo público, no ato concreto de se utilizar 
de palavras e atos grosseiros, para que ela se sentisse inferior e sua imagem e posição 
de poder fossem consideradas inferiores ou desmerecidas. 
A ata material comprova o delito, bem como sua autoria, a qual ocorreu na 
data em 27 de fevereiro de 2022, demonstrando o querelado como sujeito que pratica 
delitos penais. 
Resta-se, deste modo, demonstrado o fato criminoso que constata a injúria 
prevista no artigo 140, caput, do Código Penal. 
 
 
e. DO AUMENTO DE PENA 
As causas de aumento de pena podem ocorrer nos delitos contra a honra, tais 
quais a difamação e injúria, sendo estes presentes no atual caso. 
O artigo 141, incisos II e III, do Código Penal representam a causa de aumento 
de pena na situação de o ato ser praticado contra funcionário público em razão de sua 
função e, na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação dos crimes 
contra a honra. 
Em sequência a tal raciocínio, a querelante ocupa cargo de função pública, 
deputada, o qual foi motivo do crime de difamação e injúria, visto que, devido a ele, a 
querelante foi chamada de “falsa, cínica e nojenta”, e, por conta disto, foi difamada em 
redes sociais. 
O meio redes sociais, pela qual o querelado difamou e injuriou a querelante, 
representa o enquadrado no inciso III do artigo supracitado, visto que o querelado possui 
grande número de seguidores, bem como é uma pessoa pública, de tal modo que seus 
atos, falas e crimes são amplamente difundidos pela sociedade brasileira. 
Por conta do exposto, de forma fundamentada, o querelado deve ter sua pena 
aumentada em 1/3 (um terço), posto que praticou o ato criminoso em conjunto com o 
artigo 141, incisos II e III do Código Penal. 
 
f. DO CONCURSO MATERIAL 
Em consideração ao anteriormente exposto, ressaltando o cometimento de 
duas condutas penalmente repudiadas, previstas nos artigos 139 e 140, caput, do Código 
Penal, as penas deverão ocorrer de forma cumulada, conforme o artigo 69 do Código 
Penal. 
 
III. DOS PEDIDOS 
Diante de todo exposto, requer à apreciação desta queixa-crime, pelo douto 
juízo no sentido de pleitear: 
a. O recebimento, o processamento e a autuação da presente queixa-crime; 
 
b. A citação do querelado para que tome conhecimento desta queixa-
crime e se torne parte do processo e, querendo, apresente sua defesa no prazo 
legal; 
 
c. A condenação do querelado, ora infrator, pela prática dos crimes de injúria 
e difamação, em concurso material de crimes, com causa de aumento de pena 
de 1/3, de acordo como artigo 141, II e III do Código Penal; 
 
d. Ao querelado condenado o pagamento de custas e honorários advocatícios; 
 
e. A condenação à indenização do querelado acusado, conforme o artigo 387, 
IV, do Código de Processo Penal; 
 
f. A juntada de procuração outorgando poderes especiais ao advogado que esta 
subscreve, nos termos do artigo 44 do Código de Processo Penal; 
 
g. A produção de todos os meios de provas admitidos em Direito, em especial a 
untada do conjunto probatório suficiente à clareza das alegações, quais sejam 
a gravação, em DVD, do programa de televisão, com o dia e horário em que 
foi veiculado, bem como a ata notarial das mensagens postadas nas redes 
sociais pelo apresentador, além de cópias de páginas e registros extraídos da 
Internet, com as ofensas perpetradas pelo humorista. 
 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
São Paulo, data. 
Advogado (a) ... OAB/SP nº ...

Mais conteúdos dessa disciplina