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CONTROLE DE QUALIDADE EM LABORATÓRIO DE 
ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
 
 
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Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .............................................................................................. 3 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4 
LABORATÓRIOS CLÍNICOS ............................................................................... 5 
ORGANIZAÇÃO LABORATORIAL .................................................................... 10 
Procedimentos gerais ................................................................................. 11 
Regras Técnicas Básicas ........................................................................... 12 
Sistema internacional de unidades de medidas ....................................... 14 
Padronização ............................................................................................... 16 
GESTÃO E CONTROLE DE QUALIDADE ........................................................ 19 
Gestão da qualidade para laboratório de saúde ...................................... 21 
As Normas ISO ............................................................................................ 24 
Certificação e Acreditação .......................................................................... 26 
Legislação Nacional .................................................................................... 28 
Controle de qualidade de funcionários ...................................................... 37 
ERGONOMIA EM LABORATÓRIOS .............................................................. 38 
História e domínios ...................................................................................... 39 
Riscos ergonômicos em laboratórios ........................................................ 42 
CASES............................................................................................................... 46 
Aplicação da gestão de custos................................................................... 46 
Definindo e classificando custos de qualidade...................................... 47 
Sistema de Informação Laboratorial (LIS) e Sistema de Automação 
Laboratorial (LAS) .................................................................................................. 48 
Aplicação da ferramenta seis sigma .......................................................... 51 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................ 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços 
educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além 
de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
O conteúdo deste módulo é básico para os cursos que atuam nas áreas de 
ciências da saúde, biológicas, enfim, áreas que lidam no seu cotidiano com 
análises de material biológico e químico, afinal de contas, são atividades 
desempenhadas pelo homem e que envolvem riscos, os quais tornam-se 
evidenciáveis quando não são realizadas medidas corretas de segurança para o 
trabalhador. 
Devido à variabilidade na natureza do trabalho e das substâncias 
manipuladas, o potencial de gerar risco varia de acordo com as atividades de cada 
laboratório. Estes riscos podem ser de curto, médio e longo prazo, podem ser 
ainda irreversíveis, bem como certos processos podem ser dispendiosos e 
irrecuperáveis. 
Embora já tenhamos avançado em questão de legislação e de educação, 
muitas medidas de precaução ainda não são totalmente adotadas e pesquisas 
indicam que grande parte dos acidentes é causada pela inexperiência e pela falta 
de treinamento do trabalhador, também pelo não comprometimento de algumas 
gerências em relação à segurança do trabalhador. 
Pois bem, segurança e boas práticas de laboratório são alguns dos temas 
abordados neste módulo que passa pelo regulamento técnico para laboratórios 
clínicos e a organização geral desse setor. Discutiremos também a importância do 
controle de qualidade, a gestão dos custos e a ferramenta seis sigma, bem como a 
ergonomia e os riscos relacionados para a saúde dos profissionais que atuam em 
laboratórios. 
Por enquanto já vale saber que as boas práticas de laboratório (BPL) são 
técnicas, normas e procedimentos de trabalho que visam minimizar e controlar a 
exposição dos trabalhadores aos riscos inerentes às suas atividades. A aplicação 
das boas práticas é indispensável para a segurança do trabalhador, do produto que 
está manipulando e do ambiente em que trabalha, e deve fazer parte de sua rotina 
de trabalho. 
O uso das BPL deve fazer parte de uma consciência profissional de cada 
trabalhador, independente do grau de formação. Costa (1996) relata que a 
estatística dos acidentes de trabalho envolvendo substâncias químicas, assim 
como a grande maioria dos acidentes em geral, mostra maior frequência de casos 
 
 
 
 
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em trabalhadores que apresentam falta de experiência e trabalhadores que 
apresentam excesso de confiança, e menor frequência de casos em trabalhadores 
que apresentam equilíbrio profissional. Isto revela a importância de disponibilizar, 
ao funcionário que está iniciando, um treinamento consistente, periódico e 
atualizado. 
O estabelecimento de mudanças nas práticas de trabalho envolve a 
implementação e o desenvolvimento de uma política específica de revisão de 
procedimentos e alterações nas atividades dos trabalhadores, de forma a reduzir a 
exposição aos riscos. Grande parte destas ações se refere a cuidados específicos 
com materiais perfurocortantes, à prevenção da contaminação ambiental por 
materiais biológicos e à subsequente exposição de patógenos de transmissão 
sanguínea. Adiante serão descritos exemplos de normas, técnicas e 
procedimentos que proporcionam segurança nas atividades diárias dos 
trabalhadores, facilitando a rotina de trabalho. 
Como sugere Mastroeni (2002): cada laboratório ou ambiente de trabalho 
deve desenvolver seu próprio roteiro de boas práticas, acrescentando novas 
técnicas na medida em que se modificam as condições de trabalho ou quando se 
julgar necessário. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
 
 
 
 
LABORATÓRIOS CLÍNICOS 
 
 
Regulamento técnico para laboratórios clínicos 
 
 
 
 
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O Regulamento Técnico de Funcionamento do Laboratório Clínico exposto, 
foi elaborado a partir de trabalho conjunto de técnicos da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA), com o Grupo de Trabalho instituído pela Portaria nº 
864, de 30 de setembro2003. 
Este regulamento tem como objetivo definir os requisitos para o 
funcionamento dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratorial públicos ou 
privados que realizam atividades na área de análises clínicas, patologia clínica e 
citologia. 
Em relação à sua abrangência, essa resolução é aplicável a todos os 
serviços públicos ou privados, que realizam atividades laboratoriais na área de 
análises clínicas, patologia clínica e citologia. 
Abaixo, a íntegra da Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 302 de 13 
de outubro de 2005. 
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da 
atribuição que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da ANVISA 
aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o § 1º do art. 111 do 
Regimento Interno aprovado pela Portaria nº 593, de 25 de agosto de 2000, 
republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunião realizada em 10 de 
outubro de 2005; considerando as disposições constitucionais e a Lei Federal nº 
8080 de 19 de setembro de 1990 que trata das condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, como direito fundamental do ser humano; 
considerando a necessidade de normalização do funcionamento do Laboratório 
Clínico e Posto de Coleta Laboratorial; considerando a relevância da qualidade dos 
exames laboratoriais para apoio ao diagnóstico eficaz, adota a seguinte Resolução 
da Diretoria Colegiada: 
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para funcionamento dos serviços que 
realizam atividades laboratoriais, tais como Laboratório Clínico e Posto de Coleta 
Laboratorial, em anexo. 
Art. 2º Estabelecer que a construção, reforma ou adaptação na estrutura 
física do laboratório clínico e posto de coleta laboratorial deve ser precedida de 
aprovação do projeto junto à autoridade sanitária local em conformidade com a 
RDC/ANVISA nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, e RDC/ANVISA nº 189, de 18 de 
julho de 2003, suas atualizações ou instrumento legal que venha a substituí-las. 
 
 
 
 
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Art. 3º As Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal 
devem implementar os procedimentos para adoção do Regulamento Técnico 
estabelecido por esta RDC, podendo adotar normas de caráter suplementar, com a 
finalidade de adequá-lo às especificidades locais. 
Art. 4º O descumprimento das determinações deste Regulamento Técnico 
constitui infração de natureza sanitária sujeitando o infrator a processo e 
penalidades previstas na Lei nº 6437, de 20 de agosto de 1977, suas atualizações, 
ou instrumento legal que venha a substituí-la, sem prejuízo das responsabilidades 
penal e civil cabíveis. 
 
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Definições essenciais 
Para compreensão dos conteúdos dos módulos que se seguem, é 
imprescindível domínio de alguns conceitos técnicos, a saber: 
Alvará sanitário/Licença de funcionamento/Licença sanitária – documento 
Expedido pelo órgão sanitário competente Estadual, Municipal ou do Distrito 
Federal, que libera o funcionamento dos estabelecimentos que exerçam atividades 
sob regime de vigilância sanitária; 
Amostra do paciente – parte do material biológico de origem humana utilizada 
para análises laboratoriais; 
Amostra laboratorial com restrição – amostra do paciente fora das 
especificações, mas que ainda pode ser utilizada para algumas análises 
laboratoriais; 
Amostra controle - material usado com a finalidade principal de monitorar a 
estabilidade e a reprodutibilidade de um sistema analítico nas condições de uso na 
rotina; 
Analito – componente ou constituinte de material biológico ou amostra de 
paciente, passível de pesquisa ou análise por meio de sistema analítico de 
laboratório clínico; 
Biossegurança – condição de segurança alcançada por um conjunto de ações 
destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades 
que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente; 
 
 
 
 
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Calibração – conjunto de operações que estabelece, sob condições 
especificadas, a correspondência entre valores indicados por um instrumento, sistema 
de medição ou material de referência, e os valores correspondentes estabelecidos 
por padrões; 
Coleta laboratorial domiciliar – realização da coleta de amostra de paciente em 
sua residência; 
Coleta laboratorial em empresa – realização da coleta de amostra de paciente no 
âmbito de uma empresa; 
coleta laboratorial em unidade móvel – realização da coleta de amostra de paciente 
em unidade móvel; 
Controle da qualidade – técnicas e atividades operacionais utilizadas para monitorar o 
cumprimento dos requisitos da qualidade especificados; 
Controle externo da qualidade (CEQ) – atividade de avaliação 
do desempenho de sistemas analíticos através de ensaios de proficiência, análise de 
padrões certificados e comparações interlaboratoriais. Também chamada Avaliação 
Externa da Qualidade; 
Controle interno da qualidade (CIQ) – procedimentos conduzidos em associação 
com o exame de amostras de pacientes para avaliar se o sistema analítico está 
operando dentro dos limites de tolerância pré-definidos; 
Desinfecção – processo físico ou químico que destrói ou inativa a maioria dos 
microrganismos patogênicos de objetos inanimados e superfícies, com exceção de 
esporos bacterianos; 
Ensaio de proficiência – determinação do desempenho analítico por meio de 
comparações interlaboratoriais conduzidas por provedores de ensaio de 
proficiência; 
Equipamento laboratorial – designação genérica para um dispositivo 
empregado pelo laboratório clínico como parte integrante do processo de 
realização de análises laboratoriais; 
Esterilização – processo físico ou químico que destrói todas as formas de vida 
microbiana, ou seja, bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e 
vírus; 
Fase pré-analítica – fase que se inicia com a solicitação da análise, passando 
pela obtenção da amostra e finda ao se iniciar a análise propriamente dita; 
 
 
 
 
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Fase analítica – conjunto de operações, com descrição específica, utilizada na 
realização das análises de acordo com determinado método; 
Fase pós-analítica – fase que se inicia após a obtenção de resultados válidos das 
análises e finda com a emissão do laudo para a interpretação pelo solicitante; 
Garantia da qualidade – conjunto de atividades planejadas, sistematizadas e 
implementadas com o objetivo de cumprir os requisitos da qualidade especificados; 
Inspeção sanitária – conjunto de procedimentos técnicos e administrativos, de 
competência da autoridade sanitária local, que previnem e controlam o risco 
sanitário em estabelecimentos sujeitos a este controle; 
Instrução escrita – toda e qualquer forma escrita de documentar as atividades 
realizadas pelo estabelecimento e ou serviço; 
Instrumento laboratorial – designação genérica para dispositivos empregados 
pelo laboratório clínico que auxiliam na execução de uma tarefa analítica; 
Insumo – designação genérica do conjunto dos meios ou materiais utilizados em 
um processo para geração de um produto ou serviço; 
Laboratório clínico – serviço destinado à análise de amostras de paciente, com a 
finalidade de oferecer apoio ao diagnóstico e terapêutico, compreendendo as fases 
pré-analítica, analítica e pós-analítica; 
Laboratório de apoio – laboratório clínico que realiza análises em amostras 
enviadas por outros laboratórios clínicos; 
Laudo laboratorial – documento que contém os resultados das análises 
laboratoriais, validados e autorizados pelo responsável técnico do laboratório ou 
seu substituto; 
Limpeza – processo sistemático e contínuo para a manutenção do asseio ou, quando 
necessário, para a retirada de sujidade de uma superfície; 
Material biológico humano tecido ou fluido constituinte do organismo humano; 
Metodologiaprópria em laboratório clínico (in house) – reagentes ou sistemas 
analíticos produzidos e validados pelo próprio laboratório clínico, exclusivamente para 
uso próprio, em pesquisa ou em apoio diagnóstico; 
Paciente de laboratório – pessoa da qual é coletado o material ou amostra biológica 
para ser submetida à análise laboratorial; 
Posto de coleta laboratorial – serviço vinculado a um laboratório clínico, que 
realiza atividade laboratorial, mas não executa a fase analítica dos processos 
 
 
 
 
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operacionais, exceto os exames presenciais, cuja realização ocorre no ato da 
coleta; 
Produto para diagnóstico de uso in vitro – reagentes, padrões, 
calibradores,controles, materiais, artigos e instrumentos, junto com as instruções 
para seu uso, que contribuem para realizar uma determinação qualitativa, 
quantitativa ou semi-quantitativa de uma amostra biológica e que não estejam 
destinados a cumprir função anatômica, física ou terapêutica alguma, que não 
sejam ingeridos, injetados ou inoculados em seres humanos e que são utilizados 
unicamente para provar informação sobre amostras obtidas do organismo humano; 
Profissional legalmente habilitado – profissional com formação superior inscrito 
no respectivo Conselho de Classe, com suas competências atribuídas por Lei; 
Rastreabilidade – capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da 
localização daquilo que está sendo considerado, por meio de identificações 
registradas; 
Responsável técnico RT profissional legalmente habilitado que assume perante 
a Vigilância Sanitária a Responsabilidade Técnica do laboratório clínico ou do 
posto de coleta laboratorial; 
Saneante – substância ou preparação destinada à higienização, desinfecção, 
esterilização ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos, públicos e 
privados, em lugares de uso comum e no tratamento da água; 
Supervisão – atividade realizada com a finalidade de verificar o cumprimento das 
especificações estabelecidas nos processos operacionais; 
Teste laboratorial remoto (TLR) – teste realizado por meio de um equipamento 
laboratorial situado fisicamente fora da área de um laboratório clínico. Também 
chamado Teste Laboratorial Portátil (TLP), do inglês Point-of-care testing (POCT); 
Validação – procedimento que fornece evidências de que um sistema apresenta 
desempenho dentro das especificações da qualidade, de maneira a fornecer 
resultados válidos; 
Verificação da calibração – ato de demonstrar que um equipamento de medição 
apresenta desempenho dentro dos limites de aceitabilidade, em situação de uso 
(ANVISA, 2005). 
ORGANIZAÇÃO LABORATORIAL 
 
 
 
 
 
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 Moura et al. (2008) nos lembram de imediato que existe uma constante 
evolução das técnicas bioquímicas, as quais têm provocado uma grande 
reformulação nos ensaios que, ano a ano, tornam-se ultrapassados, o que implica, 
evidentemente, em uma completa revisão, com a introdução de novas 
metodologias. No entanto, o emprego de técnicas mais sofisticadas, embora, 
geralmente, mais precisas e exatas, muitas vezes encontram barreiras, tais como: 
 Produtos pouquíssimo comercializados. 
 Reagentes de baixa estabilidade. 
 Emprego de aparelhos cada vez mais sofisticados e de maior custo. 
 Maior complexidade no manuseio dos reagentes. 
 Reagentes de alto custo, etc. 
Ainda que pese o fato da busca constante do aprimoramento das técnicas 
bioquímicas, muitas vezes, o resultado não implica, clinicamente, que o ensaio 
necessite ser tão exato e preciso. Isto possibilita a utilização de técnicas mais 
simples e rápidas. Porém, neste caso, é necessário estarmos atentos quanto aos 
possíveis interferentes, às condições gerais do doseamento e ao estado físico do 
paciente, para podermos avaliar, corretamente, o resultado obtido. 
Uma vez que a determinação de um componente orgânico não é efetuada 
através de uma técnica padrão, utilizável em todos os ensaios, existe a 
necessidade de correlacionar as propriedades físico-químicas do componente com 
as várias técnicas existentes e dentre estas, selecionar a mais específica e exata. 
Partindo da experiência laboratorial prática dos autores citados inicialmente 
e que envolve os resultados obtidos através dos anos, veremos ao longo do curso 
uma série de técnicas selecionadas (mas frisando: longe de sua totalidade) que 
variam em sua complexidade, e que certamente irá facilitar na organização do 
laboratório de Bioquímica. 
Procedimentos gerais 
Em um laboratório de Bioquímica Clínica, é evidente a necessidade de 
observar certos cuidados, tanto na manipulação quanto na limpeza. Tal 
desempenho refletirá diretamente na qualidade dos resultados obtidos. 
 
 
 
 
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Para tal, existem certas regras básicas que condicionam o comportamento 
rotineiro do analista técnico, sem as quais não se pode ter nenhuma confiabilidade 
ou segurança: 
Regras Técnicas Básicas 
 Nunca utilizar a mesma pipeta para diferentes soluções. 
 Nunca pipetar soluções tóxicas ou corrosivas sem a utilização de pera de 
borracha ou algodão na extremidade superior da pipeta. 
 Evitar pipetar diretamente do frasco estoque. 
 Não recolocar as sobras dos reativos nos respectivos frascos estoque. 
 Utilizar papel absorvente e enxugar o líquido excedente da ponta da pipeta, 
antes de esvaziá-la 
 As pipetas graduadas com halo fosco deverão ser assopradas. 
 As pipetas volumétricas deverão tocar suas pontas na superfície do líquido 
pipetado. 
 Observar a posição da pipeta. Ela deverá estar na posição vertical e o menisco 
deverá coincidir com a linha graduada, ao nível dos olhos. 
 Observar se a solução do frasco estoque exige homogeneização antes da sua 
retirada. 
 Evitar toda contaminação proveniente de tampas de frascos colocadas em 
lugares indevidos. Voltar a tampa, assim que puder. 
 Retirar somente a quantidade de solução necessária. 
 Observar, minuciosamente, se o material utilizado está completamente limpo. 
 Ao utilizar pipetas para medir sangue, ácidos concentrados, álcalis ou 
suspensões, lavar, imediatamente, todo o material. 
 Utilizar avental de cor clara para e proteção de possíveis detecção acidentes de 
trabalho.Possuir conhecimentos de primeiros socorros. Afixar, em lugar de fácil 
acesso, um quadro explicativo dos socorros de emergência. Manter os 
medicamentos sempre em ordem. 
 
Limpeza de Material 
Os materiais de vidro exigem uma lavagem bem rigorosa, por vários motivos, 
inclusive porque qualquer resíduo poderá provocar a obtenção de falsos resultados nas 
 
 
 
 
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análises. Existem, comercialmente, vários detergentes tanto em pó quanto líquidos, 
que facilitam, sobremaneira, a limpeza da vidraçaria. O modo de utilizá-los irá depender 
da concentração do produto e também da intensidade da sujeira. Algumas misturas 
podem ser preparadas, no próprio laboratório, tais como mistura sulfocrômica e mistura 
alcalina. Os materiais de vidro exigem uma lavagem bem rigorosa, por vários 
Preparação de soluções 
A correta preparação das soluções tem grande importância na exatidão dos 
ensaios efetuados no Laboratório de Análises Clínicas. 
 
Algumas definições: 
 
Solução – mistura homogênea de duas ou mais substâncias. 
Soluto - é a substância que se dissolve. 
Solvente - é a substância que dissolve o soluto. 
Concentração - é a quantidade de soluto que se encontra dissolvida em 
determinada quantidade de solvente. 
 
A concentração é expressa de várias formas: 
 
 Percentagem - é a relação entre o peso (p) ou volume (v) do soluto e 100g ou 
100mL de solução final. Podemos ter: p/p, p/v, v/v e v/p. 
 b) Molaridade - é o número de moles de soluto presentes em um litro de 
solução. 
c) Normalidade - é o número de equivalentes-grama de soluto presentes em um 
litro de solução.d) Molalidade - é o número de moles do soluto por quilograma do solvente. 
Em se tratando de preparo de soluções diluídas, a diluição é geralmente 
expressa como uma relação entre o número de partes da solução original e o 
número de partes da solução final. Assim, uma diluição 1/3, contém uma parte da 
solução original em três partes de solução final e uma diluição de soro a 1/5, com 
água destilada, conterá uma parte de soro e quatro partes de água, totalizando 
cinco partes de solução final. 
 
 
 
 
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Quando efetuamos diluições, a partir de uma solução original, podemos 
utilizar a seguinte fórmula: D = C2 / C1, onde: 
D = diluição efetuada ou a ser efetuada. C1 = concentração da solução 
original. 
C2 = concentração da solução obtida ou a se obter. 
Quando queremos um determinado volume final, bastará multiplicá-lo pela 
diluição e teremos o valor do volume de solução original requerido para efetuar a 
diluição. Em casos de altas concentrações nas dosagens, quando é necessária a 
diluição da amostra, o fator de multiplicação (ou de diluição) será o inverso da diluição. 
Vale lembrar que a calibração de pipetas para hemoglobina é efetuada 
medindo-se 0,02mL de mercúrio com a pipeta de Sahli (ou de hemoglobina). 
Em seguida, pesa-se o mercúrio, que deverá dar 270,7mg a 25°C. É uma 
calibração bastante sensível. Uma variação de mais ou menos 5mg é aceitável, pois 
o erro será menor que ± 2%. 
Sistema internacional de unidades de medidas 
A Convenção Internacional do Metro resolveu, em 1975, acatar as 
resoluções, recomendações e declarações da Conferência Geral de Pesos e 
Medidas no sentido de adotar o Sistema Internacional (SI) de medidas para o 
intercâmbio comercial e cultural entre as nações. No Brasil, estas resoluções foram 
oficializadas, em 3 de maio de 1978, pelo Decreto nº 81.621 da Legislação Federal. 
O decreto brasileiro ainda aponta várias diretrizes, como: 
Grafia dos nomes de unidades: 
Os nomes por extenso começam sempre com letra minúscula, exceto o grau 
Celsius. 
Na expressão do valor numérico de uma Grandeza a respectiva unidade 
pode ser escrita por extenso ou representada por símbolo, mas não por ambos. 
Exemplo: quilogramas por segundo ou kg/s (e não kg por segundo). 
No plural, os nomes escritos por extenso das unidades recebem a letra “s” no 
final, exceto para aquelas cuja forma no singular termina pelas letras “s”, “x” ou “z”, 
Exemplos: 220 volts, 100 megahertz, 30 siemens. 
Grafia dos símbolos das unidades: 
Os símbolos e prefixos são invariáveis e não devem ser modificados pela 
colocação conjunta de sinais, letras ou Índices. Exemplos: 1m, 36m, 24h, 80kg, 30A. 
 
 
 
 
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Os prefixos não podem ser justapostos num mesmo símbolo. Exemplo: ng (e 
não mµg). 
Os prefixos podem coexistir num símbolo composto por multiplicação ou 
divisão, recomendando-se colocar sempre uma unidade básica no denominador. 
Exemplos: kV.mm, 9g/L (e não 0,9g/100mL); 
O expoente de um símbolo com prefixo afeta o conjunto todo. Exemplo: 
1mm3 = 10-9 m3. 
Grafia dos números que representam quantidades (não códigos, chapas, 
telefones, datas): 
A parte inteira é separada da parte decimal por uma vírgula, colocando-se um 
0 (zero) à esquerda da vírgula para números menores do que 1. 
Os números que representam quantias em dinheiro ou quantidades de 
mercadorias, bens ou serviços devem ser escritos com os algarismos separados 
em grupos de três, a contar da vírgula para a esquerda e para a direita, com 
pontos separando esses grupos entre si. 
Admite o uso das palavras: 
 mil = 103 = 1.000 
 milhão = 106 = 1.000.000 
 bilhão = 109 = 1.000.000.000 
 trilhão = 1012 = 1.000.000.000.000 
Entretanto, esta regra não é aplicável para trabalhos de caráter técnico ou 
científico, recomendando-se nestes casos o emprego dos prefixos do SI. Exemplo: 
30Mm (e não 30.000km). 
A legislação brasileira ainda admite alguns fatores decimais consagrados 
pelo uso: 
 
 
 
Pronúncia dos nomes dos múltiplos e submúltiplos decimais: 
 
 
 
 
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Os nomes dos prefixos são pronunciados por extenso, prevalecendo a sílaba 
tônica da unidade, exceto as palavras quilômetro, decímetro, centímetro e milímetro, 
consagradas pelo uso. 
Na aplicação destas recomendações aos trabalhos dos laboratórios de 
análises clínicas, podemos acrescentar mais algumas considerações: 
As expressões quantitativas devem sempre respeitar a ordem das 
grandezas, na preferência de maior para menor. Assim as datas deveriam ser 
1981 junho 11, ou seja, ano-mês-dia. Assim como ora-minuto-segundo. Este tipo 
de expressão já é utilizado pelos computadores. 
As reações químicas, in vivo ou in vitro, determinadas por processos governados 
por leis estequiométricas formuladas em termos moleculares. As determinações 
quantitativas devem ser expressas com referência aos grupos de átomos, moléculas ou 
íons participantes. O uso de unidades de massa, tais como mg/L serve unicamente 
para decidir se um determinado valor é maior ou menor que um certo valor de 
referência. O resultado expresso em mol/L, além de servir para isso, esclarece 
adicionalmente as reações ao nível funcional. A transformação dessas unidades é feita 
dividindo a concentração em miligramas por dL pelo décimo do peso molecular para 
achar o resultado em mmol/L (MOURA et al., 2008). 
Padronização 
Toda análise laboratorial visa à obtenção de resultados compatíveis com a 
metodologia empregada. No entanto, fatores que, muitas vezes, fogem ao nosso 
controle, provocam a obtenção de valores diferentes para uma determinada análise 
laboratorial de um mesmo material biológico. 
Este fato deixa bastante clara a necessidade de um controle de qualidade 
constante para que possamos desfrutar de resultados exatos e seguros. 
Vários fatores contribuem para o sucesso do controle de qualidade. Entre 
eles, podemos citar: 
 
Procedimento correto na coleta das amostras: 
 
Procurar ter sempre, em disponibilidade, um manual de coleta que irá 
auxiliar nas dificuldades que surgirem, evitando assim erros grosseiros, que irão 
influir, definitivamente, nos resultados finais. É importante ficar caracterizada a 
individualidade com relação às condições clínicas do paciente. Cada análise tem 
 
 
 
 
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por finalidade a pesquisa de um componente que pode variar em função de 
outros fatores tais como jejum, sexo, idade, horário de coleta, interferências 
medicamentosas, esforço físico, dia do ciclo, etc. Uma boa análise começa por 
uma boa coleta. 
 
Pureza dos reagentes: 
 
É essencial, em todas as análises, que todos os reagentes envolvidos 
tenham os índices recomendados de pureza. Sem a obediência deste item, 
qualquer metodologia empregada fica impedida de apresentar a devida 
performance. 
Não deixar de observar as condições de água empregada. 
Padronização correta: 
Os padrões deverão ser bem conservados, evitando contaminações e 
deteriorações. É necessário termos consciência de que um padrão incorreto irá 
influir em todas as amostras que irão acompanhá-lo. 
 
Aparelhagem utilizada: 
Toda aparelhagem selecionada deverá estar calibrada e mantida dentro dos 
limites permissíveis de utilização. 
 
Efetuar sempre uma manutenção preventiva. 
Seleção e limpeza do material utilizado: 
 Cuidar para que seja efetuada uma rigorosa seleção de todo material 
volumétrico e que o mesmo apresente condições de trabalho, com relação a sua 
limpeza. 
Treinamento técnico do pessoal: 
 O analista técnico deve estar apto a realizar os ensaios sem a supervisão 
contínua do responsável. Para tanto, ele deverá estar bastante preparado e consciente 
da responsabilidade do trabalho realizado. Deverá conhecer os detalhes da 
metodologia empregada, assim como as possíveisdeformações que poderão surgir 
nas várias etapas de desenvolvimento do ensaio. 
 
 
 
 
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Ambiente e condições de trabalho: 
 Além do pessoal técnico e especializado, temos a obrigação de manter um 
ambiente de trabalho sadio. Isto quer dizer que existe a necessidade de oferecermos 
 
Aparelhagem utilizada: 
 
Toda aparelhagem selecionada deverá estar calibrada e mantida dentro dos 
limites permissíveis de utilização. 
 
Efetuar sempre uma manutenção preventiva. 
 
Seleção e limpeza do material utilizado: 
Cuidar para que seja efetuada uma rigorosa seleção de todo material 
volumétrico e que o mesmo apresente condições de trabalho, com relação a sua 
limpeza. 
 
Treinamento técnico do pessoal: 
 
O analista técnico deve estar apto a realizar os ensaios sem a supervisão 
contínua do responsável. Para tanto, ele deverá estar bastante preparado e 
consciente da responsabilidade do trabalho realizado. Deverá conhecer os 
detalhes da metodologia empregada, assim como as possíveis deformações que 
poderão surgir nas várias etapas de desenvolvimento do ensaio. 
 
Ambiente e condições de trabalho: 
 
Além do pessoal técnico e especializado, temos a obrigação de manter um 
ambiente de trabalho sadio. Isto quer dizer que existe a necessidade de 
oferecermos todas as condições de trabalho, em todos os sentidos, para evitarmos 
insatisfações que invariavelmente influem, decisivamente, no desempenho final. 
 
Cálculos corretos: 
 
 
 
 
 
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É óbvia a necessidade de utilizar corretamente o cálculo matemático. 
Observar as regras de arredondamento: Quando o último algarismo é menor que 5, 
arredonda-se para baixo. 
Alguns termos comumente usados são descritos, a seguir: 
Exatidão: relação entre o valor encontrado e o valor verdadeiro. Um método 
é exato, quando os valores encontrados estão bem próximos dos valores 
verdadeiros. Ela é medida pelo erro da média. 
Precisão: representa a obtenção de resultados bastante próximos entre si. 
Um método é preciso, quando os valores encontrados são reprodutíveis ou 
repetitivos. Ela é medida pelo desvio padrão ou pelo coeficiente de variação. 
Sensibilidade: representa a capacidade de um método medir pequenas 
concentrações, ou seja, a detecção da menor quantidade diferente de zero ou 
possibilitar a distinção entre pequenas variações na concentração de um determinado 
componente em uma ou várias amostragens. Ela representa a inclinação da curva de 
calibração de um determinado método. 
Especificidade: significa que o resultado obtido é devido à medição exata de 
um determinado componente, em uma amostra, sem a interferência de outros 
componentes também presentes. 
 
GESTÃO E CONTROLE DE QUALIDADE 
 
Desde o século passado, percebe-se, em todas as situações, uma 
importante evolução no conceito de qualidade, particularmente, diante 
das exigências dos clientes. Em consequência disso, o “melhorar 
continuamente os processos” passou a ser meta e conduta de toda instituição ou 
organização. Nos laboratórios clínicos, isso não foi diferente. Em face dessas 
exigências, a melhoria da qualidade do produto oferecido (resultado de exames) e 
seu controle foram as consequências naturais desse processo (CHAVES, 2010). 
O laboratório clínico deve assegurar que os resultados produzidos reflitam, 
de forma fidedigna e consistente, a situação clínica apresentada pelos pacientes, 
assegurando que não representem o resultado de alguma interferência no 
processo. A informação produzida deve satisfazer as necessidades de seus 
 
 
 
 
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clientes e possibilitar a determinação e a realização correta de diagnóstico, 
tratamento e prognóstico das doenças. 
A melhoria contínua dos processos envolvidos deve representar o foco 
principal de qualquer laboratório e, para isso, procura-se oferecer, cada vez mais, 
os melhores produtos ou serviços para os clientes. 
Entretanto, para que as inovações e melhorias deem certo, torna-se 
imprescindível o controle desses processos, que deve ser capaz de identificar 
possíveis falhas que possam vir a acontecer ou as que já aconteceram. Além 
disso, o laboratório deverá estar preparado para agir prontamente para evitar ou 
minimizar as consequências e a recorrência dessas falhas. Isso tudo acaba por se 
traduzir no processo da garantia da qualidade. 
Em um laboratório de análises clínicas, a garantia da qualidade é alcançada 
tendo-se total e absoluto controle sobre todas as etapas do processo, ou seja, a 
realização do exame, que compreende as fases pré-analítica, analítica e pós- 
analítica. 
A gestão da qualidade, por sua vez, abrange as ações utilizadas para 
produzir, dirigir e controlar essa qualidade, incluindo a determinação de uma 
política e de objetivos da qualidade, com o uso de indicadores e metas. 
A garantia da qualidade de todas as fases pode ser conseguida por meio da 
padronização de cada uma das atividades envolvidas, desde o atendimento ao 
paciente até a liberação do laudo. Com isso, pode-se alcançar a qualidade que se 
almeja e, com a gestão da qualidade, garanti-la. 
Todas essas atividades no laboratório devem ser documentadas por meio de 
procedimentos operacionais padrão (POP) ou instruções de trabalho (IT), que 
deverão estar sempre acessíveis aos funcionários envolvidos nas atividades. 
Com a incessante procura por qualidade nos processos laboratoriais, foram 
criados os programas de acreditação brasileiros, como o Programa de Acreditação 
de Laboratórios Clínicos (PALC) da Sociedade Brasileira de Patologia 
Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), e o Departamento de Inspeção e 
Credenciamento da Qualidade (DICQ) da Sociedade Brasileira de Análises 
Clínicas (SBAC). Além disso, surgiram, no Brasil, nas décadas de 1970-80, os 
programas de controle da qualidade em laboratório clínico, como o Proficiência em 
Ensaios Laboratoriais (PELM) e o Programa Nacional de Controle de Qualidade 
 
 
 
 
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(PNCQ). Esses sistemas são utilizados para atender às necessidades de ampla e 
melhor avaliação dos laboratórios clínicos. 
Com a qualidade melhorada, os desperdícios podem ser evitados, 
reduzindo-se os custos e aumentando-se a produtividade, e, com isso, haverá 
melhora da competitividade no mercado (CHAVES, 2010). 
 
Gestão da qualidade para laboratório de saúde 
 
 Dois tipos de movimentos de repercussão internacional, citados por Santos e 
Nogueira (2010) contribuíram para fazer com que a preocupação com a qualidade 
entrasse recentemente na ordem do dia da maioria das empresas públicas e privadas. 
O primeiro está relacionado à divulgação de normas e de critérios para a certificação –
a acreditação de empresas em âmbito internacional. A International Standardization 
Organization (ISO) é uma organização internacional de normalização, criada em 
1946, em Genebra, na Suíça, que tem como objetivo preparar e emitir normas 
técnicas. A série ISO 9000 foi emitida em 1987 para orientar a implantação e o 
acompanhamento de sistemas da qualidade destinados a quaisquer 
estabelecimentos, constituindo-se na referência mais importante nesse sentido e 
adotada por vários países, inclusive no Brasil. O segundo movimento decorre da 
voga atual dos programas de ‘qualidade total’, voltados basicamente para assegurar 
o engajamento de todos com a análise e solução dos problemas de qualidade em 
uma empresa. Como se sabe, esse enfoque gerencial teve origem nas indústrias 
japonesas e americanas e é uma alternativa de ação global de responsabilização 
de empregados e dirigentes pela ação da qualidade, possuindo enfoques e 
métodos particulares, devendo, em uma determinada etapa de seu 
desenvolvimento, englobar e direcionar a garantia de qualidade. 
 O entendimento do sentido da gestão da qualidade numa empresa e do que 
fazer em prolda qualidade é influenciado por interpretações que derivam desses 
dois tipos de movimentos (a implementação de regras e o esforço coletivo), com a 
utilização de normas (documento que formaliza certo nível de consenso a respeito 
do que foi discutido – aquilo que é estabelecido como base para a realização ou 
avaliação de algo) para certificação (avalia a existência de um sistema, como a ISO 
 
 
 
 
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9000) e acreditação (verifica a competência técnica) e pelos programas de 
qualidade total, respectivamente. 
 Ambas as interpretações, entretanto, são equivocadas, pois a gestão da 
qualidade está ligada essencialmente ao plano político da organização. 
Compreende o conjunto das políticas gerais de desenvolvimento da qualidade e, 
portanto, as responsabilidades com sua definição e implementação a partir da alta 
direção da empresa, como, por exemplo, um laboratório da área da saúde 
(SANTOS; NOGUEIRA, 2010). 
 Cabe aqui ressaltar alguns fundamentos e vocabulários próprios utilizados 
na implantação do sistema de gestão da qualidade (BÁEZ et al,1994; VIM, 1995): 
MISSÃO: definição das atividades exercidas, considerando critérios éticos e 
de postura da organização diante de si e da sociedade. Deverá ser construída 
coletivamente no âmbito interno e, se possível, externo. 
POLÍTICA DA QUALIDADE: refere-se ao planejamento estratégico para 
implantação do sistema de gestão da qualidade, com alocação de recursos para 
aquisição de infraestrutura, insumos, manutenção de equipamentos, capacitações 
dos trabalhadores, definição de responsabilidades e respectivas competências, com 
o exercício constante da análise crítica sobre o sistema. 
SISTEMA DA QUALIDADE: inclui normas nacionais e internacionais sobre 
qualidade e que deverão ser escolhidas de acordo com as práticas desenvolvidas 
na organização. 
GARANTIA DA QUALIDADE: abrange a contínua avaliação dos produtos 
e processos, segundo as normas selecionadas pela empresa. 
CONTROLE DE QUALIDADE: refere-se ao domínio das atividades 
exercidas, a partir da monitoração das etapas de produção, com o objetivo de 
minimizar o erro. 
CONTROLE INTERNO DA QUALIDADE: procedimentos conduzidos para 
avaliar se o sistema analítico está sendo operado dentro dos limites de tolerância 
predefinidos. 
CONTROLE EXTERNO DA QUALIDADE: atividade de avaliação do 
desempenho dos sistemas analíticos por meio de ensaios de proficiência, análise 
de padrões certificados e comparações inter laboratoriais. 
 
 
 
 
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BIOSSEGURANÇA: condições de segurança alcançadas por um conjunto 
de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às 
atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e ao meio ambiente. 
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO (POP): registro da 
qualidade que descreve como, onde e em quais condições determinada atividade é 
executada. São obrigatórias as assinaturas do autor e das chefias imediata e 
superior. 
 CALIBRAÇÃO: é o conjunto de operações que estabelece, sob condições 
especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição – 
ou sistema de medição ou valores representados por uma medida materializada ou um 
material de referência – e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por 
padrões. 
PADRÃO: medida materializada, instrumento de medição, material de 
referência ou sistema de medição destinado a definir, realizar, conservar ou 
reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma grandeza para servir como 
referência. 
RASTREABILIDADE: propriedade do resultado de uma medição ou do valor 
por um padrão que está relacionado a referências fixadas, geralmente padrões 
nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações com 
as incertezas estabelecidas. 
MATERIAL DE REFERÊNCIA: material ou substância que tem um ou mais 
valores de propriedades que são suficientemente homogêneos e bem 
estabelecidos para serem usados na calibração de um aparelho, na avaliação de 
um método de medição ou na atribuição de valores a materiais. 
MATERIAL DE REFERÊNCIA CERTIFICADO: material de 
referência, acompanhado por um certificado, com um ou mais valores de 
propriedades, e assegurado como verdadeiro por um procedimento em que se 
estabelece sua rastreabilidade à obtenção exata da unidade na qual os valores da 
propriedade são expressos. Cada valor certificado é acompanhado por uma 
incerteza para um nível de confiança estabelecido. 
O mais decisivo na gestão da qualidade de uma empresa é consolidar uma 
visão estratégica para a definição da política da qualidade a ser adotada. Esse é o 
ponto de partida que orientará o reconhecimento de como a organização lida com 
seus trabalhadores e clientes. Não é mais suficiente pensar em qualidade como 
 
 
 
 
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“apropriada para seu uso” (JURAN, 1989 apud SANTOS; NOGUEIRA, 2010), se os 
objetivos não contemplarem o bem-estar dos trabalhadores, que devem se manter 
motivados. 
Aliás, motivação é uma das palavras mais repetidas durante a implantação 
de um processo de gestão da qualidade, que não pode se perder em retóricas, 
pois deverá ser o resultado das condições que a empresa proporcionará para que 
o trabalhador possa se sentir estimulado. 
As Normas ISO 
 Vimos até o momento que a gestão exitosa de uma empresa compreende a 
direção e o controle dos processos, executados de forma transparente, segura e 
sistemática. O sucesso pode ser o resultado da implantação e da implementação de 
um sistema de gestão realizado com propósitos de melhoria contínua do seu 
desempenho. 
 No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma 
organização nacional, privada, que oferece credibilidade de âmbito internacional na 
área de certificação, e tem como missão: prover a sociedade brasileira de 
conhecimento sistematizado, por meio de documentos normativos, que permita a 
produção, a comercialização e uso de bens e serviços de forma competitiva e 
sustentável nos mercados interno e externo, contribuindo para o desenvolvimento 
científico e tecnológico, proteção do meio ambiente e defesa do consumidor. 
A ABNT é reconhecida pelo governo brasileiro como Fórum Nacional de 
Normalização, sendo uma de suas fundadoras e única representante da 
International Organization for Standardization (ISO) no Brasil. Além disso, é 
acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
(Inmetro), o qual possui acordo de reconhecimento com os membros do International 
Acreditation Forum (lAF) para certificar sistemas de gestão da qualidade (ABNT, 
2000b) e sistemas de gestão ambiental (ABNT, 2000c), além de diversos produtos e 
serviços. As normas da família ABNT NBR ISO 9000 foram desenvolvidas para 
auxiliar a gestão de organizações de diversos tipos e tamanhos que tenham como 
objetivo a implementação de sistemas de gestão da qualidade de forma eficaz. 
NBR ISO/IEC 19011 – trata das diretrizes para auditorias de sistema de 
gestão da qualidade e/ou ambiental. Esta norma fornece orientação sobre os 
 
 
 
 
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princípios de auditoria, gestão de programas de auditoria, realização de auditorias 
de sistema de gestão da qualidade e auditorias de sistema de gestão ambiental, 
como também orientação sobre a competência de auditores de sistemas de gestão 
da qualidade e ambiental. 
NBR ISO/IEC 14000 – com o progressivo aumento da população mundial – 
hoje em torno de 6,5 bilhões – e o consequente aumento dos resíduos domésticos 
e industriais gerados, o meio ambiente tornou-se foco de preocupação. Em 1996, 
foi lançada a série ISO 14000, com elementos de um sistema de gestão ambiental, 
desenvolvida para auxiliar as empresas a protegerem o meio ambiente, reduzirem 
seus custos e eliminarem os riscos de violação à legislaçãoambiental e 
preservando a biodiversidade. 
A série ABNT NBR ISO 14000, que compõe as normas de gestão ambiental, 
tem como finalidade prover as organizações de componentes eficazes de gestão 
ambiental que possam ser integrados a outros elementos da gestão. 
A metodologia PDCA (Plan-Do-Check-Act) ou planejar-executar-verificar-agir 
também pode ser aplicada na abordagem dos processos de implementação e 
melhoria contínua da gestão das organizações que utilizam as normas NBR 
ISO/IEC 9001 e NBR ISO/IEC 14001, tendo cada ação este significado: 
PLANEJAR: estabelecer os princípios e processos necessários para atingir os 
resultados em concordância com a política de gestão da qualidade e gestão 
ambiental da organização. 
EXECUTAR: implementar os processos. 
VERIFICAR: monitorar e medir os processos em conformidade com a política 
ambiental, os objetivos, as metas, os requisitos legais e outros, relatando os 
resultados. 
AGIR: atuar de modo a continuar melhorando o desempenho do sistema de 
gestão da qualidade e gestão ambiental. 
OHSAS 18000 – em 1999, foi lançada nos Estados Unidos a Série de 
Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional – Occupational Health and 
Safety Assessment Series (OHSAS). A série consiste em um sistema de gestão 
com o foco voltado para a saúde e segurança ocupacional. É uma ferramenta que 
permite às empresas atingir, controlar e melhorar o nível de desempenho da saúde 
e segurança do trabalhador. 
 
 
 
 
 
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Normas técnicas para laboratórios de saúde 
A escolha e a implantação das normas deverão ser acompanhadas pelos 
envolvidos com as práticas dos laboratórios, incluindo a alta direção, 
pesquisadores, os tecnologistas, os técnicos, os estagiários, os alunos e o pessoal 
da limpeza, administração, infraestrutura e segurança. 
Com base na normalização atual e na pertinência das atividades 
desenvolvidas nos laboratórios da área da saúde, foram selecionadas algumas 
técnicas que poderão ser implementadas e que permitirão o credenciamento 
dessas unidades em auditorias externas, sejam laboratórios de análises clínicas, 
de vigilância sanitária ou de pesquisa biomédica. 
Laboratórios de análises clínicas: 
- NBR ISO/lEC 17025 – requisitos gerais para a competência de laboratórios de 
ensaio e calibração (ABNT, 2006); 
- ABNT NBR NM ISO 15189 – requisitos especiais de qualidade e competência 
(ABNT, 2008); 
- NBR 14500 – gestão da Qualidade no Laboratório Clínico (ABNT, 2000); - RDC 
302 – regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos (BRASIL, 
2005). 
Laboratórios de vigilância sanitária: 
 - ABNT NBR ISO/lEC 17025 – requisitos Gerais para a Competência de 
Laboratórios de Ensaios e Calibrações (ABNT, 2006); 
 - NIT-DICLA 035 – princípios das Boas Práticas de Laboratório – BPL 
(INMETRO, 2009). Laboratórios de pesquisa biomédica: 
- NBR ISO/lEC 17025 – requisitos Gerais para a Competência de Laboratórios 
de Ensaios e Calibrações (ABNT, 2006); 
- NIT-DICLA 035 – princípios das Boas Práticas de Laboratório – BPL 
(INMETRO, 2009) 
Certificação e Acreditação 
A certificação assim como a acreditação fazem parte da etapa final da 
implantação da gestão da qualidade em uma organização. Ambas visam à 
verificação de um conjunto de atividades desenvolvidas por uma organização, com 
a finalidade de atestar publicamente, por escrito, que determinada análise ou 
 
 
 
 
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serviço está em conformidade com os requisitos especificados nas normas 
nacionais ou internacionais utilizadas e/ou com a capacidade técnica. 
Enquanto a certificação verifica a capacidade organizacional e pode utilizar 
as normas ISO, a acreditação emprega normas específicas em um processo que 
busca a excelência técnica e é realizada por meio de ensaios de proficiência. 
Ambas as verificações precisam ser acompanhadas periodicamente, com 
auditorias externas, auxiliando na implementação da gestão da qualidade, na 
medida em que orienta os procedimentos a serem executados em conformidades. 
No entanto, nos casos de não conformidades consideradas graves, a 
solicitação de certificação ou acreditação poderá ser negada e novos investimentos 
deverão ser providenciados, seja com obras de infraestrutura, capacitação de 
pessoal, aquisição de novos equipamentos, incluindo os de proteção individual 
(EPI) e coletivo (EPC), dentre outros. 
Todo sistema da qualidade, seja para certificação ou acreditação, coloca em 
prática as etapas de procedimento, registro e auditoria: executar o que está escrito, 
escrever o que faz e periodicamente revisar o que está escrito 
Esperamos ter deixado claro que a implantação/implementação da gestão da 
qualidade requer conhecimentos, habilidades e atitudes dirigidos para a mudança 
individual e coletiva, que deve se desenvolver ao longo do tempo e que implica 
atingir metas com crescente grau de dificuldades, porém passíveis de serem 
cumpridas. O trabalho deve ser participativo para atender aos mecanismos de 
mudança a que se propõe uma empresa, como um laboratório da área da saúde, 
que almeja a confiabilidade de seus resultados baseada no reconhecimento 
nacional e/ou internacional da capacidade técnico-organizacional de suas análises. 
Santos e Nogueira (2010) ressaltam no caso de um laboratório público da 
área de saúde, que o compromisso estará expresso pela política da qualidade, 
atestada pela alta direção, em conformidade com as prerrogativas do Sistema 
Único de Saúde (SUS). E o gestor desse laboratório deverá estar integrado à 
noção de competência (DELUIZ, 1996, 2001), isto é, aprendizagem orientada para 
a ação e sua avaliação pautada nos resultados observados, com a possibilidade de 
rastreabilidade dos processos e garantindo efetividade da gestão. 
 
 
 
 
 
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Legislação Nacional 
A legislação brasileira voltada para a implantação da gestão da qualidade 
para laboratórios da área da saúde é recente. A Secretaria de Vigilância em Saúde 
(SVS) lançou a portaria nº 70, publicada em 24 de fevereiro de 2005 (BRASIL, 
2005), que estabelece os critérios e a sistemática para habilitação de laboratórios 
de referência nacional e regional para as redes nacionais de vigilância 
epidemiológica e ambiental em saúde. Com base nela, os laboratórios requerentes 
deverão cumprir os seguintes procedimentos: 
Adotar as seguintes normas, de acordo com o escopo do laboratório: 
- NIT-DICLA-083 – critérios gerais para a competência em laboratórios clínicos 
(INMETRO, 2001); 
- NBR ISO/lEC 17025 – requisitos gerais para a competência de laboratórios de 
ensaio e calibração (ABNT, 2006); 
- NIT-DICLA-028 – critérios para o credenciamento de laboratórios de ensaios 
segundo os princípios das Boas Práticas de Laboratório (BPL) (INMETRO, 2003). 
Implantar um sistema de gestão da biossegurança, seguindo as normas/ 
orientações nacionais/internacionais vigentes; 
Desenvolver procedimentos de comunicação eficientes e ágeis, conforme 
fluxos e prazos estabelecidos em manuais técnicos reconhecidos pelo Ministério da 
Saúde, com os clientes e parceiros dos níveis nacional, estadual e municipal, sobre 
os resultados das análises laboratoriais de interesse à saúde pública, relativas à 
prestação de serviços (regional) e à pesquisa (nacional); 
Realizar análises laboratoriais de alta complexidade (nacional) ou de maior 
complexidade (regional) na área de conhecimento, para complementação de 
diagnóstico; 
Apresentar atividades e pesquisa científica na área de conhecimento, por um 
período mínimo de cinco anos, excetuando-se para aqueles diagnósticos de 
problemas emergentes (nacional); 
Ter prestado serviços na área de conhecimento nos últimos cinco (nacional) 
ou três anos (regional) – análises laboratoriais, visitas técnicas, treinamentos, 
Assessoramentos, supervisão, entre outros –, excetuando-se para aqueles 
Diagnósticosde problemas emergentes e reemergentes; 
Demonstrar, quando pertinentes, supervisão de comissão de ética (nacional); 
 
 
 
 
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Ter recursos humanos com quantitativo suficiente e com formação 
profissional e experiência compatíveis com a área de conhecimento, para a 
produção científica e de serviços – análises laboratoriais, visitas técnicas, 
treinamentos, investigação de surtos, assessoramentos, supervisão, avaliação das 
atividades da rede, participação em conjunto com o gestor nacional em programas 
de avaliação externa da qualidade, entre outros; 
O laboratório deve ter equipe mínima de três (nacional) e dois (regional) 
profissionais, de nível superior, sendo que pelo menos dois (nacional) e um 
(regional) com experiência mínima de cinco (nacional) e três anos (regional) na 
área, e dois (nacional) e um (regional) de nível médio; 
Participar de programa internacional e avaliação externa da qualidade; 
Demonstrar compromisso da instituição com o papel do laboratório de 
referência nacional ou regional (SANTOS; NOGUEIRA, 2010). 
Frisando: em 13 de outubro de 2005, a Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA) publicou a primeira legislação sanitária de alcance com 
pertinência para os laboratórios clínicos, nomeada Resolução da Diretoria 
Colegiada 
– RDC nº 302 (BRASIL, 2005), que dispõe sobre o regulamento técnico para 
funcionamento dos serviços que realizam atividades laboratoriais, tais como 
laboratórios clínicos e postos de coleta. Em seu art. 2° fica estabelecido que a 
construção, reforma ou adaptação na estrutura física do laboratório clínico e posto 
de coleta laboratorial deve ser precedida de aprovação do projeto junto à 
autoridade sanitária local, conforme a RDC/ Anvisa nº 50, de 21 de fevereiro de 
2002 e a RDC nº 189, de 18 de julho de 2003. 
A RDC nº 302 tem como objetivo apresentar os requisitos para o 
funcionamento dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratorial públicos ou 
privados que realizam atividades na área de análises clínicas, patologia clínica e 
citologia: organização, recursos humanos, infraestrutura, equipamentos e 
instrumentos laboratoriais, produtos para o diagnóstico de uso in vitro, descarte de 
resíduos e rejeitos, biossegurança, garantia da qualidade, controle da qualidade, 
limpeza, desinfecção e esterilização. 
Especificamente para laboratórios da área da saúde, a ABNT comercializa 
algumas normas para acreditação, entre elas a ABNT NBR ISO/IEC 17025 – que trata 
dos requisitos gerais para a competência em realizar ensaios e/ou calibrações, 
 
 
 
 
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incluindo amostragem. Ela cobre ensaios e calibrações realizados utilizando métodos 
normalizados, métodos não normalizados e métodos desenvolvidos pelo laboratório – e 
a ABNT NBR NM ISO 15189, Norma Mercosul – que define os requisitos de qualidade 
e competência específicos para os laboratórios clínicos. Há ainda as normas voltadas 
para as Boas Práticas de Laboratório (BPL), editadas pelo INMETRO. 
As BPL tiveram início em 1994 com a criação da Comissão Técnica BPL 
pelo INMETRO. Em 1995, foi elaborada a primeira versão brasileira baseada no 
documento Principies on Good Laboratory Practise, da Organization for Economic 
Cooperation and Development (OECD), sediada em Paris. Desde então, foram 
disponibilizadas revisões, sendo que a versão mais atual, a qual possui 
documentos complementares, foi publicada em julho de 2009 e nomeada NIT-
DICLA 035. O seu escopo é mostrar que os princípios das BPL, devem ser 
aplicados em testes não clínicos para produtos farmacêuticos, agrotóxicos, cosméticos, 
veterinários, aditivos alimentares, rações e produtos químicos industriais. Esses 
produtos são geralmente substâncias químicas sintéticas, mas podem ser de origem 
natural ou biológica, bem como organismos vivos. 
É uma norma de acreditação que pode ser utilizada em laboratórios de 
pesquisa biomédica. 
O início do processo de implementação da gestão da qualidade em um 
laboratório de saúde requer o conhecimento da situação – infraestrutura e força de 
trabalho – e o que se planeja, em função da política da qualidade aprovada pela 
alta direção. Portanto, uma autoavaliação é desejável e auxiliará a forma e o 
conteúdo a serem utilizados para a sensibilização dos trabalhadores, com palestras 
gerais e oficinas pontuais. Todos deverão ser treinados no uso dos instrumentos 
adotados, como normas e condutas de biossegurança. 
Nesse momento, em que é necessário o envolvimento de todos, várias 
metodologias podem ser aplicadas, porém uma das mais simples e eficiente é a 
adoção do Programa dos 5S (LAPA; BARROS FILHO; ALVES, 1998). 
Esse programa é conhecido como o conjunto de cinco conceitos simples, 
que, uma vez implantado em qualquer tipo de empresa, como os laboratórios da 
área da saúde, poderá modificar o ambiente de trabalho, reorientando as 
atividades rotineiras para a sua efetividade, incluindo o bem-estar dos 
trabalhadores. 
 
 
 
 
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O termo 5S é originário de cinco palavras em japonês e foi empregado no 
Japão após a Segunda Guerra Mundial. Na tradução para o português, emprega-
se a expressão ‘senso de’ para não perder a marca do programa conhecida 
mundialmente e, em seguida, adicionamos a palavra que mais se aproxima do 
original em japonês. 
A transmissão de um conceito só deverá ocorrer após a incorporação do conceito 
anterior, por isso, devem-se estabelecer metas a serem atingidas em cada etapa, e 
estas precisam ser avaliadas periodicamente pela gestão da qualidade e 
coordenação interna de biossegurança, que deverão trabalhar unidas e com 
transparência. O processo de implantação dos 5S pode ser o início da 
implementação de uma gestão da qualidade que, embora seja uma decisão da 
 
 
 
 
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alta direção, é um processo coletivo e dinâmico e que requer compreensão, 
adesão, continuidade e ampliação contínua de todos (SANTOS; NOGUEIRA, 
2010). 
Objetivos, ensaio de proficiência e parâmetros de controle 
O laboratório clínico de microbiologia é responsável em providenciar 
informação precisa e relevante quanto ao diagnóstico do paciente. O valor e a 
precisão clínica das análises do material clínico e o respectivo isolamento do 
microrganismo são dependentes do programa de qualidade, que por sua vez, 
avalia a qualidade do material; documenta a validade do método aplicado; monitora 
a performance dos procedimentos, reagentes, meios, instrumentos e do indivíduo 
que executou a análise; e, verifica os resultados do teste quanto aos erros e 
relevância clínica. Portanto, um programa de qualidade efetivo dependerá de um 
processo de avaliação contínuo e do seu aprimoramento. 
O desempenho dos exames de laboratório clínico é realizado através de 
ensaios de proficiência. Este programa consiste na avaliação de amostras por 
evento. Há um número estabelecido de eventos anuais de testes em cada área de 
atividade: bacteriologia, micologia, parasitologia e virologia. As amostras de 
proficiência devem ser analisadas pelos trabalhadores que habitualmente realizam 
as análises em questão, de acordo com os procedimentos de rotina e juntamente 
com as amostras de pacientes. 
Segundo o Manual de Segurança e Controle de Qualidade no Laboratório de 
Microbiologia clínica (ANVISA, 2005), o laboratório que não atender os requisitos 
dos ensaios de proficiência deve documentar a fonte do problema, revisar o 
programa em vigor e tomar medidas corretivas. 
 
No quadro a seguir estão os parâmetros do controle de qualidade 
 
 
 
 
 
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Controle de qualidade em equipamentos, materiais e reagentes 
 
Em todos os laboratórios de microbiologia deve ser estabelecido um 
programa de manutenção preventiva para assegurar o funcionamento apropriado 
de todos os equipamentoselétricos ou mecânicos. 
Os equipamentos devem ser controlados em intervalos de tempo 
preestabelecidos. 
As peças devem ser trocadas após um período específico de uso, mesmo que 
não pareçam alteradas. 
A manutenção pode ser executada tanto pelo fabricante como pelo setor de 
serviços de engenharia do laboratório, quando existente. 
 
 
 
 
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Os trabalhadores do laboratório devem realizar todos os controles e registrar 
conforme instruídos em impressos ou manual de manutenção; isto permite a 
detecção imediata de desvios e, portanto, a adoção de medidas corretivas 
apropriadas antes que comprometam os resultados. 
As temperaturas dos equipamentos devem ser medidas diariamente com 
termômetros calibrados. 
Qualquer leitura que resulte em valores fora dos limites de tolerância definidos 
pelo controle de qualidade, deve-se determinar a causa e corrigir o problema 
(ANVISA, 2005). 
O quadro a seguir apresenta os procedimentos para o controle de qualidade 
de alguns equipamentos: 
 
 
 
 
 
 
 
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Embora seja aceito por auditores e inspetores de laboratório, os registros de 
qualidade documentados pelos fabricantes de meios de cultura, recomenda-se um 
controle de qualidade periódico desses produtos pelo laboratório. 
Os microrganismos empregados para o controle de qualidade devem ser 
mantidos no laboratório por meio de subcultivos de isolados recuperados como 
parte do trabalho de rotina ou microrganismo de referência. 
Outras recomendações: 
 Cada bateria de meios deve ser controlada com os quesitos mais exigentes 
para o crescimento ou para a produção de atividade bioquímica. A 
disponibilidade de cepas do laboratório pode ser necessária para suplementar 
aquelas comercialmente disponíveis; 
 Cada tubo de cultura, placa de meio e reagente deve ter uma etiqueta que 
identifique claramente o conteúdo e as datas de preparo e vencimento; 
 Cada bateria de tubos e placas deve ser também controlada quanto à 
esterilidade, principalmente aqueles nos quais são adicionados suplementos 
após a esterilização. As provas de esterilidade devem ser feitas visualmente e 
por meio de subcultivos. Determinados meios seletivos, por exemplo, podem 
suprimir o crescimento visível de bactérias, mas as células viáveis podem 
aparecer nos subcultivos; 
 Os meios preparados devem ser visualmente avaliados para sinais de 
deterioração como descoloração, turvação, mudança de cor e desidratação; 
 Os reagentes e testes usados para identificação de micobactéria devem ser 
verificados uma vez ao dia, quando utilizados, com uma espécie de 
micobactéria que resulte uma reação positiva. Para verificação de fixação de 
ferro, o teste deve ser monitorado para controle negativo e positivo; 
 Os reagentes e testes utilizados para identificação de fungos devem ser 
examinados uma vez por semana, quando utilizados, para controle positivo. O 
reagente nitrato que determina sua assimilação é monitorado com peptona; 
 Todos os discos para susceptibilidade antimicrobiana devem estar avaliados 
ao menos uma vez por semana com microrganismo padrão de qualidade, de 
sensibilidade conhecida como E. coli (ATCC 25922), S. aureus (ATCC 25923), 
S. fecalis (ATCC 29212) e P. Aeruginosa (ATCC 27853); 
 
 
 
 
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 Os kits comerciais devem ser examinados a cada entrega e a cada lote, 
conforme as recomendações do fabricante; 
 Os componentes de um kit não devem ser utilizados com um kit de lote 
diferente, a não ser quando especificado pelo fabricante. 
 
Atenção: a frequência das provas de controle de qualidade dos produtos 
comerciais utilizados no laboratório deve ser determinado pelo chefe ou 
responsável imediato do laboratório, conforme as instruções dos respectivos 
fabricantes ou referências em literatura (ANVISA, 2005). 
Os quadros a seguie apresentam microrganismos-controle e reações para o 
controle de qualidade dos meios de cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Controle de qualidade de funcionários 
O controle de qualidade dos funcionários requer um programa de educação 
permanente efetivo, ou seja, o treinamento deve ser prático e ser uma atividade 
regular. Os trabalhadores envolvidos com as atividades do laboratório devem ser 
estimulados a participar com frequência em cursos, seminários e similares, tanto 
localmente quanto ao nível nacional. 
Os resultados dos procedimentos devem ser conferidos pelo responsável 
designado quanto à exatidão, reprodutibilidade e concordância com os padrões de 
controle de qualidade. 
 
 
 
 
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Todos os trabalhadores envolvidos com atividades rotineiras do laboratório 
de microbiologia, inclusive os que exercem suas tarefas em turnos alternativos, 
devem ter acesso ao programa de ensaios de proficiência, bem como devem ser 
realizadas reuniões regulares para informar os trabalhadores do laboratório quanto 
às mudanças e sugestões de melhorias nos procedimentos laboratoriais são 
recomendáveis (ANVISA, 2005). 
 
ERGONOMIA EM LABORATÓRIOS 
 
 
A preocupação com a ergonomia vem de longa data, é campo de 
conhecimento sempre em estudo na busca pelo aprimoramento das condições de 
trabalho porque sabemos que a segurança, a saúde e a qualidade de vida do 
trabalhador além de um direito fundamental do ser humano também beneficiam as 
organizações na busca de sua maximização do lucro por meio da redução de 
custos, afinal de contas, sendo bem realistas, trabalhador doente e afastado gera 
descompasso na produção. 
Neste tópico vamos enfocar o papel da ergonomia nos laboratórios, 
introduzindo alguns conceitos imprescindíveis para a melhor compreensão da 
relação homem/trabalho. O objetivo é dar ciência dos fatores de riscos 
ergonômicos em atividades laboratoriais, apontando algumas soluções a partir de 
exemplos práticos, no intuito de promover a saúde dos trabalhadores na atividade 
de laboratório. 
Segundo Oliveira, Bonfatti e Lima (2010) existe na literatura diferentes 
formas de descrever ergonomia, mas, sem dúvida, todas as definições 
demonstram a total atenção com o seu principal produto, ou seja, o ser humano no 
trabalho: um ser ao mesmo tempo individual e coletivo, complexo em sua natureza 
e que, muitas vezes, ao tentar se adaptar às exigências do sistema que o envolve, 
acaba por desorganizar-se. Nesta tentativa constante de adaptação, emergem 
condicionantes que se manifestam em adoecimentos, acidentes ou prejuízo da 
produtividade. 
 
 
 
 
 
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História e domínios 
A preocupação com a adaptação de instrumentos de trabalho às 
características das pessoas começou na pré-história. A escolha de pedras com 
formatos mais anatômicos e a confecção de utensílios mais especializados são 
indícios desta preocupação (TELLES, 1995). O termo ‘ergonomia’ deriva do grego 
ergon (trabalho, obra) e nomos (leis). Neologismo cunhado pelo polonês Wojciech 
Jastrzebowski, em 1857, numa perspectiva de entender a ergonomia como uma ciência 
natural. A ergonomia é uma disciplina inicialmente orientada aos sistemas de trabalho e 
que modernamente se estende a todos os aspectos da atividade humana (VIDAL, 
2002). 
O termo ‘ergonomia’ deriva do grego ergon (trabalho, obra) e nomos (leis). 
Neologismo cunhado pelo polonês Wojciech Jastrzebowski, em 1857, numa 
perspectiva de entender a ergonomia como uma ciência natural. A ergonomia é uma 
disciplina inicialmente orientada aos sistemas de trabalho e que modernamente se 
estende a todos os aspectos da atividade humana (VIDAL, 2002). 
A ergonomia é uma disciplina inicialmente orientada aos sistemas de 
trabalho e que modernamente se estende a todos os aspectos da atividade 
humana (VIDAL, 2002). 
A ergonomia buscou primeiramente atentar aos fatores pertinentesao 
projeto de instrumentos, ferramentas e outros artefatos necessários à atividade de 
trabalho. Mais tarde, voltou-se para considerações relativas aos projetos de 
sistema de trabalho, como linhas de montagem, salas de controle e postos de 
manobras complexas (cokpits). Atualmente, busca entender os determinantes de 
uma atividade de trabalho através de contribuições mais amplas, que incluem toda 
a organização do trabalho, seus procedimentos e suas estratégias. 
A definição de ergonomia, adotada em 2000 pela International Ergonomics 
Association (IEA), é a disciplina científica que trata da compreensão das interações 
entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica 
princípios teóricos, dados e métodos com objetivo de otimizar o bem-estar das pessoas 
e o desempenho global dos sistemas (FALZON, 2007). 
Segundo a IEA, podemos classificar em três grandes áreas de 
especialização as atuações em ergonomia, abordadas no quadro abaixo e suas 
características. 
 
 
 
 
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 A ergonomia, portanto, foi criada para adequar as atividades de trabalho 
ao ser humano, tendo-se a visão de que o homem é um sistema, pois esse homem 
pensa, se comporta, tem aptidões físicas variadas e diferenciadas e é oriundo de 
determinado local com cultura e moral próprias. Isso faz com que cada um de nós seja 
único, individualizado, e que tenha reações e adaptações físicas e cognitivas para 
suportar a sobrecarga de trabalho de maneira individual e grupal (OLIVEIRA; 
BONFATTI; LIMA, 2010). 
Pelo exposto, esse homem está em processo constante de interação com 
outro sistema, que é o seu trabalho, assim, podemos elencar alguns elementos 
que fazem parte deste sistema: 
 O local de trabalho – localização do trabalho e o projeto arquitetônico; 
 O posto de trabalho – local onde se executa a atividade propriamente dita e 
o seu layout; 
 
 
 
 
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 A organização de trabalho – a dinâmica de trabalho (carga horária, pausas, 
fluxo de produção etc.); 
 O ambiente de trabalho – conforto acústico, visual e térmico; 
 Os equipamentos, instrumentos e mobiliário – condições posturais 
adequadas; 
 As inovações tecnológicas empregadas, como, por exemplo, os softwares; 
 As tarefas e suas atividades; 
 A motivação e otimização do trabalho. 
Temos que falar mesmo que brevemente sobre o modelo biomecânico que 
por longo tempo foi a base para as mudanças ergonômicas, mas não conseguiu 
sozinho responder às questões relativas aos problemas organizacionais e à 
dimensão mental do trabalho. 
Pelos princípios deste modelo busca-se a prevenção de distúrbios 
musculoesqueléticos e melhoria das condições de trabalho manual e performance 
do trabalhador em geral. A biomecânica ocupacional pode ser definida como a 
ciência que se preocupa com o comportamento mecânico do sistema 
musculoesquelético e seus componentes teciduais, quando um trabalho físico é 
realizado. E, como tal, procura oferecer um entendimento da física nas atividades 
manuais da indústria (CHAFFIN et al., 2001, p. 1). 
Nesse sentido, um posto de trabalho adequado deve apresentar algumas 
especificações relacionadas ao sistema homem-máquina. As condições de trabalho 
contrárias a essas especificações podem trazer danos ao sistema musculoesquelético 
e são comumente encontradas em situações de trabalho em laboratório. 
Embora já estejamos em uma nova era, da ergonomia contemporânea, o modelo 
biomecânico é um importante referencial para a ergonomia. 
Uma das características mais importantes da ergonomia contemporânea é a 
busca de conhecimentos para sua intervenção através da análise de situações de 
trabalho ou da análise do trabalho em situações reais e não simuladas, ao 
contrário do que acontecia no experimentalismo. Essa prática coloca os 
ergonomistas em contato com a realidade social. O aspecto participativo vai tornar 
ainda mais particular suas abordagens dos problemas da produção: tanto a 
formulação como a validação das soluções acontece em conjunto com os atores 
sociais envolvidos e interlocutores reais na situação de trabalho (VIDAL, 2002). 
 
 
 
 
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A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é uma metodologia específica da 
ergonomia que norteia a investigação ergonômica. O estudo da interação entre os 
operadores e o sistema de trabalho, por meio das atividades dos operadores, é o 
ponto central da AET. 
A análise das atividades em todas as suas formas (físicas, cognitivas e 
organizacionais) faz emergirem as causas que levaram às dificuldades na situação 
de trabalho, tornando possível a formulação das modificações necessárias. É 
preciso considerar o operador – individual ou coletivamente – como uma pessoa 
que realiza sua atividade em situação de trabalho socialmente determinada. 
A metodologia da AET está prevista na legislação pelas Normas 
Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Ministério do Trabalho. Segundo o artigo 
17.1.2 da Norma Regulamentadora (NR) 17 – ergonomia, ela deve ser realizada para 
avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores, cabendo ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, 
devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme 
estabelecido nesta NR (BRASIL, 2004). 
Riscos ergonômicos em laboratórios 
O trabalho em laboratório tanto para fins de pesquisa quanto de diagnóstico 
é de natureza complexa, pois pode envolver mecanismos cognitivos: grande 
atenção, concentração, processamento de informações e tomada de decisão 
conclusiva. É uma atividade que requer esforço físico estático (postura estática) 
para a manipulação dos equipamentos (microscópio, computador, micrótomo, etc.). 
As tarefas são desempenhadas habitualmente na posição sentada, em posto de 
trabalho composto por mesa ou bancada e cadeira, ou de pé em bancada fixa. 
Na medida em que a ergonomia contribui para manter a carga de trabalho 
em níveis aceitáveis, facilita o transcurso das atividades dentro de parâmetros mais 
seguros, numa relação sinérgica com a biossegurança e demais disciplinas do 
campo da saúde do trabalhador. 
São os seguintes os agentes ergonômicos: esforço físico intenso, 
levantamento e transporte manual de carga, exigência de postura inadequada, 
controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno 
noturno, noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, situações 
causadoras de estresse físico e/ou psíquico. 
 
 
 
 
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Os riscos ergonômicos nem sempre são facilmente identificados, pois seus 
efeitos são menos visíveis. Eles podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos 
e provocar danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no 
organismo e no estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e 
segurança, tais como: cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, 
alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho 
digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna, etc. 
Apesar das implicações para a saúde, as atividades de laboratório são 
consideradas pouco desgastantes e os efeitos na saúde são facilmente atribuídos 
a outras situações que não ao trabalho. No entanto, para operar os equipamentos 
básicos de laboratório, como o microscópio, o micrótomo, a pipeta e o terminal de 
computador, o operador necessita de trabalho manual que, dependendo do modo 
como é executado, pode se constituir em fator de risco para Lesão por Esforço 
Repetitivo (LER). 
O trabalho estático é aquele que exige contração contínua de alguns 
músculos para manter uma determinada posição. Esse tipo de contração, que não 
produz movimentos dos segmentos corporais, é chamada de contração estática. 
Isso ocorre, por exemplo,com os músculos dorsais e das pernas para manter a 
posição de pé, músculos dos ombros e do pescoço para manter a cabeça inclinada 
para a frente, músculos da mão esquerda para segurar a peça e martelar com a 
outra mão e assim por diante. 
O componente estático está presente em quase todas as formas de trabalho, 
como por exemplo: 
 Realizar atividades que envolvem a torção do tronco para frente e 
para os lados; 
 Segurar coisas com as mãos; 
 Manipulações que requeiram que o braço permaneça esticado ou 
elevado acima do nível do ombro; 
 Colocar o peso do corpo sobre uma perna enquanto a outra aciona um 
pedal; 
 Ficar de pé em um local por longos períodos; 
 Empurrar e puxar objetos pesados; 
 Inclinar a cabeça para frente e para trás; 
 
 
 
 
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 Elevar os ombros por grandes períodos. 
Quando executamos movimentos com uma parte do corpo, outras partes 
precisam ficar bem estabilizadas. Esta estabilização se dá à custa da contração 
estática. É por isso que, na prática, encontramos quase sempre trabalho estático e 
dinâmico atuando juntos. 
Sempre que mantemos qualquer segmento corporal posicionado contra a 
força da gravidade, estamos usando contrações estáticas. As contrações estáticas 
são eminentemente posicionais e antigravitacionais. Por isso, os apoios são 
importantes, já que substituem o trabalho muscular estático. 
Sendo altamente fatigante, o trabalho muscular estático, conforme ilustrado 
abaixo deve ser evitado. Quando isso não for possível, pode ser aliviado com 
reconfigurações no processo de trabalho, permitindo mudanças de postura, 
melhorando o posicionamento de peças e ferramentas ou providenciando apoios 
para partes do corpo. 
Trabalho estático - análise eletromiográfica da musculatura dos ombros e 
braços para trabalho de digitação ou datilografia 
 
No trabalho em pé, há exigência de contrações estáticas para posicionar as 
articulações dos pés, joelhos e quadris. A força envolvida não é grande, mas há 
também aumento de pressão hidrostática do sangue nas veias das pernas e ao 
progressivo acúmulo de líquidos tissulares nas extremidades inferiores. Esse tipo 
de trabalho pode causar problemas de saúde como varizes nos membros inferiores. 
A figura abaixo ilustra o ideal para o trabalho em pé. 
 
 
 
 
 
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Quanto ao trabalho sentado, existe um consenso de que, na postura 
sentada, o bem-estar e o rendimento no trabalho são maiores, ocorrendo menor 
fadiga. Os motivos para isso são de natureza fisiológica: em pé, a pessoa 
encontra- se permanentemente em trabalho estático nas articulações dos pés, 
joelhos e quadris; sentada, esse trabalho muscular deixa de existir. No entanto, há 
também desvantagens do trabalho sentado como flacidez dos músculos da barriga, 
além dos difíceis problemas apresentados pela coluna e pela musculatura das 
costas, que são sobrecarregados nesta posição (OLIVEIRA; BONFATTI; LIMA, 
2010). 
Quando sentamos, após algum tempo, a tendência é recairmos numa 
postura hiper-relaxada, com a coluna curvada. Nesta posição, há uma rotação da 
bacia que produz importante inversão no arranjo de curvas da coluna. A curvatura 
fisiológica da região lombar se inverte: de lordose passa para cifose. 
Esta inversão desestabiliza a coluna lombar, gerando sobrecarga nos 
ligamento e no disco intervertebral. A postura hiper-relaxada deve ser 
evitada através da consciência corporal e do correto ajuste das principais 
alturas e distâncias dos elementos no posto de trabalho, como altura do assento, 
altura do encosto altura da mesa, distância olho-tela e altura de monitores. O 
trabalho em posição sentada, mantido por tempo prolongado durante a jornada de 
trabalho, pode provocar dores lombares, dorsais, nos ombros e no pescoço. 
 
 
 
 
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Enfim, o ergonomista tem a seu dispor um vasto arsenal de métodos bem 
sistematizados –as ferramentas ergonômicas –para o estudo das sobrecargas 
biomecânicas nos operadores em situação de trabalho: técnicas de filmagem e/ou 
fotografias, checklists, métodos específicos para avaliação de posturas no trabalho. 
Um exemplo simples, mas muito eficiente, destes métodos é o Diagrama de 
Corllet e Manenica, de áreas dolorosas, que consiste num desenho representando 
o corpo humano de frente e de costas, dividido em áreas, onde o próprio operador 
assinala, segundo sua percepção, os locais de desconforto e/ou dor. Estes 
métodos podem ser utilizados para apontar claramente os locais do corpo 
humano onde podem ocorrer riscos biomecânicos. 
Pode-se, então, procurar correlações entre os pontos assinalados na figura e 
as posturas durante a atividade de trabalho. O próximo passo será reconfigurar o 
ambiente e/ou o processo de trabalho de modo a reduzir ou eliminar as posturas 
forçadas (OLIVEIRA; BONFATTI; LIMA, 2010). 
 
CASES 
 
Dentre os vários conteúdos relacionados à gestão de laboratórios, 
escolhemos duas pesquisas que podemos chamar de “cases”, enfocando a 
qualidade e que se relacionam diretamente com nosso estudo. O primeiro refere-se 
à aplicação da gestão de custos, afinal de contas, uma vertente dos laboratórios é 
ser uma organização empresarial com fins lucrativos, portanto, deve buscar 
redução de custos, otimização de resultados e satisfação dos clientes. A segunda 
pesquisa aplica a ferramenta e/ou metodologia chamada seis sigma, também com 
objetivo de erro zero e emergente necessidade de redução de custos. 
Aplicação da gestão de custos 
Mugnol e Ferraz (2006) justificam que o laboratório clínico é uma instituição 
que vem passando por uma infinidade de modificações nas últimas décadas, seja 
para acompanhar a evolução tecnológica marcante do século XX, seja para firmar- 
se num mercado cada vez mais exigente, mais competitivo. A evolução da ciência 
médica trouxe consigo a necessidade de métodos diagnósticos cada vez mais 
 
 
 
 
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sensíveis, mais precisos e que trazem consigo quase sempre um maior custo. 
Paralelamente, como muitas outras instituições de saúde, o laboratório tem sofrido 
impactos profundos em função das mudanças no quadro econômico e político de 
nosso país. Passou a sofrer as pressões do mercado e o estresse das oscilações 
financeiras, o que vem desafiando a todos na busca por um aprendizado a curto 
prazo dos fundamentos da gestão de custos. 
Definindo e classificando custos de qualidade 
Os custos da não qualidade podem ser considerados como o custo 
associado à impossibilidade de projetar, produzir e entregar 100% dos produtos 
e/ou serviços corretos ao nosso cliente. 
 
Esses custos podem ser classificados da seguinte forma: 
 
Os custos de controle geralmente oscilam entre 30% e 40% do total de 
custos da não qualidade. Os custos de prevenção incluem as atividades de 
planejamento, controle do processo e treinamento. Custos de avaliação agregam 
atividades de inspeção, testes e auditorias da qualidade. 
Os custos de falhas internas representam custos com retrabalho, reteste, 
erros ou defeitos nos produtos detectados ainda no interior da empresa, enquanto 
custos de falhas externas significam erros ou defeitos detectados fora da empresa, 
ou seja, através de reclamação dos nossos clientes. 
Os custos relacionados ao sistema de controle de qualidade tradicional, que 
monitora o desempenho dos testes laboratoriais em todos os laboratórios clínicos, 
podem ser classificados como custos da não qualidade, na categoria custos de 
controle-prevenção. A otimização desse sistema de controle de qualidade, através de 
sua customização à performance sigma do procedimento laboratorial em questão, pode 
propiciar efeitos importantes em termos de redução de custos da não- qualidade, com 
impacto inclusive nos custos relacionados à falta de controle (falhas internas ou 
externas)(BERLITZ; HAUSSEN, 2005). 
 
 
 
 
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Sistema de Informação Laboratorial (LIS) e Sistema de 
Automação Laboratorial (LAS) 
Da descoberta da célula ao desenvolvimento das técnicas de DNA 
recombinante, muito aconteceu para tornar o laboratório clínico um centro de apoio 
diagnóstico e de tratamento de grande importância. Modernas técnicas e 
tecnologias foram e continuam sendo implementadas, fazendo deste universo uma 
realidade dinâmica. Consequentemente, a necessidade de adaptação às novas 
exigências também passou a ser uma constante, tanto nos aspectos técnicos 
quanto administrativo-comerciais. Tornou-se necessário, acima de tudo, incorporar 
à visão exclusivamente técnica os conceitos administrativos e gerenciais, pois o 
laboratório deixou de ser um anexo diagnóstico dos serviços de saúde e passou a 
existir como uma empresa real, com as responsabilidades e necessidades 
inerentes a tal estrutura. 
Seus administradores, até então de formação voltada quase sempre de 
forma exclusiva às áreas médicas, passaram a buscar o aprimoramento necessário 
à absorção das novas funções, deixando de ser puramente técnicos para 
tornarem- se também gestores. Sem competência gerencial, principalmente em 
face de mutações que permeiam a macroeconomia globalizada, os 
administradores laboratoriais estarão à mercê do status quo da insegurança, do 
descontrole e, como consequência, bem perto do fracasso econômico (ALVES; 
QUICUCO, 2000). 
Eles precisam buscar novas informações gerenciais e aplicar ferramentas 
que sejam capazes de fornecer subsídios para a tomada de decisões com maior 
índice de aceite e segurança. 
Pois bem, dentre essas ferramentas não há dúvidas na atualidade que a 
informatização de sistemas e processos, sintetizada na tecnologia da informação 
aplicada ao universo laboratorial permite criar uma nova economia e novos 
modelos administrativos. 
Evolutivamente, desde final dos anos 1950, o computador já aparecia nos 
laboratórios de análises clínicas, incorporado aos equipamentos, visando a 
economia de tempo na execução dos processos analíticos, favorecendo análises 
mais homogêneas, menos sujeitas às variáveis decorrentes da intervenção 
 
 
 
 
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humana, e trazendo consigo a esperança da redução de custos, principalmente 
com mão de obra. Aos poucos, a informática passou também a fazer parte dos 
processos operacionais e de apoio ao laboratório como um todo, da recepção do 
cliente à entrega dos resultados, tornando-se uma forma inteligente de 
armazenamento, consulta e administração de dados. Hoje surge incorporada a 
conceitos de eficiência, eficácia, agilidade e qualidade (MUGNOL; FERRAZ, 2006). 
Por volta de 1960 surgiu o conceito de Laboratory Information System (LIS), 
traduzido como sistema de informática laboratorial e descrito como sendo um sistema 
composto por um ou mais softwares, ligados direta ou indiretamente, que visam 
gerenciar informações dentro de um laboratório de análises clínicas, sejam estas de 
cunho técnico, operacional, administrativo, gerencial ou de uma mescla destes. 
Precisamos deixar claro que existe uma diferença entre automação e 
informatização laboratorial, embora ambos tenham alterado ambiente laboratorial, 
tornando-o mais produtivo, mais eficiente e mais controlado. 
A automação (Laboratory Automation System - LAS) é uma parte desse 
sistema que engloba as atividades e o gerenciamento de processos envolvidos no 
controle de equipamentos e instrumentos, amostras e processos analíticos. A 
informatização vai além, como dito, controlando processos variados como o 
administrativo e mesmo financeiro. 
O cálculo do custo real de um exame laboratorial é bastante complexo, 
havendo uma gama enorme de variáveis decorrentes do tipo de atividade 
desenvolvida, da estrutura em que o laboratório está instalado, do tipo e do grau de 
complexidade dos exames que realiza, do tipo de cliente atendido, do perfil dos 
profissionais que lá trabalham ou se utilizam dos serviços, do caráter técnico 
assumido pelo serviço, do nível de automação presente, das regras estabelecidas 
pela legislação vigente e assim por diante. São custos diretos e indiretos, fixos e 
variáveis, todos influenciando o custo final de um procedimento. (MUGNOL; 
FERRAZ, 2006). 
Pensando apenas na fase analítica, por exemplo, é preciso considerar o 
nível de repetições necessárias à liberação de um resultado, os testes consumidos 
para calibração do equipamento e para o controle do analito, as perdas inerentes à 
própria metodologia empregada e às possíveis falhas dos instrumentos 
empregados, o custo da mão de obra envolvida em todas as fases do processo 
e dos demais insumos utilizados e que não estão diretamente ligados à análise em 
 
 
 
 
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si. Têm-se ainda as perdas inerentes à pouca estabilidade ou curta validade de 
alguns reagentes, que são descartados sem que sejam utilizados em sua 
totalidade; os custos adicionais vinculados à urgência na realização de alguns 
testes, o que quebra as regras estabelecidas para o melhor aproveitamento dos 
insumos; as perdas resultantes da depreciação dos equipamentos e da baixa 
demanda em determinados períodos do ano; os custos com a manutenção 
preventiva e corretiva destes equipamentos, com o transporte das amostras até o 
laboratório, com os atendimentos diretos e assim por diante (MUGNOL; FERRAZ, 
2006). 
Todas essas variáveis, por sua vez, não são uma constante absoluta entre 
os laboratórios, sendo particulares a cada um deles conforme suas características 
individuais, o que torna necessário que as ferramentas utilizadas para o cálculo do 
custo sejam capazes de distinguir as nuances de cada face técnico-administrativa. 
A fidelidade deste cálculo é capaz de fundamentar a tomada mais segura de 
decisões simples, como a modificação de rotinas de trabalho e a terceirização de 
análises, até decisões de maior grau de complexidade, como a aquisição de novos 
equipamentos e até da mudança do perfil da empresa. 
A gestão dos custos é o que proporciona ao laboratório a oportunidade de 
promover de forma eficiente e efetiva a utilização dos recursos disponíveis, os 
quais costumam andar sempre atrás da evolução tecnológica, o que reforça ainda 
mais a necessidade de ferramentas que permitam o seu aproveitamento ao 
máximo. É preciso avaliar de forma simultânea a produtividade, a qualidade e os 
custos, não sendo mais aceitável que seja dada prioridade apenas aos dois 
primeiros sem levar o terceiro em conta. 
Segundo Mayer et al. (1997 apud MUGNOL e FERRAZ, 2006) LIS, associado ao 
próprio LAS, pode ter uma nobre aplicação na difícil tarefa de calcular o custo real dos 
exames, sendo uma ferramenta de extrema eficiência como fonte de informações 
consolidadas para a tomada de decisões gerenciais dos mais diferentes níveis. O 
software utilizado deve permitir planejamento e otimização de custos por análises 
simuladas, por séries de segmento de custo e por comparação entre alternativas. A 
base de dados essencial para a administração do custo deve, portanto, consistir em 
informações detalhadas de custos diretos e indiretos e de toda informação relevante. 
Os argumentos acima, ou seja, a possibilidade de uso dos sistemas mencionados, 
levam a horizontes promissores no tocante à gestão de custos em laboratórios de 
 
 
 
 
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análises clínicas, quando estes tiverem uma equipe multidisciplinarque conheça 
além das atividades laboratoriais e dos pontos relacionados à gestão de serviços 
de saúde, isto é, visão técnica sem perder o foco empresarial. 
Aplicação da ferramenta seis sigma 
A metodologia Seis Sigma foi aplicada a processos de manufatura 
(produção), porém na década de 1990 passou também a ser utilizada por 
empresas da área de serviços, quando teveinício seu emprego por alguns grandes 
hospitais nos EUA. Em razão da filosofia intrínseca aos serviços de saúde de 
sempre objetivar o erro zero e da emergente necessidade de redução de custos, a 
metodologia Seis Sigma tem despertado crescente interesse e, assim, vem 
adquirindo importância na área de medicina diagnóstica (BARRY, 2002; 
NEVALAINEN, 2000 apud BERLITZ; HAUSSEN, 2005). 
Uma vez que a perfeita adequação entre qualidade e custos é meta 
permanente no gerenciamento de processos técnicos ou administrativos em 
laboratórios clínicos, encontramos na visão Seis Sigma da qualidade uma nova 
ferramenta para conjugar qualidade de desempenho de processos à gestão de 
custos. 
No entendimento de Rotondaro (2002) e outros autores, a filosofia Seis 
Sigma propõe a existência de uma correlação direta entre o número de produtos 
com defeitos, percentual do faturamento desperdiçado com esses defeitos 
(perdas), e o nível de satisfação do cliente com o produto ou serviço; isto é, com a 
elevação da métrica sigma do processo, aumenta a eficiência e a eficácia deste, 
com consequente queda dos custos operacionais e elevação do nível de satisfação 
dos clientes. 
A estratégia Seis Sigma é monitorar o processo, mantendo-o sob 
estabilidade e controle efetivo, atuando sobre suas causas de variações, com o 
objetivo de reduzir o número de defeitos nos produtos finais do processo até 
valores próximos de zero. A métrica sigma, dessa forma, demonstra o grau no qual 
qualquer processo se desvia de sua meta, isto é, a capacidade do processo em 
gerar produtos dentro das especificações pré-definidas. Um processo Seis Sigma é 
aquele que não produz mais que 3,4 defeitos por milhão de oportunidades, onde 
defeito é definido como qualquer característica do produto fora das especificações 
percebidas pelo cliente (ROTONDARO, 2002; BERLITZ; HAUSSEN, 2005). 
 
 
 
 
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Nos processos técnicos laboratoriais, produtos defeituosos podem ser 
traduzidos por resultados fora das especificações, ou seja, fora da variação 
máxima preconizada para a análise laboratorial em questão e, consequentemente, 
sem correlação com a situação real apresentada pela amostra analisada para o 
parâmetro em estudo (WESTIGARD, 2001 apud BERLITZ; HAUSSEN, 2005). 
Cada processo tem dois componentes básicos de variação: variação 
randômica (imprecisão) e variação sistemática (inexatidão). Para detectar a 
ocorrência dessas variações, os processos técnicos são monitorados pelo controle 
de qualidade (CQ) analítico, que inclui CQs interno e externo, avaliando 
características de performance como imprecisão e inexatidão, respectivamente. A 
avaliação dessas características geralmente é realizada de forma independente 
(WESTIGARD, 2001 apud BERLITZ; HAUSSEN, 2005). 
A utilização da métrica sigma, porém, permite a transformação dessas 
características de desempenho em um dado único, possibilitando: 
 Classificar e comparar processos, procedimentos e equipamentos distintos 
quanto a sua qualidade de performance, customizando sistemas de 
monitoramento de desempenho (Controle Estatístico do Processo -CEP); 
 Padronizar procedimentos de escolha e validação de novos métodos e 
processos; Estimar e monitorar variações de rendimento (eficiência) associadas 
aos processos técnicos; 
 Atuar sobre os possíveis defeitos do processo de análise, minimizando erros e 
mantendo (ou aumentando) o índice de satisfação dos clientes. 
Deve-se salientar que, via de regra, o produto do laboratório clínico 
(excluindo-se as questões relativas ao atendimento) é o resultado da análise 
laboratorial processada e que, basicamente, duas características nesse produto 
são percebidas pelo cliente: resultados corretos e tempo de liberação do laudo. 
Quanto a exatidão dos resultados, o cálculo da métrica pelo sigma deve 
considerar que a variável (característica do produto) a ser determinada é de 
natureza contínua, ou seja, busca-se determinar a probabilidade de que essa 
variável possa exceder os limites de especificação pré-definidos para essa 
característica em questão. No cálculo da métrica sigma de um procedimento 
técnico- laboratorial, para a característica exatidão dos resultados, são precisas as 
seguintes variáveis: especificação de desempenho (erro total máximo que pode ser 
 
 
 
 
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aceito para o procedimento), inexatidão (BIAS) e imprecisão do método analítico 
(coeficiente de variação - CV%). 
Caso trata-se do tempo de liberação do laudo, a métrica sigma seria 
buscada através dos defeitos no processo (número de resultados liberados fora do 
prazo-meta estipulado), já que essa característica é estatisticamente classificada 
como do tipo discreta. O número de defeitos para determinada característica de um 
produto, em linguagem seis sigma, geralmente é expresso como número de 
defeitos por milhão de oportunidades – DPMO (BERLITZ; HAUSSEN, 2005). 
Uma das maiores dificuldades que se encontra ao determinar a métrica sigma 
para um procedimento laboratorial é a definição da especificação a ser utilizada para a 
avaliação desse índice de performance. A especificação a ser utilizada para o cálculo 
da métrica sigma deve representar os limites de variação nas características de um 
determinado produto dentro dos quais o cliente não perceba alterações significativas 
nesse mesmo produto. 
Esse raciocínio não é simples de ser transposto para a medicina laboratorial, 
visto que o cliente usuário final (paciente), ou mesmo o médico assistente, muitas 
vezes não consegue perceber, de forma mais apurada, variações significativas nos 
resultados laboratoriais, principalmente em casos onde não há uma relação direta e 
linear entre clínica e dados laboratoriais. Nesse sentido, na maioria das vezes, para fins 
de erro aceitável nas determinações laboratoriais, utilizam-se referências na literatura 
baseadas em distintas abordagens, variando desde critérios clínicos, variação biológica 
ou dados de performance técnica (teste de proficiência, por exemplo) até limites 
arbitrários ou estado da arte. As fontes mais aceitas internacionalmente para limites de 
especificação em termos de erro total (ETa%) são os dados do Clinical Laboratory 
Improvement Amendments (CLIA) de 1988 e as referências, considerando variação 
biológica, além de critérios clínicos (BERLITZ; HAUSSEN, 2005). Com relação aos 
demais índices necessários para cálculo da métrica sigma nos processos técnicos-
laboratoriais, esses são de mais fácil obtenção. 
Dados de inexatidão podem ser obtidos através da comparação do método em 
teste frente a um método padrão para o parâmetro laboratorial em questão ou através 
dos resultados do teste de proficiência contra um grupo de usuários do mesmo método. 
Já os dados de imprecisão podem ser obtidos a partir dos índices de desempenho do 
teste no controle de qualidade interno do próprio laboratório, geralmente expresso 
como CV%. 
 
 
 
 
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De forma geral, a métrica sigma permite, além de determinar o nível de 
qualidade no qual nossos processos, procedimentos e equipamentos operam, estimar 
os custos da não qualidade (custos estes definidos anteriormente) envolvidos nessas 
operações. Resultados de uma pesquisa dos autores citados acerca da aplicação seis 
sigma levam a inferir que a utilização dessa métrica na avaliação da qualidade de 
performance de processos técnicos permite otimização e eficácia na gestão de 
processos técnicos no laboratório clínico, favorecendo a padronização de um sistema 
de controle de qualidade custo-efetivo, alinhando qualidade e metas de custo, sempre 
com foco na satisfação dos clientes e na saúde financeira da organização. 
Adicionalmente, essa nova visão sobre desempenho de processos laboratoriais, 
agregando índices de imprecisão e inexatidão em uma única métrica, que proporciona 
uma comparaçãode processos distintos, inclusive em termos de custos associados a 
suas falhas, tem impacto importante no conceito de como classificar o nível de 
qualidade de desempenho de um determinado processo técnico. 
Em resumo, independente do modo como são colocados em prática os 
conceitos de seis sigma na realidade do laboratório clínico, seja essa sistemática 
eventual, belted (hierarquizada em funções e atuação específica) e/ou unbelted, as 
possibilidades de aplicação e resultados previsíveis são extremamente atraentes a este 
tipo de negócio. Isto porque, utilizando essa metodologia seis sigma, alinhada aos 
objetivos estratégicos da empresa, obtém-se uma ferramenta eficaz na busca do erro 
zero (princípio básico que norteia a atuação do laboratório clínico), associada a 
resultados efetivos em termos de redução de custo, agregando um novo nível de 
competitividade ao negócio laboratório clínico, baseada em um sistema de gestão da 
qualidade eficiente e na excelência dos processos (BERLITZ; HAUSSEN, 2005). 
 
 
 
 
 
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