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Profa. Ma. Juliana Garcia UNIDADE I Gestão Laboratorial e Controle de Qualidade Diferentes fases da qualidade: Empirismo (até 1920): produção artesanal; durabilidade; Era da Inspeção: produçãoem larga escala, administração interna, sem a preocupação com o cliente; Controle estatístico da qualidade (1930): ferramentas estatísticas, foco no processo; Garantia da qualidade – percepção de mercado; custos da qualidade total x prevenção; publicações sobre a gestão da qualidade; visão a curto prazo (resultados); Administração estratégica da qualidade: perceber o que é “valor” para o cliente, perpetuação da organização. Histórico da qualidade Gestão significa gerenciamento, administração; onde existe uma instituição, uma empresa, uma entidade social de pessoas a ser gerida ou administrada. O objetivo é de crescimento, estabelecido pela empresa através do esforço humano organizado, pelo grupo, com um objetivo específico. As instituições podem ser privadas, sociedades de economia mista, com ou sem fins lucrativos. As funções do gestor são, em princípio, fixar as metas a alcançar através do planejamento; analisar e conhecer os problemas a enfrentar; solucionar os problemas; organizar os recursos financeiros e tecnológicos; ser um comunicador, um líder, ao dirigir e motivar as pessoas; tomar decisões precisas; e avaliar e controlar o conjunto todo. O que é gestão? A crise econômica no país vem acompanhada de grandes preocupações dos gestores da área da saúde, pois o aumento dos custos, nessa área, vem aumentando em decorrência das diversas modificações que ocorreram ao longo dos anos. Com essa perspectiva, as instituições de saúde vêm procurando implementar, em sua gestão, o gerenciamento adequado de custos e recursos. O gerenciamento dos custos dentro da instituição hospitalar é importante para que se tenha uma assistência de qualidade, pois, sem os recursos financeiros, não há os recursos de materiais, nem ao menos os recursos humanos e, consequentemente, também não é possível oferecer uma assistência adequada ao paciente. Atualmente, os gastos na área da saúde vêm aumentando consideravelmente, por fatores como o envelhecimento da população, o avanço da tecnologia utilizada na terapêutica do cuidado, os serviços de baixa produtividade, as exigências cada vez maiores dos pacientes, profissionais e fornecedores, a falta de capacitação e o entendimento administrativo, entre outros. A importância do gerenciamento Todas as demandas gerenciais, ligadas ao avanço tecnológico e científico, exigem das instituições melhorias contínuas para manter a credibilidade, a qualidade e a humanização da assistência, com o foco de diferenciação. Desse modo, o desenvolvimento de novas ferramentas gerenciais para a satisfação de novos interesses e prioridades exige, igualmente, práticas inovadoras e seguras, que sejam integradoras e capazes de transformar as ideias e os desejos em uma realidade concreta. Qualidade da assistência Avedis Donabedian – avaliação da qualidade – tríade “estrutura, processo e resultados”. Estrutura: condições para o funcionamento: recursos físicos, instalações prediais, equipamentos e materiais. Processo: atividades executadas por profissionais da saúde de diferentes categorias. Resultado: remete ao conceito de qualidade, pois mede a qualidade prestada frente aos “ganhos esperados”, considerando o emprego de indicadores de desempenho frente aos objetivos traçados. Qualidade da assistência Qualidade da assistência Segundo, Ogushi e Alves (1998), no laboratório clinico, levando-se em consideração a complexidade e os processos decisórios, devemos eleger três níveis de responsabilidades: níveis de decisões estratégicas; decisões táticas e decisões operacionais. Nível de autoridade das decisões estratégicas É definida, principalmente, a seleção de alternativas para a aplicação de recursos, ou seja, para a concretização dos objetivos de entidade, incluindo-se, nestes, a política de gestão de qualidade. Trata-se do campo de ação da alta direção, também, denominada como autoridade principal, diretoria ou gestor de qualidade. Para melhor estruturar o planejamento estratégico, cada organização necessita ter definidas as seguintes etapas do processo de administração estratégica: Missão, objetivos e estratégia da organização. Nível de autoridade das decisões táticas Está voltada para obter os melhores resultados possíveis. Trata-se de nível de autoridade próprio dos funcionários chamados de gerentes ou viabilizadores da programação, aos quais deverá ocorrer a delegação de um título compatível com a natureza das tarefas que lhes são atribuídas. Relaciona-se com o processo de maximização da eficiência na conversão dos recursos, denomina-se, geralmente, encarregado de setor ou facilitador da qualidade aquele que exerce a atividade neste nível operacional. As principias atribuições desses profissionais são o cumprimento de rotinas de trabalho, acrescentando-se os aspectos de disciplina e frequência etc. Nível de autoridade para as decisões operacionais Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) são implantados em organizações de naturezas diversas, visando garantir a sobrevivência das mesmas no atual mercado competitivo. Esse sistema formal de administração se baseia em conceitos, tais como: a criação de estruturas de gerenciamento; a definição de necessidades; a concordância e a formalização de procedimentos; a adoção de ações corretivas; além da execução de auditorias internas da qualidade. Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) A gestão de qualidade engloba um conjunto de objetivos e atividades coordenados, para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à qualidade. É descrita no Manual da Qualidade, onde a direção define as políticas sobre diversos assuntos, ou seja, quais são as diretrizes mínimas que todos do laboratório devem seguir, como, por exemplo, a política de suprimentos, a política de avaliação de laboratório de apoio. A garantia da qualidade é parte da gestão da qualidade, em que um conjuntos de ações é planejado de forma sistemática, focado em prover a confiança de que os requisitos da qualidade serão atendidos. O controle de qualidade é uma parte da gestão da qualidade focada no atendimento dos requisitos da qualidade. Qual é a diferença entre a gestão da qualidade, a garantia da qualidade e o controle de qualidade? É um sistema de gerenciamento que atua em todos os níveis de empreendimento, buscando garantir a qualidade do produto ou do serviço. Significa mapear os processos, avaliar os procedimentos e os registros necessários para documentar tais processos, capacitar as pessoas para a execução das atividades planejadas, identificar as falhas de cada processo e implementar as ações corretivas e a melhoria contínua, quando necessário. Dessa maneira, os laboratórios também sofreram pressão para garantir a qualidade dos seus serviços, principalmente, pelas consequências da emissão de um relatório que apresente os valores incorretos, como o resultado de um diagnóstico clínico, entre outros. A adoção de um Sistema de Qualidade para um laboratório tornou-se necessária, nascendo as normas específicas e legislações. Sistema de Gestão de Qualidade em um laboratório RDC n. 302, de 13 de outubro de 2005. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Funcionamento de Laboratórios Clínicos. Do ponto de vista ético e legal, a RDC 302 é de grande importância para a área laboratorial, porque normatiza e dá a diretriz mínima, a qual os laboratórios são obrigados a se enquadrar. Teoricamente, os laboratórios têm que cumprir as metas mínimas de qualidade, organização e preços, porque a implantação da RDC 302 assim exige. RDC n. 306, de 07 de dezembro de 2004: é um regulamento técnico que dispõe sobre o gerenciamento de resíduos deserviços de saúde. RDC N. 222, de 28 de março de 2018: regulamenta as boas práticas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências. Legislações Ao contrário, dispõe sobre todas as categorias de resíduos, inclusive, os não infectantes. O regulamento se aplica a todos os geradores de resíduos de serviços de saúde – RSS. Todo gerador de resíduos deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS. A infraestrutura deve obedecer à RDC 50 e à RDC 189. Legislações O laboratório e o posto de coleta devem possuir um responsável técnico, legalmente, habilitado: Farmacêutico, Médico e Biomédico. O profissional legalmente habilitado poderá ser responsável técnico de, apenas, 2 locais (laboratório e posto de coleta). O profissional legalmente habilitado pode assumir, perante à vigilância sanitária, a responsabilidade técnica por, no máximo, 02 (dois) laboratórios clínicos ou 02 (dois) postos de coleta laboratorial, ou 01 (um) laboratório clínico e 01 (um) posto de coleta laboratorial. Toda a supervisão e a responsabilidade pelo laboratório, e o posto de coleta, em relação à organização, confidencialidade, treinamento de pessoal etc. será da direção e do Responsável Técnico. RDC 302: organização Manter os registros de formação e qualificação dos profissionais compatíveis com as funções desempenhadas. O laboratório deve promover o treinamento e a educação permanente aos funcionários, e manter o registro. Os profissionais devem ser vacinados contra a hepatite B, tétano e difteria (apresentar os registros de vacinação e se disponível os registros da eficácia). A admissão deve ser precedida de PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). Realizar, anualmente, o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). RDC 302: recursos humanos O laboratório deve monitorar a fase analítica, por meio de controle interno e externo da qualidade. O laboratório deve manter o cadastro dos laboratórios de apoio, possuir o contrato formal, avaliar a qualidade dos mesmos. Deve manter o contrato formal com os laboratórios de apoio, bem como indicar quais exames são enviados. O laboratório de apoio deve estar de acordo com esta Resolução. A responsabilidade é de quem contrata. Os laudos devem ser arquivados por 5 anos. RDC 302: processos operacionais Critérios para a aceitação e a rejeição de amostras. Instruções para o recebimento e a coleta de amostras. Instruções escritas para o transporte das amostras. Evitar o transporte de amostras em áreas comuns de circulação. Terceirização do transporte deve ter um contrato formal. O laboratório e o posto de coleta devem dispor de uma lista de exames e atividades realizados naquela unidade. RDC 302: processos operacionais RDC 302: controle de qualidade Os controles de qualidade interno e externo devem ser documentados. Controle interno deve ser realizado com as amostras, os soros e os controles comerciais, regularizados junto à Anvisa. Formas alternativas são aceitas desde que descritas na literatura e permitem a avaliação da precisão do equipamento. O laboratório deve manter os registros dos controles interno e externo. O laboratório deve possuir os equipamentos de acordo com a sua complexidade e a sua demanda. Manter as instruções escritas referentes aos equipamentos em língua portuguesa. Registrar as manutenções preventivas e corretivas. Calibrar os equipamentos de medição. Registro de temperatura. Registrar a compra de produtos para os diagnósticos, a fim de garantir a rastreabilidade. Produtos de diagnósticos devem estar registrados na Anvisa. RDC 302: equipamentos e instrumentos O laboratório deve possuir uma instrução escrita sobre a liberação de laudos. O laudo deve ser legível e assinado por um profissional, legalmente, habilitado: farmacêutico, biomédico, médico patologista. Dados mínimos que um laudo deve conter. Nome do exame, tipo de amostra, método analítico e unidade de medição. Valores de referência, limitações da técnica, e dados para a interpretação. Amostras com restrição devem constar no laudo. RDC 302: liberação de laudos O laboratório de análises clínicas é uma empresa constituída com fins de prestação de serviços aos “clientes”. É importante que encaremos o laboratório como uma empresa e as pessoas que nos procuram não são, apenas, “pacientes”, são clientes que procuram um serviço e pagam por ele, seja direta ou indiretamente (através de convênios, seguros médicos etc.). Portanto, para os profissionais da área laboratorial, não basta serem bons tecnicamente, mas devem, obrigatoriamente, saber o que podem, o que não podem e o que têm a obrigação de fazer para trabalharem, montarem e administrarem um serviço laboratorial. Todas essas citações têm um objetivo importante, que é o de mostrar que o laboratório é uma empresa constituída como pessoa jurídica e que os erros praticados em seu nome, por qualquer profissional que lhe preste um serviço, direta ou indiretamente, colocará esse nome em risco. Administrar e gerir um laboratório, pensando como uma empresa, que precisa de clientes, precisa de colaboradores, tem custos e necessita de lucros. Responsabilidades Clientes – pacientes. Clientes – médicos. Clientes – pagadores/empresas de saúde. Quem são os principais clientes dos laboratórios clínicos? Aqui, é de fundamental importância sabermos os custos do que vamos realizar dentro do nosso laboratório: Que exames faremos? Vale à pena fazermos todos os exames? Exames hormonais e imunológicos, fazer ou não? Quais os custos? Etapas que compõem o ciclo de vida do equipamento: aquisição e descarte. Aquisição: fornecedores qualificados, e interação entre o departamento de compras e a equipe técnica responsável pela gestão de equipamentos. Equipe técnica: tem o objetivo de definir os requisitos técnicos adequados de infraestrutura para a instalação física dos equipamentos, elaborar uma lista de verificação e testes, elaborar um manual de operação, viabilizar a obtenção de resultados de desempenho. Protocolos: instalação; operação e manutenção; e, por fim, de desempenho. Inclusão do equipamento no sistema, inventário de equipamentos, categorização de equipamentos, tipo de manutenção a ser realizada, custo de manutenção, procedimentos de descarte de equipamentos. Gestão de equipamentos Leasing ou Arrendamento: aluguel por tempo determinado, sem a obrigatoriedade da aquisição de insumos; o usuário pode optar pela compra do aparelho no final do período. Comodato ou Empréstimo: utilização gratuita do aparelho; obrigatoriedade de aquisições de insumos em quantidade e qualidade estipulados pelo fornecedor; consumo estipulado previamente; preço embutido; depreciação e consumíveis. Consignação: utilização do aparelho e dos insumos mediante o pagamento dos testes, efetivamente, realizados. Aquisição de equipamentos Em relação à manutenção técnica, podemos denominá-la de preventiva e corretiva: Preventiva: refere-se aos procedimentos que visam beneficiar a vida útil do equipamento, ou seja, a sua conservação. Vantagem: aumenta a confiabilidade do equipamento; proporciona maior rendimento e durabilidade; pode ser programada; prolonga a vida útil dos equipamentos; proporciona a redução no estoque de peças sobressalentes. Desvantagem: substituição de peças antes do fim da vida útil; maior número de interferências, consequentemente, maior probabilidade de erro humano; devido à alta frequência de interferências, pode provocar outras avarias. Manutenção técnica Corretiva: como se autodefine, diz respeito às ações desencadeadas em função de conserto, abrangendo desde um simples reparo até a substituição de um ou mais acessórios do instrumento. Vantagem: não exige o acompanhamento e as inspeções periódicas nos equipamentos; substituição das peças ao final da sua vida útil. Desvantagem: redução da vida útil; necessidade de um elevado estoque de peças sobressalentes; aumenta o risco de acidentes; proporciona a ociosidade de mão de obra devido à paralisação do equipamento; na maioria das vezes, não pode ser programada; paradas inconvenientes e demoradas. Manutenção técnica O biomédico, legalmente, habilitado pode assumir, perante à vigilância sanitária, a responsabilidade técnica por, no máximo: a) 3 (três) laboratórios clínicos ou 3 (três) postos de coleta laboratorial, ou 1 (um) posto clínico e 2 (dois) postos de coleta laboratorial. b) 4 (quatro) laboratórios clínicos ou 4 (quatro) postos de coleta laboratorial, ou 2 (dois) postos clínicos e 2 (dois) postos de coleta laboratorial. c) 2 (dois) laboratórios clínicos ou 2 (dois) postos de coleta laboratorial, ou 1 (um) posto clínico e 1 (um) posto de coleta laboratorial. d) 3 (três) laboratórios clínicos ou 3 (três) postos de coleta laboratorial, ou 2 (dois) postos clínicos e 1 (um) posto de coleta laboratorial. e) 3 (três) laboratórios clínicos ou 2 (dois) postos de coleta laboratorial, ou 2 (dois) postos clínicos e 1 (um) postos de coleta laboratorial. Interatividade O biomédico, legalmente, habilitado pode assumir, perante à vigilância sanitária, a responsabilidade técnica por, no máximo: a) 3 (três) laboratórios clínicos ou 3 (três) postos de coleta laboratorial, ou 1 (um) posto clínico e 2 (dois) postos de coleta laboratorial. b) 4 (quatro) laboratórios clínicos ou 4 (quatro) postos de coleta laboratorial, ou 2 (dois) postos clínicos e 2 (dois) postos de coleta laboratorial. c) 2 (dois) laboratórios clínicos ou 2 (dois) postos de coleta laboratorial, ou 1 (um) posto clínico e 1 (um) posto de coleta laboratorial. d) 3 (três) laboratórios clínicos ou 3 (três) postos de coleta laboratorial, ou 2 (dois) postos clínicos e 1 (um) posto de coleta laboratorial. e) 3 (três) laboratórios clínicos ou 2 (dois) postos de coleta laboratorial, ou 2 (dois) postos clínicos e 1 (um) postos de coleta laboratorial. Resposta O conceito de gestão de pessoas ou administração de recursos humanos é uma associação de habilidades e métodos, políticas, técnicas e práticas definidas, com o objetivo de administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano nas organizações. MOTTA et al. (2001) relata os recursos humanos como fundamental para o setor da qualidade, pois verifica se os funcionários do laboratório possuem escolaridade coincidente, formação técnica e teórica, e experiência confirmada nos setores específicos. Imprescindível, também, é manter um programa de educação continuada, disponível para todos os níveis, sustentando, assim, a eficiência e a competência, além de ajudar a propagação técnico- intelectual dos funcionários. A diretoria do laboratório deve ter um plano organizacional, uma política de descrição de cargos de pessoal, definindo as sua titulações e os seus deveres. Gestão de pessoas Custos diretos: salário ................................................ R$ 1.000,00 Vale-transporte ..................................... R$ 100,00 Cesta Básica ......................................... R$ 85,00 --------------------- R$ 1.185,00 Custos indiretos: FGTS ..................... 8% ...... R$ 80,00 GPS ............................................. 26,30% ....... R$ 263,00 13º Salário ... 100% ... R$ 1.000,00/12 meses ....... R$ 83,34 Férias ..... 133% .... R$ 1.330,00/12 meses ......... R$ 110,83 Custo final do colaborador por mês: R$ 1.692,17 + ~ 70,0 % a mais Custo anual de um colaborador que ganhe R$ 1.000,00 = R$ 20.306,04 Colaboradores Comenta-se: “Há excesso de profissionais”; Eles são “desqualificados” para aquilo que o mercado busca; Os profissionais não têm foco em suas carreiras. Formação e identidade profissional Fonte: Estud. Psicol. (Natal), v. 7, n.2, jul./dez., 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epsic/i/2002.v7nspe/ Antecede a escolha do curso superior Período de formação Construído ao longo do processo de formação IDENTIDADE PROFISSIONAL Confusão entre os papéis profissionais Percepções do mercado Fragilização dos limites da atuação profissional Figura 1 Mapeamento dos argumentos dos estudantes em relação à identidade profissional “Parte da nova geração chega nas empresas mal-educada. Ela não chega mal escolarizada, chega mal-educada. Não tem noção de hierarquia, de metas e prazos, e acha que você é o pai delas”. (CORTELLA, 2016) Formação e identidade profissional Perfil aderente à cultura da empresa Interdependência: apresenta a facilidade em atuar de forma colaborativa com diferentes áreas e pessoas em prol da realização de um propósito coletivo. Integridade: ouve e respeita genuinamente a opinião do outro, expressando as opiniões divergentes de forma construtiva. Paixão pelas pessoas: age de forma com que as pessoas sintam-se acolhidas, interagindo com empatia e adequando a sua linguagem aos diferentes públicos. Excelência: atua de forma inovadora e aprimora as suas práticas de trabalho. Fazer bem feito: atua com o foco no cliente, interno ou externo, buscando entender as suas necessidades, contribuindo com as soluções, demonstrando o comprometimento com a execução e a entrega com qualidade. Encara os(as) desafios/mudanças de forma equilibrada. O que é uma não conformidade? É o não atendimento a determinado requisito de um processo ou de uma norma. Ela se caracteriza por qualquer desvio dentro de um processo padronizado que resulte em não atingir o objetivo proposto ou exponha ao risco o paciente, colaborador ou qualquer pessoa dentro de um serviço de saúde; Também podemos definir a NC como algo que saiu fora do planejado. Um acidente, evento adverso, erro, incidente ou uma ocorrência também são não conformidades que podem ser observadas no nosso dia a dia. Padronização no laboratório clínico Geralmente, as palavras “não conformidade (NC)” trazem consigo um peso que deixa os auditados inseguros, os gestores descontentes e a alta direção um pouco decepcionada. Porém, a resolução de uma não conformidade traz muitos benefícios, em muitos aspectos: agrega valor à organização já que, durante esse processo, há a oportunidade de compartilhar com a equipe as opiniões, os métodos e as alternativas; enriquece o conhecimento da equipe para a resolução de outras não conformidades e desenvolve o senso crítico individual para desviar a atenção para as não conformidades potenciais, ou seja, aquelas que não aconteceram e que podem vir a acontecer, atuando de forma preventiva e se antecipando aos problemas. O que devemos lembrar é que, mais importante do que encontrar os culpados, é identificar a raiz dos problemas e tomar ações corretivas para evitar que eles se repitam. Padronização no laboratório clínico É importante que todos os processos estejam padronizados e documentados, pois, se partimos do pressuposto que uma NC é algo que sai do padrão, se não temos um padrão não conseguimos identificar uma NC e a falha. Todos os colaboradores da empresa devem estar atentos ao surgimento da NC e treinados quanto à sua identificação, o seu registro e participar na resolução. Padronização no laboratório clínico Na realização de um exame pelo laboratório clínico temos que considerar as seguintes etapas: 1) Etapa Pré-Analítica; 2) Etapa Analítica; 3) Etapa Pós-Analítica. Para se obter qualidade nos exames realizados, é preciso que se faça uma padronização dos processos envolvidos, desde a solicitação médica dos exames até a liberação do laudo. Cada um dos processos estão integrados através de interfaceamentos com os sistemascorporativos e acompanhados pelo processo de controle de qualidade. Padronização no laboratório clínico A pré-analítica corresponde à seleção, pelo clínico, de exames apropriados ao diagnóstico a que se pretende e à solicitação dos mesmos. Coleta, transporte e recepção das amostras adequadas ao exame, quando não são de responsabilidade do laboratório, também podem estar inclusos nessa fase. A pós-analítica refere-se à interpretação do resultado pelo clínico. Padronização no laboratório clínico As diversas variáveis analíticas na realização de um exame laboratorial devem ser muito bem controladas para assegurar que os resultados sejam precisos e exatos. Os métodos analíticos, antes de serem implantados na rotina laboratorial, devem ser analisados, em relação aos seguintes critérios: confiabilidade: precisão, exatidão, sensibilidade, especificidade, linearidade. Praticidade: volume e tipo de amostra, duração do ensaio, complexidade metodológica, estabilidade dos reagentes, robustez, necessidade de equipamentos, custo, segurança pessoal. Outras variáveis importantes dos processos analíticos também devem ser, cuidadosamente, monitoradas, como: qualidade da água; limpeza da vidraria; calibração dos dispositivos de medição e ensaio (DMM): pipetas, vidraria, equipamentos etc. Todos os processos analíticos também devem ser documentados detalhadamente, implementados e colocados à disposição dos responsáveis pela realização dos diversos exames. Padronização no laboratório clínico Um POP (Procedimento Operacional Padrão) tem o objetivo de se padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução de tarefas fundamentais, para o funcionamento correto do processo. 1) Nome do procedimento: primeiramente, listar o nome principal do procedimento e, depois, os nomes alternativos. Listar, também, as abreviações mais comumente empregadas para aquele exame; 2) Objetivo do POP (A quê ele se destina?; Qual é a razão da sua existência e importância?); 3) Documentos de referência (quais documentos poderão ser usados ou consultados, quando alguém for usar ou seguir o POP? Podem ser manuais, outros POPs, códigos etc.); 4) Local de aplicação (aonde se aplica aquele POP? Por exemplo, na CME, se for um POP de rotina para a limpeza, a desinfecção e a esterilização de materiais); Padronização dos Processos Analíticos – POP 5) Siglas (caso as siglas sejam usadas no POP, dar a explicação de todas: CME = Central de Material Esterilizado; DML = Depósito de Material de Limpeza); 6) Descrição das etapas da tarefa com os executantes e responsáveis; 7) Se existir algum fluxograma relativo a essa tarefa, como um todo, ele pode ser agregado nessa etapa; 8) Informar o local de guarda do documento, e o responsável pela guarda e pela atualização. A linguagem utilizada no POP deverá estar em consonância com o grau de instrução das pessoas envolvidas nas tarefas; dê preferência para uma linguagem simples e objetiva. A pessoa que executa a tarefa é quem deve colaborar com o desenvolvimento do procedimento; ele é o dono do processo. Padronização dos Processos Analíticos – POP Pode-se definir o indicador como uma informação de natureza qualitativa ou quantitativa, associada a um evento, processo ou resultado, sendo possível avaliar as mudanças durante o tempo, e verificar ou definir os objetivos, ou utilizá-lo para a tomada de decisões ou para as escolhas. Indicadores laboratoriais como medidas numéricas de erros ou falhas de determinado processo, em relação ao seu número total (acertos e erros). São especificações da qualidade, pois o desempenho de um processo é considerado satisfatório se estiver nos limites estabelecidos nos indicadores. O seu objetivo não é prover as respostas, mas indicar os problemas potenciais que necessitam de ações preventivas. Indicadores laboratoriais Para garantir a segurança dos processos. Para controlar e monitorar os processos. Para tomar as decisões. Para uma melhoria contínua dos processos. Por que usar os indicadores? O indicador deve ser: Específico: representa, claramente, o que se pretende atingir; Mensurável: a sua quantificação tem que ser possível; Atingível: ser realista e concreto; Relevante: preciso e desafiador; Refletir o valor de uma ou mais áreas interessadas; Ter uma relação direta ou indireta com, ao menos, uma das estratégias da empresa; Apresentar a possibilidade de medição periódica. Principais características de um indicador Indicadores estratégicos: são gerados a partir da definição da visão estratégica da organização, isto é, da definição da missão, da visão, e dos valores e fatores críticos de sucesso. Eles informam o “quanto” a organização se encontra na direção da conquista de sua visão. Indicadores táticos: podem se relacionar a vários aspectos, como o atendimento aos seus requisitos (eficácia), aos recursos empregados e à sua duração (eficiência), a capacidade de adaptação aos requisitos dinâmicos, dentre outros. Indicadores operacionais: são encontrados dentro dos processos e tratam da utilização dos recursos, para a geração de produtos e serviços. Servem para identificar e prevenir os problemas nos processos. Indicadores quanto à origem Estrutura: são aqueles relacionados à parte física de uma instituição. Exemplo: nº de consultórios ou sala cirúrgicas – o indicador pode ser consultas realizadas/consultórios/dia ou exames realizados/equipamentos/dia. Processos: são aqueles relacionados às atividades e rotinas assistenciais, frequentemente, ligadas a um resultado. Exemplo: paciente/dia; nº de atendimentos/dia; lista de espera/execução de exames. Resultado: são aqueles relacionados às demonstrações dos efeitos e à consequência do processo. Exemplo: taxa de ocupação; média do tempo de permanência, tempo de entrega do resultado. Indicadores quanto ao tipo Exemplos de indicadores nas fases pré-analítica, analítica e pós-analítica Fonte: J. Bras. Patol. Med. Lab. v. 47, n. 3, p. 201-210, jun. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jbpml/a/mDn4tWrcgDpcLD bDs4PnpcR/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 27 nov. 2021. Fase de processos laboratoriais Indicadores Pré-analítica • Recoleta • Erros na abertura de cadastro • Amostras solicitadas e não coletadas • Falhas na coleta • Problemas no transporte das amostras Analítica • Percentual de resultados inaceitáveis no CIQ • Percentual de resultados inaceitáveis no AEQ Pós-analítica • Sucesso na comunicação de valores críticos • Percentual de resultados liberados no prazo • Intercorrências na liberação de resultados • Exames liberados e não solicitados • Exames solicitados e não liberados • Percentual de laudos retificados Estágios da qualidade GQT Sistema da Qualidade Garantia da Qualidade Controle da Qualidade São as ações responsáveis por gerar o feedback aos operadores sobre o processo em andamento. As ações mostrarão se o processo deve continuar (quando tudo está dentro dos padrões) ou parar (se algo estiver fora do padrão). Frequentemente, são usadas como padrões diários para a execução de procedimentos. Controle de qualidade Amostras sintéticas, desenvolvidas para o teste, são colocadas na linha testando todo o processo físico, passando por todos os equipamentos analíticos ao longo da linha de automação ou, de modo manual, quando ocorre qualquer irregularidade o analista é avisado e prepara os reparos necessários. CIQ e CEQ Um processo laboratorial é constituído de três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Em relação a essas fases, é correto afirmar que: a) A fase pós-analítica envolve, somente, as orientações ao paciente. b) Ingestão de medicamento é um fator da fase analítica. c) A fase pré-analítica envolve os fatores após o médico receber o laudo. d) A relação entre o volume de sangue coletado e a quantidade do anticoagulante nãointerfere na fase analítica. e) A determinação do método é um fator da fase analítica. Interatividade Um processo laboratorial é constituído de três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Em relação a essas fases, é correto afirmar que: a) A fase pós-analítica envolve, somente, as orientações ao paciente. b) Ingestão de medicamento é um fator da fase analítica. c) A fase pré-analítica envolve os fatores após o médico receber o laudo. d) A relação entre o volume de sangue coletado e a quantidade do anticoagulante não interfere na fase analítica. e) A determinação do método é um fator da fase analítica. Resposta CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. CORTELLA, M. S. Por que fazemos o que fazemos? Sobre a busca de propósito de trabalho. 1ª. ed. São Paulo: Ed. Planeta, 2016. Legislações: RDC 50; RDC 222; RDC 302; RDC 306. Disponível em: www.anvisa.gov.br LOBO, N. R. Gestão da Qualidade. 1ª. ed. São Paulo: Érica, 2010. MALAGÓN-LONDOÑO, G.; LAVERDE, P. G.; LONDOÑO, R. J. Gestão hospitalar para uma administração eficaz. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. MEIRA, C.; OLIVEIRA, D. Qualidade em laboratório clínico: 156 perguntas e respostas. 1. ed. São Paulo: Sarvier, 2012. MOTTA, V. T.; CORRÊA, J. A.; MOTTA, L. R. Gestão da Qualidade no Laboratório Clínico. Porto Alegre: Médica Missau, 2001. Referências OGUSHI, Q.; ALVES, S. L. Administração em Laboratórios Clínicos: gestão da qualidade, estrutura operacional e componentes financeiros. São Paulo: Atheneu, 1998. VECINA NETO, G.; MALIK, M. A. Gestão em saúde. 2. ed. [Reimpr.]. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Referências ATÉ A PRÓXIMA!