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Aula 01- GRIPE.docx Aula 2) Gripe Influenza Administrar tamiflur dentro das primeiras 48h de tratamento Maiores complicações: idoso, lactente, imunocomprometido Pode favorecer a infecção bact.. sedundária Cornavírus superpneumonia síndrome respiratória aguda país mais acometido: China quadro clínico característico: · diarréia · pneumonia (mesmos em pacientes imunocopetentes), não há tratamento para esse tipo de pneumonia · sintomas respiratórios diagnóstico diferencial: meningite: · temperatura >38 · mialgia · cefaléia · vômito · alteração do nível de consciência · sonolência · c/ ou s/ rigidez de nuca · na meningite há uma pleocitose (leocócitos no liquor) Gripe suína Tipo de influenza A vetor- porco 3 grupos de risco: gestantes, obesos e pacientes com doenças crônicas Vírus sincicial respiratório Mais grave nos primeiros 6 meses de vida Mortalidade em crianças saudáveis é baixa Recidiva em adultos é comum, geralmente, assimtomático desktop.ini [.ShellClassInfo] InfoTip=Esta pasta está compartilhada on-line. IconFile=C:\Program Files (x86)\Google\Drive\googledrivesync.exe IconIndex=16 Aula 04- HIV (nao foi dada).pdf HIV Abreviações comumente usadas: HIV: Human imunodeficiency virus ARV: Antirretroviral TARV: Terapia antirretroviral HAART: Highly Active Antirretroviral Therapy CART: Combined Antiretroviral Therapy NRTI: Nucleoside Reverse Transcriptase Inhibitor NNRTI: Non-nucleoside Reverse Transcriptase Inhibitor - A transcriptase reversa é uma enzima fundamental para o vírus, pois transcreve o RNA do vírus em DNA, por isso que deve-se inibir esse processo. - O AZT foi a primeira classe de medicamentos a atuar na inibição da transcriptase. - Outra enzima importante é a protease. Inibidores de protease são ritonavir, atazanavir, lopinavir, que são os mais usados. Introdução: O ciclo do HIV - Quando o vírus entra na célula vai fazer a transcrição reversa, que é um ponto importante. Outro ponto é quando o DNA sintetizado é integrado na célula, sendo denominado como integração, feito pela enzima integrase. Objetivos da TARV: - Supressão da viremia - Melhora da imunidade geral - Aumento da sobrevida - Redução da mortalidade relacionada ao HIV - Melhora na qualidade de vida - Redução do risco de transmissão - O objeitivo que se tem ao iniciar o tratamento de um paciente HIV positivo é suprimir a viremia do indivíduo, zerar a carga viral. - Se o paciente está respondendo adequadamente ao esquema de medicação não existe replicação viral nele. Então nesses pacientes não se encontram cópias do vírus no sangue periférico. - A carga viral é tida como indetectável quando no ensaio se encontram menos de 40 cópias virais. É importante saber essa quantidade para estimar o comprometimento do sistema imune desse paciente, pois os vírus ficam localizados nas células reservatórias - Com a supressão da viremia observa-se uma melhora geral da imunidade, que é o objetivo da terapia. Com isso aumenta-se a sobrevida do doente, diminui a mortalidade relacionada ao HIV e as internações por doenças oportunistas. Fora que proporciona uma melhora da qualidade de vida. Um outro ponto importante é que a terapia antirretroviral reduz os riscos de transmissão entre as pessoas, inclusive a transmissão por via sexual. - Recomenda–se que todos os pacientes independente da carga viral, se forem HIV + devem ser tratados. As classes do ARV: - Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos (NRTI) - Inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos (NNRTI) - Inibidores da protease (IP) - Inibidores da integrase - Inibidores de fusão - Inibidores de entrada Os NRTI's ZIDOVUDINA (AZT): - Comprimido 300 mg - Solução oral 10 mg/mL - Dose: 300 mg 12/12 horas - Comprimido co-formulado AZT + 3TC Reações adversas: toxicidade medular (anemia macrocítica e neutropenia), nauseas, vômitos, cefaléia, pigmentação ungueal, lipodistrofia, miopatia. - AZT ou isobutila: Medicação potente, normalmente usa essa medicação sozinha ou combinada com lamivudina - Quando é utilizado sozinho a dosagem feita é 300 mg de 12 em 12h. Existe também a coformulação AZT (zidovudina) + 3tc (lamivudina) - O evento adverso mais associado ao AZT é anemia, pois ocorre supressão da medula óssea, causando anemia, leucopenia, e plaquetopenia. Outro fato é que mesmo se não houver anemia, as hemácias do paciente aumentam de tamanho, gera-se uma macrocitose. - O volume corpuscular normal é até 110, com o uso de AZT aumenta pra 110, 115. - Se o paciente tiver anemia importante (hemoglobina menor que 10), leucopenia (menor que 4000) ou plaquetopenia(menor que 100 mil) deve-se suspender o AZT e trocar por outro medicamento. Se tiver só a macrocitose não necessita trocar o medicamento LAMIVUDINA (3TC) - Comprimido 150 mg - Solução oral 10 mg/mL - Comprimido co-formulado: AZT + 3TC - Sempre presente nos esquemas por conta do efeito de lentificação da replicação viral Reações adversas: ? - A lamivudina é um análogo nucleotídeo inibidor da transcriptase, é um excelente antirretroviral porém não é administrada sozinha, associa-se com outro análogo. - Medicação pouco tóxica que não costuma trazer muitos eventos adversos ao paciente. - Nos pacientes com sintomas, com tuberculose por exemplo, também se inicia a terapia antirretroviral, independente dos níveis de CD4. - Nos pacientes assintomáticos com menos de 500 células, inicia-se a terapia antirretroviral - O HIV é uma doença infecciosa e inflamatória, e por isso pode acabar lesando o ruim, o coração, então usa-se o medicamento para prevenir essas situações. - Mesmo em pacientes com o nível de CD4 maior que 500 deve-se continuar o uso dos medicamentos. E se o paciente tiver coinfecção com hepatite b, com hepatite c, se tiver neoplasias, risco ou doença cardiovascular já estabelecida. - Deve-se tratar HIV também se a carga viral estiver maior que 100 mil cópias, pois é um vírus com taxa de replicação muito alta. - O medicamento antirretroviral é distribuído pelo posto de saúde, e o indivíduo só se pode cadastrar e 1 único ponto. TABELA: RECOMENDAÇÕES PARA INICIO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM PESSOAS VIVENDO COM HIV- AIDS (PVHS) Esquema de início de TARV 2 NRTI + 1 NNRTI 2 NRTI + 1 IP TDF + 3TC EFZ ABC + 3TC + ATV/R AZT +3TC LPV/R Esquema de Terapia Inicial – Primeira Linha - TDF + 3TC + EFV (na presença de dose fixa combinada, sempre que possível) Casos excepcionais: - Para os casos em que o esquema TDF + 3TC + EFV esteja contraindicado, deve-se proceder da seguinte maneira: Substitui-se TDF por: Utilizar Situação 1ª opção AZT Contraindicação ao TDF 2ª opção ABC Contraindicação ao TDF e AZT 3ª opção ddi Contraindicação ao TDF, AZT e ABC Esquemas de medicação do ministério da saúde : - Tenoflovir, lamivudina, efavirenz: Existe mais recentemente o comprimido 3 em 1. - O principal efeito adverso do efavirenz é neurológico/psiquiárico, o paciente fica deprimido, com padrão de sono ruim, pesadelos e até alucinações. Em pessoas com histórico de depressão não se usa efavirenz. Em pessoas que desenvolvem esses problemas devido ao uso de efavirenz deve-se trocar o medicamento. Se for trocar o medicamento usa os seguintes outros: a nevirapina que é análogo ou um inibidor da protease. A nevirapina não é tão potente. - Se O PACIENTE ESTIVER MUITO MAL IMUNOLOGICAMENTE O MS RECOMENDA associAR lopinaver com ritonavir (KALETRA), QUE SÃO 2 INIBIDORES DAS PROTEASES. - O Problema do kaletra é que toma-se 2 comprimidos de 12 em 12h, 4 comprimidos tala larga. Para um doente que está começando o tratamento, que não possui nada grave não precisa utilizar o kaletra. O kaletra é alternativa para doentes que não podem usar o efavirenz. - Outra alternativa para o efavirenz é atazanavir com ritonapir. O ritonapir é utilizado como booster, pois aumenta os níveis séricos dos outros inibidores de proteases. - Eventos adversos dos inibidores das proteases: De imediato o que geralmente ocorre é a diarreia, que aumenta com a ingestão de alimentos gordurosos. A médio e longo prazo pode ocorrer dislipidemia, aumento de colesterol, de triglicerídeos e alteração no metabolismo da glicose. Pode Leva também a uma lipodistrofia em todo o corpo. É preciso orientar a uma dieta adequada e prática de exercícios aeróbicos. O tenoflovir não pode ser usado em casos de disfunção renal. Em pacientes que utilizam o tenoflovir deve-se monitorar a cada 4 meses a função renal, pois pode ter aumento da creatinina. Pode haver uma tubulopatia e o paciente apresenta albuminúria, e diminuição do fosfato. Então avalia-se sempre com hemograma, ureia, creatinina, Na+, K+ e por EAS simples ou refinado ACABAVIR (ABC) - Comprimido 300 mg - Solução oral 20 mg/ml - Dose: 300 mg 12/12 hotas ou 600 mg 1x ao dia - Comprimido co-formulado: ABC + AZT + 3TC = alto índice de falha Principal evento adverso: reação de hipersensibilidade - HLA B5701 - Primeiras semanas - Febre alta, rash cutâneo difuso, síndrome de fiu-like, hipotensão, colapso vascular = suspensão da medida e contra-indicado reintrodução. - O principal efeito adverso é que no início do tratamento as pessoas podem desenvolver reações de hipesensibilidade, alergia. A febre e o exantema alérgico são graves, e até letais. Se isso acontecer deve-se suspender a medicação. Não se insiste no tratamento com abacavir nem reintroduz o abacavir. - Se o paciente desenvolver a reação com o abacavir deve-se utilizar - Quando não se pode usar o efavirenz nem a nevirapina usa-se um inibitor da protease, como atazanaviz com ritonavir , ritonavir lopinavir com ritonavir ou pode usar o amprenavir com ritonavir. Os IP's ATAZANAVIR (ATV) - Cápsula 300 mg - Uso com booster de RTV - Dose: ATV 300 mg + RTV 100 mg 1x/dia - Necessita de armazenamento em local fresco (geladeira) Eventos adversos: aumenta a bilirrubina indireta, prolongamento do intervalo QT, coleilitíase, nefrolitíase. Pouca dislipidemia LOPINAVIR / RITONAVIR (LPV/R) - Comprimido co-formulado com RTV = LPV 200 mg + RTV 100 mg - Solulção oral co-formulado com RTV = LPV 60 mg + RTV 20 mg/mL - Dose LPV 400 mg + RTV 200 mg 12/12 horas Eventos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, resistência insulínica, dislipidemia, lipodistrofia, pancreatite, aumento de transaminases. Interações medicamentosas: - Interação das estatinas com inibidores da protease: só pode usar atorvastatina e rosuvastatina. - Interação da rifampicina com inibidores da protease: O ideal é o paciente estar com o esquema que não tem interação, que é o TDF + 3TC + EFV. Porque muitos pacientes com HIV adquirem tuberculose. Caso queira manter o Kaletra é preciso dobrar a dose para que continue ocorrendo efeito. - Para tratar tuberculose em paciente HIV positivo usando inibidor da protease, pode-se usar rifabutina. O problema de usar a rifabutina, é que terá que usar a isoniazida, pirazinamida e etambutol, todos separados. A rifabutina é 1 com por dia, a isoniazida são 3 com por dia, a pirazinamida são 4 com por dia e o etambutol são 3 com por dia. - Além disso o paciente vai tomar Tenoflovir, lamivudina e kaletra. - Se puder fazer a troca do inibidor da protease é uma alternativa mais viável. Inibidor de protease faz interação com rifampicina, não pode esquecer disso quando for fazer o tratamento desses pacientes. - Não se pode fazer a rifampicina junto com o inibidor de protease por que a rifampicina é um grande indutor do metabolismo hepático, então vai acelerar as enzimas hepáticas, e com isso os níveis dos antirretrovirais caem. Esse processo pode tornar o vírus do paciente resistente, por que o nível sérico do medicamento vai ser muito baixo para combater. Por isso que o kaletra é corrigido dobrando a tosse, precisa aumentar a dose para que o efeito da rifampicina não reduza os níveis do retroviral. - Não se pode usar nenhum medicamento inibidor da bomba de prótons com atazanavir e ritonavir, por que causa interação. Se for necessário tratar a paciente com omeprazol ou qualquer outro da mesma classe deve-se trocar o esquema de medicamentos retrovirais, ainda que temporariamente, para fazer o tratamento. - Não se faz terapia dupla, sempre tripla, o coquetel tem pelo menos 3 medicamentos. Introdução - O risco de transmissão materno-fetal (vertical) do HIV quando a mãe não faz uso de terapia antirretroviral (TARV) chega até 25-50% (>60% na África) - 75% no período peri-parto - 25% intra-útero (3º trimestre) - 14-29% na amamentação Potenciais fatores de risco de transmissão: - Maternas: HIV avançado, infecção aguda, coinfecção com outras DST's, idade, tabagismo e drogas ilícitas, parto vaginal, amamentação - Fetal ou placentária: corioaminionite, prematuridade, baixo peso - Intra-parto: CV- vervico-vaginal, transfusão de sangue materno-fetal. → O objetivo de tratar a mãe é evitar que ela transmita o vírus para o feto. - O risco de transmissão é variado, tem a chance de 25 a 50 % de transmitir a doença. O período de maior risco de transmissão é o período de periparto, por isso é importante administrar AZT venoso no parto. - 25% de chance é de transmissão intraútero, especialmente no terceiro trimestre de gestação e outro risco alto é a transmissão pela amamentação, então mãe HIV + não amamenta. Principais fatores de risco na transmissão: - Hiv avançado, então quanto mais baixo o CD4 maior a chance da mãe transferir o vírus ao filho. - Se ocorre infecção aguda na mãe durante a gestação também aumenta o risco - Coinfecção com outras DST, a presença de Sífilis, Herpes também aumenta a chance. - Uso de drogas ilícitas - Parto vaginal - Fatores que contribuem para aquisição na criança é prematuridade, baixo peso. - No período intra parto a carga viral cérvico vaginal se estiver alta vai contribuir e a transfusão de sangue materno-fetal que acontece no parto normal, por isso que a cesárea possui menos risco e por isso é necessário o uso de AZT intra parto. - Pessoas com baixo nível econômico possuem maior chance de possuir o pré-natal incompleto e de estarem contaminados por HIV. TABELA: ESTUDOS DE TRANSMISSÃO INTRA-ÚTERO GRÁFICO TAVA DE DIAGNÓSTICO PERINATAL DE HIV POR ANO DE NASCIMENTO E RAÇTerapia antirretroviral (TARV) durante a gestação, intraparto e no RN reduz a transmissão perinatal Diminuição da carga viral (CV) antes do parto - Diminuição da CV no sangue e nas secreções vaginais - ARV que atravessam a placenta produzem níveis supressos adequados no feto -> profilaxia pré- exposição do RN Profilaxia pós-exposição do RN - Protege de vírus que podem ter entrado na circulação fetal durante o trabalho de parto e o parto → TARV é recomendado para todas as gestantes, independente da contagem de CD4 e CV - O objetivo da terapia antirretroviral é diminuir a carga viral antes do parto, tanto no sangue como nas secreções vaginais. Deve-se também realizar a profilaxia pós-exposição no recém nascido, que pode ter sido exposto ao vírus durante o nascimento. - Independente de qual seja a carga viral todas as gestantes devem fazer o uso de terapia antirretroviral. - O teste para HIV deve ser feito em todas as gestantes no pré-natal, assim como para hepatite B e hepatite C. - Se a sorologia na grávida der Negativo a recomendação é repetir no terceiro trimestre, de preferência com menos de 36 semanas. - Se a gestante não tiver pré-natal ou exames com sorologia negativa, existe a possibilidade de fazer o teste rápido para HIV intra-parto ou pós-parto. - O teste é com ELISA, se a primeira amostra não for reagente, repete 30 dias depois, se a segunda amostra não for reagente o resultado final é não reagente. - Testes confirmatórios para pacientes de alto risco são: imunofluorescência, western Blot. Realiza esse teste caso o ELISA for reagente. Rastreamento pré-natal - Oferecer sorologia a todas as gestantes no momento do diagnóstico da gestação Repetir no 3º trimestres, de preferência com menos de 36 semanas nas gestantes de risco - Tratamento em instituições que têm alta incidência de HIV em gestantes - Presidiárias - Residência conjunta com alta prevalência de HIV Teste rápido intra-parto e pós-parto - Todas as gestantes com sorologia desconhecida Iniciando TARV na gestante - TARV é comendado para todas as gestantes, independente do valor de CD4 e CV Dupla de análogos de nucleosídeos recomendados AZT + 3TC - Alta penetração placentária - Anemia por AZT ABC + 3TC - Alta penetração placentária - Hipersensibilidade pelo ABC (HLA B 5701) TDF + 3TC - Alta penetração placentária -Escolha na gestante coinfectada HIV/HBV - Nefrotoxicidade pelo TDF Não-análogos de nucleosídeos EFZ - Moderada penetração placentária - Hipersensibilidade, eventos adversos em SNC - Medo de teratogenicidade no primeiro trimestre (<8 semanas) NVP - Alta penetração placentária -Maior chance de reação de hipersensibilidade quando CD$ > 250 cél/mm³ - A terapia é recomendada para todas as gestantes com HIV e os medicamentos recomendados São: Zidovudina + Lamivudina ou Abacavir + Lamivudina ou Tenoflovir + Lamivudina. - Tenoflovir + Lamivudina na grávida é especialmente indicada caso haja coinfecção com Hepatite B. A primeira escolha é Tenoflovir + Lamivudina + o Kaletra (lopinavir com ritonavir), que são inibidores das proteases muito potene, então existe uma garantir maior de eficácia. - O Efavirenz não é utilizado na gestação por que se mostrou teratogênico. - Após iniciar o Antirretroviral, 2 a 4 semanas depois se deve avaliar se já iniciou o declínio da carga viral. E a cada 3, 4 meses, avalia-se se a carga viral está indetectável. - Se já é uma gestante que já tem o uso anterior do medicamento dá um espaço maior, avaliando de 6 em 6 meses. Se a grávida utilizar os antirretrovirais e engravidar, continua com o mesmo esquema, a menos que utilize efavirenz, que deverá ser trocado. Objetivo da TARV é manter CV< 50 cópias/mm³ Monitoramento da CV - 2 a 4 semanas depois do início ou mudaça da TARV - A cada 3 a 4 meses na gestante em TARV com resposta virológica Monitoramento de CD4 - A cada 6 meses de CV < 50 cópias /mm³ e imunidade satisfatória Trabalho de parto e parto Taxa de transmissão vertical - 1,8% sem AZT intravenoso intra-parto - 0,9% com AZT intravenoso intra-parto -0% sem AZT intravenoso intra-parto e com CV < 1000 cópias/mm³ - 0,6% com AZT intravenoso intra-parto e com CV < 1000 cópias/mm³ Risco de transmissão quando a gestante tem CV >1000 cópias/mm³ - 10,2% quando não recebem AZT intravenoso intra- parto - 2,5% quando recebem AZT intravenoso intra-parto - No trabalho de parto, a taxa de transmissão cai quando se usa o AZT intravenoso. Se usar o AZT intravenoso e tem carga viral menor que mil cópias a taxa de transmissão reduz mais ainda. Se a grávida tiver menos de mil cópias não precisa faze o AZT periparto. - Se a gestante tiver mais de mil cópias a taxa de transmissão aumenta para 2,5% se utilizar o AZT e vai para 10% se não utilizar o AZT. AZT intra-parto - Todas as gestantes com CV desconhecida ou > 100 cópias/mm³ no peri-parto - Gestantes com documentação de resistência ao AZT e CV > 1000cópias/mm³ peri-parto → NÃO é recomendado na gestante em TARV com CV < 1000cópias/mm³ - Na gestante em que não se sabe se tem ou não HIV, faz o teste rápido e o AZT intra venoso intraparto. - No recém-nascido faz o teste rápido, depois o confirmatório e a profilaxia pós infecção. Trabalho de parto na gestante com sorologia desconhecida Se teste rápido intra-parto positivo - Teste confirmatória - AZT intravenoso intra-parto - RN -> profilaxia após exposião por 6 semanas (se teste confirmatório positivo) - Cesariana eletiva com 38 semanas para gestantes com CV > 1000cópias/mm³ ou desconhecida - A cesariana está recomendada a partir de 38 semanas em gestantes HIV + mas não sabe a carga viral, em gestantes com carga viral maior de mil cópias ou em gestantes em que a infecção por HIV é desconhecida. Procedimentos contra-indicados pelo risco potencial de transmissão - Ruptura artifical das membranas - Uso rotineiro dos eletrodos fetais - Forceps - Episiotomia - Extração a vácuo - Não se realiza na grávida os seguintes procedimentos devido o risco de transmissão : Ruptura artifical das membranas, Uso rotineiro dos eletrodos fetais, Forceps, Episiotomia, Extração a vácuo Profilaxia no RN 6 semanas - AZT + NVP (ao nascimento, com 48 horas e 96 horas) - AZT deve ser iniciado em 6 horas a 12 horas pós- parto - Anemia - Rash e toxicidade hepática - Considerar 4 semanas de profilaxia se a mãe estiver em uso de TARV com CV < 50 cópias/mm³ - No Recém-nascido a profilaxia é a zidovudina com nevirapina. O principal efeito colateral da zidovudina é anemia, e o principal efeito colateral da nevirapina é exantema e toxicidade hepática. - Pode-se fazer por 6 semanas ou por 4 semanas se a mãe já estiver em uso de antirretroviral e com carga viral menor de 50 cópias. Rastreamento do HIV no RN somente por biologia molecular - Ao nascimento - 4 a 6 semanas - 3 meses - 6 meses → Até 18 meses pode-se ter anticorpo circulando na criança - O diagnóstico em recém-nascido é feito por carga viral, e não por sorologia. - Deve-se avaliar a carga viral até 4 a 6 semanas. E posteriormente com 3 e 6 meses. E só libera a criança e descarta a hipótese com 18 meses. Aula 02 - Doenças Exantemáticas.pdf Lesões Elementares - As lesões elementares podem ser classificadas em seis grupos, porém três grupos são mais importantes para o estudo das doenças exantemáticas, pois estão mais presentes nas doenças infecciosas, estes são: alterações de cor, formações sólidas e formações líquidas. Alterações de cor Mancha ou Mácula: são a mesma coisa, e são caracterizadas por alterações na cor da pele sem relevo ou depressão. É muito observado nas doenças infecciosas manchas de vásculo sanguíneo, que ocorrem por extravasamento de hemácias ou por vasodilatação. Eritema: é uma mancha vermelha por vasodilatação que desaparece por digito ou vitropressão, ou seja, quando é pressionada a mancha fica branca por um ou dois segundos. Petéquias: são manifestações cutâneas inespecíficas podendo ser indicativo de dengue ou febre maculosa brasileira, fazendo parte do dignóstico diferencial dessas doenças. Uma das principais diferenças é que a dengue é uma doença sazonal e a febre maculosa brasileira é característica de meios não urbanos. - Petéquias são, na verdade, um tipo de púrpura, que tem cor idêntica à da equimose, o único diferencial é o tamanho. As equimoses são mais secundárias a lesões traumáticas, do que lesões de origem infecciosa. Púrpura: mancha vermelha por extravasamento de hemácias, não desaparece com vitropressão. Muda de coloração de acordo com o tempo por alteração de hemoglobina. Formações sólidas - Resultam de um processo inflamatório ou neoplásico, atinge isoladamente ou conjuntamente epiderme, derme e hipoderme. Pápulas: lesões sólidas, circunscritas, elevadas e menores que 1 cm. Ex: paciente com escabiose e pápulas no braço. Placa: lesão elevada, de superfície geralmente plana, maior que 1 cm. Paciente soropositivo com placas no terço superior do braço. Vegetação: lesão sólida e pedunculada com aspecto de couve-flor e superfície friável. Ex: paciente com condiloma causado por HPV e vegetação em forma de couve-flor na genitália. Como o HPV é uma doença sexualmente transmissível, é esperado que as lesões condilomatosas por infecções de repetição por HPV se manifestem na genitália ou região perianal. Verrucosidade: lesão sólida, elevada, de superfície dura e inelástica formada por hiperqueratose. Ex: paciente com doença fúngica. Nódulo: lesão sólida, circunscrita, saliente ou não de 1 a 3 cm de tamanho. Nodosidade ou tumor: lesão sólida, circunscrita e maior que 3 cm, o termo tumor é usado preferencialmente para neoplasia. Ex: paciente internado por outra doença que no meio do tratamento da doença causada por um protozoário, apareceram lesões em gengiva superior, que eram nodosidades. O termo tumor é usado preferencialmente para neoplasia, mas pode ser usado em outros casos. Coleções líquidas - Lesões de conteúdo líquido que pode ser serosidade, sangue ou pus. Vesícula: elevação circunscrita de até 1 cm, com conteúdo claro (seroso) que pode se tornar turvo (purulento) ou rubro (hemorrágico). Ex: varicela. Está dentro do processo natural da varicela um conteúdo purulento dentro das vesículas, antes da evolução pra crosta. Não é rara a confusão dessa fase da varicela com uma supra infecção bacteriana (se sobrepõe à etiologia inicial) Bolha ou flictema: difere-se da vesícula apenas pelo tamanho, que é maior que 1 cm. Existem diversos tipos de etiologia para bolhas, como por exemplo as queimaduras. Mas as bilhas também podem ter origem infecciosa, como nos acidentes com animais peçonhentos e herpes zoster. Pústula: elevação de até 1 cm e de conteúdo purulento. Ex: paciente com varicela. Este paciente apresentava plemorfismo regional, que é a presença de lesões em diferentes estágios de evolução próximas umas ás outras e simultaneamente. O paciente apresenta numa mesma região vesículas, pústulas e crostas, ao mesmo tempo. O conteúdo purulento das pústulas não necessariamente indica infecção bacteriana, mas esse paciente pode vir a contrair um a infecção bacteriana secundária, uma dica para diferenciar é verificar as unhas do paciente e se há escoriações nos locais das pústulas. Se o paciente apresentar as unhas sujas e escoriações é provável que exista uma contaminação bacteriana. Outro indício de infecção bacteriana é quando na fase de crostas aparecerem pústulas novamente no local das lesões. Abcesso: possui tamanho variável, é formado por coleção purulenta da pele ou tecidos subjascentes. Sinais flogísticos podem estar presentes: dor, rubor, calor. Doenças Exantemáticas Definição: doença na qual a manifestação cutânea é marcante e dado fundamental para o diagnóstico. Enantema: é a manifestação desse processo na mucosa. Classificação: É baseada no tipo de lesão presente ou nos tipos de lesões presentes. (Ex: varicela) Anamnese dermatológica - A duração da lesão é essencial para incluir ou excluir certos diagnósticos, o que é muito importante sobretudo nas DSTs. Anamnese geral: história da lesão. Mas e em relação as lesões dermatológicas de (possível) origem infecciosa? Imagem 1 – Varicela - Histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes - Possibilidade de imunidade permanente pela própria doença - Histórico de vacinação (esquema completo?) em caso de HD ser doença imunoprevinível - Histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes - Atenção para a idade do paciente – muitas doenças exantemáticas caracterizam-se por terem maior incidência na faixa etária pediátrica - Possibilidade de manifestação de reativação - Ser manifestação de imunossupressão - Neste paciente não é necessário perguntar sobre exposição a DSTs ou picadas de cobras, é preciso fazer perguntas relacionadas ao caso. Não é esperado que o paciente tenha varicela mais de uma vez na vida, pois ela confere imunidade. Se o paciente tiver idade compatível (menos de 25 anos) perguntar se tomou a vacina recentemente, pois a vacinação pode causar um episódio brando da doença. Imagem 2 – Meningite meningocócica: presença de petéquias e púrpuras. - Abordagem semelhante a varicela. - Nem sempre o histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes será positivo, pois muitos portadores da doença são saudáveis. Imagem 3- Síndrome de mão, pé, boca - Histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes - Atenção para a idade do paciente – muitas doenças exantemáticas caracterizam-se por terem maior incidência na faixa etária pediátrica - É uma doença da faixa etária pediátrica, mas pode ocorrer em idosos. Presença de vesículas na palma da mão, região perioral e planta dos pés. Uma das características sistêmicas dessa doença é a presença dessas vesículas na orofaringe. Imagem 4 – Herpes Zoster - Possibilidade para manifestação de reativação - Ser manifestação de imunossupressão - Presença de bolhas. Pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos como diabéticos descompensados, ou pode ser uma manifestação inicial de um paciente soropositivo. Imagem 5 – Sífilis secundária (lesões descamativas) - Diagnóstico sugerido (as vezes) por quadro clínico clássico - Se suspeitar de DST questionar sempre: - Diagnóstico prévio de qualquer DST - Esclarecer tratamento prévio de DST - Diagnóstico de DST no parceiro/a - Data de última exposição a DST (para estabelecer o período de incubação) - Lesões descamativas em palma das mãos, planta dos pés e tronco. Como é uma DST, a abordagem deve ser conduzida voltada para essas doenças. Imagem 6 – Eritema associado a hanseníase - Suspeita de doença endêmicas - Histórico de residência prolongada - Histórico de viagem de repetição Doenças Exantemáticas Infecciosas 1 - Sarampo 2 - Rubéola 3 - Eritema Infeccioso 4 - Exantema Súbito 5 - Escarlatina 6 - Enteroviroses 7 - Varicela 8 - Dengue 1. Sarampo: Definição: doença infecciosa aguda de natureza viral, extremamente contagiosa, com gravidade variável em populações de diferentes níveis socioeconômicos. - Um dos fatores que contribuem muito para a gravidade do sarampo é a desnutrição, por isso a gravidade da doença leva em conta o nível sócio econômico do paciente. Mas pode ocorrer em paciente com alto nível econômico e viciado em drogas. Etiologia: Mixovírus (RNA vírus) Epidemiologia: - Homem: reservatório e fonte de infecção - Distribuição universal - Brasil: redução pela vacinação - Faixa etária: prevalência em menores de 15 anos - Fatores de risco: menores de 1 ano, deficiência de vitamina A e imunossuprimidos - Cobertura vacinal Patogenia: - Contágio por via aérea: vírus contamina os linfócitos T e B (2º e 3º dia) - Multiplicação ativa - Pele, conjuntiva e trato respiratório (em média 3-5 dias) - Redução brusca da viremia - O vírus entra pelas vias respiratórias, contamina linf. T e B, ocorre uma multiplicação ativa na pele, conjuntiva e trato respiratório. Transmissão: - Vias respiratórias (secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar) - Período de transmissibilidade: 4-6 dias antes do aparecimento dos sintomas até 4 dias após o início do exantema. - Para a transmissão não precisa tossir ou espirrar, mas com esses atos existe um risco maior de contágio. Um problema do sarampo, assim como a varicela é que a investigação do caso suspeito é difícil, pois como o período de transmissibilidade é de dias antes do aparecimento e até 4 dias depois do seu término, o paciente não sabe que entrou em contato com alguém contaminado. - Período de incubação: 7-18 dias Sintomas: - Febre (>38,5° C), coriza, conjuntivite, tosse. - Lacrimejamento, fotofobia. - Exantema característico: início de face e pescoço, generalizada no 3º dia - Céfalo-caudal - Retro auricular > pescoço - Mancha de Koplik (24h – 48h antes do exantema) - A diarreia é consequente a infecção do sarampo - As manchas de koplik dificilmente serão vistas, pois elas estão presentes de 24-48 horas antes do exantema. Essas manchas são sintoma patognomônico de sarampo, ou seja, sua presença fecha o diagnóstico. Complicações: - Otite média aguda - Pneumonia - Diarréia - Desnutrição, menor de 1 ano, imunossuprimido, paciente com tuberculose - Complicações oculares - Encefalite aguda - Panencefalite esclerosante subaguda é tardia (10 anos) - Na gestante: parto prematuro e recém-nascido de baixo peso - Letalidade: EUA 1 a 3 por 1000, 25% nos países desenvolvidos - A diarreia do sarampo não é por infecção bacteriana, ela é uma consequência do vírus do sarampo. A pneumonia é uma complicação bacteriana, se fosse apenas viral seria pneumonite. A desnutrição é na verdade uma condição prévia que propicia o aparecimento de complicações. Panencefalite esclerosante subaguda é uma complicação neurológica gravíssima. A otite média aguda é extremamente comum. Outra situação que contribui para a piora do sarampo é a tuberculose Tratamento: - É sintomático e de suporte - Repouso relativo - Antitérmico - Higiene dos olhos e pele - Dieta branda voluntária e hidratação - Umidificação das secreções das VAS - Vitamina A: recuperação mais rápida dos linfócitos e melhora na resposta de anticorpos IgG na fase aguda - A deficiência de vit A leva a uma lentidão da resposta imunológica contra o vírus do sarampo. → Antibiótico se houver complicação bacteriana. A suspeita de complicação bacteriana pode ser feita quando tosse seca passa a ser produtiva. Diagnóstico: - Clínico - Laboratorial - Hemograma: sem complicações - Sem complicações: leucopenia com neutropenia e linfopenia - Com complicações (bacteriana): leucocitose com neutrofilia e desvio para a esquerda - Isolamento viral (sangue, urina e secreções) - Sorologia: IgM+ (após 4º dia do exame) - O diagnóstico laboratorial específico é feito com o isolamento viral, que não é de fácil acesso, e pela sorologia, que é mais utilizada, que verifica os anticorpos que podem ser compatíveis com uma infecção aguda de sarampo, que é o IgM. A presença de IgM indica infecção recente e pode permanecer até seis meses após o fim da doença. Se a coleta por feita precocemente, pode haver um resultado falso negativo. 2 - Rubéola: Definição: doença infecciosa aguda de natureza viral, caracterizada por febre e exantema maculopapular, que se inicia na face, couro cabeludo, espalhando-se para tronco e membros. É menos contagiosa que o sarampo. Etiologia: agente etiológico: togavírus Epidemiologia: - Distribuição: universal - Incidência: deslocada para adolescentes e adultos jovens com vacinação - Reservatório e fonte de infecção: homem - Transmissão: contato direto com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas de 5-7 dias antes do início do exantema até 5-7 após o início do exantema, transplacentária (rubéola congênita) - A incidência do sarampo foi deslocada para o adolescente e jovem, pois a vacinação era apenas para crianças e quando esses indivíduos eram crianças a vacina não existia. Hoje em dia a imunização é universal. Assim como o sarampo e a varicela, a rubéola começa antes do aparecimento do exantema. A transmissão pode ser também transplacentária pela rubéola congênita. Porque a imunização do homem até os 39 anos? - Para evitar a síndrome da rubéola congênita na sua parceira. Patogenia: disseminação por vias aéreas Quadro clínico: - A infecção é subclínica em 50% dos casos - Período de incubação: 14 a 21 dias - O exantema é precedido, em 5-10 dias, por linfadenopatia generalizada - Exantema máculo papular que se inicia na face e desce para o tronco (final do 1ºdia) - Duração média: 3 dias - Na criança não há pródromas - Adolescentes e adultos: linfoadenomegalia generalizada: aparece 1 semana antes do exantema - Febre: geralmente baixa - Artralgia e poliartrite - Uma diferença da rubéola para o sarampo e varicela é que o percentual de infecções subclínicas é muito maior, ou seja, os infectados saberão que tiveram contato com o vírus da rubéola se fizerem a sorologia e se não tiverem sido vacinados. A linfadenopatia que precede o exantema ocorre em cabeça e pescoço. Complicações: - Raras - Rubéola congênita: retardo de crescimento, catarata, retinopatia, surdez sensorial, defeitos cardíacos congênitos, trombocitopenias, lesões púrpuras na pele e retardo mental. - Miocardite - Praticamente qualquer uma das infecções virais podem resultar no acometimento do miocárdio, levando a miocardite. Uma das que mais causa é a infecção por citomegalovírus. Essas infecções podem gerar também encefalite, mas é raro. Diagnóstico: - Clínico - Laboratorial - Isolamento viral (secreção nasal) - Sorologia IgM+ (até 28º dia da doença) - Presença de IgM até quatro semanas após o desaparecimento do exantema. Tratamento: - Sintomático Medidas de profilaxia: - Vacinação (não administrar em gestantes) - Evitar contato com gestantes 3 - Eritema Infeccioso Definição: doença exantemática infecciosa conhecida como 5ª doença de curso geralmente benigno sendo responsável por Etiologia: parvovírus-erythorovírus B19 (DNA vírus) Epidemiologia: - Distribuição universal - Faixa etária prevalência: 5-15 anos de idade - É fácil de identificar quando a criança apresenta a fácies esbofeteada. Transmissão: - Secreções respiratórias de pessoas infectadas - Sangue e hemoderivados - Congênita Quadro clínico: Período de incubação de 6-21 dias Patogenia: Contágio por vias aéreas > 6dias> Sintomas respiratórios: coriza febre, cefaleia, replicação da MO > 7dias> Exantema - 1ª fase: fácies esbofeteadas (1-4 dias) - 2ª fase: exantema máculo papular em troncos e membros (2-3 semanas) - Adultos: poliartrite - A patogenia apresenta coriza, febre e não tem sintoma respiratório de tosse. Facies esbofeteadas e de 1 a 4 dias depois exantema de tronco e membros. Alguns casos também apresentam poliartrite e artralgia. A dica para diferenciar de outras lesões que também apresentam exantema máculo papular é a fácies esbofeteada . Complicações: - Encefalite, miocardite, meningite, trombocitopenia, aplasia eritrocitária, anemia persistente em imunossuprimidos (HIV) - Infecções na gestante: abortamento, morte fetal, anemia congênita. - A anemia em parvovirose deve ser ressaltada, pois ela pode anteceder a infecção viral, como em casos de imunossuprimidos ou ela pode ser gerada pelo eritema infeccioso. Diagnóstico: - Clínico: essencialmente - Laboratorial - Redução de hemoglobina e reticulócitos - Sorologia anti B19 IgM+ Tratamento: - Maioria não necessita de tratamento - Transfusão de concentrado de hemácias - Imunoglobulina (imunossuprimidos) 4 - Exantema Súbito Definição: doença exantemática do tipo máculo- papular de origem infecciosa. Agente Etiológico: herpes vírus tipo 6 Epidemiologia: Faixa etária bem mais jovem que eritema infeccioso (5-15 anos), sendo predominante nos lactentes, dos 6 meses aos 2 anos de idade. - Transmissão por via respiratória, possibilidade de transmissão inter-humana (doença contagiosa), sem necessidade de vetor. Patogenia: Portador assintomático transmite a doença por secreções salivares (principalmente); Febre alta (39-40 graus); Inicio súbito que desaparece geralmente de 3-5 dias; Irritabilidade; Anorexia; Hiperemia de orofaringe, amígdalas, base da úvula e palato mole (sem pus); Tosse, coriza, adenomegalia discreta em cadeia cervical; Otite; Exantema máculo-papular em face, região cervical e tronco – após defervescência da febre. Complicações: Hepatite; Encefalite; Convulsões; Púrpura. Diagnóstico: - Clínico: Verificar se o exantema foi cefalo-caudal ou se começou ao mesmo tempo em diferentes partes do corpo, se é mais presente a distribuição centrípeta, ou seja, se ocorre mais na cabeça no tronco, do que nos membros; A velocidade de evolução do exantema, onde começou, o tipo de lesão, faixa etária. - Laboratorial: Sorologia anti HV6 IgM. A sorologia é feita porque as doenças exantemáticas máculo- papulares se confundem entre si, possuem lesões muito parecidas. Tratamento: Sintomático na maioria dos casos. Em doenças mais graves, sendo uma exceção: ganciclovir. 5 - Escarlatina - Tem uma peculiaridade: é a única doença exantemática de origem bacteriana, sendo bastante diferente das demais. E não sendo viral, tem tratamento, visando o combate do patógeno. Definição: Doença infecto contagiosa caracterizada por erupções cutâneas generalizadas (decorrentes da ação de uma toxina) e pelo acometimento da orofaringe. Agente etiológico: Streptococcus pyogenes Epidemiologia: Faixa etária do final da infância até o início da adolescência (5-15 anos), mas isso não quer dizer que um indivíduo adulto não possa ter. Patogenia: Transmissão por portadores ou por objetos contaminados (transmissão indireta), invasão nas Vias Aéreas Superiores, multiplicação no tecido linfoide da faringe (edema, hiperemia, exudação local), há produção de toxina, que entra em circulação na corrente sanguínea (via hematogênica) e faz com que ocorra erupção cutânea. Quadro Clínico (IMPORTANTE!): Febre de 39 a 40 graus, com calafrios, mal estar, cefaleia, tosse, odinofagia (dor ao deglutir), amigdalite purulenta -já que tem agente bacteriano envolvido-, adenomegalia cervical, língua em framboesa (hipertrofia das papilas linguais); Exantema em todo corpo 25 horas após, seguido de descamação em 7 dias; Palidez perioral (sinal de filatov); Dobras cutâneas de flexão das articulações com vermelhidão –face flexora- (axilas, virilhas, joelhos e cotovelos – sinal de Pastia). Diagnóstico: - Clínico: De mais difícil detecção em peles mais escura, como nos negros. Sinais clínicos (citados acima no quadro clínico) altamente sugestivos de escarlatina, diferente da rubéola, exantema súbito e eritema infeccioso, que se confundem muito entre si e há grande necessidade de se avaliar a faixa etária. - Laboratorial: Pesquisa de antígeno bacteriano; Cultura (SWAB); Em caso de quadro clínico compatível com escarlatina, uma peculiaridade é a dosagem de ASLO (Antiestreptolisina O), que se elevada é um reforço para o diagnóstico da doença. Tratamento: Penicilina benzatina injetável; Amoxicilina oral por 10 dias; Macrolídeos (como alternativa ao paciente que for alérgico a penicilina) e serve para infecções de vias aéreas como um todo (faringite, laringite, ...) porque as bactérias que os atingem geralmente são as mesmas. Após 24h de tratamento não há mais transmissibilidade. Profilaxia: (O prof vai verificar se está correto e nos dizer depois!) Ausência de cardite: Penicilina benzatina a cada 3 semanas até os 21 anos de idade. Na presença de cardite: Penicilina benzatina a cada 3 semanas para o resto da vida. 6 - Enterovirose (é abordado na aula os não poliovírus) Definição: São assim agrupados pela semelhança entre suas propriedades físicas e bioquímicas, características epidemiológicas e formas clínicas produzidas. Etiologia: Possuem 2 grandes grupos: - Poliovírus: Causa paralisia infantil (poliomielite) - Não poliovírus: Coxsackievírus do grupo A, Coxsackievírus do tipo B, Echovírus e Enterovírus) Epidemiologia: Transmissão fecal-oral, vertical, respiratória, lágrimas; Individuos doentes eliminam para o meio ambiente partículas virais em secreção de orofaringe e fezes por vários dias antes do início da doença e mantém a eliminação fecal por várias semanas, após a convalescência, ou seja, mantêm a propagação da doença mesmo após o desaparecimento dos sintomas, já que mantém a excreção viral. Crianças são mais vulneráveis. Patogenia: Via digestiva é a porta de entrada principal, seja por agua ou alimento contaminado, seja por contato direto com portador (de má higiene pessoal, já que o vírus é excretado nas fezes – um aperto de mão, por exemplo), o vírus então se multiplica na faringe, no intestino se estendem para linfonodos regionais e então desencadeia uma viremia, permitindo a instalação viral em vários órgãos e tecidos. Peculiaridade: Coxsackievirus A21 é transmitido principalmente por via respiratória, mas é classificado como enterovírus. Quadro Clínico: - Síndrome mão-pé-boca (Coxsackievírus A e Enterovírus 71 com infecção do snc concomitante): Criança com vesículas na palma das mãos, planta dos pés, próximo à boca (na pele), e também na faringe, o que causa muita dor à deglutição e leva a criança aos prantos. A regressão das vesículas da pele (2-3 dias) indicam regressão também das existentes na faringe, o que sugere uma melhora do quadro. - Petéquias e púrpuras (Echovírus 9 e Coxsackievirus A9): Rash com um componente hemorrágico facilmente confundido com doença meningocócica, mas na meningite a criança vai apresentar acometimento neurológico (sonolência, torpor). Não é uma clínica específica, requer uma anamnese bem detalhada. Adultos, mesmo que apresentem petequias e purpuras, fogem da faixa etária do enterovirus. → Na aula possui um slide, no qual tem uma mão e um pé de um adulto. O tipo de lesão que ali apresenta, pode ser característico de uma enterovirose ou até mesmo de uma sífilis secundária. Por isso, devemos fazer uma anamnese detalhada e um diagnóstico diferencial para a lesão apresentada. Deve-se aliar bem os sinais e sintomas para chegar ao diagnóstico adequado. Complicações: - Meningite asséptica: Predominio linfomonocitário - Poliomielite: Pode haver paralisia de um ou dois membros (extremidades) e consequente fraqueza muscular dos mesmos, não necessariamente é bilateral. - Encefalite: Generalizada ou localizada Diagnóstico: - Clinico: É difícil diferenciar qual é o vírus causador da síndrome. A não ser a sindrome mão-pé-boca, que não é difícil reconhecer pela história do paciente e pelas vesículas características. - Laboratorial: Isolamento viral da orofaringe (PCR – mais caro); SWAB retal, por ser um vírus de liberação nas fezes; Sorologia, que é simples, barato e eficiente. Tratamento: Sintomático. 7 - Varicela: Definição: Doença altamente contagiosa, com quadro febrícula, exantema pápulo-vesiculoso, podendo haver pústula, generalizado com polimorfismo regional. Etiologia: Vírus Varicela Zóster (Família herpesviridae) Característica marcante: Capacidade de latência => Possibilidade de reativar-se, ou seja, pode levar a um novo quadro clínico sem a necessidade de reinfecção. E a reativação é fruto de uma imunossupressão transitória, ou permanente, que permite o retorno da doença. Ex: Pacientes Soropositivo; Fatores psicológicos, como o Estresse. → Os fatores que predispõem a reativação são múltiplos. Lembrando que o individuo idoso não necessariamente tenha qualquer doença, a própria senescência por si só é o suficiente para o indíviduo ter herpes zoster (HZ). A manifestação do HZ pode ser, eventualmente, uma manifestação paraneoplásica, ou seja, a reativação do vírus pode ser (a maioria das vezes não é) por conta da imunossupressão causada por um câncer ainda não diagnosticado (está associado ao câncer e, por isso, o prefixo “para” do paraneoplásico). Epidemiologia: Maior incidência em crianças em idade pré-escolar e escolar; Caráter sazonal (fim do inverno e início da primavera); Infecção inaparente é raríssima; A imunidade é duradoura; Doença de transmissão respiratória ou contato direto com liquido vesicular, já que as vesículas são friáveis, ou seja, facilmente rompidas. O período de transmissibilidade se inicia cerca de 48h antes do quadro clínico até o surgimento da última crosta (não contem mais partículas virais, normalmente demora 7 dias); A infecção é transmitida para cerca de 90% dos comunicantes. Hoje já existe vacina, por isso, tem se tornado mais difícil encontrar indivíduos doentes. Quadro clínico: O período de incubação é de 10-21 dias, mas pode ser prolongado para 28 dias em caso de utilização de imunoglobulina (vacina), já que a multiplicação viral no indivíduo será lentificada. Sintomas inespecíficos: febre alta, mialgia, mal estar e cefaleia, com duração de 3 dias. O prurido é intenso; As escoriações estão associadas com o ato de coçar e podem constituir uma porta de entrada para infecções bacterianas; Distribuiçao centrípeta das lesões (tronco, face e pescoço); Vesículas friáveis e superficiais, com halo eritematoso em seu redor. Evolução: Vesícula -> Pústula -> Crosta (Crostas já não são infectantes); (Pústulas não indicam necessariamente infecção bacteriana, fazem parte da evolução da “catapora”). Complicações: Infecções bacterianas secundarias de pele, que podem entrar na circulação e se tornar bacteremia, podendo, então, chegar em qualquer parte do corpo e causar otite, meningite, infecção intestinal e outros; Complicação pulmonar: pneumonite intersticial pode ser pela ação do próprio vírus ou pela bactéria da infecção secundária. Caso ela seja por conta do vírus, pode-se fazer um tratamento específico (retroviral) caso se trate de varicela complicada, ou não complicada em imunodeprimidos. Meningoencefalite: Complicação rara (1:1000 casos), predomínio de crises convulsivas e geralmente sem sequelas. Varicela Hemorrágica: Vesículas vermelhas, conteúdo hemorrágico e que pode evoluir para uma CIVD (Coagulação intravascular disseminada). Importante: Sindrome de Reye: Quadro grave de encefalopatia aguda associada à degeneração gordurosa do fígado, desencadeada pelo emprego de AAS no início do quadro clínico. Por isso, criança com varicela tem que tomar outro tipo de antitérmico (dipirona, paracetamol), não se deve administrar aspirina! Varicela em pacientes imunossuprimidos: Maior risco de disseminação e viscralização da doença (acometimento de algum órgão – hepatite, por ex). Alta morbidade e letalidade. Varicela e Gestação: Quando acontece no primeiro trimestre: Abortamento e teratogênese; No terceiro trimestre: Parto prematuro (com risco pra mãe e criança). A incidência desses casos diminuiu por conta da vacinação. Manifestação Clínica do Herpes Zoster: Decorre da reativação do vírus da varicela; Relacionada à imunossupressão (provisória ou permanente) e ao envelhecimento (idosos); Pode ser uma manifestação paraneoplásica; Ocorre por migração do vírus pelo dermátomo acometido; Localiza-se frequentemente no espaço intercostal; A dor pode preceder o aparecimento das lesões, por isso, durante a consulta médica pede-se que o paciente volte em 1-3 dias para saber se a dor evoluiu com lesão típica; Caracteriza-se por lesões brilhosas confluentes; Involução de 2-3 semanas; Está indicado tratamento antiviral (específico para o vírus da varicela): Aciclovir (4/4h) e Paraciclovir (12/12h). O Paraciclovir é mais caro, mas em compensação é que não precisa tomar à noite, já que a administração é de só 2x/dia (melhor comodidade fisiológica = melhor aderência = maior chance de sucesso do tratamento). Neuralgia pós herpética: É uma dor importante na topografia onde havia as lesões, mesmo após o desaparecimento destas, e pode persistir por até 6 meses após a resolução das lesões cutâneas. Pode se evitar com a administração de corticoides. Pode administrar corticoide para paciente HIV+? Sim, pois a quantidade administrada não é considerada imunossupressora, e sim anti- inflamatória, já que é usado em curto período de tempo e a posologia não é tão alta. Quando a distribuição não respeita a linha média, quando passa para o outro lado, o prognóstico é pior. Diagnóstico: Método direto: Esfregaço de Tzanck – identifica partículas virais; Metodos indiretos – Testes sorológicos (ELISA). Tratamento: Neonatos; Imunossuprimidos; Imunocompetentes com apresentação grave da doença = Herpes Zoster Disseminado (quando acomete mais de 1 dermátomo, ou quando há mais de 20 lesões). Aula 6 -Febre-Maculosa.pdf Febre Maculosa brasileira - Bartonella sp. - Coxiella burnetii - Rickettsia rickettsii,R.akari, R. felis ( grupo da febre maculosa) - Rickettsia prowazekii, R.typhi (grupo do tifo) - A febre maculosa brasileira é causada pela Rickettsia rickettsii, mas existem no mesmo grupo das Rickettsia, outras como, R.akari, R. felis, são bactérias diferentes das gram positivas e negativas, pois são bactérias intracelulares obrigatórias, logo não são cultivadas em laboratório de rotina. O diagnóstico é feito basicamente por sorologia ou PCR. - É importante lembrar que aqui no Brasil já teve a Rickettsia felis. Rickettsia conori. Características microbiológicas comuns às rickettsias - São cocobacilos Gram negativos aeróbios predominantemente intracelulares com 0,25 a 3 m de diâmetro (visualização muito difícil) - Difícil cultivo - A Rickettsia rickettsii tem uma estrutura coco bacilar, a membrana celular se assemelha a gram negativo, significa que ela é potencialmente muito imunogênica, desencadeadora de cascata de inflamação, porém não tem parede. Rickettsia rickettsii - Causa a mais importante riquetsiose no Brasil, a febre maculosa brasileira - Regiões endêmicas no Sudeste (SP, RJ, MG, ES) - Adquirida pela picada de carrapatos, sendo o vetor mais importante o Amblyomma cajennense ( carrapato estrela, carrapato do cavalo, carrapato redoleiro) - Isto é diferente do quadro equivalente nos EUA, a Rocky Mountain Spotted Fever, em que o carrapato do cão (Dermatocenter, Rhiphicephalus). - Surtos reconhecidos em vários locais desde a década de 80. - É uma doença que se confunde com doenças infecciosas, agudas e graves, como esthaphilococcia, meningococcemia. A febre e o exantema podem ser muito semelhantes ao exantema petequial e purpurico do Staphilococos aureus e do Meningococo. - Antibióticos usados para Staphilo e Meningo não servirão para este tipo de bactéria, visto que ela não possui parede. Então, deverá ser usado antibióticos que não atuem sobre parede. - Aqui no Brasil, é utilizado cloranfenicol, a alternativa é a doxiciclina. - Se há um doente grave de área endêmica brasileira, tem que se pensar na possibilidade de febre maculosa e começar o tratamento especifico. - Já se conhece essa doença a algum tempo, tem descrição de casos desde o sec 19, era conhecida como “sarampão”. Ocorriam mais em pessoas que moravam em áreas rurais. - O primeiro relato aqui no Brasil ela foi chamada de typho exantemática. Pode se manifestar na forma de pequenos surtos, e não igual ao de meningite que afeta uma população enorme. São surtos relacionados a exposição ao carrapato. - Vetor principal é o carrapato amblyomma cajennense, não é o único mas é o mais importante. - Rickettsias ficam dentro dos hemócitos do carrapato, que têm a função tanto de transportar oxigênio, quanto de fazer a fagocitose. - É uma doença que tem sazonalidade, ela acompanha o ciclo de replicação do vetor. O carrapato não é muito exigente, ou seja ele pica e suga o sangue do animal que encontrar, como cachorro, pessoas, cavalo. - O principal animal desse ciclo é o próprio carrapato, pois ele transmite a Rickettsia a animais, mas ele também transmite a Rickettsia a seus filhotes, então ele tem uma relação de manutenção do carrapato na natureza. Outros hospedeiros envolvidos no ciclo de transmissão de R.rickettsii no Brasil - Cão, gato, cabra, cavalo, lebre, cachorro-do- mato,gambá, furão, paca, preá, capivara - Os hospedeiros ou animais sentinelas nos EUA é principalmente o cachorro, aqui no Brasil é o cavalo e alguns animais silvestres como a capivara. Ela é um roedor e vaga livremente, e não tem predador, e ainda o IBAMA protege-os. Elas são parasitadas por muitos carrapatos, se tiver um único carrapato infectado, ele pica a capivara, inocula a Rickettsia, assim a capivara faz o que a gente chama de Rickettsemia, ela não adoece com a Rickettsia circulando no sangue dela, ela fica com Rickettsemia por 10 dias. No final de 10 dias todos os outros carrapatos que estão sugando o sangue da capivara vão se tornar positivos. A capivara é um amplificador de carrapatos infectados na natureza. Ela permite o carrapato se infecte por transmissão horizontal. Assim não é uma doença que se consegue erradicar. - Outro animal que isso também acontece é o gambá. - Uma pergunta que se tem que fazer ao paciente é se ele foi picado por carrapato ou micuim. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Epidemiologia - Inquéritos sorológicos mostram prevalência semelhante entre os sexos em áreas endêmicas, mas a doença pode ser mais freqüente em homens jovens, com exposição ocupacional (caçadores, pescadores...) - A febre maculosa brasileira é uma endemia periurbana, mas em alguns casos ela pode se comportar como uma epidemia. - A promoção de acometimento é maior no sexo masculino. - Concentra-se na faixa-etária de adulto jovem. - Em média o período de incubação é de 7 dias Rickettsia na hemolinfa do carrapato Estrutura ultra-microscópica e crescimento em cultura de Rickettsia rickettsii Amblyomma cajennense Ciclo do vetor - Replicação anual - Período de reprodução de maio a outubro - Não há hospedeiro especifico, mais preferencial: cavalo - O carrapato é o principal reservatório, havendo transmissão transovariana, mas há hospedeiros amplificadores, ex: capivara e gambás. Transmissão - É necessário que o carrapato fique aderido pelo menos 4 horas no hospedeiro humano para que a R.rickettsii seja transmitida - Isto pelo fenômeno de reativação da bactéria e pela ativação das glândulas salivares do artrópode - Casos esporádicos, mas podem ocorrer vários casos ao mesmo tempo ( “cluster” ou surto) - SAZONAL: 80% dos casos ocorre entre maio e outubro - Para Rickettsia ser transmitida é preciso que o carrapato fique aderido na pele pelos menos durante 4 horas. Esse tempo é preciso porque a Rickettsia no carrapato está em uma forma latente, então a medida que o carrapato faz repasto sanguíneo a Rickettsia vai ser inativada e assim vai ser inoculada, quando é inoculada ela se dissemina até o endotélio vascular. Promove a reação inflamatória do endotélio e faz uma vasculite. Pode ser uma vasculite branda que só manifesta com febre e exantema, ou pode ser uma vasculite sistêmica afetando os órgãos principais SNC e coração. Patogenia - Invasão da célula endotelial com lesão celular direta, e liberação de mediadores inflamatórios - Vasculite generalizada, resultando em aumento da permeabilidade vascular, hipovolemia, hipotensão, choque, CID - Afeta todos os órgãos, mas rim, SNC, baço e pele são os mais lesados - A histopatologia mostra presença intranuclear de Rickettsia em endotélio e mm lisa - Imunidade celular - A manifestação branda é confundida com virose, e a sistêmica é confundida com sepse grave e falência múltipla de órgãos. - Alguns fatores pioram a reação inflamatória causada pela Rickettsia como deficiência de B6PD, uso de sulfas, gravidez e diabetes. - Quando se faz uma biopsia de uma pessoa com o exantema, vai ver a Rickettsia próxima ao núcleo das células endoteliais e da musc. lisa. É uma forma de se fazer diagnostico MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Manifestações clínicas - Quadro clínico variável, desde pauci-sintomática a clássico ou a visceral fulminante - Período de incubação de 7 dias em média - Febre, cefaléia, mialgia, náusea, vômito, diarréia, icterícia, insuficiência renal, tosse, edema agudo de pulmão, meningoencefalite - Exantema surge no 3o a 5o dia de doença, mas pode estar ausente em 20% dos casos - Macular, depois pápulo-vesicular e petequial - Envolve palmas das mãos e plantas dos pés, depois membros e por último tronco - Primeiro ocorre a febre, depois o exantema (ocorre em 80%), é um exantema inicialmente macular e ele está presente nas palmas das mãos e plantas dos pés (síndrome pé, mão, boca). Exantema na febre maculosa brasileira Exantema da febre maculosa brasileira Definição de caso Caso confirmado - Febre >38,5 e/ou exantema maculopapular - Acrescido de um dos seguinte: - Aumento de título sorológico >4 vezes entre amostras pereadas. - Imunohistoquimica - PCR positivo Caso provável - Febre >38,5 e/ou exantema maculopapular - Amostra única de soro com título >1:64 ou amostras pareadas com aumento no título <4 vezes. - Diagnostico confirmado é quando temos a suspeita clínica, febre e exantema e um dado laboratorial. - Um caso provável é quando o sujeito tem a clínica, mas somente uma amostra de soro. - No diagnostico, não podemos esperar o resultado da sorologia, deve-se fazer um tratamento empírico. - O diagnóstico sorológico é por imunofluorescência direta. Diagnóstico - Clínico epidemiológico - Sorológico: padrão ouro é a IFI, realizada em centros de referência - Título de ≥1:64 IgG em amostras pareadas ou presença de IgM - Problema: é tardio (2 a 3 semanas para tornar-se positivo) - Outras formas: histopatológico de biópsias de pele ou órgãos, PCR de sangue ou tecido, ou mesmo de carrapato recuperado de paciente Diagnóstico diferencial - Fase precoce: síndrome febril - dengue, gripe, outras rikettisioses, leptospirose, hepatite, salmonelose, apendicite ou outros diagnósticos cirúrgicos. - Fase tardia: febre e exantema - Meningococcemia, sarampo, rubéola, dengue, leptospirose, mononucleose, enteroviroses, sífilis secundária, sepse grave, tifo endêmico, febre tifóide, febre purpúrica brasileira, histoplasmose - Não infeccioso: LES, farmacodermia Tratamento - Deve ser instituído com a suspeita clínico- epidemiológica; em casos graves, ou em que a via oral não pode ser usada, usar cloranfenicol EV - Casos moderados, doxiciclina VO - A melhora clínica ocorre em 2 dias MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce - Tempo de tratamento : 10 dias - Casos sem tratamento ou onde há retardo diagnóstico: letalidade de 40 a 90% - Em caso de febre maculosa, o tratamento é feito com cloranfenicol, porém existe uma reação a esse medicamento que é idiossincrásica, não sabe quem vai dar nem quando, é raríssima, que é aplasia medular. - Assim o cloranfenicol ficou temido. Prevenção - A doença não é passível de erradicação - Evitar áreas infestadas por carrapatos - Uso de roupas claras - Inspecionar e remover com escova os carrapatos - Uso de carrapaticidas - Não há vacina, e a FMB não tem perfil de doença imunoprevinível - Pode ser recomendada a QP com doxiciclina Caso clínico : - Paciente quarenta e poucos anos de idade, tabagista, tinha uma semana anterior passado uma semana em Campo Grande, no mês de julho. Tinha ajudado o irmão que era carroceiro. Adoeceu com febre e foi até o posto de saúde, aí o médico examinou, e disse que era uma virose e mandou para casa tomando paracetamol. No dia seguinte estava se sentindo pior com mialgia e começou a ter diarreia, voltou ao posto de saúde, assim o diagnóstico foi gastroenterite. Foi dado um antibiótico SMP-TMP, no outro dia o paciente ficou ictérico, continuou com a diarreia e foi internado. Mandaram para o São Sebastiao como sendo leptospirose. Paciente chegou em coma, hipotenso. Continuou com ceftraxona, amoxicilina e cloranfenicol. A 3 da manhã começou uma crise convulsiva e morreu por choque séptico. MaraFlávia Realce Aula 03 - Infecção Urinária.pdf Infecções do Trato Urinário (ITU) - O termo ITU abrange uma variedade de entidades clínicas, incluindo bacteriúria assintomática (BUA), cistite, prostatite e pielonefrite. BUA: ocorre na ausência de sintomas atribuíveis à presença de bactérias, em geral, não necessita de tratamento ITU: doença sintomática, justificando terapia antimicrobiana Epidemiologia - Mais frequente em mulheres - Mais frequente no sexo masculino durante o período neonatal, quando esses apresentam anomalias anatômicas no trato urinário. E à partir dos 50 anos, quando a obstrução por hipertrofia prostática torna-se mais comum. - Relacionada à maus hábitos de higiene. A circuncisão no homem evita infecções porque facilita a higiene. - Relacionada à atividade sexual sem proteção e à histórico de ITU (infecção de repetiçao Etiologia - Os urupatógenos que causam ITU variam quanto à síndrome clínica, porém consistem habitualmente em bacilos Gram-negativos entéricos, que migraram para o trato urinário. - O mecanismo da infecção urinária é um mecanismo muito simples, consiste na adesão da bactéria na uretra, que coloniza a genitália, e a partir disso a bactéria vai ascendendo até a bexiga. Então quanto maior a quantidade de bactérias nessa região, mas fácil de ocorrer esse processo. - Cálculo urinário favorece a infecção e a infecção urinária pode levar ao cálculo. - Existem alguns casos em que o paciente além dos sintomas descritos no início apresenta febre alta, com calafrios, náuseas, vômitos, diarreia, e também dor lombar. Esse quadro mais os sintomas clássicos da cistite são compatíveis com infecção do trato urinário alto ou pielonefrite. Sintomatologia da ITU Queixas da infecção urinária baixa (cistite): - Disúria: dor ou desconforto ao urinar - Estrangúria: dificuldade em iniciar o jato, tem que fazer força - Polaciúria: aumento da frequência urinária com diminuição do volume de cada micção - Hematúria: presença de sangue na urina. Pode ocorrer quando há inflamação da parede da bexiga e do revestimento da uretra. - Urgência miccional - Dor Suprapúbica: decorrente da inflamação da bexiga. - Em pessoas idosas, especialmente, pode ocorrer incontinência. - Pode ocorrer febre, mas não é usual. Quando ocorre, sugere que a infecção está ascendendo. Queixas da infecção urinária alta (pielonefrite): - Existem alguns casos em que o paciente além dos sintomas descritos no início apresenta: - Febre alta - Calafrios - Náuseas - Vômitos - Diarreia - Dor lombar. - Esse quadro mais os sintomas clássicos da cistite são compatíveis com infecção do trato urinário alto ou pielonefrite. Caso 1: Mulher Jovem, 23 anos, com vida sexual ativa Está pela primeira com queixa de Infecção urinária e vai ao médico. Para comprovar a suspeita é recomendado fazer: - Normalmente não se pede hemograma, pois não há febre e não há comprometimento sistêmico. - Pede-se EAS em busca de piócitos, hemácias, cilindros (sinal principalmente de glomérulo nefrite, não se espera encontrar cilindros numa cistite), Proteína. - Pode-se também fazer um Gram da urina, para identificar bactérias - Faz também o teste de nitrito, para encontrar as bactérias nitrificantes. Diagnóstico: - EAS: elementos anormais dos sedimentos - Se der nitrito positivo, mais de 10 piócitos ou bactérias por campo, 10 de proteína,provavelmente é infecção do trato urinário. - Existe um outro teste, que é o da esterase leucocitária, para identificar a presença de leucócitos. - Gram da urina - Fita reagente: teste do nitrito - Teste da esterase leucocitária MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce → Deve pedir urinocultura? - No caso dessa mulher, se o EAS vier positivo para infecção, não é recomendado pelas diretrizes a fazer urinocultura, pois ela não possue sintomas graves e é o primeiro episódio que ela está tendo. Não precisa fazer urinocultura por que existe uma grande chance de acertar qual é a bactéria que está causando a infecção sem precisar dessa urinocultura. - Em situações específicas não vai haver a necessidade de fazer a urinocultura, em outras será necessário, vai depender do quadro. Diagnósticos Diferenciais: - Na maioria dos casos é feito através de uma metanálise, avaliando a probabilidade de ITU, com base na história e nos achados físicos. - Se não for infecção urinária baixa, outras doenças que podem justificar os sintomas descritos acima: Vaginite: pode ser por várias causas Uretrites: só a uretra é acometida. Ocorre principalmente no homem. As causas mais comuns são Gonococo, ou uretrite não Gonocócica por Clamydophila, Ureaplasme, T. vaginalis, E. coli (presente no intestino, responsável por cerca de 80% das infecções urinárias). Tratamento: - O tratamento é feito com antibiótico - Nas infecções urinárias a bactéria que possui mais incidência é a Escherichia coli, é uma bactéria Gram Negativa, responsável pó cerca de 80% das infecções urinárias Os principais antibióticos para tratar essa bactéria é: 1 - Norfloxacina: é uma quinolona, que também é muito eficaz sobre bactérias gram negativas e tem atuação mais restrita ao trato urinário. Administra-se em comprimido, em uma dose de 400mg 1cpm de 12 em 12 h. Esse antibiótico vai ser utilizado como tratamento de primeira linha por que essencialmente é eliminado pelo trato urinário, e não tem uma penetração e distribuição tão grande pelo corpo. Tempo de tratamento de 3 dias. - Dose: 400mg, 1 comp, 12/12h, 3 dias 2 - Ciprofloxacina: é uma quilonona, atua sobre os DNAs bacterianos, e atuam sobre bactperias gram negativas, o problema da ciprofloxacina é que ele se distribui por todos os órgãos, gerando uma onda muito maior de efeitos colaterais. Dose utilizada é de 250 mg 1 com de 12 em 12h. tempo de tratamento 3 dias. - Dose: 250mg-500mg, 1 comp, 12/12h. 3 - Nitrofurantoína: barato, com boa sensibilidade dos patógenos. Também é feita a dose de 100 mg de 12 em 12h. Tempo de tratamento de 5 dias. - Dose:100mg, 12/12h, por 5 dias. 4 - Sulfametoxazol + Trimetoprima: a dose para o tratamento da infecção urinária é 400 mg de sulfametoxazol e 80 mg de trimetoprima, sendo 2 com de 12 em 12h, pois a dose necessária é de 800 mg e 160 mg respectivamente. O tempo de tratamento é de 3 dias - Dose: 400-80mg, 2 comp, 12/12h. 800-160mg, 1 comp, 12/12h. 5 - Fosfomicina: é o único medicamento que ainda é recomendado o tratamento em dose única. Uma dose de 3g por dia. É o que possui maior eficácia no combate a cistite - Dose: 3g/dia, dose única. 6 - Cefadroxil: é uma cefalosporina de primeira geração, que pode ser utilizado 1 Com de 12 /12h. Tempo de tratamento 3 dias. 7 - Cefuroxima: é uma cefalosporina de segunda geração que também pode ser utilizada. Tempo de tratamento 3 dias. 8 - Amoxilina é da classe das penicilinas e também pode ser utilizada, porém deve ser usado a combinação Amoxilina +Clavulonato, porque existe uma resistência muito grande da Escherichia Coli a Amoxilina isolada. A desvantagem é que é feita de 8 em 8h. Tempo de tratamento 3 dias - Dose: 8/8h, 3 dias. - Todos esses são por via oral, a maioria por 3 dias. Não se deve prolongar o antibiótico desnecessariamente. Efeitos Adversos do Antibiótico: os efeitos adversos de qualquer antibiótico é mal estar, náusea, Dor de estomago (epigastraugia), diarreia, e pode ocorrer de MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce após utilizar antibiótico aparecer candidíase. Não é indicado prolongar o tratamento com antibióticos. → Em gestante não usa sulfa nem quinolona (norfloxacino e ciprofloxacino). Pode usar nitrofurantoina, fosfomicina, cefalosporinas. Caso 2: Mulher jovem, 23 anos, com 20 semanas de gestação vai ao médico sem nenhum sintoma. É rotina pedir EAS e cultura de bactérias. - O resultado da cultura veio com mais de 10 ou 15 Proteus mirabilis (outra enterobactéria da mesma família da E.coli) - Como a paciente está assintomática, não vai ser feito o diagnóstico de infecção do trato urinário baixo, pois se é assintomático não existe uma síndrome clínica, tem uma bacteriúria. - Esses casos de bacteriúria também vão ser tratados, porque grávidas com baceriúria possuem tendência de evoluir para uma infecção do trato urinário baixo, pielonefrite (infecção urinária alta) e até a parto prematuro, devido a pilonefrite. - Se houver sintomas, mesmo que seja uma quantidade baixa de bactérias, por exemplo, 10², é considerado como significativo. Tratamento: 1 - Cefadroxil 2 - Cefuroxima 3 - Nitrofurantoína 4 - Fosfomicina → Não usar sulfa e quinolonas - Outra situação, se em um paciente com sintomas a cultura bacteriana deu maior que cem mil bactéria, e tiver mais de 1 tipo, por exemplo, possuir E.Coli, Klebsiella pneumoniae. Primeiramente, para determinar se é importante ou não esse caso é preciso observar o EAS. - Se for um EAS limpo, sem células epiteliais, e com vários piócitos, sem contaminação, essa contagem de bactérias deve ser valorizada. - Já se for uma amostra colhida por cateter urinário é mais difícil de valorizar essa contagem, por que existe a chance de ser formado um biofilme naquele cateter, então não é tão confiável. - Se tiver mais de 3 tipos de bactérias provavelmente é por que houve contaminação da amostra. - Se a contagem for maior que 100 mil bactérias, e o paciente estiver sintomático, vai tratar essa infecção, se o paciente estiver assintomático, o ideal é que seja colhida uma nova amostra. Qual a solução para infecção em paciente com catéter? - Tirar o catéter ou trocar por um novo. - Se mesmo com o catéter novo, o paciente continuar com os sintomas, tem que tratar. Caso 3: Idosa, com 65 anos, assintomática, realiza exame de rotina. Na urinocultura o resultado é mais de 105. - Nesses casos a recomendação é não tratar, na realidade, nem era para ter sido pedido urinocultura, pois é uma paciente assintomática, não existe nenhuma indicação para tratamento, pois é uma bacteriuria assintomática. - Se tratar uma paciente assim corre o risco de criar bactérias resistentes, pois o antibiótico vai matar as mais fracas, selecionando as resistentes, O que predispõe infecções urinarias? - Problemas anatômicos: principalmente em crianças pequenas - Hiperplasia de próstata (pode causar obstrução do fluxo urinário) - Maus hábitos de higiene - Higiene é um fator muito importante, por isso que nos homens a presença do prepúcio está relacionada com uma maior incidência de infecção urinária. - Relação sexual (pp/ entre homens, naqueles com função ativa) - As mulheres ao longo da vida tendem a ter mais infecções urinárias do que os homens. - Depois dos 40 anos os homens passam a ter uma maior incidência de problemas na próstata que provoquem obstrução do fluxo urinário, e essa estase de urina favorece a urina. → A circuncisão no homem evita infecções porque facilita a higiene. → As infecções urinárias são muito comuns, mas não têm impacto em termos de mortalidade. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Caso 4: Homem, 57 anos, com um quadro de início subido, febre alta, calafrio, náuseas, vômitos, disúria, hematúria, dor lombar. - Infecção do trato urinário alto ou pielonefrite. - A abordagem inicial desse paciente é internação, não se deve trata-lo apenas ambulatorialmente, por que além de ser um quadro grave, ele apresenta náusea e vômito, então não pode ser tratado com antibiótico oral. - Interna o paciente e deve-se colher hemograma completo, dosar ureia, creatinina, proteína c reativa, glicose. - Para estabelecer o diagnóstico etiológico desse paciente, com o intuito de identificar qual a bactéria que está causando a infecção precisar fazer a urinocultura e a hemocultura. Pois esse paciente é grave e existe uma alta chance dessa bactéria sair do foco urinário e se espalhar pelo sangue. Posso ainda solicitar EAS, hemograma, proteína reativa, ???. - Como o paciente está grave, há grande chance da infecção migrar para o sangue e ocorrer bacteremia. Na via endovenosa os antibióticos recomendados são: 1 - Ciprofloxaxino: possui excelente penetração no rim. Nesse paciente o que está causando esses sinais e sintomas é uma infecção no parênquima renal. A dose venosa é 400mg de 12/12 horas. 2 - Ceftriaxona (cefalosporina de 3ª geração): 1g de 12/12 horas ou 2g 1 vez ao dia. → Não se deve fazer sulfa, porque a taxa de resistência na população é alta. - Outra cefalosporina: Cefepime (4ª geração) - Outra penicilina: Piperacilina tazobactam é uma penicilina associada a beta lactamase. - Se esse paciente está com a pressão de 80x60mmHg, foi feita reposição do volume e foi para 90x60mmHg. Ele está acidótico e está com o lactato de 4. - Esse paciente tem critérios de sepse grave. A recomendação é que se faça um esquema bem pesado. Usa-se carbapenêmicos 3 - Imepenem 4 - Meropenem: 1g, 8/8h - A vantagem sobre os demais antibióticos, é que essa família pega gram negativo da família das enterobacterias que são resistentes as penicilinas, cefalosporinas e quinolonas. ESBL: são gram negativos que produzem beta lactamase de espectro estendido. - Então nas situações de sepse grave é usado o meropenem + vancomicina. A vancomicina é um antibiotico que mata gram positivos. → Os americanos fazem o uso de vancomicina porque tem um patógeno gram positivo na urina chamado Enterococo que faz infecção. - Dois dias depois veio o resultado da urinocultura acusando bacteria sensivel a meropenem, imepenem, criprofloxacino, gentamicina, amicacina. Essa bactéria só é resistente a ampicilina, amoxicilina com clavulanato e a sulfa. - Nesse momento já está no terceiro dia de tratamento. O doente não está mais vomitando, não está nauseado, não tem mais dor lombar, a febre está cedendo. A proteina C está caindo e não tem mais leucocitose. - Não existe carbapenêmicos orais, logo vai precisar mudar o antibiótico. - O doente já tem possibilidade de alta, então troca-se o antibiotico para ciprofloxacino oral (por isso, é tão importante a urinocultura e hemocultura). - Essa infecção urinaria alta (pielonefrite) é tratada por 10-14 dias. - Para avaliar alguma anomalia do trato urinário, alguma obstrução por cálculo, é
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