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Aula 01- GRIPE.docx Aula 2) Gripe Influenza Administrar tamiflur dentro das primeiras 48h de tratamento Maiores complicações: idoso, lactente, imunocomprometido Pode favorecer a infecção bact.. sedundária Cornavírus superpneumonia síndrome respiratória aguda país mais acometido: China quadro clínico característico: · diarréia · pneumonia (mesmos em pacientes imunocopetentes), não há tratamento para esse tipo de pneumonia · sintomas respiratórios diagnóstico diferencial: meningite: · temperatura >38 · mialgia · cefaléia · vômito · alteração do nível de consciência · sonolência · c/ ou s/ rigidez de nuca · na meningite há uma pleocitose (leocócitos no liquor) Gripe suína Tipo de influenza A vetor- porco 3 grupos de risco: gestantes, obesos e pacientes com doenças crônicas Vírus sincicial respiratório Mais grave nos primeiros 6 meses de vida Mortalidade em crianças saudáveis é baixa Recidiva em adultos é comum, geralmente, assimtomático desktop.ini [.ShellClassInfo] InfoTip=Esta pasta está compartilhada on-line. IconFile=C:\Program Files (x86)\Google\Drive\googledrivesync.exe IconIndex=16 Aula 04- HIV (nao foi dada).pdf HIV Abreviações comumente usadas: HIV: Human imunodeficiency virus ARV: Antirretroviral TARV: Terapia antirretroviral HAART: Highly Active Antirretroviral Therapy CART: Combined Antiretroviral Therapy NRTI: Nucleoside Reverse Transcriptase Inhibitor NNRTI: Non-nucleoside Reverse Transcriptase Inhibitor - A transcriptase reversa é uma enzima fundamental para o vírus, pois transcreve o RNA do vírus em DNA, por isso que deve-se inibir esse processo. - O AZT foi a primeira classe de medicamentos a atuar na inibição da transcriptase. - Outra enzima importante é a protease. Inibidores de protease são ritonavir, atazanavir, lopinavir, que são os mais usados. Introdução: O ciclo do HIV - Quando o vírus entra na célula vai fazer a transcrição reversa, que é um ponto importante. Outro ponto é quando o DNA sintetizado é integrado na célula, sendo denominado como integração, feito pela enzima integrase. Objetivos da TARV: - Supressão da viremia - Melhora da imunidade geral - Aumento da sobrevida - Redução da mortalidade relacionada ao HIV - Melhora na qualidade de vida - Redução do risco de transmissão - O objeitivo que se tem ao iniciar o tratamento de um paciente HIV positivo é suprimir a viremia do indivíduo, zerar a carga viral. - Se o paciente está respondendo adequadamente ao esquema de medicação não existe replicação viral nele. Então nesses pacientes não se encontram cópias do vírus no sangue periférico. - A carga viral é tida como indetectável quando no ensaio se encontram menos de 40 cópias virais. É importante saber essa quantidade para estimar o comprometimento do sistema imune desse paciente, pois os vírus ficam localizados nas células reservatórias - Com a supressão da viremia observa-se uma melhora geral da imunidade, que é o objetivo da terapia. Com isso aumenta-se a sobrevida do doente, diminui a mortalidade relacionada ao HIV e as internações por doenças oportunistas. Fora que proporciona uma melhora da qualidade de vida. Um outro ponto importante é que a terapia antirretroviral reduz os riscos de transmissão entre as pessoas, inclusive a transmissão por via sexual. - Recomenda–se que todos os pacientes independente da carga viral, se forem HIV + devem ser tratados. As classes do ARV: - Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos (NRTI) - Inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos (NNRTI) - Inibidores da protease (IP) - Inibidores da integrase - Inibidores de fusão - Inibidores de entrada Os NRTI's ZIDOVUDINA (AZT): - Comprimido 300 mg - Solução oral 10 mg/mL - Dose: 300 mg 12/12 horas - Comprimido co-formulado AZT + 3TC Reações adversas: toxicidade medular (anemia macrocítica e neutropenia), nauseas, vômitos, cefaléia, pigmentação ungueal, lipodistrofia, miopatia. - AZT ou isobutila: Medicação potente, normalmente usa essa medicação sozinha ou combinada com lamivudina - Quando é utilizado sozinho a dosagem feita é 300 mg de 12 em 12h. Existe também a coformulação AZT (zidovudina) + 3tc (lamivudina) - O evento adverso mais associado ao AZT é anemia, pois ocorre supressão da medula óssea, causando anemia, leucopenia, e plaquetopenia. Outro fato é que mesmo se não houver anemia, as hemácias do paciente aumentam de tamanho, gera-se uma macrocitose. - O volume corpuscular normal é até 110, com o uso de AZT aumenta pra 110, 115. - Se o paciente tiver anemia importante (hemoglobina menor que 10), leucopenia (menor que 4000) ou plaquetopenia(menor que 100 mil) deve-se suspender o AZT e trocar por outro medicamento. Se tiver só a macrocitose não necessita trocar o medicamento LAMIVUDINA (3TC) - Comprimido 150 mg - Solução oral 10 mg/mL - Comprimido co-formulado: AZT + 3TC - Sempre presente nos esquemas por conta do efeito de lentificação da replicação viral Reações adversas: ? - A lamivudina é um análogo nucleotídeo inibidor da transcriptase, é um excelente antirretroviral porém não é administrada sozinha, associa-se com outro análogo. - Medicação pouco tóxica que não costuma trazer muitos eventos adversos ao paciente. - Nos pacientes com sintomas, com tuberculose por exemplo, também se inicia a terapia antirretroviral, independente dos níveis de CD4. - Nos pacientes assintomáticos com menos de 500 células, inicia-se a terapia antirretroviral - O HIV é uma doença infecciosa e inflamatória, e por isso pode acabar lesando o ruim, o coração, então usa-se o medicamento para prevenir essas situações. - Mesmo em pacientes com o nível de CD4 maior que 500 deve-se continuar o uso dos medicamentos. E se o paciente tiver coinfecção com hepatite b, com hepatite c, se tiver neoplasias, risco ou doença cardiovascular já estabelecida. - Deve-se tratar HIV também se a carga viral estiver maior que 100 mil cópias, pois é um vírus com taxa de replicação muito alta. - O medicamento antirretroviral é distribuído pelo posto de saúde, e o indivíduo só se pode cadastrar e 1 único ponto. TABELA: RECOMENDAÇÕES PARA INICIO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM PESSOAS VIVENDO COM HIV- AIDS (PVHS) Esquema de início de TARV 2 NRTI + 1 NNRTI 2 NRTI + 1 IP TDF + 3TC EFZ ABC + 3TC + ATV/R AZT +3TC LPV/R Esquema de Terapia Inicial – Primeira Linha - TDF + 3TC + EFV (na presença de dose fixa combinada, sempre que possível) Casos excepcionais: - Para os casos em que o esquema TDF + 3TC + EFV esteja contraindicado, deve-se proceder da seguinte maneira: Substitui-se TDF por: Utilizar Situação 1ª opção AZT Contraindicação ao TDF 2ª opção ABC Contraindicação ao TDF e AZT 3ª opção ddi Contraindicação ao TDF, AZT e ABC Esquemas de medicação do ministério da saúde : - Tenoflovir, lamivudina, efavirenz: Existe mais recentemente o comprimido 3 em 1. - O principal efeito adverso do efavirenz é neurológico/psiquiárico, o paciente fica deprimido, com padrão de sono ruim, pesadelos e até alucinações. Em pessoas com histórico de depressão não se usa efavirenz. Em pessoas que desenvolvem esses problemas devido ao uso de efavirenz deve-se trocar o medicamento. Se for trocar o medicamento usa os seguintes outros: a nevirapina que é análogo ou um inibidor da protease. A nevirapina não é tão potente. - Se O PACIENTE ESTIVER MUITO MAL IMUNOLOGICAMENTE O MS RECOMENDA associAR lopinaver com ritonavir (KALETRA), QUE SÃO 2 INIBIDORES DAS PROTEASES. - O Problema do kaletra é que toma-se 2 comprimidos de 12 em 12h, 4 comprimidos tala larga. Para um doente que está começando o tratamento, que não possui nada grave não precisa utilizar o kaletra. O kaletra é alternativa para doentes que não podem usar o efavirenz. - Outra alternativa para o efavirenz é atazanavir com ritonapir. O ritonapir é utilizado como booster, pois aumenta os níveis séricos dos outros inibidores de proteases. - Eventos adversos dos inibidores das proteases: De imediato o que geralmente ocorre é a diarreia, que aumenta com a ingestão de alimentos gordurosos. A médio e longo prazo pode ocorrer dislipidemia, aumento de colesterol, de triglicerídeos e alteração no metabolismo da glicose. Pode Leva também a uma lipodistrofia em todo o corpo. É preciso orientar a uma dieta adequada e prática de exercícios aeróbicos. O tenoflovir não pode ser usado em casos de disfunção renal. Em pacientes que utilizam o tenoflovir deve-se monitorar a cada 4 meses a função renal, pois pode ter aumento da creatinina. Pode haver uma tubulopatia e o paciente apresenta albuminúria, e diminuição do fosfato. Então avalia-se sempre com hemograma, ureia, creatinina, Na+, K+ e por EAS simples ou refinado ACABAVIR (ABC) - Comprimido 300 mg - Solução oral 20 mg/ml - Dose: 300 mg 12/12 hotas ou 600 mg 1x ao dia - Comprimido co-formulado: ABC + AZT + 3TC = alto índice de falha Principal evento adverso: reação de hipersensibilidade - HLA B5701 - Primeiras semanas - Febre alta, rash cutâneo difuso, síndrome de fiu-like, hipotensão, colapso vascular = suspensão da medida e contra-indicado reintrodução. - O principal efeito adverso é que no início do tratamento as pessoas podem desenvolver reações de hipesensibilidade, alergia. A febre e o exantema alérgico são graves, e até letais. Se isso acontecer deve-se suspender a medicação. Não se insiste no tratamento com abacavir nem reintroduz o abacavir. - Se o paciente desenvolver a reação com o abacavir deve-se utilizar - Quando não se pode usar o efavirenz nem a nevirapina usa-se um inibitor da protease, como atazanaviz com ritonavir , ritonavir lopinavir com ritonavir ou pode usar o amprenavir com ritonavir. Os IP's ATAZANAVIR (ATV) - Cápsula 300 mg - Uso com booster de RTV - Dose: ATV 300 mg + RTV 100 mg 1x/dia - Necessita de armazenamento em local fresco (geladeira) Eventos adversos: aumenta a bilirrubina indireta, prolongamento do intervalo QT, coleilitíase, nefrolitíase. Pouca dislipidemia LOPINAVIR / RITONAVIR (LPV/R) - Comprimido co-formulado com RTV = LPV 200 mg + RTV 100 mg - Solulção oral co-formulado com RTV = LPV 60 mg + RTV 20 mg/mL - Dose LPV 400 mg + RTV 200 mg 12/12 horas Eventos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, resistência insulínica, dislipidemia, lipodistrofia, pancreatite, aumento de transaminases. Interações medicamentosas: - Interação das estatinas com inibidores da protease: só pode usar atorvastatina e rosuvastatina. - Interação da rifampicina com inibidores da protease: O ideal é o paciente estar com o esquema que não tem interação, que é o TDF + 3TC + EFV. Porque muitos pacientes com HIV adquirem tuberculose. Caso queira manter o Kaletra é preciso dobrar a dose para que continue ocorrendo efeito. - Para tratar tuberculose em paciente HIV positivo usando inibidor da protease, pode-se usar rifabutina. O problema de usar a rifabutina, é que terá que usar a isoniazida, pirazinamida e etambutol, todos separados. A rifabutina é 1 com por dia, a isoniazida são 3 com por dia, a pirazinamida são 4 com por dia e o etambutol são 3 com por dia. - Além disso o paciente vai tomar Tenoflovir, lamivudina e kaletra. - Se puder fazer a troca do inibidor da protease é uma alternativa mais viável. Inibidor de protease faz interação com rifampicina, não pode esquecer disso quando for fazer o tratamento desses pacientes. - Não se pode fazer a rifampicina junto com o inibidor de protease por que a rifampicina é um grande indutor do metabolismo hepático, então vai acelerar as enzimas hepáticas, e com isso os níveis dos antirretrovirais caem. Esse processo pode tornar o vírus do paciente resistente, por que o nível sérico do medicamento vai ser muito baixo para combater. Por isso que o kaletra é corrigido dobrando a tosse, precisa aumentar a dose para que o efeito da rifampicina não reduza os níveis do retroviral. - Não se pode usar nenhum medicamento inibidor da bomba de prótons com atazanavir e ritonavir, por que causa interação. Se for necessário tratar a paciente com omeprazol ou qualquer outro da mesma classe deve-se trocar o esquema de medicamentos retrovirais, ainda que temporariamente, para fazer o tratamento. - Não se faz terapia dupla, sempre tripla, o coquetel tem pelo menos 3 medicamentos. Introdução - O risco de transmissão materno-fetal (vertical) do HIV quando a mãe não faz uso de terapia antirretroviral (TARV) chega até 25-50% (>60% na África) - 75% no período peri-parto - 25% intra-útero (3º trimestre) - 14-29% na amamentação Potenciais fatores de risco de transmissão: - Maternas: HIV avançado, infecção aguda, coinfecção com outras DST's, idade, tabagismo e drogas ilícitas, parto vaginal, amamentação - Fetal ou placentária: corioaminionite, prematuridade, baixo peso - Intra-parto: CV- vervico-vaginal, transfusão de sangue materno-fetal. → O objetivo de tratar a mãe é evitar que ela transmita o vírus para o feto. - O risco de transmissão é variado, tem a chance de 25 a 50 % de transmitir a doença. O período de maior risco de transmissão é o período de periparto, por isso é importante administrar AZT venoso no parto. - 25% de chance é de transmissão intraútero, especialmente no terceiro trimestre de gestação e outro risco alto é a transmissão pela amamentação, então mãe HIV + não amamenta. Principais fatores de risco na transmissão: - Hiv avançado, então quanto mais baixo o CD4 maior a chance da mãe transferir o vírus ao filho. - Se ocorre infecção aguda na mãe durante a gestação também aumenta o risco - Coinfecção com outras DST, a presença de Sífilis, Herpes também aumenta a chance. - Uso de drogas ilícitas - Parto vaginal - Fatores que contribuem para aquisição na criança é prematuridade, baixo peso. - No período intra parto a carga viral cérvico vaginal se estiver alta vai contribuir e a transfusão de sangue materno-fetal que acontece no parto normal, por isso que a cesárea possui menos risco e por isso é necessário o uso de AZT intra parto. - Pessoas com baixo nível econômico possuem maior chance de possuir o pré-natal incompleto e de estarem contaminados por HIV. TABELA: ESTUDOS DE TRANSMISSÃO INTRA-ÚTERO GRÁFICO TAVA DE DIAGNÓSTICO PERINATAL DE HIV POR ANO DE NASCIMENTO E RAÇTerapia antirretroviral (TARV) durante a gestação, intraparto e no RN reduz a transmissão perinatal Diminuição da carga viral (CV) antes do parto - Diminuição da CV no sangue e nas secreções vaginais - ARV que atravessam a placenta produzem níveis supressos adequados no feto -> profilaxia pré- exposição do RN Profilaxia pós-exposição do RN - Protege de vírus que podem ter entrado na circulação fetal durante o trabalho de parto e o parto → TARV é recomendado para todas as gestantes, independente da contagem de CD4 e CV - O objetivo da terapia antirretroviral é diminuir a carga viral antes do parto, tanto no sangue como nas secreções vaginais. Deve-se também realizar a profilaxia pós-exposição no recém nascido, que pode ter sido exposto ao vírus durante o nascimento. - Independente de qual seja a carga viral todas as gestantes devem fazer o uso de terapia antirretroviral. - O teste para HIV deve ser feito em todas as gestantes no pré-natal, assim como para hepatite B e hepatite C. - Se a sorologia na grávida der Negativo a recomendação é repetir no terceiro trimestre, de preferência com menos de 36 semanas. - Se a gestante não tiver pré-natal ou exames com sorologia negativa, existe a possibilidade de fazer o teste rápido para HIV intra-parto ou pós-parto. - O teste é com ELISA, se a primeira amostra não for reagente, repete 30 dias depois, se a segunda amostra não for reagente o resultado final é não reagente. - Testes confirmatórios para pacientes de alto risco são: imunofluorescência, western Blot. Realiza esse teste caso o ELISA for reagente. Rastreamento pré-natal - Oferecer sorologia a todas as gestantes no momento do diagnóstico da gestação Repetir no 3º trimestres, de preferência com menos de 36 semanas nas gestantes de risco - Tratamento em instituições que têm alta incidência de HIV em gestantes - Presidiárias - Residência conjunta com alta prevalência de HIV Teste rápido intra-parto e pós-parto - Todas as gestantes com sorologia desconhecida Iniciando TARV na gestante - TARV é comendado para todas as gestantes, independente do valor de CD4 e CV Dupla de análogos de nucleosídeos recomendados AZT + 3TC - Alta penetração placentária - Anemia por AZT ABC + 3TC - Alta penetração placentária - Hipersensibilidade pelo ABC (HLA B 5701) TDF + 3TC - Alta penetração placentária -Escolha na gestante coinfectada HIV/HBV - Nefrotoxicidade pelo TDF Não-análogos de nucleosídeos EFZ - Moderada penetração placentária - Hipersensibilidade, eventos adversos em SNC - Medo de teratogenicidade no primeiro trimestre (<8 semanas) NVP - Alta penetração placentária -Maior chance de reação de hipersensibilidade quando CD$ > 250 cél/mm³ - A terapia é recomendada para todas as gestantes com HIV e os medicamentos recomendados São: Zidovudina + Lamivudina ou Abacavir + Lamivudina ou Tenoflovir + Lamivudina. - Tenoflovir + Lamivudina na grávida é especialmente indicada caso haja coinfecção com Hepatite B. A primeira escolha é Tenoflovir + Lamivudina + o Kaletra (lopinavir com ritonavir), que são inibidores das proteases muito potene, então existe uma garantir maior de eficácia. - O Efavirenz não é utilizado na gestação por que se mostrou teratogênico. - Após iniciar o Antirretroviral, 2 a 4 semanas depois se deve avaliar se já iniciou o declínio da carga viral. E a cada 3, 4 meses, avalia-se se a carga viral está indetectável. - Se já é uma gestante que já tem o uso anterior do medicamento dá um espaço maior, avaliando de 6 em 6 meses. Se a grávida utilizar os antirretrovirais e engravidar, continua com o mesmo esquema, a menos que utilize efavirenz, que deverá ser trocado. Objetivo da TARV é manter CV< 50 cópias/mm³ Monitoramento da CV - 2 a 4 semanas depois do início ou mudaça da TARV - A cada 3 a 4 meses na gestante em TARV com resposta virológica Monitoramento de CD4 - A cada 6 meses de CV < 50 cópias /mm³ e imunidade satisfatória Trabalho de parto e parto Taxa de transmissão vertical - 1,8% sem AZT intravenoso intra-parto - 0,9% com AZT intravenoso intra-parto -0% sem AZT intravenoso intra-parto e com CV < 1000 cópias/mm³ - 0,6% com AZT intravenoso intra-parto e com CV < 1000 cópias/mm³ Risco de transmissão quando a gestante tem CV >1000 cópias/mm³ - 10,2% quando não recebem AZT intravenoso intra- parto - 2,5% quando recebem AZT intravenoso intra-parto - No trabalho de parto, a taxa de transmissão cai quando se usa o AZT intravenoso. Se usar o AZT intravenoso e tem carga viral menor que mil cópias a taxa de transmissão reduz mais ainda. Se a grávida tiver menos de mil cópias não precisa faze o AZT periparto. - Se a gestante tiver mais de mil cópias a taxa de transmissão aumenta para 2,5% se utilizar o AZT e vai para 10% se não utilizar o AZT. AZT intra-parto - Todas as gestantes com CV desconhecida ou > 100 cópias/mm³ no peri-parto - Gestantes com documentação de resistência ao AZT e CV > 1000cópias/mm³ peri-parto → NÃO é recomendado na gestante em TARV com CV < 1000cópias/mm³ - Na gestante em que não se sabe se tem ou não HIV, faz o teste rápido e o AZT intra venoso intraparto. - No recém-nascido faz o teste rápido, depois o confirmatório e a profilaxia pós infecção. Trabalho de parto na gestante com sorologia desconhecida Se teste rápido intra-parto positivo - Teste confirmatória - AZT intravenoso intra-parto - RN -> profilaxia após exposião por 6 semanas (se teste confirmatório positivo) - Cesariana eletiva com 38 semanas para gestantes com CV > 1000cópias/mm³ ou desconhecida - A cesariana está recomendada a partir de 38 semanas em gestantes HIV + mas não sabe a carga viral, em gestantes com carga viral maior de mil cópias ou em gestantes em que a infecção por HIV é desconhecida. Procedimentos contra-indicados pelo risco potencial de transmissão - Ruptura artifical das membranas - Uso rotineiro dos eletrodos fetais - Forceps - Episiotomia - Extração a vácuo - Não se realiza na grávida os seguintes procedimentos devido o risco de transmissão : Ruptura artifical das membranas, Uso rotineiro dos eletrodos fetais, Forceps, Episiotomia, Extração a vácuo Profilaxia no RN 6 semanas - AZT + NVP (ao nascimento, com 48 horas e 96 horas) - AZT deve ser iniciado em 6 horas a 12 horas pós- parto - Anemia - Rash e toxicidade hepática - Considerar 4 semanas de profilaxia se a mãe estiver em uso de TARV com CV < 50 cópias/mm³ - No Recém-nascido a profilaxia é a zidovudina com nevirapina. O principal efeito colateral da zidovudina é anemia, e o principal efeito colateral da nevirapina é exantema e toxicidade hepática. - Pode-se fazer por 6 semanas ou por 4 semanas se a mãe já estiver em uso de antirretroviral e com carga viral menor de 50 cópias. Rastreamento do HIV no RN somente por biologia molecular - Ao nascimento - 4 a 6 semanas - 3 meses - 6 meses → Até 18 meses pode-se ter anticorpo circulando na criança - O diagnóstico em recém-nascido é feito por carga viral, e não por sorologia. - Deve-se avaliar a carga viral até 4 a 6 semanas. E posteriormente com 3 e 6 meses. E só libera a criança e descarta a hipótese com 18 meses. Aula 02 - Doenças Exantemáticas.pdf Lesões Elementares - As lesões elementares podem ser classificadas em seis grupos, porém três grupos são mais importantes para o estudo das doenças exantemáticas, pois estão mais presentes nas doenças infecciosas, estes são: alterações de cor, formações sólidas e formações líquidas. Alterações de cor Mancha ou Mácula: são a mesma coisa, e são caracterizadas por alterações na cor da pele sem relevo ou depressão. É muito observado nas doenças infecciosas manchas de vásculo sanguíneo, que ocorrem por extravasamento de hemácias ou por vasodilatação. Eritema: é uma mancha vermelha por vasodilatação que desaparece por digito ou vitropressão, ou seja, quando é pressionada a mancha fica branca por um ou dois segundos. Petéquias: são manifestações cutâneas inespecíficas podendo ser indicativo de dengue ou febre maculosa brasileira, fazendo parte do dignóstico diferencial dessas doenças. Uma das principais diferenças é que a dengue é uma doença sazonal e a febre maculosa brasileira é característica de meios não urbanos. - Petéquias são, na verdade, um tipo de púrpura, que tem cor idêntica à da equimose, o único diferencial é o tamanho. As equimoses são mais secundárias a lesões traumáticas, do que lesões de origem infecciosa. Púrpura: mancha vermelha por extravasamento de hemácias, não desaparece com vitropressão. Muda de coloração de acordo com o tempo por alteração de hemoglobina. Formações sólidas - Resultam de um processo inflamatório ou neoplásico, atinge isoladamente ou conjuntamente epiderme, derme e hipoderme. Pápulas: lesões sólidas, circunscritas, elevadas e menores que 1 cm. Ex: paciente com escabiose e pápulas no braço. Placa: lesão elevada, de superfície geralmente plana, maior que 1 cm. Paciente soropositivo com placas no terço superior do braço. Vegetação: lesão sólida e pedunculada com aspecto de couve-flor e superfície friável. Ex: paciente com condiloma causado por HPV e vegetação em forma de couve-flor na genitália. Como o HPV é uma doença sexualmente transmissível, é esperado que as lesões condilomatosas por infecções de repetição por HPV se manifestem na genitália ou região perianal. Verrucosidade: lesão sólida, elevada, de superfície dura e inelástica formada por hiperqueratose. Ex: paciente com doença fúngica. Nódulo: lesão sólida, circunscrita, saliente ou não de 1 a 3 cm de tamanho. Nodosidade ou tumor: lesão sólida, circunscrita e maior que 3 cm, o termo tumor é usado preferencialmente para neoplasia. Ex: paciente internado por outra doença que no meio do tratamento da doença causada por um protozoário, apareceram lesões em gengiva superior, que eram nodosidades. O termo tumor é usado preferencialmente para neoplasia, mas pode ser usado em outros casos. Coleções líquidas - Lesões de conteúdo líquido que pode ser serosidade, sangue ou pus. Vesícula: elevação circunscrita de até 1 cm, com conteúdo claro (seroso) que pode se tornar turvo (purulento) ou rubro (hemorrágico). Ex: varicela. Está dentro do processo natural da varicela um conteúdo purulento dentro das vesículas, antes da evolução pra crosta. Não é rara a confusão dessa fase da varicela com uma supra infecção bacteriana (se sobrepõe à etiologia inicial) Bolha ou flictema: difere-se da vesícula apenas pelo tamanho, que é maior que 1 cm. Existem diversos tipos de etiologia para bolhas, como por exemplo as queimaduras. Mas as bilhas também podem ter origem infecciosa, como nos acidentes com animais peçonhentos e herpes zoster. Pústula: elevação de até 1 cm e de conteúdo purulento. Ex: paciente com varicela. Este paciente apresentava plemorfismo regional, que é a presença de lesões em diferentes estágios de evolução próximas umas ás outras e simultaneamente. O paciente apresenta numa mesma região vesículas, pústulas e crostas, ao mesmo tempo. O conteúdo purulento das pústulas não necessariamente indica infecção bacteriana, mas esse paciente pode vir a contrair um a infecção bacteriana secundária, uma dica para diferenciar é verificar as unhas do paciente e se há escoriações nos locais das pústulas. Se o paciente apresentar as unhas sujas e escoriações é provável que exista uma contaminação bacteriana. Outro indício de infecção bacteriana é quando na fase de crostas aparecerem pústulas novamente no local das lesões. Abcesso: possui tamanho variável, é formado por coleção purulenta da pele ou tecidos subjascentes. Sinais flogísticos podem estar presentes: dor, rubor, calor. Doenças Exantemáticas Definição: doença na qual a manifestação cutânea é marcante e dado fundamental para o diagnóstico. Enantema: é a manifestação desse processo na mucosa. Classificação: É baseada no tipo de lesão presente ou nos tipos de lesões presentes. (Ex: varicela) Anamnese dermatológica - A duração da lesão é essencial para incluir ou excluir certos diagnósticos, o que é muito importante sobretudo nas DSTs. Anamnese geral: história da lesão. Mas e em relação as lesões dermatológicas de (possível) origem infecciosa? Imagem 1 – Varicela - Histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes - Possibilidade de imunidade permanente pela própria doença - Histórico de vacinação (esquema completo?) em caso de HD ser doença imunoprevinível - Histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes - Atenção para a idade do paciente – muitas doenças exantemáticas caracterizam-se por terem maior incidência na faixa etária pediátrica - Possibilidade de manifestação de reativação - Ser manifestação de imunossupressão - Neste paciente não é necessário perguntar sobre exposição a DSTs ou picadas de cobras, é preciso fazer perguntas relacionadas ao caso. Não é esperado que o paciente tenha varicela mais de uma vez na vida, pois ela confere imunidade. Se o paciente tiver idade compatível (menos de 25 anos) perguntar se tomou a vacina recentemente, pois a vacinação pode causar um episódio brando da doença. Imagem 2 – Meningite meningocócica: presença de petéquias e púrpuras. - Abordagem semelhante a varicela. - Nem sempre o histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes será positivo, pois muitos portadores da doença são saudáveis. Imagem 3- Síndrome de mão, pé, boca - Histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes - Atenção para a idade do paciente – muitas doenças exantemáticas caracterizam-se por terem maior incidência na faixa etária pediátrica - É uma doença da faixa etária pediátrica, mas pode ocorrer em idosos. Presença de vesículas na palma da mão, região perioral e planta dos pés. Uma das características sistêmicas dessa doença é a presença dessas vesículas na orofaringe. Imagem 4 – Herpes Zoster - Possibilidade para manifestação de reativação - Ser manifestação de imunossupressão - Presença de bolhas. Pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos como diabéticos descompensados, ou pode ser uma manifestação inicial de um paciente soropositivo. Imagem 5 – Sífilis secundária (lesões descamativas) - Diagnóstico sugerido (as vezes) por quadro clínico clássico - Se suspeitar de DST questionar sempre: - Diagnóstico prévio de qualquer DST - Esclarecer tratamento prévio de DST - Diagnóstico de DST no parceiro/a - Data de última exposição a DST (para estabelecer o período de incubação) - Lesões descamativas em palma das mãos, planta dos pés e tronco. Como é uma DST, a abordagem deve ser conduzida voltada para essas doenças. Imagem 6 – Eritema associado a hanseníase - Suspeita de doença endêmicas - Histórico de residência prolongada - Histórico de viagem de repetição Doenças Exantemáticas Infecciosas 1 - Sarampo 2 - Rubéola 3 - Eritema Infeccioso 4 - Exantema Súbito 5 - Escarlatina 6 - Enteroviroses 7 - Varicela 8 - Dengue 1. Sarampo: Definição: doença infecciosa aguda de natureza viral, extremamente contagiosa, com gravidade variável em populações de diferentes níveis socioeconômicos. - Um dos fatores que contribuem muito para a gravidade do sarampo é a desnutrição, por isso a gravidade da doença leva em conta o nível sócio econômico do paciente. Mas pode ocorrer em paciente com alto nível econômico e viciado em drogas. Etiologia: Mixovírus (RNA vírus) Epidemiologia: - Homem: reservatório e fonte de infecção - Distribuição universal - Brasil: redução pela vacinação - Faixa etária: prevalência em menores de 15 anos - Fatores de risco: menores de 1 ano, deficiência de vitamina A e imunossuprimidos - Cobertura vacinal Patogenia: - Contágio por via aérea: vírus contamina os linfócitos T e B (2º e 3º dia) - Multiplicação ativa - Pele, conjuntiva e trato respiratório (em média 3-5 dias) - Redução brusca da viremia - O vírus entra pelas vias respiratórias, contamina linf. T e B, ocorre uma multiplicação ativa na pele, conjuntiva e trato respiratório. Transmissão: - Vias respiratórias (secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar) - Período de transmissibilidade: 4-6 dias antes do aparecimento dos sintomas até 4 dias após o início do exantema. - Para a transmissão não precisa tossir ou espirrar, mas com esses atos existe um risco maior de contágio. Um problema do sarampo, assim como a varicela é que a investigação do caso suspeito é difícil, pois como o período de transmissibilidade é de dias antes do aparecimento e até 4 dias depois do seu término, o paciente não sabe que entrou em contato com alguém contaminado. - Período de incubação: 7-18 dias Sintomas: - Febre (>38,5° C), coriza, conjuntivite, tosse. - Lacrimejamento, fotofobia. - Exantema característico: início de face e pescoço, generalizada no 3º dia - Céfalo-caudal - Retro auricular > pescoço - Mancha de Koplik (24h – 48h antes do exantema) - A diarreia é consequente a infecção do sarampo - As manchas de koplik dificilmente serão vistas, pois elas estão presentes de 24-48 horas antes do exantema. Essas manchas são sintoma patognomônico de sarampo, ou seja, sua presença fecha o diagnóstico. Complicações: - Otite média aguda - Pneumonia - Diarréia - Desnutrição, menor de 1 ano, imunossuprimido, paciente com tuberculose - Complicações oculares - Encefalite aguda - Panencefalite esclerosante subaguda é tardia (10 anos) - Na gestante: parto prematuro e recém-nascido de baixo peso - Letalidade: EUA 1 a 3 por 1000, 25% nos países desenvolvidos - A diarreia do sarampo não é por infecção bacteriana, ela é uma consequência do vírus do sarampo. A pneumonia é uma complicação bacteriana, se fosse apenas viral seria pneumonite. A desnutrição é na verdade uma condição prévia que propicia o aparecimento de complicações. Panencefalite esclerosante subaguda é uma complicação neurológica gravíssima. A otite média aguda é extremamente comum. Outra situação que contribui para a piora do sarampo é a tuberculose Tratamento: - É sintomático e de suporte - Repouso relativo - Antitérmico - Higiene dos olhos e pele - Dieta branda voluntária e hidratação - Umidificação das secreções das VAS - Vitamina A: recuperação mais rápida dos linfócitos e melhora na resposta de anticorpos IgG na fase aguda - A deficiência de vit A leva a uma lentidão da resposta imunológica contra o vírus do sarampo. → Antibiótico se houver complicação bacteriana. A suspeita de complicação bacteriana pode ser feita quando tosse seca passa a ser produtiva. Diagnóstico: - Clínico - Laboratorial - Hemograma: sem complicações - Sem complicações: leucopenia com neutropenia e linfopenia - Com complicações (bacteriana): leucocitose com neutrofilia e desvio para a esquerda - Isolamento viral (sangue, urina e secreções) - Sorologia: IgM+ (após 4º dia do exame) - O diagnóstico laboratorial específico é feito com o isolamento viral, que não é de fácil acesso, e pela sorologia, que é mais utilizada, que verifica os anticorpos que podem ser compatíveis com uma infecção aguda de sarampo, que é o IgM. A presença de IgM indica infecção recente e pode permanecer até seis meses após o fim da doença. Se a coleta por feita precocemente, pode haver um resultado falso negativo. 2 - Rubéola: Definição: doença infecciosa aguda de natureza viral, caracterizada por febre e exantema maculopapular, que se inicia na face, couro cabeludo, espalhando-se para tronco e membros. É menos contagiosa que o sarampo. Etiologia: agente etiológico: togavírus Epidemiologia: - Distribuição: universal - Incidência: deslocada para adolescentes e adultos jovens com vacinação - Reservatório e fonte de infecção: homem - Transmissão: contato direto com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas de 5-7 dias antes do início do exantema até 5-7 após o início do exantema, transplacentária (rubéola congênita) - A incidência do sarampo foi deslocada para o adolescente e jovem, pois a vacinação era apenas para crianças e quando esses indivíduos eram crianças a vacina não existia. Hoje em dia a imunização é universal. Assim como o sarampo e a varicela, a rubéola começa antes do aparecimento do exantema. A transmissão pode ser também transplacentária pela rubéola congênita. Porque a imunização do homem até os 39 anos? - Para evitar a síndrome da rubéola congênita na sua parceira. Patogenia: disseminação por vias aéreas Quadro clínico: - A infecção é subclínica em 50% dos casos - Período de incubação: 14 a 21 dias - O exantema é precedido, em 5-10 dias, por linfadenopatia generalizada - Exantema máculo papular que se inicia na face e desce para o tronco (final do 1ºdia) - Duração média: 3 dias - Na criança não há pródromas - Adolescentes e adultos: linfoadenomegalia generalizada: aparece 1 semana antes do exantema - Febre: geralmente baixa - Artralgia e poliartrite - Uma diferença da rubéola para o sarampo e varicela é que o percentual de infecções subclínicas é muito maior, ou seja, os infectados saberão que tiveram contato com o vírus da rubéola se fizerem a sorologia e se não tiverem sido vacinados. A linfadenopatia que precede o exantema ocorre em cabeça e pescoço. Complicações: - Raras - Rubéola congênita: retardo de crescimento, catarata, retinopatia, surdez sensorial, defeitos cardíacos congênitos, trombocitopenias, lesões púrpuras na pele e retardo mental. - Miocardite - Praticamente qualquer uma das infecções virais podem resultar no acometimento do miocárdio, levando a miocardite. Uma das que mais causa é a infecção por citomegalovírus. Essas infecções podem gerar também encefalite, mas é raro. Diagnóstico: - Clínico - Laboratorial - Isolamento viral (secreção nasal) - Sorologia IgM+ (até 28º dia da doença) - Presença de IgM até quatro semanas após o desaparecimento do exantema. Tratamento: - Sintomático Medidas de profilaxia: - Vacinação (não administrar em gestantes) - Evitar contato com gestantes 3 - Eritema Infeccioso Definição: doença exantemática infecciosa conhecida como 5ª doença de curso geralmente benigno sendo responsável por Etiologia: parvovírus-erythorovírus B19 (DNA vírus) Epidemiologia: - Distribuição universal - Faixa etária prevalência: 5-15 anos de idade - É fácil de identificar quando a criança apresenta a fácies esbofeteada. Transmissão: - Secreções respiratórias de pessoas infectadas - Sangue e hemoderivados - Congênita Quadro clínico: Período de incubação de 6-21 dias Patogenia: Contágio por vias aéreas > 6dias> Sintomas respiratórios: coriza febre, cefaleia, replicação da MO > 7dias> Exantema - 1ª fase: fácies esbofeteadas (1-4 dias) - 2ª fase: exantema máculo papular em troncos e membros (2-3 semanas) - Adultos: poliartrite - A patogenia apresenta coriza, febre e não tem sintoma respiratório de tosse. Facies esbofeteadas e de 1 a 4 dias depois exantema de tronco e membros. Alguns casos também apresentam poliartrite e artralgia. A dica para diferenciar de outras lesões que também apresentam exantema máculo papular é a fácies esbofeteada . Complicações: - Encefalite, miocardite, meningite, trombocitopenia, aplasia eritrocitária, anemia persistente em imunossuprimidos (HIV) - Infecções na gestante: abortamento, morte fetal, anemia congênita. - A anemia em parvovirose deve ser ressaltada, pois ela pode anteceder a infecção viral, como em casos de imunossuprimidos ou ela pode ser gerada pelo eritema infeccioso. Diagnóstico: - Clínico: essencialmente - Laboratorial - Redução de hemoglobina e reticulócitos - Sorologia anti B19 IgM+ Tratamento: - Maioria não necessita de tratamento - Transfusão de concentrado de hemácias - Imunoglobulina (imunossuprimidos) 4 - Exantema Súbito Definição: doença exantemática do tipo máculo- papular de origem infecciosa. Agente Etiológico: herpes vírus tipo 6 Epidemiologia: Faixa etária bem mais jovem que eritema infeccioso (5-15 anos), sendo predominante nos lactentes, dos 6 meses aos 2 anos de idade. - Transmissão por via respiratória, possibilidade de transmissão inter-humana (doença contagiosa), sem necessidade de vetor. Patogenia: Portador assintomático transmite a doença por secreções salivares (principalmente); Febre alta (39-40 graus); Inicio súbito que desaparece geralmente de 3-5 dias; Irritabilidade; Anorexia; Hiperemia de orofaringe, amígdalas, base da úvula e palato mole (sem pus); Tosse, coriza, adenomegalia discreta em cadeia cervical; Otite; Exantema máculo-papular em face, região cervical e tronco – após defervescência da febre. Complicações: Hepatite; Encefalite; Convulsões; Púrpura. Diagnóstico: - Clínico: Verificar se o exantema foi cefalo-caudal ou se começou ao mesmo tempo em diferentes partes do corpo, se é mais presente a distribuição centrípeta, ou seja, se ocorre mais na cabeça no tronco, do que nos membros; A velocidade de evolução do exantema, onde começou, o tipo de lesão, faixa etária. - Laboratorial: Sorologia anti HV6 IgM. A sorologia é feita porque as doenças exantemáticas máculo- papulares se confundem entre si, possuem lesões muito parecidas. Tratamento: Sintomático na maioria dos casos. Em doenças mais graves, sendo uma exceção: ganciclovir. 5 - Escarlatina - Tem uma peculiaridade: é a única doença exantemática de origem bacteriana, sendo bastante diferente das demais. E não sendo viral, tem tratamento, visando o combate do patógeno. Definição: Doença infecto contagiosa caracterizada por erupções cutâneas generalizadas (decorrentes da ação de uma toxina) e pelo acometimento da orofaringe. Agente etiológico: Streptococcus pyogenes Epidemiologia: Faixa etária do final da infância até o início da adolescência (5-15 anos), mas isso não quer dizer que um indivíduo adulto não possa ter. Patogenia: Transmissão por portadores ou por objetos contaminados (transmissão indireta), invasão nas Vias Aéreas Superiores, multiplicação no tecido linfoide da faringe (edema, hiperemia, exudação local), há produção de toxina, que entra em circulação na corrente sanguínea (via hematogênica) e faz com que ocorra erupção cutânea. Quadro Clínico (IMPORTANTE!): Febre de 39 a 40 graus, com calafrios, mal estar, cefaleia, tosse, odinofagia (dor ao deglutir), amigdalite purulenta -já que tem agente bacteriano envolvido-, adenomegalia cervical, língua em framboesa (hipertrofia das papilas linguais); Exantema em todo corpo 25 horas após, seguido de descamação em 7 dias; Palidez perioral (sinal de filatov); Dobras cutâneas de flexão das articulações com vermelhidão –face flexora- (axilas, virilhas, joelhos e cotovelos – sinal de Pastia). Diagnóstico: - Clínico: De mais difícil detecção em peles mais escura, como nos negros. Sinais clínicos (citados acima no quadro clínico) altamente sugestivos de escarlatina, diferente da rubéola, exantema súbito e eritema infeccioso, que se confundem muito entre si e há grande necessidade de se avaliar a faixa etária. - Laboratorial: Pesquisa de antígeno bacteriano; Cultura (SWAB); Em caso de quadro clínico compatível com escarlatina, uma peculiaridade é a dosagem de ASLO (Antiestreptolisina O), que se elevada é um reforço para o diagnóstico da doença. Tratamento: Penicilina benzatina injetável; Amoxicilina oral por 10 dias; Macrolídeos (como alternativa ao paciente que for alérgico a penicilina) e serve para infecções de vias aéreas como um todo (faringite, laringite, ...) porque as bactérias que os atingem geralmente são as mesmas. Após 24h de tratamento não há mais transmissibilidade. Profilaxia: (O prof vai verificar se está correto e nos dizer depois!) Ausência de cardite: Penicilina benzatina a cada 3 semanas até os 21 anos de idade. Na presença de cardite: Penicilina benzatina a cada 3 semanas para o resto da vida. 6 - Enterovirose (é abordado na aula os não poliovírus) Definição: São assim agrupados pela semelhança entre suas propriedades físicas e bioquímicas, características epidemiológicas e formas clínicas produzidas. Etiologia: Possuem 2 grandes grupos: - Poliovírus: Causa paralisia infantil (poliomielite) - Não poliovírus: Coxsackievírus do grupo A, Coxsackievírus do tipo B, Echovírus e Enterovírus) Epidemiologia: Transmissão fecal-oral, vertical, respiratória, lágrimas; Individuos doentes eliminam para o meio ambiente partículas virais em secreção de orofaringe e fezes por vários dias antes do início da doença e mantém a eliminação fecal por várias semanas, após a convalescência, ou seja, mantêm a propagação da doença mesmo após o desaparecimento dos sintomas, já que mantém a excreção viral. Crianças são mais vulneráveis. Patogenia: Via digestiva é a porta de entrada principal, seja por agua ou alimento contaminado, seja por contato direto com portador (de má higiene pessoal, já que o vírus é excretado nas fezes – um aperto de mão, por exemplo), o vírus então se multiplica na faringe, no intestino se estendem para linfonodos regionais e então desencadeia uma viremia, permitindo a instalação viral em vários órgãos e tecidos. Peculiaridade: Coxsackievirus A21 é transmitido principalmente por via respiratória, mas é classificado como enterovírus. Quadro Clínico: - Síndrome mão-pé-boca (Coxsackievírus A e Enterovírus 71 com infecção do snc concomitante): Criança com vesículas na palma das mãos, planta dos pés, próximo à boca (na pele), e também na faringe, o que causa muita dor à deglutição e leva a criança aos prantos. A regressão das vesículas da pele (2-3 dias) indicam regressão também das existentes na faringe, o que sugere uma melhora do quadro. - Petéquias e púrpuras (Echovírus 9 e Coxsackievirus A9): Rash com um componente hemorrágico facilmente confundido com doença meningocócica, mas na meningite a criança vai apresentar acometimento neurológico (sonolência, torpor). Não é uma clínica específica, requer uma anamnese bem detalhada. Adultos, mesmo que apresentem petequias e purpuras, fogem da faixa etária do enterovirus. → Na aula possui um slide, no qual tem uma mão e um pé de um adulto. O tipo de lesão que ali apresenta, pode ser característico de uma enterovirose ou até mesmo de uma sífilis secundária. Por isso, devemos fazer uma anamnese detalhada e um diagnóstico diferencial para a lesão apresentada. Deve-se aliar bem os sinais e sintomas para chegar ao diagnóstico adequado. Complicações: - Meningite asséptica: Predominio linfomonocitário - Poliomielite: Pode haver paralisia de um ou dois membros (extremidades) e consequente fraqueza muscular dos mesmos, não necessariamente é bilateral. - Encefalite: Generalizada ou localizada Diagnóstico: - Clinico: É difícil diferenciar qual é o vírus causador da síndrome. A não ser a sindrome mão-pé-boca, que não é difícil reconhecer pela história do paciente e pelas vesículas características. - Laboratorial: Isolamento viral da orofaringe (PCR – mais caro); SWAB retal, por ser um vírus de liberação nas fezes; Sorologia, que é simples, barato e eficiente. Tratamento: Sintomático. 7 - Varicela: Definição: Doença altamente contagiosa, com quadro febrícula, exantema pápulo-vesiculoso, podendo haver pústula, generalizado com polimorfismo regional. Etiologia: Vírus Varicela Zóster (Família herpesviridae) Característica marcante: Capacidade de latência => Possibilidade de reativar-se, ou seja, pode levar a um novo quadro clínico sem a necessidade de reinfecção. E a reativação é fruto de uma imunossupressão transitória, ou permanente, que permite o retorno da doença. Ex: Pacientes Soropositivo; Fatores psicológicos, como o Estresse. → Os fatores que predispõem a reativação são múltiplos. Lembrando que o individuo idoso não necessariamente tenha qualquer doença, a própria senescência por si só é o suficiente para o indíviduo ter herpes zoster (HZ). A manifestação do HZ pode ser, eventualmente, uma manifestação paraneoplásica, ou seja, a reativação do vírus pode ser (a maioria das vezes não é) por conta da imunossupressão causada por um câncer ainda não diagnosticado (está associado ao câncer e, por isso, o prefixo “para” do paraneoplásico). Epidemiologia: Maior incidência em crianças em idade pré-escolar e escolar; Caráter sazonal (fim do inverno e início da primavera); Infecção inaparente é raríssima; A imunidade é duradoura; Doença de transmissão respiratória ou contato direto com liquido vesicular, já que as vesículas são friáveis, ou seja, facilmente rompidas. O período de transmissibilidade se inicia cerca de 48h antes do quadro clínico até o surgimento da última crosta (não contem mais partículas virais, normalmente demora 7 dias); A infecção é transmitida para cerca de 90% dos comunicantes. Hoje já existe vacina, por isso, tem se tornado mais difícil encontrar indivíduos doentes. Quadro clínico: O período de incubação é de 10-21 dias, mas pode ser prolongado para 28 dias em caso de utilização de imunoglobulina (vacina), já que a multiplicação viral no indivíduo será lentificada. Sintomas inespecíficos: febre alta, mialgia, mal estar e cefaleia, com duração de 3 dias. O prurido é intenso; As escoriações estão associadas com o ato de coçar e podem constituir uma porta de entrada para infecções bacterianas; Distribuiçao centrípeta das lesões (tronco, face e pescoço); Vesículas friáveis e superficiais, com halo eritematoso em seu redor. Evolução: Vesícula -> Pústula -> Crosta (Crostas já não são infectantes); (Pústulas não indicam necessariamente infecção bacteriana, fazem parte da evolução da “catapora”). Complicações: Infecções bacterianas secundarias de pele, que podem entrar na circulação e se tornar bacteremia, podendo, então, chegar em qualquer parte do corpo e causar otite, meningite, infecção intestinal e outros; Complicação pulmonar: pneumonite intersticial pode ser pela ação do próprio vírus ou pela bactéria da infecção secundária. Caso ela seja por conta do vírus, pode-se fazer um tratamento específico (retroviral) caso se trate de varicela complicada, ou não complicada em imunodeprimidos. Meningoencefalite: Complicação rara (1:1000 casos), predomínio de crises convulsivas e geralmente sem sequelas. Varicela Hemorrágica: Vesículas vermelhas, conteúdo hemorrágico e que pode evoluir para uma CIVD (Coagulação intravascular disseminada). Importante: Sindrome de Reye: Quadro grave de encefalopatia aguda associada à degeneração gordurosa do fígado, desencadeada pelo emprego de AAS no início do quadro clínico. Por isso, criança com varicela tem que tomar outro tipo de antitérmico (dipirona, paracetamol), não se deve administrar aspirina! Varicela em pacientes imunossuprimidos: Maior risco de disseminação e viscralização da doença (acometimento de algum órgão – hepatite, por ex). Alta morbidade e letalidade. Varicela e Gestação: Quando acontece no primeiro trimestre: Abortamento e teratogênese; No terceiro trimestre: Parto prematuro (com risco pra mãe e criança). A incidência desses casos diminuiu por conta da vacinação. Manifestação Clínica do Herpes Zoster: Decorre da reativação do vírus da varicela; Relacionada à imunossupressão (provisória ou permanente) e ao envelhecimento (idosos); Pode ser uma manifestação paraneoplásica; Ocorre por migração do vírus pelo dermátomo acometido; Localiza-se frequentemente no espaço intercostal; A dor pode preceder o aparecimento das lesões, por isso, durante a consulta médica pede-se que o paciente volte em 1-3 dias para saber se a dor evoluiu com lesão típica; Caracteriza-se por lesões brilhosas confluentes; Involução de 2-3 semanas; Está indicado tratamento antiviral (específico para o vírus da varicela): Aciclovir (4/4h) e Paraciclovir (12/12h). O Paraciclovir é mais caro, mas em compensação é que não precisa tomar à noite, já que a administração é de só 2x/dia (melhor comodidade fisiológica = melhor aderência = maior chance de sucesso do tratamento). Neuralgia pós herpética: É uma dor importante na topografia onde havia as lesões, mesmo após o desaparecimento destas, e pode persistir por até 6 meses após a resolução das lesões cutâneas. Pode se evitar com a administração de corticoides. Pode administrar corticoide para paciente HIV+? Sim, pois a quantidade administrada não é considerada imunossupressora, e sim anti- inflamatória, já que é usado em curto período de tempo e a posologia não é tão alta. Quando a distribuição não respeita a linha média, quando passa para o outro lado, o prognóstico é pior. Diagnóstico: Método direto: Esfregaço de Tzanck – identifica partículas virais; Metodos indiretos – Testes sorológicos (ELISA). Tratamento: Neonatos; Imunossuprimidos; Imunocompetentes com apresentação grave da doença = Herpes Zoster Disseminado (quando acomete mais de 1 dermátomo, ou quando há mais de 20 lesões). Aula 6 -Febre-Maculosa.pdf Febre Maculosa brasileira - Bartonella sp. - Coxiella burnetii - Rickettsia rickettsii,R.akari, R. felis ( grupo da febre maculosa) - Rickettsia prowazekii, R.typhi (grupo do tifo) - A febre maculosa brasileira é causada pela Rickettsia rickettsii, mas existem no mesmo grupo das Rickettsia, outras como, R.akari, R. felis, são bactérias diferentes das gram positivas e negativas, pois são bactérias intracelulares obrigatórias, logo não são cultivadas em laboratório de rotina. O diagnóstico é feito basicamente por sorologia ou PCR. - É importante lembrar que aqui no Brasil já teve a Rickettsia felis. Rickettsia conori. Características microbiológicas comuns às rickettsias - São cocobacilos Gram negativos aeróbios predominantemente intracelulares com 0,25 a 3 m de diâmetro (visualização muito difícil) - Difícil cultivo - A Rickettsia rickettsii tem uma estrutura coco bacilar, a membrana celular se assemelha a gram negativo, significa que ela é potencialmente muito imunogênica, desencadeadora de cascata de inflamação, porém não tem parede. Rickettsia rickettsii - Causa a mais importante riquetsiose no Brasil, a febre maculosa brasileira - Regiões endêmicas no Sudeste (SP, RJ, MG, ES) - Adquirida pela picada de carrapatos, sendo o vetor mais importante o Amblyomma cajennense ( carrapato estrela, carrapato do cavalo, carrapato redoleiro) - Isto é diferente do quadro equivalente nos EUA, a Rocky Mountain Spotted Fever, em que o carrapato do cão (Dermatocenter, Rhiphicephalus). - Surtos reconhecidos em vários locais desde a década de 80. - É uma doença que se confunde com doenças infecciosas, agudas e graves, como esthaphilococcia, meningococcemia. A febre e o exantema podem ser muito semelhantes ao exantema petequial e purpurico do Staphilococos aureus e do Meningococo. - Antibióticos usados para Staphilo e Meningo não servirão para este tipo de bactéria, visto que ela não possui parede. Então, deverá ser usado antibióticos que não atuem sobre parede. - Aqui no Brasil, é utilizado cloranfenicol, a alternativa é a doxiciclina. - Se há um doente grave de área endêmica brasileira, tem que se pensar na possibilidade de febre maculosa e começar o tratamento especifico. - Já se conhece essa doença a algum tempo, tem descrição de casos desde o sec 19, era conhecida como “sarampão”. Ocorriam mais em pessoas que moravam em áreas rurais. - O primeiro relato aqui no Brasil ela foi chamada de typho exantemática. Pode se manifestar na forma de pequenos surtos, e não igual ao de meningite que afeta uma população enorme. São surtos relacionados a exposição ao carrapato. - Vetor principal é o carrapato amblyomma cajennense, não é o único mas é o mais importante. - Rickettsias ficam dentro dos hemócitos do carrapato, que têm a função tanto de transportar oxigênio, quanto de fazer a fagocitose. - É uma doença que tem sazonalidade, ela acompanha o ciclo de replicação do vetor. O carrapato não é muito exigente, ou seja ele pica e suga o sangue do animal que encontrar, como cachorro, pessoas, cavalo. - O principal animal desse ciclo é o próprio carrapato, pois ele transmite a Rickettsia a animais, mas ele também transmite a Rickettsia a seus filhotes, então ele tem uma relação de manutenção do carrapato na natureza. Outros hospedeiros envolvidos no ciclo de transmissão de R.rickettsii no Brasil - Cão, gato, cabra, cavalo, lebre, cachorro-do- mato,gambá, furão, paca, preá, capivara - Os hospedeiros ou animais sentinelas nos EUA é principalmente o cachorro, aqui no Brasil é o cavalo e alguns animais silvestres como a capivara. Ela é um roedor e vaga livremente, e não tem predador, e ainda o IBAMA protege-os. Elas são parasitadas por muitos carrapatos, se tiver um único carrapato infectado, ele pica a capivara, inocula a Rickettsia, assim a capivara faz o que a gente chama de Rickettsemia, ela não adoece com a Rickettsia circulando no sangue dela, ela fica com Rickettsemia por 10 dias. No final de 10 dias todos os outros carrapatos que estão sugando o sangue da capivara vão se tornar positivos. A capivara é um amplificador de carrapatos infectados na natureza. Ela permite o carrapato se infecte por transmissão horizontal. Assim não é uma doença que se consegue erradicar. - Outro animal que isso também acontece é o gambá. - Uma pergunta que se tem que fazer ao paciente é se ele foi picado por carrapato ou micuim. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Epidemiologia - Inquéritos sorológicos mostram prevalência semelhante entre os sexos em áreas endêmicas, mas a doença pode ser mais freqüente em homens jovens, com exposição ocupacional (caçadores, pescadores...) - A febre maculosa brasileira é uma endemia periurbana, mas em alguns casos ela pode se comportar como uma epidemia. - A promoção de acometimento é maior no sexo masculino. - Concentra-se na faixa-etária de adulto jovem. - Em média o período de incubação é de 7 dias Rickettsia na hemolinfa do carrapato Estrutura ultra-microscópica e crescimento em cultura de Rickettsia rickettsii Amblyomma cajennense Ciclo do vetor - Replicação anual - Período de reprodução de maio a outubro - Não há hospedeiro especifico, mais preferencial: cavalo - O carrapato é o principal reservatório, havendo transmissão transovariana, mas há hospedeiros amplificadores, ex: capivara e gambás. Transmissão - É necessário que o carrapato fique aderido pelo menos 4 horas no hospedeiro humano para que a R.rickettsii seja transmitida - Isto pelo fenômeno de reativação da bactéria e pela ativação das glândulas salivares do artrópode - Casos esporádicos, mas podem ocorrer vários casos ao mesmo tempo ( “cluster” ou surto) - SAZONAL: 80% dos casos ocorre entre maio e outubro - Para Rickettsia ser transmitida é preciso que o carrapato fique aderido na pele pelos menos durante 4 horas. Esse tempo é preciso porque a Rickettsia no carrapato está em uma forma latente, então a medida que o carrapato faz repasto sanguíneo a Rickettsia vai ser inativada e assim vai ser inoculada, quando é inoculada ela se dissemina até o endotélio vascular. Promove a reação inflamatória do endotélio e faz uma vasculite. Pode ser uma vasculite branda que só manifesta com febre e exantema, ou pode ser uma vasculite sistêmica afetando os órgãos principais SNC e coração. Patogenia - Invasão da célula endotelial com lesão celular direta, e liberação de mediadores inflamatórios - Vasculite generalizada, resultando em aumento da permeabilidade vascular, hipovolemia, hipotensão, choque, CID - Afeta todos os órgãos, mas rim, SNC, baço e pele são os mais lesados - A histopatologia mostra presença intranuclear de Rickettsia em endotélio e mm lisa - Imunidade celular - A manifestação branda é confundida com virose, e a sistêmica é confundida com sepse grave e falência múltipla de órgãos. - Alguns fatores pioram a reação inflamatória causada pela Rickettsia como deficiência de B6PD, uso de sulfas, gravidez e diabetes. - Quando se faz uma biopsia de uma pessoa com o exantema, vai ver a Rickettsia próxima ao núcleo das células endoteliais e da musc. lisa. É uma forma de se fazer diagnostico MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Manifestações clínicas - Quadro clínico variável, desde pauci-sintomática a clássico ou a visceral fulminante - Período de incubação de 7 dias em média - Febre, cefaléia, mialgia, náusea, vômito, diarréia, icterícia, insuficiência renal, tosse, edema agudo de pulmão, meningoencefalite - Exantema surge no 3o a 5o dia de doença, mas pode estar ausente em 20% dos casos - Macular, depois pápulo-vesicular e petequial - Envolve palmas das mãos e plantas dos pés, depois membros e por último tronco - Primeiro ocorre a febre, depois o exantema (ocorre em 80%), é um exantema inicialmente macular e ele está presente nas palmas das mãos e plantas dos pés (síndrome pé, mão, boca). Exantema na febre maculosa brasileira Exantema da febre maculosa brasileira Definição de caso Caso confirmado - Febre >38,5 e/ou exantema maculopapular - Acrescido de um dos seguinte: - Aumento de título sorológico >4 vezes entre amostras pereadas. - Imunohistoquimica - PCR positivo Caso provável - Febre >38,5 e/ou exantema maculopapular - Amostra única de soro com título >1:64 ou amostras pareadas com aumento no título <4 vezes. - Diagnostico confirmado é quando temos a suspeita clínica, febre e exantema e um dado laboratorial. - Um caso provável é quando o sujeito tem a clínica, mas somente uma amostra de soro. - No diagnostico, não podemos esperar o resultado da sorologia, deve-se fazer um tratamento empírico. - O diagnóstico sorológico é por imunofluorescência direta. Diagnóstico - Clínico epidemiológico - Sorológico: padrão ouro é a IFI, realizada em centros de referência - Título de ≥1:64 IgG em amostras pareadas ou presença de IgM - Problema: é tardio (2 a 3 semanas para tornar-se positivo) - Outras formas: histopatológico de biópsias de pele ou órgãos, PCR de sangue ou tecido, ou mesmo de carrapato recuperado de paciente Diagnóstico diferencial - Fase precoce: síndrome febril - dengue, gripe, outras rikettisioses, leptospirose, hepatite, salmonelose, apendicite ou outros diagnósticos cirúrgicos. - Fase tardia: febre e exantema - Meningococcemia, sarampo, rubéola, dengue, leptospirose, mononucleose, enteroviroses, sífilis secundária, sepse grave, tifo endêmico, febre tifóide, febre purpúrica brasileira, histoplasmose - Não infeccioso: LES, farmacodermia Tratamento - Deve ser instituído com a suspeita clínico- epidemiológica; em casos graves, ou em que a via oral não pode ser usada, usar cloranfenicol EV - Casos moderados, doxiciclina VO - A melhora clínica ocorre em 2 dias MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce - Tempo de tratamento : 10 dias - Casos sem tratamento ou onde há retardo diagnóstico: letalidade de 40 a 90% - Em caso de febre maculosa, o tratamento é feito com cloranfenicol, porém existe uma reação a esse medicamento que é idiossincrásica, não sabe quem vai dar nem quando, é raríssima, que é aplasia medular. - Assim o cloranfenicol ficou temido. Prevenção - A doença não é passível de erradicação - Evitar áreas infestadas por carrapatos - Uso de roupas claras - Inspecionar e remover com escova os carrapatos - Uso de carrapaticidas - Não há vacina, e a FMB não tem perfil de doença imunoprevinível - Pode ser recomendada a QP com doxiciclina Caso clínico : - Paciente quarenta e poucos anos de idade, tabagista, tinha uma semana anterior passado uma semana em Campo Grande, no mês de julho. Tinha ajudado o irmão que era carroceiro. Adoeceu com febre e foi até o posto de saúde, aí o médico examinou, e disse que era uma virose e mandou para casa tomando paracetamol. No dia seguinte estava se sentindo pior com mialgia e começou a ter diarreia, voltou ao posto de saúde, assim o diagnóstico foi gastroenterite. Foi dado um antibiótico SMP-TMP, no outro dia o paciente ficou ictérico, continuou com a diarreia e foi internado. Mandaram para o São Sebastiao como sendo leptospirose. Paciente chegou em coma, hipotenso. Continuou com ceftraxona, amoxicilina e cloranfenicol. A 3 da manhã começou uma crise convulsiva e morreu por choque séptico. MaraFlávia Realce Aula 03 - Infecção Urinária.pdf Infecções do Trato Urinário (ITU) - O termo ITU abrange uma variedade de entidades clínicas, incluindo bacteriúria assintomática (BUA), cistite, prostatite e pielonefrite. BUA: ocorre na ausência de sintomas atribuíveis à presença de bactérias, em geral, não necessita de tratamento ITU: doença sintomática, justificando terapia antimicrobiana Epidemiologia - Mais frequente em mulheres - Mais frequente no sexo masculino durante o período neonatal, quando esses apresentam anomalias anatômicas no trato urinário. E à partir dos 50 anos, quando a obstrução por hipertrofia prostática torna-se mais comum. - Relacionada à maus hábitos de higiene. A circuncisão no homem evita infecções porque facilita a higiene. - Relacionada à atividade sexual sem proteção e à histórico de ITU (infecção de repetiçao Etiologia - Os urupatógenos que causam ITU variam quanto à síndrome clínica, porém consistem habitualmente em bacilos Gram-negativos entéricos, que migraram para o trato urinário. - O mecanismo da infecção urinária é um mecanismo muito simples, consiste na adesão da bactéria na uretra, que coloniza a genitália, e a partir disso a bactéria vai ascendendo até a bexiga. Então quanto maior a quantidade de bactérias nessa região, mas fácil de ocorrer esse processo. - Cálculo urinário favorece a infecção e a infecção urinária pode levar ao cálculo. - Existem alguns casos em que o paciente além dos sintomas descritos no início apresenta febre alta, com calafrios, náuseas, vômitos, diarreia, e também dor lombar. Esse quadro mais os sintomas clássicos da cistite são compatíveis com infecção do trato urinário alto ou pielonefrite. Sintomatologia da ITU Queixas da infecção urinária baixa (cistite): - Disúria: dor ou desconforto ao urinar - Estrangúria: dificuldade em iniciar o jato, tem que fazer força - Polaciúria: aumento da frequência urinária com diminuição do volume de cada micção - Hematúria: presença de sangue na urina. Pode ocorrer quando há inflamação da parede da bexiga e do revestimento da uretra. - Urgência miccional - Dor Suprapúbica: decorrente da inflamação da bexiga. - Em pessoas idosas, especialmente, pode ocorrer incontinência. - Pode ocorrer febre, mas não é usual. Quando ocorre, sugere que a infecção está ascendendo. Queixas da infecção urinária alta (pielonefrite): - Existem alguns casos em que o paciente além dos sintomas descritos no início apresenta: - Febre alta - Calafrios - Náuseas - Vômitos - Diarreia - Dor lombar. - Esse quadro mais os sintomas clássicos da cistite são compatíveis com infecção do trato urinário alto ou pielonefrite. Caso 1: Mulher Jovem, 23 anos, com vida sexual ativa Está pela primeira com queixa de Infecção urinária e vai ao médico. Para comprovar a suspeita é recomendado fazer: - Normalmente não se pede hemograma, pois não há febre e não há comprometimento sistêmico. - Pede-se EAS em busca de piócitos, hemácias, cilindros (sinal principalmente de glomérulo nefrite, não se espera encontrar cilindros numa cistite), Proteína. - Pode-se também fazer um Gram da urina, para identificar bactérias - Faz também o teste de nitrito, para encontrar as bactérias nitrificantes. Diagnóstico: - EAS: elementos anormais dos sedimentos - Se der nitrito positivo, mais de 10 piócitos ou bactérias por campo, 10 de proteína,provavelmente é infecção do trato urinário. - Existe um outro teste, que é o da esterase leucocitária, para identificar a presença de leucócitos. - Gram da urina - Fita reagente: teste do nitrito - Teste da esterase leucocitária MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce → Deve pedir urinocultura? - No caso dessa mulher, se o EAS vier positivo para infecção, não é recomendado pelas diretrizes a fazer urinocultura, pois ela não possue sintomas graves e é o primeiro episódio que ela está tendo. Não precisa fazer urinocultura por que existe uma grande chance de acertar qual é a bactéria que está causando a infecção sem precisar dessa urinocultura. - Em situações específicas não vai haver a necessidade de fazer a urinocultura, em outras será necessário, vai depender do quadro. Diagnósticos Diferenciais: - Na maioria dos casos é feito através de uma metanálise, avaliando a probabilidade de ITU, com base na história e nos achados físicos. - Se não for infecção urinária baixa, outras doenças que podem justificar os sintomas descritos acima: Vaginite: pode ser por várias causas Uretrites: só a uretra é acometida. Ocorre principalmente no homem. As causas mais comuns são Gonococo, ou uretrite não Gonocócica por Clamydophila, Ureaplasme, T. vaginalis, E. coli (presente no intestino, responsável por cerca de 80% das infecções urinárias). Tratamento: - O tratamento é feito com antibiótico - Nas infecções urinárias a bactéria que possui mais incidência é a Escherichia coli, é uma bactéria Gram Negativa, responsável pó cerca de 80% das infecções urinárias Os principais antibióticos para tratar essa bactéria é: 1 - Norfloxacina: é uma quinolona, que também é muito eficaz sobre bactérias gram negativas e tem atuação mais restrita ao trato urinário. Administra-se em comprimido, em uma dose de 400mg 1cpm de 12 em 12 h. Esse antibiótico vai ser utilizado como tratamento de primeira linha por que essencialmente é eliminado pelo trato urinário, e não tem uma penetração e distribuição tão grande pelo corpo. Tempo de tratamento de 3 dias. - Dose: 400mg, 1 comp, 12/12h, 3 dias 2 - Ciprofloxacina: é uma quilonona, atua sobre os DNAs bacterianos, e atuam sobre bactperias gram negativas, o problema da ciprofloxacina é que ele se distribui por todos os órgãos, gerando uma onda muito maior de efeitos colaterais. Dose utilizada é de 250 mg 1 com de 12 em 12h. tempo de tratamento 3 dias. - Dose: 250mg-500mg, 1 comp, 12/12h. 3 - Nitrofurantoína: barato, com boa sensibilidade dos patógenos. Também é feita a dose de 100 mg de 12 em 12h. Tempo de tratamento de 5 dias. - Dose:100mg, 12/12h, por 5 dias. 4 - Sulfametoxazol + Trimetoprima: a dose para o tratamento da infecção urinária é 400 mg de sulfametoxazol e 80 mg de trimetoprima, sendo 2 com de 12 em 12h, pois a dose necessária é de 800 mg e 160 mg respectivamente. O tempo de tratamento é de 3 dias - Dose: 400-80mg, 2 comp, 12/12h. 800-160mg, 1 comp, 12/12h. 5 - Fosfomicina: é o único medicamento que ainda é recomendado o tratamento em dose única. Uma dose de 3g por dia. É o que possui maior eficácia no combate a cistite - Dose: 3g/dia, dose única. 6 - Cefadroxil: é uma cefalosporina de primeira geração, que pode ser utilizado 1 Com de 12 /12h. Tempo de tratamento 3 dias. 7 - Cefuroxima: é uma cefalosporina de segunda geração que também pode ser utilizada. Tempo de tratamento 3 dias. 8 - Amoxilina é da classe das penicilinas e também pode ser utilizada, porém deve ser usado a combinação Amoxilina +Clavulonato, porque existe uma resistência muito grande da Escherichia Coli a Amoxilina isolada. A desvantagem é que é feita de 8 em 8h. Tempo de tratamento 3 dias - Dose: 8/8h, 3 dias. - Todos esses são por via oral, a maioria por 3 dias. Não se deve prolongar o antibiótico desnecessariamente. Efeitos Adversos do Antibiótico: os efeitos adversos de qualquer antibiótico é mal estar, náusea, Dor de estomago (epigastraugia), diarreia, e pode ocorrer de MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce após utilizar antibiótico aparecer candidíase. Não é indicado prolongar o tratamento com antibióticos. → Em gestante não usa sulfa nem quinolona (norfloxacino e ciprofloxacino). Pode usar nitrofurantoina, fosfomicina, cefalosporinas. Caso 2: Mulher jovem, 23 anos, com 20 semanas de gestação vai ao médico sem nenhum sintoma. É rotina pedir EAS e cultura de bactérias. - O resultado da cultura veio com mais de 10 ou 15 Proteus mirabilis (outra enterobactéria da mesma família da E.coli) - Como a paciente está assintomática, não vai ser feito o diagnóstico de infecção do trato urinário baixo, pois se é assintomático não existe uma síndrome clínica, tem uma bacteriúria. - Esses casos de bacteriúria também vão ser tratados, porque grávidas com baceriúria possuem tendência de evoluir para uma infecção do trato urinário baixo, pielonefrite (infecção urinária alta) e até a parto prematuro, devido a pilonefrite. - Se houver sintomas, mesmo que seja uma quantidade baixa de bactérias, por exemplo, 10², é considerado como significativo. Tratamento: 1 - Cefadroxil 2 - Cefuroxima 3 - Nitrofurantoína 4 - Fosfomicina → Não usar sulfa e quinolonas - Outra situação, se em um paciente com sintomas a cultura bacteriana deu maior que cem mil bactéria, e tiver mais de 1 tipo, por exemplo, possuir E.Coli, Klebsiella pneumoniae. Primeiramente, para determinar se é importante ou não esse caso é preciso observar o EAS. - Se for um EAS limpo, sem células epiteliais, e com vários piócitos, sem contaminação, essa contagem de bactérias deve ser valorizada. - Já se for uma amostra colhida por cateter urinário é mais difícil de valorizar essa contagem, por que existe a chance de ser formado um biofilme naquele cateter, então não é tão confiável. - Se tiver mais de 3 tipos de bactérias provavelmente é por que houve contaminação da amostra. - Se a contagem for maior que 100 mil bactérias, e o paciente estiver sintomático, vai tratar essa infecção, se o paciente estiver assintomático, o ideal é que seja colhida uma nova amostra. Qual a solução para infecção em paciente com catéter? - Tirar o catéter ou trocar por um novo. - Se mesmo com o catéter novo, o paciente continuar com os sintomas, tem que tratar. Caso 3: Idosa, com 65 anos, assintomática, realiza exame de rotina. Na urinocultura o resultado é mais de 105. - Nesses casos a recomendação é não tratar, na realidade, nem era para ter sido pedido urinocultura, pois é uma paciente assintomática, não existe nenhuma indicação para tratamento, pois é uma bacteriuria assintomática. - Se tratar uma paciente assim corre o risco de criar bactérias resistentes, pois o antibiótico vai matar as mais fracas, selecionando as resistentes, O que predispõe infecções urinarias? - Problemas anatômicos: principalmente em crianças pequenas - Hiperplasia de próstata (pode causar obstrução do fluxo urinário) - Maus hábitos de higiene - Higiene é um fator muito importante, por isso que nos homens a presença do prepúcio está relacionada com uma maior incidência de infecção urinária. - Relação sexual (pp/ entre homens, naqueles com função ativa) - As mulheres ao longo da vida tendem a ter mais infecções urinárias do que os homens. - Depois dos 40 anos os homens passam a ter uma maior incidência de problemas na próstata que provoquem obstrução do fluxo urinário, e essa estase de urina favorece a urina. → A circuncisão no homem evita infecções porque facilita a higiene. → As infecções urinárias são muito comuns, mas não têm impacto em termos de mortalidade. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Caso 4: Homem, 57 anos, com um quadro de início subido, febre alta, calafrio, náuseas, vômitos, disúria, hematúria, dor lombar. - Infecção do trato urinário alto ou pielonefrite. - A abordagem inicial desse paciente é internação, não se deve trata-lo apenas ambulatorialmente, por que além de ser um quadro grave, ele apresenta náusea e vômito, então não pode ser tratado com antibiótico oral. - Interna o paciente e deve-se colher hemograma completo, dosar ureia, creatinina, proteína c reativa, glicose. - Para estabelecer o diagnóstico etiológico desse paciente, com o intuito de identificar qual a bactéria que está causando a infecção precisar fazer a urinocultura e a hemocultura. Pois esse paciente é grave e existe uma alta chance dessa bactéria sair do foco urinário e se espalhar pelo sangue. Posso ainda solicitar EAS, hemograma, proteína reativa, ???. - Como o paciente está grave, há grande chance da infecção migrar para o sangue e ocorrer bacteremia. Na via endovenosa os antibióticos recomendados são: 1 - Ciprofloxaxino: possui excelente penetração no rim. Nesse paciente o que está causando esses sinais e sintomas é uma infecção no parênquima renal. A dose venosa é 400mg de 12/12 horas. 2 - Ceftriaxona (cefalosporina de 3ª geração): 1g de 12/12 horas ou 2g 1 vez ao dia. → Não se deve fazer sulfa, porque a taxa de resistência na população é alta. - Outra cefalosporina: Cefepime (4ª geração) - Outra penicilina: Piperacilina tazobactam é uma penicilina associada a beta lactamase. - Se esse paciente está com a pressão de 80x60mmHg, foi feita reposição do volume e foi para 90x60mmHg. Ele está acidótico e está com o lactato de 4. - Esse paciente tem critérios de sepse grave. A recomendação é que se faça um esquema bem pesado. Usa-se carbapenêmicos 3 - Imepenem 4 - Meropenem: 1g, 8/8h - A vantagem sobre os demais antibióticos, é que essa família pega gram negativo da família das enterobacterias que são resistentes as penicilinas, cefalosporinas e quinolonas. ESBL: são gram negativos que produzem beta lactamase de espectro estendido. - Então nas situações de sepse grave é usado o meropenem + vancomicina. A vancomicina é um antibiotico que mata gram positivos. → Os americanos fazem o uso de vancomicina porque tem um patógeno gram positivo na urina chamado Enterococo que faz infecção. - Dois dias depois veio o resultado da urinocultura acusando bacteria sensivel a meropenem, imepenem, criprofloxacino, gentamicina, amicacina. Essa bactéria só é resistente a ampicilina, amoxicilina com clavulanato e a sulfa. - Nesse momento já está no terceiro dia de tratamento. O doente não está mais vomitando, não está nauseado, não tem mais dor lombar, a febre está cedendo. A proteina C está caindo e não tem mais leucocitose. - Não existe carbapenêmicos orais, logo vai precisar mudar o antibiótico. - O doente já tem possibilidade de alta, então troca-se o antibiotico para ciprofloxacino oral (por isso, é tão importante a urinocultura e hemocultura). - Essa infecção urinaria alta (pielonefrite) é tratada por 10-14 dias. - Para avaliar alguma anomalia do trato urinário, alguma obstrução por cálculo, é realizado um ultrassom de rins e pelve. Imipenem e meropenem: pegam bacterias gram - resistentes à penicilina, cefalosporinas e quinolonas. Essas gram negativas são chamadas de ESBL (gram negativo produtor de beta lactamase). - Não tem meropenem oral. Harrison: meropenem + vancomicina em caso de sepse grave. - A vancomicina é um antibiótico que pega gram+. Quando fazer associação de antibiótico? - Quando está começando um tratamento empírico. Essa situação da sepse urinária grave, não sabemos se era um enterococo ou um gram negativo, então o ideal é associar. - Quando os mecanismos de ação do antibiótico são semelhantes, não deve fazer associação porque tem chances de acontecer um antagonismo. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce - Quando os mecanismos de ação são diferentes, por exemplo, beta lactmem que atua na parede bacteriana e aminoglicosídeo que atua na síntese proteica. Essa é uma situação sinérgica, fazendo um expectro bem amplo. Exemplo - O paciente fez uso por 3 dias de meropenem e é pra ser feito 14 dias totais de tratamento. - Faz-se uma receita por mais 11 dias de ciprofloxacino oral para completar o tratamento. - Uma pessoa que fez pielonefrite pode fazer uma recaída por ela não estar totalmente tratada, então ali vai ser a mesma bactéria da primeira. Ou pode fazer uma recidiva e fazer uma nova infecção por outra bactéria (pode ser uma E. coli, mas será uma nova bactéria e não a mesma que estava naquela pielonefrite) - Pessoa que faz pielonefrite de repetição, geralmente tem algum fator predisponente, como por exemplo uma obstrução por cálculo. → Tem uma síndrome chamada calculo coraliforme que é causada pelo Proteus. Ele faz uma pielonefrite e dentro do sistema pielocalicial ele faz cálculos. Isso é extremamente pré disponente para outras infecções. → Se um paciente teve uma infecção e usou ciprofloxacino há menos de 3 meses, faz uso de outro antibiótico de espectro mais amplo que o cipro. Abscesso Perimetrico: quando tem pielonefrite pode acontecer de formar em torno do rim ou dentro do rim um abscesso. Isso é chamado abscesso perimetrico. - Nessa situação, principalmente em pacientes diabéticos, isso pode evoluir com a produção de gás nesse tecido. Por isso é chamado de pielonefrite enfisematosa. - Frequentemente essa pielonefrite vai necessitar de nefrectomia, porque é muito grave e o antibiótico não dá conta de absorver esse abscesso. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Aula 03 - Infecção de Partes Moles.pdf Infecção de Partes Moles Temas: 1 - Furúnculo, carbúnculo, abscesso 2 - Celulite 3 - Erisipela 4 - Fasciíte necrotizante 5 - Gangrena gasosa 6 - Miosite 7 - Piomiosite tropical 8 - Mordeduras animais 1.0 - Furúnculo - Resulta da infecção de um folículo piloso - Nódulo subcutâneo com características inflamatórias (dor, rubor, calor) - Localizado em áreas de fricção, ex pescoço, virilha, axila, coxas, nádegas (quanto mais pela mais chance de ter) - Sintomas constitucionais ausentes - Pode haver celulite em torno (essa vermelhidão ao redor do furúnculo) - É uma doença localizada, não tem o acometimento sistêmico. Agente etiológico usual: S. aureus Fatores predisponentes: - Obesidade, uso de corticóide, dermatite atópica (alergia cutânea), diabetes, desnutrição, uso de drogas injetáveis Tratamento - Calor úmido local para lesões pequenas - Incisão e drenagem para lesões maiores - Antibióticos em: - Imunocomprometidos (incluindo diabéticos) - Naqueles com febre e sinais sistêmicos - Com celulite, linfagite, osteomielite ou bacteremia - Portadores de condições predisponentes para endocardite infecciosa (profilaxia) - No furúnculo não necessariamente se faz o uso de antibióticos, usa-se um anti-inflamatório para melhorar a dor. - Exacerbação do processo com uma localização|concentração do pus e drene espontaneamente - Pode-se fazer expressão do furúnculo com a técnica de rolamento de forma constante e gentil, deve evitar espremer o furúnculo todo porque pode ocasionar bacteremia Antimicrobianos Por via oral - Amoxicilina-clavulanato 500mg 8/8hr ou 875mg 2x/dia - 5 a 7 dias - Cefalexina (cefalosporina 1º geração) 500 mg 6/6 h - Cefuroxina 250-500mg 12/12r - Clindamicina 300mg 6/6hr (alergia) custo – diarreia - Outras alternativas no caso de alergia aos outros antibióticos seriam Sufametaxozol, Trimetoprima (S. aureus sensível até pro S. aureus resistente) Por via parenteral - Oxacilina 1 a 2g EV a cada 4 a 6 h - Cefazolina 1g EV 8/8hr (hipersensibilidade tardia a penicilina) - Clindamicina 600mg EV 8/8hr ou vancomicina (15mg/Kg) ou linezolida ou daptomicina (hipersensibilidade imediata a penicilina) → Melhor antibiótico para S. aureus: oxacilina (não há oral, só endovenoso) 1.1- Carbúnculo: - Furúnculos coalescentes que drenam por vários pontos - Maior probabilidade de sintomas constitucionais 1.2 - Abcessos Cutâneos: - Refletem a extensão de infecções superficiais da pele para camadas mais profundas - Usualmente S. aureus mais em região peri-retal, genital e oral microbiota mista (o local pode ajudar a definir o tratamento) - A diferença entre abcesso cutâneo e furúnculo é que o abcesso cutâneo não tem origem no folículo piloso, então ele pode acometer qualquer área da pele, é uma infecção mais profunda da pele subcutâneo. - Um furúnculo pode dar|formar um abcesso Tratamento - Abscessos peri-retais, genitais ou orais: cobrir S. aureus, Gram negativos e anaeróbios (microbiota mista) - Usar amoxicilina-clavulanato ou ampicilina sulbactam ou ticarcilina-clavulanato (EV) ou piperacilina-tazobactam (EV) Alérgicos: ciprofloxacino (Gram-negativo)e clindamicina (Gram-positivo e anaeróbios) MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia a clindamicina é uma lincosamina que atua impedindo a síntese proteica, mecanismo parecido com macrolídeos. a clindamicina é bacteriostática e age contra gram+ anaeróbias e aerobias. MaraFlávia a cefazolina é uma cefalosporina de 1 geração MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia oxaciclina é uma penicilina resistente a penicilinase MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia o sulfametaxozol é uma sulfonamida, age competindo com o PABA. o sulfametaxozol + trimetropim =bactrin MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia cefalosporina de 2 geração age sobre gram + e gram - MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia a vancomicina é um glicopeptídeo, impede a síntese da PC de gram + a linezolida é uma oxazoldinona , é bacteriostática e atua na sintese de ptn , contra gram + MaraFlávia MRSA comunitário (S.aureus resistente) - Prevalência crescente nos EUA - Quadros clínicos mais frequentes de infecção de partes moles e pneumonia - Também em nosso meio vem aumentando a incidência Epidemiologia: Crianças, Atletas, Militares Tratamento: Via Oral: Clindomicina ou sufametaxozol ou doxaciclina Via Parenteral: (paciente grave|internado) EV - Vancomicina ou linezulida ou dactomicina ** gente não sei se é esse o nome, não entendi direito! Furunculose de repetição: Tratamento: - Amoxicilina – clavulanato + rifanpicina por 7 dias + banho o que se faz é: associação de dois antibióticos (amoxilina clavulanato com rinfampicina), durante uma semana e também se recomenda o indivíduo que ele tome banhos durante uma semana com clorexidina (antisséptico comum) e que também use pomada com antibiótico que se chama mupirocina (bactrobam- nome comercial), com objetivo de eliminar os casos de colonização da pele e das narinas. - A prescrição da pomada é de 3 vezes ao dia e a quantidade é de “um caroço de ervilha”(nas narinas). Ela é feita na narina anterior não necessitando de ser empurrada. Existem outras pomadas tópicas como neomiscina, bacitracina, entre outra 2 - Celulite - Infecção aguda da pele caracterizada por dor, eritema, edema e calor, envolvendo a derme e o tecido subcutâneo - Usualmente afeta extremidades - Associada a febre, calafrios e mialgia - Usualmente causada por microbiota colonizadora da pele: estreptococos B - hemoliticos, estafilococos aureus, porém há outros grupos que também podem causar celulite - História da doença importante - se a pessoa é diabética, alcoólatra, HIV positivo Fisiopatologia: quebras da integridade da epiderme com cortes, perfurações, incisões cirúrgicas, queimaduras, mordeduras, picadas de inseto, cateteres intravasculares, úlceras crônicas, macerações entre os dedos dos pés, unhas mal cuidadas → Celulite em face: mesmo que não haja sinais de sepse grave, mesmo se a pessoa esta se sentindo bem é uma condição potencialmente muito grave e é de recomendação que o paciente seja internado para tratamento endovenoso. Celulite: S. aureus - Usualmente há uma porta de entrada como um furúnculo, um abscesso, foliculite, catéter - Portadores crônicos de S. aureus com maior predisposição (ex usuários de drogas, diabéticos, pacientes com insuficiência renal crônica) Celulite de MIE Celulite de Membro Inferior Celulite: Estreptococos - muitas vezes é mais agressivo que por Stafilococos - S.agalactiae (grupo B): associado a diabéticos, idosos,cirróticos, neoplasia, úlceras de decúbito, HIV positivos - S. pyogenes ( hemolítico do grupo A) outros: grupo C e G - Processo mais rápido, difuso, frequentemente com linfangite e febre alta com calafrios (para diagnostico etiológico recomenda-se hemocultura) - Porta de entrada nem sempre óbvia em MMII, face, MMSS Celulite: Outros Haemophilus influenza: celulite periorbitária em crianças com sinusite, otite, epiglotite Pasteurella multocida: mordedura de gato Capnocytophaga canimorsus: mordedura por cão - Usualmente microbiota mista P.aeruginosa: MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia - Foliculite de águas quentes (hot-tub) - Ectima gangrenoso em neutropênicos - Celulite pós injúria penetrante P. aeruginosa e outros GN: mais comuns em pacientes imunodeprimidos e hospitalizados Aeromonas hydrophila: celulite agressiva em tecidos com lacerações em águas doces naturais Erysipelothrix rhusiopathiae: peixes, suínos Mycobacterium marinum: celulite ou granulomas em pele exposta a água de aquário ou piscinas Diagnostico etilogico - Dados epidemiologicos muito importantes (para os diversos tipos causadores de celulites) - Com secreção, aspirar para Gram e cultura positiva - Positividade baixa (<20%) - Swab nasal para S aureus (se a pessoa esta colonizada por S aureus mais de 90% de chance dela ter S aureus na narina anterior) - Hemocultura Tratamento: - Oxacilina EV, cefazolina EV, amoxicilina/ácido clavulanico, cefalexina 3 - Erisipela - Caracteristicamente causada pelo S. pyogenes - Início súbito de edema e eritema em face ou extremidades, com margens nítidas, enduradas, elevadas, progressão rápida, dor intensa (comprometimento sistêmico e bem agressivo) - Descamação ocorre 5 a 10 dias após - A diferença basicamente entre erisipela e celulite é que erisipela é caracterizada por bordas elevadas e bem definidas por ser mais superficial, além disso depois da vermelhidão da pele, ela descama Erisipela de face - Eripela pode evoluir para uma Erisipela bolhosa que é uma forma mais grave que leva a destruição da pele chegando ate a fáscia (tecido conjuntivo que envolve os grupamentos musculares), que chama a Fasciíte Necrotizante Tratamento: penicilina G cristalina (EV), cefazolina ou cefalotina (EV), ceftriaxona, amoxicilina 4 - Fasciíte Necrotizante - Inflamação|infecção + necrose - São infecções caracterizadas por rápida e extensa destruição da pele, tecido subcutâneo, fáscia e músculo, com toxicidade sistêmica Dois tipos: Tipo I: infecção polimicrobiana causada por anaeróbios, GN aeróbios e GP como S.pyogenes e enterococos. Fatores predisponentes: cirurgia, diabetes, e doença vascular periférica Tipo II: infecção monomicrobiana causada por estreptococos, usualmente beta hemolíticos (A, B, C, G); predisposição: trauma fechado, varicela, cortes ou perfurações pequenas, cirurgia, uso de drogas EV, queimaduras, ... | uma forma de diferenciar é que os B – Hemolíticos não produzem gás - Na fasciíte necrotizante há necessidade de um tratamento cirúrgico para que se retire parte morta e se preserve parte viva. Clínica da Fasciíte Necrotizante - Início com celulite local com dor e febre, depois localização com edema duro e doloroso, progredindo a pele para cor violácea, com bolhas, e negra. Com a necrose de pele, e terminações nervosas, a dor é seguida de anestesia. Há toxicidade, sepse grave. Diagnóstico da Fascite Necrozante - Radiografias e tomografia computadorizada da região afetada: gás em subcutâneo - Gram e cultura do exudato ( aspirar ou realizar biópsia) - Hemoculturas - Hemograma, VHS, PCRT, CPK CPK: para avaliar a integridade muscular – uma vez que atinge a fascia pode haver comprometimento muscular também MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia ceftrixona é cefalosporina de 3 geração MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia Fasciíte Necrotizante da Região Genital (Síndrome de Fournier) Fasciíte necrotizante pelo Streptococcus pyogenes: - Freqüentemente há lesão cutânea pouco expressiva ou só trauma fechado - Pode haver inoculação direta da fáscia ou semeadura por bacteremia - 20-40% associado a miosite - Toxicidade acentuada, não há gás no subcutâneo - CIRURGIA é fundamental, além de antibióticos Tratamento: - Clindamicina + penicilina EV ou ceftriaxona, etc. FUNDAMENTAL A ABORDAGEM CIRÚRGICA E TERAPIA DE SUPORTE 5 - Gangrena Gasosa - Origem em feridas traumáticas penetrantes, com má irrigação tecidual e contaminação por solo - Pode recorrer anos depois - Pode ser não traumática em pacientes com neoplasia, neutropenia, diverticulose ou radioterapia afetando intestino Etiologia: Clostridium perfringens, C. septicum, C. histolyticum – anaeróbios Tratamento: - Clindamicina + penicilina EV ou ceftriaxona, etc. FUNDAMENTAL A ABORDAGEM CIRÚRGICA E TERAPIA DE SUPORTE 6 - Miosite - Mialgia intensa - Acometimento muscular - Associada a 50 % de FN, cursa com aumento de CPK por rabdomiólise e possível insuficiencia renal Viral: gripe, dengue, coxsackie B Parasitária: Trichinella spiralis, cisticercose, Toxoplasma gondii - O aumento da CPK tem importância não só diagnostica como também tem importância na conduta terapêutica porque vai haver necessidade de hidratar o paciente, porque a CPK sinaliza ruptura musculo e a mioglobina que é uma das proteínas do musculo é muito nefrotóxica e não houver uma boa hidratação do paciente pode levar a uma insuficiência renal. 7 - Piomiosite Tropical - Sem porta de entrada, localizada em um grupamento muscular, ex. músculo íleo-psoas, quadríceps femoral - Relacionado a crianças desnutridas em regiões tropicais - Hoje, relacionada principalmente a adultos com HIV ou diabetes - Etiologia estafilocócica é o usual, principalmente o S aureus - Afeta grandes compartimentos musculares, o S aureus faz a bacteremia; semeia esses grupamentos musculares e faz um abcesso dentro do musculo e que muitas vezes não é obvio. Gera intensa dor muscular - Diagnostico pode ser por tomografia e ressonância ou ultrasson de partes moles - Nas infecções mistas graves pode fazer amoxicilina clavulanato, nos casos de erisipela|fasciite necrotizante se associa a clindamicina pois a uma evolução melhor pois clindamicina atua inibindo a síntese proteica 8 -Infecção por mordeduras - Muito frequente de ser visto - Mais comum: cão (80% de atendimentos) - 15 a 20 % dessas se infectam - Usualmente provocadas, frequentemente no cenário de apartar a briga entre dois cães - Mais comuns em homens e nos MMII - Se é uma lesãp muito extensa nãp sutura|fecha , deve abrir, ou seja, deixar aberto, lava com soro fisiológico, passa um antisséptico em torno e aproxima as bordas da lesão. - Se a mordedura é em face, em mão não se sutura, tem que chamar o cirurgião plástico para face ou o ortopedista para mão, porque pode deixa o paciente MaraFlávia Riscado MaraFlávia Riscado MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia nao cai na prova MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia MaraFlávia com uma cicatriz horrível ou com incapacidade funcional da mão Mordedura por Cão: - Início após 8 a 24 h com dor e celulite, com secreção purulenta às vezes de odor fétido - Se houver penetração em sinóvia ou osso, risco de infecção profunda - Mista: viridans, estafilococos, P. multocida, Eikenella corrodens, C. canimorsus, anaeróbios como Actinomyces, Prevotella, Fusobacterium e Porphyromonas - Usualmente localizada - Ocasionalmente efeitos sistêmicos incluindo bacteremia, meningite, endocardite, abscesso cerebral, especialmente em imunodeprimidos ( ex cirróticos, uso de corticóide, LES) ou com má drenagem linfática Mordedura por Gato: - Ocorre com menos frequencia que de cão, mulheres, MMSS - Infectam mais (50%) e têm mais chance de infectar osso - Também arranhaduras e lambeduras - Pasteurella multocida, outros (mista) - Evolução clínica de outra forma semelhante a do cão Mordedura Humana: - Autoinflingidas, no sexo, em violência doméstica, no hospital - Mais de 90% se infecta - Microbiota mista, se a fonte for paciente hospitalizado, mais enterobactérias - Em brigas com socos, o agressor pode ter lesão do tipo ‘punho fechado’, com ostemielite - Tem que chamar assistente social Outros riscos: hepatite B e HIV Mordeduras por outros animais: Aquáticos (ex jacarés, piranhas): - Aeromonas hydrophila Cobras: - Misto, inclusive P. aeruginosa Peixes, porcos domésticos (manipulação) - Erysipelothrix rhusiopathiae - Período de incubação de vários dias, com dor severa, edema, lesão arroxeada - Infreq sistêmico Diagnostico: - Gram e cultura do material; colher para anaeróbios se odor fétido, abscesso ou tecido desvitalizado presente - Se toxicidade sistêmica, hemoculturas, hemograma Radiografias se houver suspeita de acometimento de osso Abordagem da lesão - Controverso se fechar ou não - Muitos não fecham se infectado ou com esse potencial, lavando, desbridando e aproximando as bordas até resolução da infecção - Se pequenos e não infectados, podem cicatrizar por 2a intenção - Em face, usualmente se fecha após cuidados pela questão estética Conduta|tratamento História clínica: mordedura provocada ou não, quando humana, violência doméstica ou não - Alergias, outras doenças - Inspecionar a ferida, avaliar exudato, celulite, profundidade da lesão - Na mão, pedir a avaliação da cirurgia plástica Antibioticoterapia: - Ideal uma penicilina associada a inibidor de beta- lactamase: - Amoxicilina-ácido clavulânico - Ampicilina-sulbactam - Ticarcilina-ácido clavulânico Alergia: - Sulfametoxazol-trimetoprim ou ciprofloxacin com clindamicina - Tratamento por 7 dias Tempo de tratamento - Usual: 10 a 14 dias - Observar resposta clínica - Se lenta, rever a ferida - Considerar diagnósticos associados: osteomielite, artrite séptica, endocardite MaraFlávia Riscado MaraFlávia Riscado MaraFlávia Riscado MaraFlávia Riscado Endocardite Infecciosa.pdf Endocardite Infecciosa Definição - Endocardite infecciosa (EI) é uma infecção da superfície endotelial do coração. As valvas cardíacas são as estruturas mais comumente afetadas. No entanto, a infecção pode também ocorrer em um defeito septal, na cordoalha tendínea e no endocárdio mural. - Endocardite não é apenas uma inflamação, é uma infecção dessa camada do endotélio. Temos 4 valvas: Mitral e Aórtica do lado esquerdo, Tricúspide e pulmonar do lado direito. A valva pulmonar dificilmente é acometida. Eventualmente, poderemos ter infecção da mitral e aórtica (infecção mitroaortica). Podemos também afetar CIV, o endocárdio mural ou dispositivos. - Pode ter apresentação aguda ou subaguda. - Pode ocorrer em válvulas nativas ou protéticas. Se for em válvula protética, pode ser precoce ou tardia. - Pode ocorrer de ter infecção de mais de uma válvula. No nosso meio é mais comum ocorrer infecção de valva mitral e tricúspide, ou seja, infecção mitroaortico. Por que isso ocorre? A exposição mais frequente que nos temos no Brasil é a febre reumática que lesa com frequência valva mitral e aórtica. - Presença de bactérias, que são os patógenos mais frequentes (principalmente, Gram +) ou fungos (sendo Cândida o mais frequente). Esses patógenos ficam dentro da circulação sanguínea, infecção endovascular, é muito grave. Gravidade: causar destruição da válvula ou do que está ao redor; o que é, especialmente, grave quando essa lesão é em torno de v. mitral ou v. aórtica, válvulas que suportam grande pressão hemodinâmica; quando há uma lesão muito importante dessas válvulas, o coração esquerdo entra em insuficiência ventricular esquerda aguda, ou seja, todo o mecanismo de tolerância que o coração se adapta quando tem lesão mais crônica, ele não consegue ter quando faz endocardite aguda. Então, principalmente, a lesão de v. aórtica ou v. mitral leva a essa principal descompensação da endocardite, que é insuficiência cardíaca congestiva aguda, e, como não há como corrigir a disfunção com remédios, necessita-se troca da válvula por prótese valvar. ENDOCARDITE É UMA INFECÇÃO GRAVE, POTENCIALMENTE AGUDA E CIRÚRGICA. Exemplo em foto: Esse é um exemplo mostrando vegetações em valva mitral. Aqui abaixo temos o mm papilar e uma das complicações de endocardite é a lesão do mm papilar e ruptura de cordoalhas. Epidemiologia - A epidemiologia da EI vem mudando nos últimos anos graças ao aumento da longevidade, novos fatores predisponentes e aos casos nosocomiais. - A endocardite não é uma doença frequente, mas não podemos falar que é uma doença rara. Cada vez mais, a EI vem se tornando uma doença prevalente. Ela está associada aos cuidados na saúde. Por exemplo, quando colocamos um acesso venoso profundo, esse cateter fica próximo à valva tricúspide e ocasionalmente ele pode ser a porta de entrada para infecção da valva tricúspide. - Se formos analisar pesquisas mais recentes, 1 ou 2 em 5 casos de EI são causadas dentro de instalações hospitalares. Então, por não ser rara, temos que pensar sempre nela como diagnóstico diferencial. - Os homens são mais acometidos que as mulheres nas valvas nativas. Não há diferença entre os sexos na valva protética. - Rara em crianças: Se ela não for cardiopata, não tiver feito uso de cateter e se ela não tiver adquirido Febre reumática. - Idosos frequentemente fazem mais endocardite que os jovens, exceto se o jovem fizer parte do grupo de risco especial. Porém, isso é característico fora do Brasil. No Brasil, há muitos jovens com endocardite infecciosa por conta da febre reumática. A febre reumática acomete crianças pré escolares, escolares e adolescentes. Desse modo, isso causa uma comorbidade da valva muito precoce. Assim, elas ficam mais suscetíveis. - Para piorar a incidência de FR é maior entre crianças mais desfavorecidas que geralmente tem uma saúde oral precária devido ao não cuidado e a não limpeza adequada. No Brasil, a média é de 45anos; EUA, a média é de 65anos. - Bacteremia de origem dentária com escovação, pelo mau estado dos dentes ou por manipulação dentária profissional. Lembrando que sempre os dentistas foram culpados pelas endocardites, mas apenas 15 a 20% das endocardites pelo grupo viridans foram precedidos de procedimentos odontológicos. O maior vilão é a má higiene oral/má saúde oral. Tanto é assim que cada vez menos fazemos profilaxia em p. odontológicos. - 50% dos casos de Endocardite por Enterococos foram precedidas de manipulação do TGU (esterectomia, por exemplo) - Foco distante prévio para S. aureus: perg se teve infecção de pele, funrunclo, picadede mosquito. Mas nem sempre iremos achar esse foco distante. - Válvulas com deformidades que podem ser cicatrizes da febre reumática, - Fluxo sanguíneo turbulento por uma má formação, comunicação interventricular são fatores predisponentes de endocardite, pp/, por facilitar a bacteremia. - Além disso, temos outras lesões, como: - Sequelas de FR: Principal no Brasil. - Válvula aórtica bicúspide: Predomina nos homens. Normalmente, a valva aórtica tem 3 cúspides/folhetos. Nesse caso, só tem 2 folhetos. Assim, ela não funciona do jeito certo. Então, ela evolui com regurgitação ou estenose à medida que as pessoas envelhecem. Mais importante de lesão predisponente. Pq? Porque ela é assintomática. - PVM com regurgitação - Doença calcifica do idoso e outras lesões congênitas. - Prolapso de valva mitral: Fator predisponente mais comum em países desenvolvidos. Os fatores de riscos incluem presença de regurgitação mitral e espessamento dos folhetos da valva mitral. - Cardiopatias congênitas - D. Cardíaca Degenerativa - Além de lesões intrínsecas do coração, temos os fatores de risco extracardíacos: Uso de drogas injetáveis, uso de cateteres vasculares, má higiene dentária, hemodiálise e fístulas arteriovenosas (Comunicação artificial entre as artérias e veias. Muito comum em pessoas que fazem hemodiálise. Pq ? Para aumentar o fluxo de sangue nas veias, facilitando o acesso venoso periférico). Apresentação Clínica - Patógenos - A apresentação clinica varia de acordo com o patógeno, principalmente, bactéria Gram ou fungos, mais frequentemente, a Candida (vegetação de fungo costuma ser muito grande, característica de fungo). - Desse modo, classificamos a EI em: - Aguda - Subaguda - Lembrando que nós estamos falando de valva nativa. A Classificação em valva protética ocorre de modo diferente. Aguda - Classificamos como aguda até 4 semanas. Normalmente, o paciente leva poucos dias para procurar ajuda, pp/, quando é por S. aureus. Mas esse tempo pode ser um pouco maior. Por isso, o ponto de corte dói de 4 semanas. - S. aureus é um patógeno agressivo e acarreta, pp/, em apresentação aguda. Ele se comporta como uma sepse estafilococica: febre alta, calafrio, mal estar, hipotensão, petequias. Laboratorialmente, temos leucocitose, PCR elevada. Raramente, em endocardite estafilococcica, o doente fica muito tempo sem ir ao médico. - Na endocardite aguda nossa estrela máxima é o S. aureus. Lembrando sempre que o S. aureus pode ser resistente ou sensível a oxacilina. Se estivermos dentro de um cenário hospitalar, a chance dele ser resistente a oxacilina é maior ainda. Organismos mais frequentes na Endocardite Aguda: São frequentemente de Gram + - S. Aureus - Estreptococos do grupo B: Não tão frequente quando o S. Aureus, mas ocorre com certa frequência. Eles são os galactiae - Estafilococos Coagulase Negativo - Enterococo: Gram + de urina que ocasionalmente pode causar EI (tanto aguda quanto subaguda) Subaguda - A endocardite subaguda tem que fazer DD com febre arrastado (FOI). - O clássico dessa apresentação são os Estreptococos da cavidade oral que são os Estreptococos viridans. Por que os Viridans são mais frequentes? Por 2 motivos? 1 - Todo dia nos fazemos bacteremia por viridans, a gente come um bife mais escuro e mastiga; se a gente não tem cuidado com a cavidade oral; então bacteremia por viridans é um fenômeno diário em praticamente todas as pessoas. 2 - Esses estreptococos viridans tem uma capacidade intrínseca de adesão ao endotélio. O que as pessoas sentem? - Muitas pessoas não conseguem caracterizar quando foi o início. Mas no início temos um quadro de febre diária, vespertina, associada à sudorese noturna, emagrecimento, anemia N/N (característico de doença crônica). Isso ocorre durante semanas, meses. - Essa apresentação subaguda é frequente no Brasil, embora nossa epidemiologia esteja quase meio a meio. 35% S. aureus, 40% viridans e 25% outros (e vamos analisar se é subaguda ou aguda). Organismos mais frequentes na Endocardite Subaguda: - Estreptococos do grupo viridans - Coxiela Burnetti***: Contato com mamíferos de fazenda, gatos ou até alimentos produzidos por esses mamíferos que não tiveram um controle de qualidade tão adequado. - Bartonella Henselae,Bartonella Quintana***: - Ambas são atípicas, ou seja, não tem parede celular. Não crescem em meios de cultura. São zoonoses. Esta muito relacionada com o gato. Ele transmite essa doença por meio da arranhadura ou por simplesmente convivência com o gato (pulga pica o gato e dps essa pulga pica o homem). A doença pela arranhadura do gado é esse mesmo patógeno. HACEK: São Gram – de cav oral. Um grupo de bactérias que crescem em meios comuns, mas, às vezes, levam um tempinho para crescer (3 a 5 dias; diferente das outras que demoram horas para crescer). Eles são clássicos, mas não são frequentes. Ocorre de 3 a 5% dos casos. Identificou que é HACEK se não pensou em endocardite, tem que pensar a partir de agora. S. bovis: Hoje em dia, esse estreptococo já mudou de nome, chamamos de galolitico. Ele ta relacionado com doença do TGI essencialmente. Então, toda vez que nós temos uma bacteremia e nos isolamos o s.bovis no sangue, temos que pensar que essa pessoa pode ter uma doença no TGI benigna (diverticulite: divertículos que inflamam e podem fazer bacteremia; pólipos podem fazer bacteremia tb) ou maligna (adenocarcinoma de colón). O bovis é do grupo do viridans, mas ele não coloniza a cavidade oral e sim o TGI. Estafilococo coagulase negativo: Pode estar relacionada com a E. Aguda ou E. Subaguda e são responsáveis por 10% dos casos. Enterococo: Acomete homens mais velhos com grandes próstatas. Tem preferência pelo trato urinário. Pode fazer um bacteremia de origem urinaria e evoluir com cultura na valva. *** Nesses dois patógenos, o diagnóstico não é feito por hemocultura, mas sim por sorologia. Sorologia para Coxiella é um critério maior para endocardite (após a modificação dos critérios de Duke). A Bartonela ainda não ganhou esse status. - Foram notificados 700 casos de endocardite por Gram – que davam negativos na hemocultura. Desse total, 35% era por Coxiela , 14% era por Bartonella. Entáo, nesse caso, em que há suspeita de endocardite, faz-se um exame de imagem e nota-se uma vegetação na valva, o individuo faz uma sorologia. (No RJ: Fiocruz). Desse modo, quando a hemocultura der negativa, precisamos nos certificar de uso prévio de ATB, presença de fungo, coxiela e bartonella. - Até agora estávamos classificando as apresentações de valva nativa. As apresentações na valva protética ocorrem de forma diferente. Nesse caso, dividimos em (A) Precoce e (B) Tardia. No caso das próteses, o maior risco que nós temos é no primeiro ano da cirurgia. Em especialmente, os primeiros meses, que algumas pessoas até chamam de E. precoce precoce. Mas, nós sabemos que as manifestações são mais recorrentes nos primeiros 2 a 3 meses. Precoce: - Até o primeiro ano que faz a troca valvar ainda podemos ter infecções de causas hospitalares. - Os principais patógenos que acometem as valvas protéticas no primeiro ano são: - Estafilococo coagulase negativa, - S. aureus - Gram –. Tardia - Depois desse período, temos a Endocardite tardia de prótese. Nesse caso, os patógenos são semelhantes aos de valvas nativas. → Documento da Sociedade de Cardiologia Europeia/2009: - Primeiro, eles dividem se é Endocardite em valvas nativas do lado D ou do lado E. Isso é muito importante, pois a manifestação clínica será diferente. - Além disso, podemos ter Endocardite em valvas protéticas. A maioria ocorre do lado E. Por que? Nós não trocamos com muita frequência valva tricúspide. A gente consegue viver sem a valva tricúspide, mas a gente não consegue viver sem a valva mitral e a valva aórtica. São elas que levam, na maioria das vezes, a indicação cirúrgica. - E o que nos temos mais frequentemente do lado D? Os dispositivos que são os marcapassos. - Então, eles dividem assim: - Nativo: Lado E e Lado D - Prótese: Lado E e lado D - associado a dispositivos. - Eles dividem também quanto à forma de aquisição: Pode ser não nosocomial ou nosocomial ou áreas de saúde (diálise, ...) Achados Clínicos Achados Clínicos a endocardite Achados Frequência (%) Febre 80-90 Calafrios e sudorese 40-75 Anorexia, fraqueza e perda de peso 25-50 Mialgias e artralgias 15-30 Dor lombar 7-15 Sopro cardíaco 80-85 Novo sopro ou piora sopro existente 10-40 Embolia arterial 20-50 Esplenomegalia 15-50 Baqueteamento digital 10-20 Manifestações neurológicas 20-40 Petéquias 10-40 Manifestações periféricas (nódulos de Osler, manchas de Roth, manchas de Janeway, hemorragias subungueais) 2-15 - O paciente não chega à emergência com um quadro que a primeira hipótese é endocardite. Na maioria das vezes, ele chega com um quadro semelhante de sepse e não encontramos o foco. E ao exame físico tem sopro, olha bem a pele detectou fenômeno embólico. Temos uma suspeita de endocardite. Tríade de Osler: - Febre - Sopro - Fenômenos embólicos. - Por que a EI é tão grave? Grandes chances de lesar as válvulas. Então, quando a endocardite acomete as valvas mitral e aórtica, é mais grave ainda, porque essas valvas suportam uma grande pressão e grande fluxo. Isso pode evoluir para uma insuficiência ventricular E aguda. Então, todos aqueles mecanismos que o coração faz quando ele entra em insuficiência, nesse caso, ele não tem, porque é aguda. Então, uma das maiores complicações é a ICC aguda. E com isso, não há captopril, enalapril que tenha efeito. O que precisa ser feito? Troca valvar por uma prótese. 40 a 60% das pessoas com endocardite precisam de troca valva, ou seja, evoluem com cirurgia. Isso é uma questão muito importante. Diagnóstico Como fazer o diagnóstico? - Paciente com febre e presença de sopro. - Normalmente, esse sopro é de regurgitação. Esse sopro é sistólico. Nesse caso, o sopro tende a ser pansistólico, melhor audível no foco mitral e, muitas vezes, com irradiação até o dorso. - O paciente na insuficiência mitral pode ter uma B3. - Já na insuficiência aórtica, o sopro é diastólico. Esse sopro é melhor audível na base. Esse sopro é de difícil ausculta, mas podemos detectar sinais que nos alertem para IA. - O sopro pulmonar não iremos nem falar, porque dificilmente é detectado. Evolução para diagnosticar... - O sopro é caracterizado muito importante quando ele é um sopro de regurgitação agudo. Isso se torna um critério maior na endocardite. - Por que isso ocorre? Porque, às vezes, a pessoa já tem uma valva doente e já tem um sopro. Desse modo, ter sopro não é uma novidade no quadro clínico daquela pessoa. - Então, um indivíduo que tem um quadro febril sem sugerir outro foco infeccioso, tem sopro de regurgitação ”novo” (agudo) a ausculta e detectamos o fenômeno embólico. Isso é muito característico de Endocardite Infecciosa. Fenômenos embólicos e suas clínicas ... - A vegetação/aglomerado que esta na valva oscila de frente para trás. Desse modo, há grandes chances de desprendimento. Se essa vegetação estiver na valva mitral, ela segue para circulação sistêmica. Entao, esse êmbolo infeccioso poderá chegar ao cérebro , fazendo fenômenos parecidos com a meningite,como crises convulsivas, cefaleias, hemiparesias. - Pode parar também no fígado, baço e rim. No rim, na maioria das vezes, vamos detectar por imagem, mas podemos detectar hematúrias por conta dessa embolização em um simples EAS. Pode parar também na pele. E elas são reconhecidas na pele como petequias, púrpuras, lesão conjuntival, se eu obstruo uma artéria bem fina do dedo, pode ocorrer gangrena de um único dedo. - No exame, vamos procurar tb lesões subunguiais. Essas lesões lembram MT quando a gente se machuca. São lesões lineares e muitas vezes as pessoas não valorizam. Iremos buscar também lesões eritematosas em palma das mãos e pé. - Nas pontas dos dedos podemos ter nódulos de Osler (nódulo doloroso e eritematorio. Não se sabe a fisiopatologia) e manchas de Roth (vistas na fundoscopia). Lesões de Janeway (manchas papulosas nas palmas da mão e plantas do pé). - Paciente tem muita artralgia. - Esse êmbolo é um fragmento de plaquetas, fibrina e bactérias ou fungo. Então, apenas um fragmento pode se soltar ir para algum órgão e essa bactéria se multiplicar até formar um abscesso. Então, em casos de EI, pedimos tomografia do corpo inteiro com o objetivo de buscar abscessos. Em certos casos, esses abscessos não tem muita repercussão clínica. Se houver, abscesso em Baço, a conduta é cirúrgica. - O substrato fundamental para EI é a vegetação. - Nas vegetações que ocorrem do lado direito do coração, ou seja, na valva tricúspide, essa vegetação pode seguir para pulmão. Então, muitas vezes, essa pessoa apresenta um histórico de febre e um quadro que é rotulado como pneumonia. E de fato é uma pneumonia , mas o foco é extrapulmonar. O foco é na tricúspide. Essa pneumonia que afeta vários lobos, várias partes do pulmão, não raramente ela forma um abscesso, pp/, S. aureus tem mais chances de causar abscesso. - O que acontece muito é um caso que é diagnosticado com pneumonia, a pessoa realiza tratamento com o antibiótico, a pessoa melhora e quando acaba o período de ATB, a pessoa desenvolve o quadro todo de novo. Isso ocorre, porque enquanto faz uso de ATB, a pessoa elimina a bactéria do sangue e em boa parte do pulmão, mas o foco continua sendo na vala tricúspide. Manifestações laboratoriais são: Endocardite Aguda: Leucocitose, DNNE,... Endocardite Subaguda: Não tem leucocitose e nem DNNE, tem anemia n/n (caracterísca de doença crônica), VHS alto, PCR alto. - Mas é claro que a documentação da endocardite vem pela hemocultura. E é o que veremos a seguir nos critérios de Duke. Critérios de DUKE - Critérios muito importantes para diagnóstico: Hemocultura e Ecocardiograma. - Nós temos critérios maiores e critérios menores. - Esses critérios foram sistematizados em 1994 e ficaram conhecidos como critérios de Duke. Esses critérios conseguem fazer, segundo estudos, 80% dos diagnósticos. - Esses critérios fazem com que nós dividíssemos o diagnóstico em: Endocardite definida: Presença de 2 critérios maior; ou 1 maior e 3 menores ; ou 5 menores Possível endocardite: Nem definida nem rejeitada. Ocorre quando os achados são compatíveis, mas não se encaixa na categoria acima. Rejeitada: Diagnostico alternativo ou resolução da síndrome espontânea ou com < 4 dias tto. Os critérios de Duke são divididos em: A - Critérios Maiores: Microbiológico e Ecocardiograma B - Critérios Menores A - Critérios Maiores de Duke: - Microbiológicos (2formas): 1 - Na hemocultura temos um patogenos típico para Endocardite. Pode ser o Estreptococos viridans, HACEK, S. aureus ou Enterococos faecalis, sem foco primário; OU 2 - Mas as vezes acontece de termos um patogeno que não é típico da endocardite. Então, como a gente colhe as hemoculturas? A gente colhe duas amostras; duas garrafinhas com 8 a 10ml em cada garrafa no momento 0, 1 horas depois a gente colhe outra e depois de 6 hrs mais uma. Vamos dizer que eu colhi 6 garrafinhas e em 4 cresceu Estafilococos coagulase negativa que é frequentemente um contaminante de epitélio. Por que eu acho que é? Porque ele cresceu na maioria das garrafinhas, então eu tenho uma bacteremia persistente por esse patogeno. - Ecocardiogramas: o clássico é vegetação (presença de massa intracardiaca oscilante).Pode haver regugitação valvar e envolta da valva pode ter um abscesso valvar. B - Critérios menores de Duke - Febre 38°C - Lesão cardíaca predisnentes (valvulopatia reumática, válvula aórtica biscupide,...) ou uso de drogas injetáveis - Grandes êmbolos arteriais, infartos pulmonares sépticos (não necessariamente infarto pulmonar; infarto de qualquer órgão), aneurisma micótico, hemorragia intracraniana,hemorragias subconjuntivais, lesões Janeway - GN, nódulos de Osler, manchas de Roth, FR+ - Eco menor: Mas na atualização/modificação de 2000 ele foi retirado. - Desde a publicação dos critérios de DUKE, houveram muitas críticas. Então, em 2000, houve algumas modificações e questionamentos. - Por que não incluir nos critérios menores coisas mais comuns do dia a dia da gente, como PCR, VHS, hematuria (não definida como glomerulonefrite, mas como sangue na urina), esplenomegalia de inicio recente e baqueteamento digital de inicio recente, qualquer cateter vascular e petequias (nos critérios de Duke, ele coloca os fenômenos muito clássicos e a gente sabe que na pratica não é bem assim). Essas modificações tentaram modernizar os critérios de Duke. Aumentando para 91% de sensibilidade para os critérios clínicos. - Depois disso, vários grupos já publicaram atualizações, como pro exemplo, Bloqueio AV total como critério maior, mais recentemente eles tem publicado sobre biologia molecular ser um critério maior. - Mas o que a gente usa são os Critérios de Duke Modificados que é tudo o que a gente falou antes mais: - Para critério maior: Bacteremia por S. aureus e Sorologia para Coxiella burnetti - Exclui critérios ecocargiografricos menor uma vez que deve-se usar o eco transesofagico. Resumo: Critérios Maiores Critérios Menores Microbiológico Febre 38°C Bacteremia por S. aureus Lesão cardíaca predisnentes (valvulopatia reumática, válvula aórtica biscupide,...) ou uso de drogas injetáveis Sorologia para Coxiella burnetti Grandes êmbolos arteriais, infartos pulmonares sépticos (não necessariamente infarto pulmonar; infarto de qualquer órgão), aneurisma micótico, hemorragia intracraniana,hemorragias subconjuntivais, lesões Janeway Ecocardiograma GN, nódulos de Osler, manchas de Roth, FR+ Critérios de DUKE modificados para Diagnóstico de Endocardite Infecciosa Critérios Maiores Microbiológicos 1 - Microrganismos típicos isolados e duas ou mais hemoculturas separadas: Streptococcus do grupo viridans, Streptococcus bovis, HACEK, Staphylococcus aureus ou bacteremia por enterococcus adquiridos na comunidade sem foco primário 2 - Hemoculturas persistentemente positivas, definidas pela repucperaão de um microrganismo consistente com EI de: - Duas hemoculturas por mais de doze horas, ou - Três ou a maioria de quatro ou mais emoculturas, com a primeira e a última separadas por mais de uma hora → Evidências de Envolvimento Endocárdico 1 - Eletrocardiograma mostrando A - Vegetação, ou B - Abscesso perivalvar, ou C - Nova deiscência parcial de prótese valvar 2 - Nova regurgitação valvar (piora de regurgitação preexistente não é critério) Critérios Menores - Febre > 38°C - Lesão cardíaca predisponente ou uso de drogas injetáveis - Fenômenos vasculares, embolia séptica, infartos pulmonares, lesões de Janeway, hemorragias conjuntivais, aneurisma micótico ou sangramento intracraniano - Fenômenos imunológicos: presença de fator reumatoide, glomerulonefrite, nódulos de Osler ou manchas de Roth - Hemoculturas positivas, mas que não preenchem critério maior (não inclui germes que não causam endocardite e não inclui uma única cultura positiva para estafilococo coagulase-negativo) ou evidência sorológica de infecção ativa com organismo causador de EI Diagnóstico de Endocardite A – 2 critérios maiores, ou B – 1 critério maior e 3 menores C – 5 critérios menores → Indicação britânica - A definição dos britânicos é que se faça um Eco transtorácico. Mas se der negativo e você continua achando que é EI a recomendação é que você repita de 7 a 10 dias depois o eco transtoracico ou eco tranesofagico. - Qual a diferença entre eles? Ecotranstoracico tem o esterno e pulmao na frente. Eco transesofagico coloca-se o eco na ponta do endoscópio e a resolução é maior, porque só tem a parede o esôfago na frente, fazendo com que a resolução seja excelente (tem ganho de 15% de sensibilidade). - Outra recomendação muito importante é que todos os paciente que tenham bacteremia por S.aureus ou Cândida façam o Eco, mesmo que essa bacteremia seja por um furúnculo, abscesso, por exemplo. Mesmo assim, eles recomendam a realização do Eco, porque o S. aureus tem 25% de chances de semear o endocárdio. Indicação para cirurgia: IC, fenômenos embólicos recorrentes, persistência dos sinais infecciosos. Tratamento/ Evolução Evolução Agudas: Cobrir Estafilococos Oxacilina 2g. - Se o paciente estiver muito grave ou suspeita de MRSA ou se eu ainda não tiver hemocultura,,ou seja, não sei se o estafilo dele é sensível ou não a oxacilina : Vancomicina + Oxacilina Evolução subaguda: Cobrir viridans em mais jovens e cobrir enterococo em mais velhos. - Já vimos que a maior parte vai ser por viridans. Então, nosso tratamento para cobrir estreptococos viridans é: Ampicilina ou Penicilina Cristalina - Não usamos muito a Penicilina Cristalina, porque ela é muito flebotoxica, é de 4 em 4 horas e a tto de EI dura de 4-6semanas. Seria muito tempo de penicilina cristalina. - Além disso, nos paciente mais velhos, temos que cobrir também o enterococo. A penicilina não cobre muito bem o enterococo. Por isso, preferimos a ampicilina). - A gentamicina tem um papel cinético, fica mais curto o tempo de tratamento. Mas precisamos lembrar que o principal efeito adverso da gentamicina é nefrotoxicidade. Então, aquele doente que já tem um certo grau de disfunção renal, você pode não fazer a gentamicina. Mas, por exemplo, na hemocultura deu Estreptococos viridans. Nesse paciente com acometimento renal você pode dar apenas ampicilina. Mas agora se deu enterococo, tem que pensar direito se vai tirar gentamicina. Porque enterococo é chato de tratar. Como nós tratávamos Enterococo? Ampicilina + gentamicina juntos durante 6 semanas. Pela toxicidade, alguns grupos tentaram fazer por 2 ou 3 semanas. E eles descobriram que dava. Ampicilina + Gentamicina - Um grupo espanhol fez uma pesquisa em pacientes com IR e descobrir que: ampicilina + ceftriaxona. Tinha o mesmo efeito que ampicilina + gentamicina. Mas como se a ceftriaxona não pega enterococo? Tema de seminário. - Lembrando que isso é apenas uma escolha. Evolução Aguda Evolução Subaguda Oxacilina OU Oxacilina + Vancomicina Ampicilina + Gentamicina Exemplo Resumo de Toda Matéria : Caso 1: A.A., 22anos, portador de valvulopatia reumática, é acompanhado ambulatorialmente por causa da Febre reumática, ele tem a valva mitral e aórtica deficiente. Um dia vão trocas as valvas dele, mas enquanto isso ele faz uso de medicações para IC, como enalapril, Hidroclorotiazida, carvedilol. A última consulta tinha sido a 4 meses atrás. Ele vai uma consulta de rotina e fala que tem uma febre (febrizinha) de mais ou menos 4 semanas, que ta sem apetite. O paciente informa tomou um tylenol e ibuprofeno, pois achou que era gripe. Refere que sentiu melhora, mas que as vezes ainda tem febre. Ao exame físico, a médica não encontra nenhum dos sinais periféricos de embolia. Mas ela vê que às 16hrs da tarde o paciente ta com 38°C, ausculta SS FM, SD FA. Analisando o caso acima vocês acham que ele ta com uma gripe mal curada ou ele tem uma endocardite? - Existe a possibilidade desse paciente ter endocardite, porque ele tem uma predisposição importante e tem uma febre não esclarecida. - Esse é um paciente que ta no seu ambulatório, então você organiza um Ecocardiograma para ele. Além disso, o que mais ele precisa? Hemocultura. - Esse é o típico doente que vamos colher no momento: 0, 1hra e 6hrs depois. Então, vamos internar esse paciente para fazer investigação nele. Resultado do Ecocardiograma: Apresentou as lesões que ele já tinha, por conta da Febre reumática. Mas também apresentou 3 vegetações (8mm/6mm/5mm). - Isso é critério maior para diagnóstico. Nesse momento eu posso falar que ele tem EI definitiva? Não! Porque ele tem 1 critério maior e 2 menores (febre e predisposição). Cabe lembrar que o sopro não é importante, porque esse sopro não é novo. O sopro só entra quando ele é um sopro regugitante novo, se não ele é uma predisposição! Resultada da hemocultura (no dia seguinte): 5 de 6 amostras desenvolveram Estreptococos. Nesse momento, ele tem EI definitiva? Mesmo que você não saiba qual Estreptococos, 5 de 6 amostras crescendo já é persistência de bacteremia. Então, ele tem 2 critérios maiores, o que significa que ele tem diagnostico definitivo de Endocardite Infecciosa. Qual a diferença que isso faz? Faz toda a diferença, porque você vai virar para o doente e falar que ele vai ficar 4 semanas internado e vai começar com a antibioticoterapia venosa. → Mesmo caso, mas vamos mudar o resultado da Hemocultura: a hemocultura deram negativas. E agora? O que fazer? Você fica inseguro e vai lá de novo conversar com o doente. E você descobre que dos remédios que ele usou tinha um ATB. Ele diz que usou amoxicilina. - Nesse caso, o diagnostico dele é somente possível. - Vamos dizer que nós vamos operar esse sujeito, pois a endocardite afetou mais ainda as valvas dele. Agora temos que pesquisar fenômenos embólicos, mesmo que o paciente estiver assintomático!! - Vamos pedir uma tomografia de crânio, Tc de abdome. Muitas vezes temos fenômenos embólicos assintomáticos. Tomografia Computadorizada de Abdômen: é detectado 3 áreas de infarto esplênico. - Nesse momento, o paciente sai da endocardite possível e passa para endocardite definitivo. Por que? Ecocardiograma, febre e predisposição e fenômeno embólico (1maior e 3 menores). → Se ele tiver pequenos infartos, você pode aguardar. Mas se ele tiver grandes infartos ou abscessos, faz esplenectomia (total, até porque não existe parcial. O baço é um saco de sangue. Não existe cirurgia conservadora do baço). Tomografia Computadorizada de Crânio: detecta infarto cerebral. - O que fazemos? Temos que pesquisar esse infarto cerebral fazendo arteriografia e vê em que segmento a gente tem aneurisma micótico. Lembrando que aneurisma micótico não tem nada a ver com fungo. Isso ocorre por um desprendimento de uma parcela da vegetação que parou ali no vaso, há proliferação das bactérias enfraquecendo a parede do vaso. O que precisamos fazer antes da cirurgia de troca valvar? Precisamos limpar o aneurisma. Isso pode ser feito de uma maneira não invasiva por meio de um cateter que chega lá e injeta uma substancia p limpar. Se nós não fizermos isso, o que pode acontecer? O aneurisma pode crescer, crescer e rompe, evoluindo para uma hemorragia IC. Isso pode ocorrer no momento da internação ou meses e até anos depois. Por isso, é fundamental fazer a TC antes. - Além disso, a TC é fundamental porque no caso do baço , se ele não for retirado, não vai adiantar, porque o foco ainda vai esta dentro do corpo do sujeito. No caso do aneurisma, é fundamental fazer o processo de limpeza, porque durante a cirurgia de troca valvar a circulação é extracorpórea. Então, o paciente vai uso de muito anticoagulantes e o paciente pode fazer uma hemorragia IC durante a cirurgia. Aula 03 - Meningite.pdf Meningite aguda - Existem vários tipos de meningite; viral, bacteriana, meningite por leptospira, meningite por estrongiloides, meningite por protozoários, meningite por ameba, meningite fungica, meningite pelo bacilo de coque. Porém a meningite abordada nessa aula será meningite aguda - A meningite bacteriana aguda é causada principalmente por dois patógenos, que são: Pneumococo e Meningococo. Definição: - Infecção purulenta bacteriana aguda das meninges (espaço subaracnóideo) e do córtex subjacente, levando a quadro sistêmico febril e a sinais e sintomas clínicos de meningoencefalite ( reação inflamatória do SNC, que resulta em diminuição da consciência, crise epilépticas, hipertensão intracraniana e AVE ). Meninge: camada fina de conjuntivo que recobre o sistema nervoso central, o encéfalo e também a medula espinhal. - Essa inflamação da meninge leva uma inflamação do córtex subjacente, sendo dessa forma mais correto usar o termo “meningoencefalite”. - As manifestações clinicas se devem a presença de exudato purulento (a presença de bactérias faz um infiltrado polimorfonucleares que gera pus). Quadro clínico de instalação rápida, caracterizando- se por: a) Síndrome infecciosa aguda: febre alta, sepse, prostração; b) Síndrome de hipertensão intracraniana: cefaléia holocraniana, vômitos em jato, edema de papila; c) Síndrome meningo-radicular: face à irritação das raízes no espaço subaracnóideo, há contratura da musculatura cervical posterior, com rigidez de nuca e da musculatura dorsal - A meninge acompanha a medula espinhal e a presença de material purulento faz uma irritação das raízes nesse espaço e com isso tem-se manifestação de contratura muscular involuntária ao longo da musculatura, que vai desde a nuca a toda musculatura paravertebral. Sinais de Kernig: decúbito dorsal, coxa e joelho fletido, quando meníngea irritada ao tentar estender o joelho tem dor Sinal de Brudzinski: decúbito dorsal, sendo positivo quando a flexão passiva do pescoço resulta em flexão espontânea dos quadris e joelho) são clássicos da irritação meníngea. - Como o sistema nervoso central (principalmente de um adulto) está em um espaço limitado (caixa craniana), a presença dessa inflamação, do edema, leva a compressão de estruturas nervosas, levando a uma síndrome chamada síndrome de hipertensão intracraniana. Notificação compulsória: - Todas as meningites são de notificação compulsória, à simples suspeita. - Devem ser registrados no Sinan (Sistema Nacional de Agravos Notificáveis). Caso suspeito de meningite: - Paciente com quadro de febre alta, de início súbito - Vômito, sem foco de infecção aparente, acompanhado de cefaléia intensa, rigidez de nuca, sonolência, torpor, irritação, diminuição da sucção em lactentes, abaulamento de fontanela e convulsões. - A rigidez de nuca pode ocorrer mais tardiamente ou até mesmo não ocorrer, como nos casos de crianças menores que 2 anos ou em adultos maiores que 65 anos. O que deixa de apresentar a tríade clássica: febre cefaleia e rigidez de nuca. - Rigidez de nuca não é um sintoma e sim um sinal. É avaliado ao fazer a flexão da cabeça sobre o tronco. - A rigidez de nuca terminal é devido à idade, podendo estar associada a artrose (por exemplo, o que diminuiria a mobilidade cervical). Não precisa estar associada a meningite, porem pode estar. Sendo ela uma rigidez somente terminal sua graduação é 1 cruzes em 4 (+/++++). Maneiras da graduação: - O paciente deve se encontrar deitado. - Se essa rigidez (dor referida pelo paciente) for logo ao início do movimento – (+++/++++) ou (4+/4+). - Se o paciente consegue fletir a cabeça sobre o tronco mais um pouco (2+/4+) - Se o paciente não consegue encostar o queixo no tronco (1+/4+)- rigidez terminal de nuca. Considerando adultos e crianças: São três as bactérias responsáveis por mais de 90% das meningites com agente etiológico definido: - Neisseria meningitidis(meningococo), - Haemophilus influenzae tipo b (Hib) - Streptococcus pneumoniae(pneumococo) Por faixa etária: Dos 3 aos 10 anos: predomina Neisseria meningitidis (meningococo). Em períodos endêmicos, cerca de 15 -20% da população alberga este agente; segue-se Streptococcus pneumoniae (estando em um estado de portador, não necessariamente com a doença); Após os 10 anos e na idade adulta: predomina Streptococcus pneumoniae (pneumococo); em geral, está associado a um foco infeccioso (pneumonia lobar ou otite média ou fraturas de crânio). Segue- se Neisseria meningitidis, Listeria monocytogenes. Meningite por H.influenzae b: - Diminuição drástica no número de casos após introdução de vacinação no calendário básico infantil, em setembro de 1999 no Brasil Etiologia Incidência Letalidade Streptococcus pneumoniae 30-50% 19-26% Neisseria meningitidis 10-35% 10-13% Haemophilus influenzae 1-3% 3-6% Bastonetes gram negativos 1-10% 36% Listeria monocytogenes 2-5% 22% Meningo: afeta criança ou adulto jovem, que são pessoas saudáveis. Ele tem um aspecto epidêmico, pois mata pessoas que não deveriam morrer. Pneumo: afeta adulto de media idade ou de mais idade(idosos) e que frequentemente tem algumas comorbidades (diabéticos, alcoolatras). Ele não é epidêmico, não necessitando de envolver toda a família na terapia. E não evolui em surtos. Haemophillus: tem uma causa bastante impostante de meningite, especialmente na criança, mas a incidência caiu muito com a introdução da vacina (vacinação para haemophilus influenza sorotipo B). Bastonetes Gram-negativos: principalmente na família das enterobacterias(pseudômonas aeruginosas, acinetobacter...).Estão mais no contexto de pessoas que já tenham alguma doença ou foram hospitalizadas e tiveram algum procedimento cirúrgico., sofreram algum traumatismo craniano (sendo assim, um contexto mais especifico). Listeria é um bastonete Gram-positivo: Possui uma letalidade muito alta. Esta principalmente associada a diabéticos e transplantados (pessoa com algum grau de imunodepressão.) Anterior a 1910: uma pessoa com meningite meningocócica, tinha 75% de chance de morrer, por pneumococcica tinha praticamente 100% de chance de morrer. Em 1900 não se havia ainda nenhum tratamento especifico para meningite. Depois dos anos 20/30: começou-se a usar para tratar esses pacientes o anti-soro, ou seja, pessoas que morreram com meningite pneumococcica tinham seu soro colhido e armazenado. Ao chegar o próximo paciente o qual também tenha contraído a meningite pneumococcica, era injetado o soro do paciente que morreu. Isso é uma terapia passiva muito simples, que consistia em pegar os anticorpos e aplicar em um paciente que acabou de contrair a doença. Nessa época com esse tratamento com o anti-soro, já é possível observar melhora. - Porém o tratamento moderno, a antibioticoterapia, começa com as sulfas na década de 30/40 o qual é possível observar uma curva na queda de mortalidade. Que cai ainda mais com o uso do clorafenicol e depois com a penicilina em alta dose. De 80 em diante: já está na era atual, o qual se usa cefalosporina de terceira geração. E a letalidade se mantem, a partir daí, em paralelo. Isso reflete que uma cascata inflamatória é desencadeada nesses pacientes dentro do cérebro, não bastando apenas matar a bactéria, mas também é preciso algum grau de imunomodulação, diminuir a lesão inflamatória que é gerada pelo meningo para melhorar a evolução dessas pessoas. Eventualmente foi feito um estudo em vários lugares do mundo o qual mostrou que o uso de corticoide em meningite pneumocócica diminui a mortalidade. O corticoide deve ser começado junto com o antibiótico ou até mesmo um pouco antes. - O Pneumococo faz muita vasculite no sistema nervoso central e com isso ele faz área de infarto, área de lesão da audição, o corticoide entra para diminuir essa resposta inflamatória. - Tal evidencia não está mostrada para o meningo. - O penumococo permite que a pessoa fique em casa, por cerca de 7/10 dias. Esse cenário que se colhe a hemocultura e mandar ceftriaxona, e associar dextametasona(corticoide). Dexametasona: 4mg de 6 em 6 horas por 4 dias (conferir mg) Etiopatogenia: - Portas de entrada Por contiguidade: a partir de estruturas próximas, geralmente otites médias, mastoidites ou sinusites; (pneumo) – conferir se é só pneumo Por via hematogênica: (meningococo, pneumococo, S.aureus (foco princ. coração), Gram negativos) atingem o Sistema Nervoso Central (SNC) . Seios da face: - Seio frontal - Seio maxilar - Seios etmoidais (atrás do nariz) - Seio esfenoidal (atrás do etmoidal) - A porta de entrada do meningo é a faringe, onde faz adesão, entra na corrente sanguínea. - O pneumo geralmente são os outros focos ou pulmão. Acesso direto: - Em fraturas de crânio; - Em crianças com defeitos congênitos de fechamento do tubo neural (espinha bifida, meningocele, meningomielocele, meningo-encefalocele); - Em infecções iatrogênicas, causadas por punções liquóricas com agulhas contaminadas ou sem assepsia. - Derivações liquóricas, uso de catéteres de derivação liquórica ventrículo-peritonial (hidrocefalia). Derivação: pessoas com hidrocefalia congênita ou adquirida, colocam um “tubo” dentro do quarto ventrículo que vai descendo no subcutâneo até o peritônio. Clínica: Febre > 38oC 97% Febre > 1 dia 12% Rigidez de nuca 82% Alteração do sensório - Confusão mental/letargia - Só resposta a dor - Sem resposta a dor 66% 45% 8% 11% - Alteração o sistema nervoso central = desde confusão, agitação, sonolência até crise convulsiva ou coma, sendo o grau de disfunção variável. - Usualmente o tempo de evolução da doença depende do hospedeiro. Febre, rigidez de nuca, alteração do sensório 51% Convulsões 10% Exantema 52% N=132, série Islandia, adultos Exantema: ajuda muito no diagnóstico da meningite meningocócica. Esse exantema pode ser petequial ou purpurico. Sinal de Brudzinski: quando é feito a extensão da nuca sobre o tórax, apenas com esse estimulo, é capaz de automaticamente por irritação da meninge haja uma retração de pernas (flexão de perna sobre coxa e coxa sobre quadril). Sinal de Kernig: quando se coloca o joelho com flexão sobre o quadril e se tenta estender a perna e ao realiza-lo o paciente refere dor. - Essas técnicas não são especificas e nem sensíveis para meningite, podendo aparecer em outros processos da medula espinhal. Doença Meningocócica: - Causada pela Neisseria meningitidis (meningococo), de ocorrência mundial, com variações sazonais e potencial epidêmico significativo. - De acordo com as diferenças antigênicas dos seus polissacárides capsulares e das membranas protéicas externas, podem ser classificados em vários sorogrupos, sorotipos, subtipos e imunotipos. - Afeta principalmente crianças e adultos jovens e a transmissão ocorre pela tosse e/ou espirro, através de secreções expelidas pelo trato respiratório. - No Brasil, o coeficiente médio de incidência foi de 3,28/100.000 de 1994 a 2004, com letalidade de 19,4%(SVS/MS). - O paciente com meningite meningocócica (sendo o meningo um patógeno extremamente agressivo) ele faz uma meningoccoxemia (uma sepse grave). - Paciente apresenta má distribuição, edema, comatoso, faz disfunção de órgãos (insuficiência renal, entre outras). - Sendo uma doença com ocorrência mundial. Pelo meningococo, a única fonte de infecção é uma outra pessoa(orofaringe), extremamente transmissível. Por isso possui possibilidade de epidemias. - Não é uma doença tão frequente. Porem possui um alto potencial epidêmico assim como alta letalidade. Epidemiologia da meningite meningocócica: - Os sorogrupos principais são: A, B, C, Y e W135 - O sorogrupo A tem registrado maior potencial epidêmico enquanto os meningococos B e C ocorrem predominantemente de forma endêmica, podendo, contudo, também podem desencadear epidemias. - Incidência varia de 1 a 5 por 100.000 habitantes nos países desenvolvidos. - Seus sorogrupos são importantes para criação de vacinas. - Em alguns lugares do mundo, por exemplo, na África Subsaariana, tem-se países que a meningite meningocócica é endêmica, isso tem uma alta implicação para pessoas que vão trabalhar ou viajar para tal lugar (vacinação do viajante). - A meningite meningocócica, como ela evolui de maneira súbita ela está relacionada a algumas atividades humanas, por exemplo a peregrinação a Meca. - Existem surtos em lugares mais fechados, como, escolas, creches, entre militares, entre pessoas que frequentam ambientes com muita gente. Clínica meningite meningocócica Infecção VAS 45,6% Cefaléia 74,5% Petéquias 57% Rigidez de nuca - 28,2% - 36% > 2 anos > 65 anos Série Barcelona 1987-1992 n=643 Arch Intern Med 1999 Fulminante* 3,9% Aguda** 72% Subaguda*** 24,1% *sintoma/tto < 7 h c/ choque ** 7 a 24 h c/ ou s/ choque *** >24 h s/ choque - A infecção de VAS por estar presente em alguns casos de meningite, deve-se tomar cuidado e ser bem analisada. - Pela evolução ser muito rápida deve-se ter uma conduta de forma que essa seja tomada de maneira mais rápida. Colher cultura rápido, ressuscitação volêmica e iniciar a antibioticoterapia de forma rápida. Classificação da doença meningocócica invasiva: (1) Pacientes com meningococcemia e sem choque; (2) Pacientes apenas com meningite; (3) Pacientes com meningite e meningococcemia; (4) Pacientes com meningococcemia com choque, sem meningite. Meningococcemia: ou seja, paciente tem o meningococo circulante (detectado na hemocultura). Meningite: meningococo já circulou fixou-se na meninge. → Pacientes com memingite e meningococcemia (mais comum, principalmente em grupos pediátricos. → A picada de mosquito é facilmente confundida com a petequia. Sendo diferenciada pela vitropressão, sendo a picada do mosquito desaparece à vitropressão e a petequia não. A picada some por ser apenas um processo inflamatório (graças ao efeito transitório da vasodilatação), enquanto a petéquia é uma vasculite fixa. Fatores de Risco S.pneumoniae e risco: - Infecção de Vias Aéreas Superiores - Esplenectomia - Hemoglobinopatias (sendo anemia falciforme a mais grave) - Alcoolismo - Cirrose → Alcoólico e cirrótico possuem uma grande dificuldade de se erradicar o Pneumococo. Listeria monocytogenes e risco: - Idade - Transplante de órgão sólido - Neoplasia hematológica/sólida - Alcoolismo/cirrose - HIV - Diabetes mellitus - Nenhum: em 1/3 dos casos Série MGH 1964-97+literatura FONTE DE INFECÇÃO - Pessoas com mais de 50 anos também possuem uma maior chance de ter meningite por essa bactéria. - Transplante de órgão sólido = rim, fígado e coração Bastonetes Gram negativos e risco: - Contiguidade: trauma, inclusive cirúrgico - Semeadura a distância: foco urinário, abdominal Diagnóstico laboratorial: - Hemograma - Hemoculturas (quando estiver febril) - Líquor (“padrão ouro”) - Swab nasal - Swab de orofaringe - Aspirado de lesão cutânea (exantema) Liquor - Celularidade global e especifica - Glicose - Proteína - Gram - Positivo em 90% pneumo, 75% meningo, 50% Gram negativo, 25% Listeria. - Latex: sensibilidade de 65 a 100% - Se analisa a quantidade de células presentes no líquor e o tipo de célula (se tem mais polimorfo, linfócito). Látex: bastante útil, principlamnete se o pacienete já está colhendo liquor e já começou o antibiótico. Por exemplo em um paciente o qual haja suspeita de meningite, e a recomendação é já começar antibioticoterapia empírica, porem naquele determinado lugar não se tem o recurso para realizar punção lombar e analisar o liquor. Na meningite bacteriana se espera: - Celularidade: aumentada (mais que 20 já está aumentada, com pedrominio de polimorfonucleares (mais que 90%). 1 polimorfonuclear já é estranho.) - Glicose: diminuída (bactéria consome glicose) - Proteina: aumentada (em um processo inflamatório há um aumento de proteína). - Um liquor com celularidade aumentada, com predomínio de linfócitos e tenha glicose normal (o indivíduo apresenta febre, rigidez de nuca, mal estar), porem esse liquor é um liquor que sugere etiologia viral. - O mais comum na meningite a vírus são os enterovirus, que são patógenos muito frequente em crianças (causando faringite, febrezinha). - Porem existe um vírus terrível que faz meningoencefalite e é potencialmente grave e que tem tratamento, que é o Herpes (aciclovir). Técnica de punção lombar: - Feita em qualquer lugar (qualquer leito do hospital). - A posição é fetal, porem mantendo alinhado os ombros com o quadril, não podendo o paciente ficar recurvado. Isso é muito importante para que tenha uma abertura do espaço intervertebral para realização do exame. - A agulha é a mesma da raquer. - Essa técnica é feita com a agulha inclinada. - Não é um procedimento doloroso. Ponto de inserção da agulha espinhal para punção lombar - O liquor normal é claro, cristlina (“agua de rocha”). O liquor da meningite é um liquor turvo, com um aspecto mais purulento. Imagem e punção lombar: - Contraindicações à punção: - Sinal neurológico focal, Pupilas dilatadas, - Crise convulsiva - Papiledema - Choque grave, - Distúrbio da crase, paralisia do VI nervo craniano, reflexo de Cushing (bradicardia, HAS e respiração irregular), - Nível de consciência muito deprimido ou flutuante - Diagnóstico clínico (exantema) óbvio - Distúrbio de coagulação - Se o paciente está em coma, não se consegue avaliar se o paciente tem hemiparesia, alteração de nervo craniano, disartria, o que é chamado de sinal de localização. Ele não tendo esse sinal, ele pode ter um abscesso cerebral e com um abscesso se for feita uma punção o paciente pode fazer uma herniação (de lobo temporal), isso faz com que ela comprima o centro respiratório e o paciente morra. - Também não se deve puncionar pessoas que tenham histórico de uma lesão de massa no sistema nervoso central ou que tenha feito um acidente vascular encefálico. - Nem se punciona sem antes pedir uma tomografia de um paciente imunocomprometido (HIV, uso de imunossupressor, transplantados). Fatores de bom prognóstico: - GCS > 12 - Uso de antibiotico pré-adimissão Escala de Glasgow: é avaliado a resposta motora, verbal e a abertura ocular. O máximo da escala é 15. Menor que 8 indica coma profundo. Fatores de mau prognóstico: - GCS<8 - Sinal neurológico focal - Diátese hemorrágica - Idade > 60 anos Conduta: - Pré ou intra-admissional imediata: antibiótico/ acesso venoso - Coleta de material como em diagnóstico laboratorial - Terapia intensiva p/ aqueles com mau prognóstico - Contactantes Escolha do antibiótico: - Ceftriaxona - Cefotaxima - Penicilina cristalina (rash típico) - Associar ampicilina se> 50 anos e sem rash típico - Anafilaxia a penicilina: cloranfenicol (c/ ou s/ vanco) Tratamento empírico baseado na idade do paciente: Crianças menores que 1 mês: agentes etiológicos mais comuns: - Streptococos agalactae , - Escherichia coli, - Listeria - klebisiella - Então o tratamento deve ser: - Ampicilina + ceftaxima - Ampicilina + gentomicina Criança entre 1 mes e quase 2 anos: agente etiológico mais comuns: - Pneumococos começando a aparecer. Tratamento: - Penicilina de terceira geração*(ceftacimana) + vancomicina *cobre o : - Pneumo, - Meningo, - S.agalactae, - H. influenzae - E.coli. - A vancomicina deve ser utilizada pois o Pneumococo pode ser resistente a ampicilina. - Claro que quando cresce o patógeno e se avalia que ele é sensível a penicilina ,a vancomicina pode ser retirada. Crianças maiores, adolescentes e adultos jovens(entre 2 e 50 anos de idade): Predomina: - Meningococos - Peneumococos Tratamento: - Vancomicina + Cefalosporina de terceira geração. - Sendo a que a Cefalosporina de terceira ‘geração mais usada é a ceftriaxona(2g de 12/12horas). Não se usa penicilina cristalina? - Meningococo é sensível a ela, porem o pneumococo não se sabe mais se é. Mesmo ele sendo sensível, para o tratamento com a penicilina cristalina no sistema nervoso central tem que se usar 4 milhões de unidades de 4 em 4 horas , com isso conclui-se que pelo acesso periférico a veia do paciente seria muito prejudicada, pois ela é uma medicação muito toxica as veias. → Quando se tem o pneumococos resistente a vancomicina, embora ele tenha uma boa atividade a pneumococo resistente, ela tem uma péssima penetração no sistema nervoso central, então é recomendado a adição de um antibiótico sinérgico com uma boa penetração no sistema nervoso central, no caso a rifampicina. - A vancomicina, se o pneumo não for sensível vai mante-la e vai acrescentar rifampicina. Se for sensível é recomendado tirar. Pacientes com mais de 50 anos: - Listeria - Pneumococo - Meningococo - Bastonetes Gram negativos - Os bastonetes Gram negativos normalmente ele esta bem coberto pela Cefalosporina de terceira geração. A Vancomicina vai servir pelo menos motivo do pneumococo(acrescenta a ampicilina), pois a Listeria não responde nem a Ceftriaxona nem a Vancominica. → Rifampicina pode ser feito para crianças e gravidas. É micobactericida Tempo de tratamento: - Meningococo – curto 7 dias - Pneumococo – dificilmente é tratato com menos de 14 dias - Outros (listeria, bastonetes gram negativos) – em torno de 3 semanas Terapia adjuvante: - Manitol (cada vez menos usado) - Diurético osmótico (substancia que desidrata o paciente, urina muito e carreia com ela sódio e agua, com isso se esperava (na década de 90), diminuir o edema cerebral. - Considerar naqueles com sinais de PIC; euvolemia - Corticóide: dexametasona, prednisolona, prednisona - Anticonvulsivantes - Só é feito se o indivíduo convulciona. Principais indicações da quimioprofilaxia na doença meningocócica: - Comunicantes domiciliares; - Em instituições fechadas no mesmo alojamento (comer ou dormir no mesmo local); - Com relação íntima e prolongada (troca de secreção); - Comunicantes de creche e pré-escola (< 7 anos). Contato íntimo: aquela pessoa que na semana que antecedeu o adoecimento permaneceu mais do que 4 horas em contato próximo (praticamente batendo um papo, próximo a menos de 1 metro), isso define contato próximo e indica profilaxia. - Médico- atendeu um paciente e realizou fundoscopia, entubou, colheu história sem máscara, deve ser feita a profilaxia. Com que? - Rifampicina (um comprimido de 12 em 12 horas)=, durante 2 dias. - Cipro e ceftriaxona. Sendo o mais fácil de achar e tomar a cipro. Principais indicações da quimioprofilaxia na meningite por Hib: - Comunicantes domiciliares somente quando, além do caso índice, houver crianças menores de 5 anos residentes no domicílio; - Em creches e pré-escolas, apenas a partir do segundo caso confirmado, quando houver comunicantes próximos menores de 2 anos. Profilaxia de contactantes: - H. influenzae b: - Hib p/ crianças da casa até 4 anos não vacinadas e rifampicina 4 dias p/ todos os contactantes domiciliares - Meningo: - Rifampicina 2 dias - Cipro dose única - Ceftriaxona dose única (normalmente reservado para gravida) Diagnóstico diferencial: - Enterovírus - Herpes simples - Leptospirose - Sífilis - Lyme - Estrongiloidíase Aula 04 - HIV.pdf Manifestações neurológicas do paciente com HIV Doenças Neurológicas x Pacientes com SIDA – Brasil Diagnóstico MG, Brasil ¹ N = 155 (%) SP, Brasil ² N = 219 (%) SP, Brasil ³ n = 100 (%) Toxoplasmose 84 (42,3) 110 (50,2) 42 (42) Criptococose 25 (12,9) 53 (24,2) 14 (14) Tuberculosis 21 (10,8) 32 (14,6) 13 (13) LMP 7 (3,6) 12 (5,5) 8 (8) CMV 3 (1,6) 3 (1) 9 (9) LPSNC 1 (0,5) 4 (1,8) - Neurossifilis 2 (1) 4 (2) 1 (1) Encefalite herpética 1 (0,5) - - - Independente da região considerada a principal lesão neurológica é a toxoplasmose cerebral - É uma doença de caráter oportunista, ou seja, que ocorre reativação em foco latente prévio, em resposta ao quadro provisório ou latente de neurossupressão. Neurotoxoplasmose: é uma das doenças que mais exige imunossupressão. Por definição, é dito que na toxoplasmose cerebral o individuo estaría suscetível a ter a reativação do foco latente prévio, desde que tenha o CD4 abaixo de 100. - Há uma relação intima entre essa patologia e CD4, tanto que pacientes que tenham CD4 abaixo de 100 precisam receber profilaxia primária da toxoplasmose. - Existe tratamento e cura. - Em segundo lugar tem ou Criptococose ou Neurotuberculose Neurotuberculose: é uma doença heterogenia entre si, tanto é que não existe parâmetros universais para o diagnóstico, o que faz com que muitas vezes o diagnostico seja dado de acordo com a experiência dos casos anteriores que o medico já tratou. Ou seja, tem uma subjetividade dos critérios e um falta de uniformidade. - Não é necessariamente acompanhada de tuberculose pulmonar, ou seja, não é possível excluir o diagnostico de NeuroTB em um paciente com torpor, alteração do estado mental, rebaixamento de consciência e que a radiografia do pulmão está normal. Pois, pode ter ocorrido uma reativação do foco endógeno ou uma disseminação hematogênica. - Concluindo, Raio X de tórax alterado, não exclui acometimento neurológico. Neurocriptococose: é uma doença comum, podendo- se apresentar com: cefaleia, alteração do humor, sinais localizatórios (hemiparesia ou hemiplegia), lesões expansivas de massa pela toxoplasmose e linfoma primário no SNC. - A toxoplasmose e o linfoma primário no SNC geralmente se apresentam com lesão expansiva e efeito de massa, com isso o paciente além da cefaleia, apresenta crises convulsivas, tendo perda de força motora em um lado do corpo. Dado epidemiológico: proximidade com pombos - importante extrair na anamnese a possibilidade de inalação de partículas de fungos aerossolisadas a partir das fezes do pombo. O grupo de maior risco são: garis, lixeiro, morador de rua, ou seja, pessoas que tem contato com as fezes dos pombos. →Não costuma ocorrer nem em Neurocriptococose, nem Neurotuberculose e nem em Neurotoxoplasmose, a perda de forca muscular em ambos os lados do corpo. Porém, é um dos sintomas comum em Encefalite. - Todas terão a TC de crânio como primeiro passo diagnostico. Dependendo do resultado deve-se realizar a coleta de liquor na espinha. Neurotoxoplasmose Definição: a Neurotoxoplasmose é a doença neurológica mais comum entre os pacientes portadores de SIDA e caracteriza-se por lesões neurológicas focais que exercem efeito de massa sobre o tecido cerebral adjacente. Geralmente, acometem pacientes portadores da SIDA com imunossupressão avançada com contagem de LT-CD4 + inferior a 100 células/mm³. - Doença neurológica mais comum. - Lesões neurológicas focais que exercem efeito de massa. - Pode ou não apresentar crises convulsivas - extrair do acompanhante informações que se parecerem com crise convulsiva. Se parecer convulsão, a primeira coisa é fazer uma TC de crânio para ver se há lesão expansiva cerebral. Etiologia: Toxoplasma gondii, protozoário. Epidemiologia - Distribuição universal - Hospedeiro definitivo são os gatos e outros felinos. - Reservatório: os hospedeiros definitivos de T.gondii são os gatos e outros felideos. Os hospedeiros MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce intermediários são os homens, outros mamíferos não felinos e as aves. - Está muito interligada as condições sócio- economicas do país. No Brasil, está havendo uma soroconversão da Toxoplasmose, ou seja, quanto mais jovem o paciente (até 10 anos) maior a chance de ter IgG +. Contudo, se o paciente não tiver nenhum grau de imunossupressão a toxoplasmose não irá causar nenhum dano, sendo considerada benigna. Com exceção da toxoplasmose ocular, a qual tem indicação de tratamento até no imunocompetente. Modo de transmissão: A) ingestão de oocistos provenientes do solo, areia ou latas de lixo contaminadas com fazes de gatos infectados. B) ingestão de carne cruas ou mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e de carneiro. C) infecção trasnplacentária (ocorrendo em cerca de 40% dos casos das gestantes primo-infectadas) – a toxoplasmose congênita só ocorre na primo-infecção. Por isso, quando a mulher descobre estar gravida na primeira consulta de pre-natal está incluída no exame o sorotipo IgM e IgG para toxoplasmose. O ideal é ela ter IgG já no inicio da gestação, o que indica que ela não terá reativação da doença. Período de transmissibilidade: não existe infecção interpessoal, apenas congênita. Quadro clínico: A apresentação clínica varia de acordo com: A) topografia e quantidade de lesões cerebrais – quanto maior o numero de lesões, mais sintomático. E dependendo da topografia pode cursar com perda de força parcial homolateral. B) presença ou não de HIC – não é muito comum na neurotoxoplasmose, mas sim nas outras patologias. Entretanto, punção liquórica nem sempre é indicada, visto que pela TC de crânio, já se tem uma lesão bem característica de toxoplasmose. Manifestações clínicas: A) Mais comuns – cefaleia e evolução insidiosa de sinais focais (geralmente dias ou semanas). Sinais focais como hemiparesia, disfagia e outras alterações motoras são comuns. B) Febre, convulsões e alteração do estado mental podem estar presentes. Diagnóstico: Anamnese e exame físico; perguntar se está com dificuldade de lavar louças, carregar o filho no colo, ou seja, realizar atividades rotineiras. Após a anamnese deve-se fazer todo o exame físico (manobras de avaliação de força motora em ambos os lados). Imagem; TC é o primeiro exame a ser solicitado com contraste venoso (atenção para contraindicações) Padrão clássico da TC: lesões cerebrais múltiplas, hipodensas, com reforço anelar de contraste e edema perilesional, localizando-se preferencialmente em gânglios da base. RM: mais sensível que a TC, mas deve-se solicitar apenas quando a TC de crânio é normal. O problema é que demora sair o diagnóstico no hospital devido ao nosso SUS. Com isso, inicia-se o tratamento empírico para toxoplasmose, baseado ao quadro clinico e a prevalência da doença. → Edema Perilesional é o motivo pela qual, na maioria das vezes, prescreve corticoide em associação com as drogas de ação propriamente dita contra o toxoplasma. O corticoide, tem ação antiinflamatoria, vai reduzir o edema e consequentemente reduzir a chance de ter uma crise convulsiva e sequela motora, enquanto a lesão vai regredindo mais lentamente em resposta ao esquema terapêutico de ação contra o toxoplasma. - Posologia: Dexametosona - Não se usa, atualmente, anticonvulsivante no tratamento dessa patologia. Figura de TC: TC de crânio com contraste venoso evidenciando grande lesão arredondada com captação periférica de contraste com importante edema perilesional e consequentemente desvio de estruturas adjacentes e de linha média. - Visto essa TC deve-se conversar com o paciente sobre a possibilidade dele ser HIV +, mas caso não tenha indícios deve-se fazer o diagnóstico diferencial com Linfoma, Abscesso cerebral, Neurotuberculose (devido ao uso crônico de corticoide. Não é exclusivo de paciente com HIV+). - Deve-se repetir a TC após 15 dias de inicio do tratamento. Pois a melhora do déficit motor pode ser devido ao uso de corticoide (tratando o edema) e a lesão continuar a mesma na TC. Ou seja, a melhora clinica tem que ser confirmada com a melhora topográfica. Laboratorial PCR: no líquido cefalorraquidiano para Toxoplasma gondii: Elevada especificidade MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce (superior a 95%) e sensibilidade variável (50 a 98%). Sorologia: (no sangue) para Toxoplasmose (IgG): - Positiva: não eleva a probabilidade desse diagnóstico, pois em países subdesenvolvidos e que ingerem carne crua ou mal cozida a maioria das pessoas chegam a idade adulta com IgG +. - Negativa: diagnóstico muito menos provável (praticamente exclui o diagnostico, pois para ter reativação da doença a pessoa já tem que ter tido contato com o marcador prévio da infecção. A não ser que o IgG + devido a imunização, mas neste caso não ocorre). Tratamento: durante 6 a 8 semanas em todos os casos. - O que determina o tempo correto é a gravidade da lesão percebida na TC de crânio. Por isso, deve-se fazer outra 15 dias após para verificar se o tratamento está sendo eficaz e se já pode liberar o paciente. Escolha: Sulfadiazina + pirimetamina + ácido folinico Alternativa: Alergia ou intolerância à Sulfa ou falta de medicamento ou intolerância gástrica pelo Bactrim.(?) Clindamicina + pirimetamina + ácido folinico - Sulfametoxazol-trimetoprima (Bactrim – vantagem é que é uma droga única, sendo mais fácil a adesão ao tratamento, e faz profilaxia primária para pneumocistose (é uma doença pulmonar potencialmente letal, a qual apresenta CD4 < 200) Desvantagem – é muito mais comum alergia ao Bactrim do que a Sulfadiazina, visto que alergia a 1 sulfa não implica em alergia a outras sulfas apesar de serem da mesma classe de antimicrobianos). Também: corticoesteroides nos casos de edema cerebral difuso e/ou intenso efeito de massa (desvio de linha média, compressão de estruturas adjacentes) →Não se indica o uso profilático de anticonvulsivante - Para prova – não precisa saber as doses, mas sim o nome das drogas e o tempo de duração do tratamento. Profilaxia primária: quem nunca teve a doença - Considerando o paciente soro + e que tenha um marcador no sangue de toxoplasma (IgG +), visto que é uma doença de reativação. - Considerar a presença de IgG + e CD4 abaixo de 100. - Se o CD4 for abaixo de 100 e o IgG - -> deve repetir o IgG a cada 3 meses até este dar +. Quando isso ocorrer, significa que ocorreu a soroconversão (IgG não reagente -> se torna IgG reagente), indicando que o paciente se infectou com o toxoplasma. Naquele dia precisa verificar a imunidade dele. Se tiver CD4 < 100 faz-se profilaxia primaria. Se tiver CD4 > 100 não fazer profilaxia, visto que apesar dele ter o IgG + ele não está imunossupresso a ponto de ter a infecção. Primeira escolha - Sulfametoxazol-trimetoprima 1 vez/dia Profilaxia secundária: quem já teve a doença, independente de quantas vezes - Começa imediatamente após o término do tratamento, mas há uma redução das doses. 1ª escolha - Peso < 60 kg – sulfadiazina + pirimetamina + acido folinico - Peso > 60 kg - sulfadiazina (dobra a dose) + pirimetamina (dobra a dose) + acido folinico - Critérios de suspensão: boa resposta à TARV (coquetel) com manutenção de LT-CD4+ maior que 200 cel/mm³ por mais de 6 meses. Neurocriptococose Definição: doença neurológica grave ocasionada pelo fungo Cryptococcus neoformans de ocorrência comum entre os pacientes portadores da SIDA com imunossupressão avançada. Pontos principais: - Uma das infeções fúngicas (possivelmente) sistêmicas mais comuns entre os portadores da SIDA. (há possibilidade que ocorra infecção por esse fungo fora do SNC, sendo o sitio de infecção mais comum a Pele e o pulmão). - A meningite é a sua principal forma de apresentação clínica. - A HIC é a complicação mais grave (costuma-se fazer uma derivação ventricular-externa para alivio da HIC, sendo que o liquor saia em jato, por isso deve-se fazer a Raquineurometria (medida da pressão intracraniana)). - Tem uma cefaleia muito mais intensa do que na NeuroTB e raramente tem sinal de localização e alteração do sensório, pois enquanto a Toxoplasmose e o Linfoma são lesões expansivas cerebrais, a Criptococose é muito mais relacionada a meningite. - As principais sequelas são o déficit visual ou auditivo. - A Criptococose cutânea é a manifestação extra- pulmonar mais comum. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Etiologia: - Cryptococcus neoformans var. Neoformans – sorotipo A (90% infecções na SIDA) - Cryptococcus neoformans var. Gatii – geralmente associado em indivíduos sem imunossupressão aparente. Epidemiologia: Reservatório: fungo saprófita que vive no solo. Geralmente isolado em fazes de aves, sobretudo de pombos. Período de transmissibilidade: não ocorre a transmissão inter-humana, mas como não é contagiosa não existe esse período. - Profissões (garis) e condições sociais (moradores de rua) as quais estejam associadas a uma maior possibilidade de exposição a aerossolização dos fungos a partir de excretas de aves (sobretudo de pombos) são considerados de risco para a aquisição da criptococose. Quadro clínico: - Mais comuns - Cefaleia muito forte e febre - Complicações em casos de HIC – vômitos em jato (não precedidos de náuseas), diplopia, confusão, convulsão, coma e edema de papila. Figura: Criptococose extra-neurológica – lesões cutâneas umbilicadas (diagnóstico parecido com molusco contagioso, mas o que diferiu foi o liquor com muito fungo), instabilidade hemodinâmica, líquor com grande carga fúngica, acometimento neurológico. - Pode solicitar o exame de Látex de criptococo no sangue. Se + indica que tem Ag circulando no sangue. Diagnóstico A) Anamnese e exame físico B) Líquor – Tinta da China (nanquim) – sensibilidade de 65 a 80%, nem sempre dá + para a doença. Mais empregado. - Látex no líquor para Cryptococcus neoformans – sensibilidade superior a 95%. - Cultura para fungo – desvantagem: não pode retardar o início do tratamento (laboratório demora 21 dias para liberar o diagnóstico, fazendo com que demore a iniciar o tratamento). Mais utilidade como controle do tratamento (fase 1 para 2 – mudança de droga). - Quimiocitológico – Proteina aumentada, predomínio linfomonocitario, glicose diminuída (mas não tanto quanto na meningite bacteriana). Tratamento: Fase 1: Indução pelo menos 2 semanas com Anfotericina B desoxicolato 0,7 a 1 mg/kg/dia. Deverá ser substituída Anfotericina B lisossomal, a qual é menos nefrotóxica e o tratamento é otimizado, pois as doses são maiores e a frequência menor. Fase 2: Consolidação (8 semanas) – Fuconazol 400 a 800 mg/dia. Manejo da HIC: pressão de abertura liquórica for superior a 25 cm H2O e estiver sinais de edema cerebral. Se a PIC se mantiver elevada após 2 semanas de punção liquórica diária deve-se considerar a abordagem neurocirúrgica. Prognóstico: - Pior prognóstico na meningite criptococica: - Contagem de leucócitos <20 células no liquor - Alteração no estado mental - HIC - Titulação de látex para Cryptococcus sp. superior a 1:1024 no liquor. Profilaxia primária: - Desde que tenha CD4 baixo de 200. - Não há indicação para criptococose e histoplasmose. - Não quer dizer que não tenha recomendação a ser dada para o paciente. Ou seja, precisa dar orientações que reduzam a exposição a comportamentos de risco como: Histoplasmose (não entrar em cavernas) Profilaxia secundária: - Previnir para evitar uma reativação antes que o CD4 suba para mais de 200. - Fuconazol 200mg 1 vez/dia. - Critério de suspensão – término do tratamento da criptococose e boa resposta a TARV com manutenção de LT-CD4 + maior que 200 por mais de 6 meses. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Aula 02 - Sepse.pdf Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica - SIRS Caracteriza por: (2 dos 4) - Temperatura maior que 38 ou menor que 36 (hipotermia) - Taquicardia (maior que 90) - Frequência maior que 20 respiratória por minutos ou pco2 menor que 32 - Leucócitos maiores que 12000 ou leucopenia menor que 4000 ou bastonemia, bastoes maiores que 10% Caso 1: Paciente de 20 anos de idade se queixa de febre (38,8º), dor de garganta. Você examina e vê uma faringite purulenta, 100bpm, 24irpm. - Sem fazer um hemograma você já sabe que ele está em SIRS porque ele tem 3 critérios dos 4. Ele não está apenas inflamado devido a faringite streptocococica mas também está séptico. - Sepse é uma definição, tendo dois ou mais dos critérios com um foco infeccioso, um conceito muito amplo. Caso 2: Paciente chega a emergência com várias fraturas, 2-3h pós acidentes, ele está com febre, taquicardíaco e taquipneico. Apresenta uma leucocitose (18.000 leucócitos). Ele está séptico ou inflamado? - Ele está INFLAMADO. Por que ele está com inflamação? - Porque ele não tem foco infeccioso ele tem essa leucocitose devido as fraturas e a liberação de endotoxinas e antigenos que provocam a resposta inflamatória. - Esse mesmo paciente, 5 dias está com leucocitose e os mesmos sinais e sintomas, febre 39º, ele está séptico, isso se deve adquirido uma pneumonia, uma infecção por cateter e etc, você suspeita que esses sinais e sintomas não são mais do quadro inflamatório e sim da SEPSE.O mesmo vale pra grande queimado, grandes cirurgias, politraumatismo. - A SIRS pode ocorrer em estados como politraumatismos, pós operatório de cirurgias de médio a grande porte, queimaduras, pancreatite aguda. Situações de lúpus eritematoso sistêmico, reações de hipersensibilidade. Sepse: - É definida pela suspeita ou confirmação de infecção quando um paciente apresenta SIRS. Sepse grave - Com um sinal ou mais de falência orgânica - Cardiovascular (hipotensão refrataria) - Renal - Acidose metabólica inexplicada (é a mais importante, pois é o principal indicativo de sepse grave, um dos principais sinais de sepse grave. Ocorre uma má perfusão dos tecidos, expicado melhor no mecanismo de sepse). - Alteracoes do SNC - Respiratoria - Hepatica e hematológica - Freqüentemente o paciente com sepse grave apresenta confusão mental, agressividade, alterações do SNC. → Dosar no sangue o lactato super importante. - Um rim mal perfundido diminui o debito urinário, diminui a filtração, levando assim a solicitar o valor de ureia e creatinina e que deve estar aumentado o valor ureia e creatina, principalmente da creatinina. “Citação de Hipócrates” Esse paciente já está séptico, moribundo, apresenta uma hipotensão, o sujeito está hipocrático. - Muito precocemente o indivíduo apresenta encefalopatia séptica, uma confusão mental, agressivo, desorientado. Apresenta uma alteração do SNC, podendo apresentar sonolência, convulsão e pode entrar até em coma. Mecanismo - Produtos bacterianos e fungicos - Ex: LPS, ácido lipoproteico, peptideoglicano, toxinas, ativam céls que produzem citocinas, ativam complemento, TNF alfa, derivados de AA, PGE2, PGI2, tromboxano) PAF, que desencadeiam a cascata de sepse. - Cascata de coagulação e inflamatória tem como principal órgão alvo o endotélio, a microvasculatura, esse endotélio vai estar em toda a parte, ou seja ele começa a perder a junção entre uma célula e outra permitindo um extravasamento capilar, se dobrando, fazendo assim uma diminuição no aporte dos nutrientes fazendo uma hipoperfusão tecidual. - Os níveis de TNF alfa não aumentam em infecções localizadas, aumentam na sepse grave e choque séptico. - A trombose intravascular ajuda a restringir a propagação dos micróbios invasores e previnem a disseminação da infecção e inflamação para outros tecidos. - A medida que as respostas corporais a infecção se intensificam, a mistura de citocinas e outras moléculas circulantes se tornam muito complexa. Choque Séptico - Hipotensão refrataria apesar da ressuscitação volêmica adequada, associada com disfunção de órgãos. → Hipotensão é pressão sistólica menor que 90 mmHg ou 40 mmHg menor que a pressão normal do paciente. - Nesse momento esse paciente tem um sepse com uma hipotensão, necessitando de uma ressuscitação volêmica, a gente sabe que ele está inflamado e séptico, está com vasodilatação, devido os mediadores inflamatórios diminuem a resistência vascular periférica, está tendo perda de volume intravascular para o interstício, então a primeira medida é fazer é repor essa perda de liquido usa-se soro fisiológico ou ringer lactato. Não se usam colóides nem soro glicosado. Se mesmo depois dessa reposição de um adulto de 1 a 2l em 2h e o paciente continua hipotenso, significa que ele está em choque séptico. Isso significa que eu já fiz a reposição de eletrólitos, mas mesmo assim o paciente está hipotenso, ou seja, o endotélio não está retendo. - O mecanismo que está ocorrendo no endotélio é o da prostaciclina, produção de oxido nítrico e vasodilatação, tendo perda capilar. O endotélio está muito inflamado, está grosso e está vazando, perdendo liquido, então eu não consegui reter isso com os cristalóides. Dessa forma passo pra etapa seguinte, dessa forma faço o vaso recuperar o seu tônus, usamos então vasopressores como a noradrenalina ( mais recomendado). Choque séptico refratário - Manifestações clinicas de choque séptico + hipotensão arterial que não responde a administração de líquidos (cristaloides) e drogas vasoativas. - ‘’ Meu paciente está ainda hipotenso mesmo com o uso da noradrenalina, já usei todas as medidas que eu poderia usar e mesmo assim o paciente não melhora’’ - Dizemos então que ele está em choque séptico refratário, o paciente não responde pois não consegue reverter a cascata inflamatória. - Choque séptico refratário é uma das causas de morte em sepse. Síndrome de Disfunção Orgânica Múltipla (MODS): - Disfunção de um ou mais órgãos que obrigam intervenção terapêutica para manter a homeostasia. - O paciente se recuperou do choque séptico, mas ficou no respirador, ficou com o rim lesado tendo que fazer uma diálise entre outras, dessa forma o paciente tem o que chamamos de disfunção de múltiplos órgãos, processo de adoecimento, dessas falências devido ao choque séptico feito pela disfunção de múltiplos órgãos. Consequências Clínicas - Alterações do comportamento, sinais neurológicos antigos podem acentuar-se. - Hipotensão e CID levam a acrocianose e a necrose isquêmica periférica, sobretudo dos dedos. - Quando há disseminação para a pele, pode haver celulite, pústulas, bolhas, lesões hemorrágicas. Lesões sugestivas: Meningococcemia: petéquias ou púrpura. P.aeruginosa em neutropênico: ectima gangrenosum S.aureus e Streptococcus pyogenes: eritroderma difuso em paciente chocado (síndrome do choque tóxico). Ulceração gástrica de stress Complicações da Sepse Pulmão: - Mismatch ventilacão/perfusão, com hipoxemia. - Aumento da permeabilidade capilar com infiltrados pulmonares progressivos - Ambos juntos: SARA, que ocorre em 20 a 50% dos pacientes com sepse Coração: - Diminuicao da RVP com hipotensão e má distribuicão geral do fluxo sanguíneo - O débito cardíaco inicialmente é normal ou - A depressão do miocárdio ocorre em 24 h na maioria Disfunção Pulmonar - SARA - Infiltrado nos quatro quadrantes (infiltrado de exsudato inflamatório nos 4 quadrantes) - Uma relação pao2 e pFIO2 menor que 200 e não tem disfunção cardíaca, denominamos SARA, síndrome de angustia respiratória do adulto. - Pode acontecer no politraumatizado, no pós operatório de cirurgia cardíaco, a SARA não é especifica da sepse, ela ocorre pode ocorrer em todas as inflamações graves. Necessita de muita habilidade para ventilar esse paciente. - Pulmão branco é a mesma coisa que a SARA, na radiografia do leito você não consegue definir o infiltrado dos 4 quadrantes, quando o paciente tem condição de sair do leito para fazer o exame, solicitamos uma tomografia, pois a resolução da radiografia não dá a dimensão necessária para verificar a SARA, na tomografia vemos tudo branco, chamado de síndrome do pulmão branco, ou seja, SARA. - O paciente com SARA não consegue expandir o pulmão, ele está com os pulmões colabados, para você fazer a expansão do pulmão você precisa fazer a pressão de admissão, pressão total do pulmão, mas não pode deixar o pulmão colabar completamente, deixando assim que no final da expiração o pulmão não se esvazie completamente, deixamos no mínimo de 5 de peep, 5 mmHg de pressão. - Clinicamente esse paciente está taquicardico, hipotenso, pode ter distensão abdominal, podem apresentar íleo, intestino para de funcionar direito, ictéricos,febril, podem apresentar sangramento, devido o alargamento do ptt e consumo dos fatores de coagulação, já que a cascata de inflamação e a de coagulação está sendo ativada, entre outros sinais e sintomas.Principal órgão que sofre sangramento é o sistema grastrointestinal, com isso a gente sempre deve proteger esse sistema,alimentar precocemente esse paciente, e proteger esse sistema, a mucosa através de antiácidos (ranitidina ou omeprazol) e de alimentação via enteral em casos de problemas. CID - Coagulação intravascular disseminada, plaquetopenia associada, alterações da coagulação em menos de 50000 plaquetas. Consequências Clínicas - Icterícia colestática (aumento de Bb conjugada e de fosf.alc.) - Injúria hepática aguda e necrose isquêmica do intestino por hipotensão grave e/ou prolongada - Aumento do lactato por glicólise e hipoperfusão tecidual,levando a acidose metabólica. - Hiperglicemia ( sobretudo em dm) ou hipoglicemia (por gliconeogênese prejudicada). - Catabolismo protéico Rim: - Oligúria, azotemia, proteinúria e cilindrúria não específicos - Poliúria inapropriada (hiperglicemia contribui) Coagulação: - Trombocitopenia em 10 a 30% dos pacientes - Quando há CID a contagem de plaquetas é < 50.000 e usualmente reflete injúria endotelial difusa. Aspecto grave que pode se encontrar na sepse Petéquias e púrpura - As bactérias que podem causar isso são os Staphylococcus aureaus e meningococo (meningococcemia), aspecto típico deles. Gangrena (meningococcemia) - Composto pelo uso de vasopressor, má perfusão, levando a hipotensão, o que leva a uma isquemia periférica, principalmente dedos das mãos e dos pés, ponta do nariz e das orelhas. Diagnóstico laboratorial: - Hemograma completo - VHS - PCR-t - Procalcitoninca - Hemoculturas para germes comuns, para micobactreias, para fungos (diagnostico etiológico para sepse) - Radiografia simples de tórax em p.a. e perfil (de acordo com o foco infeccioso) - Métodos de imagem de acordo com o sitio de infecção suspeitado - Na imagem do abdome que pode ser causa de sepse esperamos encontrar abscesso hepático, renal ou esplênico, um abscesso entre alças devido a uma apendicite suturada, de acordo com a minha suspeita eu vou fazer o exame de imagem. - Gasometria arterial e lactato - Ureia, creatinina, na,k. Glicose - Albumina - TAP e PTT - TGO e TGP, bilirrubina total e frações - Comum encontrar na sepse leucositose com desvio à esquerda, trombocitopenia,hiperalbilirrubinemia, proteinuria. Tratamento para Sepse - Ultima publicação foi feita em 2013, mas o consenso é em cima do que foi decidido em 2012. - É super importante diagnosticar e tratar rapidamente a sepse. Em até 3 horas do diagnóstico: - Medir lactato sérico - Colher hemoculturas - Iniciar antimicrobianos de amplo espectro - Administrar 30ml/kg de cristaloide para hipertensão ou lactato > 4 mmol/l - Mesmo que o doente esteja hipotenso, se você não tiver como coletar lactato você vai pedir gasometria arterial. - Doente com sepse independente do foco faremos antibiótico com amplo espectro. Depois da hemocultura e tudo mais especifico você fecha o espectro, utiliza um antibiótico mais especifico. O que faremos para ressuscitar o doente? - Chamamos de ressuscitar o doente a reposição volêmica, infusão rápida com cristalóide, se o doente não respondeu temos que fazer o que? Se o paciente não respondeu significa que ele está em choque séptico, ou seja, temos que pegar uma veia profunda (subclávia, jugular), se não conseguir ou o doente sangrar você deve pegar a veia femoral, porque não podemos fazer adrenalina em veia superficial, motivo pelo qual pegamos veias profundas. Em até 6 horas: - Tratar a hipotensão ou hiperlactemia com fluidos, com objetivo de normalização do lactato: - PVC adequada (8-12mmhg) (através da punção venosa profunda) - PAM maior ou igual a 65 - Débito urinário maior 0,5ml/kg/h - Saturação de veia cava superior(svco2) de 70% ou saturação venosa mista de 65% (aspirando sangue de uma veia profunda) - Doente grave com instabilidade hemodinâmica temos que passar um cateter urinário, devemos verificar o debito urinário hora a hora. - A diurese é proporcional a superfície corporal, um paciente com 80kg tem que ter um débito urinário de 40ml/hr. - PAM é calculada através de pressão diastólica + 1/3 da diferença entre pressão sistólica e diastólica. PAM = P diastólica + 1/3 (P sistólica – P diastólica) - Monitorar periodicamente o paciente, de hora em hora usa se cateter mais sofisticado, (nome não entendi), em que entra através da que vai até o rim direito, vai empurrando o cateter até ele ficar parado (?) artéria pulmonar, a gente infla o cateter esse procedimento vai gerar estímulos que vão ser traduzidos nos dando a pressão da artéria pulmonar esquerda, isso é importante porque da saturação do (?) e a pressão do átrio esquerdo. Menos utilizado hoje em dia. (esse final está muito ruim o áudio) - Ressuscitação com cristalóide 1 litro ou colóide (300 ml) em 30 minutos - Os vasopressores de eleição são dopamina ou noradrenalina (dobutamina se disfunção cardíaca) administrados por acesso venoso central - Colocar catéter de PAM Tratamento em 24hrs - Administrar esteróides em doses baixas - Manter o controle glicêmico - Prevenir pressão de platô excessiva Corticoíde - Considerar hidrocortisona caso má resposta aos fluidos e vasopressores_ insuficiencia adrenal relativa - Preferência por hidrocortisona, dose inferior a 300 mg/dia - É importante saber que se em 24 hrs o paciente não apresentar melhora e estiver fazendo uso de noradrenalina e com a PAM ta baixa, fazemos o uso de corticóide (hidrocortizona 50mg – 6/6h, o objetivo disso é repor o corticóide de forma fisiológica, como se houvesse uma insuficiente renal relativa. - Só se faz corticóide na presença de choque e não responder a reposição de volume nem da vasopressora. Sepse mata seis vezes mais que trânsito Gabriel Miranda - Redação Saúde Plena - Um dado alarmante no Brasil: mortes por sepse – termo médico para infecção generalizada – superam em seis vezes os óbitos no trânsito. - A cada ano, cerca de 220 mil pessoas morrem da doença, uma reação exacerbada do organismo à infecção, enquanto acidentes entre veículos mataram 34.597 em 2008, de acordo com a última estatística disponível no Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. - A comparação entre os dados foi feita pela Sociedade de Terapia Intensiva do Estado do Rio de Janeiro (Sotierj), que pela primeira vez promove um congresso dedicado ao tema. O encontro termina amanhã. (julho de 2010) - Sepse é uma epidemia, morte por sepse é mais de 6 vezes maior que os óbitos de acidentes no trânsito, essa reportagem alarmou muitas pessoas e fez um alerta o quão sepse é grave e importante. Aula 04 - HIV (1).pdf HIV Epidemiologia - Tem alta prevalência na África subsaariana, Quênia sendo 15 a 28% da população contaminada pelo HIV, e no Brasil 0,1 a 0,4% da população infectada. - No ano de 2011 tinham 34 milhões de pessoas com HIV no mundo, sendo 2,5 milhões de casos novos e 1,7 milhões de mortes. Enquanto no Brasil nesse mesmo ano tinham 700 mil casos, 40 mil casos novos sendo 5 mil no RJ, e 12 mil mortes. Com isso podemos perceber que é uma pandemia, pois as taxas ou se mantem estáveis ou estão aumentando e possui um grande número de mortes. Taxa de prevalência de HIV na população brasileira: - População geral: 0,4% - Homens: 0,5% - Mulheres: 0,3% - HSH (homens que fazem sexo com homens): 10,5% - Profissional do sexo: 4,9% - Usuário de drogas: 5,9% - A proporção de homem e mulher com HIV, hoje em dia, é praticamente a mesma. - Tem uma incidência maior em grupos de comportamento de risco como HSH (homens que fazem sexo com homens) tendo uma proporção de infectados é em torno de 10%, profissionais do sexo tanto homens como mulheres em torno de 5% e usuários de drogas em torno de 6%. Formas de Transmissão - Doença sexualmente transmissível - Transmissão vertical durante a gestação parto ou no aleitamento - Uso de droga venosa - Transmissão de derivados do sangue e transplantes - Acidente com material biológico: 0,3 – 0,5% de chance - O sexo é principal forma de transmissão. - Acidente com material biológico inclui profissionais da saúde quando sofrem acidente com algum material perfuro cortante ou mesmo acidentes em que não há perfuração como tosse ou quando o sangue do paciente pinga principalmente na mucosa conjuntival. Fatores de risco de transmissão sexual - Presença concomitante de ouras DSTs - Alta carga viral - Relação sexual anal receptiva - Dano na mucosa anal ou vaginal - Com relação a principal via de transmissão, que é a via sexual, tem grau de risco dependendo da pratica sexual das pessoas, sendo que o que potencializa o risco é a presença concomitante de outras doenças sexualmente transmissíveis, pois essas doenças geralmente evoluem com lesões em mucosas (ex. herpes, tricomoníase, cancro), com isso abrem as barreiras facilitando o acesso do vírus HIV. - A relação sexual anal receptiva é uma pratica de alto risco, porque a mucosa anal não é uma mucosa preparada para penetração e o sexo anal geralmente evolve algum grau de traumatismo e algumas vezes sangramento que favorece a entrada do vírus. - Qualquer dano na mucosa anal ou vaginal com lesão aberta são passiveis de transmitir com maior facilidade. - Penetração vaginal insertiva é um homem exposto penetrando em uma mulher soro positiva. - A chance maior é da mulher se infectar por um homem soro positivo do que ao contrário. Tipo de Exposição Risco de Transmissão/Exposição % Penetração anal receptiva 0,1-3,0 Penetração vaginal receptiva 0,1-0,2 Penetração vaginal insertiva 0,03-0,09 Penetração anal insertiva 0,06 Sexo oral receptivo 0-0,04 a) Penetração anal receptiva; pessoa exposta penetrada por parceiro soropositivo em relação sexual anal b) Penetração vaginal receptiva: mulher exposta penetrada por parceiro soropositivo em relação sexual vaginal c) Penetração vaginal insertiva: homem exposto penetrando mulher soropositiva em relação sexual vagial d) Penetração anal insertiva: homem exposto penetrando pessoa soropositiva em relação sexual anal Agente Etiológico Vírus da imunodeficiência humana 1 e 2: - Família Retroviridae, gênero Lentivirus - Vírus envelopado com cerca de 100nm Glicoproteínas estruturais: - Envelope: gp 120 e gp 41 - Capsídeo: p17, p7 e p24 MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Enzimas virais: - Transcriptase reversa - Integrase - Protease - Tem 2 tipos de vírus HIV, o HIV1 e o HIV2. - Ele é um retrovírus, porque ele é um vírus RNA e para ele se multiplicar tem que fazer DNA que gera novamente RNA. - Existem vários testes como Western Blot que detecta uma série de anticorpos contra os elementos do envelope, contra os elementos do capsídeo. Há outros testes que podem detectar o p24, pois antes de ter carga viral detectava-se que o indivíduo tinha HIV pela presença do p24 encontrado no sangue, e ainda hoje alguns testes usam o p24 na sorologia anti HIV, pois estão buscando anticorpos contra glicoproteínas e também o próprio p24. - As enzimas virais são importantes pois são alvo da terapêutica, então tem inibidores da transcriptase reversa, inibidores da integrasse, inibidores da protease. Material genético: 2 fitas simples de RNA 3 genes principais - ENV: codifica as proteínas do envelope: gp160 (gp41 e gp120) - POL: codifica a transcriptase reversa, integrase e protease - GAG: codifica proteínas do capsídeo - Os genes principais são aqueles que codificam essas proteínas. - Esses genes são importantes pois hoje em dia temos uma forma de detectar se o vírus tem resistência aos medicamentos que vão ser utilizados. - Esses genes podem sofrer mutação e essa mutação pode conferir resistência a alguns antivirais utilizados. Esse teste de sensibilidade antimicrobiano se chama genotipagem, onde é realizado uma avaliação de quais mutações o vírus está apresentando. - A mutação também está muito relacionada a pressão de seleção, como ocorre por exemplo com um paciente que não toma o remédio adequadamente sendo mais susceptível a ter resistência. - A replicação do vírus se dá pela ligação dele a receptores de membrana, principalmente de células da linhagem de linfócitos e monócitos, então ele se liga a receptor de CD4 por exemplo, há uma fusão da membrana dessas células com a membrana do HIV e o material genético do vírus entra no citoplasma da célula que é um material genético constituído de DNA, através da enzima do vírus que é a transcriptase reversa ele consegue decodificar esse material de DNA em RNA, e esse RNA se integra ao genoma da célula podendo se tornar crescente ou gerar novos RNAs virais que por sua vez vão ser agrupados em uma estrutura de membrana, capsídeo para serem expulsos da célula. - Na replicação ativa tem a destruição da célula hospedeira, principalmente linfócitos CD4 que são o principal marcador de imunodeficiência. - Mesmo com o tratamento e com a possibilidade de erradicar o vírus do sangue, o DNA oriundo do RNA do vírus permanece integrado em várias células, por isso não consegue erradicar o vírus da imunodeficiência humana com o que se tem disponível hoje para tratamento. Patogenia - A disfunção progressiva de linfócitos TCD4 é responsável pela maioria das complicações clinicas da AIDS. - Causas de depleção de CD4: - Lise celular pela replicação viral e apoptose celular - Destruição por citoxicidade celular e autoimunidade - Formação de sincícios por aglutinação de células infectadas - Baixa produção de CD4 naive - Baixa produção de IL2 e diminuição de diferenciação de fenótipo TH0 - Destruição de linfócitos TCD8 - Infecção de macrófagos - Hipergamaglobulinemia e hiperativação inespecífica de linfócitos B. - O que leva as manifestações clínicas do HIV é a disfunção progressiva dos linfócitos de TCD4 e sua redução em número absoluto e relativo, isso acontece porque o vírus diretamente lisa essa célula, quando ele replica ele é liberado a partir da célula. Há um componente de alta imunidade, ou seja, o organismo reconhece o CD4 como uma célula anormal, infectada e há um mecanismo do nosso organismo de destruição desses CD4 infectados. - Há também uma diminuição de linfócitos CD4 porque eles anormalmente se tornam um sincício, um grupamento e não funcionam mais como células individuais. - A medida que as células vão sendo destruídas ocorre uma reposição de células CD4 mantendo assim o seu nível no organismo, mas chega uma hora onde a destruição se torna maior que a reposição, com isso ocorre uma diminuição de CD4. - O fato de ter vírus replicando em células inflamatórias gera uma resposta inflamatória crônica, como se indivíduo estivesse permanentemente inflamado, o que leva a outras consequências como progressão de aterosclerose, dano endotelial. Com isso hoje em dia não estão sendo tratados só número de CD4 como era feito antigamente, como por exemplo só iria tratar o paciente quando o CD4 abaixar para menos de 500, atualmente a recomendação é tratar todos os MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce pacientes, porque se não tratar ele fica em estado de permanente inflamação tecidual, causando danos principalmente no endotélio, acelerando o processo de envelhecimento, aterosclerose, dano cognitivo, dano cerebral, dano renal. - Neste estado inflamatório há uma hipergamaglobulinemia, ou seja, os linfócitos B estão permanentemente ativados gerando anticorpo e tendo uma hiperativação não específica desses linfócitos, isso é importante porque muitas vezes as manifestações do HIV parecem processos alérgicos, pois fazem uma condição de muito plurigo decorrente de uma picada de inseto, que se torna difusa atingindo braços e pernas por conta da ativação inespecífica da imunidade ou da alergia. Os pacientes também fazem muitas rinites e sinusites alérgicas com mais frequência do que outros pacientes e fazem também mais alergia a medicações. História Natural da infecção pelo HIV - Para acompanhar o HIV o parâmetro mais utilizado é o linfócito TCD4. - O momento 0 é o momento onde o indivíduo teve a infecção primaria, o momento em que o vírus foi inoculado, houve exposição ao vírus, e no período de 4 a 6 semanas é chamado de síndrome retroviral aguda que se parece clinicamente com uma virose, onde o indivíduo tem febre, mal estar, mialgia, pode ter linfonodomegalia, leucopenia, linfocitose, sendo assim é uma intensa viremia que acontece nesse momento. - O azul é o momento em que o CD4 ainda está preservado e tem uma intensa replicação viral, e essa replicação ao longo das semanas ela é controlada e continua tendo um grau de replicação, o CD4 gradualmente cai nessa fase aguda e depois sobe. - Tem o tempo de latência clinica que é quando o indivíduo tem HIV, mas não tem manifestação clinica aparente, esse tempo de latência é em torno de 5-6 anos, podendo ser maior ou menor dependendo da cepa viral adquirida. - Depois desse período de latência que na maioria dos pacientes é relativamente longo começa a haver uma depleção de CD4, indo para menor de 500 e a pessoa tem os sintomas constitucionais que são febre, emagrecimento, diarreia, não necessariamente associadas a outra infecção, mas sim pelo HIV que já está avançado. Depois disso começam a ter as doenças oportunistas e a morte depois de alguns anos. Síndrome retroviral aguda - 40 a 90% dos casos apresentam sintomas - Síndrome mononucleose – símile - Casos graves são raros Infecção assintomática - Linfoadenopatia generalizada persistente - Muitas vezes a síndrome retroviral aguda não é conhecida como HIV, mas sim como uma virose não especifica. -É estimado de 40-90% dos pacientes apresentam essa síndrome retroviral aguda, mas muitas isso vai ser visto como retrospecto como por exemplo a pessoa ficou muito mal há uns 5 anos atrás e disseram que estava com dengue ou com mononucleose. - Entre a infecção primária e a síndrome retroviral aguda podemos não ter a detecção de anticorpos, começando a ter a detecção após 4-6 semanas depois da infecção ou meses depois. A janela imunológica antigamente era de 4-6 semanas, mas hoje em dia está um pouco mais curta em torno de 30 dias, 20 dias, mas é aconselhado repetir o exame no momento 0, 6 semanas, 3 meses e 6 meses depois. - Na janela imunológica é um momento onde a pessoa já tem o vírus, mas não tem ainda o anticorpo, com isso a sorologia anti HIV vai dar negativa. - Os testes hoje em dia, como o ELISA de terceira e quarta geração, já inclui no teste o p24 que o antígeno, com isso detecta tanto o anticorpo quanto o antígeno, por isso é um teste precoce. - A infecção assintomática que se encontra no período de latência as vezes tem uma manifestação de linfonodomegalia generalizada (PGL), nesses casos a evolução é mais rápida para doença oportunista. Infecção sintomática precoce - Candidíase oral, leucoplasia pilosa oral, dermatite seborreica, diarreia, febre, fadiga, síndrome consumptiva. Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) - Estágio mais avançado da doença - Contagem de CD4<200 cels/mm3 - Presença de doenças oportunistas: infecções e neoplasias - Na dermatite seborreica as pessoas descamam. - Mesmo que o paciente não esteja sentindo nada, mas o CD4 estiver menor que 200 isso define AIDS, pois o risco de infecção oportunista é muito alto. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce - A doença oportunista propriamente dita não está apenas relacionada a uma infecção, pois pode ter neoplasias (linfomas, carcinomas) relacionadas ao HIV. Manifestações de imunodeficiência moderada - Perda de peso inexplicada (>10% do peso) - Diarreia crônica de um mês - Febre persistente inexplicada por mais de um mês (>37,6°C, intermitente ou constante) - Candidíase oral persistente - Candidíase vulvovaginal persistente, frequente ou não responsiva à terapia - Leucoplasia pilosa oral (é um achado na parte lateral da língua como se fossem ranhuras) - Tuberculose pulmonar - Infecções bacterianas graves (por exemplo: pneumonia, empiema, meningite, piomiosite, infecções ósteo-articulares, bacteremia, doença inflamatória pélvica grave) - Estomatite, gengivite ou periodontite aguda necrosante - Anemia inexplicada (<8g/dL), neutropenia (<500 células/µL) e/ou trombocitopenia crônica (<50.000 células/µL) - Angiomatose bacilar - Displasia cervical (moderada ou grave) / carcinoma cervical in situ - Herpes zoster (≥2 episódios ou ≥2 dermátomos) e herpes genital (uma pessoa que já apresentava herpes e agora apresenta herpes muito extenso, que dura muito tempo e com lesões confluentes) - Listeriose - Neuropatia periférica (apresenta queixa de dormência, caibra) - Púrpura trombocitopênica idiopática Manifestações de imunodeficiência avançada - Síndrome consumptiva associada ao HIV (perda involuntária de mais de 10% do peso habitual) associada a diarreia crônica (dois ou mais episódios por dia com duração ≥1 mês) ou fadiga crônica e febre ≥1mês - Pneumonia por Pneumocystis jirovecii - Pneumonia bacteriana recorrente (dois ou mais episódios em um ano) - Herpes simples com úlceras mucocutâneas (duração >1 mês) ou visceral em qualquer localização - Candidíase esofágica ou de traqueia, brônquios ou pulmões - Tuberculose extrapulmonar, ou seja, tuberculose ganglionar - Sarcoma Kaposi - Doença por citomegalovírus (retinite ou outros órgãos, exceto fígado, baço ou linfonodos) - Neurotoxoplasmose - Encefalopatia pelo HIV - Criptococose extrapulmonar - Infecção disseminada por micobactérias não-M. tuberculosis - Leucoencefalopatia multifocal progressiva - Criptosporidiose intestinal crônica (duração >1 mês) - Isosporíase intestinal crônica (duração >1mês) - Micoses disseminadas (histoplasmose, coccidiomicose) - Septicemia recorrente por Salmonella não-thyphi - Linfoma não-Hodgkin de células B ou primário do SNC - Carcinoma cervical invasivo - Reativação de doença de chagas (meningoencefalite e/ou miocardite) - Leishmaniose atípica disseminada - Nefropatia ou cardiomiopatia sintomática associada ao HIV - HIVAN é nefropatia associada ao HIV, porque é muito comum o paciente apresentar insuficiência renal pelo HIV. Manisfestações orais - Candidíase oral - Leucoplasia pilosa oral - Ulceras orais - Gengivites - Se o paciente tiver algum exsudato na boca tem que pedir sorologia anti HIV. Manifestações musculoesqueléticas - Polimiosite, piomiosites, artralgias, osteopenia Manifestações cutâneas - Infecção por herpes simplex - Herpes – zoster - Angiomatose bacilar - Sarcoma de Kaposi - Dermatite seborreica, prurigo nodular - Sarna, foliculite - Uma pessoa saudável pode ter zoster, mas é mais comum que a pessoa tenha alguma doença. - O sarcoma de kaposi é sexualmente transmissível, se manifestando com manchas escuras no palato ou na pele. Diagnóstico Exame de triagem: através da detecção de anticorpos. - ELISA - Teste rápido MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Exames confirmatórios: - Western Blot - Imunofluorescência indireta Reação de polimerase em cadeia (PCR): para detecção de RNA viral - O teste rápido tem boa sensibilidade e especificidade. - Se o ELISA ou o teste rápido der positivo será feito o Western Blot para confirmar, esse é um teste mais especifico e que vê várias bandas de anticorpos, sendo assim pode ter um ELISA falso positivo, mas é difícil ter um Western Blot falso positivo, pois está avaliando no mesmo exame várias proteínas virais. - Para saber o prognóstico do doente, saber a replicação viral se pede a carga viral. - Então para o diagnóstico pede-se teste sorológico como o ELISA de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª geração. O de 3ª e 4ª geração não vê só o anticorpo, mas vê também o antígeno, o p24 e com isso o tempo da janela imunológica está mais curto. - Uma semana após a infecção a pessoa já tem RNA, duas semanas após a infeção já tem p24 e com isso já começa a produção de anticorpos IgM e IgG total, sendo assim a partir da quarta semana os testes de 1ª e 2ª semana já é possível fazer o diagnóstico, enquanto que a partir da 3ª semana ou 20 dias já é possível ter o diagnóstico com os testes mais avançados, pois consegue ver não só o anticorpo como também o antígeno que o p24. Estratégias para identificação precoce da infecção pelo HIV em crianças menores de 18 meses - A identificação precoce das crianças infectadas verticalmente é essencial para o início da terapia antirretroviral para a profilaxia das infecções oportunistas e para o manejo das intercorrências infecciosas e dos distúrbios nutricionais. - A passagem transplacentária de anticorpos maternos do tipo IgG anti HIV, principalmente no terceiro trimestre de gestação interfere no diagnóstico sorológico da infecção vertical. Os anticorpos maternos podem persistir até 18 meses de idade. Portanto, métodos que realizam a detecção de anticorpos não são recomendados para o diagnóstico em crianças menores de 18 meses de idade, sendo necessária a realização de testes moleculares, como a quantificação do DNA viral (carga viral), disponibilizada pela DDAHV do Ministério da saúde. - A carga viral, para a fins de diagnósticos em crianças com a idade inferior a 18 meses deve ser realizada considerando as indicações a seguir relacionadas: 1 - A primeira carga viral deve ser colida com 4 semanas de vida ou preferencialmente 6 semanas, se a criança tiver recebido profilaxia antirretroviral. 2 - Em recém nascidos sintomáticos, a carga viral pode ser colhida em qualquer momento. 3 - Deve-se realizar, imediatamente, a primeira carga viral em crianças que foram amamentadas. 4 - Em crianças cuja primeira amostra tenha sido colhida em idade superior a 4 meses, a segunda coleta pode ser realizada com intervalo mínimo de 1 mês. 5 - Caso a carga viral tenha um resultado detectável, esta deve ser repetida com nova amostra assim que possível. Se a segunda carga viral também for detectável, considera-se a criança como infectada pelo HIV. - Existe a preocupação de identificar logo se a criança foi infectada para iniciar logo a terapia de retroviral e evitar infecções oportunistas. O teste para criança não pode ser de anticorpos pois ela terá os anticorpos da mãe. Esses anticorpos podem permanecer até 18 meses de idade. O ideal é fazer o exame de carga viral sendo o primeiro com 4 semanas e se a criança tiver sintomatologia pode ser feito a qualquer momento. Filho de mãe HIV não deve ser amamentado, se a mão amamentou deve ser feito o teste imediatamente. Se a carga viral a qualquer momento for identificada, deve ser repetido o teste em nova amostra. O diagnóstico é confirmado com 2 amostras positivas. Antes do exame ser confirmado a criança já deve ir tomando xarope de azt. Prevenção e controle - Informação - Uso de preservativos - Redução de danos com usuários de drogas - Boas práticas clínicas e laboratoriais, uso de equipamentos de proteção individual –utilizar luvas, utilizar materiais esterilizados, utilizar matérias de proteção como máscara e óculos ao fazer procedimentos em pacientes - Acidentes com material biológico - Pré- natal - TARV em gestantes infectados pelo HIV - Triagem em bancos de sangue - Quimioprofilaxia pré exposição – utilização de antirretroviral em situações de risco. O que é um risco pois pode fazer uso em larga escala criando resistência MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce - Quimioprofilaxia pós exposição - Microbicidas vaginais - Vacina? Transplante de medula óssea? Agente Indicação 1ª escolha Alternativ as Critérios de suspesão Pneumocyst tis jirovecii LT-CD4 + <200 ceVmm³ (ou <14%) ou presença de candidíase oral ou febre indetermin ada com mais de duas semanas de duração ou doença definidora de aids Sulfametox azol + trimetoprin a (800/160 mg) três vezes por semana Dapsona 100mg/dia ou pentamidi na 300 mg aerossol uma vez por mês (respingar d II) Boa resposta à TARV com manutenç ão de LT- CD4+ >200 ceV mm³ por mais de 3 meses. Reintrodu zir profilaxia se LT- CD4+<20 0 ceVmm³ Toxoplasma gondii Pacientes com IgG positiva para toxoplasma e LT-CD4+ <100 ceV mm³ Sulmetoxaz ol + trimetoprim a (800/160 mg) uma vez por dia Dapsona 50 mg/dia + pirimetam ina 50 mg/seman a + ácido fólico 10 mg três vezes por semana ou clindamici na 600 mg 3 vezes por dia + primetami na 25-50 mg/dia + ácido fólico 10 mg três vezes por semana Boa resposta à TARV com manutenç ão de LT- CD4+ >200 ceVmm# por mais de 3 meses. Reintrodu zir profilaxia se LT- CD$+ < 100ceVm m³ Mycobacteri um tuberculosis (tuberculose latente) PT>5mm ou história de contato com pacientent e bacofero ou radiografia de tórax com cicatriz de TB sem tratamento prévio Isoniazida 5mg/Kg/dia (dose máxima 300mg/dia). A piridoxina 50 mg/dia pode reduzir o risco de neuropatia Duração de no mínimo 6 meses - O que devemos fazer com pessoas HIV positivo? Não deve-se ter medo, deve-se aprender a lidar com os pacientes HIV positivos Abordagem Laboratorial do paciente com HIV Como o paciente chega: -É importante dizer ao paciente que é uma doença crônica, que ele fará o tratamento durante a vida toa, o medicamento é distribuído de graça em postos de saúde e que a expectativa de vida é longa. -Foi lançado tem comprimido 3 em 1: tenofovir 300mg, lamivudina 300mg e efavirenz 600mg, facilitando assim o tratamento - É importante orientar o paciente a usar preservativo para não transmitir ao parceiro e para não pegar outras doenças como sífilis, hepatite, herpes, etc. Assintomático. Tendo sido testado por vários motivos: - Parceiro positivo - Ex-parceiro morreu ou positivo - Curiosidade - É preciso orientar o paciente a avisar seu parceiro e ex parceiros sobre sua doença para que a pessoa possa fazer o exame -É preciso também saber sobre o comportamento do parceiro pois as vezes a paciente não tem comportamento de risco mas o parceiro tem -É importante também quando detecta que o parceiro morreu de causa desconhecida Paciente chega com sintomas: - Não específicos (febre, diarreia, emagrecimento) - Já tendo tido diagnóstico e tratamento de outras condições: tuberculose (com ou sem pneumocistose), neurotoxoplasmose, menos comumente herpes de repetição, herpes zoster, CMV. História do paciente - Comportamento sexual: número de parceiros nos últimos 5 a 10 anos, ou no período de maior atividade - Comportamento do parceiro - Ciência de ex- parceiro adoecido ou morto, e causa - Uso de álcool - Uso de cocaína inalatória, ecstasy, crack - Uso de drogas endovenosas - Episódios de pneumonia, sinusite, herpes simples oral ou genital de repetição, HPV (verrugas), furunculose, picadas de inseto com grande hipersensibilidade ou “prurido” - Mulheres: acompanhamento e exames no pré-natal - Imunizações Rotina de exames laboratoriais - Sorologia para hepatite A. B e C Hepatite B e C são sexualmente transmissíveis então tem chance do paciente ter - Sorologia para HTLV doença retroviral que deve ser pedido na hora e também um ano depois - Sorologia para sífilis - Radiografia simples de tórax em pa e perfil - PPD Teste cutâneo para avaliar sensibilidade ao bacilo da tuberculose -rastrear tuberculose - Parecer ao oftalmologista Pois pode-se identificar diversas doenças nesse exame- toxoplasmose, sífilis, citomegalovírus, microangiopatia por HIV - CD4 e carga viral -Além disso, faz-se um check up do paciente pedindo hemograma completo, lipidograma, TGO, TGP, etc -Precisamos saber todas essas coisas do paciente para evitar seu adoecimento acompanhando seus dados. As principais preocupações do clínico são tuberculose, pneumococo - pneumonias, hepatite B, nessa ordem Profilaxia primária de adultos e adolescentes infectados pelo HIV - Profilaxia recomendada para todos os pacientes, devendo constituir rotina de atendimento - Para pneumocistose - Para tuberculose - Para toxoplasmose - Para pneumococo - Para hepatite B - Para micobactérias atípicas -É o paciente assintomático que chega e você faz o PPD e o raio X. Se tiver PPD reator no passado ou PPD atual for maior que 5 mm ou foi exposto a tuberculose bacilífera ou ele tem cicatriz em raio X vai ser feito isoniazida durante 6 meses. Porque essas evidencias mostram que ele tem ou teve carga de bacilo de Koch e este nunca é erradicado, fica em estado de latência esperando a baixa da imunidade. O paciente HIV é suscetível a isso então é feita a quimioprofilaxia ou tratamento da infecção latente com isoniazida durante 6 meses. E junto faz vitamina B6 porque a isoniazida tem como principal efeito adverso a neuropatia periférica e a vitamina B6 vai combater isso. -Mas para fazer tudo isso eu tenho que ter certeza que o paciente está assintomático. Se o paciente tem febre ou tosse de vez em quando é preciso investigar se o paciente está manifestando a tuberculose. Para essa investigação é feito o escarro, buscar o bar, buscar o bacilo. -PPD é feito no momento do diagnóstico de HIV e se der negativo é repetido 1 ano depois -Para hepatite B e C é pedido a sorologia. Os marcadores de hepatite são Hbsag, Hbeag e Anti-HBc. O que confere imunidade é o anti-HBe -Anti-HBc mede contato com o vírus selvagem, Hbecg é o antígeno de superfície, Hbeag é o antígeno de replicação. Então quando eu quero saber se vacino ou não tenho que avaliar. Se ele tiver anti-HBc positivo, anti-HBs positivo e Hbsag negativo, eu digo que ele teve contato com o vírus selvagem (pelo anti-HBc positivo), anti-HBs positivo indica que ele tem imunidade mas essa imunidade é natural, ele teve a hepatite mas curou -Se ele tiver anti-HBc positivo, anti-HBs negativo e Hbsag positivo quer dizer que tem modificação. Em principio é uma hepatite crônica tendo coinfecção HIV – hepatite. -É preciso saber o estado vacinal. Se ele não tiver vacina para hepatite B tem que mandar fazer a vacina -Tem que pedir a sorologia para hepatite C. É só fazer anti-HCb, se der negativo ótimo, se der positivo quer dizer que está coinfectado. Esse ano no Brasil começou a ser veiculado medicamento para hepatite C -Se não tiver imunidade a hepatite A, que a maioria tem, tem que dar vacina -Tem que fazer sorologia para sífilis. A progressão de sífilis em HIV é muito rápida e é recomendado fazer a punção lombar para ver se tem neurossífilis. Se afastou neurossífilis, vai fazer tratamento levando em consideração o tempo de evolução. Se tiver a pouco tempo (menos de um ano) faz-se uma dose de benzetacil, se o paciente tiver a mais tempo ou não souber faz 3 doses de benzetacil. Se for primária 1 dose, se for secundária 2 doses. Profilaxia primária para Mycobacterium tuberculosis - Caso haja PPD reator no passado ou o PPD atual seja maior ou igual a 5 minutos ou haja exposição de tuberculose bacilifera ou haja lesão cicatricial de tuberculose à radiografia simples de tórax - Fazer 6 meses de isoniazida 300 mg/dia com vitamina B6 (piridoxina) - Tuberculose em atividade deve ser excluída: clínica e exame de escarro ou outro material suspeito Profilaxia primária para P. jiroveci - Fazer quando há diagnóstico de SIDA ou há febre por mais de 2 semanas não esclarecida ou há febre por mais de 2 semanas não esclarecida ou há candidíase oral ou o CD4 < 200 mm3 - Sulfametoxazol- trimethoprim 400/80 mg 2cp por dia ou em dias alternados - Caso alergia, dapsona diária ou dapsona mais pirimetamina semanal ou pentamidina aerossolizada a cada 21 dias -Existe a pneumocistose que tem profilaxia feita com sulfametoxazol – trimetoprim. Tem como agente a P. jiroveci. Se tiver os sinais de imunodeficiência vai ser iniciada a quimioprofilaxia Profilaxia secundária - Para tuberculose: não é feita - Para pneumocistose: como para profilaxia primária - Para neurotoxoplasmose: sulfadiazina com pirimetamina, resgate com ácido folínico MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce - Para criptococose: fluconazol diário 200 mg ou anfotericina B semanal 50 mg EV - Para histoplasmose disseminada: itraconazol VI 200 mg diário ou anfotericina B 50 mg semanal - CMV: ganciclovir (Cytovene) 5 vezes por semana - É quando o paciente já adoeceu, foi tratado e é feita a quimioprofilaxia para não adoecer novamente. - Sujeito com tuberculose, sem saber CD4 dele e sabendo que é HIV positivo, deve ser feito a profilaxia primária para pneumocistose. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce Aula 01 - IVAS.pdf IVAS - Infecções de Vias Aéreas Superiores Sinusite Anatomia: principais seios da face - seio frontal, esfenoidal, seio maxilar. O seio frontal é o mais acometido, é o que leva a uma maior repercussão clínica. - São os mais acometidos. - Leva um incomodo esse incomodo é provocado pelo aumento da pressão local, sensação de peso. São fatores que levam o paciente a procurar o médico. Etiologia: quanto a etiologia, pode ser viral, bacteriana e raramente fungica. - Existe a possibilidade de cura espontânea, porém é mais difícil, pois depende de vários motivos, como grau de mobilidade (?) do paciente, se é crônica de repetição, ou se é em um indivíduo que raramente tem sinusite, da imunidade previa do indivíduo, entre outros. - Independente da etiologia, a clínica será sempre muito semelhante. Diagnóstico: O diagnóstico de sinusite não necessita de exame de imagem nem de hemograma. Apenas o exame clínico é capaz de diagnosticá-la. - Na literatura mais moderna, não fala em sinusite isoladamente, eles referem a sinusite como uma rinossinusite pois na imensa maioria das vezes a sinusite vem acompanhada de sintomas de rinite (espirro, coriza, prurido ocular). - A sinusite fungica é mais rara pois vai depender de uma situação especifica, como o déficit de imunidade especifico. - Atenção a pacientes com corpo estranho, como por exemplo ao uso de sondas nasogastricas (por tempo mais prolongado), pois são fatores que propiciam sinusite de repetição. Classificação: Segundo a Duração dos Sintomas Aguda: duração menos que 4 semanas. Os sintomas resolvem completamente. Subaguda: 4 semanas a 3 meses. Os sintomas resolvem completamente. Crônica: sintomas por mais que 3 meses, com ocorrência de sintomas persistentes residuais como tosse, rinorreia e obstrução nasal. Aguda recorrente: infecções que duram menos de 30 dias cada com remissão completa nos intervalos por no mínimo 10 dias. Caracterizada por 3 episódios em 6 meses ou 4 episódios em 12 meses. Crônica agudizada: os pacientes têm sintomas respiratórios residuais e sofrem agudizações, havendo remissão dos sintomas de agudização e permanência dos sintomas residuais após tratamento antimicrobiano. - São fatores individuais que predispõe a uma sinusite, por exemplo: O indivíduo atópico, onde tem uma mudança brusca na temperatura, período de estresse. Segundo a Etiologia Fatores Predisponentes Fatores Locais: edema de mucosas, rinite alérgica, desvio de septo, trauma alterando a anatomia local, corpo estranho, tumor nasal, uso de drogas (cocaína, ex) e medicamentos (descongestionantes tópicos), exposição à fumaça de cigarro, atresia coanal que interfere na drenagem nasal, infecção dentária (seio maxilar). Fatores Sistêmicos: condições debilitantes como desnutrição, uso prolongado de esteróides, diabetes mellitus descompensado, quimioterapia, transplantados com imunossupressão, imunodeficiências (80% dos pacientes que contem AIDS têm sintomas de rinossinusite), vasculites, alterações das secreções exócrinas (mucoviscidose). - A própria doença, como neoplasia, já é imunossupressora. Não necessariamente precisando o paciente estar em tratamento para estar imunossuprimido. Como é a tuberculose, AIDS. - Condições debilitantes = DPOC, asmático, enfisematoso, cardiopata, insuficiência cardíaca congestiva, hipertenso (um dos fatores sistêmicos mais importantes). Fatores Preditivos e Sugestivos: Quadro clínico: dicas para o diagnóstico na anamnese - Maiores Menores (não menos importante, mas menos específicos para o diagnóstico) Tosse Cefaléia Febre – doença sistêmica? Importante mas pode não estar presente Halitose Dor/pressão facial Dor na arcada dentária Sensação nasal / retronasal purulenta Otalgia ou pressão nos ouvidos Hiposmia / anosmia Secreção nasal ao exame físico Diagnóstico: anamnese + exame físico - Descarga nasal purulenta e retro faríngea (secreção nasal ao exame físico), associada a uma cefaleia frontal intensa, dignostico clássico de sinusite. - Os exames complementares só são necessários se o paciente parecer toxemiado. - Por exemplo, um paciente que apensar que queixas inicias serem referentes a cabeça, ele apresenta mialgia, queixa de febre, calafrios, tendo ele não apenas uma infecção restrita apenas ao seios da face ele pode ter uma bacteremia. Que inicialmente foi nos seios da face, mas ou por um tratamento retardado ou um tratamento ineficaz houve a disseminação dessa infecção a partir do sitio original. Devera agora ser feito antibioticoterapia empírica com a coleta de sangue para a hemocultura,com a internação do paciente. Tratamento Inespecífico: tratamento(hidratação) dos seios da face com solução salina. - Tentativa de fluidificação da secreção, tornando-a menos espessa e assim facilitando a excreção. Na imensa maioria das vezes, será necessário juntamente com o tratamento inespecífico o tratamento especifico. Soluções Salinas Formulação Isotônica Água fervida/filtrada 300 mL Sal marinho ou grasso (1 colher de chá rasa) Bicarbonato de sódio (1 colher de chá rasa) Específico: para rinossinusite de etiologia bacteriana - Aguda: amoxicilina com clavulanato de potássio (resumindo). - Aguda com paciente alérgico a penicilina e/ou cefalosporinas: claritromicina. (azitromicina), pois existe a possibilidade de posologia única diária. Recomendações de Antibióticos nas Rinossinusites Bacterianas Rinossinusite Aguda (antibiótico de pri meira opção) Amoxacilina Rinossinusite Aguda (antibiótico de seg unda opção) Amoxacilina com clavul anato de potássio Cefurexime Axetil Cefprozil Rinossinusite Aguda, paciente alérgico a penicilina e/ou cefalosporina Claritromicina Clindamicina Gatifloxacina Moxifloxacina Rinossinusite Crônica Amoxacilina com clavul anato de potássio Cefurexime Axetil Cefprozil Clindamicina - Além da amoxacilina pode-se usar: clac ?, azitromicia (macrolidios). A questão de primeira opção, vai depender muitas vezes do que o paciente pode pagar, pois existem n opções. Abordagem clinica - TC não faz parte da investigação inicial. É feito a TC caso o tratamento clinico falhe ou haja recorrência da sinusite, além de sinais de complicação orbitária ou complicação intracraniana. Complicações - Complicação orbitária decorrente de rinossinusite aguda. Sua correta classificação só pode ser feita por TC dos seios paranasais. Diagnóstico Diferencial - Não exclui o diagnóstico infeccioso, podem estar presentes simultaneamente - Em relação à obstrução nasal: presença de pólipos nasais agiria como corpo estranho, fazendo com que ocorra a sinusite de repetição. - Endoscopia nasal mostrando pólipos; Tomografia computadorizada mostrando tumoração maligna. Otite Média Aguda Anatomia: estruturas da orelha média: - Membrana timpânica - Células mastoides - Antro mastoide - Tuba auditiva. → Aorelha média é separada da orelha externa pela membrana timpânica e comunica-se com a orelha interna pelas janelas oval e redonda. - Se há uma infecção iniciada na orelha media, eventualmente ele pode evoluir para a orelha interna. - Ou se houver um acumulo de secreção importante, pode haver uma discreta perfuração do tímpano (pois não suporta a pressão dessa secreção acumulada) e ser vista a exteriorização da secreção purulenta. - Uma complicação muito importante e não tão rara é a perfuração do tímpano. - Deve ser suspeitada quando um indivíduo que sentia dor aguda, de uma hora para outra tem-se resolução completa dessa dor. Definição: infecção da orelha média. Ocorre em geral após um quadro de gripe ou rinossinusite. - Pois tudo dentro da face tem possibilidade de comunicação. É claro que não é necessário que ocorra um quadro de gripe ou rinossinusite. Ectoscopia do paciente: posição antálgica, mão no ouvido. Etiologia: mais comum, bacteriana. Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae → Em lactentes e em indivíduos imunossuprimidos: bacilos gram negativos, destaque para Pseudomomas e Proteus. Quadro clínico Sintoma principal: dor Outros sintomas: sensação de plenitude auricular (sensação de "ouvido cheio"), hipoacusia. Exame físico - Otite média aguda: membrana timpânica abaulada e hiperemiada. Complicações - Hiperemia retroauricular observada na otomastoidite aguda. → A perfuração do tímpano provoca melhora imediata da dor (devido à saída da secreção), entretanto o quadro pode piorar em decorrência da disseminação da doença (toxemia). - Sendo uma complicação essa hiperemia, na imensa maioria das vezes, deve-se fazer uma TC. Tratamento Sem complicações: - Antibioticoterapia por via oral 1 - Amoxicilina, 2 - Amoxicilina-clavulanato, azitromicina 3 – Cefaclor (cefalosporina de segunda geração) Com complicações: - Otomastoidite e demais complicações - 1 - Paracentese – punção de material purulento 2 - Cultura de secreção com TSA 3 - Internação com antibiótico por via venosa (prováveis) - Não depender de absorção para a droga chegar na corrente sanguínea. Interna o paciente e faz medicação por via venosa pra que se possa ter a certeza que a droga administrada atingira a concentração sérica desejada. - Se o paciente tem uma insuficiência renal, pode até ter uma concentração sérica alta mantida por muito tempo, precisando reduzir a dose, pois devido ao dano renal tem-se uma deterioração lentificada. Faringite Anatomia: rinofaringe, orofaringe, hipofaringe. - Rino e hipofaringe não são evidenciadas pelo exame físico de cavidade oral. - Faringite, o termo mais correto seria faringotonsilite. Definição: faringotonsilites são doenças inflamatórias e infecciosas que envolvem a faringe, tonsilas palatinas (amígdalas) e tonsilas faríngeas (adenoide). - Muitas vezes o paciente com faringite também tem amigdalite, pela proximidade anatômica das estruturas. Etiologia: entre as faringotonsilites de etiologia infecciosa – Virais (75% dos casos): - Mais comum adenovírus (20%). - Curso autolimitado e melhora espontânea. - Sem a presença de exsudato (exceção: Infecção por Epstein Barr - EPV). - Outras causas virais: Infecção pelo Epstein Barr (mononucleose infecciosa). Infecção pelo Herpes simples. - Infecções também podem cursar com secreção, é encontrado em livros, porém não é um achado comum em infecções virais e sim bacterianas. - Infecções bacterianas e infecção virais pelo EPV. O diagnóstico diferencial é feito pois o EPV causa um quadro infeccioso sistêmico (não restrita a cavidade oral como a bacteriana), a não ser que esta seja prolongada, que também geraria um quadro sistêmico. - No EPV, são sintomas comuns, linfoadenomegalia com cadeia cervical anterior e posterior, retroauriculares. Presença de visceromegalias intra abdominal (fígado e baco). Hemograma Diferentes; - Bacteriana: leucocitose com neutrofilia - Viral: leucopenia com linfocitose → Na mononucleose pode haver angina aguda (dor de garganta). Na mononucleose infecciosa deve-se observar linfoadenomegalia cervical posterior e exsudato membranoso das amígdalas. Herpética - Lesões vesico-bolhosas da mucosa oral. O diagnóstico da gengivoestomatite herpética primária é eminentemente clínico. - Se apresentam angina com uma infecção herpética, e com sintomas de infecção herpética na face, na imensa maioria das vezes essa angina tem a mesma etiologia, a não ser é claro que o indivíduo seja imunossuprimido, e que tenha uma infecção por herpes simples com uma faringite. - Como as vezes são lesões clássicas, facilmente identificáveis, leva ao diagnóstico de gengivoestomatite herpética primaria. Angina acompanhado por uma sialorreia importante, gengivite grave,dor para deglutição, são sintomas dessa doença. - Aciclovir pomada ou creme é útil no início do quadro de herpes orofacial recorrente, porém não alivia os sintomas. A pomada só é útil antes do aparecimento das primeiras vesículas. Uso de antiviral por via sistêmica é preconizado em quadros severos e/ou pacientes imunodeprimidos. O exame - gol para diagnóstico é a cultura para vírus. - O aciclovir minimiza um pouco o prurido e a dor local, porém não vai aliviar os sintomas. - Pode até usar antiviral para herpes simples labial mas somente tem indicação e somente terá eficácia, somente ira abortar, impedir a progressão da lesão se for usado antes do aparecimento da primeira vesícula. - O paciente que tem a doença sabe identicar sintomas como, fisgadas,prurido, dor,sobretudo em um período de estresse, que antecedem o aparecimento de vesículas. - Outros tratamentos: Vasenciclovir. Fatores Desencadeantes de Herpes Recorrentes - Gripe comum - Febre - Estresse emocional - Trauma - Exposição ao sol (raios UV) - Cansaço - Menstruação - Manipulação dentária - Fratura orofacial - Radio ou quimioterapia para câncer oral - Cirurgia orofacial - O vírus da infecção herpética mantém-se latente no organismo, por isso não existe cura definitiva, mas sim cura do episódio atual. Não tem a necessidade de reinfecção para se ter novamente, em casos de pacientes que já possuem. Sintomas: Gengivite, angina de laringe, sialorreia. Faringotonsilites de Origem Bacterianas: - Entre as faringotonsilites de etiologia infecciosa: - Streptococcus pyogenes (esptreptococo beta- hemolítico do grupo A) - Staphylococcus aureus - Haemophilus sp. - Moraxella catarrahalis - Não são as únicas bactérias que causam faringotonsi ites, porem são as mais frequentes Quadro clínico - Tonsilite aguda bacteriana Etiologia (dicas da etiologia estreptocócica): - Paciente com erisipela, paciente com pneumonia lobar, paciente com sopro. - Não dá para fechar o diagnóstico de forma definitiva a presença ou não de petequias. Diagnóstico - Bacterioscopia (gram) não é essencial para escolha do antimicrobiano. - Em algumas ocasiões, quando se analisa a garganta tomada de pus, angina, febre, calafrios que sugerem uma bacteremia (disseminação hematogenica a partir do foco de infeccaooriginal). Uma vez que ocorra a disseminação hematogenica existe umas dicas para saber que aquela infecção observada em cavidade oral, tem etiologia estreoptococica, que podem ajudar na terapêutica. São essas dicas; erisipela, sopro cardíaco, esplenomegalia ou raio X de tórax com pneumopatia lobar. - O diagnóstico não é essencial para a escolha do antimicrobiano, pois tem-se junto um grupo comum de bactérias residentes de vias aéreas superiores. E um antibiótico vai tratar todo grupo. Complicações - Abscesso peritonsilar direito Diagnóstico diferencial - Carcinoma espinocelular em assoalho da boca Laringite - Muitas vezes será fornecido o diagnóstico pela clínica pela impossibilidade do exame físico (dependente de um aparelho). - Inflamação evidente das pregas vocais, uma dica para seu diagnostico seria a rouquidão (alteração do timbre vocal). Diagnósticos diferenciais de Laringites crônicas infecciosas - - Não precisa saber muito ainda, vai ter aula especifica para cada doença dessas! Paracoccidioidomicose Quadro clínico: lesão de aspecto moriforme Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringosc opia mais comuns Manifest ação Clínica Diagnóstic o - Paracoccidioido micose - Paracoccidi oides brazilienses Lesão localizad a ou difusa, com ulceraçã o ou eritema, semelha nte a carcinom a Infecção persisten te de vias aéreas superiore s associad a a rouquidã o, tosse produtiv a, hemoptis e, febre baixa, perda de peso e frequeza - Exame histopatol ógico: identificaç ão do agente com coloração metianina de prata Grocot - Cultura - Provas Imunológic as - Paracoco é um fungo que está presente no solo. Olhar sempre a epidemiologia. Se o indivíduo é procedente de uma área endêmica, se tenha residido em uma área endêmica. - Sitio mais comum de acomedimento: pulmões. Tuberculose Quadro clínico: atenção para perda ponderal Epidemiologia: histórico de aglomeração e/ou ausência de moradia. - Se o paciente foi ou é morador de rua, se ele foi ou é presidiário. São fatores que possibilitam aglomerações, além da ausência de uma dieta nutricional adequada. - Sitio comum de acomedimento: pulmões. Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringosco pia mais comuns Manifestaç ão clínica Diagnóstico Tuberculo se Mycobacteri um tuberculosis Edema e hiperemia do terço posterior da laringe, lesões exofíticas e leucoplásic as - Rouquidão , odinofagia, dispinéia, - Sintomas sistêmicos (febre, sudorese noturna e perda de peso) são comuns - Teste Mantoux - Cultura (meio Lowestein- Jesen) - Radiografia do Tórax - Escarro - Exame histopatológ ico Histoplasmose Epidemiologia: indivíduo que explora cavernas e aspira as partículas fúngicas em suspensão das fezes do morcego. Quadro clínico: manifestações cutâneas. Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringoscopi a mais comuns Manifestaç ão Clínica Diagnóstic o Histoplasm ose Histoplas ma capsulatu m - Granulomas nodulares superficiais e úlceras - Acometime nto principalme nte da supraglote - Manifestaç ões sistêmicas (perda de peso, febra baixa, fadiga - Raramente o acometime nto é apenas laríngeo - Dor, rouquidão - Sorologia - Isolomento do organismo (coloração Giemsa) - Teste cutâneo de histoplasmi na - Indivíduo que tem como hobby por exemplo explorar cavernas. Tem uma possibilidade de exposição muito grande. Pois ele está presente nas fezes do morcego e é adquirido através da inalação dessas partículas. Não necessariamente é um lazer, pode ser a profissão do indivíduo. Sífilis Epidemiologia: histórico de DST's, multiplicidade de parceiros, drogadição Quadro clínico: sífilis primária (cancro), sífilis secundária (manchas pelo corpo) Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringoscopia mais comuns Manifestação Clínica Diagnóstico Sífilis Treponema pallidum Pápuas eritematosas, edema e úlceras O acometimento é mais comum na fase secundária - Sorologia para sífilis - Identificação do treponema na microscopia em campo escuro - Indivíduo que tem muitos parceiros sexuais, ou seja sua profissão (profissional do sexo). E tenha histórico de DSTs de repetição. Embora seja pouco comum. - Sobretudo quando o indivíduo tem relações sexuais sem proteção. Sífilis primaria (campo de inoculação): indivíduo apresenta pequenas ulceras indolor na topografia de penetração do treponema (genital feminina ou masculina), ou até ulcera em lábio. Candidíase Etiologia: exemplo - paciente asmático que usa corticoide em excesso, causa uma imunossupressão local e pode geral candidíase oral. Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringoscopi a mais comuns Manifestação clínica Diagnóstic o Candidías e Candid a sp Rouquidão, odinofagia e adinofonia Presença de lesões em placas ou pseudomembran as. Normalmente associada a candidíase esofágica Biópsia e cultura da lesão Candidose oral: é subjetivo de imunossupressão e não é doença definidora de AIDS. - Uso de corticoide: leva a imunossupressão local (por exemplo o uso de bombinha por um asmático). - Laringite crônica não necessariamente tem origem infecciosa, pode ter origem em uma doença autoimune, doença do colágeno. Aula 5 -Hepatite.pdf Hepatites A à E Definição: Hepatite é um processo inflamatório agudo ou crônicos de agressão ao parênquima hepático e que pode ocorrer de forma isolada ou associada, então nada impede que o indivíduo tenha mais do que uma hepatite ao mesmo tempo. - Hepatites virais (todas pelo vírus hepatotrópico) - Sendo assim, não é incomum o paciente com hepatite B também ter hepatite c, pois ambas apresentam a mesma via de transmissão. - Lembrar que o vírus da Febre Amarela também tem tropismo pelo fígado. - Dependendo dos fatores de risco que esse paciente está exposto, ele também poderá ter HIV. Classificação das Hepatites: A, B, C, D e E. - As Hepatites A e E possuem particularidades, pois diferente dos outros tipos, são patologias de transmissão fecal-oral, mesmo que sejam vírus hepatotrópicos (tropismo pelo fígado). Dados epidemiológicos e clínicos das Hepatites B e C: HBV: Maior parte da transmissão sexual e 1-10% fazem progressão para cronicidade HBC: Maior parte da transmissão é percutâneo e 85% fazem progressão para cronicidade Hepatite B - HBV - O vírus é transmitido através do contato com sangue ou com outros líquidos corporais - O antígeno da Hepatite B pode dar positivo por pelo menos 6 meses - Pode ser prevenida pela vacinação - Período de incubação - 60 a 90 dias. - A importância de saber o período de incubação é que esse período permite uma certeza maior de diagnóstico, por que na maioria dos casos a hepatite é anictérica, ou seja, sem icterícia, apenas com sintomas subjetivos. - Então se deve buscar identificar qual evento posterior pode ter sido o provável meio de contágio do vírus. Ex: pacientes ex-drogados, ou com histórico de relação sexual sem o uso de preservativo. Meios de transmissão: o principal meio de transmissão é a relação sexual desprotegida, outros meios podem ser por objetos perfuro-cortantes, hemodiálise, transfusões sanguíneas, uso de drogas injetáveis, transmissão vertical (mãe para filho), manicure/pedicure. - O grande problema da hepatite B é que o vírus pode permanecer viável para a transmissão por até 7 dias no ambiente. Com isso, só é possível descobrirá se teve contato com HBV se fizer sorologia. Hepatite C: em relação a hepatite C, o mais importante é a questão sanguínea e parenteral. - Em relação a evolução crônica sem resolubilidade do caso, a hepatite C é muito pior que a hepatite B, pois até 10% dos casos de hepatite b o paciente se torna portador crônico da doença, já 80 a 90% dos pacientes com hepatite c se tornarão portadores crônicos. Hepatite B: na hepatite B os vírus são hepatotrópicos, tendo uma predileção primária e afetando muito o fígado. Exemplo: Pacientes com transaminases muito elevadas, 3, 4 mil, existem 2 hipóteses diagnósticas, ou é febre amarela ou hepatite B aguda, pois ambos os vírus possuem predileção pelo fígado. Hepatite B Crônica: é quando o paciente pode ser classificado como portador crônico do vírus. Então em algum momento o paciente teve hepatite B aguda (com ou sem icterícia), com anti-HBC IgM reagente e HBsAg reagente. E após 6 meses o paciente se apresenta hígido, mas possui o HBsAg positivo, o que significa que por definição o paciente se tornou portador crônico do vírus da Hepatite B. - Se esse paciente vai receber tratamento medicamentoso ou não, precisa passar pela biopsia hepática e estadiamento da lesão, ou seja, pelo diagnóstico histopatológico. - Nem todos os pacientes terão indicação para fazer tratamento, isso vai depender se a agressão ainda é incipiente, depende do nível de estadiamento histológico da lesão ou até mesmo porque existe um critério de limite de idade para tratar (não lembra se é entre 60 e 70 anos). - É uma doença com grande importante devido a acidentes ocupacionais, principalmente para os profissionais da área de saúde e garis, pois esses indivíduos possuem grande risco de exposição a objetos perfuro cortantes, por isso existe a indicação para fazer o esquema profilático para Hepatite B. Epidemiologia: - Países como o Brasil não tem uma distribuição homogênea, sendo a região Sul (não sabe o meio qual o meio de transmissão mais importante ou é um somatório de todos os meios) e a região Norte (apresenta 4 estados com maior incidência, principalmente pela transmissão com perfuro cortante) as com maiores incidências. - As incidências entre homens e mulheres são muito parecidas, a cada 100 mulheres 110 homens. Meios de transmissão: acidentes com perfuro cortantes, hemodiálise, usuário de drogas intravenosas ilícitas, relação sexual desprotegida, gestação (nos casos de hepatite b congênita), e contágio por pedicure e manicure. Principal da Hepatite B: Relação sexual desprotegida Principal da Hepatite C: Relacionado com contato por sangue - Há uma parcela de +/- 20% da população que não sabem como adquiriu a HBV, ou seja 1 a cada 5 pessoa quando descobrem ser portadoras do vírus da hepatite B não sabem como se contaminaram. Agente etiológico: - VHB completo - Antígenos que compõem o vírus da hepatite B: HBsAg, HBcAg e HBeAg, - Antígenos de superfície: HBsAg (principal) - Antígenos centrais: HBcAg (core) e HBeAg Todos esses Antígenos tem seus respectivos Anticorpos: Anti-HBs: é o anticorpo que pode estar positivo tanto pela imunização, quanto pela infecção. Ou seja, se o paciente for vacinado contra HBV não dá para diferir se é pela imunização ou por uma suposta infecção. Anti-HBc: não positiva em resposta imunização. Quem tem ele reagente, independente de IgM ou IgG é por causa de infecção e não de imunização. Ou seja, se estiver +, em algum momento da vida ele se infectou pelo HCV. HBeAg: é o antígeno de Replicação viral, ou seja, um marcador sorológico que indica que a multiplicação do vírus está ocorrendo. Com isso, concluísse que se estiver positivo o portador está infectado e se encontra altamente contagioso. - Subentende-se que quem tenha HBeAg tem HBsAg reagente e estará em um quadro agudo e altamente contagioso. - Se o indivíduo apresenta Anti HBc reagente pode-se afirmar que em algum momento da vida ele foi infectado, pois esse anticorpo não fica positivo em resposta a imunização, só fica em caso de contaminação, O A.C que se positiva com a vacinação é o anti HBs - Se o paciente possui anti HBs e Anti HBc total ele provavelmente foi vacinado. - Olhando exclusivamente para o anti HBs, se o paciente tiver reagente e for vacinado, existem 2 hipóteses: ou está reagente devido a vacinação ou se infectou. → Prova: Não escrever Anti-HBsAg (se referindo ao Antígeno), ou HBsAg (se referindo ao Anticorpo). Ou é anti HBs ou é HBsAg. - Se o paciente tem HBsAg reagente está infectado, com HBeAg não reagente, Ele está infectado porém em um estado de latência, pois o vírus não está se multiplicando. - HbsAg reagente com HBeAg reagente: Paciente com infecção aguda, e além de ser agudo o vírus está se multiplicando. Se o paciente tem anti-HBs positivo, ele transmite o vírus? Não, pois geralmente o indivíduo que desenvolve o anti-HBs (ou seja, está reagente), o HBsAg desaparece. Com isso, não é passível de infecção, independente desse HBsAg ter sido adquirido por imunização ou infecção. A certeza de que não tem o vírus tem que ser através do HBsAg negativo. Mas, por exemplo, se o indivíduo tiver o anti-HBs abaixo de 10 (valor de referencia) pode ter o exame não reagente quando for feito muito tempo depois. Por isso, o ideal é faze-lo pouco tempo após a imunização. Entretanto, se em algum momento você tiver o anti-HBs reagente, mesmo que a titulação caia para abaixo de 10 (não reagente) o seu organismo tem a resposta anamnestica (de memória) que fará com que você responda a infecção caso entre em contato com o vírus. MaraFlávia Realce Quadro clínico: - Variável - A maioria dos indivíduos são assintomáticos - Formas clínicas (independente do tipo de Hepatite): Hepatite aguda benigna Hepatite aguda grave Hepatite crônica Hepatite aguda benigna - Fase prodrômica (pré-ictérica): febre, mialgia, fadiga, anorexia, náuseas e vômitos que dura, 1 - 2 semanas. Fase ictérica: icterícia, coliúra, hepatoesplenomegalia, fadiga, acolia (2-4 semanas). - Essa fase nem sempre ocorre, pois nem todos os pacientes evoluem com icterícia. - Pode ter padrão colestático, que cursa com elevação da GGT e FA nos casos mais graves, ou pode ter padrão parenquimatoso, que é o mais predominante. Hepatite aguda grave - Hepatite Fulminante caracterizada por insuficiência hepática no período de 3 a 8 semanas após o início do quadro. - Para os pacientes que possuem fígados saídos e não possuem outras comorbidades e evoluem para o quadro de hepatite fulminante, a única opção é o transplante. Insuficiência hepática: vômitos, febre persistente, icterícia progressiva com regressão da hepatomegalia (necrose macçala), confusão mental, excitabilidade, coma, flapping, distúrbios hidroeletrolíticos, complicações bacterianas. - Se o paciente não tiver outras comorbidade, como por exemplo HIV, ele levará anos para evoluir para uma insuficiência terminal. Caso seja portador de HIV descontrolado, a agressão a esse fígado é acelerada. - Nesses casos os pacientes levam 20, 30 anos para evoluir com o quadro de insuficiência hepática, isso se o paciente for soro negativo para o HIV, caso seja soro positivo para HIV devido uma agressão maior ao fígado o tempo de evolução é acelerado. - Depende também de como estar o controle da infecção por HIV desse paciente, se for controlada, não interfere muito na evolução, já se for um portador descontrolado, a evolução com insuficiência hepática é acelerada. Hepatite crônica: - Indivíduo com HBsAg positivo por mais de 6 meses - Sintomas inespecíficos: assintomático ou oligoassintomático, fadiga, períodos de icterícia com alteração das transaminases (motivo de consulta médica) - Progressão para cirosse: hipertensão porta com edema, hemorragia, coma, hepatocarcinoma. - Icterícia flutuante, o vírus eventualmente se multiplica, provoca um HBsAg reagente, e a replicação viral provoca alteração nas transaminases e provoca uma icterícia temporária, por algumas semanas. Depois a agressão diminui, e o indivíduo volta a ser anictérico. Quadro Clínico: - A maioria é dos indivíduos é assintomático, apenas 1/3 dos portadores ficarão ictéricos, tendo esse sinal apenas quando está complicando o quadro, com uma prováel indicação para transplante. - Por isso, o diagnóstico de hepatite B é tão difícil e na maioria das vezes confundido com gripe ou resfriado comum antes de solicitar o hemograma. - Lembrando que, como é um vírus hepatotrópico também terá sintomas associados ao trato gastrointestinal (náuseas, vômitos e epigastralgia), o que difere dos vírus respiratórios como o da gripe e resfriado. → Toda vez que descobrir ser portador de Hepatite B, deve-se fazer sorologia para Hepatite C ou vice-versa, pois como os meios de transmissão são os mesmos os 2 vírus podem ter sido transmitidos. Qual a importância de saber o período de incubação? O individuo que chega ao PS com icterícia, mal estar, disfagia, febre baixa, sintomas dispépticos (náuseas, vômitos) o diagnostico de Hepatite Viral é bem provável de ser pensado. Mas se estiver anictérico com o restante da clinica, o ideal é fazer uma anamnese bem detalhada e saber o período de incubação para excluir ou reforçar a hipótese diagnostica. Diagnóstico clínico: Hepatite B Clínico epidemiológico: Aguda: fagida, anorexia, mal-estar, icterícia Crônica: a maioria das vezes exames de rotina ou triagem em bancos de sangue Fases avançadas: hemorragias, edema, ascite, encefalopatia hepática Diagnóstico laboratorial para hepatite B Exames inespecíficos: Hemograma - Forma aguda: leucopenia com linfocitose. - Hepatite fulminante: leucocitose com DNNE e avaliação da função hepática: Transaminases: (TGO e TGP - 5 a 10 X o limite superior) - A queda abrupta das transminases pode representar evolução para hepatite fulminante. - A queda abrupta não indica reversão do quadro, mas sim a evolução para hepatite fulminante, porque? Pois as transaminases ficam nos hepatócitos e esses estão sendo destruídos, liberando as enzimas no sangue. A recuperação é gradativa, com isso as transaminases diminuem devagar. Se elas diminuírem rapidamente indica que se esgotou as células hepáticas a serem destruídas, não tendo como mais reverter o quadro. - Elevação persistente ou intermitente indica provável cronificação; aumento de bilirrubina, do GGT e da FA; diminuição da albumina (podendo evoluir para anemia carencial, devido àhipoproteinemia) e da atividade de protrombina. Exames específicos: HbsAg: é o primeiro marcador que aparece no curso da infecção. - Declina a níveis indetectaveis em 24 semanas Anti-HBc IgM: é o marcador de infecção recente - Encontrado cerca de 6 meses após a infecção - Pode estar presente enquanto ocorrer replicação - Quando mais crônico for, maior a chance do paciente ficar ictérico, pois qualquer replicação do vírus vai desencadear a icterícia no indivíduo. Anti-HBc IgG: marcador de longa duração presente nas infecções agudas e crônicas - Representa contato prévio. - Só positiva se houver infecção natural, quem possui esse marcador necessariamente foi infectado em algum momento da vida HBeAg: liberado no soro durante a replicação viral - Indicativo de alta infecciosidade Anti-HBe: surge após o desaparecimento de HBeAg - Indica o fim da fase replicativa Anti-HBs: é o único anticorpo que confere imunidade ao HBV - No soro após o desaparecimento do HBsAg: indicador de cura e imunidade Todos esses Antígenos têm seus respectivos Anticorpos: Anti-HBs: é o anticorpo que pode estar positivo tanto pela imunização, quanto pela infecção. Ou seja, se o paciente for vacinado contra HBV não dá para diferir se é pela imunização ou por uma suposta infecção. Anti-HBc: não positiva em resposta imunização. Quem tem ele reagente, independente de IgM ou IgG é por causa de infecção e não de imunização. Ou seja, se estiver +, em algum momento da vida ele se infectou pelo HCV. HBeAg: é o antígeno de Replicação viral, ou seja, um marcador sorológico que indica que a multiplicação do vírus está ocorrendo. Com isso, concluísse que se estiver positivo o portador está infectado e se encontra altamente contagioso. - Subentende-se que quem tenha HBeAg tem HBsAg reagente e estará em um quadro agudo e altamente contagioso. - Se o indivíduo apresenta Anti HBc reagente pode-se afirmar que em algum momento da vida ele foi infectado, pois esse anticorpo não fica positivo em resposta a imunização, só fica em caso de contaminação, O A.C que se positiva com a vacinação é o anti HBs - Se o paciente possui anti HBs e Anti HBc total ele provavelmente foi vacinado. - Olhando exclusivamente para o anti HBs, se o paciente tiver reagente e for vacinado, existem 2 hipóteses: ou está reagente devido a vacinação ou se infectou. → Prova: Não escrever Anti-HBsAg (se referindo ao Antígeno), ou HBsAg (se referindo ao Anticorpo). Ou é anti HBs ou é HBsAg. → Prova - Anti-HBcIgG – marcador de longa duração presente nas infecções agudas e crônicas. Representa contato prévio (tem que ter sido infectado em algum momento da vida). - Se o paciente tem HBsAg reagente está infectado, com HBeAg não reagente, Ele está infectado porém em um estado de latência, pois o vírus não está se multiplicando. - HbsAg reagente com HBeAg reagente: Paciente com infecção aguda, e além de ser agudo o vírus está se multiplicando. Tratamento hepatite B: Fase aguda: - Tratamento sintomático, repouso relativo, dieta conforme aceitação, abstinência alcoólica, pois está havendo uma agressão hepática aguda, e por isso tudo que possa acrescentar dano ao fígado deve ser evitado. - O fígado já está sobrecarregado no intuito de eliminar o vírus, se o paciente ainda ingere álcool ou paracetamol faz com que o fígado tenha que trabalhar muito mais – é uma agressão ao fígado ainda pior. - Se o indivíduo não tiver alteração de coagulação ele pode tomar AAS, se tiver coagulopatia não se pode dar AAS, então o mais adequado é a dipirona. Fase crônica: - Objetivos: interromper a replicação, diminuir a inflamação, impedir a progressão para cirrose e hepatocarcinoma. - O paciente já se tornou portador crônico, então deve tentar evitar a progressão para formas mais graves, como hepatocarcinoma e cirrose. - Importante: indivíduo co-infectado com HIV é importante incluir tenofovir e lamivudina no tratamento para HBV para que eles atuem no vírus B, para poder atuar sobre os 2 vírus. Profilaxia para HBV: Pré-exposição: - Para indivíduos entre 5 a 49 anos: - Sem comprovação vacinal: administrar 3 doses da vacina hepatite B com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda dose e de 6 meses entre a primeira e a terceira dose (0, 1, 6) - Em caso de esquema vacinal incompleto, não reiniciar o esquema, apenas completa-lo conforme situação encontrada. - Gestantes em qualquer faixa etária administrar 3 doses da vacina hepatite B considerando o histórico de vacinação anterior, ou seja, se tiver tomado 1 dose, vai tomar 2; se tiver tomado 3, não vai tomar nenhuma. - A OMS não recomenda a revacinação das pessoas que já completaram o esquema de vacinação das 3 doses. Pós-exposição: - A imunoglobulina hiperimune contra hepatite B (IGHAHB) também deve ser aplicada via IM. Ela fornece imunidade provisória por um período de 3 a 6 meses após a administração. 4 - A gravidez e a lactação não são contra-indicacoes para utilizar IGHAHB (imunoglobulina hiperimune contra hepatite B). → Existe maior eficácia na profilaxia Pós-exposicao quando a Ig é utilizada dentro das primeiras 24 a 48(período de maior eficácia) horas após o acidente (perfuro-cortante, estupro) 95% soroconvertem, mas pode administrar em até uma semana. Situações vacinal e sorológica do trabalhador da saúde exposto Paciente-fonte HBsAg reagente HBsAg não reagente HBsAg desconhecido ou não testado Não vacinado IGHAHB + iniciar vacinação Iniciar vacinação Iniciar vacinação Com vacinação incompleta IGHAHB + completar vacinação Completar vacinação Completar vacinação** Com resposta vacinal conhecida e adequada (≥10mUI/mL) Nenhuma medida específica Nenhuma medida específica Nenhuma medida específica Sem resposta vacinal após a 1ª série (3 doses) IGHAHB + iniciar nova série de vacinação (3 doses) Iniciar nova série de vacinação (3 doses) Iniciar nova série de vacinação (3 doses)** Sem resposta vacinal pós 2ª série de vacina IGHAHB + duas doses com intervalo de 30 dias entre ambas *** Nenhuma medida específica IGHAHB + duas doses, com intervalo de 30 dias entre ambas*** Com resposta vacinal desconhecida Testar o profissional de saúde: - Se a resposta vacinal adequada: nenhuma medida específica - Se resposta vacinal inadequada: IGHAHB + fazer segunda série de vacinação Testar profissional da saúde - Se resposta vacinal adequada: nenhuma medida específica - Se resposta vacinal inadequada: fazer segunda série de vacinação Testar profissional da saúde - Se resposta vacinal adequada: nenhuma medida específica - Se a resposta vacinal inadequada: fazer segunda série de vacinação *** ** O uso associado de imunoglobulina anti-hepatite B está indicado se o paciente-fonte tiver alto risco de infecção pelo VHB, a exemplo de usuários de drogas injetáveis, pacientes em programas de diálise, contatos domiciliares e sexuais de portadores de HBsAG, pessoas que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo, heterossexuais com vários parceiros e relações sexuais desprotegidas, história prévia de doenças sexualmente transmissíveis, pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para a hepatite B, pessoas provenientes de prisões e de instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental *** A administração da IGHAHB em duas doses deve obedecer o intervalo de um mês entre elas. Essa opção deve ser indicada para aqueles que tiveram duas séries de três doses da vacina, mas não apresentaram resposta adequada ou demonstraram alergia grave à vacina Hepatite C - HCV - É uma infecção causada por um vírus hepatotrópico. - Meios de Transmissão –associado à via sanguínea, como usuários de drogas que compartilham seringas, transfusão de sangue não triado (hoje em dia é um meio de transmissão teórico, pois passa por uma triagem antes de haver a transfusão), objetos perfuro- cortantes. - Período de incubação - 50 dias. - Maior tendência a cronicidade do que a Hepatite B. - O meio mais comum de transmissão é por sangue. Epidemiologia: - No Brasil é 0,8 a 1,3 a cada 100000 habitantes. África ocidental e Mongólia são os locais mais infectados. - No Sudeste a taxa de incidência está muito acima da média nacional, principalmente pela taxa de incidência de São Paulo que está muito alta, Isso ocorre por uma questão de comportamento, já que a principal via de contaminação é a sanguínea. - A cada 100 mulheres, 150 homens são portadores do vírus da hepatite C, então isso quer dizer que o homem se expõe aos riscos de transmissão possíveis muito mais que as mulheres. - Em torno de 60% dos casos de infecção são por uso de drogas ou transfusão. Além disso, a porcentagem de indivíduos que não sabem como adquiriram o HCV é muito menor quando comparada ao HBV, então na maioria dos casos o paciente sabe como se contaminou com o vírus. → A chance de hepatite fulminante é maior na A. Mas a chance de se tornarem portadores crônicos é maior na C do que na B, considerando um paciente hígido, com fígado normal, que não é soro + e sem outras comorbidades. Diagnóstico clínico de hepatite C - Aguda: fadiga, anorexia, mal estar, anorexia, icterícia (pode ou não estar presente). - Crônica – a maioria das vezes o exame de rotina ou triagem em bancos de sangue (valem apenas para hepatites B, C e D, pois A e E não cronificam). - Fases avançadas – hemorragias, edema, ascite, encefalopatia hepática. Anamnese: Icterícia: sinal propedêutico caracterizado pela coloração amarelada das escleróticas, membranas mucosas e da pele. - A hepatite faz parte da síndrome ictérico febril aguda, e devido a isso existe uma série de diagnósticos diferenciais, como leptospirose, malária, febre tifoide, sepse bacteriana. Padrão da icterícia: Pode ter padrão colestático (vias biliares alteradas e as enzimas GGT e FA aumentadas, aumento da bilirrubina total) ou padrão parenquimatoso (bilirrubinas estão normais ou levemente aumentadas, mas as transaminases estarão bem aumentadas). - A identificação da etiologia é fundamental para a correta definição da abordagem terapêutica adequada (clínica ou cirúrgica). - Aproximadamente 75-80% dos casos de icterícia podem ter a sua etiologia diagnosticada com base em uma boa história clínica e um minucioso exame físico. - Geralmente faz parte de uma síndrome, Síndrome Ictérico febril (Entra uma serie de Diagnósticos diferenciais). - Dor abdominal (de origem gástrica, hepática, porque parte do lobo esquerdo do fígado fica na região epigástrica, entre outras) - Náuseas - Vomitos - Colúria (pigmento biliar na urina de coloração escura, urina de coca cola) - Acolia fecal (fezes esbranquiçadas, fezes em massa de vidraceiro. Toda a bilirrubina foi desviada para a urina). Qual a população de risco? HBV: todos expostos aos meios de transmissão possíveis (principalmente relação sexual desprotegida). HCV: usuários de drogas injetáveis ou intranasais, portadores de piercing ou tatuagem (transmissão percutânea), HIV +, sexo com portadores de HCV, filhos de mães infectados com HCV. Diagnóstico laboratorial para HCV Exames inespecíficos: Hemograma - Forma aguda: leucopenia com linfocitose. - Hepatite fulminante: leucocitose com DNNE e avaliação da função hepática: Transaminases (TGO e TGP - 5 a 10 X o limite superior) - A queda abrupta das transaminases pode representar evolução para hepatite fulminante. - A queda abrupta não indica reversão do quadro, mas sim a evolução para hepatite fulminante, por que? Pois as transaminases ficam nos hepatócitos e esses estão sendo destruídos, liberando as enzimas no sangue. A recuperação é gradativa, com isso as transaminases diminuem devagar. Se elas diminuírem rapidamente indica que se esgotaram as células hepáticas a serem destruídas, não tendo como mais reverter o quadro. - Elevação persistente ou intermitente indica provável cronificação; aumento de bilirrubina, do GGT e da FA; diminuição da albumina (podendo evoluir para anemia carencial, devido à hipoproteinemia) e da atividade de protrombina. Exames específicos: Anti-HCV: detecta anticorpo contra os componentes do vírus. - Quando reagente não significa que o individuo tenha o vírus, visto que em cerca de 10% dos casos o individuo cura-se espontaneamente, Então o anti HCV reagente só quer dizer que o indivíduo possui anticorpo, não significa que está contaminado. HVC-RNA (PCR quantitativo do vírus) - Caso o Anti-HCV seja reagente para confirmar se o paciente está ou não contaminado. - Se o PCR qualitativo (saber se é reagente ou não) estiver positivo, confirma que o paciente possui o vírus da hepatite C. Também deve ser pedido o PCR quantitativo antes de iniciar o tratamento, para saber a dosagem, a quantidade de carga viral. Tratamento hepatite C: Fase aguda: Pacientes sintomáticos: aguardar 12 semanas após início dos sintomas, no caso de não ter havido Clearance viral espontâneo (HCV-RNA negativo) - Ou seja, espera-se 3 meses mais ou menos para fazer o PCR qualitativo (ta ou não ta com vírus?) para tratar o paciente na fase aguda. Pacientes assintomáticos: iniciar o tratamento imediatamente após o diagnóstico, em média 4 semanas após a exposição, principalmente nas populações de maior risco (pessoas expostas à acidentes com instrumentos perfuro cortantes, pacientes em hemodiálise e usuários de drogas endovenosas. - Quando o paciente chega ictérico, ele já têm essa hepatite há muito mais do que 4 semanas, pois o período de incubação é de 50-60 dias - A grande diferença entre a B e a C é que a B não trata em fase aguda, vai esperar 6 meses para certificar que tem o vírus ou não, se tornou um portador crônico do vírus (Anti HBs). Na hepatite C, fase aguda já é tratável. - Na fase aguda vai tratar por 24 semanas, independente do subtipo do vírus. Fase crônica: Objetivos: - Resposta virológica aumentada - Aumenta expectativa de vida - Melhora na qualidade de vida - Redução da probabilidade de evolução para insuficiência hepática terminal que necessitemos transplante hepático - Diminuição do risco de transmissão da doença. - Esse objetivo é conseguido através da redução da carga viral. Como saber isso? A partir da confirmação da contaminação pelo vírus através do PCR QUALITATIVO, você pedira um PCR QUANTITATIVO para ver a carga viral, será um parâmetro para o tratamento, para saber se vai fazer completo ou não. → A Genotipagem do HCV é obrigatória para candidatos a tratamento, já que o mesmo é definido de acordo com o genético encontrado: - Genótipos 1 – PEG-IFN e RBV, durante 48 a 72 semanas - Genótipos 2 ou 3 – IFN convencional e RBV, durante 24 semanas - Genótipos 4 ou 5 – PEG-IFN alfa e RBV, durante 48-72 semanas - Esse tratamento causa febre, depressão, muita mialgia, as vezes o paciente nem aguenta; morre antes. - É um tratamento muito difícil. Profilaxia para HCV: Pré-exposição: a única medida eficaz para eliminação do risco de infecção pelo vírus da hepatite C é por meio de prevenção da ocorrência do acidente. Ou seja, não há nada em termos de medicamentos a se fazer nem Pré nem Pós exposição, somente as condutas, de não compartilhar seringas, relação sexual com preservativo. Pós-exposição: não existe Hepatite D - Vírus delta- RNA vírus - Vírus incompleto – depende do HBV para se replicar. Depende exclusivamente da função ajuda provida pelo DNA do vírus da hepatite B (HBV-DNA) e de seu respectivo envelope de proteínas, o antígeno de superfície do VHB (HBsAg), para completar o seu ciclo biológico, ou seja, de replicação, de transmissão e infectividade e de penetração e replicação exclusiva em hepatócitos. Epidemiologia - Alta taxa de incidência na região Norte. HDV – Clinica - Período de incubação: 30 -180 dias Apresentação clínica HDV - Devido a essa dependência existem então 2 situações clínicas: Co-infecção: contaminação simultânea HBV + HDV. É quando o indivíduo é infectado pelos 2 vírus ao mesmo tempo. É uma transmissão sexual ou via parenteral. - Tendência para evolução benigna (95%) - Manifesta-se como hepatite B aguda - Raramente evolui para cronicidade (2%) - Após o estabelecimento do HDV, este último provoca interferência viral e inibe a síntese de VHB (vírus da hepatite B). A ocorrência simultânea das infecções serve como bloqueio para o vírus da hepatite B. - Hepatite aguda recidivaste, de curso clínico bifásico, com 2 picos séricos das aminotransferases. - Se o vírus da hepatite B está inibido, raramente o quadro ira ter uma evolução maligna e irá se cronificar, já que o D precisa do B para se multiplicar. Superinfecção: portador prévio do HBV (sintomático ou assintomático) contrai o HDV - Ocorre a infecção pelo vírus delta, da hepatite D, já sendo portador do vírus da hepatite B. - É importante saber distinguir essas situações por que cada situação tem evoluções prognósticas bem diferentes. - Prognóstico mais grave - Antigenemia pré-existente do VHB, condição está, ideal para que o vírus D inicie a replicação intensa, explosiva e, produza grave dano hepático. - Evolução para forma fulminante ou crônica (75%) Se já existe o vírus da hepatite B, existem condições ideais para que o vírus D inicie a replicação intensa. Transmissão do HDV - Parenteral (=HBV): procedimentos cirúrgicos, odontológicos, transfusão sanguíneos, -hemodiálise, contatos íntimos domiciliares (compartilhamento de escova, laminas de barbear), acidentes perfuro cortantes, compartilhamento de seringas. - Sexual - Transmissão vertical (mãe-filho) Apresentação Clínica Diagnóstico: Inespecífico: doença viral hepática Específico: marcadores sorológicos de Hepatite B (aguda ou crônica) + anti-HDV IgM, anti-HDV IgG, VHD- RNA (o isolamento do RNA DO VHD no soro ou no tecido hepático) HBsAG Anti- HBc total Anti-HBc IgM Anti HDV total Anti HBs Coinfecção ( + ) ( - ) ( + ) ( + ) ( - ) Superinfecção ( + ) ( + ) ( - ) ( + ) ( - ) Cura ( - ) ( + ) ( - ) ( + ) ( + ) - O Anti-HBcIgM está negativo na superinfecção pois está crônico. Profilaxia para HDV: - A imunização ativa contra o HBV, constitui melhor o procedimento para redução da prevalência e incidência da infecção pelo HVD. - Indivíduos portadores crônicos do HBV, residentes em áreas endêmicas de infecção pelo HVD a profilaxia da superinfecção continua representando um desafio. - Se o prognóstico piora quando o paciente infectado pelo vírus D já possui o vírus B, o mais indicado a se fazer é evitar a crônificação do vírus B. Tratamento: - Sintomático - Não tem específico. Hepatite A e E Dados clínicos e epidemiológicos: - Não cronificação - Não tem tratamento - As duas são de transmissão fecal-oral. - RNA vírus - Possibilidade de fulminar 0,1% no HAV e 1-2% na HEV, devido a chance da grávida de ter a infecção. - Toda doença fecal-oral a prevalência vai ser em países menos desenvolvidos, onde a estrutura de saneamento básico é precária. Não precisa sair do país para perceber isso, basta olhar para dentro do Brasil, por exemplo, em cidades interioranas isso é bastante perceptível. Hepatite A - RNA vírus - Transmissão fecal-oral - Distribuição mundial, em especial nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. - Autolimitada, não leva a infecção crônica. Casos graves e fulminantes podem ocorrer em idosos e em pacientes com doença hepática preexistente. - Período de incubação 15-45 dias (2 a 6 semanas) Epidemiologia: - Distribuição mundial, em países desenvolvidos ou subdesenvolvidos. Só não está presente, excluindo a Oceania, EUA, Canadá e oeste Europeu. - No Brasil, a única região que tem taxa de incidência inferior à média nacional é a Sudeste, com destaque para o RJ, visto que são regiões com melhores redes de saneamento básico. - A faixa etária com maior taxa de incidência é de 5 a 12 anos (período que vai para escola), porque é o período em que a criança começa a sair de casa, ir para a escola e nem sempre ela tem as condições adequadas de preparação de comida. Quando chega aos 13 mais ou menos, a taxa volta a despencar porque eles já possuem uma higiene pessoal melhor, já estão crescidos. - Entre homens e mulheres a frequência é muito próxima da hepatite B. 100 homens para 110 mulheres. Quadro clínico: - Período de incubação de 2 a 6 semanas (media 28 dias) Formas clínicas: Assintomática Oligóssintomática: Febre, astenia, mialgia, cefaleia Sintomático (ictérico): após um período prodrômico que dura de 3 a 7 dias surge a icterícia, náusea, vômito, dor abdominal, acolia fecal - Evolução natural de 3-6 semanas. - Forma fulminante: rápida deterioração da função hepática decorrente de necrose extensa dos hepatócitos (0,1%) - Bem parecido com as outras hepatites (náusea, vômitos, icterícia, acolia fecal, dor abdominal, febre) - Importante: casos graves e fulminantes podem ocorrer em idosos e em pacientes com doença hepática preexistente Diagnóstico laboratorial HAV - Anti-HAV IgM/IgG; - Lembre-se de pedir a sorologia. Pode até ser medido o RNA viral nas fezes já que ele é excretado. Profilaxia: -Vacina – administração iniciada a partir de 1 ano de idade, IM, 2 doses (intervalo de 6 meses). -Indicada para quem vai para áreas propiciais a infecção. Tratamento HVA: - NÃO HÁ TRATAMENTO ESPECIFICO - Repouso relativo - Abstinência de bebida alcoólica - Medicação sintomática pode ser prescrita: cuidado com paracetamol Profilaxia HVA: - SANEAMENTO BASICO E MEDIDAS HIGIENICAS INDIVIDUAIS - Hepatite A tem vacina (a partir de 1 ano 2 doses, intervalo 0 e 6 meses) via IM. Hepatite E - RNa vírus - Transmissão fecal-oral - Período de incubação 14-60 dias - Varias espécies de animais podem atuar como reservatório - Comum em países em desenvolvimento – epidemia relacionada a água (inundações) - Endêmica na Ásia, África (parte norte) e Oriente Médio, México. Epidemiologia: - Comum no sudoeste asiático e Norte da Africa. - Frequencia muito menor quando comparada às hepatites A, B e C: Em 2010 ocorreram 62 casos - Casuística muito pequena de óbitos. 2000-2010: 48 óbitos por HEV no Brasil enquanto por HCV, no mesmo período, foram 15mil e HBV 5mil óbitos. - Transmissão fecal ora, então entra pela boca e sai nas fezes Quadro clínico: - Período de incubação: 14-60 dias (média de 42) - Forma inaparente (anictérica) assintomática ou oligossintomática: mal estar, dor abdominal, anorexia, febre baixa. - Forma ictérica (4-6 semanas): coliúria e hopocolia fecal - Importante: Em gestantes principalmente no 3° trimestre têm maior risco de hepatite fulminante (letalidade 25%) Diagnostico HVE - Anti-HEV IgM/IgG - Detectar o RNA viral nas fezes, já que ele é excretado. - Deve-se pedir sempre a sorologia. Tratamento HVE: - NÃO HÁ TRATAMENTO ESPECIFICO - Repouso relativo - Abstinência de bebida alcoólica - Medicação sintomática pode ser prescrita: cuidado com paracetamol Profilaxia HVE: - SANEAMENTO BASICO E MEDIDAS HIGIENICAS INDIVIDUAIS - Hepatite E - não tem vacina Muita atenção nas medidas de profilaxia nas gestantes Patogenia HAV e HEV Ingestão de alimentos ou água contaminada Resiste ao pH ácido e chega ao epitélio intestinal Circulação mesentérica- chega no fígado pelo sistema porta Parasita aos hepatócitos e replica Eliminação fecal Introdução.pdf Introdução - Rever conceitos fundamentais em infecção como microbiota, portador, doente (infectado) - Rever os métodos laboratoriais de maior uso em Infectologia - Rever como devem ser colhidos materiais biológicos de maneira correta - Rever os grupos bacterianos mais importantes nas doenças infecciosas Conceitos - Micróbios - Microbiota residente - Microbiota transitória - Estado de portador - Colonização - Infecção Quando suspeitamos de infecção? - Febre (ou hipotermia) - Mal estar geral, apetite, emagrecimento - Queixas relativas a vários tratos: - Lesão cutânea/erupção - Tosse, expectoração, dor pleurítica - Diarréia - Disúria, estrangúria, polaciúria - Artralgia, artrite - Dor Febre: maior que 38 graus (termômetro axilar). Podendo ser um pouco variável, algumas pessoas têm aquela sensação de febre em temperaturas mais baixas e outras com temperaturas mais altas. Algumas pessoas até podem apresentar infecção e não fazer febre. - As citocinas que são responsáveis por gerar a febre, geram outros sintomas também associado a ela, como por exemplo, artralgia, prostração, entre outros sintomas. → Pessoas com doenças de bases (cirrótico, renais crônicos, indivíduos em uso de medicamentos imunossupressores), elas não respondem ao agente agressor como o usual, que seria fazendo febre, elas respondem fazendo hipotermia(temperatura menor que 36). Síndrome consumptiva: resposta inflamatória prolongada leva a pessoa a um estado de emagrecimento. Pensar sempre em 2 diagnósticos diferenciais (principalmente quando jovens), HIV, tuberculose e frequentemente a coinfecção (a mais frequente no Brasil). Depois pode-se pensar em neoplasia, endocardite, doença autoimune. Frequentemente uma anemia normo normo faz parte da Síndrome, juntamente com emagrecimento e resposta inflamatória prolongada. Como colher a história? - De modo usual! - Não esquecer jamais de história de exposição a animais, de viagens, de contato com pessoas doentes (mesmo que a muitos meses ou anos), do uso de drogas ilícitas, do comportamento sexual, de alcoolismo, de origem (naturalidade), de ferimentos ou lesões de pele ou traumatismos recentes Como examinar um paciente - De ponta a cabeça - Todos os sistemas são examinados - Não esquecer de prestar especial atenção a linfonodos, fígado, baço, pele, orofaringe, sistema nervoso central (orientação, rigidez de nuca), sopros cardíacos. - Sempre examinar linfonodos (principalmente cervicais e axilares), além de fígado e baco (que são órgãos que respondem a infecção), pele ou portas de entradas (cateter, furúnculo), e examinar lesões que sugerem infecção como petéquias, purpuras, lesões nas unhas. Ex: Tem tosse? Você fuma? Porque um tabagista com febre e tosse, pode estar fazendo a sua pneumonia, exacerbação da bronquite. Examinando por sistemas para fechar onde se encontra o foco do problema. Ex: Infeccao urinaria baixa (cistite) – não tem febre (normalmente), se houver febre pensa-se em infecção urinaria alta (pielonefrite), associada a um grande mal-estar. Ex: Articulação com edema calor e rubor = artrite (mono ou poli) Focos misteriosos associados a febre: - Endocardite (com o surgimento de sopro) - Infecção óssea (osteomielite) – as vezes sendo somente febre porem pode vir associado a dor. - Abscesso profundo – não dar nada a não ser febre. → Porém febre não se dá exclusivamente em infecções, podendo estar associada a neoplasias, hipertermia, medicações (antiepiléticas, antibióticos e anti- inflamatórios), e doenças auto imunes (lúpus entre outros), febre de origem central (traumatismo, sangramentos). Exames Fundoscopia: - Ex: tuberculose miliar ( esta é parte do exame físico). - Manchas no fundo do olho podem indicar tuberculose miliar. Além das Habilidades na Anamnese e Exame Físico... - A interação com a equipe do laboratório de microbiologia, virologia, parasitologia e imunologia é muito importante!! Hemograma Completo: exame básico - Série vermelha, - Série branca: ontagem total e diferencial - Plaquetas Achados Possíveis: - Anemia de doença crônica - Plaquetopenia ou trombocitose - Leucocitose ou leucopenia - Desvio com bastões, mielócitos, metamielócitos: em infecções bacterianas; ausência de eosinófilos na periferia e granulações tóxicas. - Neutropenia: infecções virais, brucelose, sepse fulminante, - Induzida por fármacos - Pancitopenia: em hiperesplenismo, em doenças medulares - Linfocitose: infec. virais, coqueluche - Linfócitos atípicos: EBV,CMV, sarampo, dengue, HIV, toxoplasmose Exemplos: - Hemograma com 25.000 leucócitos, diferencial 0 eosinófilos, 15% bastões, 82% segmentados, 2% mielócitos; plaquetas 35.000; hb= 13 g/dl - Leucograma com 4.000 leucócitos, 0 eosinófilos, 15% bastões, 80% segmentados, 2% mielócitos - Leucograma com 15.000 leucócitos, 30% eosinófilos, 5% bastões, 50% segmentados, 15% linfócitos - Leucograma com 3.500 leucócitos, 2 eosinófilos, 50% linfócitos, 30% segmentados, 5% monócitos, 5% bastões, 66.000 plaquetas Leucograma de infecção: - Aumento dos leucócitos – leucocitose - Esse aumento pode ser absoluto ou não. Tendo a maioria dos laboratórios como corte o valor de 11000 leucocitos. - Porem semelhante ao que faz na febre, poder ser somente um hospedeiro que responde mal fazendo leucopenia (menos que 4.000 leucócitos). Principalmente em infecções virais, como por exemplo a dengue. - Então além do absoluto é necessário ver o diferencial (percentual). - Um indivíduo com leucopenia porem tem mais de 10% de bastões (desvio a esquerda), tem uma chance muito boa de ser infecção bacteriana importante (onde já se estaria considerando dar antibiótico a essa pessoa). - Um indivíduo com 5% de bastões, menos de 4.000 leucócitos (leucopenia) e tem 45% de linfócitos (linfocitose) – hemograma sugestivo de infecção viral aguda (dengue, gripe). - Dengue ainda tem outros dados do hemograma importante para o diagnóstico, que são, plaquetas e hematócrito. Plaquetas estão baixas e o hematócrito está alto (hemoconcentrado). → 11.200 leucócitos; 6% de bastões – leucocitose com desvio a esquerda (NÃO). É preciso ter bom senso. É tudo muito limítrofe, não é preciso lotar o paciente por causa de um hemograma assim. La para 13.000 ai sim, deve-se considerar essa possibilidade, assim como mais de 10% de bastões.] - Mais exames podem ser pedidos, porém, cuidado, EAS não é pedido se não houver sintomas urinários. E só se pede cultura de urina se houver indicação. - Se por exemplo um paciente chega com um leucograma com 25.000 leucócitos, pede-se hemocultura, pois essa taxa pode indicar sepse bacteriana. Marcadores Inflamatórios: - VHS = velocidade de hemossedimentação - PCRT = proteína C reativa titulada VHS - Determinada pelos níveis de fibrinogênio, principal agregador de hemácias - Simples e de baixo custo - Aumenta na gravidez, na anemia, na ins.renal - Crônica - Aumenta com a idade - O fibrinogênio tem meia vida longa, logo demora a aumentar e a cair - Limite máximo de 150 mm; - valores > 100 indicativos de tuberculose, neoplasia ou arterite de células gigantes - Não cai como a ptn C reativa cai. Por isso hoje é mais usado a dosagem de PTNc reativa, a não ser por infecções cujo o tratamento é muito prolongado (endocardite, osteomielite). - Colocar os tubos durante em média uma hora e medir a coluna da altura do deposito de hemácias. Proteína C reativa Titulada - É um indicador direto por ser proteína inflamatória sintetizada pelo fígado sob estímulo inflamatório - Usualmente presente em concentrações baixas, níveis aumentam e diminuem rapidamente - Quantificável até níveis altos - Função de “scavenger” de material nucléico - Alta em doenças inflamatórias :AR, PMR, Wegener, Behçet, PAN, gota, pseudogota, espondilite anquilosante, artrite juvenil. - Valor de referência: 0,5 mg/ dL - Se > 4, dificilmente de causa viral - Se > 10, altamente sugestivo de causa bacteriana - Acompanhamento de tratamento/atividade de doença - A PCRT no senário do CTI (doente crônico ali, pois está muito tempo internado), ela é até mais sensível que um leucograma. Por ser sintetizada no fígado (como resposta inflamatória geral, seja infecção, seja trauma), ela ERRO no texto (conferir): PCRT maior do que 10 – bacteriana; menor do que 4 – viral. - Grande vantagem: visibilidade e meia vida. - A proteína C dura menos de um dia, então se houver modivicacao na situação do paciente. Por exemplo: o paciente com febre chega com PtnC reativa 12 e logo começa-se o antibiótico, logo no dia seguinte, para ver se já está havendo alguma resposta dosa-se a ptn C, assim caindo para 10, 5 para 2 ... até chegar a normalidade. Sendo mais sensível muitas vezes que o leucograma. Procalcitonina: recentemente tem-se um exame mais avançado, porém ainda não é encontrado em rede públicas, por exemplo. Que é mais conhecido como procalcitonina. A procalcitonina é produzida pela tireoide e é indetectáveis na maioria das pessoas saudáveis nos exames de rotinas. Porem em processo inflamatórios bacterianos ela se eleva de maneira rápida. Tem uma vida um poquinho mais longa que a PCR e é um indicador de prognostico (ou seja, uma procalcitonina muito alta pode indicar que aquele paciente pode evoluir mal. Hemoculturas - Exame complementar de suma importância em doenças infecciosas Coleta de hemocultura: - No adulto, fundamental volume mínimo de 20 ml por coleta, distribuídos em 2 frascos de 10 ml. - Não é preciso coincidir com o momento da febre - Colher pelo menos 1 coleta, idealmente 2 coletas (intervalo mínimo de 20-30 min) - Se suspeita endocardite, 3 coletas (momento 0, 1 hora e 12 horas) - Se houver turvação do meio significa que algo está crescendo no frasco. Fazendo para confirmar e dizer qual bactéria se trata a partir da colocação GRAM. - Se colhe sempre que o paciente tiver febre e se desconfiar de ser febre bacteriana, micobacteriana ou fungica. → Viral: não colhe hemocultura, pois eles não crescem em meios comuns. Para ele se replicar ele precisar estar dentro de uma célula, então para fazer cultura viral é preciso ter cultura de células e isso é algo relativamente complexa. - Existe uma forma direta e uma forma indireta de identificação viral. A direta é PCR (reação em cadeia da polimerase), que é um teste de biologia molecular. Até o quinto dia de doenças virais colhe o sangue da pessoa e daquele sangue tenta-se amplificar o DNA; RNA, para identificar o material genético para ver se é positivo ou não para determinado vírus. PCR é muito utilizado em cenários crônicos. Exame de rotina: sorologia (detecção de anticorpos no sangue daquela pessoa). Porem a pessoa no terceiro ou quarto dia ainda não gerou anticorpos, para os anticorpos aparecerem na sorologia leva em média no 7 ao 10 dia. Na sorologia colhe-se IgM e IgG e pede ao paciente para voltar 10;15 dias depois e faz-se a sorologia comparada. Hemocultura: - Leitura automatizada - Bactérias comuns crescem em horas - Incubação por 5 a 7 dias - Caso suspeitas bactérias de crescimento lento, pedir ao laboratório para incubar por 2 a 3 semanas Hemoculturas para Fungos e Micobactérias: - Princípios semelhantes - Para fungos, são colhidos em tubos de lise centrifugação, uma por dia por 3 dias diferentes, e a incubação é por 6 semanas, com leituras semanais - Para micobactérias, coleta em 3 momentos consecutivos, intervalo de 1 hora, incubação por 6 semanas. Para M.tuberculosis, positividade em 3 semanas em média. Imagem: - Radiografias, - Ultrassonografia, - Tomografias computadorizadas, - Ressonância magnética nuclear, cintigrafia com Tecnécio, com gálio, com leucócitos marcados. Exames Específicos da Infecção: - Coleta adequada de material - Colorações específicas para bactérias comuns, fungos, micobactérias, em microscópio óptico e fluorescente - Vírus: modo de transporte, cultura, microscopia eletrônica - Meios de cultura para bactérias, fungos e micobactérias - Coloração e métodos para protozoários - Sorologias - Exames para helmintos Coleta e Transporte de Materiais Biológicos: Abscesso: aspirado de pus ou secreção em seringa, swabs inadequados; usar meio para anaeróbio. Biópsia: manter úmido o material, não usar salina ou formol Sangue: colher com técnica asséptica, sangue periférico, pelo menos 30 a 40 ml para adultos, 1 a 3 ml para criancas; levar imediatamente ao laboratório para incubação ; para fungo: meio igual para levedura, meio especial (lise/centrifugação) para outros; micobactéria : meio especial. Tempo de incubação: Bactérias comuns: 5-7 dias; fastidiosas: 2 semanas Fungos: 2 a 4 semanas Micobactérias: 2 a 6 semanas Sangue(continuação): Malária : esfregaços com gota espessa e fina,repetir em 24 e 48 horas se negativo inicial Tripanossomas: esfregaços com gota espessa e fina, cultura; colher sangue durante episódios febris Microfilárias: gota espessa. Aspirado de Medula Óssea: - Obter 2 ml para pesquisa direta e cultura de histoplasme, micobactérias, leishmania, brucela, salmonela. Urina: - Mandar imediatamente para o lab., manter refrigerado ou com preservativo, tempo máx 2 horas. - Coletar o jato do meio, matinal, para cultura de germes comuns. - Coletar o 1º jato da manhã para cultura de micobactéria, volume de pelo menos 20 ml. - Fungos: proceder como para cultura de micobactéria - Punção suprapúbica em lactentes e neonatos - Catéter vesical - Fazer o Gram da urina - Avaliar a presença de céls epiteliais → Culturas mistas ou isolamento de ECN (exceto S.sapro-phyticus), Lactobacillus, Candida indicam cont. - >10 5 significativo, entre 10 4 e 105 avaliar Outros Fluidos Corporais: líquido sinovial, ascítico, dialítico, pleural, pericárdico, líquor... - Enviar 2 a 5 ml para bactérias, > 10 ml para fungos e micobactérias. Líquor: 1 a 2 ml para bactérias - Processados com centrifugação ou filtração para sensib. - Podem ser inoculados em garrafas de hemoculturas - Sempre enviar para Gram direto e semeadura direta em placa Trato respiratório superior: - Swab de narinas anteriores: S. aureus, S. pyogenes - Swab de orofaringe: S. pyogenes, se outros suspeitos, informar ao lab ( N. meningitidis, N. gonorrhoeae, C.diphteriae) - Se suspeita de Bordetella pertussis , swab de nasofaringe posterior com alginato. Material do trato respiratório inferior: Escarro: triagem com celularidade (pmn/epitelial) para cultura de bactérias usuais; não adequado para anaeróbios ou Legionella. Colher sangue concomitante para pneumonia. - P/ fungos e micobactéria não precisa celularidade no escarro. - P/ BAAR, 03 amostras consecutivas pela manhã, primeiro escarro. - Escarro induzido para P.jiroveci e micobactéria. Aspirado traqueal: cultura quantitativa ideal Aspirado transtraqueal: ideal para anaeróbios Mini LBA e LBA: para bactérias comuns, micobactérias, fungos inclusive P.jiroveci, criptosporídeo, microsporídeo,toxoplasma. Fezes: - Enviar 03 amostras, uma por dia - Transportar imediatamente ou refrigerar - Leucócitos e hemácias nas fezes - Preparados úmidos veem Campylobacter - Culturas para bactérias como salmonela, shigela, campi-lobacter, E.coli enterohemorrágica (sorologia), - Pesquisa de ovos, cistos e parasitas - Pesquisa da toxina do Clostridium difficile - Avisar se suspeita de Aeromonas, Yersinia e Vibrio cholerae para meios especiais. - Pesquisa de coccídeos deve ser solicitada especificamente Infecções Genitais: Microbiota usual: ECN, estreptococos, anaeróbios, Lactobacillus, corinebactérias, fungos. - Doença pode ser causada por essa microbiota, ex. G.vaginalis, S. agalactiae Material enviado: secreção vaginal alta, cervical, uretral, swabs anorretais, material de úlceras genitais Vaginite: 1 - Trichomonas vaginalis: lâmina direta 2 - Candida: KOH 3 - Vaginose ou vaginite não específica: Gram da secreção vaginal com cels,‘clue’ou GN curvos ou fusiformes com pouco lactobacillus; dados clínicos 4 - N. gonorrhoeae: inoculação direta na placa; no homem,Gram da secreção peniana 95% sensibilidade 5 - Chlamydia: métodos de amplificação Infecções de Partes Moles: - A contaminação é frequente dependendo de como se coleta o material - Swabs são material ruim, preferir aspirados de abscessos fechados, material obtido por punção ou biópsia - Se suspeitos fungo, anaeróbios, micobactérias, ameba, pedir especificamente - Fornecer dados clínicos, ex mordedura, e sítio ex mão - Fazer sempre o Gram: pode ser visto e não cultivado por uso prévio de antibiótico ou se causado por anaeróbio - Fazer slide de impressão além da cultura do tecido macerado - Avaliar a quantidade de polimorfonucleares vs cels epiteliais - Cultura quantitativa de biópsia cutânea: > 10 5 por g de tecido (ex queimadura) Culturas de Pontas de Catéter: considerado de menor valor hoje em dia - Enviar removendo o catéter assepticamente - Cortar 5 cm da ponta, colocar em pote estéril - Técnica de rolamento de Maki: positivo se mais que 15 UFC - Venosos, arteriais periféricos,de artéria pulmonar,de hemodiálise - De monitoração de PIC - NÃO ENVIAR PONTAS DE SONDAS URINÁRIAS Colorações comumente usadas na microbiologia: Gram: determina se gram positivo (azul) ou gram negativo (rosa) e a morfologia (cocos, bacilos, cadeias, agrupados, em letra chinesa) as bactérias comuns; as leveduras se colorem Gram positivas. Coloração para outros micro-organismos: - Para micobactérias: Ziehl-Neelsen, Kinyoun, auramina-rodamina (mais sensível, microscópio de campo escuro; serve para criptosporídeo também). - Lâminas com KOH (potassa) para fungos - Tinta nanquim para criptococo no líquor - Laranja acridina para malária, bactérias difíceis como Campylobacter, Bartonella. - Giemsa (coloração básica hematologia) para malária, tripanossoma, etc. Outros métodos de detecção direta: Anticorpo fluorescente diret: para Legionella e Bordetella pertussis; para Pneumocystis carinii, Chlamydia, alguns vírus - Detecção direta de antígeno em amostras de pacientes: Látex (líquor): para estreptococo do grupo B, Haemophilus influenzae tipo b, S. pneumoniae, N. meningitidis, Cryptococcus neoformans (sangue e líquor). Imunoensaios enzimáticos: S.pyogenes, Legionella pneumophila sorotipo 1, CDT, toxina de E.coli, cripto, giardia, criptosporídeo, E. histolytica, vírus (herpes, rota, adeno, influenzae, RSV), Clamídia. Meios de cultura para germes comuns: Ágar-sangue: com 5% de sangue de carneiro; o mais comumente usado. Determina ou hemólise. Não cresce hemófilo, Legionella, outros fastidiosos/exigentes. Ágar chocolate: para vários fins, incluindo crescimento de Hemófilo e Neisseria. MacConkey: inibe o crescimento de gram positivos, com isola-mento de gram negativos e diferenciacao de cor para lactose. - Sempre é colocado para amostras não puras (ex. escarro). Caldo (tioglicolato, BHI): para recuperacao de quase todos os microorganismos, exceto anaeróbios a não ser se especificamente pedido. Outras condições: - Atmosfera de incubação: aérobia, aeróbia com CO2, microaerofílica, anaeróbia. - Temperatura: 25,37, 42 graus C. - A identificação é feita pelo aspecto colonial, pela presença ou ausência de hemólise em ágar-sangue, pelo Gram das colônias, pelas reações bioquímicas Reações Bioquímicas Importantes: Disco de bacitracina : para identificacao presumida de estreptococo beta hemolítico do grupo A Solubilidade em bile: para distinguir pneumococo de outros viridans Catalase: diferencia estreptococo (catalase negativo) de estafilococo (catalase positivo) Coagulase: diferencia estafilococo aureus(coagulase positivo)de outros coagulase negativo Optoquina: susceptibilidade a optoquina é evidencia presumida de pneumococo. Oxidase: diferencia enterobactérias/Acinetobacter de Pseudomonas aeruginosa. Cocos Gram-positivos: Estreptococos: em pares ou cadeias catalase negativo , ou gama-hemolíticos hemolíticos são grupáveis hemolíticos=viridans, sendo importante identificá-los quando pneumococo ou em sangue (EI). Pneumococo: S optoquina, aspecto colonial,látex Estafilococos: em pares ou tétrades ou cachos catalase positivo coagulase positivo. Micrococcus,etc. Anaeróbios Bastonetes Gram – positivos: Bacillus: formam esporos aerobicamente Clostrídeos: formam esporos anaerobicamente Não formam esporos: Listeria monocytogenes: é hemolítica, motilidade específica, catalase positiva Corinebactérias: no Gram, aspecto de letras chinesas Rhodococcus: colonias cor de rosa Actinomicetas: filamentosos no Gram Propionibacteria: aranhas no Gram Erysipelothrix Lactobacillus Cocos Gram- negativos: Neisseria: de importancia clínica, a gonorrhoea e a Meningitidis; oxidase positiva, ágar-chocolate Acinetobacter: oxidase negativa Moraxella: diferencia-se das Neisseria por produzir DNAase e butiroesterase Bastonetes Gram-negativos: 1 - Aeróbios e anaeróbios facultativos 2 - Não fermentadores 3 - Fastidiosos 4 - Estritamente anaeróbios BGN 1 - Enterobactérias: Escherichia coli, Enterobacter, Klebsiella,Serratia, Providencia, Proteus, Morganella, Salmonella, Shigella. Vibrionaceae: Vibrio, Aeromonas, Plesiomonas (oxidase+) 2 - Não fermentadoras: Pseudomonas, Burkholderia, Acinetobacter, Stenotrophomonas 3 - HACEK, hemófilos, brucela, pasteurela, bordetela, legionela, Campilobacter, bartonella, francisella, capnocytophaga, helicobacter 4 - Anaeróbios estritos: Bacteroides, fusobactérias Teste de sensibilidade ao antibiótico (TSA): - Meio usual, com discos impregnados com concentrações fixas de antibióticos, leitura pelos halos (ágar de Muller-Hinton, método de Kirby-Bauer). - Microdiluição em meio líquido nutritivo, o MIC - Fitas impregnadas com concentrações crescentes de antibióticos: E-teste. 1 - Agar de Muller Hinton: agar mais clarinho, bem neutro. Semeia-se na placa a bactéria. Coloca-se como se fosse um carimbo com diferentes antibióticos previamente determinado(padrão) para aquele antibiótico. - E no dia seguinte vai haver o halo de inibição. Se o antibiótico tem ação contra aquela bactéria que está ali naquele meio, ele vai se difundir no meio e matar aquela bactéria, formando em torno dos discos um halo ( um vazio) e se mede essa distância e de acordo com o antibiótico, vai dizer se ele é sensível ou resistente. 2 - Microdiluição em calda 3 - E-teste (é mais caro) , é uma fita que se coloca no meio de bactéria. Só que ele só mede um antibiótico. Micobactéria: - Não coráveis pelo Gram, retém o Ziehl-Neelsen fucsina fenolada aplicada a quente por 5 min Pesquisa direta em materiais de BAAR com métodos de - Ziehl-Neelsen, auramina . - Por amplificação de ácido nucléicos: Gen Probe, Amplicor - Cultura em meio líquido: Bactec 13A, Middlebrook - Cultura em meio sólido: Lowestein-Jensen - Para identificação: - Velocidade de crescimento - Aspecto colonial - Produção de pigmento - Métodos baseados no ácido nucléico De crescimento lento: - M.bovis - M.tuberculosis Fotocromogênicas: - M. kansasii - M.marinum Não cromogênicas - MAI - M.ulcerans - M.malmoense Crescimento rápido: - M.fortuitum - M.abscessus - M.chelonae - M.smegmatis Fungos: Levedura: Candida, criptococo, Saccharomyces, Trichosporon, Rhodotorula Dermatófito: Epidermophyton, Microsporum, Tricophyton Dimórficos: Blastomyces dermatidis, Coccidioides immitis, Histoplasma capsulatum, Parococcidioides brasiliensis, Sporothrix schenkii, ... Outros: Aspergillus, Penicilllium, Fusarium, Pseudallescheria - Meio de coleta e cultura: frascos com sangue para bactérias comuns crescem leveduras - Tubos de lise-centrifugação (Isolator) para outros - KOH para preparados diretos de pele - Giemsa para P. carinii, H. capsulatum, etc - Antígeno para criptococos e histoplasma - Incubação a 30 C, ágar sabouraud, cultura em 4 semanas. Leituras semanais. - Testes de sensibilidade padronizados para fluconazol, itraconazol e flucitosina mas correlação in vivo/in vitro não fechada . Lab de ref. Vírus: - Transporte em meio próprio de cultura; cultura em células - Detecção direta de antígeno em material clínico (herpes,CMV, rotavírus por ELISA) ou de DNA (hep B,CMV) - Sorologia pareada ou específica (ex. dengue, hep B) - Microscopia eletrônica: raspado de lesões para VZV, urina ou saliva para CMV (RN), fezes (rotavírus). Técnica de PCR: ex HIV, HCV no sangue CMV, herpes no líquor - Alterações teciduais sugestivas (ex. inclusões citomegálicas) - Tradicional: teste de anticorpos heterófilos para EBV (IgM que reagem com Ag de hemácias heterólogas) Biologia molecular: - Técnicas cada vez mais utilizadas em diferentes materiais clínicos para diagnóstico, ex - Dosagem de carga viral para HIV, hepatite B, hepatite C, CMV, em sangue periférico - Dosagem de DNA viral no líquor para herpesvirus - Pesquisa rápida em escarro para M. tuberculosis, inclusive resistente Concluindo: - É fundamental o conhecimento dos diferentes métodos utilizados para o diagnóstico de doenças infecciosas para melhor indicá-los e chegar rapidamente à definição do agente etiológico e do melhor tratamento a oferecer, com base em antibiogramas e afins. - Quando se precisa colher material precisa-se saber sobre o material da onde está colhendo. Saber um pouco mais sobre a microbiota local. - Microbiota substituída. Se é feito o swab de orofaringe e se encontra E.coli, por exemplo, significa que esse indivíduo fez uso de antibiótico, o qual substituiu a microbiota loca natural. Por isso não se trata exame apenas, é necessário saber interpretar o exame. - Em locais estéreis (sangue, articulações, liquor), não é comum encontrar bactérias, quando isso é feito, indica patologia. - Se na hemocultura aparece alguma, pode ser pelo cateter que não foi feito a assepsia corrteta. Staphilococcus = estrutura em cachos. - Para saber se ele é um aureus é feito um teste chamado coagulase (mistura um pouco de soro com a bactéria) e se ela forma grumos quer dizer que ela é coagulase positiva (colônia amarelada), significando que ela é aureus. - Se não forma ele é um staphilo coagulase negativa. Isso é um divisor de aguas, pois o aureus frequentemente é um patógeno, e o coagulase negativa (colônia branca) a grande maioria das vezes é um morador comensal. Os streptos: redondos em cadeias. São de vários tipos e são classificados de maneira que eles crescem na placa de agar sangue (meio de cultura básico). Beta hemolítico: causa lise das hemácias Gama hemolíticos: não causam hemolise Viridans – presente na cavidade oral e não faz beta hemólise (cresce verdinho). Tem importância quando são correlacionados ao sangue por que tem uma forte relação com endocardite. - Não se faz GRAM no sangue. Difteria e Coqueluche.pdf Difteria e Coqueluche - Difteria e Coqueluche são duas doenças infecciosas contagiosas, a princípio imunopreviníveis. Difteria Definição: - Doença infecciosa febril aguda causada por uma toxina ocasionada pela bactéria Corynebacterium diphiteriae. A doença pode acometer praticamente qualquer membrana mucosa (e a classificação da forma clínica baseia-se na menbrana acometida). - Considerando-se que a principal patogenia da difteria está relacionada a uma toxina, não existe somente uma antibióticoterapia como também o uso de um soro específico, o chamado soro anti-diftérico. - A princípio quando pensamos em difteria, pensamos na forma faringo tonsilar, que é a forma mais comum e possui o maior potencial de levar a casos clínicos mais graves. Etiologia: - Corynebacterium diphiteriae, bacilo aeróbico Gram positivo. → Existem espécies toxigênicas e não toxigênicas. Somente as espécies toxigenicas encontram-se associadas a quadros clínicos graves. → A cultura positiva para Corynebacterium diphiteriae não fecha o diagnóstico definitivo de difteria. É necessária a diferenciação de outras espécies não patogênicas as quais fazem parte da flora habitual da nasofaringe e da pele. - As espécies não toxigênicas até podem levar a quadros clínicos graves, mas na teoria considera-se que somente as espécies produtoras de toxinas tem capacidade de levar a quadros clínicos mais graves, pois a toxina é o mecanismo associado ao aumento da gravidade. - A cultura não fecha o diagnóstico de difteria, porque existem espécies de Corynebacterium diphtheriae, chamadas difteróides, que habitam a orofaringe. Então na obtenção de uma cultura pode-se achar o crescimento de bactérias difteróides. E esse conhecimento é importante no caso de pacientes, por exemplo, com membrana, suspeita de difteria, onde é feita uma cultura. Não se deve basear o diagnóstico apenas na presença de membrana e no crescimento de cultura, é necessária uma investigação mais aprofundada. Epidemiologia: - Distribuição universal (maior prevalência em regiões de clima temperado). - Portadores sadios são o habitual hospedeiro da bactéria. - Em surtos elevada percentagem de crianças como portadoras transitórias. - A transmissão ocorre através do trato respiratório (secreções nasofaringeas) - Raramente transmissão através de lesões cutâneas ou indiretamente através do uso compartilhado de fomites. - Em indivíduos doentes o período da transmissibilidade geralmente é inferior a duas semanas (raramente superior a quatro semanas) sem tratamento. - Portadores crônicos podem eliminar partículas infectantes por até 6 meses. - Portadores sadios são indivíduos assintomáticos que podem contaminar outros indivíduos. - A difteria cutânea, que é uma lesão serosa, o diagnóstico diferencial é completamente diferente da forma faringotonsilar. O principal diagnóstico diferencial de difteria cutânea, no Brasil, é a Leishmaniose cutânea. Patogenia: - A contaminação ocorre através das vias áreas (porta de entrada: nasofaringe) - Produção da toxina diftérica, responsável pela inibição da síntese de proteína celular ocasionando a destruição tecidual local e formação da membrana diftérica. - Esta toxina é então absorvida pela corrente sanguínea. - É a toxina responsável pela miocartide e pela neutire, principais complicação da difteria, assim como plaquetopenia e proteinúria. - A partir da absorção da toxina pela corrente sanguínea, existe uma disseminação hematogênica, ou seja, a toxina sai da topografia inicial da infecção e pode vir a causar defeitos sistêmicos. Assim, pacientes com difteria manifestarem sintomas agudos de neurite e miocardite. - A plaquetopenia é uma informação muito inespecífica no diagnóstico da difteria. Quadro clínico: - Período de incubação médio de 2 a 5 dias (máximo de 1 a 10 dias). - O quadro clínico da difteria é classificado segundo a topografia da lesão. O período de incubação é no mínimo de 1 dia e o máximo de 10 dias, mas normalmente é de 2 a 5 dias. Classificação: - Difteria nasal anterior - Difteria faringotonsilar. - Difteria laríngea - Difteria cutânea - Outros: Difteria ocular e genital Difteria Nasal Anterior: Características: - O quadro clínico inicial é indistinguível a um resfriado "comum". - Geralmente descarga nasal mucopurulenta a qual pode adquirir natureza mucopurulenta. - Uma membrana de coloração esbranquiçada forma- se sobre o septo nasal. - Geralmente caracteriza-se por quadros clínicos de leve gravidade devido a baixa absorção da toxina a partir deste sítio. - Rápida resolução através de medidas terapêuticas aprovadas (soro antidifterídico e antibioticoterapia) - A descarga nasal mucosa pode adquirir natureza mucopurulenta. - Um paciente que chega com uma coriza, secreção clara, espirros, mesmo que relate contato com um paciente com diagnóstico de difteria em até 10 dias, o diagnóstico mais provável será de um resfriado, devido à baixa incidência de difteria. Sobretudo se o paciente em questão tiver a cobertura vacinal completa. - Como a absorção de toxina neste tipo de difteria é baixa, geralmente não leva a quadros clínicos graves. Isto dependerá muito do tratamento. Difteria Faringotonsilar. Características: - A difteria faringotonsilar é o sítio mais comum de difteria. - O estabelecimento da faringe é usualmente insidioso. - Infecções nesses sítios: substancial absorção da toxina. - Sintomas iniciais: prostração, dor de garganta, anorexia e febre baixa. - Em 2 a 3 dias, uma membrana branco azulada forma- se e estende-se, variando em tamanho podendo recobrir apenas as tonsilas palatinas até todo o palato mole. - Na assistência médica, habitualmente, a membrana já encontra-se verde-acizentada, ou até mesmo enegrecida caso um sangramento já tenha ocorrido. - A membrana é fortemente aderida ao tecido e tentativas de remove-la causam sangramento e propiciam a disseminação da toxina. - Tem como possível (e mais temida) complicação, a obstrução de vias aéreas, em caso de formação de uma membrana extensa. - Quanto mais extensa a membrana e com aspecto mais característico, mais fácil será o diagnóstico de difteria. A presença de membrana não é patognomônica de difteria, mas quando o indivíduo tem uma membrana extensa, geralmente ele tem outros sintomas de difteria que facilitarão o diagnóstico. - Eventualmente o paciente pode evoluir com uma insuficiência respiratória a partir da difteria. A princípio a intubação está contra indicada em situações de hipoxemia, porque por mais que haja cuidado não se pode garantir que esse procedimento não irá descolar a membrana. Esse descolamento propicia a disseminação da toxina pelo organismo. - A insuficiência respiratória por obstrução causada pela membrana vai ocorrer em indivíduos menores, ou seja, crianças, porque tem a laringe e a traqueia com um calibre muito inferior. Evolução: - Recuperação em caso de absorção de pequena quantidade de toxina - Deterioração clínica em caso de grande quantidade de toxina Sinais e sintomas da forma grave da difteria faringotonsila. - Prostração severa, palidez, taquicardia, torpor e coma. Se não abordado, o paciente pode ir ao óbito em apenas 6 a 10 dias. - A febre geralmente não é elevada, apesar do paciente apresentar-se nitidamente toxemiado. - Pacientes com edema volumoso das áreas submandibulares e da região anterior do pescoço associado à importante linfoadenopatia local - apresentam a clássica aparência em pescoço de touro. - Deve-se sempre tratar a difteria, mesmo que ela não esteja tão aguda, porque o potencial de gravidade da topografia laringotonsilar é grande e mesmo que a membrana seja pequena não há qualquer garantia que a absorção de toxina será pequena e que ela não precisará de tratamento. É recomendado o tratamento mesmo baseado na suspeita clínica. - Na difteria, a febre baixa não deve ser considerada um bom sinal. - Quando a membrana diftérica estiver bem ampla na cavidade oral, nessa fase da evolução da doença é esperado que a criança tenha também a linfoadenopatia cervical. E se essa linfoadenopatia for tão importante a ponto de ser bilateral, submentoniana pode haver uma perda total da fisionomia da criança, fazendo-a parecer um pescoço de touro. - Devido a essa aparência, um dos diagnósticos diferencias desse tipo de difteria pode ser a caxumba, porém ela não apresenta edema bilateral. Difteria Laríngea. Características: - Pode originar-se a partir de uma difteria faringotonsilar ou acometer exclusivamente a laringe. Sintomas: - Febre - Prostação - Tosse semelhante a um latido. - Potencial para obstrução de vias aéreas, coma e morte. - A difteria laríngea não necessariamente é uma consequência da faríngea. É possível que ocorra uma apresentação isolada da difteria laríngea. A rouquidão remete sempre a acometimento laríngeo. Difteria Cutânea Características: - Maior incidência em populações com perfil de baixa higiene pessoal, como moradores de rua. - Manifestação mais comum: ulcera com bordas bem delimitadas e presença de membrana (Obs: Qualquer lesão cutânea crônica pode ser infectada pela Corynebacterium diphiteriae. - Habitualmente não evolui para formas clinicas graves, mesmo nos casos em que a infecção ocorre pela sepa toxigênica. - A difteria cutânea não é necessariamente de moradores de rua, mas de pessoas de baixa higiene, como presidiários, idosos em asilos lotados e com péssimas condições de higiene, etc. A úlcera pode ser inicialmente de uma outra etiologia e posteriormente ser colonizada pela bactéria da difteria. - Como a absorção de toxina é baixa, não associada a formas clínicas graves. Complicações: - São consideradas, em sua maioria, consequências da ação da toxina. - A absorção da toxina leva a complicações em sítios distantes ao da invasão - Complicações mais comuns: miocardite e neurite: a) Miocardite: pode manifestar-se no inicio do curso clínico ou semanas após, e pode levar à insuficiência cardíaca. Quando presente no inicio do quadro clínico, é geralmente fatal. b) Neurite: geralmente acomete os neurônios motores e tem resolução espontânea. A paralisia do palato mole é mais frequente na terceira semana da doença (e manifesta-se pelo desvio lateral da úvula). A paralisia do diafragma pode ocorrer após a quinta semana da doença, e pode ter como consequências: pneumonia e insuficiência respiratória. c) Complicações menos comuns: otite média, insuficiência respiratória consequente a obstrução de vias aéreas, especialmente na criança. - As complicações estão relacionadas a uma maior absorção de toxina, então ocorre mais frequentemente na difteria laringotonsilar. - Na miocardite, o acometimento miocárdico leva a uma dilatação cardíaca rápida e significativa, levando a um quadro clínico de insuficiência cardíaca de rápida instalação e eventualmente ao óbito se não tratada. - Um indivíduo pode ter insuficiência respiratória através de dois mecanismos fisiopatogênicos, um é a absorção da toxina levando a um dano neurológico e paralisia de diafragma. O outro é a obstrução mecânica de fluxo aéreo pela presença da membrana diftérica. O indivíduo com insuficiência respiratória tem que ser ventilado de algum jeito, através da ventilação mecânica. Teoricamente a intubação orotraqueal estaria contraindicada pelo deslocamento da placa e disseminação hematogênica da toxina, mas nessa situação, como está muito grave, ou é feita uma traqueostomia, que é arriscado pois muitos profissionais não sabem fazer, ou a intubação. Então é mais indicado optar pela intubação orotraqueal. Caso suspeito: - Toda pessoa que independente da idade e do estado vacinal apresente quadro agudo de infecção da orofaringe, com presença de placas aderentes ocupando as amigdalas, com ou sem invasão de outras áreas da faringe (palato e úvula) ou outras localizações (ocular, nasal, vaginal, pele, etc), com comprometimento do estado geral e febre moderada. - Boa parte das doenças altamente infecciosas possuem uma definição do ministério da Saúde de caso suspeito e caso confirmado. Essas indicações existem para que a doença seja tratada mesmo em caso suspeito e para que haja uma unificação do tratamento em todo o Brasil. - A definição de caso suspeito não inclui nenhum exame laboratorial, ela é baseada em anamnese e exame físico. Caso confirmado: Critério laboratorial: todo caso suspeito com isolmento do C. diphtheriae, com ou sem provas de toxigenicidade positiva. Critério clínico-epidemiológico: todo casos suspeito de difteria, com resultado de cultura negativo ou exame não realizado, mas que seja comunicante de um outro caso confirmado laboratorialmente ou clinicamente, ou com resultado de cultura negativo ou exame não realizado, mas que seja comunicante intimo de indivíduo no qual se isolou C. diphtheriae (portador sadio). Critério clínico: quando forem observadas placas comprometendo pilares ou úvula, além das amigdalas, placas suspeitas na traqueia ou laringe, simulaneamente, placas em amigdalas, toxemia importante, febre baixa desde o inicio do quadro e evolução, em geral, arrastada; miocardite ou paralisia de nervos periféricos, que pode aparecer desde o início dos sintomas sugestivos de difteria ou até semanas após. - Existem três categorias de critérios aceitos pelo ministério da saúde para que o caso seja fechado. - A difteria é uma doença tão importante e que pode levar a óbito, o diagnóstico poderá ser fechado em dois pacientes, sendo que em nenhum deles foi feito nenhuma documentação laboratorial da bactéria C. diphtheriae, somente a investigação de sinais e sintomas. A ideia é que, como a difteria é uma doença potencialmente letal, os critérios de definição de caso suspeito sejam menos rígidos para que o máximo de pacientes sejam tratados para evitar o maior número possível de mortes. - O critério clínico-epidemiológico visa atingir o caso comunicante, que tem o vínculo epidemiológico com o caso índice. Diagnóstico diferencial Amigdalite bacteriana: um ou mais pontos amarelados bem delimitados em amigdalas, que podem confluir formando placas. Mononucleose: cor branca translúcida em amigdalas e/ou estruturas vizinhas, sem caráter invasivo. Caxumba: ausência de placas. - A caxumba pode ser confundida com a difteria pelo edema no pescoço, mas o grande diferencial do diagnóstico é que a difteria não possui placas na membrana da cavidade oral, pois a infecção está na parótida. Outra dica é questionar o paciente sobre dor quando ingere alimentos cítricos, pois a parótida libera enzimas quando esses alimentos são ingeridos, o que causa dor. Diagnóstico laboratorial GRAM: agente etiológico pode ser confundido por outras espécies de Corynebacterium os quais são habitantes da flora da faringe e podem gerar confusão na interpretação da coloração da GRAM. - Cultura de material obtido da lesão (swab da orofaringe, especialmente de áreas palidas, ulcerações e criptas amigdalianas). Em caso de exposição prévia a antibioticoterapia com ação sobre a bactéria: - Isolamento da Corynebacterium de amostras obtidas de contactantes íntimos. - Detecção do anticorpo antidifteria em titulação baixa (inferior a 0,1 UI) não protetora coletada previamente ao emprego do soro antidiftérico (SAD). → Suspeita clínica bem fundamentada = introdução de terapêutica específica SAD. Tratamento 1 - Soro antidiftérico (SAD): indicado conforme a gravidade do caso, e não pelo peso do paciente Esquema de administração: - Formas leves (nasal, cutânea. amigdaliana): 40.000 UI , EV - Formas laringoamigdalinas ou mistas: 60.000 - 80.000 UI, EV - Formas graves ou tardias: 80.00 - 120.000 UI, EV 2 - Antibioticoterpia - Eritromicina, 40-50 mg/kg/dia (dose máxima de 2g/dia), em 4 doses, via oral durante 14 dias. - Para a difteria a posologia do soro antidiftérico é definida pela gravidade do caso clínico, independente do peso do paciente. Formas leves: pode ser amigdaliana, indivíduo prostrado, lúcido, nenhum sinal de insuficiência respiratória. Forma grave: indivíduos com sinais sistêmicos de disseminação hematogênica da toxina, indivíduo com a úvula desviada, dificuldade para respirar, miocardite. Antibióticoterapia: eritromicina durante 14 dias Coqueluche Definição: - Doença infecciosa respiratória aguda e muito contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. Etiologia: - Bordetella pertussis bactéria aeróbica GRAM negativa. - As manifestações clínicas são resultado das ações de diversos produtos ativos antigênica e biologicamente. → A doença não parece conferir imunidade permanente. - É uma doença que não confere uma imunidade permanente ao indivíduo, então cada pessoa pode ter mais de 1 episódio de coqueluche na vida Epidemiologia - Distribuição universal. - Primeiros surtos descritos ainda no século XVI - A coqueluche ainda permanece como um grande problema de saúde pública em países em desenvolvimento com 195.000 mortos em 2008 (estimativa da OMS) - É uma doença humana - A transmissão ocorre através do trato respiratório, diretamente através de secreções nasofaringeas ou indiretamente a partir de partículas aerossolisadas de secreções nasofaringeas. Menos frequentemente a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados em indivíduos doentes. - Doença altamente contagiosa: taxa de ataque secundária de 80% entre comunicantes susceptíveis (sobretudo intradominiciliares) - Período de maior transmissibilidade: maior infectividade durante o período catarral e nas primeiras duas semanas após o aparecimento da tosse (total aproximado de 21 dias). - É uma doença humana, não está presente em nenhuma outra espécie de animais. - A transmissão ocorre pelo trato respiratório, através da nasofaringe, podendo também ter uma transmissão indireta por objetos recentemente contaminados, como por exemplo a maçaneta da porta, em que o indivíduo ao tossir protege com a mão, mas essa mão contaminada toca na maçaneta. - Comunicantes susceptíveis são os indivíduos que não foram imunizados ou que foram imunizados de forma incompleta, um esquema de vacinação incompleta para coqueluche. - A taxa de contaminação é de 80% entre os indivíduos susceptíveis. - Nesses comunicantes susceptíveis, que são os não imunes, de cada 10, 8 serão contaminados, e a infecção progredira para um estado de doença. - Ataque secundário é o número de casos da doença a partir do caso índice, a quantidade de pessoas que serão contaminadas a partir do caso índice. Isso entre os indivíduos susceptíveis. - Entre indivíduos não susceptíveis, a taxa de ataque secundário é próxima a zero, devido a alta eficácia da vacina. - Período de pós transmissibilidade: A infectibilidade é maior durante o período catarral, e nas primeiras duas semanas após o aparecimento da tosse, porém antes da tosse começar o indivíduo já é contagioso, cerca de 1 semana antes de começar a tosse o indivíduo já iniciou o período de transmissibilidade. - O período de transmissibilidade total é em torno de 3 semanas, - A tosse é bem características, são acessos de tosse quintosas com guinchos expiratórios, O indivíduo pode ficar cianótico, com fácies extenuada. Patogenia - Coqueluche é primeiramente é uma doença imunomediada. - A bactéria adere as células epiteliais respiratórias, paralisando o movimento ciliar e ocasionado inflamação do trato respiratório - A inflamação do trato respiratório prejudica clearence de secreções pulmonares - Antígenos produzidos pela bactéria, permitem a evasão de mecanismos de defesa do hospedeiro. - Pensamento antigo: a bacteria Bordetella pertussis não tem a capapacidade de invasão tecidual. Conceito atual: a invasão tecidual é possível (evidenciada colonização em macrófagos alveolares). - Doença imunomediada, as bactérias aderem as células epiteliais respiratórias, paralisando o movimento muco-ciliar e ocasionando a inflamação do trato respiratório. Essa inflamação é o que provoca os eventos subsequentes. - A inflamação juntamente com o parada do movimento muco-ciliar faz com que acumule secreção devido a dificuldade de expelir essa secreção, que fica acumulada nas vias aéreas e provoca a tosse característica. - Segundo os estudos mais recentes as bactérias tem capacidade de sair do trato respiratório e entrar nos alvéolos, ou seja, ocorre uma invasão no tecido pulmonar. Quadro clínico Período de incubação médio: 7 - 10 dias (máximo de 4 a 21 dias) Período de incubação: Maximo de 21 dias. O período de incubação, muitas vezes, pode permitir a exclusão de hipóteses diagnósticas mais graves caso o indivíduo não resida em área endêmica, Como a malaria e a febre amarela, que são transmitidas por vetores Dividido em três fases: a) Primeira fase: catarral. Duração de 1 a 2 semanas b) Segunda fase: fase paroxística. Duração de 1 a 6 semanas. - Essa é a fase característica de coqueluche, que melhor indica e ilustra que o paciente possui coqueluche c) Terceira fase: convalescência. Duração de semanas a meses. - Nessa fase os sintomas vão diminuindo, nela o paciente já está se recuperando. Primeira fase: Catarral - Inicio insidioso de coriza, febre baixa e eventualmente tosse de leve intensidade (quadro clínico muito semelhante a um resfriado comum). Gradativamente a tosse tem a sua intensidade aumentada e ao final de 1 a 2 semanas, a fase paroxística instala-se. - Inicia com um quadro clínico inespecífico, febre baixa, tosse de Leve intensidade, com sintomas semelhantes ao de um resfriado comum. - Possui manifestações respiratórias iniciais acompanhadas de sintomas leves caracterizadas por: febre pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca. É a fase mais infectante. - A frequência e a intensidade dos acessos de tosse aumentam gradualmente até o surgimento das crises de tosse paroxística. Segunda fase: Paroxística (Muito importante!!!) - Fases do paroxismos: acessos de tosse "quintosa": tosses rápidas e numerosas aparentemente devido a dificuldade de se expelir muco espessado da árvore respiratória. - Após os acessos de tosse: "guincho" característico - Cianose de extremidades podem sobrevir como consequência do acesso de tosse e hipoxemia - Vômitos e aparente exaustão são comuns após acessos de tosse. - O paciente não aparente estar doente no período entre os acessos de tosse. - Os paroxismos ocorrem mais frequentemente após a noite - Aumentam em intensidade na primeira ou duas semanas, permanecem estáveis nas 2 a 3 semanas seguintes e a seguir, gradualmente, tem sua frequência reduzida até desaparecem em até 6 semanas. - A fase que melhor ilustra a doença. - Nessa fase vão ocorrer os acessos de tosse quintosa, tosses rápidas e numerosas que ocorrem devido a dificuldade em expelir o muco. - Os acessos de tosse podem ser tão intensos que levam a uma hipoxemia transitória, gerando até cianose. - Os episódios de paroxismo ocorrem principalmente a noite, e aumentam de intensidade nas primeiras 2 semanas. Permanecem estáveis 2 ou 3 semanas seguintes, e depois gradualmente tem sua frequência reduzida, até no Maximo 6 semanas. Quanto menor o período paroxístico, mais curta a doença nesse paciente. Quanto maior o período paroxístico, maior a duração da doença. - Então nessa fase o paciente Geralmente está afebril ou com febre baixa. Caracteriza-se por crise com tosse súbita, rápida e curta. A tosse torna-se mais intensa manifestando-se em paroxismos, mais frequentes à noite, podendo chegar de 10 a 30 crises em 24 horas. - Os paroxismos são seguidos de um esforço inspiratório massivo que pode produzir o “guincho” característico (resultante da inalação forçosa do ar contra a glote estreitada). - Cianose, saliência dos olhos, protrusão da língua, salivação, lacrimejamento, ingurgitamento das jugulares e eliminação de secreções mucosas podem estar presentes. É também comum a ocorrência de vômito após as crises. Terceira fase: Convalescência - Recuperação gradual - Os paroximos tornam-se cada vez menos frequentes. - Indivíduos vacinados: habitualmente quadros clínicos mais leves do que bebês e crianças com calendário vacinal incompleto. - Idosos: tendência a quadros clínicos mais leves, mas servem de reservatório e fonte de infecção para indivíduos não imunizados, ou apenas parcialmente imunizados. - É a fase de recuperação do paciente, que pode durar de semanas a meses. - Nelas os episódios de tosse vão ficando cada vez menos frequente. - Os paroxismos de tosse, o guincho e os vômitos diminuem em frequência e intensidade. A tosse pode persistir por vários meses. - A vacinação para coqueluche, por mais que tenha uma eficácia alta, não possui uma taxa de ataque zero, não é uma imunidade permanente, é por isso que existe o aparecimento de casos clínicos da doença entre os pacientes vacinados. Complicações: Mais comuns: Pneumonia bacteriana secundária. Também é causa mais comum de morte associada a coqueluche - Neurológicas convulsões e encefalopatia associadas à hipoxemia secundária ao acesso de tosse quintosa (ou possivelmente como consequência da ação da toxina). São mais comuns em bebês. Menos comuns: otite média, anorexia e desidratação. Complicações dos paroxismos: pneumotórax, epistaxes, hematomas subdurais, hérnias e prolapso retal. - A complicação mais comum é a pneumonia bacteriana secundária, que também é a causa mais comum de morte associada a coqueluche. - Essas doenças devem ser tratadas, para evitar que outras doenças secundárias que se associam a essa doença venham a causar algum dano ao paciente ou leva-lo a óbito. Complicações Imediatas: as tosses são tão abruptas e repetidas que levam a uma série de complicações imediatas, como pneumotórax, Aumento da pressão intracraniana, rompimento subdural e hematoma, pode ainda levar a um amento da pressão intra abdominal, e levar ao prolapso do reto. Diagnóstico Suspeito - Todo indivíduo, independente da idade e do estado vacinal, que apresente tosse seca a 14 dias ou mais, associada a 1 ou mais dos seguintes sintomas: tosse paroxistica (tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e curtas, ou seja, 5 a 10, em uma única espirração) ; guincho inspiratório; vômitos pós-tosse. - Todo indivíduo independente da idade e do estado vacinal, que apresente tosse seca há 14 dias ou mais e com história de contato com um caso confirmado de coqueluche pelo critério clínico. Diagnóstico Confirmado Critério laboratorial: todo caso suspeito de coqueluche com isolamento de B. pertussis. Critério clínico e epidemiológico: todo caso suspeito que teve contato com o caso confirmado como coqueluche pelo critério laboratorial, entre o inicio do período catarral, até três semanas após o início do período paroxístico da doença (período de transmissibilidade) Critério clínico: todo casos suspeito com alteração no leucograma, caracterizada por leucocitose (acima de 20.000 leucócitos /mm³) e linfocitose absoluta (acima de 10.000 linfócitos/mm³) desde que não exista outro diagnóstico confirmatório. - No hemograma o que diferencia se é uma pneumonia grave bacteriana ou se é coqueluche é que na pneumonia o hemograma vai apresentar uma alta de neutrófilos, netrofilia. - Por via de regra, infecções virais cursam com aumento de linfócitos, e as infecções bacterianas cursam com um aumento de neutrófilos. Só que nesse caso existe uma exceção, que o coqueluche vai cursar com um aumento de linfócitos, e a pneumonia segue a regra, apresentando um aumento de neutrófilos → Para conseguir atingir uma quantidade de linfócitos maior que 20 mil, primeiro precisa ser um indivíduo jovem, a ponto de conseguir fazer uma reação leucemóide tão importante. → Enquanto a presença da linfocitose e leucocitose conferem forte suspeita clínica de coqueluche, sua ausência não exclui o diagnóstico da doença devendo ser levado em consideração o quadro clínico e laboratorial do indivíduo. Modo complicado de falar: Essas alterações laboratoriais possuem alto valor preditivo positivo, e não necessariamente alto valor preditivo negativo, ou seja, sua presença reforça o diagnóstico, já sua ausência não exclui o diagnóstico. Diagnóstico laboratorial Cultura de material da nasofaringe: a) Padrão-ouro no diagnóstico da coqueluche b) Crescimento fastigioso da bactéria dificulta a realização da bactéria c) Amostra coletada na nasofaringe posterior e não da garganta d) Maior positividade nas primeiras duas semanas após o início da tosse - pouco contribuem na prática. e) Positividade: 30% a 50% f) Demoradas: geralmente duas semanas para positivar Método laboratorial : É influenciado pelo antibiótico, tem uma positividade baixa, e demora muito para ficar positivo, por que o crescimento da bactéria é lento, então não é um bom método. Então não é um método no qual pode aguardar positivar para iniciar a terapêutica. A terapêutica deve ser iniciada antes. PCR a) Complementar e não substituto da cultura b) Maior sensibilidade c) Resultado mais rápido d) Não afetado por antibioticoterapia prévia - Apesar de ser mais sensível para cultura, é considerado um método complementar. Tem um resultado mais rápido, pois PCR diferencia pelo material genético, não precisa que o patógeno multiplique, não depende da multiplicação bacteriana. O PCR é mais caro Sorologia a) Vantagem: positiva em períodos mais tardios da doença. b) Desvantagem: positiva como resultado de infecção ou vacinação recente ou antiga. Vantagem: Positiva em períodos mais tardios da doença Desvantagem: Desvantagem universal, devido existir vacinação, pois se na sorologia der IgG reagente,não se sabe se essa imunoglobulina é por uma exposição recente ou se é por uma exposição anterior ao patógeno ou se é proveniente da vacinação. Então uma sorologia reagente para uma doença em que a grande maioria da população é vacinada pouco contribui para o diagnóstico Tratamento e quimiprofilaxia Azitromicina: posologia de acordo com a idade Surtos e epidemias - Devem receber a quimioprofilaxia todos os comunicantes com contato íntimo e prolongado com um caso suspeito, que tiveram exposição prolongada face a face a mais ou menos 1 metro do paciente sintomático ( amigos próximos, colegas da escola, esportes, membros que moram no mesmo domicílio, namorados, profissionais da saúde, etc), dentro de 21 dias do início do sintoma até 3 semanas após o início da fase paroxística. - Só é considerado comunicante secundário se houver contato intimo, e o MS define que devem receber profilaxia todos que tiveram contato intimo com o indivíduo contaminado, o contato intimo seria exposição face a face de pelo menos 1 metro, profissionais de saúde, amigos próximos, colegas de escola, dentro de 21 dias do antes do início dos sintomas até 3 semanas após o inicio da fase paroxística. - Teoricamente o período de transmissibilidade terminaria 2 semanas após a tosse paroxística, porém o ministério da saúde coloca 3 semanas justamente para cobrir além do período de transmissão e garantir que vai atingir todos os possíveis comunicantes secundários, mesmo que tenham uma chance mínima de estarem infectados. infecto av1.pdf 1 Infectologia AV1 –Turma 34 Aula 1 13/08/15 IVAS (infecções de vias aéreas superiores) Sinusite Anatomia O seio frontal é o mais acometido, é o que leva a uma maior repercussão clínica. Na sua maioria vai acometer mais de um seio, sendo o maxilar o de maior frequência. Etiologia Pode ser viral, bacteriana e raramente fúngica. Vírus mais comuns: Rinovírus, Influenza, Parainfluenza. Bactérias mais comuns: S. pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella Catarrhalis (comunitárias) e S. aereus, Pseudomonas aeruginosa. - Independente da etiologia, a clínica será sempre muito semelhante. As fúngicas são mais raras e vão acometer mais pacientes imunossuprimidos, também pode ocorrer em pacientes com sonda nasogástrica que podem ter sinusites de repetição e isso leva a uma propensão a se instalar uma sinusite fúngica. (DPOC, asmático, enfisematoso, cardiopata, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensa). Sinais e sintomas vão ser desencadeados por acumulo de secreção, o que torna os seios mais suscetíveis a infecções. *causa viral sem descarga purulenta **Bacteriano com descarga nasal purulenta e tosse produtiva. Pode estar associada a fatores não específicos como perda de peso. Classificação: É classificada quanto ao tempo da doença, etiologia e o tipo de patógeno se for infecciosa. >> Segundo a Duração dos Sintomas Aguda: duração menor que 4 semanas. Os sintomas resolvem completamente. 2 Subaguda: 4 semanas a 3 meses. Os sintomas resolvem completamente. Crônica: sintomas por mais de 3 meses, com ocorrência de sintomas persistentes residuais como tosse, rinorréia e obstrução nasal. –TC dos seios paranasais. Aguda recorrente: infecções que duram menos de 30 dias cada com remissão completa nos intervalos de no mínimo 10 dias. Caracterizada por 3 episódios em 6 meses ou 4 episódios em 12 meses. Crônica agudizada: os pacientes têm sintomas respiratórios residuais e sofrem agudizações, havendo remissão dos sintomas de agudização e permanência dos sintomas residuais após tratamento antimicrobiano. Fatores preditivos Maiores: tosse, febre, dor facial, secreção nasal/retronasal purulenta, hipo/anosmia. Menores: cefaléia, halitose, dor na arcada dentaria, otalgia ou pressão nos ouvidos. *Pode ocorrer corrimento purulento precocemente nas infecções virais não sendo especifico da sinusite bacteriana **halitose e dor de dente indicam que seja mais bacteriana. ***aguda: dor a compressão facial, geralmente vai ser no seio afetado, piorando ao se curvar ou deitar. ****fúngica: edema ou celulite orbitários, proptose, ptose, dor retro orbital ou periorbital, epistaxe, cefaleia. Fatores Predisponentes Fatores Locais: edema de mucosas, rinite alérgica, desvio de septo, trauma alterando a anatomia local, corpo estranho, tumor nasal, uso de drogas (cocaína, ex) e medicamentos (descongestionantes tópicos), exposição à fumaça de cigarro, atresia coanal que interfere na drenagem nasal, infecção dentária (seio maxilar), tumor nasal, polipose. Fatores Sistêmicos: condições debilitantes como desnutrição, uso prolongado de esteroides, diabetes mellitus descompensado, quimioterapia, transplantados com imunossupressão, imunodeficiências (80% dos pacientes que contem AIDS têm sintomas de rinossinusite), vasculites, alterações das secreções exócrinas (mucoviscidose), deficiência de IgG ou IgA, alteração das secreções exócrinas, doença dos cílios imóveis, vasculite. Diagnóstico O diagnóstico de sinusite não necessita de exame de imagem nem de hemograma. Apenas o exame clínico é capaz de diagnosticá-la. **Na literatura mais moderna, não fala em sinusite isoladamente, eles referem a sinusite como uma rinossinusite pois na imensa maioria das vezes a sinusite vem acompanhada de sintomas de rinite (espirro, coriza, prurido ocular). > Descarga nasal purulenta e retro faríngea (secreção nasal ao exame físico), associada a uma cefaleia frontal intensa, diagnostico clássico de sinusite. ** Os exames complementares só são necessários se o paciente parecer toxemiado. - Por exemplo, um paciente que apesar de as queixas inicias serem referentes a cabeça, ele apresenta mialgia, queixa de febre, calafrios, tendo ele não apenas uma infecção restrita aos seios da face, ele pode ter uma bacteremia. A infecção inicialmente foi nos seios da face, mas ou por um tratamento retardado ou um tratamento ineficaz houve a disseminação dessa infecção a partir do sitio original. Deve-se iniciar com antibioticoterapia empírica com a coleta de sangue para a hemocultura e a internação do paciente. Após resultados dos exames adequar o tratamento. 3 Tratamento Agudo: alivio dos sintomas e uso de descongestionantes tópicos e orais, lavagem nasal com soro fisiológico e no paciente com histórico de alergias ou sinusite crônica utilizar glicocorticoides nasais. (o uso deles foi colocado em dúvida). Tentativa de fluidificação da secreção, tornando-a menos espessa e assim facilitando a excreção. Na imensa maioria das vezes, será necessário juntamente com o tratamento inespecífico o tratamento especifico. Formulação Isotônica: Água fervida/filtrada 300 mL Sal marinho ou grasso (1 colher de chá rasa) Bicarbonato de sódio (1 colher de chá rasa Se não há melhoras após 7 dias em adultos e em crianças após 10-14 dias e em pacientes com sinais clínicos mais graves utilizar o tratamento especifico com um ATB com agentes de espectro mais restrito, geralmente amoxicilina (S. pneumoniae e H. influenzae). – comunitária. **Não se recomenda o uso profilático de ATB! Na hospitalar se indica um ATB de amplo espectro ativo contra S. aereus e bacilos gram negativos. *o tratamento deve se adequar ao resultado do antibiograma. >> Aguda: amoxicilina com clavulanato de potássio. >>Aguda com paciente alérgico a penicilina e/ou cefalosporinas: Claritromicina (Azitromicina), pois existe a possibilidade de posologia única diária. Recomendações de Antibióticos nas Rinossinusites Bacterianas Rinossinusite Aguda (antibiótico de primeira opção) Amoxacilina Rinossinusite Aguda (antibiótico de segunda opção) Amoxacilina com clavulanato de potássio Cefurexime Axetil Cefprozil Rinossinusite Aguda, paciente alérgico a penicilina e/ou cefalosporina Claritromicina Clindamicina Gatifloxacina Moxifloxacina Rinossinusite Crônica Amoxacilina com clavulanato de potássio Cefurexime Axetil Cefprozil Clindamicina 10 dias. Abordagem clinica - TC não faz parte da investigação inicial. É feito a TC caso o tratamento clinico falhe ou haja recorrência da sinusite, além de sinais de complicação orbitária ou complicação intracraniana. Complicações - Complicação orbitária decorrente de rinossinusite aguda. Sua correta classificação só pode ser feita por TC dos seios paranasais *Meningite, abscesso extradural e cerebral, pneumonia (sinusite não tratada), hiperemia, osteomelite, tromboflebite séptica do seio venoso. *fúngica: pode levar a pansinusite, tratamento com vários ciclos de ATB, orientado por antibioagrama. 3-4 semanas. 4 Otite Média Aguda Anatomia: Estruturas da orelha média: Membrana timpânica, células mastoides, antro mastoide e tuba auditiva. → A orelha média é separada da orelha externa pela membrana timpânica e comunica-se com a orelha interna pelas janelas oval e redonda. - Se há uma infecção iniciada na orelha media, eventualmente ele pode evoluir para a orelha interna, ou se houver um acumulo de secreção importante, pode haver uma discreta perfuração do tímpano (pois não suporta a pressão dessa secreção acumulada) e ser vista a exteriorização da secreção purulenta. - Uma complicação muito importante e não tão rara é a perfuração do tímpano. Deve ser suspeitada quando um indivíduo que sentia dor aguda, de uma hora para outra tem-se resolução completa dessa dor. Definição Infecção da orelha média, ocorre em geral após um quadro de gripe ou rinossinusite. Patógenos da nasofaringe penetram no liquido inflamado acumulado na orelha média. Etiologia Mais comum ser bacteriana (Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae). → em lactentes e em indivíduos imunossuprimidos: bacilos gram negativos, destaque para Pseudomomas e Proteus. *sua forma crônica geralmente é causada por pseudômonas aeruginosas e S. aereus. Pode perfurar o tímpano, disseminar-se para os espaços mastoideos, penetrar na cavidade craniana desencadeando cerebrite temporal ou abscesso. **em diabéticos a OMA causada por P. aeruginosa é agressiva e causa otite media necrosante destrutiva. Quadro clínico Sintoma principal: dor Outros sintomas: sensação de plenitude auricular (sensação de "ouvido cheio"), hipoacusia. Exame físico - Otite média aguda: membrana timpânica abaulada e hiperemiada. Complicações - Hiperemia retroauricular observada na otomastoidite aguda. → A perfuração do tímpano provoca melhora imediata da dor (devido à saída da secreção), entretanto o quadro pode piorar em decorrência da disseminação da doença (toxemia). - Sendo uma complicação essa hiperemia, na imensa maioria das vezes, deve-se fazer uma TC. Tratamento Sem complicações: 5 - Antibioticoterapia por via oral 1 - Amoxicilina, 2 - Amoxicilina-Clavulanato, azitromicina 3 – Cefaclor (cefalosporina de segunda geração) Com complicações: - Otomastoidite e demais complicações - 1 - Paracentese – punção de material purulento 2 - Cultura de secreção com TSA 3 - Internação com antibiótico por via venosa (prováveis) ** Se o paciente tem uma insuficiência renal, pode até ter uma concentração sérica alta mantida por muito tempo, precisando reduzir a dose, pois devido ao dano renal tem-se uma deterioração lentificada. Faringite Anatomia: rinofaringe, orofaringe, hipofaringe. ** Rino e hipofaringe não são evidenciadas pelo exame físico de cavidade oral. Definição Faringotonsilites são doenças inflamatórias e infecciosas que envolvem a faringe, tonsilas palatinas (amígdalas) e tonsilas faríngeas (adenoide *Muitas vezes o paciente com faringite também tem amigdalite, pela proximidade anatômica das estruturas. -O termo mais correto em vez de faringite seria faringotonsilite Etiologia: >> Virais (75% dos casos): - Mais comum adenovírus (20%). - Curso autolimitado e melhora espontânea. - Sem a presença de exsudato com exceção da infecção por Epstein Barr - EPV. - Outras causas virais: Infecção pelo Epstein Barr (mononucleose infecciosa); Infecção pelo Herpes simples. **o tratamento é sintomático. **Infecções bacterianas e infecção virais pelo EPV. O diagnóstico diferencial é feito pois o EPV causa um quadro infeccioso sistêmico (não restrita a cavidade oral como a bacteriana), a não ser que esta seja prolongada, que também geraria um quadro sistêmico. - No EPV, são sintomas comuns, linfoadenomegalia com cadeia cervical anterior e posterior, retroauriculares. Presença de visceromegalias intra-abdominal (fígado e baco). **Hemograma Diferentes: bacteriana com leucocitose com neutrofilia x viral com leucopenia e linfocitose 6 → Na mononucleose pode haver angina aguda (dor de garganta). Na mononucleose infecciosa deve-se observar linfoadenomegalia cervical posterior e exsudato membranoso das amígdalas. Herpética (1ª infecção) - Lesões vesico-bolhosas da mucosa oral. O diagnóstico da gengivoestomatite herpética primária é eminentemente clínico. - Se apresentam angina com sintomas de infecção herpética na face, na imensa maioria das vezes essa angina tem a mesma etiologia, a não ser é claro que o indivíduo seja imunossuprimido, e que tenha uma infecção por herpes simples com uma faringite. Como as vezes são lesões clássicas, facilmente identificáveis, leva ao diagnóstico de gengivoestomatite herpética primaria. Angina acompanhado por uma sialorreia importante, gengivite grave, dor para deglutição, são sintomas dessa doença. - Aciclovir pomada ou creme é útil no início do quadro de herpes orofacial recorrente, porém não alivia os sintomas. A pomada só é útil antes do aparecimento das primeiras vesículas. Uso de antiviral por via sistêmica é preconizado em quadros severos e/ou pacientes imunodeprimidos. O exame para diagnóstico é a cultura para vírus. **O aciclovir minimiza um pouco o prurido e a dor local, porém não vai aliviar os sintomas. - Pode até usar antiviral para herpes simples labial mas somente tem indicação e somente terá eficácia e impedir a progressão da lesão se for usado antes do aparecimento da primeira vesícula. - O paciente que tem a doença sabe identificar sintomas como: fisgadas, prurido, dor, sobretudo em um período de estresse, que antecedem o aparecimento de vesículas. - Outros tratamentos: Vasenciclovir. Fatores Desencadeantes de Herpes Recorrentes - Gripe comum, febre, estresse emocional, trauma, exposição ao sol (raios UV), cansaço, menstruação, manipulação dentária, fratura orofacial, radio ou quimioterapia para câncer oral, cirurgia orofacial. **O vírus da infecção herpética mantém-se latente no organismo, por isso não existe cura definitiva, mas sim cura do episódio atual. Não tem a necessidade de reinfecção para se ter novamente, em casos de pacientes que já possuem. Sintomas: Gengivite, angina de laringe, sialorreia. >>Faringotonsilites de Origem Bacterianas: Entre as faringotonsilites de etiologia infecciosa: -Streptococcus pyogenes (esptreptococo beta-hemolítico do grupo A) > infecções em outos locais: erisipela, endocardite causando sopros, pneumonia. - Staphylococcus aureus - Haemophilus sp. - Moraxella catarrahalis ** Não são as únicas bactérias que causam faringotonsilites, porem são as mais frequentes Quadro clínico - Tonsilite aguda bacteriana Etiologia (dicas da etiologia estreptocócica): Paciente com erisipela, paciente com pneumonia lobar, paciente com sopro. -Não tem como fechar o diagnóstico de forma definitiva mesmo com a presença ou não de petéquias. Diagnóstico 7 - Em algumas ocasiões, quando se analisa a garganta tomada de pus, angina, febre, calafrios que sugerem uma bacteremia (disseminação hematogênica a partir do foco de infecção original). Uma vez que ocorra a disseminação hematogênica existem algumas dicas para saber se aquela infecção observada em cavidade oral, tem etiologia estreptocócica, que podem ajudar na terapêutica. São a; erisipela, sopro cardíaco, esplenomegalia ou raio X de tórax com pneumopatia lobar. - O diagnóstico não é essencial para a escolha do antimicrobiano, pois tem-se junto um grupo comum de bactérias residentes de vias aéreas superiores e um antibiótico vai tratar todo grupo. Complicações - Abscesso peritonsilar direito Diagnóstico diferencial - Carcinoma espinocelular em assoalho da boca. Laringite - Muitas vezes será fornecido o diagnóstico pela clínica pela impossibilidade do exame físico (dependente de um aparelho). - Inflamação evidente das pregas vocais, uma dica para seu diagnostico seria a rouquidão (alteração do timbre vocal). -Pode ocorrer como manifestação isolada de alergia, infecção viral/bacteriana ou agressão química. Diagnósticos diferenciais de Laringites crônicas infecciosas - Paracoccidioidomicose Quadro clínico: lesão de aspecto moriforme Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringoscopia mais comuns Manifestação Clínica Diagnóstico - Paracoccidioi domicose - Paracoccidioides brazilienses Lesão localizada ou difusa, com ulceração ou eritema, semelhante a carcinoma Infecção persistente de vias aéreas superiores associada a rouquidão, tosse produtiva, hemoptise, febre baixa, perda de peso e frequeza - Exame histopatológico: identificação do agente com coloração metianina de prata Grocot - Cultura - Provas Imunológicas **Paracoco é um fungo que está presente no solo. Olhar sempre a epidemiologia. Se o indivíduo é procedente de uma área endêmica, se tenha residido em uma área endêmica. **Sitio mais comum de acomedimento: pulmões. Tuberculose Quadro clínico: atenção para perda ponderal de peso. Epidemiologia: histórico de aglomeração e/ou ausência de moradia. - Se o paciente foi ou é morador de rua, se ele foi ou é presidiário. São fatores que possibilitam aglomerações, além da ausência de uma dieta nutricional adequada. - Sitio comum de acomedimento: pulmões. Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringoscopia mais comuns Manifestação clínica Diagnóstico 8 Tuberculose Mycobacterium tuberculosis Edema e hiperemia do terço posterior da laringe, lesões exofíticas e leucoplásicas - Rouquidão, odinofagia, dispinéia, - Sintomas sistêmicos (febre, sudorese noturna e perda de peso) são comuns - Teste Mantoux - Cultura (meio Lowestein- Jesen) - Radiografia do Tórax - Escarro - Exame histopatológ Histoplasmose (histoplasma capsulatum) Epidemiologia: indivíduo que explora cavernas e aspira as partículas fúngicas em suspensão das fezes do morcego. Quadro clínico: manifestações cutâneas Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringoscopia mais comuns Manifestação Clínica Diagnóstico Histoplasmose Histoplasma capsulatum - Granulomas nodulares superficiais e úlceras - Acometimento principalmente da supraglote - Manifestações sistêmicas (perda de peso, febra baixa, fadiga - Raramente o acometimento é apenas laríngeo - Dor, rouquidão - Sorologia - Isolamento do organismo (coloração Giemsa) - Teste cutâneo de histoplasmina - Indivíduo que tem como hobby por exemplo explorar cavernas. Tem uma possibilidade de exposição muito grande. Pois ele está presente nas fezes do morcego e é adquirido através da inalação dessas partículas. Não necessariamente é um lazer, pode ser a profissão do indivíduo. Sífilis Epidemiologia: histórico de DST's, multiplicidade de parceiros, drogadição Quadro clínico: sífilis primária (cancro), sífilis secundária (manchas pelo corpo) Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringoscopia mais comuns Manifestação Clínica Diagnóstico Sífilis Treponema pallidum Pápuas eritematosas, edema e úlceras O acometimento é mais comum na fase secundária - Sorologia para sífilis - Identificação do treponema na microscopia em campo - Indivíduo que tem muitos parceiros sexuais, ou seja sua profissão (profissional do sexo). E tenha histórico de DSTs de repetição. Embora seja pouco comum. -Sobretudo quando o indivíduo tem relações sexuais sem proteção. Sífilis primaria (campo de inoculação): indivíduo apresenta pequenas ulceras indolor na topografia de penetração do treponema (genital feminina ou masculina), ou até ulcera em lábio. Candidíase Etiologia: exemplo - paciente asmático que usa corticoide em excesso, causa uma imunossupressão local e pode geral candidíase oral. Laringites Crônicas Infecciosas Patógeno Achados na laringoscopia mais comuns Manifestação clínica Diagnóstico Candidíase Candida sp Rouquidão, odinofagia e adinofonia Presença de lesões em placas ou pseudomembranas. Normalmente associada a candidíase esofágica Biópsia e cultura da lesão 9 Candidíase oral: é subjetivo de imunossupressão e não é doença definidora de AIDS. - Uso de corticoide: leva a imunossupressão local (por exemplo o uso de bombinha por um asmático). - Laringite crônica não necessariamente tem origem infecciosa, pode ter origem em uma doença autoimune, doença do colágeno. Leismaniose: disfonia, tosse, disfagia, dispneia, ulcera de bauru. -Glote e supraglote com lesões granulomatosas. -Diagnostico: histórico de lesão cutânea e nasal, sorologia. *forma micocutanea: evolui a partir da forma cutânea, lesões destrutivas nas cavidades oral e nasal. Pneumonia Conceito São quadros infecciosos do trato respiratório inferior, geralmente agudos e comprometem os alvéolos, os brônquios e o espaço intersticial. A clínica é a mesma da bronquite, sinusite, sendo as imagens radiológicas fundamentais para diferenciação. Pode ser adquirida no hospital ou na comunidade, o isolamento etiológico também é importante Pode ocorrer sempre que os mecanismos de defesa locais estiverem prejudicados ou quando a resistência sistêmica do hospedeiro estiver prejudicada. Obs.: mecanismos de defesa podem ser afetados por: perda de reflexo da tosse (anestesia, distúrbios neuromusculares), lesão do aparelho mucociliar (tabagismo, inalação de gases quentes, doenças virais, defeitos genéticos, muscoviscidose), interferência na ação fagocitária/bactericida dos macrófagos alveolares (álcool, tabaco), congestão e edema pulmonar. >> Proteção respiratória natural Nariz: Filtração das partículas Faringe e traqueia: Reflexo da epiglote; reflexo da tosse; adesão e expulsão de partículas pelo muco secretado pelas células ciliadas. **um tipo de pneumonia pode levar a outra, principalmente em pacientes debilitados. Como exemplo paciente com uma infecção viral previa leva ao aumento de secreção e diminui a atividade ciliar, diminui a ação bactericida dos macrófagos alveolares que levam a alterar a produção de anticorpos podendo levar a pneumonia. **na ausculta, podemos identificar que o parênquima está comprometido por presença de estertores crepitantes e sopro tubário. Epidemiologia: Os casos de pneumonia adquirida na comunidade são mais comuns nos extremos de idade. Fatores de risco possuem implicações nos esquemas terapêuticos alguns são alcoolismo, imunossupressão, idade igual ou maior a 70 anos, IC, DPOC, HIV, IR e etc. OBS: - Lobo inteiro= pneumonia lobar - Alvéolos contíguos a brônquios= broncopneumonia (confluindo= lobar) - Pneumonia necrotizante= necrose tecidual que é eliminada para os bronquios, formando múltiplas cavidades menores que 2 cm. - Abscesso pulmonar: cavidades > 2 cm MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Nota pode demorar até 15 dias para regredir a infecção na imagem de Rx de tórax MaraFlávia Nota porém a ausculta pode ser pobre, sendo o Rx de tórax fundamental para fazer o diagnóstico MaraFlávia Realce 10 >>Pneumonia Comunitária Mecanismos fisiopatológicos mais comuns -Microaspiração de patógenos na orofaringe, como S pneumoniae, H influenzae -Inalação por exemplo de partículas virais, de Coxiella burnetti (febre Q), de fungos como Histoplasma capsulatum, Paracoccidióides brasiliensis, Coccidioides imitis -Por disseminação hematogênica por uma lesão da pele- S aureus -Contiguidade por processos intrabdominais infecciosos, com pneumonia de bases Obs: Abscesso hepático pode romper o diafragma e ocasionar uma pneumonia de base *alteração na defesa+ lesão prévia+ foco infeccioso extrapulmonar. Etiologia Pode ser viral, bacteriana, micobacteriana, fúngica, protozoótica, química, por migração larvária entre outros. A bactéria streptococcus pneumoniae (gram + aeróbica) é a principal causa de pneumonia comunitária por isso a escolha terapêutica deve sempre tentar abranger esse pneumococo. Típicos: S. pneumoniae, Haemophilus influenzae, S. aureus e bactérias gram negativas como Klebsiella pneumoniae e pseudômonas aeruginosa. Atípicos: Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae, Legionella, vírus respiratórios. (São todos intrinsecamente resistentes a todos os ATB betalactâmicos e devem ser tratados com macrolídios, fluoroquinolona ou uma tetracilina). Paciente não hospitalizado Paciente hospitalizado fora da uti Paciente hospitalizado na uti Streptococcus pneumoniae, mycoplasma pneumoniae, Haemophilus Influenzae; C. pneumoniae, Vírus respiratórios* S. pneumoniae, M. pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, H. influenzae, espécies legionella, vírus respiratórios* S. pneumoniae, Staphylococcus aureus, espécies Legionella, bastonetes gram negativos, H. influenzae *influenza A e B, adenovírus, vírus sincicial respiratório, vírus Parainfluenza >> Pneumonia bacteriana O Streptococcus pneumoniae é a causa mais comum. Exame do escarro por coloração de gram, hemocultura tem baixa sensibilidade porem é mais especifico. Raio x: Avaliar a extensão do acometimento. Pneumatocele: S. aureus; Pseudotumoral: Klebsiella Complicações: derrame pleural, atelectasia, pneumotórax. ** Lembrar que paciente HIV positivo tem 10 vezes mais chance de pneumonia por pneumococo do que a população geral e a pneumonia pode ser a oportunidade de se fazer o diagnóstico de HIV. Lembrar também que pneumonia por Mycobacterium tuberculosis pode responder a antimicrobianos inicialmente, suspeita para pneumonias arrastadas. Pneumonia arrastada= suspeita de co-infecção HIV-TB Clínica: cefaleia, calafrios, febre, letargia, confusão mental (idosos), queixas gastrointestinais Taquipnéia, dispneia, tiragem intercostal, tosse seca/produtiva, dor pleurítica, estertores crepitantes, MV ↓ (derrame pleural) **atípica: Início mais gradual, tosse seca, sintomas extrapulmonares são mais acentuados (mialgia, cefaléia, odinofagia, N+V+D). Dissociação clínico radiológica: poucos achados ao exame físico, radiografias “ricas” MaraFlávia Nota Infecção hepática por Entamoeba Histolytica MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce 11 >> Pneumonia viral O vírus influenza, ou vírus da gripe, permanece sendo a causa viral mais comum de pneumonia em adultos outros, bem conhecidos são o vírus sincicial respiratório, adenovírus, e vírus Parainfluenza e outros menos comuns são o metapneumovírus humano, vírus herpes simples, vírus varicela-zoster, vírus do sarampo e o coronavírus associado a SARS (2002) Fatores de risco: alcoolismo, extremos de idade, desnutrição, abscesso, DPOC, fumantes, aspiração (hospitalização/ gram -), uso de drogas, exposição a pássaros e animais de fazenda. *o vírus influenza A infecta porcos, humanos, cavalos e aves. Cepa tipo antigênico H5N1 (gripe aviária) = infeção letal em humanos. **Estudo direcionado mostra que 18% dos pacientes internados no hospital por pneumonia apresentam vírus como etiologia, sendo este valor 36% na comunidade Diagnóstico Radiológico: Em PA (póstero anterior) e perfil para pegar todas as áreas do pulmão, se o pcte não consegue se levantar é feita apenas em PA. Deve ser avaliar extensão do acometimento e alguns aspectos sugerem a etiologia do processo: Pneumatocele - S. Aureus e Pseudotumoral – Klebsiella. Pode ser ter a presença de complicações como o derrame pleural, atelectasia e pneumotórax. Pneumonia lobar- lobo médio Broncopneumonia Padrão de destruição Lobar: consolidação fibrinossupurativa de uma grande porção de um lobo ou lobo inteiro. (S. pneumoniae) Broncopneumonica: afeta áreas em torno da arvore brônquica (brônquios, bronquíolos) com broncogramas aéreos (visualização do ar no interior dos brônquios intrapulmonares), havendo eventualmente consolidação. É irregular!! Pode ocorrer a hepatização do pulmão: Mudança do som na percussão de timpânico para maciço. Tuberculose: Vários aspectos possíveis principalmente em imunocomprometidos Estágios: cavitação → infiltrado bilateral → padrão miliar (via hematogênica) MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce 12 Na tuberculose miliar, os nódulos possuem diâmetro entre 1 e 4 mm, distribuição difusa e homogênea pelos pulmões, habitualmente sem derrame pleural. Nessa forma de doença a baciloscopia do escarro costuma ser negativa Investigação diagnóstica de pneumonia 1. Além dos achados clínicos sugestivos, um infiltrado pulmonar evidenciado por radiografia de tórax ou outra técnica radiológica, com ou sem dados microbiológicos, é necessário para o diagnóstico de pneumonia. 1. Todos os pacientes devem ter a saturação de oxigênio determinada por oximetria de pulso. Investigação diagnóstica de pneumonia: etiologia 1. A investigação de pacientes com pneumonia comunitária tratada ambulatorialmente é opcional 1. Pacientes com pneumonia comunitária internados devem ser investigados para patógenos específicos o que pode modificar o tratamento empírico quando houverem dados clínicos ou epidemiológicos em que se basear. Ex.: Vírus, micobactérias, bactérias resistentes Obs.: O ganho de hemoculturas para germes comuns é de 5 a 15% semelhante a outras situações de infecções graves e elas são especialmente importantes em pneumonia comunitária grave, pois S. Aureus, P. Aeruginosa e outros Gram negativos podem ser a causa. A Gram e cultura de escarro ou aspirado traqueal devem ser pedidos, um Gram sem CGP em cachos e bastonetes Gram negativos, e culturas negativas para estes patógenos, tem grande VPN e influenciam a suspensão de antimicrobianos direcionados a estes. 1. Antígeno urinário para pneumococo Permanece positivo por até 3 dias de tratamento quando ocorreu bacteremia 1. Antígeno urinário para Legionella É positivo desde o primeiro dia de doença e permanece positivo por semanas Sensibilidade de 70 a 90% pois detecta o sorotipo 1 apenas RESUMINDO: Hemocultura, cultura do escarro para germes comuns, microscopia do escarro (procura de polimorfonucleares - >25 por campo e células epiteliais), gram do escarro, antígeno urinário para pneumococos e Legionella. Exames que normalmente são realizados: Cultura, raio x de pulmão e gasometria Escores de gravidade São importantes para colocar o paciente no local de assistência adequada (muito grave=terapia intensiva/ moderado= semi intensiva ou enfermaria/ não grave=ambulatorialmente) 1. CURB-65 Prevê a mortalidade em pneumonia comunitária (British Thoracic Society) É um acrônimo para: MaraFlávia Realce MaraFlávia Nota referênica O2: 95% - 100% MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce 13 C = Confusão mental de início recente U = Ureia maior que 7 mmol/L (Blood Urea Nitrogen > 19) R = Frequência respiratória maior que 30 irpm B = Pressão sistólica < 90 mmHg ou diastólica < 60 mmHg 65 = Igual ou maior que 65 anos de idade O risco de morte em 30 dias aumenta com o score de 0 a 5 (máximo) 0: 0,6% 1: 3,2% 2: 13% 3: 17% 4: 41,5% 5: 57% Tratamento >Paciente previamente sadio, sem uso de atb prévio nos últimos 3 meses: Macrolídios (Claritromicina, azitromicina, doxaciclina). >Paciente com comorbidade (hepatopatias, DM, alcoolismo, imunossupressão, uso de ATB previamente): quinolona respiratória (levofloxacina, moxifloxacina); betalactâmico+ macrolídios (amoxicilina c/ clavulanato + azitromicina) >Internados: Quinolona respiratória, betalactâmico+ macrolídio (com ou sem macrolídios) > Internados na UTI: pseudômonas (piperacilina-tazobactam, meropenem ou betalactâmico + aminoglicosideo + azitromicina, nrsa (resistência S. aureus) usar vancomicina ou linezolida 1. Tratamento em média por 7 dias. Se houver bacteremia 14 dias. Bactérias atípicas: 14- 21 dias Passar para terapia oral, com melhora clínica: temperatura menor que 37,9°, batimentos cardíacos menores que 100/min, respiração <24irpm, pressão sistólica >90mmHg, saturação de oxigenio >90% ou pO2 > 60 mmHg, estado mental normal, capaz de ingestão oral. Todos os itens devem estar presentes 1. A resposta deve ser adequada em até 72horas. Se houver atraso significa que existe algum patógeno que o antimicrobiano não está cobrindo, infecção hospitalar, resistência, hipersensibilidade. Vacinação: contra a gripe anualmente (pneumococo). Doenças exantemáticas 21/08/15 Doença na qual a manifestação cutânea é marcante e dado fundamental para o diagnóstico. O enantema é a manifestação nas mucosas e o exantema é a manifestação cutânea de causa infecciosa, toxica ou alergia ou física. Pode ser uma macula, papula, vesícula, bolhas, pústulas, petéquias. Geralmente a manifestação é mista. Enantema: é a manifestação desse processo na mucosa. Principais: sarampo, rubéola, eritema infeccioso, exantema súbito, escarlatina, enteroviroses (eclovirus, enterovirus, coxsackie A e B), varicela, dengue. Classificação É baseada no tipo de lesão presente ou nos tipos de lesões presentes. Maculo-papula, escarlatiforme (manchas eritematosas confluem e não se observa áreas de pele normal entremeadas), mobiliforme/rubeoliforme (maculas e pápulas eritematosas c/ área de pele normal, vesiculobolhoso, petéquias. MaraFlávia Nota referencia FR: 14-20 irp/min em idosos pode ser até 26 MaraFlávia Nota Esses são scores menores. Os scores maiores são: ventilação mecânica e sepse. para ser considerado pneumonia grave 1 score maior e 2 graves MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Nota macula: mancha plana sem qualquer alteração de relevo, pode ser pigmentada, acrôrmica ou eritematosa. pápula: elevaçao circunscrita da pele, sólidas, perceptíveis ao tato vesículas: elevação circunscrita da pele, líquida, menor que 5mm bolhas: elevação circunscrita da pele, líquida, maior que 5mm MaraFlávia Nota ureia >50 mg/dl 14 Anamnese dermatológica: A duração da lesão é essencial para incluir ou excluir certos diagnósticos, o que é muito importante sobretudo nas DSTs. Deve-se realizar a anamnese geral (história da lesão). Varicela Anamnese: Histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes, possibilidade de imunidade permanente pela própria doença, histórico de vacinação em caso de HD ser doença imunoprevinível. Pode ser uma manifestação de imunossupressão, com reativação da doença. Atenção também para a idade do paciente, algumas doenças possuem maior incidência na faixa etária pediátrica. Altamente contagiosa, o vírus causador é o varicela zoster (VVZ) –família herpesviridae. Tem capacidade de latência e ser reativado em períodos de imunossupressão. Clínica: Quadro febril, exantema paulovesiculoso generalizado com polimorfismo regional (crostas, vesículas, purpuras) e lesões em vários estágios. -Período de incubação: 10-21 dias -Período podrômico: inespecífico (febre alta, mialgia, mal estar, cefaleia – até 3 dias) *Em crianças o exantema é o sintoma inicial. -Maior incidência em crianças pré-escolares e escolares. Tem caráter sazonal (fim do inverno e início da primavera) -Período de transmissibilidade: 48 h antes do ciclo clínico até surgimento da ultima crosta. -Lesões centrípetas (tronco, face, pescoço), com intenso prurido (escoriações podem ser porta de entrada para infecções bacterianas!!) *evolução: vesícula → pústula → crosta *Em adultos: o exantema é mais exuberante, febre mais alta e complicações são frequentes. -Complicações: infecção bacteriana secundária de pele, pulmonar (pneumonite intersticial pelo VVZ, se for pelo vírus o tratamento é específico (retroviral) se trata de uma varicela complicada), meningoencefalite, varicela hemorrágica (lesões cutâneas com conteúdo hemorrágico) *Síndrome de Reye: Quadro grave de encefalopatia aguda associada à degeneração gordurosa do fígado, desencadeada pelo emprego de AAS no início do quadro clínico. Por isso, criança com varicela tem que tomar outro tipo de antitérmico (dipirona, paracetamol), não se deve administrar aspirina! Varicela em pacientes imunossuprimidos: Maior risco de disseminação e visceralização da doença, com alta morbidade e letalidade. Gestação: →primeiro trimestre: Abortamento e teratogênese; →terceiro trimestre: Parto prematuro (com risco para mãe e criança). A incidência desses casos diminuiu por conta da vacinação. Manifestação Clínica do Herpes Zoster: Manifestação clínica da reativação do VVZ, está associada a imunodepressão. Pode ocorrer em idosos (>60 anos), pode ser uma manifestação paraneoplásica. Ocorre por migração do vírus pelo dermátomo acometido Localização mais comum: intercostal em faixa, e a dor pode preceder o aparecimento das lesões (bolhas brilhosas e confluentes), a involução ocorrem em 2-3 semanas. Está indicado tratamento antiviral (específico para o vírus da varicela) com aciclovir (4/4h) e paraciclovir (12/12h) - antivirais. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Nota manter as crianças com as unhas aparadas para não ferir a pele na hora de coçar e pode levar a uma infecção bacteriana. usar permanganato de potassio para aliviar o prurido MaraFlávia Nota nesses casos usar antiviral venoso 15 **Neuralgia pós herpética: É uma dor importante na topografia onde havia as lesões, mesmo após o desaparecimento destas, e pode persistir por até 6 meses após a resolução das lesões cutâneas. Pode se evitar com a administração de corticoides. **Pode administrar corticoide para paciente HIV+? Sim, pois a quantidade administrada não é considerada imunossupressora, e sim anti-inflamatória, já que é usado em curto período de tempo e a posologia não é tão alta. Quando a distribuição não respeita a linha média, quando passa para o outro lado, o prognóstico é pior. Diagnóstico → Método direto: Esfregaço de Tzanck – identifica partículas virais → Métodos indiretos – Testes sorológicos (ELISA). Tratamento: Neonatos, imunossuprimidos e imunocompetentes com apresentação grave da doença = Herpes Zoster Disseminado (quando acomete mais de 1 dermátomo, ou quando há mais de 20 lesões). Meningite meningocócica Com presença de petéquias e púrpuras, essas lesões não são exclusivas. Abordagem semelhante a varicela e nem sempre o histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes será positivo, pois muitos portadores da doença são saudáveis. Síndrome de mão, pé, boca Histórico de exposição a pessoas com lesões semelhantes, é uma doença da faixa etária pediátrica, mas pode ocorrer em idosos. Presença de vesículas na palma da mão, região perioral e planta dos pés. Uma das características sistêmicas dessa doença é a presença dessas vesículas na orofaringe. Sífilis secundária (lesões descamativas) Diagnóstico sugerido (as vezes) por quadro clínico clássico Se suspeitar de DST questionar sempre se há diagnóstico prévio de qualquer DST e esclarecer tratamento prévio de DST e realizar o diagnóstico de DST no parceiro/a -Data de última exposição a DST (para estabelecer o período de incubação) Lesões descamativas em palma das mãos, planta dos pés e tronco. Como é uma DST, a abordagem deve ser conduzida voltada para essas doenças. Eritema associado a hanseníase: Suspeita de doença endêmicas, histórico de residência prolongada e histórico de viagem de repetição Sarampo Doença infecciosa aguda de natureza viral, extremamente contagiosa, com gravidade variável em populações de diferentes níveis socioeconômicos (desnutrição é sinal de gravidade). Suspeitar quando há febre, exantema acompanhados de 1 ou mais dos sinais/ sintomas como tosse, coriza e conjuntivite. *Tríade: tosse, coriza, conjuntivite! Etiologia: Mixovírus (RNA vírus) Epidemiologia: Tem no homem o reservatório e fonte de infecção, com distribuição universal, com prevalência em menores de 15 anos Fatores de risco: menores de 1 ano, deficiência de vitamina A e imunossuprimidos Patogenia: Contágio por via aérea, onde o vírus contamina os linfócitos T e B (2º e 3º dia). Tem multiplicação ativa na pele, conjuntiva e trato respiratório (em média 3-5 dias). Redução brusca da viremia MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce 16 Transmissão: Vias respiratórias (secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar). Com período de transmissibilidade de 4-6 dias antes do aparecimento dos sintomas até 4 dias após o início do exantema e período de incubação: 7-18 dias Sintomas: Febre (>38,5° C), coriza, conjuntivite, tosse, lacrimejamento, fotofobia, exantema céfalo-caudal com início de face e pescoço, generalizada no 3º dia (Retro auricular > pescoço). A diarreia é consequente a infecção do sarampo Mancha de Koplik (24h – 48h antes do exantema): dificilmente serão vistas, pois elas estão presentes de 24-48 horas antes do exantema. Essas manchas são sintoma patognomônico de sarampo, ou seja, sua presença fecha o diagnóstico. Complicações: Otite média aguda, pneumonia, diarréia. Na desnutrição, menor de 1 ano, imunossuprimidos ou paciente com tuberculose pode ocorrer complicações oculares. Encefalite aguda, panencefalite esclerosante subaguda é tardia (10 anos). Na gestante: parto prematuro e recém-nascido de baixo peso Letalidade: EUA 1 a 3 por 1000, 25% nos países desenvolvidos Tratamento: É sintomático e de suporte, repouso relativo, uso de antitérmico, higiene dos olhos e pele, dieta branda voluntária e hidratação, umidificação das secreções das VAS, vitamina A (recuperação mais rápida dos linfócitos e melhora na resposta de anticorpos IgG na fase aguda). → Antibiótico se houver complicação bacteriana. A suspeita de complicação bacteriana pode ser feita quando tosse seca passa a ser produtiva. Diagnóstico: Pode ser clínico ou laboratorial com hemograma (sem complicações: leucopenia com neutropenia e linfopenia e com complicações (bacteriana) onde há leucocitose com neutrofilia e desvio para a esquerda), isolamento viral (sangue, urina e secreções) e sorologia IgM+ (após 4º dia do exantema) Profilaxia: Vacina (12 meses-MMR), 2ª dose com 4-6 anos, isolamento respiratório até o 5º dia do início do exantema, é uma doença de notificação compulsória. Rubéola: Doença infecciosa aguda de natureza viral, caracterizada por febre e exantema maculopapular, que se inicia na face, couro cabeludo, espalhando-se para tronco e membros. É menos contagiosa que o sarampo e autolimitada. Agente etiológico: Togavírus (RNA vírus) Epidemiologia: Com distribuição universal e incidência deslocada para adolescentes e adultos jovens sem vacinação. Reservatório e fonte de infecção é o homem. Transmissão: contato direto com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas de 5-7 dias antes do início do exantema até 5-7 após o início do exantema, transplacentária (rubéola congênita). *Porque a imunização do homem até os 39 anos? Para evitar a síndrome da rubéola congênita na sua parceira. Patogenia: disseminação por vias aéreas, vírus se multiplica nos gânglios cervicais. Quadro clínico: A infecção é subclínica em 50% dos casos, com período de incubação de 14 a 21 dias. O exantema é precedido, em 5-10 dias, por linfadenopatia generalizada (em adolescentes e adultos, a linfodenomegalia aparece 1 semana antes do exantema). MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Nota assim como o sarampo o período de transmissividade começa antes dos sintomas. MaraFlávia Nota esse ano o brasil notificou que a rubéola não é mais endêmica 17 Exantema máculopapular se inicia na face e desce para o tronco (final do 1ºdia), com duração média de 3 dias. Na criança não há pródromas **Febre geralmente baixa, com artralgia e poliartrite **Uma diferença da rubéola para o sarampo e varicela é que o percentual de infecções subclínicas é muito maior, ou seja, os infectados saberão que tiveram contato com o vírus da rubéola se fizerem a sorologia e se não tiverem sido vacinados. A linfadenopatia que precede o exantema ocorre em cabeça e pescoço. Complicações são raras, mas na rubéola congênita ocorre retardo de crescimento, catarata, retinopatia, surdez sensorial, defeitos cardíacos congênitos, trombocitopenias, lesões púrpuras na pele e retardo mental e miocardite. Pode surgir como complicação púrpura trombocitopênica, encefalite. Diagnóstico: Pode ser clínico ou laboratorial com isolamento viral (secreção nasal) ou sorologia IgM+ (até 28º dia da doença) Tratamento: Sintomático Medidas de profilaxia: Vacinação (não administrar em gestantes) e evitar contato com gestantes Eritema Infeccioso Doença exantemática infecciosa conhecida como 5ª doença de curso geralmente benigno sendo responsável por surtos em crianças. É fácil de identificar quando a criança apresenta a fácies esbofeteada. Etiologia: parvovírus-erythorovírus B19 (DNA vírus) Epidemiologia: Com distribuição universal e faixa etária de prevalência: 5-15 anos de idade Transmissão: Contágio por vias aéreas (secreções respiratórias de pessoas infectadas, sangue e hemoderivados), congênita Quadro clínico: Período de incubação de 6-21 dias Patogenia: Contágio por vias aéreas > 6dias com sintomas respiratórios como coriza febre, cefaleia, replicação da MO > a partir dos 7dias surge o exantema. Em adultos: poliartrite 1ª fase: fácies esbofeteadas (1-4 dias) 2ª fase: exantema máculo papular em troncos e membros (2-3 semanas). Complicações: Encefalite, miocardite, meningite, trombocitopenia, aplasia eritrocitária, anemia persistente em imunossuprimidos (HIV) Infecções na gestante: abortamento, morte fetal, anemia congênita. Diagnóstico: É essencialmente clínico, mas pode ser feito laboratorialmente com redução de hemoglobina e reticulócitos e por sorologia anti B19 IgM+ Tratamento: Maioria não necessita de tratamento, mas se necessário pode-se realizar a transfusão de concentrado de hemácias e imunoglobulina (imunossuprimidos) Exantema Súbito Doença exantemática do tipo máculopapular de origem infecciosa. Agente Etiológico: herpes vírus tipo 6 (DNA) Epidemiologia: Sendo predominante nos lactentes, dos 6 meses aos 2 anos de idade. Transmissão por via respiratória, possibilidade de transmissão inter-humana (doença contagiosa), sem necessidade de vetor. Patogenia: Portador assintomático transmite a doença por secreções salivares (principalmente), febre alta (39-40 graus) com início súbito que desaparece geralmente de 3-5 dias depois, irritabilidade, anorexia, hiperemia de orofaringe, amígdalas, base da úvula e MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce 18 palato mole (sem pus), tosse, coriza, adenomegalia discreta em cadeia cervical, otite, exantema (máculo-papular em face, região cervical e tronco, após defervescência da febre. 24- 48h). Complicações: Hepatite, encefalite, convulsões, púrpura, hepatite fulminante. Diagnóstico: Pode ser clínico, onde deve-se verificar se o exantema foi cefalo-caudal ou se começou ao mesmo tempo em diferentes partes do corpo, se é mais presente a distribuição centrípeta, ou seja, se ocorre mais na cabeça no tronco, do que nos membros, a velocidade de evolução do exantema, onde começou, o tipo de lesão, faixa etária. Ou laboratorial com sorologia anti HV6 IgM, isolamento viral em secreções. Tratamento: Sintomático na maioria dos casos. Em doenças mais graves: ganciclovir. Escarlatina É a única doença exantemática de origem bacteriana, sendo bastante diferente das demais, e não sendo viral, tem tratamento, visando o combate do patógeno. É uma doença infecto contagiosa caracterizada por erupções cutâneas generalizadas (decorrentes da ação de uma toxina) e pelo acometimento da orofaringe. Agente etiológico: Streptococcus pyogenes Epidemiologia: Faixa etária do final da infância até o início da adolescência 5-15 anos, pode ocorrer em adultos. Patogenia: Transmissão por portadores (gotículas) ou por objetos contaminados (transmissão indireta). Invade VAS, há a multiplicação no tecido linfoide da faringe, causando edema, hiperemia e exsudação local. Há a produção de toxinas e disseminação via hematogênica Clínica→ erupção cutânea → febre (39.40°c) com calafrios, mal-estar, tosse, cefaléia, odinofagia, amigdalite purulenta, adenomegalia cervical, língua em framboesa (hipertrofia das papilas linguais), palidez perioral (sinal de filatov), dobras cutâneas de flexão com vermelhidão (axilas, virilhas, joelhos, cotovelos –sinal de Pastia). *exantema: em todo o corpo após 24 horas, seguido de descamação em 7 dias. Diagnóstico: Clínico de mais difícil detecção em peles mais escura, como nos negros. Sinais clínicos (citados acima no quadro clínico) altamente sugestivos de escarlatina, diferente da rubéola, exantema súbito e eritema infeccioso, que se confundem muito entre si e há grande necessidade de se avaliar a faixa etária. Laboratorial: Pesquisa de antígeno bacteriano; Cultura (SWAB), em caso de quadro clínico compatível com escarlatina, uma peculiaridade é a dosagem de ASLO (Antiestreptolisina O), que se elevada é um reforço para o diagnóstico da doença. Tratamento: Penicilina benzatina injetável; Amoxicilina oral por 10 dias; Macrolídeos (como alternativa ao paciente que for alérgico a penicilina). Após 24h de tratamento não há mais transmissibilidade. Profilaxia: Ausência de cardite: Penicilina benzatina a cada 3 semanas até os 21 anos de idade. Na presença de cardite: Penicilina benzatina a cada 3 semanas para o resto da vida. Enterovirose São assim agrupados pela semelhança entre suas propriedades físicas e bioquímicas, características epidemiológicas e formas clínicas produzidas. Etiologia, possuem 2 grandes grupos: 19 Poliovírus: Causa paralisia infantil (poliomielite) Não poliovírus: Coxsackievírus do grupo A (principalmente por via respiratória, sendo um enterovírus), Coxsackievírus do tipo B, Echovírus e Enterovírus. *poliovírus: infecta células epiteliais da mucosa do TGI, replica-se nos tec. Linfoides submucosos das amigdalas e placas de Peyer. *Echovírus: é o mais comum!! Epidemiologia: Transmissão fecal-oral, vertical, respiratória. Indivíduos doentes eliminam para o meio ambiente partículas virais em secreção de orofaringe e fezes por vários dias antes do início da doença e mantém a eliminação fecal por várias semanas, após a convalescência, ou seja, mantêm a propagação da doença mesmo após o desaparecimento dos sintomas, já que mantém a excreção viral. Crianças são mais vulneráveis. -P. incubação: 2-35 dias. Patogenia: Via digestiva é a porta de entrada principal, seja por agua ou alimento contaminado, seja por contato direto com portador (de má higiene pessoal, já que o vírus é excretado nas fezes – um aperto de mão, por exemplo), o vírus então se multiplica na faringe, no intestino se estendem para linfonodos regionais e então desencadeia uma viremia, permitindo a instalação viral em vários órgãos e tecidos. Quadro Clínico: Síndrome mão-pé-boca (Coxsackievírus A e Enterovírus 71 com infecção do snc concomitante): Criança com vesículas na palma das mãos, planta dos pés, próximo à boca (na pele), e também na faringe, o que causa muita dor à deglutição e leva a criança aos prantos. Ocorre regressão das vesículas da pele em 2-3 dias, indicam regressão também das existentes na faringe, o que sugere uma melhora do quadro. - Petéquias e púrpuras (Echovírus 9 e Coxsackievirus A9): Rash com um componente hemorrágico facilmente confundido com doença meningocócica, mas na meningite a criança vai apresentar acometimento neurológico (sonolência, torpor). Não é uma clínica específica, requer uma anamnese bem detalhada. Adultos, mesmo que apresentem petéquias e purpuras, fogem da faixa etária do enterovirus. *pleuradinia: dor torácica, febre, adinamia (perda da força muscular) causada por miosite pela invasão direta do vírus. Complicações: Meningite asséptica (predomínio linfomonocitário), poliomielite onde pode haver paralisia de um ou dois membros (extremidades) e consequente fraqueza muscular dos mesmos, não necessariamente é bilateral, encefalite (generalizada ou localizada), pancreatite, miocardite, pneumonia. Em gestantes leva a má formações como anomalias urogenitais, cardiovasculares e do sist. Digestivo. Diagnóstico: Pode ser clinico, sendo difícil diferenciar qual é o vírus causador da síndrome. A não ser a síndrome mão-pé-boca, que não é difícil reconhecer pela história do paciente e pelas vesículas características. Laboratorial: isolamento viral da orofaringe (PCR), SWAB retal, sorologia. ATENÇÃO!!! Diagnóstico diferencial da lesão com sífilis! Avaliar bem os sinais e sintomas! Tratamento: Sintomático (analgesia, hidratação oral, alívio da febre). Meningite bacteriana aguda 27/08/15 Anatomia: 20 O liquor está entre a aracnoide e a pía mater, no espaço subaracnóide. Ele é um fluido aquoso e incolor e circula pelos ventriculos, produzido pelo plexo coroíde. Meninge: camada fina de tecido conjuntivo que recobre o sistema nervoso central, o encefálo e também a medula espinhal. A inflamação da meninge pode levar a uma inflamação do cortéx adjacente (meningoencefalite) Na meningite bacteriana o liquor se torna purulento, na viral ele permanece incolor mas se torna mais liquido. Os sintomas vão variar de acordo com a idade, muita das vezes os sintomas classicos estão presentes como o vomito em jato, cefaléia, rigidez na nunca, deficit de localização, diminuição da consciencia, etc, mas nem sempre eles estão claros e presentes. Definição: É uma infecção purulenta bacteriana aguda das meninges (espaço subaracnóide) e do córtex subjacente, levando a um quadro sistêmico febril e sinais e sintomas clinicos de meningoencefalite (meninges, espaço subaracnoide e parênquima cerebral acometidos por reação inflamatória). **suspeitar quando: paciente com febre alta de inicio súbito, vômitos sem relação com nauseas, sem foco de infecção aparente, cefaléia intensa, rigidez de nuca, sonolência, irritação, em lactentes quando há diminuição da sucção, convulsões, abaulamento de fontanelas. Epidemiologia: A forma bacteriana é a mais comum, e os microorganismos mais frequentemente responsáveis da meningite adquirida na comunidade são o Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, estreptococos do grupo B e Listeria monocytogenes. Mais raro o Haemophilus influenzae tipo B. **possuem alta taxa de letalidade o que justifica o tratamento empirico mesmo antes do resultado da coleta do liquor. Quadro clínico é de instalação rápida: → Sindrome infecciosa aguda: febre alta, toxemia, prostração → S. hipertensão intracraniana: cefaléia, vômitos em jato, edema de papila → Sindrome meningo-radicular: Contratura da musculatura cervical posterior, rigidez de nuca e da musculatura dorsal. **sinal de Kerning: Paciente em decúbito dorsal, coxa e joelho são fletidos sobre o abdome, ao tentar estender o joelho ocorre dor. **sinal de Brudzinski: Pcte em decúbito dorsal, é positivo quando ao realizar a flexão passiva do pescoço isso resulta em flexão espontânea dos quadris e joelhos. Esses sinais são vistos como um espelho, se um é positivo o outro também será. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce 21 *todas as meningites são de notificação compulsória, devem ser registradas no Sinan (sistema nacional de agravos notificáveis). * a rigidez pode estar ausente ou ocorrer mais tardiamente em pctes com extremos de idade (menores que 2 anos e maiores que 65 anos). A rigidez de nuca terminal também pode estar presente em pacientes mais velhos por conta de artrose, sua graduação será de 1 cruz de 4. *Tríade clássica: febre, rigidez de nuca e cefaléia. Febre > 38°C 97% Febre a mais de 1 dia 12% Rigidez de nuca 82% Alteração do sensório: confusão mental, letargia, sem resposta a dor, sonolência, convulsão, coma. *grau variável 66% Convulsões 10% Cefaléia Exantema 52% *A febre pode não estar muito alta por conta do uso de analgésicos. A tríade ocorre em 51% dos casos. E o exantema indica meningite meningocócica (podem ser petéquias ou purpuras, atinge tronco, MMII, mucosas, conjuntivas e as vezes palmas das mãos e plantas dos pés). Etiologia levando em consideração a idade: Lactentes e neonatos: S. agalactiae (hoje vem crescendo o número de casos em indivíduos maiores de 50 anos), Streptococo do grupo B, H. influenzae. *L. monocytogenes: tem aumentado o número de casos em neonatos, gravidas e indivíduos com mais de 60 anos e pacientes imunossuprimidos. Dos 3-10 anos: Predomínio de casos por Neisseria meningitidis (meningococo) e S. pneumoniae 1ª idade adulta: S. pneumoniae, geralmente associado a um foco infeccioso. Meningococo e Listeria monocytogenes. Adultos e crianças: S. pneumoniae, N meningitidis, H influenzae *H. influenzae: o número de casos diminuiu bastante por conta da introdução da vacina no calendário vacinal. Fatores de risco: Meningite pneumocócica (S. pneumoniae) Existência de infecção de vias aéreas causadas por pneumococo (sinusite por exemplo), alcoolismo, esplenectomia, hemoglobinopatias (anemia facilforme), pneumonia pneumocócica, deficiência de sistema complemento, fratura da base do crânio, diabetes, otite média aguda ou crônica. **lesões cutâneas como petéquias ou purpuras sugerem infecção meningocócica. Listeria monocytogenes MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce 22 Extremos de idade (neonatos e maiores de 50 anos), transplante de órgão sólido, neoplasia hematológica/sólida, alcoolismo, cirrose, HIV, DM descompensada, Gram negativos: Por contiguidade (pqns traumas cirúrgicos), semeadura a distância (fogo urinário, abdominal) Portas de entrada: → Por contiguidade: A partir de estruturas próximas (OMA, mastoidites, sinusites). →Por via hematogênica: Meningococo, Pneumococo, S. aureus, gram – atingem o SNC. →Acesso direto: fratura de crânio, crianças com defeitos congênitos no fechamento do tubo neural (espinha bífida, meningocele, meningomielocele, meningo-encefalocele), infecções iatrogênicas (punções liquóricas com agulhas contaminadas ou sem assepsia). *deviração liquórica: uso de cateteres dentro do quarto ventriculo (hidrocefalia). O cateter pode estár contaminado. Obs.: As bactérias são capazes de se multiplicar rapidamente dentro do liquor por ausência de defesas imunes eficazes. Meningite meningocócica → Causada pela Neisseria meningitidis (meningococo), afeta mais crianças e adultos jovens, sendo transmitida pela tosse e/ou espirro, através de secreções expelidas pelo trato respiratório. Sua ocorrência varia de acordo com a estação do ano, em períodos de maior aglomeração é maior o número de casos. → é classificado de acordo com as diferenças antigênicas dos seus polissacarideos capsulares e membranas proteicas externas em sorotipos, sorogrupos, subtipos e imunotipos. →Sorogrupos: A, B, C, Y e W135 são os principais. O sorogrupo A tem maior potencial epidêmico enquanto o B e o C são mais endêmicos mas podem ser tornar tambem epidêmicos. Incidência: 1-5 a cada 100 mil hab. nos países desenvolvidos. → Clínica: por ser mais aguda os sintomas mais comuns são cefaléia, petéquias, rigidez de nuca e infecção por VAS. → Ela pode ser aguda 7/24 hras de evolução c/ou s/ choque, subaguda onde a sintomatologia piorando a mais de 24 horas ou fulminante quando a sintomatologia tem < 7 hras e evolui rapidamente com choque e morte. Classificação da M. meningocócica invasiva: 1→ Paciente com meningococcemia e sem choque 2→ Paciente apenas com meningite 3→ Paciente com meningite e meningococcemia 4→ Paciente com meningococcemia com choque e sem meningite (vai ser fulminante em 15% dos casos) *com diversas apresentações cutâneas como vasculites de extremidades, petéquias além de sepse multiorgânica, problema renal. *petéquias não somem com a digitopressão. MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce MaraFlávia Realce 23 Diagnóstico laboratorial Inespecíficos: Hemograma (leucocitose, neutrofilia importante-95%, o resto estará diminuído –infecção aguda!!), PCR, VHS (velocidade de hemossedimentação do sangue)