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Por Breno C. Vizzoni Antianginosos! ANGINA PECTORIS Dor provocada por acúmulo de metabólitos decorrentes de isquemia miocárdica. Dor retroesternal, de peso, de compressão, de ardência, não pulsátil, normalmente desencadeada por esforço. Irradiação para membro superior esquerdo, mandíbula, pescoço e dorso é provável. Nitrato melhora angina. Logo, se não melhora sob uso de nitrato, com certeza não é angina. O público alvo portador de angina é aquele que apresenta cardiopatia isquêmica. A principal causa de angina é a aterosclerose! Com redução do fluxo sanguíneo por conta da hipoperfusão miocárdica, causar-se-á a angina. O desbalanço entre o suprimento e a necessidade de oxigênio é o que causa a angina. CLASSIFICAÇÃO DA ANGINA Angina estável/de esforço Produzida pelo estreitamento fixo dos vasos coronarianos por conta da presença de ateroma. A dor é desencadeada por esforço físico ou fortes emoções. Angina instável Produzida pelo rompimento das placas ateromatosas nas artérias coronarianas, formando trombos não oclusivos e ricos em plaquetas. A dor aparece em repouso e há risco iminente de IAM! Angina variante/vasoespástica Produzida por espasmo coronariano em repouso, também associada à doença ateromatosa. Relativamente incomum. TRATAMENTO PARA ANGINA Controle dos fatores de risco; Dislipidemia, diabetes, HAS. Tratamento medicamentoso; Desobstrução cirúrgica. Cateteres e stents. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Tem por objetivo a redução do consumo de oxigênio, diminuindo a FC, PA e contratilidade miocárdica ou aumentar a oferta de oxigênio, promovendo vasodilatação. Fármacos antianginosos Nitratos orgânicos e bloqueadores dos canais de cálcio – melhoram a perfusão, reduzem FC, o que reduz a demanda metabólica. Betabloqueadores – redução de FC e de demanda metabólica. NITRATOS ORGÂNICOS São pró-fármacos que constituem fontes de óxido nítrico. CaM: Calmodulina. eNOS: enzima óxido nítrico sintetase. O NO vai ativar guanilil-ciclase solúvel para formar GMPc, ativando proteína quinase G (PKG), que vai inibir a contração por inibição da fosforilação da cadeia leve de miosina e inibição do canal de cálcio. Nitrovasodilatadores: nitratos e nitritos orgânicos. Nitroprussiato de sódio: potente vasodilatador de uso hospitalar. É doador de NO. Mecanismo de ação – pouco elucidado Após a metabolização dos nitratos, liberar-se-ão as moléculas de óxido nítrico. Ele ativa a guanililciclase solúvel, aumentando GMPc, que ativa a proteína quinase G – cascata de efeitos na musculatura lisa – e redução da concentração de Ca2+ e vasodilatação. Os nitratos orgânicos precisam ser convertidos a óxido nítricos por meio da ação de enzimas específicas e, possivelmente, uma reação com grupos sulfidrilas nos tecidos. Efeitos farmacológicos Relaxamento do músculo liso vascular A venodilatação causa redução do retorno venoso, da pré-carga e trabalho cardíaco. O relaxamento arterial reduz a pós-carga, do RVP e do trabalho cardíaco. Dilatação de artérias coronarianas e alívio do espasmo coronariano. Redistribuição do fluxo sanguíneo miocárdico. Relaxamento da musculatura lisa não vascular Relaxamento da vesícula biliar e TGU. Ação sobre disfunção erétil e broncodilatação. Usos terapêuticos Insuficiência cardíaca – por conta da redução de pré e pós-carga. IAM (via endovenosa). Agina estável para prevenção com uso de via oral contínuo ou sublingual antes do esforço. Tratamento de crise por via sublingual. Angina variante para prevenção, em via oral contínua, ou crise aguda, em via sublingual. Angina instável com uso IV ou sublingual. Farmacocinética Absorção excelente e distribuição ampla, o que é ótimo para que o medicamento funcione. Vias de administração oral, sublingual, transdérmica e intravenosa. Metabolismo com intenso efeito de primeira passagem e maior disponibilidade por via sublingual e intravenosa. Mononitrato de isossorbida não faz primeira passagem. Efeitos adversos Todos associados à vasodilatação muito intensa. Hipotensão ortostática, rubor facial, cefaleia pulsátil e efeito rebote. Tolerância dose dependente! Depleção nos grupamentos sulfidrila. Processo reversível em períodos de 6 a 8h. Para minimizar a tolerância ou evitá-la, reduzir-se- á a dose, descontinuar-se-ão os níveis plasmáticos e usar-se-ão doadores de sulfidrila. Contraindicação Pacientes que já apresentam hipotensão, ou aqueles que usam os inibidores da fosfodiesterase-5. A fosfodiesterase degrada o GMPC e controlar sua concentração. BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO Mecanismo de ação Bloqueiam a entrada de cálcio nos canais de cálcio tipo L, que são voltagem dependentes, promovendo a redução da resistência vascular periférica. Afetam, principalmente, o coração, reduzindo sua contratilidade, e a musculatura lisa, causando vasodilatação. Efeitos farmacológicos Relaxamento da musculatura vascular, principalmente nas arteríolas. Redução da contratilidade cardíaca, com redução da frequência no marcapasso do nó SA e na velocidade de condução do nó AV. Efeitos comparativos dos canais Propriedades farmacocinéticas São bem absorvidos no TGI e extensamente metabolizados. As diferenças farmacocinéticas e formas farmacêuticas determinarão o intervalo posológico e intensidade dos efeitos adversos. Usos terapêuticos HAS: promove vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. Arritmias. Profilaxia para angina variante: primeira escolha! Causa redução do vasoespasmo e das artérias coronárias, reduz a FC e contratilidade. BCC (di-hidropiridinas, diltiazem) + nitrato. Profilaxia da angina estável Di-hidropiridínicos Aumenta oferta de O2 para o miocárdio dilatar as coronárias e reduz pós-carga e resistência vascular periférica, reduzindo também o trabalho cardíaco e o consumo de O2. Não di-hidropiridínicos Aumentam oferta de O2 para o miocárdio dilatar as coronárias. Reduzem pós-carga, FC e contratilidade, reduzindo trabalho cardíaco e consumo de O2. BETABLOQUEADORES Mecanismo de ação Ocupam os receptores 1-adrenéricos fora do SNC, impedindo sua ativação por catecolaminas e agonistas associados. Causa redução do débito cardíaco e da secreção de renina. Reduzem o consumo cardíaco de O2. São usados isoladamente ou em conjunto a outros antianginosos. São a primeira escolha para tratamento de angina estável! Usos terapêuticos Angina estável – previne crises Reduz FC, contratilidade, DC e consumo de O2. Aumenta a tolerância ao exercício moderado. Angina instável Reduz o consumo de O2; Se não houver contraindicação, atuam melhor quando há taquicardia ou HAS. LOCAIS DE AÇÃO FARMACOLÓGICA CAPAZES DE REDUZIR A DEMANDA OU AUMENTAR O SUPRIMENTO DE O2
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