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Farmácia Hospitalar
Autoras: Profa. Luciana Matos Loureiro
 Profa. Mariane Fonseca Petroni
Colaboradores: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro
 Profa. Eliane Maria de Almeida Orsine
Professoras conteudistas: Luciana Matos Loureiro / Mariane Fonseca Petroni
Luciana Matos Loureiro
Farmacêutica graduada em 1985 pela Faculdade Oswaldo Cruz, especialista em homeopatia pela Universidade 
de São Paulo em 1997. Atua no mercado da manipulação em farmácias homeopáticas, no gerenciamento das boas 
práticas e controle de qualidade, atendendo o público através da atenção farmacêutica nas práticas integrativas e 
complementares. É docente na Universidade Paulista (UNIP) desde 1998 nas disciplinas de Manipulação, Legislação 
Farmacêutica e Farmácia Hospitalar.
Mariane Fonseca Petroni
Formou-se em Física pela Universidade Mackenzie (1987) e em Farmácia e Bioquímica pela Universidade de São 
Paulo (1999). É mestre em Tecnologia Nuclear - Aplicações na área de Radiofarmácia pelo Instituto de Pesquisas 
Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo (Ipen/USP) desde 2003. É professora adjunta na UNIP desde 
2004. Possui experiência na área de farmácia hospitalar e farmácia clínica, tendo atuado no Instituto da Criança do 
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICr/HCFMUSP) e no Hospital Universitário 
da Universidade de São Paulo (HU/USP).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
L892f Loureiro, Luciana Matos.
Farmácia Hospitalar / Luciana Matos Loureiro, Mariane Fonseca 
Petroni. – São Paulo: Editora Sol, 2022.
132 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Controle. 2. Resíduos. 3. Programa. I. Loureiro, Luciana Matos. 
II. Petroni, Mariane Fonseca. III. Título.
CDU 615.1
U515.80 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aline Ricciardi
 Vera Saad
Sumário
Farmácia Hospitalar
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 ASSISTÊNCIA E NÍVEIS DE ATENDIMENTO À SAÚDE ............................................................................9
1.1 Classificação e tipos de hospitais .................................................................................................. 11
2 FARMÁCIA HOSPITALAR ............................................................................................................................... 14
2.1 Organização da farmácia hospitalar ............................................................................................ 19
2.1.1 Requisitos para viabilizar uma farmácia hospitalar ................................................................. 20
2.2 Comissões ................................................................................................................................................ 25
2.3 Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) .............................................................. 28
3 GESTÃO E LOGÍSTICA NA FARMÁCIA HOSPITALAR ............................................................................ 32
3.1 Padronização .......................................................................................................................................... 33
3.2 Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) ....................................................................... 35
3.2.1 Armazenamento de materiais ........................................................................................................... 36
3.3 Compras ................................................................................................................................................... 37
3.3.1 Compra de medicamentos em hospitais particulares .............................................................. 38
3.3.2 Compra de medicamentos em hospitais públicos ..................................................................... 39
3.4 Gerenciamento de estoques ............................................................................................................ 42
3.4.1 Curva ABC .................................................................................................................................................. 43
3.4.2 Curva XYZ ................................................................................................................................................... 44
3.5 Sistemas de distribuição de medicamentos .............................................................................. 45
3.5.1 Coletivo ....................................................................................................................................................... 46
3.5.2 Sistema individualizado ....................................................................................................................... 48
3.5.3 Dose unitária ............................................................................................................................................ 50
3.5.4 Combinado ................................................................................................................................................ 54
3.6 Planejamento e controle do estoque ........................................................................................... 54
3.6.1 Sistema de controle – ferramentas gerenciais ........................................................................... 55
3.7 Padronização de medicamentos .................................................................................................... 55
3.7.1 Inclusão e exclusão de medicamentos ........................................................................................... 56
4 FARMACOTÉCNICA HOSPITALAR ............................................................................................................... 59
4.1 Formas farmacêuticas não estéreis ............................................................................................... 60
4.1.1 Área física e recursos materiais ......................................................................................................... 64
4.2 Formas farmacêuticas estéreis ........................................................................................................ 66
4.2.1 Central de Misturas Parenterais ........................................................................................................ 66
4.2.2 Paramentação .......................................................................................................................................... 70
4.2.3 Técnica assépticade manipulação ................................................................................................... 70
4.3 Nutrição parenteral (NP) ................................................................................................................... 71
4.3.1 Tipos de nutrição parenteral .............................................................................................................. 73
4.3.2 Avaliação farmacêutica da nutrição parenteral ......................................................................... 76
4.3.3 Ambiente de preparo, armazenamento e transporte da nutrição parenteral (NP)...............76
4.4 Central de Manipulação de Quimioterápicos ........................................................................... 77
4.4.1 Quimioterapia antineoplásica ............................................................................................................ 77
4.4.2 Manipulação de quimioterápicos ..................................................................................................... 80
4.4.3 Manejo de resíduos em oncologia ................................................................................................... 84
Unidade II
5 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES (CCIH) ............................................... 91
5.1 Definição e causas de infecção hospitalar ................................................................................. 91
5.2 Controle de infecção hospitalar ..................................................................................................... 94
5.2.1 Estratégias no controle de infecção hospitalar .......................................................................... 94
5.3 Atribuições do farmacêutico na CCIH ......................................................................................... 95
5.4 Regras para utilização de antimicrobianos ................................................................................ 96
5.5 Utilização de antimicrobianos – uso irracional ....................................................................... 96
6 GESTÃO DE RESÍDUOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE ............................................................................... 97
6.1 Gerenciamento de resíduos ............................................................................................................. 98
6.1.1 Definições................................................................................................................................................... 98
6.2 Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços em Saúde (PGRSS) ...............101
6.3 Identificação dos grupos dos RSS ...............................................................................................103
7 PROGRAMAS DE QUALIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR .........................................................104
8 LEGISLAÇÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR ...........................................................................................116
7
APRESENTAÇÃO
A disciplina tem como objetivo principal apresentar a estrutura e o funcionamento de uma farmácia 
hospitalar em termos técnico-administrativos de forma a contextualizar seu importante papel na 
estrutura organizacional de um hospital e como suporte à farmácia clínica.
Assim, a disciplina visa oferecer ao estudante informações e conceitos que permitam a compreensão 
da importância da farmácia hospitalar no contexto hospitalar e, consequentemente, na estrutura do 
atendimento à saúde.
Os hospitais evoluíram desde pequenos grupos estruturados informalmente até as grandes e 
complexas organizações, podendo atuar numa área específica, como, por exemplo, cirurgias eletivas 
ou em diversas especialidades e atendimentos emergenciais. Com a modernização do setor hospitalar, 
tornou-se necessária uma maior participação do farmacêutico na equipe de saúde, visto que a farmácia 
é um setor do hospital que necessita de elevados valores orçamentários e o farmacêutico hospitalar 
pode contribuir nas atividades clínico-assistenciais, na racionalização administrativa com considerável 
redução de custos. O farmacêutico é o profissional que tem como compromisso gerenciar esta área, que 
também tem uma contribuição de suma importância no tratamento dos pacientes.
A farmácia hospitalar é uma especialidade farmacêutica cujo objetivo principal é contribuir 
para a qualidade na assistência prestada ao paciente, promovendo o uso racional de medicamentos, 
assegurando o atendimento às suas necessidades, por meio da seleção, preparação, aquisição, controle, 
dispensação, informação sobre medicamentos e padronizações, para garantir ação segura e eficaz.
Portanto, este livro-texto fornece informações atualizadas para os acadêmicos de farmácia envolvidos 
nesta disciplina para que possam conhecer suas características e desafios.
INTRODUÇÃO
Neste livro-texto, você conhecerá as características e desafios da farmácia hospitalar e como deve 
ser sua forma de atuação. Para tanto, discutiremos alguns conceitos que esclarecerão como a farmácia 
hospitalar está inserida nos hospitais e serviços de saúde.
Dentro deste contexto, discutiremos diretrizes e requisitos necessários para a viabilização, estruturação e 
organização de uma farmácia hospitalar, com seus aspectos mais relevantes na questão primordial que é a 
oferta de produtos e serviços da área de saúde, seguindo conceitos da administração empresarial.
Iniciaremos apresentando as caraterísticas e níveis de atendimento à saúde no Brasil de forma a 
permitir a compreensão adequada do universo do atendimento à saúde conhecendo a classificação e 
tipos de hospitais, permitindo entender cada tipo de farmácia hospitalar e suas atividades específicas.
Assim, serão apresentados os objetivos da farmácia hospitalar, identificando suas normas de 
funcionamento, a assistência farmacêutica efetiva, além das peculiaridades da administração 
de estoques e distribuição de medicamentos no âmbito hospitalar.
8
Para tanto, abordaremos normas e rotinas de compra em hospitais públicos e privados, classificar o 
tipo de dispensação hospitalar de acordo com normas e legislação pertinentes, e auxiliar na produção, 
manipulação destacando preparações não estéreis, misturas intravenosas, nutrição parenteral e 
quimioterápicos, além da dispensação de medicamentos hospitalares.
Além disso, elucidaremos a diversidade da atuação do farmacêutico neste âmbito, contemplando seu 
papel de destaque nas diversas comissões existentes para o bom desempenho e a assistência adequada 
no atendimento da população.
Daremos destaque à comissão de controle de infecções hospitalares, grupo de profissionais da área 
de saúde, formalmente designado para planejar, elaborar, implementar, manter e avaliar o Programa de 
Controle de Infecção Hospitalar, adequado às características e necessidades da Unidade Hospitalar, 
promovendo ações desenvolvidas visando a prevenção e a redução da incidência de infecções hospitalares.
Outro ponto importante é sobre a seleção e padronização de medicamentos, tema fundamental 
para a organização do serviço ofertado pela farmácia hospitalar, sendo a base da logística para planejar 
e controlar o estoque e dispensação no estabelecimento de saúde. Planejamento adequado, controle 
eficiente, recursos humanos e gestão de recursos materiais de qualidade são requisitos essenciais para 
um serviço hospitalar atingir qualidade adequada.
Aliado à incorporação de diversos recursos tecnológicos com a prescrição informatizada e ao sistema 
de automação para distribuição e fracionamento de medicamentos, o essencial para que tudo funcione 
adequadamente é a assistência prestada ao paciente, tendo como objetivo principal promover o uso 
seguro e racional de medicamentos.
Dentro do contexto administrativo, o hospital oferece a produção de bens ou serviços, onde existe 
uma enorme correlação entre a estrutura organizacional e da tecnologia adotada. Os medicamentos e 
os materiais médico hospitalares representam umagrande parcela dentro dos custos de um hospital, 
sendo que uma equipe onde o farmacêutico tem seu papel de destaque na assistência farmacêutica 
junto aos vários profissionais de saúde nas equipes multiprofissionais nas diversas comissões e o correto 
gerenciamento são ferramentas importantes para o desenvolvimento do setor hospitalar.
Uma orientação farmacêutica integrada, com um programa terapêutico adequado, assegura melhor 
aderência ao tratamento, aumento do conhecimento da farmacoterapia, padronização dos medicamentos 
disponíveis para o atendimento geral e nos recursos para minimizar as infecções adquiridas no ambiente, 
reduzindo internações hospitalares e melhorando a qualidade de vida assistencial.
A farmácia hospitalar também é responsável por prover informações a respeito dos medicamentos 
e produtos para saúde para as equipes interdisciplinares no hospital. Possui a incumbência de realizar 
estudos de utilização de medicamentos e buscar soluções e alternativas para a realização do melhor 
tratamento medicamentoso possível.
Também abordaremos o Programa de Gerenciamento de Resíduos de Saúde, além de Programas de 
Qualidade e as Legislações envolvidas neste cenário do âmbito da Farmácia Hospitalar.
Desejamos bons estudos e sucesso.
9
FARMÁCIA HOSPITALAR
Unidade I
1 ASSISTÊNCIA E NÍVEIS DE ATENDIMENTO À SAÚDE
Até o sistema de saúde no Brasil reestruturar-se de forma significativa no final da década de 1980 com 
a criação do Sistema Único e Saúde (SUS) e a promulgação da Constituição de 1988, eram observados 
graves e profundos problemas em termos de atendimento à saúde.
Até esse momento, a saúde brasileira priorizava a doença, ou seja, os investimentos estavam voltados 
à recuperação. Entretanto esse modelo exige grandes investimentos em estruturas de assistência médica, 
principalmente de alta complexidade, e altíssimos custos de implantação e manutenção. Sem contar o 
custo social e humano de não investir adequadamente na prevenção e qualidade de vida.
Além disso, o sistema apresentava características discriminatórias, pois o acesso à assistência médica 
estava atrelado a uma série de condições socioeconômicas. Podemos citar três grupos principais de 
cidadãos nesse contexto:
• Aqueles que podiam pagar pelo atendimento à saúde através de planos de saúde ou acessar o 
atendimento particular por recursos próprios.
• Aqueles que tinham direito ao atendimento público por contribuir aos institutos de previdência e 
assistência social oficiais.
• Aqueles que não tinham condições financeiras para buscar atendimento particular e/ou não 
estavam atrelados aos sistemas oficiais.
Esse último grupo dependia da assistência à saúde oferecida pelas instituições filantrópicas. Entretanto 
uma parte significativa dessas pessoas não tinha acesso a nenhum tipo de atendimento à saúde.
Como comentado anteriormente, esse cenário começou a mudar com a promulgação da Constituição 
Federal de 1988, quando a saúde passou a ser observada como um “direito de todos e dever do Estado”, 
priorizando a prevenção, e não apenas a recuperação. Observe o artigo 196 da Constituição de 1988.
 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e assegurem o acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1988).
Dessa forma, se fez necessária uma profunda reestruturação no sistema de saúde para atender às 
exigências constitucionais que têm por objetivo garantir um sistema universal e igualitário a toda a 
10
Unidade I
população brasileira. Temos, então, o sistema de atendimento público na figura do SUS e o sistema 
privado como complementar e suplementar (BRASIL, 2006a).
A figura seguinte apresenta de maneira esquematizada a estrutura do sistema de saúde em termos 
de atendimento público e privado.
- Autogestão
- Cooperativa médica
- Medicina de grupo
-Seguradora
- Outras
Sistema público
SUS
Rede própria
Rede privada
(credenciada ou não 
ao SUS)
Sistema de saúde 
suplementar
Sistema de 
desembolso direto
Sistema privado
Figura 1 – Sistema de saúde brasileiro
Fonte: Banco do Nordeste (2009, p. 4).
O SUS é estruturado em três níveis de complexidade (figura seguinte), estabelecendo uma importante 
relação entre a infraestrutura dos serviços e o tipo de atendimento oferecido.
Hospitais 
especializados 
e universitários
Hospitais de traumas e 
emergências
Hospitais gerais
Hemocentros
Laboratórios especializados
Prontos-socorros municipais
Centros de saúde
Prontos atendimentos
Postos de saúde e de vacinação
Programa de saúde e de vacinação
Programa de atenção básica
Nível terciário
Nível secundário
Nível primário
Figura 2 – Estrutura do SUS
Fonte: Storpirtis et al. (2008, p. 41).
11
FARMÁCIA HOSPITALAR
Conhecer essa estrutura é fundamental, uma vez que os hospitais são classificados da mesma maneira 
e, consequentemente, a própria farmácia hospitalar, pois ela faz parte da estrutura organizacional 
do hospital.
Assim, o farmacêutico hospitalar deve conhecer os diversos serviços de assistência à saúde, 
de forma a desempenhar adequadamente seu papel no contexto hospitalar visando o uso racional 
dos medicamentos e garantindo não apenas a utilização adequada dos recursos, o suporte à equipe 
multidisciplinar, mas, principalmente, a segurança do paciente (CAVALLINI; BISSON, 2010).
1.1 Classificação e tipos de hospitais
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),
 
O hospital é parte do sistema integrado de saúde, cuja função é dispensar à 
comunidade completa assistência à saúde preventiva e curativa, incluindo 
serviços extensivos à família em seu domicílio e ainda um centro de formação 
para os que trabalham no campo da saúde e das pesquisas biossociais (apud 
CAVALLINI; BISSON, 2010, p. 12).
O hospital deve, ainda, apresentar funções bem definidas em relação ao atendimento à saúde num 
sistema de saúde.
Essas funções estão elencadas a seguir:
• Prevenir a doença.
• Restaurar a saúde.
• Exercer funções educativas.
• Promover a pesquisa.
Trataremos brevemente cada uma delas para melhor compreender as atividades de cada grupo.
Prevenir a doença
Há diversas iniciativas e ações relacionadas à prevenção de diversas condições, permitindo obter 
melhor qualidade de vida e detecção precoce de agravos à saúde, tais como:
• pré-natal;
• acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança e adolescente;
• prevenção e tratamento de doenças transmissíveis;
12
Unidade I
• tratamento e acompanhamento de doenças de longa duração;
• prevenção da invalidez física e mental;
• educação sanitária para a comunidade interna e população de abrangência do hospital;
• higiene do trabalho.
Restaurar a saúde
Engloba as atividades mais tradicionais que imediatamente são relacionadas ao hospital, entre elas:
• diagnóstico nos serviços ambulatoriais;
• tratamento – intervenções cirúrgicas, clínicas e especiais;
• readaptação física, mental e social dos pacientes;
• assistência em casos de urgência.
Funções educativas e promoção da pesquisa
Os hospitais, principalmente os hospitais-escola e de alta complexidade, são formadores de opinião. 
Dessa forma, suas funções educativas e propagadoras de informações são fundamentais em termos 
epidemiológicos e de evolução da medicina. Oferece suporte a estudantes de Medicina, residentes (de 
todas as áreas), administradores de saúde, assistentes sociais e outras atividades afins.
Como parte integrante das funções educativas, temos:
• promoção da pesquisa e o desenvolvimento em todas as áreas de interesse em saúde;
• compreensão de aspectos físicos, psicológicos e sociais da saúde e da enfermidade;
• desenvolvimento de métodos técnicos e administrativos do hospital;
• protocolos farmacoterapêuticos;
• técnicas cirúrgicas;
• técnicas diagnósticas; e outras.
Como observamos, temos hospitais de diversos tipos e níveis de complexidade. Assim, é 
importante conhecera classificação dos hospitais para que possamos não só entender sua estrutura 
clínico-assistencial como também suas características relacionadas à estrutura física e administrativa. 
Elencaremos, a seguir, as possíveis classificações no intento de demonstrar a grande diversidade de 
13
FARMÁCIA HOSPITALAR
tipos de hospitais. Cada um deles apresenta particularidades que permitem a estruturação do serviço 
e a organização necessária para o seu funcionamento.
Dependendo das características do hospital, observaremos atividades específicas que atendem seu 
propósito. É importante destacar que, ao classificar os hospitais, devemos sempre considerar o nível de 
complexidade do serviço. A combinação de todas as características de acordo com o nível de complexidade 
do serviço possibilita a identificação do hospital.
Regime jurídico
O regime jurídico de um hospital pode ser compreendido como:
• Público: administração direta ou autarquias e fundações.
• Privado: com ou sem fins lucrativos.
Tipo de serviço
Fundamental para entender o tipo de paciente que será recebido:
• Hospital geral: oferece duas ou mais especialidades.
• Hospital especializado: oferece apenas uma especialidade.
Porte
Dependendo do porte do hospital, observaremos o dimensionamento dos serviços. Por exemplo: 
o serviço de farmácia está numa única unidade ou são necessárias farmácias satélites para atender 
com rapidez e eficiência as unidades de internação? Essa pergunta é respondida conforme o porte do 
hospital, assim como outros parâmetros que veremos a seguir:
• Pequeno: menos de 50 leitos.
• Médio: entre 50 e 200 leitos.
• Grande: entre 200 e 500 leitos.
• Especial: acima de 500 leitos.
Corpo clínico
Importante parâmetro para conhecer a dinâmica da equipe multidisciplinar, principalmente, no que 
se refere à prescrição médica.
• Aberto: médicos não necessariamente funcionários da instituição.
• Fechado: apenas os médicos contratados podem atender aos leitos.
14
Unidade I
Tempo de permanência
O tempo de permanência do paciente pode ser classificado como permanência:
• longa: entre 30 e 60 dias;
• curta: até 30 dias.
Edificação
O hospital também é classificado de acordo com a edificação, conforme listado seguir:
• Pavilhonar.
• Monobloco.
• Multibloco.
• Horizontal.
• Vertical.
Plano de construção
Quanto ao plano de construção, encontramos:
• Definitivo ou inalterável.
• Progressivo.
• Flexível.
2 FARMÁCIA HOSPITALAR
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 1977), a definição de hospital consiste em ser parte 
integrante de uma organização médico-social cuja função básica é proporcionar à população assistência 
médica integral, curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive domiciliar, 
constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em 
saúde, bem como encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar tecnicamente os 
estabelecimentos de saúde a ele vinculados.
No Brasil, por volta de 1950, as Santas Casas de Misericórdia e hospitais-escola passaram a se 
desenvolver e oferecer os serviços de farmácia hospitalar. Vale destacar na área hospitalar, em 1950, 
o farmacêutico Dr. José Sylvio Cimino, diretor do Serviço de Farmácia do Hospital das Clínicas da Faculdade 
de Medicina da Universidade de São Paulo, contribuindo com a primeira publicação a respeito da 
farmácia hospitalar no país, intitulada “Iniciação à Farmácia Hospitalar”. Em 1979, foi criado o primeiro 
serviço brasileiro de farmácia clínica no Hospital das Clínicas do Rio Grande do Norte, conhecido, hoje, 
como Hospital Universitário Onofre Lopes (DANTAS, 2011).
15
FARMÁCIA HOSPITALAR
A Resolução n. 492, de 26 de novembro de 2008, publicada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), 
define farmácia hospitalar como uma unidade hospitalar de assistência técnico-administrativa dirigida 
por profissional farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital ou ao serviço de saúde e 
integrada funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente.
Dentro desse contexto, a Sociedade de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH) tem 
contribuído intensamente para o desenvolvimento da produção técnico-científica na área de assistência 
farmacêutica hospitalar, com enfoque clínico-assistencial, devendo atuar em todas as fases da terapia 
medicamentosa, além de estar normatizada, criando conceitos e padrões mínimos para o segmento 
(GOMES; REIS, 2000).
No conceito de farmácia hospitalar definido pela SBRAFH, podemos observar a figura seguinte, 
em que há três principais dimensões: unidade clínica, administrativa e ligada à direção do hospital, 
integrada funcionalmente às demais áreas assistenciais, sendo dirigida pelo profissional farmacêutico.
Segundo Neuwiem (2014), na unidade clínica, as atividades desenvolvidas pelo farmacêutico são 
direcionadas para o paciente, como, por exemplo, a revisão da prescrição médica e orientações aos 
pacientes e familiares; enquanto que, na unidade administrativa, a farmácia exerce funções, como, por 
exemplo, controle dos estoques de medicamentos, fornecimento de informações e/ou realização de 
lançamentos de preço nas contas dos pacientes; e para a unidade ligada hierarquicamente à direção 
do hospital e integrada funcionalmente às demais unidades de assistência ao paciente, por ter uma 
abrangência técnica e administrativa, é recomendado que a farmácia hospitalar seja subordinada à direção 
do hospital, mas cada hospital pode definir onde a farmácia fica melhor localizada hierarquicamente. 
Com relação à integração com as demais unidades assistenciais, a farmácia precisa estar funcionando 
em conjunto com enfermagem, médicos, nutrição e demais áreas assistenciais que formam a equipe de 
atendimento ao paciente.
Unidade 
Administrativa
Unidade 
Clínica
Ligação á direção do 
hospital e integrada 
funcionalmente 
às demais áreas 
assistenciais
Figura 3 – Conceito de farmácia hospitalar
Adaptada de: Neuwiem (2014, p. 16).
16
Unidade I
É de vital importância a implantação de um sistema de informações sobre medicamentos que 
permita otimizar a sua prescrição e administração, compreendendo funções fundamentais, como a 
seleção de germicidas e correlatos; a aquisição, conservação e o controle de medicamentos, assim 
como também a manipulação e produção de medicamentos e germicidas para atender às prescrições 
(DANTAS, 2011).
A Lei n. 5.991/1973 define a presença obrigatória do profissional de farmácia em todo estabelecimento 
farmacêutico, inclusive na farmácia hospitalar. Sua principal função é garantir a assistência prestada 
ao paciente por meio do uso seguro e racional de medicamentos e correlatos, adequando sua aplicação 
à saúde individual e coletiva, nos planos assistencial, preventivo, docente e investigativo, devendo, 
para tanto, contar com farmacêuticos em número suficiente para o bom desempenho da assistência 
(CAVALLINI; BISSON, 2010).
Portanto a farmácia hospitalar deve desenvolver atividades clínicas e relacionadas à gestão, pois 
representa um alto custo orçamentário, em que o farmacêutico hospitalar deve assumir atividades 
gerenciais para contribuir com a eficiência administrativa e, consequentemente, com a redução dos 
custos. Por outro lado, também tem o objetivo de contribuir no processo de cuidado à saúde por meio 
da prestação de assistência ao paciente, visando o uso seguro e racional de medicamentos, conforme 
preconiza a Política Nacional de Medicamentos, regulamentada pela Portaria n. 3.916/1998, do Ministério 
da Saúde (BRASIL, 1998).
A principal colaboração da farmácia hospitalar ao usuário e à sociedade é melhorar os resultados de 
saúde para os pacientes por meio do fornecimento de um tratamento farmacoterapêutico individualizado, 
sendo preciso que alguns componentes sejam realizados com eficiência e eficácia na área hospitalar. 
Esses componentes estão mencionados no quadro a seguir.
Quadro 1 – Componentes da farmácia hospitalarComponente Objetivo da farmácia hospitalar
Gerenciamento Ordenar a infraestrutura e a estrutura organizacional que viabilizam as atividades da farmácia
Seleção de medicamentos
Determinar os medicamentos precisos para suprir as necessidades da 
instituição, conforme os critérios de segurança e eficácia, acompanhados 
por comodidade posológica, qualidade e custo
Programação Estabelecer especificações técnicas e o número de fármacos a serem adquiridos, considerando os recursos, o estoque e prazos disponíveis
Aquisição Atender a demanda da instituição, tendo em vista o custo e a qualidade
Armazenamento Garantir a qualidade dos itens em estoque e propiciar informações em relação às movimentações executadas
Distribuição Assegurar fármacos em condições apropriadas e garantir qualidade do processo
Informação
Fornecer informações objetivas, independentes e adequadas em relação aos 
medicamentos e sua utilização racional a usuários, gestores e profissionais 
de saúde
Segmento 
farmacoterapêutico
Acompanhar a utilização de fármacos prescritos a cada paciente 
individualmente, garantindo o uso racional
17
FARMÁCIA HOSPITALAR
Componente Objetivo da farmácia hospitalar
Farmacotécnica
Produzir preparações oficinais e magistrais, disponíveis no comércio, e/ou 
fragmentar especialidades farmacêuticas para atender às necessidades dos 
indivíduos, resguardando a qualidade
Ensino e pesquisa
Constituir recursos humanos para a assistência farmacêutica e para 
a farmácia, elaborar informação e conhecimento que auxiliem o 
aprimoramento das práticas vigentes e das condutas
Adaptado de: Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes” (2017/2018), Dantas (2011) e Viana (2019).
Segundo a Resolução n. 338/2004, do Conselho Nacional de Saúde, as atividades desenvolvidas 
pela farmácia hospitalar podem ser observadas sob o ponto de vista da organização da assistência 
farmacêutica, cuja definição é:
 
um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da 
saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo 
essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve 
a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, 
bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, 
garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação 
de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da 
melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL, 2004a).
Dentro desse contexto, o sucesso da farmácia hospitalar depende do profissional farmacêutico e 
envolve uma série de fatores: a seleção de medicamentos capazes de curar, remediar e prevenir doenças; 
a negociação com os fornecedores; o armazenamento, controle e dispensação adequada; a indicação 
dos medicamentos de maneira racional, conseguindo melhorar seus benefícios e minimizar seus riscos.
Assistência farmacêutica
Farmácia hospitalar
Logística 
farmacêutica Manipulação
Garantia 
de qualidade
Atenção 
farmacêutica
Farmácia 
clínica
Figura 4 – Esquema da assistência farmacêutica no âmbito hospitalar
Fonte: CRF SP (2019, p. 15).
18
Unidade I
 Saiba mais
Conheça as competências estabelecidas pelo CFF na Resolução 
n. 300/1997, que “regulamenta o exercício profissional em Farmácia e 
unidade hospitalar, clínicas e casa de saúde de natureza pública ou privada” 
(BRASIL, 1997):
CFF. Resolução n. 300, de 30 de janeiro de 1997. Regulamenta o 
exercício profissional em Farmácia e unidade hospitalar, clínicas e casa 
de saúde de natureza pública ou privada. Brasília, 1997. Disponível em: 
https://bit.ly/3ADpgVT. Acesso em: 14 jun. 2022.
Segundo Gomes e Reis (2011), pode-se estabelecer, de forma didática, uma proposta escalonada em 
quatro fases para a implantação da farmácia hospitalar, conforme o quadro a seguir. Na fase 1, temos 
a estruturação; na fase 2, inicia-se a especialização; a fase 3 dedica-se ao aprimoramento; e a fase 4, à 
implementação de ações clínico-assistenciais.
Quadro 2 – Desenvolvimento escalonado para estabelecer 
a farmácia hospitalar
Fase 1
- Implantar ou atualizar o processo de seleção de medicamentos
- Estruturar e/ou dinamizar a comissão de padronização
- Aprimorar ou implantar o gerenciamento de estoque de medicamentos
- Distribuir medicamentos pelo sistema mais viável
- Implantar farmacotécnica básica e adaptativa
- Participar da comissão de controle de infecção hospitalar
Fase 2
- Implementar o sistema de distribuição de medicamentos
- Estruturar o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM)
- Transformar a comissão de padronização em comissão de farmácia e terapêutica (CFT)
- Editar e divulgar o formulário farmacêutico
- Participar da auditoria de antimicrobianos
- Ampliar a participação nas ações de infecção hospitalar
Fase 3
- Realizar estudo biofarmacotécnico de formulações de uso hospitalar
- Estruturar a unidade de centralização de preparo de citostáticos
- Estruturar a unidade de manipulação de nutrição parenteral e de misturas endovenosas
- Implantar controle de qualidade de matéria-prima e medicamentos manipulados
Fase 4
- Desenvolver estudos de utilização de medicamentos
- Realizar análises farmacoeconômicas
- Estruturar sistema de farmacovigilância
- Participar da monitorização plasmática de fármacos
- Desenvolver estudos de farmacocinética clínica
- Participar de ensaios clínicos de medicamentos
- Implantar farmácia clínica ou atenção farmacêutica
Adaptado de: Gomes e Reis (2011, p. 279).
19
FARMÁCIA HOSPITALAR
2.1 Organização da farmácia hospitalar
Como a estrutura de um hospital é bastante complexa, variando proporcionalmente ao grau de 
especialização e à diversidade de níveis hierárquicos, independentemente do tamanho e estrutura 
do hospital, é fato comprovado que, sem medicamentos e correlatos, não há sucesso na assistência 
sanitária ao paciente (BRASIL, 1994).
O objetivo da farmácia hospitalar é garantir o uso seguro e racional dos medicamentos prescritos pelo 
profissional médico. Para isso, é fundamental um bom planejamento na aquisição de medicamentos e 
materiais hospitalares para suprir a demanda e as necessidades dos pacientes hospitalizados, na mesma 
proporção da sua utilização.
Os medicamentos representam um custo muito alto no orçamento dos hospitais, justificando 
implementações de gestão que assegurem seu uso racional, gerando controle que evitará perdas, 
desperdícios e suas faltas, sendo necessário planejar e controlar adequadamente sua distribuição dentro 
de um hospital, visando garantir a sobrevivência financeira da instituição hospitalar.
Para assegurar produtos farmacêuticos de boa qualidade em quantidades adequadas, com segurança 
quanto à eficácia e ausência de efeitos indesejáveis, a farmácia precisa de uma estrutura organizacional 
bem elaborada e com funções bem definidas (BRASIL, 1994).
Quanto melhor for a organização da farmácia hospitalar na administração de medicamentos, 
melhor será a qualidade e os custos dos serviços prestados aos seus clientes. Os serviços de controle e 
distribuição dos medicamentos serão de inteira responsabilidade da farmácia.
Para isso, é necessário determinar o planejamento, a missão e a visão.
O planejamento é um instrumento da gestão em que o profissional deve interagir com a realidade 
e programar estratégias e ações necessárias para alcançar os objetivos e metas desejadas. Essa é uma 
função fundamental do administrador. Nos hospitais, o farmacêutico-gerente é o responsável pelo 
desenvolvimento, em conjunto com as equipes de trabalho desse planejamento.
A missão de uma organização de saúde é construída buscando deixar clara sua singularidade e seu 
compromisso com a sociedade. Nesta, é importante explicitar os produtos oferecidos, suas características, 
os clientes que se beneficiarão e o resultados que podem ser alcançados. A missão é parte permanente 
da identidade de uma organização e pode ser muito importante para unificar e motivar seus membros.
Muitos são os ganhos gerados com o estabelecimento da missão,como a construção do consenso 
junto às equipes, sua atenção e sua responsabilidade social.
Para que o futuro possa acontecer, é necessária a tomada de decisões e de ações imediatas, o que 
estabelece a visão da farmácia hospitalar.
20
Unidade I
2.1.1 Requisitos para viabilizar uma farmácia hospitalar
A farmácia hospitalar é um local onde se pode armazenar, distribuir e até produzir medicamentos e 
correlatos que são utilizados dentro do hospital. Ela também é responsável pelo controle de qualidade 
de medicamentos e outros produtos.
Portanto a farmácia hospitalar tem duas bases: técnica e administrativa. Possui funções específicas, 
devendo contar com profissionais com amplo conhecimento teórico e prático a fim de garantir qualidade, 
quantidade e segurança ideais.
Funções técnicas
As funções técnicas envolvem: apoio às atividades clínicas, como a farmácia clínica; participação nas 
comissões hospitalares; formação de sistema de dispensação de medicamentos; controle de medicamentos 
da Portaria n. 344/1998; manipulação de fórmulas magistrais e oficinais; produção, fracionamento 
e/ou diluição de substâncias injetáveis; controle da qualidade de tudo o que for produzido e manipulado; 
oferecimento das informações sobre medicamentos; promoção de programas de educação continuada; 
atuação em pesquisas e investigações sobre medicamentos.
Funções administrativas
As funções administrativas compreendem: gestão; padronização de fluxos de reposição e quantidades 
de itens por estoque; apoio ao departamento de compras hospitalares; implantação de programas de 
controle de medicamentos de alto custo; participação em comissões internas.
Papel do farmacêutico hospitalar
O medicamento representa a parte mais alta do orçamento de um hospital. Assegurar que seja 
utilizado de maneira adequada faz parte do papel do farmacêutico hospitalar, para que não ocorram 
gastos desnecessários e maiores do que o previsto.
A farmácia hospitalar provavelmente é o único ramo que se relaciona com outros segmentos 
farmacêuticos, como a farmacotécnica, farmacologia clínica, legislação farmacêutica, pesquisa, 
tecnologia farmacêutica e dispensação.
O profissional deve ter interesse em educação continuada no sentido de sempre se atualizar quanto 
a assuntos ligados a medicamentos, materiais correlatos, administração de farmácias hospitalares, 
controle de infecções hospitalares etc. Deve-se ter espírito de liderança e de trabalho em equipe, além 
do interesse em pesquisa e desenvolvimento de novos procedimentos.
De acordo com Gomes e Reis (2011), destacam-se alguns requisitos para viabilizar uma farmácia 
hospitalar:
21
FARMÁCIA HOSPITALAR
• Área física e localização adequada.
• Recursos humanos adequados.
• Planejamento e controle.
• Gerenciamento de materiais.
• Horário de funcionamento.
• Sistema de distribuição de medicamentos.
• Informação de medicamentos.
• Inter-relação da farmácia hospitalar com outros setores.
2.1.1.1 Área física e localização adequada
Localização adequada
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 1994), a farmácia hospitalar deve estar localizada em 
área de livre acesso e circulação, tanto para atender à distribuição de medicamentos aos pacientes 
internados e ambulatoriais, como para receber estes e demais produtos farmacêuticos adquiridos para 
consumo, assim como para visitas de técnicos e fornecedores. Quando houver produção industrial ou 
semi-industrial, deve-se manter certo grau de isolamento devido a ruídos, odores e poluição. Deve estar 
isolada de áreas contaminadas, fontes de calor, aparelhos radiológicos, odores, ruídos etc.
Área física
O ideal, ao prever o dimensionamento de uma farmácia hospitalar, é considerar, além do número de 
leitos, outros fatores de suma importância que influenciam o desenvolvimento das atividades a serem 
executadas (GOMES; REIS, 2011).
A farmácia hospitalar deve dispor de um espaço suficiente para o desenvolvimento das 
diferentes atividades. Esse espaço, necessário para uma farmácia, depende de vários fatores: tipo 
de hospital, número de leitos, localização geográfica, tipo de assistência prestada, tipo de compras 
efetuadas pela farmácia (mensal, semestral ou por estoque mínimo), tipo de atividades da farmácia 
(BRASIL, 1994).
Em 2007, a SBRAFH lançou o manual Padrões mínimos para farmácia hospitalar e serviços de saúde, 
que, em 2017, está em sua terceira publicação. Nele, estão descritas as recomendações mínimas das 
áreas de administração, armazenamento, dispensação e orientação farmacêutica e também o tamanho 
mínimo de cada área da farmácia hospitalar, conforme a tabela seguinte.
22
Unidade I
Tabela 1 – Parâmetros mínimos para ambientes
Área Parâmetro mínimo por ambiente
Recepção e inspeção 10% da área de armazenagem
CAF (Central de abastecimento
farmacêutico) – Armazenagem
6 m2/leito
Imunobiológicos 2 m2/freezer ou geladeira
Termolábeis 2 m2/geladeira
Área de distribuição 10% da área de armazenagem
Sala de chefia 5,5 m2/pessoa
Área administrativa 5,5 m2/pessoa
Sala de reunião 2 m2/pessoa
Farmácia satélite 20 m2
Manipulação de Nutrição Parenteral (NPT)
Manipulação de citotóxicos 
Manipulação de outras misturas intravenosas
Devem possuir no mínimo os ambientes: sala de 
manipulação, sala de limpeza e higienização dos 
produtos e antecâmara (vestiário de barreira)
A sala de manipulação deve ter no mínimo 5 m2/capela 
de fluxo laminar, desde que assegurada a limpeza, a 
manutenção e as operações segundo as boas práticas
Sala de diluição de germicidas 9 m2
Manipulação magistral e oficinal
(farmacotécnica)
Lavagem de utensílios e materiais: 4,5 m2 
Manipulação sólidos: 9 m2
Manipulação semissólidos e líquidos: 9 m2 
Controle de qualidade: 6 m2
Sanitários e vestiários 1 para cada sexo
Depósito de Material de Limpeza (DML) 1
Copa 1
Farmácia ambulatorial (gerenciamento,
dispensação e controle de estoque)
60 m2
Orientação farmacêutica
(paciente ambulatorial)
5,5 m2 /consultório de atendimento. 
Nenhuma parede deverá ter menos de 2,5 m de altura
Fracionamento 6 m2
Farmácia em centro cirúrgico 20 m2
Sala administrativa da farmacovigilância 6 m2
Sala administrativa do serviço de
informação sobre medicamentos
6 m2
Acervo 200 livros/m2
Farmacocinética 20 m2
Pesquisa clínica (consultório de
atendimento e dispensação de
medicamentos em ensaios clínicos)
5,5 m2 /consultório de atendimento
Sala de aula 1,2 m2 /aluno
Adaptada de: Neuwiem (2014) e SBRAFH (2007).
23
FARMÁCIA HOSPITALAR
 Saiba mais
Para conhecer melhor a SBRAFH, acesse o site:
Disponível em: http://www.sbrafh.org.br. Acesso em: 29 jun. 2022.
De qualquer forma, toda farmácia de hospital deve dispor de pelo menos algumas áreas consideradas 
essenciais, como relacionaremos a seguir.
Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF)
Tem como objetivo básico garantir a correta conservação dos medicamentos, germicidas, correlatos 
e outros materiais adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas específicas que venham assegurar a 
manutenção das características e qualidade necessárias à sua correta utilização (BRASIL, 1994).
Algumas condições são essenciais para o bom armazenamento de medicamentos: fácil acesso e 
circulação, possibilitando o recebimento e a distribuição de medicamentos; eficiente sistema de 
comunicação entre todas as dependências do hospital; ambiente em bom estado de conservação e fácil 
limpeza; condições ambientais que evitem incidência de luz solar direta e temperatura ambiente em 
torno de 20-22 °C.
Área de dispensação interna – farmácias satélites ou descentralizadas
Responsável pela dispensação de medicamentos às unidades de internação segundo as exigências 
do sistema de distribuição de medicamentos.
Essa área precisa possuir local adequado para a verificação das prescrições e para guardar os produtos, 
além de preparação das doses.
Área de manipulação – farmacotécnica
Deverá dispor de equipamentos específicos convenientemente instalados cuja complexidade e 
desenvolvimento estejam em consonânciacom os medicamentos e germicidas manipulados. Essa área pode 
dividir-se em subáreas: setor de produção para preparações de produtos estéreis, setor de envase, setor 
de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, setor de reconstituição de medicamentos, preparo de 
misturas intravenosas, setor de preparo de manipulação parenteral, setor de manipulação de quimioterápicos, 
setor de fracionamento de doses, controle de qualidade, tanto físico-químicos quanto microbiológicos.
Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM)
Local que reúne, analisa, avalia e fornece informações sobre medicamentos, visando o seu uso 
racional. Provê informações claras, precisas e aplicáveis sobre medicamentos.
24
Unidade I
Área administrativa
São realizadas as atividades da aquisição de medicamentos, controle de estoque, estudos de consumo 
e custos, contabilidade de todas as seções, arquivo da documentação e previsões das atividades. É o local 
de controle de todas as atividades da farmácia.
2.1.1.2 Recursos humanos
O farmacêutico deve ser responsável pela farmácia hospitalar, que, além de profissionais em 
quantidade suficiente para a duração de 24 horas do expediente do hospital, deve ter também técnicos 
e auxiliares de farmácia, já que estes podem deixar ao farmacêutico as atividades que apenas ele 
pode exercer.
O farmacêutico hospitalar deve possuir amplos conhecimentos teóricos e práticos na área, sendo 
que, em alguns países, há o título de especialista em farmácia hospitalar, que é um conjunto de 
programas de residência e treinamento ou de cursos de especialização. Esse serviço mostra o grau 
de importância do profissional farmacêutico na área hospitalar.
Além dos farmacêuticos, temos também os técnicos ou auxiliares de farmácia, que devem receber 
educação continuada periodicamente.
A SBRAFH recomenda que a farmácia hospitalar deve contar com, no mínimo, um farmacêutico 
para cada 50 leitos. O número de auxiliares depende da disponibilidade de recursos e do grau de 
informatização da unidade. Na ausência desses recursos, deve existir, no mínimo, um auxiliar para cada 
dez leitos (GOMES; REIS, 2011).
Planejamento e controle
Como empresa, torna-se necessário geri-la, em que se estabeleça planejamento para alcançar 
objetivos e linhas de ações a fim de chegar às metas desejadas. Além de controle para assegurar o 
sucesso dos planos elaborados, podendo corrigir desvios e executar alterações necessárias.
2.1.1.3 Gerenciamento de recursos materiais
O tipo de atividade realizada na farmácia hospitalar é determinante para saber qual a necessidade 
de recursos materiais. Essa gestão deve ser executada pela seção administrativa do serviço da farmácia e 
supervisionada pelo farmacêutico. Dessa forma, a área de manipulação precisa de materiais específicos, 
como equipamentos para manipular sólidos, líquidos e injetáveis, além de matérias-primas e materiais 
de acondicionamento.
É necessário que a gestão de estoques de materiais e medicamentos seja bastante rígida, a fim de 
tornar possível reduzir custos sem prejuízo da assistência ao paciente.
25
FARMÁCIA HOSPITALAR
É muito importante a implantação de um sistema bem estruturado para garantir assistência 
adequada.
2.1.1.4 Horário de funcionamento
O ideal para um atendimento de excelência é o horário integral. Diante da inviabilidade, deve-se 
mantê-lo pelo menos nos setores estratégicos de dispensação, proporcionando uma assistência adequada.
2.1.1.5 Sistema de distribuição de medicamentos
A implantação de sistemas apropriados de distribuição deve ser priorizada, pois a farmácia deve 
ser responsável pela aquisição, distribuição e controle de todo o estoque de medicamentos utilizados 
no hospital.
As prescrições devem ser analisadas pelo farmacêutico antes de serem dispensadas.
2.1.1.6 Informação sobre medicamentos
A farmácia é responsável pelo fornecimento de informações sobre os medicamentos para a equipe de 
saúde. Portanto a tecnologia, atualmente, é extremamente útil para a redução de tempo, possibiitando 
maior confiabilidade nas informações, na atualização de dados já existentes e na rápida geração 
de informações.
As atividades realizadas na farmácia e que podem ser informatizadas são administração; aquisição 
e distribuição de medicamentos, germicidas e correlatos; informações sobre medicamentos; prática 
clínica; educação e pesquisa.
A equipe deve elaborar informações seguras e atualizadas, divulgando boletins informativos e 
literaturas especializadas para garantir acesso mais rápido das equipes multiprofissionais.
2.1.1.7 Inter-relação da farmácia hospitalar com outros setores
A farmácia precisa sempre manter um relacionamento e cooperação com outros serviços e suas 
atividades. Essa relação deve acontecer por questões administrativas e técnicas. Dentro da própria 
farmácia, todas as atividades relacionadas ao medicamento, como seleção, farmácia e farmacocinética 
clínica, educação em saúde, nutrição parenteral e controle de infecção hospitalar, são de caráter 
multidisciplinar e precisam estar relacionadas com outros setores.
2.2 Comissões
Várias estratégias devem ser adotadas para reduzir os custos da assistência farmacêutica: padronização 
de medicamentos, educação continuada para médicos, substituição terapêutica, fármacos de uso restrito etc.
26
Unidade I
A indústria farmacêutica lança sempre produtos inovadores. No entanto, não necessariamente 
temos ganhos terapêuticos.
Um estudo da OMS sobre medicamentos constatou que no período de 1975-1984, das 508 moléculas, 
supostas como novas, 78% não apresentavam nova estrutura, o que significa que novas indicações 
foram sendo inseridas aos produtos antigos (apud GOMES; REIS, 2011).
No Brasil, temos cerca de 25 mil apresentações comerciais e 8 mil marcas de medicamentos para 
aproximadamente 2 mil princípios ativos (GOMES; REIS, 2011).
Um número elevado de produtos pode, além de gerar confusão, onerar o sistema de saúde 
público ou privado. Portanto vale a pena para o sistema a seleção e padronização de medicamentos, 
adotando critérios de eficácia, segurança e custo. É uma atividade multidisciplinar que traz vantagens 
na qualidade da farmacoterapia; segurança na prescrição, reduzindo ou prevendo reações adversas; 
estabelecimento de produtos, facilitando a comunicação entre as diversas equipes envolvidas, 
uniformizando a terapêutica e melhorando a redução dos estoques qualitativos e quantitativos, sua 
aquisição, armazenamento, dispensação e controle.
Como os medicamentos são responsáveis por grande parcela dos custos da saúde, torna-se de suma 
importância a criação de comissões capazes de realizar a seleção e padronização dos medicamentos.
A OMS preconiza a cobertura terapêutica da população em uma política de assistência 
médico-farmacêutica. Deve ocorrer a padronização de medicamentos visando seus critérios terapêuticos, 
essa seleção deve cumprir o objetivo de assegurar uma terapêutica racional e de baixo custo, sendo 
necessário elaborar uma lista de medicamentos padronizados e desenvolvê-la com um processo de 
educação continuada farmacológica dos profissionais de saúde do hospital, induzindo uma reflexão 
crítica sobre a escolha e a utilização dos fármacos.
A farmacoeconomia, com suas ferramentas de custo-benefício, custo-efetividade e custo-utilidade, 
é de extrema importância para a seleção dessa padronização de medicamentos. O uso racional dos 
medicamentos otimiza o equilíbrio entre eficácia, segurança e custo da assistência hospitalar a fim de 
obter melhor efeito, com o menor número de fármacos, durante o período mais curto e com o menor 
custo possível.
 
A seleção de medicamentos é um processo complexo. É importante que seja 
realizado considerando a contribuição das seguintes ciências: farmacoeconomia, 
farmacoepidemiologia, farmacologia e terapêutica clínica, farmacovigilância, 
biofarmacotécnica e farmacocinética. Este enfoque multidisciplinar colabora para 
que os diversos elementos que interferem na utilização dos medicamentossejam 
contemplados na escolha do arsenal terapêutico (GOMES; REIS, 2011, p. 332).
As atribuições do farmacêutico dentro da farmácia hospitalar podem ser observadas sob o ponto 
de vista da Resolução n. 568/2012 do CFF, na qual é previsto, entre outras questões, que, nas atividades 
27
FARMÁCIA HOSPITALAR
de assistência farmacêutica, também é de competência do farmacêutico a participação em comissões. 
Entre as comissões, podemos citar:
• Comissão de farmácia e terapêutica (CFT): fornece subsídios técnicos para tomada de decisões 
quanto à inclusão ou exclusão de medicamentos. Equipe multidisciplinar composta por médicos, 
enfermeiros, farmacêuticos, administradores e demais profissionais envolvidos, de caráter consultivo 
e deliberativo que tem como finalidade assessorar o administrador das equipes envolvidas 
em assuntos referentes aos medicamentos, elaborando a padronização dos medicamentos 
disponibilizados. É responsável pelo desenvolvimento e pela supervisão das políticas e práticas de 
utilização dos medicamentos no hospital, com o objetivo de assegurar resultados clínicos ótimos 
e risco potencial mínimo. Possui a atribuição de selecionar os medicamentos para melhor atender 
os pacientes do hospital. Essa comissão serve de elo entre a farmácia e a equipe do hospital. O CFF 
publicou a Resolução n. 449/2006, alterada pela Resolução n. 619/2015, para abordar as atribuições 
do farmacêutico que atua nessa comissão.
• Comissão do controle de infecção hospitalar (CCIH): tem efetiva participação na normatização 
do uso de antimicrobianos, estabelecendo critérios para a utilização terapêutica e profilática; 
com o intuito de reduzir a ocorrência de infecção hospitalar, também promove ações para o 
uso racional e subsidia decisões políticas e técnicas sobre a seleção, aquisição, uso e controle de 
antimicrobianos e germicidas hospitalares.
• Comissão de terapia nutricional: avalia o estado nutricional do paciente e adequa a terapia 
nutricional para melhor recuperação de sua saúde, prestando informações relacionadas à 
viabilidade técnica das aditivações desejadas, estabilidade e custo das preparações etc.
• Comissão de terapia antineoplásica: refere-se a atividades envolvendo o tratamento de 
pacientes que fazem uso desta terapia.
• Comissão de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: zela pelo correto descarte 
dos resíduos decorrentes de atividades da farmácia hospitalar e atendimento pré-hospitalar, 
obedecendo as normas sanitárias vigentes.
• Comissão de avaliação de tecnologias em saúde: acompanha o desenvolvimento tecnológico 
de equipamentos médicos e demais produtos utilizados na rotina da farmácia hospitalar.
Existem ainda outras comissões elencadas pela Resolução n. 568/2012 do CFF, nas quais se torna 
importante a participação do farmacêutico: comissão de análise de prontuários; comissão de óbito; 
comissão de gerenciamento de risco e segurança do paciente; comissão de ética profissional e em 
pesquisa; comissão interna de prevenção de acidentes ocupacionais; comissão de captação de órgãos e 
transplantes; comissão de terapia transfusional; comissão de educação permanente.
28
Unidade I
 Saiba mais
No desempenho de suas atribuições nos serviços de atendimento 
pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, o 
farmacêutico exerce funções clínicas, administrativas, consultivas, de pesquisa 
e educativas. Consulte a resolução a seguir.
CFF. Resolução n. 568, 6 de dezembro de 2012. Dá nova redação aos artigos 
1º ao 6º da Resolução/CFF nº 492 de 26 de novembro de 2008, que regulamenta 
o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia 
hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada. Brasília, 
2012. Disponível em: https://bit.ly/3yUmmL6. Acesso em: 29 jun. 2022.
2.3 Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM)
Sabemos que, atualmente, os medicamentos ocupam papel importante no sistema de saúde e 
representam um custo elevado na assistência à saúde. Infelizmente, observa-se uma elevada incidência 
de morbimortalidade atribuída aos medicamentos em função de diversos problemas relacionados ao 
uso de medicamentos, seja no tratamento ambulatorial, seja no ambiente hospitalar.
Dessa forma, o uso racional dos medicamentos constitui um grande desafio. A informação e a prática 
clínico-farmacêutica são ferramentas de grande valia para que a segurança e racionalidade no uso dos 
medicamentos seja uma constante.
Observamos, atualmente, uma “explosão” em termos de fontes e formas de propagação de 
informações nas mais diversas áreas, inclusive a farmacêutica.
Anualmente, diversos medicamentos são introduzidos no mercado, fazendo com que o profissional 
de saúde enfrente um grande desafio para manter-se atualizado e seguro, uma vez que a distribuição de 
informações se dá por diversas vias e formas, como já comentado.
Percebe-se que alguns problemas relacionados à farmacoterapia hospitalar têm relação com 
os relacionados ao sistema de distribuição, ausência do farmacêutico clínico, uso inadequado das 
informações pertinentes sobre os medicamentos, entre outros. Mas, se observamos com atenção, a 
informação tem um papel fundamental em toda e qualquer atividade. Na área da saúde, é primordial.
É fundamental que o profissional de saúde se mantenha bem informado e atualizado para 
acompanhar os avanços na sua área de atuação, em tópicos como procedimentos, esquemas e protocolos 
farmacoterapêuticos. Sabemos, também, que é extremamente difícil dominar todo o conhecimento em 
termos de farmacologia e farmacoterapêutica.
29
FARMÁCIA HOSPITALAR
Assim, a informação sobre medicamentos é um componente fundamental para promover o seu uso 
racional; e a qualidade da informação que acompanha um medicamento é tão importante quanto a 
qualidade do fármaco.
Dessa forma, é fundamental estabelecer uma forma de compilar e sistematizar a informação disponível 
utilizando metodologias que permitam acesso rápido e seguro. Essa é a função principal do CIM.
Um CIM deve preencher, pelo menos, dois requisitos:
• Contar com farmacêutico especialista em informação sobre medicamento.
• Ter bibliografia atualizada e reconhecida, seja física ou eletrônica.
As fontes de informação são extremamente importantes, são nelas que as informações necessárias 
são encontradas. É fundamental conhecer as principais fontes relacionadas à área de atuação.
Temos os seguintes tipos de fontes de informação:
• Fontes primárias: publicações originais, ou seja, artigos, estudos de casos, relatos de ensaios e 
pesquisas farmacológicas publicados em revistas indexadas, em que aparece pela primeira vez 
qualquer informação.
• Fontes secundárias: serviços de indexação e resumo da literatura primária. Exemplos: Medline, 
International Pharmaceutical Abstracts, entre outras.
• Fontes terciárias: informação documentada no formato condensado. Exemplo: livros como 
Goodman e Gilman, USP DI, Micromedex, Trissel.
O quadro seguinte apresenta algumas fontes terciárias recomendadas para utilização no CIM.
Quadro 3 
Exemplos de fontes terciárias
Farmacopeia brasileira
Goodman e Gilman – As bases farmacológicas da terapêutica
Guia de especialidades farmacêuticas
Manual Merck de Medicina
Martindale - The complete drug reference
The Merck Index
Trissel - Handbook of injetable drugs
USP DI
Pediatric: dosage handbook – Taketomo, C.
Harrison’s princípios de medicina interna
AHFS Drug Information
Geriatric dosage handbook
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Unidade I
 Saiba mais
Consulte o artigo seguinte. Nele, você encontra diversas informações 
sobre o CIM e uma série de fontes de informações primárias, secundárias e 
terciárias nacionais e internacionais extremamente úteis.
CIM-RS. Boletim informativo do CIM-RS. Fonte de Informação, n. 1, jul. 
2012. Disponível em: https://bit.ly/3c66L1S. Acesso em: 29 jun. 2022.
Uma vez gerada uma solicitação ao CIM, uma série de passos são necessários para que uma resposta 
adequada seja devidamente formulada atendendoàs necessidades do solicitante. O fluxograma 
apresentado a seguir mostra uma proposta para formulação de uma resposta.
Identificar a natureza 
da solicitação
Efetuar levantamento 
consultando:
1. Fontes terciárias
2. Fontes secundárias
3. Fontes primárias
não sim
Consultar banco de 
dados: alguma solicitação 
semelhante já foi respondida?
Adaptar, se necessário, a 
resposta anterior à 
nova solicitação
Redigir e revisar a resposta:
observar linguagem adequada 
ao solicitante
Alimentar banco 
de dados
Acompanhar o impacto: 
entrar em contato com 
o cliente
Figura 5 – Proposta de fluxograma para elaboração de resposta pelo CIM
Fonte: Sousa e Sakai apud Storpirtis et al. (2008, p. 243).
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FARMÁCIA HOSPITALAR
Atualmente, um CIM bem estruturado é capaz atender não apenas a comunidade interna (hospital) 
como também outros serviços de saúde, profissionais de saúde, comunidade, pacientes. Aliás, esse é o 
objetivo de um CIM.
Além disso, não devemos considerar o CIM apenas como um local no qual são reunidas, analisadas, 
avaliadas e fornecidas informações sobre medicamentos pensando no uso racional e seguro.
Observa-se uma inter-relação importante e fundamental entre o CIM e a farmacovigilância.
Segundo a OMS (2005), a farmacovigilância tem por objetivo atividades ligadas à detecção, 
avaliação, compreensão e prevenção de reações adversas ou outros problemas relacionados ao uso 
de medicamentos.
As informações geradas pelos programas de farmacovigilância permitem não apenas monitorar a 
ocorrência de problemas relacionados aos medicamentos, mas, principalmente, melhorar a saúde pública 
e a segurança sobre o uso de medicamentos, avaliar o equilíbrio risco/benefício, risco/efetividade dos 
medicamentos, promover educação, treinamento sobre o tema e proporcionar efetiva comunicação 
com a população.
Mas para que a farmacovigilância cumpra seu papel, é fundamental a participação dos profissionais 
de saúde. A participação contínua e ativa desses profissionais, através dos mecanismos de notificação 
voluntária de suspeita e/ou sinais de reações adversas, garante a dinâmica apropriada dos sistemas de 
farmacovigilância. Entretanto, para que seja possível o cumprimento dessa tarefa, é necessária a existência 
de um sistema de notificações bem estruturado e organizado de forma que seja possível a análise criteriosa 
dessas informações.
Atualmente, a farmacovigilância passou a ter uma interconexão mais forte com a atenção 
farmacêutica, uma vez que a farmacovigilância traz informações importantes através de alertas, 
informes técnicos e notificações.
Assim, observa-se que o CIM assume papel importante como entidade aglutinadora da informação. 
Permitindo, inclusive, a intercambialidade de informações entre diversos segmentos relacionados à 
prática clínica.
O esquema apresentado na figura seguinte mostra o papel de um CIM integrado ao sistema de 
farmacovigilância.
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Unidade I
Problema sobre 
segurança e eficácia
Atualizar-se pela 
literatura
Busca de informação 
(digitalizada) 
Disseminação da 
resposta ao problema
Encontrar dados 
relevantes
Revisão 
sistemática
Validade das informações 
encontradas
Precisão
Figura 6 – Integração do CIM e a farmacovigilância
Fonte: Storpirtis et al. (2008, p. 57).
Portanto, observamos que uma das funções da farmácia hospitalar é disseminar as informações 
sobre os medicamentos promovendo o uso racional. Para isso, é fundamental que o CIM elabore e 
divulgue boletins informativos periodicamente. O CIM também pode e deve realizar ações educativas 
e de atualização da equipe do hospital.
3 GESTÃO E LOGÍSTICA NA FARMÁCIA HOSPITALAR
A farmácia hospitalar é uma unidade técnico-administrativa. A administração atualmente é chamada 
de gestão e, em um hospital, o gestor mais indicado da farmácia deve ser o farmacêutico. Seu principal 
desafio é conseguir garantir a disponibilidade máxima de produtos, com o menor nível de estoque.
Em um processo administrativo, quatro questões são consideradas: as pessoas, o procedimento, os 
equipamentos e os recursos disponíveis.
A gestão pode ser definida como o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços 
feitos e os recursos utilizados para que, com isso, se alcancem os objetivos propostos inicialmente. 
Assim, a gestão é um processo em que todas as pessoas tentam produzir de forma organizada e, para 
que isso seja possível, é necessário um planejamento.
O gestor precisa ter visão ampla e conhecimentos sobre gerenciamento de estoque, materiais e, 
principalmente, medicamentos; pois a gestão de estoques garante ganhos como eficiência, redução 
de falhas e custos, rapidez, confiabilidade e capacidade de rastreamento. Segundo Kühner e Oliveira 
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FARMÁCIA HOSPITALAR
(2010), sua meta principal é evitar a ruptura dos níveis de estoque, pois isso levaria a interrupções de 
atividades assistenciais.
Na gestão, é essencial o planejamento e controle do fluxo eficaz e eficiente, tanto de materiais, 
produtos semiacabados e acabados. Essa tarefa é de inteira responsabilidade do farmacêutico, sendo 
necessário o estabelecimento e a manutenção de padrões que assegurem qualidade, escolha dos 
fornecedores, determinação de especificações adequadas dos produtos para auxílio na prescrição, além 
das decisões técnicas relativas às aquisições, controle dos estoques, armazenamento adequado e uso 
seguro de fármacos e insumos.
A logística é um processo cujo objetivo é prever e prover e tem como finalidade fazer chegar o material 
certo para a necessidade certa no exato momento de sua demanda; ou seja, segundo Kühner e Oliveira 
(2010), é o processo de abastecer os clientes por meio de técnicas que asseguram a disponibilidade 
do produto certo, na quantidade certa, ao preço certo, na hora certa, sem avarias e acompanhado de 
documentação correta. Para isso, a geração de informações adequadas é fundamental. Para a obtenção 
dessas informações, é importante planejar, controlar e organizar as necessidades.
Para a definição da periodicidade das compras, deve-se considerar a modalidade de compras 
adotadas. Em algumas instituições, principalmente, órgãos públicos, a aquisição de produtos leva a um 
período muito maior por conta da burocracia envolvida.
3.1 Padronização
A padronização de medicamentos num ambiente hospitalar é uma ferramenta elementar do processo 
de uso dos medicamentos, assegurando o seu uso correto, além de garantir economia de recursos sem 
comprometimento da qualidade.
Para essa padronização, deve-se entender que nem sempre o menor preço de produto representa 
o menor custo do tratamento. Somente o profissional farmacêutico tem a competência técnica para 
definir o melhor produto a ser utilizado, pois começa com a percepção da necessidade de utilizar um 
fármaco e termina com a avaliação de sua eficácia no paciente.
Como as rotinas de prescrição, dispensação e administração são influenciadas pela padronização dos 
medicamentos, é necessário conhecimento detalhado das rotinas hospitalares e grau de envolvimento 
dos profissionais especializados.
A seleção de medicamento é um processo dinâmico, contínuo, multidisciplinar e participativo. 
Selecionar tem como objetivo escolher entre uma infinidade de itens ofertados pelo mercado produtos 
adotando critérios de eficácia, segurança, qualidade e custo, propiciando condições para o uso seguro e 
racional de medicamentos.
Para essa seleção, torna-se necessária uma comissão de farmácia e terapêutica (CFT), realizada por 
equipe multiprofissional, responsável pela padronização. A comissão deve revisar dados mais recentes 
da literatura, consumo médio dos medicamentos e os resultados dos pacientes, além de dados econômicos, 
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Unidade I
a fim de estabelecer critérios para determinar a segurança e efetividade dos medicamentos desejados pela 
equipe. É responsável por revisar informações bem documentadas com estudo clínico de medicamentos, 
além de comparações com outros produtos de mesma classe terapêutica. Mais do queuma simples lista 
de medicamentos aprovados, a CFT deve apresentar à equipe de saúde os protocolos de orientação para 
uso e descrição das normas que contribuem para o sucesso do uso do medicamento.
A seleção de antimicrobianos e germicidas deve ser realizada com a participação da comissão de 
controle de infecção hospitalar (CCIH). Uma CCIH atuante pode reduzir consideravelmente as infecções 
hospitalares, possibilitando lucratividade direta ao hospital.
As características de atendimento hospitalar determinam fortemente o tipo de padronização. Essa 
padronização facilita todo o processo de manutenção do estoque, racionalizando a quantidade de itens.
 Observação
Um hospital com emergência recebe para atendimento os mais 
diversos pacientes também com diversas condições clínicas. Já os 
hospitais destinados a internações para cirurgias eletivas devem avaliar 
criteriosamente padronizações para seu atendimento.
 Lembrete
A padronização de medicamentos deve determinar a apresentação 
dos produtos para uso em formas e embalagens que contribuam para a 
diminuição de erros, facilitem a dispensação, armazenamento, manuseio e 
fracionamento, evitando, assim, uso inadequado.
O tipo de padronização de medicamentos está diretamente vinculado ao: sistema de gestão da 
organização, seu tamanho, objetivos de serviços e especialidades médicas e recursos orçamentários. 
Segundo Sampaio (2016), a padronização de medicamentos se divide em três tipos, como 
descreveremos a seguir.
Temos a padronização aberta, na qual, mesmo existindo uma listagem padronizada, ocorre o 
fornecimento de qualquer medicamento. Nesse caso, a listagem é utilizada para orientação dos 
prescritores sobre a disponibilidade de medicamentos na instituição, sendo permitida a prescrição de 
qualquer produto desde que reembolsado pelo provedor.
Temos também a padronização fechada, permitindo maior controle das prescrições, na qual medicamentos 
não padronizados dependem de solicitação especial para aquisição, sob apreciação da CFT.
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FARMÁCIA HOSPITALAR
E ainda a padronização seletiva/parcialmente fechada. É um tipo de padronização aberta para 
determinados propósitos, em que somente determinadas especialidades são habilitadas a prescrever 
certos fármacos que requerem acompanhamento especial.
3.2 Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF)
Local no qual são armazenados os medicamentos e realizadas algumas atividades como recepção, 
estocagem e distribuição. A CAF deve ter fácil acesso, tanto para setores internos do hospital como para 
fornecedores, permitindo agilidade no recebimento e distribuição dos produtos. Apresenta as seguintes 
funções: recebimento de produtos comprados acompanhados de suas notas fiscais para conferi-los; 
realização dos lançamentos de entrada pelo sistema informatizado ou manual para armazenagem dos 
produtos em locais adequados; recebimento de requisições e realização da dispensação; realização de 
atividades relacionadas à gestão de estoque; conservação dos medicamentos em condições seguras, 
preservando a qualidade; realização de levantamentos periódicos do controle de estoque.
O principal objetivo do CAF é garantir toda a cadeia logística do medicamento de tal forma que 
o armazenamento assegure a manutenção das características físico-químicas e microbiológicas dos 
produtos durante o período de estocagem, evitando possíveis perdas por desvio de qualidade ou por 
vencimento (DURANES; GONÇALVES, 2017)
Quadro 4 – Condições ideais de armazenamento
Condições ideais de armazenamento Objetivos
Não deve haver incidência de luz solar direta Manter as características físico-químicas dos produtos
Ausência de mofo nas paredes, piso ou teto
Evitar a penetração de umidade e 
possíveis alterações físico-químicas nos 
produtos
Ventilação adequada
Evitar a penetração de umidade e 
possíveis alterações físico-químicas nos 
produtos
Local limpo e organizado Garantir a segurança nas atividades de rotina
Cumprimento do empilhamento máximo 
sugerido pelo fabricante Garantir a integridade dos produtos
Medicamentos armazenados sob pallets, 
longe das paredes e tetos
Permitir tanto a reposição ou a retirada de 
produtos do estoque quanto a circulação 
adequada de ar e a limpeza do ambiente
Presença de telas nas janelas Proteger contra a entrada de pragas, insetos e roedores
Fonte: Duranes e Gonçalves (2017).
A organização da CAF deve constar de áreas que contemplem as necessidades do serviço, considerando 
o volume e os tipos de produtos a serem estocados (BRASIL, 2001):
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Unidade I
Quadro 5 – Áreas da CAF
Área Descrição
Área administrativa
Área destinada às atividades operacionais, que deve 
estar localizada, preferencialmente, na entrada, para 
melhor acompanhamento das ações e o fluxo de 
pessoas e produtos. Essa área deve conter salas para 
escritório, vestiários, refeitórios, banheiros e demais áreas 
destinadas às atividades administrativas
Área de recepção
Área destinada ao recebimento e à conferência de 
produtos. Obrigatoriamente, deve ficar situada junto à 
porta principal e conter normas e procedimentos escritos 
e afixados na parede
Área de estocagem 
ou guarda
Dependendo dos tipos de produtos a serem armazenados 
e das condições de conservação exigidas, deve-se 
dispor de áreas específicas para estocagem de produtos 
de controle especial, como área para termolábeis, 
psicofármacos, imunobiológicos, inflamáveis (os de 
grande volume devem ser armazenados em ambiente 
separado), material médico-hospitalar, produtos 
químicos e outros existentes. As áreas de estocagem 
devem estar bem sinalizadas. A circulação nessa 
área deve ser restrita aos funcionários do setor
Área de expedição
Área destinada à conferência, organização, preparação e 
liberação dos produtos a serem distribuídos. Pode estar 
ou não no mesmo espaço físico da recepção, porém 
distintamente separadas, dependendo da dimensão da 
área física
Área de produtos 
rejeitados/interditados
Área destinada à guarda de materiais imprestáveis à 
distribuição, enquanto aguardam destinação específica
Adaptado de: Brasil (2001).
3.2.1 Armazenamento de materiais
A administração de estoque dos hospitais deve reduzir ao mínimo o capital investido no setor, sem 
perder a qualidade e segurança da prestação de serviços.
A estocagem é uma atividade diretamente relacionada à guarda, preservação e segurança dos 
materiais estocados e está sob a responsabilidade dos almoxarifados.
Os materiais e medicamentos devem ser estocados de forma organizada e em condições que permitam 
preservar a estabilidade e qualidade, protegendo-os contra os riscos de alterações físico-químicos 
e microbiológicos, devendo existir monitoramento de umidade e temperatura, além de definições 
específicas sobre condições ideais para cada item armazenado.
Na CAF, é necessário fazer a correta identificação e localização dos materiais estocados. Normalmente, 
são usados dois critérios para a perfeita localização dos materiais: fixo ou livre.
O sistema de estocagem fixo define o local exato em que determinado material será estocado.
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FARMÁCIA HOSPITALAR
No sistema de estocagem livre, não existe um local fixo de armazenamento, ou seja, o material 
é guardado onde há espaço livre.
O armazenamento de medicamentos no hospital significa poder organizá-los e dispô-los com 
a finalidade de abastecer rapidamente o hospital com a quantidade correta e com qualidade, no 
momento adequado.
É preciso ficar atento aos fatores que podem interferir na conservação dos medicamentos: calor, 
radiação, umidade e agentes microbianos.
Conceitos considerados importantes:
• Armazenar: guardar os medicamentos em prateleiras, pallets, bins ou semelhantes.
• Acondicionar: colocar os medicamentos em suas embalagens que, depois, serão armazenadas ou, 
no caso de princípios ativos, serão utilizados para preparar o medicamento.
 Lembrete
Medicamentos termolábeis são os que necessitam ser mantidos em 
temperaturas de refrigeração para garantir sua estabilidade e eficácia. Os

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