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1 
 
 
COLETA SANGUÍNEA, ANTICOAGULANTES E SEU 
TRANSPORTE 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 
VARIÁVEIS PRÉ-ANALÍTICAS ....................................................................... 10 
SELEÇÃO E QUALIFICAÇÃO DE SISTEMA ANALÍTICO ............................. 12 
FASE ANALÍTICA ........................................................................................... 15 
ANTICOAGULANTES...................................................................................... 17 
SELEÇÃO E QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES.................................... 19 
REFERÊNCIAS................................................................................................ 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
INTRODUÇÃO 
Habitualmente, é preconizado um período de jejum para a coleta de 
sangue para exames laboratoriais. Os estados pós-prandiais, em geral, se 
acompanham de turbidez do soro, o que pode interferir em algumas 
metodologias. Na população pediátrica e de idosos, o tempo de jejum deve 
guardar relação com os intervalos de alimentação. Devem ser evitadas coletas 
de sangue após períodos muito prolongados de jejum – acima de 16 horas. O 
período de jejum habitual para a coleta de rotina de sangue é de 8 horas, 
podendo ser reduzido a 4 horas, para a maioria dos exames e, em situações 
especiais, tratando-se de crianças de baixa idade, pode ser de 1 ou 2 horas 
apenas. 
A dieta a que o indivíduo está submetido, mesmo respeitado o período 
regulamentar de jejum, pode interferir na concentração de alguns componentes, 
na dependência das características orgânicas do próprio paciente. Alterações 
bruscas na dieta, como ocorrem, em geral, nos primeiros dias de uma internação 
hospitalar, exigem certo tempo para que alguns parâmetros retornem aos níveis 
basais. 
O uso de farmacos e drogas s podem causar variações nos resultados de 
exames laboratoriais, seja pelo próprio efeito fisiológico, in vivo, seja por 
interferência analítica, in vitro. Dentre os efeitos fisiológicos, devem ser citadas 
a indução e a inibição enzimáticas, a competição metabólica e a ação 
farmacológica. Dos efeitos analíticos são importantes a possibilidade de ligação 
preferencial às proteínas e eventuais reações cruzadas. Alguns exemplos são 
mostrados na figura 1. 
Pela frequência, vale referir os efeitos do álcool e do fumo. Mesmo o 
consumo esporádico de etanol pode causar alterações significativas e quase 
imediatas na concentração plasmática de glicose, de ácido láctico e de 
triglicérides, por exemplo. O uso crônico é responsável pela elevação da 
atividade da gama glutamiltransferase, entre outras alterações. O tabagismo é 
causa de elevação na concentração de hemoglobina, nos números de leucócitos 
e de hemácias e no volume corpuscular médio, além de outras substâncias, 
como adrenalina, aldosterona, antígeno carcinoembriônico e cortisol. Por fim, 
causa também a redução na concentração de HDL-colesterol.como adrenalina, 
 
 
 
5 
aldosterona, antígeno carcinoembriônico e cortisol. Por fim, causa também a 
redução na concentração de HDL-colesterol. 
 
Figura 1: Exemplos de interferências laboratoriais geradas por alguns fármacos efeito a nível 
sérico. 
 
Como outras causas de variações dos resultados dos exames 
laboratoriais, devem ser lembrados certos procedimentos diagnósticos como a 
administração de contrastes para exames de imagem, a realização de toque 
retal, eletromiografia e alguns procedimentos terapêuticos, como hemodiálise, 
diálise peritoneal, cirurgia, transfusão sanguínea e infusão de fármacos. Em 
relação à infusão de fármacos, é importante se lembrar de que a coleta de 
sangue deve ser realizada sempre em local distante da instalação do cateter, 
preferencialmente, no outro braço. Mesmo realizando a coleta no outro braço, se 
possível, deve-se aguardar pelo menos uma hora após o final da infusão para a 
realização da coleta. 
As recomendações aqui descritas têm por finalidade caracterizar os 
requisitos mínimos de instalação e infraestrutura, visando à garantia do conforto 
e segurança dos clientes e equipe do laboratório. Eventualmente, as descrições 
podem não contemplar na íntegra todos os requisitos legais exigidos pelos 
órgãos competentes de sua cidade ou estado. É fundamental uma consulta à 
legislação local que seja aplicável para o cumprimento das exigências previstas 
pela vigilância sanitária local. 
É recomendável que o laboratório clínico possua, pelo menos, uma sala 
de espera para pacientes e acompanhantes. Esta área pode ser compartilhada 
 
 
 
6 
com outras unidades diagnósticas, sendo necessária a instalação de sanitários 
para clientes e acompanhantes. 
A sala de coleta deve possuir espaço suficiente para instalação de uma 
cadeira ou poltrona, armazenamento dos materiais de coleta e um dispositivo 
para a higienização das mãos (álcool em gel, lavatório ou similares). As 
dimensões da sala de coleta devem ser suficientes para garantir a livre, segura 
e confortável movimentação do paciente e do flebotomista, possibilitando um 
bom atendimento. Há de se lembrar que, em algumas situações, o paciente terá 
acompanhantes durante o ato de coleta de sangue. É recomendável a 
disponibilização de um local com maca para eventuais necessidades. 
Recomendam-se alguns itens referentes à infraestrutura da sala de 
coleta: 
 pisos impermeáveis, laváveis e resistentes às soluções 
desinfetantes; 
 paredes lisas e resistentes ou divisórias constituídas de materiais 
que sejam lisos, duráveis, impermeáveis, laváveis e resistentes às 
soluções desinfetantes; 
 dispositivos de ventilação ambiental eficazes, naturais ou artificiais, 
de modo a garantir conforto ao cliente e ao flebotomista; 
 iluminação que propicie a perfeita visualização e manuseio seguro 
dos dispositivos de coleta; 
 janelas com telas milimétricas, se necessário, caso estas cumpram 
a função de propiciar a aeração ambiental; 
 portas e corredores com dimensões que permitam a passagem de 
cadeiras de rodas, macas e o livre trânsito dos portadores de 
necessidades especiais; 
 instalação de pias com água corrente que possibilitem ao 
flebotomista higienizar as mãos entre o atendimento dos pacientes. 
A lavagem das mãos com água e sabão é recomendável. Onde 
não houver água disponível, dispositivos específicos para álcool 
gel ou líquidos com álcool podem ser utilizados. 
As cadeiras ou poltronas utilizadas para venopunções devem ser 
desenhadas como o máximo de conforto e segurança para o paciente, levando-
 
 
 
7 
se em consideração aspectos ergonômicos e de acessibilidadedo paciente para 
o flebotomista. O paciente necessita ser acomodado em uma cadeira ou poltrona 
confortável que permita a regulagem da altura do braço, evitando o desconforto 
do flebotomista. Armários fixos ou móveis são úteis para organizar o 
armazenamento dos materiais de coleta de equipamentos e de medicamentos 
para eventuais situações de emergência. 
Recomenda-se que as rotinas de limpeza e higienização das instalações 
sejam orientadas por profissional capacitado para esta atividade ou pela 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, quando aplicável. É indispensável 
que sejam tomadas medidas preventivas para eliminação de insetos e roedores. 
A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária do Brasil (RDC/ANVISA) n. 306/2004, o arma externo dos resíduos 
sólidos de saúde, denominado de abrigo de resíduos, deve ser construído em 
um ambiente exclusivo e segregado, possuindo, no mínimo, um ambiente 
separado para armazenamento de recipientes contendo resíduos do Grupo A 
(resíduo com risco biológico) juntamente com os do Grupo E (material 
perfurocortante), além de um ambiente para o Grupo D (resíduos comuns). O 
abrigo deve ser identificado e de acesso restrito aos funcionários responsáveis 
pelo gerenciamento de resíduos, para que tenham fácil acesso aos recipientes 
de transporte e aos veículos coletores. Os recipientes de transporte interno não 
podem transitar pela via externa à edificação. 
Ainda de acordo com esta norma, o abrigo de resíduos deve ser 
dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados, com a capacidade 
de armazenamento compatível e com a periodicidade da coleta. O piso deve ser 
revestido de material liso, impermeável, lavável e de fácil higienização. Há 
necessidade de aberturas para ventilação, de dimensão equivalente a, no 
mínimo, um vigésimo da área do piso, de tela de proteção contra insetos. A porta 
ou a tampa do abrigo necessita de largura compatível com as dimensões dos 
recipientes de coleta. Pontos de iluminação, água e energia elétrica devem ser 
instalados de acordo com as conveniências e necessidades do abrigo. O 
escoamento da água deve ser direcionado para a rede de esgoto do 
estabelecimento. O ralo sifonado deve possuir tampa que permita a sua 
vedação. 
 
 
 
8 
É recomendável que a localização seja tal que não abra diretamente para 
a área de permanência de pessoas e, circulação de público, dando-se 
preferência aos locais de fácil acesso à coleta externa e próximos das áreas de 
guarda de material de limpeza ou expurgo. 
O trajeto para o transporte de resíduos, desde a sua geração até o 
armazenamento externo, deve permitir livre e segura passagem dos recipientes 
coletores, possuir piso com revestimento resistente à abrasão, com superfície 
plana e regular, antiderrapante e uma rampa, quando necessário. As 
informações acerca da inclinação e as características desta rampa podem ser 
obtidas na RDC ANVISA n. 50/2002. 
A fase imediatamente anterior à coleta de sangue para exames 
laboratoriais, definida na RDC n. 302 como fase que se inicia com a solicitação 
da análise, passando pela obtenção da amostra e finalizando quando se inicia a 
análise propriamente dita deve ser objeto de atenção por parte de todas as 
pessoas envolvidas no atendimento dos pacientes com a finalidade de se 
prevenir a ocorrência de falhas ou a introdução de variáveis que possam 
comprometer a exatidão dos resultados. 
Assim, é importante entender que a fase pré-analítica necessita de 
implementações e cuidados na detecção, classificação e adoção de medidas 
para a redução das falhas. Além disso, quando buscamos especificar a 
qualidade de nossos sistemas analíticos, pela análise da imprecisão dos 
mesmos, partimos do pressuposto de que a fase pré-analítica está bem 
controlada, permitindo assim que os esforços, no estudo dessa imprecisão, 
venham contribuir para melhoria das fases seguintes, ou seja, a fase analítica e 
pós-analítica. 
É reconhecido que vários processos pré-analíticos devem ser cumpridos 
antes da análise das amostras. Neles, estão envolvidos os médicos solicitantes, 
que transmitem as orientações iniciais ao paciente, garantindo o entendimento 
das orientações por parte deste e sua adesão ao que foi recomendado ou 
solicitado. Esse aspecto pode ser melhorado pela disponibilização de instruções 
escritas ou verbais, em linguagem simples, orientando quanto ao preparo e 
coleta da amostra, tendo como objetivo facilitar o entendimento pelo paciente. 
Finalmente, as fases que envolvem as atividades no laboratório, como recepção, 
cadastro, coleta e triagem do material coletado. 
 
 
 
9 
Inúmeras podem ser as variáveis na fase pré-analítica que envolvem os 
processos no laboratório e que são responsáveis por cerca de 60% das falhas, 
sendo as mais evidentes: 
 amostra insuficiente; 
 amostra incorreta; 
 amostra inadequada; 
 identificação incorreta; 
 problemas no acondicionamento e transporte da amostra. 
É importante estarmos conscientes de que a medida dessas falhas nos 
diversos processos, por meio de levantamento de indicadores, pode contribuir 
para busca da causa e consequente melhora dos mesmos. 
 
Figura 2: Erros na coleta sanguínea. 
 
 
 
 
 
 
 
10 
VARIÁVEIS PRÉ-ANALÍTICAS 
A variação cronobiológica corresponde às alterações cíclicas da 
concentração de determinado parâmetro em função do tempo. O ciclo de 
variação pode ser diário, mensal, sazonal, etc. Por exemplo, amostras de soro 
coletadas no período da tarde para a dosagem de ferro mostram resultados até 
50% mais baixos do que aquelas coletadas no período da manhã. 
Além das diferenças hormonais específicas, alguns outros parâmetros 
sanguíneos e urinários se apresentam em concentrações significativamente 
diferentes em homens e mulheres em decorrência das diferenças metabólicas e 
da massa muscular, enquanto os parâmetros bioquímicos possuem 
concentração sérica dependente da idade. Em situações específicas, por 
exemplo, concentrações séricas de fosfatase alcalina, os intervalos de referência 
devem considerar essas diferenças. 
Mudança rápida na postura corporal pode causar variações na 
concentração de alguns componentes séricos. Quando o indivíduo se move da 
posição supina para a posição ereta, por exemplo, ocorre um afluxo de água e 
substâncias filtráveis do espaço intravascular para o intersticial. Substâncias não 
filtráveis, como as proteínas de alto peso molecular e os elementos celulares, 
terão sua concentração relativamente aumentada até que se restabeleça o 
equilíbrio hídrico. 
O esforço físico pode causar aumento das concentrações séricas de 
algumas enzimas como, por exemplo, creatinofosfoquinase (CPK), aldolase e 
aspartatoaminotransferase (AST), pelo aumento da liberação celular. 
É necessário estabelecer, em nossos protocolos de coleta, os critérios de 
rejeição de amostras, evitando, dessa forma, que amostras com problemas 
sejam analisadas, gerando um resultado que não poderá ser devidamente 
interpretado em virtude das restrições advindas da inadeaquação do material 
coletado. No entanto, é necessário atentar para o fato de que algumas amostras 
consideradas nobres (líquor, por exemplo) possam ser analisadas, mas que as 
restrições advindas do processo de obtenção destas sejam evidenciadas no 
resultado, como prevê a própria RDC n. 302, no qual define o que é amostra 
laboratorial com restrição. 
 
 
 
11 
Quaisquer que sejam os exames a serem realizados, é fundamental a 
identificação positiva do paciente e dos tubos nos quais será colocado o sangue. 
Deve-se buscar uma forma de estabelecer um vínculo seguro e 
indissociável entre o paciente e o material colhido para que, ao final, seja 
garantida a rastreabilidade de todo o processo. 
A coleta de sangue sempre deve ser realizada em local distante da 
instalação do cateter. Quanto a aplicação do torniquete deve ser realizadade 1 
a 2 minutos antes, pois ocorre aumento da pressão intravascular no território 
venoso facilitando a saída de líquido o e de moléculas pequenas para o espaço 
intersticial, resultando em hemoconcentração relativa. 
Alguns procedimentos diagnósticos (exames radiológicos contrastados, 
toque retal), e alguns terapêuticos (hemodiálise, transfusão sanguínea), também 
são causas de variação nos parâmetros laboratoriais. 
 
 
Figura 3: Exames laboratoriais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
SELEÇÃO E QUALIFICAÇÃO DE SISTEMA ANALÍTICO 
O processo diagnóstico inicia-se com o interrogatório do paciente seguido 
do exame físico. O exame laboratorial tem por finalidade confirmar, estabelecer 
ou complementar um diagnóstico clínico, determinado por meio de uma história 
clínica minuciosa e por dados de exame físico. A possibilidade ainda de delinear 
o risco de desenvolvimento de doenças, bem como auxiliar no acompanhamento 
e prognóstico de algumas moléstias, faz do exame laboratorial um instrumento 
essencial para a determinação de condutas adequadas. Para que um método 
laboratorial tenha utilidade clínica, este deve preencher alguns requisitos básicos 
que garantam a confiabilidade dos resultados obtidos em amostras de pacientes. 
Os denominados parâmetros de desempenho são propriedades 
relacionadas ao desempenho do método ou equipamento28 e envolvem: 
exatidão, precisão, sensibilidade analítica, especificidade analítica, recuperação 
analítica, intervalo analítico de medida, valores de referência, limite de detecção, 
interferentes, estabilidade de reagentes, robustez e interação com amostras. A 
avaliação destas características requer estudos experimentais para estimar se 
os achados práticos podem subsidiar uma tomada de decisão – se o seu 
desempenho corresponde às necessidades médicas para o uso do sistema 
analítico em questão. 
Uma análise prévia e genérica do desempenho de sistemas analíticos 
disponíveis pode ser obtida em resumos estatísticos fornecidos por provedores 
de ensaio de proficiência que demonstram a proporção de variabilidade entre 
diferentes sistemas analíticos. Contudo, deve-se ter em conta que os valores de 
variabilidade (CV) ali apresentados tendem a ser menores na rotina de um 
laboratório, pela própria natureza dos dados. Dados de comparação 
interlaboratorial tendem a ter uma maior variabilidade que os obtidos dentro de 
um único laboratório por incluir a contribuição de erro total dos processos de 
diversos laboratórios. 
A exatidão diz respeito à capacidade do método em apresentar resultados 
próximos do valor verdadeiro. Segundo a IFCC (International Federation of 
Clinical Chemistry) a exatidão é a concordância entre o valor medido de um 
 
 
 
13 
analito e seu valor real. A exatidão de um método pode ser obtida empregando-
se os conceitos de erro sistemático (viés, bias) ou erro total. 
O Sistema Nacional de Referência para Laboratórios Clínicos americano 
(NRSCL) preconiza uma hierarquia de métodos analíticos e de materiais de 
referência que permite avaliar a acurácia do método. A seguir eles são 
apontados em ordem decrescente: método definitivo, método de referência, 
comparação entre métodos através de sua média, média de laboratórios de 
escolha e média por grupo para ensaios de proficiência. 
Os métodos definitivos relacionam-se a algum valor quantificado 
fisicamente como, por exemplo, Massa. A técnica de escolha para estas 
dosagens é a espectrometria de massa, pela sua sensibilidade em análises de 
baixas concentrações. Ela mede a relação massa/carga de fragmentos iônicos 
gerados a partir de um processo de ionização da amostra que se pretende 
analisar. O NIST (National Institute of Standards and Technology) vem 
desenvolvendo métodos definitivos há alguns anos. 
Métodos de referência são menos exatos que os anteriores, mas podem 
ser desenvolvidos pelo pessoal da indústria ou dos laboratórios clínicos. Seus 
resultados são rastreáveis aos métodos definitivos. 
Uma das formas de avaliar o grau de exatidão, num método em uso no 
laboratório, pode ser feita através de um ensaio de comparação interlaboratorial 
através de um programa de ensaio de proficiência (EP). Este sistema de controle 
da qualidade interlaboratorial consiste na comparação de resultados observados 
num mesmo material, analisado simultaneamente por diversos laboratórios. A 
avaliação é realizada pelo valor médio de consenso de todos os participantes 
que utilizam a mesma metodologia. 
Os laboratórios que conseguem obter um resultado igual ou muito 
próximo à média do seu grupo de comparação possuem um sistema analítico 
com nível de exatidão adequado e comparável aos demais laboratórios. 
Participar de um EP tornou-se obrigatoriedade legal após a RDC 302:2005, por 
isto, atualmente boa parte dos laboratórios clínicos no Brasil participa de pelo 
menos um programa nacional ou internacional de ensaio de proficiência. Como 
exemplos, citam-se os programas da ControlLab com a Sociedade Brasileira de 
Patologia Clínica /Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e CAP Surveys do College 
of American Pathologists (CAP), dos Estados Unidos. 
 
 
 
14 
Uma forma alternativa (quando não existe EP), é selecionar 10 
laboratórios com mesma metodologia e nível de qualidade similar para todos 
analisarem um mesmo grupo de amostras, obter-se as médias e comparar os 
resultados individuais a estas médias. 
A recuperação é a capacidade de um método analítico medir um analito 
corretamente, quando uma quantidade conhecida de analito é adicionada à 
amostra. Trata–se de um meio efetivo para avaliar a exatidão do sistema 
analítico porque testa o método na presença de outros compostos que estejam 
contidos na mesma matriz da amostra. 
O robustez é um método robusto provê um desempenho confiável 
consistente quando diferentes operadores o realizam com diferentes lotes de 
reagentes, por um longo período de tempo. 
Quanto a precisão O documento do CLSI EP5-A231 define a precisão 
como uma concordância entre resultados de medidas independentes obtidos sob 
condições estipuladas. 
A precisão revela a capacidade do método de, em determinações 
repetidas numa mesma amostra, fornecer resultados próximos entre si. 
A precisão é estimada por um experimento de replicação de um mesmo 
material analisado pelo menos 20 vezes, tendo o seu desvio padrão calculado. 
A precisão pode ser intra-ensaio (ou repetibilidade de resultados) e obtida com 
o mesmo método, em material idêntico, no mesmo laboratório, com o mesmo 
operador, utilizando o mesmo equipamento num curto intervalo de tempo31. 
A Repetibilidade de resultados corresponde à concordância entre 
resultados de sucessivas medidas, do mesmo analito, sendo realizado sob as 
mesmas condições de medida. 
Entende-se como Reprodutibilidade de resultados a concordância entre 
resultados do mesmo analito, realizado sob condições de medida alteradas. 
Na precisão interensaios o mesmo material é dosado em replicatas, no 
mesmo dia ou em diferentes dias. Na prática, o grau de reprodutibilidade de um 
método é avaliado pelo controle interno da qualidade, empregando-se material 
de controle. Neste caso, o laboratório executa diariamente a análise de amostras 
de controle de valores conhecidos, dosadas simultaneamente com as amostras 
dos pacientes. 
 
 
 
 
15 
 
FASE ANALÍTICA 
Picheth et al., em um estudo interlaboratorial, envolvendo 36 laboratórios 
da região sul do Brasil, avaliou o controle de qualidade na determinação 
glicêmica, enviando aos laboratórios participantes amostras de glicose 
dissolvidas em ácido benzóico saturado e 25% de glicerol, nas concentrações 
de 20, 200 e 1000 mg/dL. Onde os resultados sugerem que hipoglicemias estão 
sendo detectadas, com eficiência, pela maioria dos participantes; já a amostra 
de 200 mg/dL mostra que 25,7% dos participantes enviaram resultados não 
aceitáveis e para a amostra de 1000 mg/ dL,55,9% dos participantes não 
atingiram os valores desejáveis. Mostrando que a maioria dos participantes, 
cerca de 60%, necessita aprimorar os procedimentos de controle de qualidade 
objetivando acurácia analítica e a relevância clinica dos resultados (40). 
O estudo demonstrado por Picheth et al. (40), ilustra muito bem um grande 
problema enfrentado pelos laboratórios de analises clinicas, a variabilidade 
analítica, diferença entre os valores verdadeiros e os valores obtidos. No 
entanto, as variáveis analíticas atualmente vêm sendo minimizadas, devido à 
implantação dos programas de controles de qualidade interno e externo, onde é 
possível avaliar precisão e exatidão metodológica respectivamente (18). O 
Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) da Sociedade Brasileira 
de Analises Clinicas (SBAC) é um provedor muito respeitado e com ótimas 
ferramentas para auxiliar os gestores da qualidade na redução desta 
variabilidade 
Entende-se por controle de qualidade, o processo estatístico que monitora 
e avalia os processos analíticos utilizando dados coletados de ensaios com 
produtos de controle de qualidade, os quais são materiais líquidos ou liofilizados, 
de origem humana, animal ou química que são utilizados para monitorar a 
qualidade e consistência dos processos analíticos(41). 
Atualmente, o diagnóstico laboratorial de diabetes e das dislipidemias, por 
exemplo, possuem valores muito específicos para estabelecer a conduta 
fármaco-terapêutica. A Associação Americana de Diabetes (ADA) preconiza que 
uma glicemia de jejum superior ou igual a 126 mg/dL, confirmada por nova 
coleta, caracterize o diagnóstico de Diabetes mellitus ou, ainda, uma glicemia 
 
 
 
16 
superior a 200 mg/dL, a qualquer hora do dia e em quaisquer condições, desde 
que acompanhada e sinais característicos (42). Já a IV Diretrizes Brasileiras 
sobre Dislipidemias, definem a estratificação de risco e a conduta terapêutica, 
através de determinações da concentração sérica dos triglicérides, do colesterol 
total e suas frações. 
 
 
Figura 4: Fase analítica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
ANTICOAGULANTES 
Os anticoagulantes mais comumente utilizados para exames 
hematológicos são o EDTA, a heparina e o citrato de sódio. O sangue coletado 
deve ser anticoagulado com uma concentração adequada do anticoagulante, 
sobretudo para evitar erros resultantes de uma relação sangue/anticoagulante 
inadequada. Idealmente, as amostras sanguíneas normais devem ser 
processadas em até 4 horas após a coleta e as anormais em até 1 hora depois. 
A dificuldade no laboratório é saber se a amostra é normal ou não; ele deve, 
então, estabelecer um protocolo que determine o tempo em que as amostras 
devem ser processadas e esse tempo deve ser o mais rápido possível. Na 
sequência, serão descritas as características dos principais anticoagulantes 
utilizados na hematologia, assim como possíveis problemas resultantes de uma 
relação sangue/anticoagulante inadequada ou de um tempo de estocagem 
prolongado. 
Embora uma ampla variedade de anticoagulantes tenha sido utilizada no 
passado na realização do hemograma, incluindo vários tipos de soluções de 
oxalato e até mesmo a heparina, o quelante de cálcio, chamado ácido 
etilenodiaminotetracético (EDTA – C10H16N2O8), ou alguns dos seus sais, 
tornaram-se os principais anticoagulantes para a coleta de amostras destinadas 
à realização de hemogramas. Na molécula do EDTA, existem quatro hidrogênios 
simétricos que podem ser substituídos por potássio, sódio ou lítio, de modo a 
formar sais de EDTA que possuem elevada solubilidade no sangue. O EDTA 
exerce seu efeito por meio de uma forte ligação ao cálcio iônico presente no 
plasma, bloqueando efetivamente a coagulação e a agregação plaquetária. 
Apesar disso, o EDTA não pode ser utilizado para o estudo dos fatores da 
coagulação pelo fato de provocar mudanças na estrutura química do fator V, 
fibrinogênio e trombina. A quantidade de EDTA necessária para a completa 
quelação do cálcio é balanceada com o desejo de minimizar os danos celulares, 
de modo que o International Council for Standardization in Haematology (ICSH) 
estabeleceu uma faixa de concentração ideal que pode variar de 1,5 a 2,2 mg 
do sal por mililitro de sangue. O EDTA-K e o EDTA-Na são disponibilizados na 
forma de um spray seco que reveste a parede dos tubos. O EDTA-K2 é mais 
 
 
 
18 
solúvel que o EDTA-Na (1.650 g/L contra 108 g/L, respectivamente), sendo, por 
essa razão, o sal recomendado para uso rotineiro pelo ICSH. O EDTA-K também 
elimina efeitos dilucionais nas amostras, especialmente as de pequeno volume. 
O EDTA-K é comercializado na forma líquida e pode diluir levemente as 
amostras. Além disso, os eritrócitos podem ser contraídos devido a um efeito 
osmótico mais pronunciado que os demais sais do EDTA, resultando em uma 
diminuição do volume globular de cerca de 2 a 3% nas primeiras 4 horas. 
A título de curiosidade, o EDTA também existe na forma de EDTA-Li e 
EDTA-Na. O sal dilítio (EDTA-Li2) é efetivo em relação à ação anticoagulante, 
possuindo uma solubilidade de 160 g/L, além de poder ser utilizado para 
dosagens bioquímicas; contudo, é menos solúvel que o EDTA-K. Já o EDTA-
Na3, comercializado na forma líquida, não é recomendado por possuir pH 
elevado, que pode afetar adversamente proteínas do plasma e até mesmo tubos 
de coleta feitos de vidro. 
Em muitos laboratórios clínicos, é comum o fato de amostras de sangue 
chegarem com atraso de 2 dias ou mais. Quando essas amostras chegam ao 
laboratório, é comum surgirem dúvidas sobre aceitá-las ou não, quais 
parâmetros analisar quando a amostra for aceita e quais comentários reportar 
no laudo, considerando a confiabilidade ou não dos resultados. Essas decisões 
requerem experiência e conhecimento dos profissionais do laboratório, 
sobretudo em relação às mudanças que ocorrem nas amostras de sangue 
durante o período de armazenamento. 
Quando a amostra é coletada em EDTA di ou tripotássico e, em seguida, 
armazenada em repouso na temperatura ambiente (18 a 25 °C), a contagem de 
eritrócitos, leucócitos, plaquetas e os índices hematimétricos são, em geral, 
estáveis por até 8 horas após a coleta da amostra. A partir desse período, 
mudanças começam a acontecer; contudo, em até 24 horas de armazenamento, 
os resultados ainda se encontram dentro do limite de erro permitido de Tonks. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
SELEÇÃO E QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES 
A seleção e a qualificação de fornecedores requerem verificação da 
competência aos aspectos produtivos, administrativos, financeiros e 
mercadológicos. Esta verificação deve ser conduzida pelas equipes técnicas e 
de compras. Nesta etapa sugere-se uma tabulação prática e eventuais 
comparações entre fornecedores da mesma categoria. É importante o 
conhecimento das potencialidades e das restrições do fornecedor. Uma vez 
cadastrados e enquadrados na listagem de fornecedores qualificados, estes 
podem ser classificados nas seguintes categorias: 
• Parceiros: Fornecedores que mantêm um compromisso empresarial 
caracterizado pela afinidade e confiança. 
• Preferenciais: Fornecedores que apresentam um nível superior de 
desempenho. 
• Qualificados: Fornecedores que atendem às especificações com algum 
diferencial. Oferecem outros serviços agregados, certificados ou acreditados, 
possuem experiência e apresentam um currículo diferenciado, além de boa 
avaliação de desempenho e boa saúde financeira. 
• Cadastrados: Fornecedores que atendem ao nível mínimo de exigências 
para habilitação e especialização. 
A política deve ser de aproximação com os fornecedores, estabelecendo-
se metas e prazos com acompanhamento periódico. As relações devem basear-
se na cooperação e na confiança do tipo “ganha-ganha”, visando o 
estabelecimento de parcerias. 
Os planos conjuntos de desenvolvimento devem estar focados em 
produtos, preço,prazo, promoção, pontos de venda/canal de distribuição, 
utilidade, valor agregado, comunicação, disponibilidade, segurança e tecnologia. 
A comunicação deve ocorrer entre as partes sempre que não 
conformidades forem detectadas. 
A análise e a tomada de ações devem ser realizadas a fim de evitar 
reincidências. Regras claras devem existir para situações de “quarentena”, 
quando as avaliações não estiverem enquadradas como satisfatórias. 
 
 
 
20 
A gestão adequada de suprimentos na Medicina Laboratorial tem 
implicações técnicas, econômicas e estratégicas. Isto porque no seu 
desempenho há a necessidade do atendimento de requisitos específicos, 
sempre aliados à qualidade tanto dos produtos como dos serviços. Os custos 
precisam ser compatíveis com o orçamento estabelecido. 
O processo de qualificação de fornecedores é uma atividade complexa, 
em razão da necessidade de estabelecer, validar e aplicar os critérios de 
avaliação e capacitação técnica e financeira dos proponentes. 
A confiabilidade neste processo decorre da sua eficiência e eficácia 
através da aquisição de serviços ou produtos solicitados dentro de suas 
especificações, na entrega em quantidades adequadas e dentro dos prazos 
definidos. Além de facilitar a implantação das inovações tecnológicas que 
acontecem no laboratório após as compras. 
Todo produto seja direto ou indireto, influencia na qualidade do 
Laboratório. Entende-se por produto direto todo aquele utilizado como base para 
a elaboração da produção. Indireto é o produto utilizado como apoio. Do ponto 
de vista estratégico, comprar bem também significa manter equilibradas as 
finanças e perpetuar as vantagens competitivas já alcançadas pelo laboratório. 
O objetivo que se pretende alcançar ao implantar um sistema de 
qualificação de fornecedores é minimizar os riscos de uma relação tumultuada 
entre o comprador e o fornecedor de produtos ou serviços. Isto se dá através da 
introdução de técnicas simples e eficientes. 
O ciclo de compras do laboratório corresponde às seguintes atividades: 
 • Inventário de estoques. 
• Levantamento das necessidades de aquisição. 
• Solicitação e aprovação. 
• Cotação de compras. 
• Negociação com fornecedores. 
• Realização da aquisição propriamente dita. 
• Monitoração das entregas. 
• Recebimento de produtos e/ou serviços. 
•No caso de produtos, o armazenamento após incorporação ao estoque. 
•Avaliação e melhorias. 
•Acompanhamento e controle dos indicadores de desempenho. 
 
 
 
21 
•Elaboração e divulgação de relatórios de consumo. 
• Seleção, qualificação e avaliação dos fornecedores. 
A gestão de suprimentos pode ser realizada de maneira centralizada pela 
equipe responsável pelas aquisições ou descentralizada quando os gestores de 
diferentes processos têm autonomia para realizar as compras. O nível de 
controle a ser exercido nestas situações será compatível com a complexidade 
do material ou serviço e do seu reflexo na produção laboratorial. 
Em relação aos fatores que afetam as estratégias de compras, devem ser 
considerados os seguintes aspectos: 
•Porte do laboratório. 
•Estrutura organizacional. 
•Nível burocrático praticado. 
•Tempo ou grau de agilidade para a realização de uma compra não 
prevista. 
• Poder de barganha com os fornecedores. 
• Homogeneidade nas relações com os fornecedores. 
•Tipo de controle que se pretende sobre os fornecedores. 
•Distância geográfica. 
•Volume de compras. 
A identificação acontece após a realização de inventários periódicos de 
estoques (físicos ou virtuais) ou quando surge uma necessidade de aquisição de 
um novo produto ou serviço. 
A solicitação pode partir dos consumidores internos ou ser realizada por 
equipe específica, com base na movimentação de estoques registrada no 
sistema de informações laboratorial. O registro de solicitação feito pelo 
consumidor deve explicitar com detalhes o que deverá ser adquirido, 
descrevendo os produtos ou serviços, quantidades necessárias, tipos de 
embalagens, acondicionamento e aplicações destes no laboratório, se possível 
especificando-se marcas e eventuais fornecedores. 
 
É importante enfatizar a necessidade da realização de testes prévios dos 
novos produtos antes de solicitálos, apontando aos compradores os resultados 
das avaliações. Ao solicitar um insumo novo, é recomendável que o solicitante 
indique: prazo para atendimento da necessidade; nome do produto; descrição; 
 
 
 
22 
tamanho/código e cor; modelo; quantidade; potenciais fornecedores e 
autorização pelo responsável. 
Quando houver qualquer tipo de restrição a fornecedores ou produtos, 
esta precisa estar identificada de maneira clara no sistema de informações da 
instituição, com as devidas justificativas. A aprovação do pedido ocorrerá após 
a realização das análises, avaliação do orçamento e das necessidades do 
serviço. 
As cotações visam confrontar as condições ofertadas por diferentes 
fornecedores, buscando otimizar os recursos disponíveis. Atualmente existe a 
possibilidade da pesquisa por meios eletrônicos (exemplo: via e-mail), 
minimizando os prazos do ciclo de compras. 
Sempre que possível, devem ser realizadas cotações com três diferentes 
fornecedores, levando-se em consideração o preço, o prazo de entrega e as 
condições de pagamento. 
Os resultados obtidos devem ser registrados e analisados. Após análise 
inicial, negociações podem ser realizadas em busca das melhores condições 
para aquisição. Havendo retificação de propostas, tornando-as mais vantajosas, 
a consolidação do resultado final será necessária, antes da aprovação. 
A aquisição dos produtos/serviços é feita com base na lista de 
fornecedores qualificados. 
Para a efetivação da compra, é necessário que uma autorização de 
fornecimento seja emitida com as devidas especificações para que o fornecedor 
não tenha dúvidas em relação ao produto a ser fornecido. 
Antes da emissão da autorização de fornecimento faz-se uma análise 
minuciosa dos dados de aquisição. Todo o processo de aquisição deve ser 
registrado, seja no formato físico ou eletrônico. 
A equipe de compras deve verificar periodicamente se os produtos estão 
sendo entregues de acordo com os prazos acordados. Ao serem detectadas 
pendências, o fornecedor deverá ser comunicado a fim de justificar o motivo do 
atraso e o fato deve ser devidamente registrado. Este registro tem o objetivo de 
monitorar o desempenho do fornecedor. Se houver necessidade de cancelar 
uma autorização, o registro deve ser mantido. 
 
 
 
23 
Previamente ao início do fornecimento, transcorre-se a etapa do 
estabelecimento das bases contratuais. Neste processo deve ser considerando 
os seguintes aspectos: 
• Detalhamento em relação aos serviços e/ou produtos. 
• Os responsáveis de ambas as partes. 
• Os direitos, deveres e obrigações das partes envolvidas. 
• Prazos. 
• Valores contratados e eventuais aditamentos. 
• Formas de pagamento. 
• Critérios de avaliação e sua periodicidade. 
• Mecanismos de controle. 
• Regras para a prorrogação contratual sem que haja interrupções. 
• Definição das multas por descumprimento de cláusulas. 
• Regras para o rompimento contratual e o foro para eventuais relações 
litigiosas. 
O processo de recebimento dos produtos/serviços deve ser registrado. O 
material recebido deve ser classificado como aprovado, reprovado ou aceito sob 
condições especiais. Estes registros são úteis na avaliação dos fornecedores. 
Todos os produtos devem ser sistematicamente inspecionados a fim de 
garantir as especificações segundo o fabricante. Questões de organização & 
métodos, segurança e higiene devem ser consideradas no manuseio dos 
materiais armazenados, assim como aquelas devidas ao controle das condições 
ambientais (temperatura, umidade e iluminação). 
Para produtos químicos, o armazenamento deve respeitar o Plano de 
Higiene Química da instituição. 
Estesdevem ser colocados em armários específicos para produtos 
inflamáveis ou explosivos. Atenção: deve-se respeitar as questões e 
compatibilidade química para o seu armazenamento. O local de armazenamento 
para este tipo de produto deve ser ventilado e, sempre que necessário, deve-se 
realizar medições para detecção de vazamento de gases. A sinalização nesta 
área é de primordial importância! 
Recomenda-se que o fluxo de materiais obedeça à regra PEPS, ou seja, 
“Primeiro que Entra é Primeiro que Sai”. 
 
 
 
 
24 
 
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