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Doença cárie

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Tratamento não invasivo – Uso do flúor 
Clínica da criança I 
Doença cárie 
o A lesão de mancha branca é a primeira manifestação 
clínica da doença cárie. 
Prevenção 
Controle 
o Se dá por meio de um tratamento não invasivo. 
o É fundamental interferir em todos os fatores 
necessários e determinantes da doença, reduzindo 
prioritariamente o consumo de açúcar e 
desorganizando regularmente o biofilme por meio da 
escovação com dentifrício fluoretado com no mínimo 
1.100ppm F, pelo menos 2x ao dia. 
o Cremes dentais na concentração padrão (1.100 a 
1500 ppm F) são efetivos na redução da cárie 
dentária em dentes decíduos de crianças até 06 
anos. 
Meios de uso do fluoreto 
Coletivos 
o Fluoretação da água de abastecimento público. 
o É o meio coletivo de uso de escolha no Brasil (Lei 
federal, 1974) 
o Age reduzindo significativamente a incidência de 
cárie. 
o São uma das 10 maiores conquistas de saúde 
pública do século XX. 
o Age produzindo o efeito anticárie. 
o Ingestão: efeito tópico, ao passar pela cavidade 
bucal. 
o A saliva e o fluido crevicular, ao retornarem à 
cavidade bucal, atuam de maneira tópica. 
o O flúor se mantem presente na saliva total em baixas 
concentrações. 
o A concentração de fluoreto na água, depende de 
fatores como a temperatura média e a altitude. No 
Brasil é de 0,7 a 1,5 ppm F 
o Devem ter baixa concentração e alta frequência. 
Individuais 
o Dentifrícios fluoretados (a quantidade segura de 
dentifrício está em torno de 1.100ppm F). 
o 0-3 anos de idade: grão de arroz (0,1g) 2x ao dia. 
o 3-6 anos de idade: grão de ervilha (0,3g) 2 a 3x ao 
dia. 
o A concentração do creme dental é mais relevante do 
que a quantidade. 
o Devem ter baixa concentração e alta frequência. 
o É o veículo de flúor mais utilizado mundialmente. 
o O seu uso se iniciou no Brasil em 1988, apresentando 
uma sólida evidência na redução dos níveis de cárie. 
o É considerado o meio mais racional de prevenção á 
cárie dentária. 
o A exposição constante dos fluoretos age 
desorganizando o biofilme presente na superfície 
dentária. 
o A ingestão de dentifrícios em jejum aumenta a 
absorção de flúor. 
o Para que haja efetividade na redução da cárie, a 
cavidade oral deve ser exposta ao dentifrício 
fluoretado no mínimo 2x ao dia. 
Profissionais 
o Géis, espumas e vernizes. 
o Solução de diamino fluoreto de prata 
Objetivo final = manutenção do íon flúor constante 
na cavidade bucal. 
o alta concentração e baixa frequência. 
Veículos – géis 
Flúor fosfato acidulado (FFA) 1,23% (12.300 ppm F) 
o É o agente fluoretado mais utilizado 
o Seu pH varia entre 3 e 4 
o Age favorecendo a formação de CaF2 na superfície 
do esmalte. 
o Desvantagem: gosto desagradável, por ser muito 
ácido. 
Fluoreto de sódio neutro 2% 
o 9.000 ppm F 
Indicações 
o Pacientes com restaurações estéticas 
o Após microabrasão do esmalte 
o Crianças menores: gosto mais agradável (menos 
ácido). 
o Há menor formação de CaF2 
o Tem a mesma eficácia do FFA 
o A aplicação é feita com cotonete ou com pinça 
mecha de algodão – embrocação. 
o A aplicação pode ser feita também com escovas 
dentais. 
o Com moldeiras: inteiras ou hemi arco – com géis 
tixotrópicos; é contraindicado para crianças menores 
de 05 anos de idade – tem menor controle de 
ingestão de flúor. 
Verniz de fluoreto de sódio 5% 
o 22.600 ppm F 
o Tem um maior tempo de contato com os dentes, por 
liberar flúor lentamente. 
o Sua ação ocorre pela suspensão de NaF em solução 
alcóolica de resinas naturais. 
o Tem uma maior concentração de flúor. 
o pH neutro 
o o seu efeito preventivo é igual aos géis e espumas. 
o Apresenta facilidade de uso 
o É importante que ocorra a secagem da superfície 
dentária em que o produto é aplicado e o 
isolamento relativo antes da aplicação. 
Solução de diamino fluoreto de prata – cariostático 
o É vista como uma opção para controle de lesões de 
cárie insipientes e cavitadas. 
o O fluoreto de cálcio e o fosfato de prata agem 
reagindo com os cristais de hidroxiapatita. 
o O fosfato de prata desempenha atividade 
antibacteriana. 
o É eficaz na paralisação de lesões de cárie. 
o Desvantagem: escurecimento das superfícies 
dentárias desmineralizadas – fosfato de prata. É 
antiestético 
o Concentração: 10 a 38%. Quanto maior a 
concentração, maior a eficácia antibacteriana e o 
controle da doença. 
Modo de aplicação 
Tratamento não invasivo – Uso do flúor 
Clínica da criança I 
o Superfícies limpas e secas 
o Proteção das mucosas com vaselina sólida 
o Isolamento relativo 
o Aplicação de 1 a 4 minutos 
o Lavagem 
Aplicação tópica profissional de flúor 
o Em lesões ativas: 4 aplicações semanais 
consecutivas. 
o Paciente com risco de desenvolver lesão de cárie: a 
cada 3 meses. 
o Em lesões inativas/sem lesões/sem risco: 1 aplicação 
anual 
Recomendações e cuidados 
o Objetivam evitar a ingestão excessiva. 
o Paciente sentado; 
o Uso constante do sugador. 
o Expectoração vigorosa por 30s após a ATFP 
o Evitar realizar a ATF com o paciente em jejum 
o Em crianças pequenas, a remoção é feita com gaze. 
o Deve-se usar a menor quantidade possível de 
material. 
Técnica de aplicação 
o Duração: 1 a 4 min 
o Há a mesma quantidade de fluoreto de cálcio 
formado = reduzindo o tempo de trabalho clínico e 
a ingestão do produto pelas crianças. 
Secagem 
o Atualmente não é considerado um fator tão 
importante. 
Alimentação 
o Sem consumo de alimentos por 30 minutos após a 
aplicação do flúor. 
Dentifrícios fluoretados 
o Compostos fluoretados: 
o Fluoreto de sódio (NaF): ionizado quando em 
contato com a água. 
o Abrasivo: sílica. 
o Monofluorfosfato de sódio (MFP): ionizado pela ação 
das fosfatases na cavidade bucal. 
o Abrasivo: cálcio 
o A reação do Flúor com o cálcio, resulta em uma menor 
concentração de F solúvel disponível. 
Toxicidade do fluoreto 
Intoxicação aguda 
o São causadas por altas concentrações plasmáticas 
de fluoreto, ou seja, ingestão excessiva de produtos 
fluoretados. 
o Dose certamente letal (DCL): 32mgF/kg 
o Dose tolerada (DST): até 16mgF/kg 
o Dose provavelmente tóxica: 5mgF/kg 
o Sintomas leves: náuseas, vomito, dor abdominal e 
diarreia. 
o Sintomas graves: convulsões, parada cardíaca e 
coma. 
o As crianças com menor massa corporal detém de 
maior risco de desenvolverem uma intoxicação 
aguda após a aplicação de flúor, visto que após a 
ingestão o fluoreto é absorvido rapidamente pelo 
estômago e pelo intestino, e em 30 a 45 minutos, 90% 
dos íons F estão presentes no sangue. 
o Os sinais de intoxicação se manifestam 15 minutos 
após a ingestão. 
o Deve-se administrar leite (cálcio) ou antiácidos 
(alumínio) 
o Encaminhar o paciente para o hospital 
o Induzir o vomito 
o Fazer o monitoramento cardíaco 
 
Intoxicação crônica 
o Gera a fluorose dentária, que é definida como o 
resultado da ingestão crônica de flúor durante o 
desenvolvimento dentário. 
o Causam mudanças na opacidade do esmalte e 
alterações na mineralização, visto que o esmalte se 
torna hipomineralizado. 
o Esmalte fluorótico: tem uma maior quantidade de 
proteínas, mas é menos mineralizado. 
o É causado pela presença de fluoretos em excesso, 
que reduzem a reabsorção de proteínas da matriz 
do esmalte, tornando o esmalte mais poroso. 
o Características clínicas: linhas esbranquiçadas 
horizontais e pequenas áreas opacas nas cúspides. 
o Perda de estrutura dental 
o Severidade: depende de quantidade de fluoreto 
ingerida; da duração da exposição; do estágio da 
amelogênese no período da exposição; 
susceptibilidade individual. 
o O período de maior susceptibilidade (envolvimento 
estético) está em torno dos 20 a 30 meses. 
o A fluorterapia de maneira isolada não impede a 
progressão da doença. 
o A fluorterapia + controle da dieta + HB adequada, 
age diminuindoa incidência de cárie para a maioria 
dos indivíduos saudáveis.

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