Funções Vitais (Veterinária)

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MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
 
1- Observação do Animal: 
 Nível de Consciência: alerta (normal), diminuído (deprimido, apático), 
aumentado (excitado), reduzido. 
 Postura e Locomoção: Normal ou anormal (sugerindo dor localizada, 
fratura, luxação, doenças neurológicas) – observar primeiro em 
repouso e depois em movimento. 
 Condição Física ou Corporal: Obeso, gordo, normal, magro, caquético. 
 Pelame: Pelos limpos, brilhantes ou eriçados, existência de 
ectoparasitas. 
 Formato Abdominal: Normal, anormal (timpanismo, ascite) 
 Características Respiratórias: Eupneia ou dispneia (postura 
ortopneica), tipo respiratório, secreção nasal, etc. 
 Outros: Apetite, sede, defecação, vômito, micção. secreções (vaginal, 
nasal, ocular). 
 
Figura 1- Cão com provável 
disjunção iliossacral (Feitosa, 2020). 
 
Figura 2- Cão em posição ortopneica (Fonte: 
Facebook) 
 
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2- Funções vitais: Iniciar pelo parâmetro que causa menos estresse. 
 Frequência Respiratória (F.R.): 
 Inspeção: Movimentos do gradil costal. 
 Palpação: Ar expirado pelas narinas. 
 Auscultação: Laringe, traquéia ou pulmão. 
 Ruídos respiratórios normais: 
 Ruído respiratório laringo-traqueal: Região Cervical 
 Ruído respiratório traqueo-brônquico: Região anterior do tórax. 
 Ruído respiratório brônquio-bronquiolar: Região dorsal e 
posterior do tórax. 
F.R. normal: 
 Cães = 18 a 36 mrpm 
 Gatos = 20 a 40 mrpm 
 Equinos = 8 a 16 mrpm 
 Bovinos = 10 a 30 mrpm 
 Caprinos e Ovinos = 20 a 30 mrpm 
 Frequência Cardíaca (F.C.): 
 Palpação: Pulso arterial ou choque da ponta 
 Auscultação: Área cardíaca +/- do 3° ao 5-6° espaço intercostal 
esquerdo, sendo: primeira bulha (ruído sistólico) e segunda 
bulha (ruído diastólico). 
F.C. normal: 
 Cães de grande porte = 70 a 120 bpm 
 Cães de pequeno porte = 100 a 160 bpm 
 Filhotes = Até 220 bpm 
 Gatos = 160 a 240 bpm 
 Equinos = 28 a 40 bpm 
 Bovinos = 60 a 80 bpm 
 Caprinos e Ovinos = 90 a 120 bpm 
 Movimentos Ruminais e Cecais (Bovinos, caprinos e ovinos): 
 Movimentos ruminais (Flanco esquerdo) = 7 a 12 
movimentos ruminais a cada 5 minutos. 
 Movimentos cecais (Flanco direito) = 3 a 5 
movimentos cecais a cada 5 minutos. 
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 Temperatura retal (T°C): 
 Temperatura baixa = Hipotermia (Idosos, caquexia, 
insuficiência renal, insuficiência cardíaca congestiva, anemia, 
intoxicações, septicemia) 
 Temperatura normal = Normotermia 
 Temperatura alta = Hipertermia (Temperatura ambiente e do 
ar elevadas, exercício, convulsões, desidratação, pelos ou lã 
em excesso, obesidade, confinamento e/ou transporte sem 
ventilação adequada). 
 Fatores fisiológicos de variações na temperatura retal: Ingestão de 
alimentos (digestão), ingestão de água fria, idade, variação diária 
(circadiana), sexo, raça, estado de nutrição, temperatura ambiente, 
exercício físico, estresse. 
 Bovinos = 37,5 a 38,5°C 
 Ovinos = 38,5 a 40,0°C 
 Caprinos = 38,3 a 39,5°C 
 Cães = 38,0 a 39,3°C 
 Gatos = 38,0 a 39,5°C 
 Suínos = 37,7 a 39,6°C 
 Equinos = 37,5 a 38,0°C 
 
3- Mucosas: Iniciar pelas mucosas aparentes pois podem indicar o estado de 
saúde atual do animal, revelar a existência de enfermidades próprias 
(inflamação, tumores, edema) e auxiliar em conclusões sobre a possibilidade 
de alterações que reflitam o comprometimento do sistema circulatório ou a 
existência de doenças em outras partes do corpo. 
 Mucosas avaliadas: Oculopalpebrais (conjuntiva palpebral superior, 
conjuntiva palpebral inferior, terceira pálpebra (membrana nictitante) 
e conjuntiva bulbar/esclerótica), nasal (+ fácil em equinos pois as 
narinas são maiores e flexíveis), bucal (avaliar TPC – tempo de 
preenchimento capilar, sadio até 2seg; 2-4seg = desidratado; >5seg = 
gravemente desidratado), vulvar (em cadelas: avaliar ocorrência de 
formações vegetantes e hemorrágicas – aspecto de couve flor - 
tumor venéreo transmissível, transmitido principalmente pelo coito), 
prepucial e anal. 
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Atenção à coloração e ocorrência de ulcerações, hemorragias e 
secreções! 
 Classificação e coloração das mucosas: 
 Normocorada = rosa-pálido (normal) 
 Perlácea = pálida, esbranquiçada (indicativo de anemias e 
vasoconstrição periférica – choque, stress, ICC) 
 Hiperêmicas/Congestas = vermelhas (aumento da 
permeabilidade vascular, processos inflamatórios locais ou 
sistêmicos) 
 Cianóticas = azuladas (transtorno na hematose, insuficiência 
cardíaca ou respiratória) 
 Ictérica = amarelada (hiperbilirrubinemia, ictérica pré-hepática, 
hepática ou pós-hepática) 
 
 Corrimentos das mucosas: 
 Fluído: Líquido, aquoso, pouco viscoso e transparente (ex: 
corrimento nasal normal em bovinos); 
 Seroso: Mais denso que o fluído porém ainda transparente (ex: 
processos virais, alérgicos, precede a secreção de infecções ou 
inflamações); 
 Catarral: Mais viscoso, mais pegajoso e esbranquiçado. 
 Purulento: Mais denso e com coloração variável (amarelo-
esbranquiçado, amarelo-esverdeado) 
 Sanguinolento: Vermelho-vivo ou enegrecido (pode se resultado 
de traumatismo, distúrbios hemorrágicos sistêmicos, processos 
patológicos agressivos). 
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Quadro 1- Alterações de coloração das mucosas com seus principais significados e causas. (Feitosa, 2020) 
 
 
 
 
 
 
Mucosa Normocorada 
Mucosa Cianótica 
Mucosa Perlácea Mucosa Hiperêmica 
Mucosa Ictérica 
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4- Avaliação da Hidratação: Uma pele saudável é elástica quando pinçada, 
voltando rapidamente quando solta (em média, 2seg). Em animais 
desidratados (pele ressecada e enrugada), quanto maior o grau de 
desidratação, maior o tempo que a pele permanece deformada. 
 Duas principais causas da desidratação: Perda excessiva de líquido 
devido diarreia e/ou vômito; e ingestão inadequada de água devido à 
privação ou diminuição da quantidade por enfermidades ou 
obstrução. 
 
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Quadro 2- Estimativa da desidratação (Feitosa, 2020) 
 
5- Linfonodos: “Órgãos encapsulados constituídos de tecido linfoide e que 
aparecem espalhados pelo corpo, sempre no trajeto de vasos linfáticos.” – 
Feitosa, 2020. 
 O exame do sistema linfático se baseia em inspeção, palpação (melhor 
avaliação) e, quando necessário, biópsia (punção dos linfonodos). 
 Avaliar os linfonodos quanto: 
 Tamanho: Varia com a idade e estado nutricional; 
enfartamento em processos agudos; o aumento pode 
comprimir estruturas vizinhas, a não palpação é forte 
indício de anormalidade. 
 Sensibilidade: Aumentada nos processos inflamatórios 
agudos e normal nos crônicos; 
 Consistência: normal = firme; 
o Processos agudos com abcessos = 
flutuante; 
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o Processos crônicos e neoplásicos = dura. 
 Mobilidade: Diminuída em processos agudos e crônicos; 
 Temperatura: Aumentada em processos agudos, 
normal em processos crônicos. 
 Superfície: Lisa, multilobular 
Linfonodos palpáveis: