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36 Unidade II Unidade II 3 OS PRINCIPAIS SEGMENTOS TURÍSTICOS Iremos compreender melhor os diferentes segmentos encontrados no mercado de turismo e utilizados como parâmetro de roteiros turísticos, para melhor entender sua tipologia e classificação dentro desse mercado. Isso permitirá identificar os elementos que compõem cada um dos segmentos abordados e entender assim a demanda e oferta turística que devem sempre estar presentes nos segmentos descritos anteriormente. Em 2006, o Ministério do Turismo (BRASIL, 2006) definiu alguns segmentos turísticos como prioridade para o desenvolvimento no Brasil e publicou uma série de cartilhas com marcos conceituais. Vamos identificar esses segmentos turísticos a partir de agora. 3.1 Turismo social É a forma de conduzir e praticar a atividade turística promovendo a igualdade de oportunidades, a equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão. O turismo social visa expressar o bem-estar social, permite a emancipação para o turismo de grupos cujo poder aquisitivo não lhes permitiria, em condições normais, o acesso ao produto turístico e possibilita a democratização do turismo. No Brasil, a entidade que mais promove o turismo social é o Serviço Social do Comércio (Sesc), que possui como principais objetivos proporcionar novas oportunidades de lazer, inacessíveis a um grande número de comerciários, através da redução de custos nas excursões e das demais atividades de turismo social, a integração interpessoal e o enriquecimento cultural, com ênfase na ação de educação para e pelo turismo, além da recuperação física e mental. A entidade promove o turismo social por três formas distintas: • Emissivo: por meio do incentivo a grupos de terceira idade e organização de viagens para associados com valores subsidiados. • Receptivo: através de um conjunto de serviços e programações turísticas destinadas aos visitantes (turistas individuais ou grupos) oriundos de diversas localidades que abrangem entretenimento, diversão, conhecimento cultural e contato com novas realidades e convivências. 37 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS • Hospedagem: envolvem os serviços de acomodação, alimentação e entretenimento em meios de hospedagem do Sesc. São destinados a atender à clientela comerciária (valores subsidiados) ou não (valores normais), procurando empregar a gestão hoteleira dentro de modernos padrões de qualidade e de hospitalidade. 3.1.1 Diretrizes básicas técnico-operacionais de turismo social Para a otimização e o desenvolvimento da atividade turismo social, deve-se priorizar a execução das seguintes linhas de atuação: • A atividade de turismo social deve ser estruturada de forma integrada, moderna e adequada, a fim de atingir o máximo de eficiência e eficácia. • O turismo social deve se caracterizar como área complementar em atuação com a cultura, objetivando estruturar sua especificidade, diferenciando-o do chamado turismo de massa, meramente comercial. • É essencial estar sempre atento às modificações, para oferecer à sua clientela propostas turísticas emergentes, com roteiros e ações inovadores e renovação constante de destinações turísticas. A pesquisa deverá se constituir num procedimento metodológico regular, pois permitirá, entre outras vantagens, a sondagem junto à clientela, antes do lançamento da programação do turismo social, a qual é fundamental para conhecer e analisar o potencial da demanda. Ela proporcionará uma adequação da oferta de serviços às necessidades e aos interesses do mercado, além de identificar atividades e roteiros inovadores em outros lugares, até mesmo em outros países. Na atividade turística social, os investimentos em infraestrutura têm, necessariamente, que ser acompanhados de investimentos em recursos humanos. Nesse sentido, a qualificação e capacitação da mão de obra é fundamental para o incremento da atividade e deve constituir o componente-chave da chamada oferta turística. Desde o planejamento até a gestão de empreendimentos e de equipamentos de caráter social, é preciso contar com elementos qualificados e especializados. Para obtê-los, é necessário viabilizar programas de capacitação de pessoal de amplo alcance, com cursos e reciclagens para todos os níveis requeridos. 3.1.2 Política de RH para turismo social Os cargos diretamente envolvidos com a proposta de turismo social devem ter pelo menos os seguintes níveis de formação: 38 Unidade II Quadro 4 Categorias funcionais Nível de escolaridade Gerente, coordenador, chefe e supervisor Superior Programador de turismo Operador de turismo Operador de receptivo Auxiliar de operação Superior/tecnólogo Guia de turismo Curso técnico que permita obter a carteira de atuação emitida pelo Ministério do Turismo Figura 22 – Guias de turismo exibem sua carteira de habilitação expedida pelo Ministério do Turismo Entre as categorias de profissionais revistas para atuar na área de turismo social, destacam-se: • Coordenação (gerente, coordenador, chefe ou supervisor): é responsável pelo gerenciamento, supervisão e controle da atividade. • Programador de turismo: é responsável pelo planejamento, montagem e avaliação de roteiros de viagem ou excursões e pelo cálculo dos custos dos programas turísticos. • Operador de turismo: é responsável pela preparação de excursões a serem comercializadas. • Operador de receptivo: é responsável pelo planejamento, montagem, preparação, execução e avaliação dos serviços turísticos receptivos, como traslados e passeios locais (city tour, sightseeing, city by night etc.), com ênfase no enriquecimento cultural e na ação de educação para e pelo turismo. 39 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Figura 23 – Ônibus de turismo • Auxiliar de operação: auxilia o operador de turismo/receptivo. • Guia de turismo: é responsável pelos serviços de acompanhamento de grupo, animação, procedimentos inerentes à realização da excursão, relatório de viagem, estímulo à participação em novos programas e assessoramento em todas as fases do processo. Observação O sightseeing é um passeio turístico. Pode ocorrer para um destino ou ser um atrativo específico ou se referir a apenas um tour pela cidade. Geralmente, ocorre em meios de transporte especialmente preparados para tal fim. 3.2 Ecoturismo É um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações. Figura 24 – Turista observa a natureza à sua volta: segmento de ecoturismo 40 Unidade II 3.3 Turismo cultural Compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura. Entre os locais para a prática dessa atividade, podemos destacar os destinos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como de patrimônio cultural da humanidade, como Olinda, localizada no estado de Pernambuco, e Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. Figura 25 – Vista panorâmica de Olinda/PE Figura 26 – Vista panorâmica de Ouro Preto/MG Saiba mais Para obter mais informações sobre Olinda/PE, consulte: https://www.olinda.pe.gov.br/ Para obter mais informações sobre Ouro Preto/MG, consulte: https://ouropreto.org.br/ 41 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS 3.4 Turismo religioso O turismo religioso configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas. São considerados exemplos de lugares onde essa prática ocorre os destinos de Aparecida, no estado de São Paulo; o Vaticano, localizado em Roma, na Itália; Lourdes, na França; ou ainda Israel, no Oriente Médio. Descreve-se a seguir um exemplo deroteiro para ser realizado em Israel e voltado à prática do turismo religioso. Israel e Jordânia clássico Dia 1 – Brasil/Tel Aviv – Apresentação na cidade de origem para embarque para São Paulo – Guarulhos ou apresentação no aeroporto Internacional de São Paulo – Guarulhos para embarque em voo Latam Airlines com destino a Tel Aviv. Dia 2 – Tel Aviv – Chegada e após os trâmites de imigração, traslado ao hotel de Tel Aviv. Jantar. Dia 3 – Mar Aberto e Massada – Após o café da manhã, viagem ao deserto da Judeia. Subida à fortaleza de Massada por teleférico, última fortificação dos judeus em sua luta contra os romanos. Visita a escavações do Palácio de Herodes, a Sinagoga, Aqueduto. Vista panorâmica do Campo Romano. Tempo livre para banho nas águas salgadas do mar Morto, conhecido como mar Salgado ou região de Sodoma da Bíblia. Retorno ao hotel de Tel Aviv. Jantar. Dia 4 – Tel Aviv/Cesareia Marítima/Haifa/Acre – Após o café da manhã, breve visita à cidade de Tel Aviv – Jaffa. Continuamos pela costa até Casareia Marítima para visitar o Teatro Romano, a cidade cruzada e o aqueduto. Continuamos até Haifa para visitar o Mosteiro Carmelita de Stella Maris e depois, desde o Monte Carmelo, apreciar uma vista panorâmica dos Jardins Persas do Templo Bahai e do porto na baía de Haifa. Continuação até Acre, cidade cruzada, onde visitaremos as fortificações medievais. Nossa viagem termina na Galileia. Jantar. Figura 27 – Tel Aviv, Estado de Israel 42 Unidade II Dia 5 – Região do Mar da Galileia/Caná da Galileia/Nazaré – Após o café da manhã, saída para travessia de barco do mar da Galileia como na época de Jesus. Saída para o Monte das Bem Aventuranças, lugar do Sermão da Montanha de Jesus. Seguimos para Tabgha, lugar da multiplicação dos pães e dos peixes. Continuamos até Cafarnaum, onde estão a antiga Sinagoga e a casa de São Pedro. Na parte da tarde, via Tiberíades e Caná da Galileia, viajaremos a Nazaré. Visita à Basílica da Anunciação e à carpintaria de José. Retorno ao hotel. Hospedagem na Galileia. Jantar. Dia 6 – Vale do Jordão/Safed/Monte Tabor/Jerusalém – Após o café da manhã, saída para Safed e visita às suas encantadoras ruelas e sinagogas. Safed, centro de Cabala (mística judaica) conhecida mundialmente. Continuação até Yardenit, lugar tradicional de batismo do rio Jordão. Continuamos para Monte Tabor para visitar a Igreja da Transfiguração. Prosseguimos atravessando o Deserto da Judeia até chegar a Jerusalém. Hospedagem em Jerusalém. Jantar. Dia 7 – Jerusalém Cidade Nova/Ein Karem/Belém – Após o café da manhã, saída para uma visita da Cidade Nova de Jerusalém. Visita ao Santuário do Livro no Museu de Israel, onde estão expostos os manuscritos do Mar Morto e do modelo que representa a cidade de Jerusalém à época de Jesus. Vista da Universidade Hebraica de Jerusalém. Depois seguiremos até o memorial de Yad Vashem (Museu do Holocausto). Continuamos para Ein Karem para visitar as igrejas da Visitação e de São João Batista. Na parte da tarde, viagem a Belém. Visita à Igreja da Natividade, Gruta do Nascimento, Capela de São Jerônimo e de São José. Regresso a Jerusalém. Hospedagem e jantar. Figura 28 – Cidade de Jerusalém (parte antiga), estado de Israel Dia 8 – Jerusalém – Monte das Oliveiras/Cidade Antiga – Após o café da manhã, saída via Monte Scopus até o Monte das Oliveiras. Panorâmica da Cidade Amuralhada. Continuação até Getsêmani, a Basílica da Agonia. Continuamos até a Cidade Velha de Jerusalém. Visita ao Muro das Lamentações e visita da Explanada do Templo. Via Dolorosa, Igreja do Santo Sepulcro, Monte Sião, Túmulo do Rei Davi, Cenáculo (lugar da última ceia), a Abadia da Dormição. Hospedagem em Jerusalém. Jantar. 43 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Dia 9 – Jerusalém/Tel Aviv/Brasil – Café da manhã. Em horário pré-determinado, traslado ao Aeroporto Bem Gurion em Tel Aviv para embarque em voo Latam Airlines com destino a São Paulo – Guarulhos. Dia 10 – Brasil – Chegada em São Paulo – Guarulhos e fim dos nossos serviços ou reembarque em voo Latam Airlines com destino à cidade de origem. Datas de saída: 18 de abril e 13 de junho. Preços por pessoa: a partir de US$ 3.100,00. O preço inclui: passagem aérea desde São Paulo; 7 noites de hospedagem; traslados de chegada e saída; passeios com guias em português, café da manhã; diploma de peregrino; kit viagem, guia acompanhante desde São Paulo e Seguro de Viagem. Fonte: Nova Operadora (s.d.). Observação Os kits de viagem oferecidos pelas operadoras de viagem incluem normalmente uma mochila (que também auxilia na identificação do grupo), etiquetas de bagagem e porta-documentos. O turismo místico e o turismo esotérico também podem ser associados ao turismo religioso, mas nesse caso caracterizam-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca da espiritualidade e do autoconhecimento em práticas, crenças e rituais considerados alternativos. 3.5 Turismo de estudos e intercâmbio Constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação e ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional. Figura 29 – Turistas dialogam em diferentes idiomas: turismo de intercâmbio 44 Unidade II 3.6 Turismo esportivo Compreende as atividades turísticas decorrentes da prática, envolvimento ou observação de modalidades esportivas. Nesse segmento destacam-se os turistas que se deslocam para assistir aos megaeventos esportivos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, que são realizadas de quatro em quatro anos em alguma cidade (Olimpíada) ou país (Copa do Mundo). A audiência de uma abertura de um desses megaeventos chega a superar um bilhão de espectadores, e os preparativos ocorrem com pelo menos seis anos de antecedência, o que demonstra a grandeza e importância dada pelos países que sediam esses eventos, cujas melhorias costumam ficar como legado, já que o destino passa a ser conhecido e mais visitado mesmo após vários anos da sua realização. Um exemplo disso foi a Olimpíada de Barcelona, realizada em 1992 e que até hoje reflete nas motivações de visitação a esse destino, que se tornou uma das cidades mais procuradas em todo o mundo após a realização do evento. O Brasil foi o único país a ter a oportunidade de organizar num intervalo de dois anos esses dois megaeventos. Em 2014 ocorreu a Copa do Mundo no Brasil e em 2016 foram promovidos os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Figura 30 – Selo em referência aos megaeventos esportivos ocorridos no Brasil Além disso, não podemos nos esquecer de outros campeonatos esportivos de menor abrangência ou específicos de algum esporte, que, embora não sejam organizados com tanta antecedência como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo, são capazes de trazer um contingente considerável de torcedores, imprensa e atletas. 45 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Figura 31 – Torcedor presente em estádio da Copa do Mundo 3.7 Turismo de pesca Compreende as atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora. Figura 32 – Prática de pesca amadora 3.8 Turismo náutico Caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas como finalidade da movimentação turística. Observa-se que esse segmento tem algumas variáveis significativas: turismo fluvial, de represas, lacustre e marítimo. Figura 33 – Veleiro utilizado para a prática de turismo náutico 46 Unidade II 3.9 Turismo de aventura Compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura (ABETA, s.d.), o setor possui uma série de normas técnicas e programas para a efetiva segurança e responsabilidade da operação técnica. Dentro do turismo de aventuras, é possível praticar um série de atividades entre as quais se destacam rafting, rapel, tirolesa e trekking. No Brasil existem cerca de 500 mil praticantes de esportes radicais ligadosà natureza, contando os profissionais e os amadores. Essas pessoas realizam pelo menos uma das 46 formas de esportes radicais praticados no país. As principais motivações para praticar o turismo de aventura ocorrem internamente, como necessidade de sobrevivência e possibilidade de sentir emoções diferenciadas; e externamente, como possibilidade de gritar, proximidade com a natureza e momento de curtir a vida intensamente. Observação O rafting é um esporte em equipe que se baseia na prática de descida em corredeiras, utilizando botes infláveis e equipamentos de segurança. Figura 34 – Atividade de rafting Há pouco tempo, o turismo de aventuras no Brasil se encontrava em um patamar de baixa qualidade (até para os padrões da América Latina, que não eram os mais altos). Os próprios catálogos dos destinos de aventura (EUA e Europa) não citavam o Brasil em suas publicações, não por falta de lugares, mas por acidentes de organização, pois com os acidentes em destaque não era possível que 47 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS o segmento crescesse. Com o surgimento da Abeta, foi possível organizar o trade e criar normas para a segurança do segmento. Esse fato gerou um enorme crescimento do turismo de aventura. Vale destacar que a Abeta convidou operadores de turismo de vários países a conhecer os atrativos brasileiros e estimulou a implementação das normas ISO (Organização Internacional de Normatização), que inclusive passou a reconhecer a certificação brasileira como uma grande referência para o setor no mundo. Em menos de sete anos, o turismo de aventuras passou de improvisação para líder mundial em normatização e saltou para 5 milhões e meio de praticantes domésticos. Segundo a OMT (apud BRASIL, 2018a), 20% de todos os turistas estrangeiros no Brasil praticam alguma atividade na natureza. Figura 35 – Equipamentos utilizados para a prática de rapel Saiba mais A Abeta é uma entidade sem fins lucrativos que reúne empresas que atuam com ecoturismo e turismo de aventura para a prática de forma profissional e segura. Mais informações podem ser obtidas no link a seguir: http://abeta.tur.br/pt/ Veremos a seguir alguns destinos bastante comuns no turismo de aventuras. Entre os principais, destaca-se o Yosemite National Park, na Califórnia, Estados Unidos, que apresenta as seguintes características: 48 Unidade II • altitude máxima de 3,997 m (Monte Lyell); • é conhecido por suas cachoeiras de até 739 m (incluindo a terceira maior do mundo), antigas e gigantescas sequoias e profundos vales; • é o sonho dos escaladores do mundo todo; • tem como modalidades de aventura a caminhada, escalada, bigwall, escalada esportiva, escalada em gelo, ciclismo, esqui e camping. Também nos Estados Unidos, o Grand Canyon configura-se como um interessante destino para a prática do turismo de aventuras. O parque fica aberto 24 horas por dia, para que sua beleza seja apreciada em todas as horas. No local é possível realizar trilhas a pé ou no lombo de mulas, trekking e até esqui durante as nevascas, entre outras atividades. Figura 36 – Grand Canyon, Estados Unidos O Nepal é um país asiático situado entre a Índia e o Tibete, cuja capital é Katmandu. Possui 14 montanhas, entre elas, 8 das maiores do mundo, inclusive o Monte Everest. As modalidades praticadas são rafting, mountain bike, montanhismo, trekking e até mesmo safári, entre outras. Figura 37 – Montanhas do Nepal 49 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS O Parque Nacional Los Glaciares, na Argentina, foi criado em 1937 para preservar uma grande área de gelo continental. Composto por montanhas dos Andes, florestas frias, geleiras e grandes lagos glaciais, estende-se por 600 mil hectares. A cidade mais próxima da entrada sul é El Calafate, na província de Santa Cruz (Argentina) e que dá acesso ao maior dos glaciares. O Perito Moreno, iceberg com paredes de até 60 m de altura e mais de 500 km² de superfície, destaca-se no local. Figura 38 – Glaciar Perito Moreno, Argentina A Nova Zelândia está localizada a sudoeste do Oceano Pacífico e é conhecida como o principal país do turismo de aventura. Entre as atividades preferidas, estão surf, bungee jumping, paraquedismo, embarque em uma lancha que faz manobras arriscadas em um rio de águas rasas, snowboard nas montanhas, entre outros. Observação O bungee jumping é um esporte radical que tem adeptos em vários locais do mundo. Os saltos geralmente são praticados de prédios e pontes. A Costa Rica é o país da América que mais se destaca no turismo de aventura. Nesse país teve início a prática do arvorismo, que se alastrou pelo mundo todo. No destino são oferecidas as modalidades contemplativa e acrobática. A primeira é praticada a partir dos teleféricos do Bosque Chuvoso das Costas do Caribe e do Pacífico, visualizando toda a selva e a diversidade de animais. Na segunda, o turista fica preso a um cabo de segurança, caminha sobre cordas de aço e equilibra-se em estribos. 50 Unidade II Figura 39 – Monte Cook, Nova Zelândia Figura 40 – Vulcão na Costa Rica 3.10 Turismo de sol e praia Constitui-se de atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor. O Brasil apresenta enorme potencial para a prática dessa atividade devido à enorme diversidade de seu litoral, um dos maiores do mundo em extensão territorial, aliada à quantidade de dias de sol em muitas regiões do país, especialmente na região Nordeste, onde há muitos destinos que apresentam mais de 300 dias com sol por ano. Outro destino bastante procurado, especialmente por turistas norte-americanos, é o Caribe, em função dos seus diversos dias de sol e praias paradisíacas. 51 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Figura 41 – Turismo de sol e praia 3.11 Turismo de negócios e eventos Compreende o conjunto de atividades turísticas decorrentes dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social. Figura 42 – Homem de negócios Conjunto de atividades de viagem, de hospedagem, de alimentação e de lazer praticado por quem viaja a negócios referentes aos diversos setores da atividades comercial ou industrial ou para conhecer mercados, estabelecer contatos, firmar convênios, treinar novas tecnologias, vender ou comprar bens e serviços (ANDRADE, 2000, p. 73). Há 15 anos, pensou-se ser uma atividade em extinção devido à redução de gastos das empresas e do avanço dos recursos tecnológicos que permitiram reuniões a distância com ótima qualidade de 52 Unidade II som e imagem. Ao mesmo tempo, a globalização aproximou os lugares distantes e estimulou acordos e comércio entre os diferentes países/locais com a revalorização do contato pessoal, o que incentivou o retorno do turismo de negócios em todo o mundo. No Brasil, o turismo de negócios movimenta cerca de R$ 3,4 bilhões/ano, sendo que o item viagens é o terceiro maior gasto nas empresas (atrás apenas de salários e processamento de dados). As viagens representam, em média, 7% dos custos operacionais das empresas. Os países de maiores mercados emissores/receptores de turismo de negócios são Estados Unidos, Japão, Alemanha e China. No que se refere a cidades, destacam-se Nova York, Milão, Barcelona, Paris, São Paulo e Rio de Janeiro. As principais atividades realizadas dentro desse segmento são congressos e seminários, exposições, feiras, reuniões de trabalho e eventos de diversas espécies. 3.11.1 Diferenciais das empresas para turismo de negócios A fim de conquistar e fidelizar seus clientes de negócios, as empresas aéreas procuram oferecer programa de milhagem; sala VIP nos aeroportos (com chuveiro, televisão, computador, buffet self-service, poltrona de relaxamento e Wi-Fi); serviços de check-in facilitado (fast check-in, bilhete virtual, check-in exclusivo para pax sem bagagem e return check-in) e investimento em espaço e mais serviços na classe executiva(cada vez mais parecida com a first class). Já os hotéis voltados aos turistas de negócios oferecem atualmente premiação a hóspedes assíduos com diárias gratuitas e descontos; desenvolvimento dos programas de pontos em hotéis/redes conveniadas juntamente com programas de pontuação de companhias aéreas; desconto de até 50% na diária em finais de semana; centros de convenções para atender empresas e executivos; descontos em casas de shows, cinemas, teatros e boates; apartamentos equipados com internet e business center, além do investimento em informatização e mão de obra qualificada para atendimento com mais agilidade. As agências de viagens que atendem a esse público realizam reservas (de transporte, locação e hotéis) em qualquer lugar do mundo, em segundos, graças aos GDS; entregam passagens/vouchers nas empresas; possuem postos das agências dentro de suas instalações, com pessoal especializado para atender conta-corrente, que possui uma dinâmica de viagens muito diferente em relação aos turistas de lazer. Vale destacar que as maiores agências de viagens corporativas cobram fees de suas empresas correntistas. Lembrete O GDSs são megassistemas cuja função é a intermediação eletrônica, como meio de comunicação, entre as agências de viagens e as companhias aéreas, hotéis, locadoras de veículos, operadoras etc. 53 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Até mesmo os cruzeiros marítimos procuram atualmente oferecer um tipo de serviço diferenciado voltado ao turista de negócios, já que os executivos de alto nível estão trocando as salas de reuniões em hotéis por encontros em cruzeiros. Entre esses diferenciais, destacam-se: • Navios equipados com centros de convenções, sala de vídeo, business center, discotecas, piscinas, entretenimento a bordo, saunas e quadras de tênis, basquete e vôlei. • Destinos como Mediterrâneo, Caribe, América Latina e Europa, que são os mais utilizados. • Maior flexibilidade para empresas decidirem o roteiro e o tema do evento (festas, tipos de roupas, temas, refeições e portos de paradas). • Navios que organizam todas as etapas do evento (programação, acomodação, alimentação, atividade extra e segurança). Figura 43 – Navios de cruzeiros: novo destino de turismo de negócios Lembrete Os segmentos de turismo cultural, religioso, esportivo, pesca, náutico, aventura e de saúde utilizam como base a segmentação psicográfica, associada à motivação dos viajantes em escolher um tipo de viagem. 3.12 Turismo rural É o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade. 54 Unidade II Figura 44 – Local para a prática de turismo rural 3.13 Turismo de saúde Constitui-se de atividades turísticas decorrentes da utilização de meios e serviços para fins médicos, terapêuticos e estéticos. É interessante observar que muitos destinos acabaram se especializando para atender a esse tipo de público, a exemplo do que ocorre nos municípios paulistas de Águas de Lindoia, Serra Negra e Lindoia (inseridos em uma região conhecida como Circuito das Águas Paulista, em virtude das propriedades medicinais de suas águas minerais). Outro exemplo é o município de São Paulo/SP, que possui uma rede hospitalar diversificada e de referência em todo o país, com médicos reconhecidos mundialmente e equipamentos de diagnóstico de última geração. Por conta disso, recebe muitas pessoas interessadas em realizar tratamento que precisam hospedar-se, alimentar-se e deslocar-se até o município, sem contar os seus acompanhantes, que têm as mesmas necessidades, além de poderem conhecer o município enquanto ocorre o tratamento, o qual muitas vezes dura dias, semanas ou até mesmo meses. Figura 45 – Turismo de saúde em locais com equipamentos de última geração 55 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS 3.14 Turismo de eventos É o deslocamento de pessoas com interesse em participar de eventos focados para a capacitação técnica, científica, profissional e cultural que envolve toda a cadeia produtiva do turismo. Divide-se em várias categorias e definições de acordo com o tamanho, perfil de público e objetivo. Figura 46 – Shows estimulam o turismo de eventos 4 OS NOVOS SEGMENTOS TURÍSTICOS Além dos segmentos definidos como prioritários pelo Ministério do Turismo em 2006, outros segmentos foram identificados pelos pesquisadores brasileiros em 2009, devido à diversificação da demanda turística. Esse fato influencia na ampliação da demanda turística no país e na necessidade de discutir e contextualizar os mais diversos segmentos por eles identificados. Ansarah e Panosso Neto (2009) reuniram vários pesquisadores da academia brasileira e publicaram um livro que aborda essa ampla discussão. Vamos aos segmentos identificados. 4.1 Turismo étnico Constitui-se de atividades turísticas decorrentes da vivência de experiências autênticas em contato direto com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos. Busca estabelecer um contato próximo com a comunidade anfitriã, participar de suas atividades tradicionais e observar e aprender sobre suas expressões culturais, estilos de vida e costumes singulares. 56 Unidade II Figura 47 – Habitação tribo Massai, Quênia 4.2 Turismo paisagístico Decorrente das observações da paisagem da localidade visitada. Esses recursos paisagísticos podem ser naturais ou arquitetônicos. Um exemplo seria o estímulo aos turistas e visitantes terem uma experiência significativa de Hong Kong à noite. Figura 48 – Vista noturna de Hong Kong, China 4.3 Turismo cívico Tipo de turismo que ocorre em função de deslocamentos motivados pelo conhecimento de monumentos, fatos, observação ou participação em eventos cívicos, que representem a situação presente ou a memória política e histórica de determinados locais. 57 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Figura 49 – Desfile da Independência da Grécia: turismo cívico 4.4 Turismo arqueológico Consiste no deslocamento e permanência de visitantes a sítios arqueológicos, onde são encontrados vestígios de antigas sociedades, sejam elas pré-históricas e/ou históricas e passíveis de visitação terrestre ou aquática. Figura 50 – Sítio arqueológico de Chichén Itzá, México 4.5 Turismo sertanejo Atividade de lazer interativa, onde estão presentes o quadro natural, a cultura regional e a inclusão social da população local. É uma forma de lazer fundamentada na paisagem natural, patrimônio e desenvolvimento social, cultural e paisagístico. Duas festas bem famosas no universo sertanejo são os rodeios e as vaquejadas, intimamente ligadas à cultura do homem do campo, rural. 58 Unidade II Figura 51 – Homem sertanejo 4.6 Turismo comunitário Compreendido de organização empresarial sustentada na propriedade e na autogestão dos recursos patrimoniais comunitários, como o arranjo das práticas democráticas e solidárias no trabalho e na distribuição dos benefícios gerados pela prestação de serviços turísticos, com possibilidade de interação entre visitantes e comunidade receptora. É também conhecido como turismo de base local. Figura 52 – Comunidade que desenvolve turismo de base local Saiba mais Para obter mais informações sobre o segmento de turismo de base comunitária, consulte a cartilha publicada pelo Ministério do Turismo: BARTHOLO, R.; SANSOLO, D. G.; BURSZTYN, I (org.). Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras. Rio de Janeiro: Letra e Imagem, 2009. 59 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS 4.7 Turismo LGBTQI+ Tipo de turismo que envolve planejamento, operação e divulgação de destinos turísticos para o público homossexual e simpatizantes. Trabalha desde a divulgação e comercialização de produtos e serviços, destinos e atividades especificas até a implantação, gestão, operação e marketing de novos e antigos destinos que recebem esse público de maneira exclusiva ou inseridano contexto maior de inclusão social e cidadania. Possui, ainda, uma cadeia produtiva bem estruturada nas artes, no cinema, na literatura etc. Os termos GLS e LGTB não são mais utilizados e foram substituídos por LGBTQI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer e intersexuais), conforme as publicações oficiais. A sigla é dividida em duas partes. A primeira, LGB, diz respeito à orientação sexual do indivíduo. A segunda, TQI+, diz respeito ao gênero. Saiba mais Consulte o documento a seguir: SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. Diversidade sexual e cidadania LGBT. 3. ed. São Paulo: SJDC/SP, 2018. Disponível em: http://justica.sp.gov.br/wp-content/uploads/2017/07/Cartilha- 3a-Edi%C3%A7%C3%A3o-Final.pdf. Acesso em: 5 fev. 2020. Figura 53 – Cores do arco-íris: símbolo do movimento LGBTQI+ 4.8 Turismo gastronômico Considerada uma vertente do turismo cultural, no qual o deslocamento de visitantes se dá por motivos vinculados às práticas gastronômicas de uma determinada localidade. Ele pode ser operado a partir de atrativos como culinária regional, eventos gastronômicos e oferta de estabelecimentos de alimentos e bebidas diferenciadas, bem como roteiros, rotas e circuitos gastronômicos. 60 Unidade II Figura 54 – Pizza: um dos maiores símbolos do turismo gastronômico 4.9 Enoturismo Refere-se à visitação em vinhedos, vinícolas e festivais ou mostras de vinhos em que haja degustação de uva nas vinícolas e/ou as experiências em uma região de uvas sejam o fator principal da motivação da viagem. No Brasil, destaca-se a região da Serra Gaúcha. No exterior, algumas regiões se destacam pela produção de vinho de excelência. Entre elas, podemos destacar: Quadro 5 País Regiões França Champagne, Alsace, Languedoc-Rousillon, Bourgogne, Provence e Bordeaux Itália Piemonte e Toscana Espanha Rioja, Ribera del Duero e Penedez Chile Valle Central África do Sul Várias regiões, com destaque para as uvas Chenin Blanc, Colombard e Cabernet Sauvignon, Shiraz e Pinotage Austrália Diversas regiões, com destaque para a uva Shiraz Estados Unidos Califórnia Portugal Porto, Alentejo e Douro Argentina Mendonza 61 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Figura 55 – Vinícola: local onde se pratica o enoturismo 4.10 Hotel design Empreendimento que utiliza novas tecnologias e tem como características principais uma arquitetura futurista e funcional. Busca, inicialmente, reformar antigos espaços, aliando arquitetura moderna a um modernismo ascético, apresentando decoração ousada, opulência nostálgica, atmosfera alegre e descontraída e fantasia extravagante. Figura 56 – Hotel design 4.11 Turismo em parques temáticos São parques onde os espaços são destinados ao lazer e ao entretenimento individual ou em grupo. Neles se encontram atrações criadas a partir de um tema específico e/ou preestabelecido, que é a 62 Unidade II inspiração para todas as atrações que o parque disponibiliza aos visitantes, de equipamentos, roupas e acessórios a gastronomia, arquitetura e urbanização. Os maiores parques temáticos no Brasil são o Hopi Hari, localizado entre os municípios paulistas de Campinas e São Paulo, e o Beto Carrero World, localizado em Penha/SC, próximo ao destino catarinense do Balneário Camboriú. No exterior destacam-se os Parques Temáticos da Disney, localizados nos Estados Unidos (Califórnia e Flórida) e na Europa, e da Universal, localizado na Flórida. Figura 57 – Entrada do Parque Temático Universal, Flórida, Estados Unidos 4.12 Turismo linguístico Embora intimamente ligado ao turismo de intercâmbio, eles são diferentes em suas bases operacionais. O intercâmbio envolve vários temas, como cultura local, gastronomia etc., enquanto o linguístico envolve o estudo da língua e suas estruturas. 4.13 Turismo de excentricidades Esse segmento é representado por atividades em que o “diferente”, o “extraordinário”, é o cerne da prática turística, como caminhada a pé pelo Saara, mendicância em países europeus, vivência como imigrante ilegal etc. Essa discussão remete ao turismo de experiências, isto é, aquele que quer sentir as emoções em situações extremas. Figura 58 – Beduínos se deslocam em deserto na Tunísia, África 63 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS 4.14 Turismo hedonista Considerado o turismo das sensações, pois valoriza a criatividade e o prazer. Define-se como deslocamento individual e/ou de grupo para atividades de visitação e turismo que se utiliza de uma oferta turística diversificada envolta numa atmosfera de magia, prazer, liberdade, aventura, fantasia etc. Figura 59 – Ilustração sobre o hedonismo 4.15 Turismo futebolístico Atividade turística motivadas por eventos ligados exclusivamente ao futebol. Envolve assistir a campeonatos, finais, treinos abertos ao público, cursos e visitas guiadas ao complexo da agremiação, praças e museus de equipes de futebol. Figura 60 – Estádio do Real Madrid, Espanha 64 Unidade II 4.16 Turismo acessível São atividades turísticas integradas a áreas de lazer não adaptadas que a pessoa com deficiência consegue realizar, sempre sob a perspectiva da inclusão. Trata-se de atividades e espaços adaptados para que as pessoas com deficiência possam participar em conjunto com outras pessoas. Essas atividades e espaços obedecem a vários critérios e normas técnicas no que diz respeito à oferta de produtos e serviços turísticos destinados a esse nicho. Figura 61 – A liberdade promovida pelo turismo acessível 4.17 Turismo ferroviário Para Tomelin (2001), o transporte é essencial no deslocamento do turista, sendo um elemento de lazer e de viagem. O turismo ferroviário no Brasil é explorado somente em roteiros ferroviários previamente estabelecidos, como trens turísticos. Os circuitos são definidos com agenda e programação prévia. A Resolução n. 359 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de 26 de novembro de 2003, estabelece que os trens turísticos e os histórico-culturais caracterizam-se por contribuírem para a preservação do patrimônio histórico e da memória das ferrovias e operam durante todo ano, enquanto os trens comemorativos caracterizam-se pela realização de um evento específico e isolado (ANTT, 2003). A seguir estão listados os trens turísticos e culturais autorizados atualmente a operar no Brasil pela ANTT: São João Del Rei/Tiradentes UF: MG Extensão: 12 km Operadora: Ferrovia Centro Atlântica – FCA Detentor do Trecho: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT. Resolução n. 468 Publicação: 22/3/2004 65 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS São Lourenço/Soledade de Minas UF: MG Extensão: 10 km Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF Resolução n. 2.675 Publicação: 28/4/2008 Passa Quatro/Coronel Fulgêncio UF: MG Extensão: 10 km Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF Resolução n. 2.688 Publicação: 8/5/2008 Ouro Preto/Mariana UF: MG Extensão: 18 km Operadora: Ferrovia Centro Atlântica – FCA Detentor do Trecho: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT. Resolução n. 4.433 Publicação: 1º/10/2014 Bento Gonçalves/Carlos Barbosa UF: RS Extensão: 48 km Operadora: Empresa Giordani Ltda. Concessionária: Rumo Malha Sul S.A. Resolução n. 484 Publicação: 5/4/2004 Tubarão/Imbituba/Urussanga UF: SC Extensão: 159 km Operadora: Sociedade Amigos da Locomotiva a Vapor – Museu Ferroviário de Tubarão Concessionária: Ferrovia Teresa Cristina S.A. Resolução n. 965 Publicação: 25/5/2005 Rio Negrinho/Rio Natal/Corupá UF: SC Extensão: 59 km Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF Concessionária: Rumo Malha Sul S.A Resolução n. 1.545 66 Unidade II Publicação: 4/8/2006 Deliberação n. 930 Publicação: 16/11/2018 Piratuba/Marcelino Ramos UF: SC/RS Extensão: 26 km Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF Concessionária: Rumo Malha Sul S.A. Resolução n. 1.583 Publicação: 21/8/2006 Ponta Grossa/Guarapuava/CascavelUF: PR Extensão: 505 km Operadora: Serra Verde Express Ltda. Resolução n. 2.685 Publicação: 8/5/2008 Campo Grande/Indubrasil (km 859) a Corumbá (km 1.300) UF: MS Extensão: 441 km Operadora: Serra Verde Express Ltda. Resolução n. 3.045 Publicação: 27/2/2009 Brás/Mooca UF: SP Extensão: 3 km Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF Concessionária: MRS Logística S.A. Resolução n. 1.293 Publicação: 1º/2/2006 Assis/Paraguaçu Paulista/Quatá UF: SP Extensão: 60 km Operadora: Prefeitura de Paraguaçu Resolução n. 2.636 Publicação: 7/4/2008 Paranapiacaba UF: SP Extensão: 304 m 67 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF Resolução n. 2.892 Publicação: 22/9/2008 Rio Grande da Serra/Paranapiacaba UF: SP Extensão: 12 km Operadora: Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM Resolução n. 3.556 Publicação: 9/8/2010 Campinas/Jaguariúna UF: SP Extensão: 25 km Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF Resoluções n. 1.549 e 1.649 Publicação: 4/8/2006 e 10/10/2006 (respectivamente) Figura 62 – Trem tipo Maria Fumaça percorre Estrada de Ferro Campinas/Jaguariúna, estado de São Paulo Estação de Viana (km 613,7)/Estação de Araguaia (km 567,7) UF: ES Extensão: 46 km Operadora: Serra Verde Express Ltda. Resolução n. 3.374 Publicação: 12/1/2010 Morretes/Antonina UF: PR Extensão: 17 km 68 Unidade II Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF Resolução n. 1.494 Publicação: 3/7/2006 São José do Rio Preto/Eng. Schmitt UF: SP Extensão: 10,5 km Operadora: Pref. de São José do Rio Preto Concessionária: Rumo Malha Paulista S.A. Resolução n. 2.459 Publicação: 7/12/2007 Paraíba do Sul/Cavaru UF: RJ Extensão: 14 km Operadora: Prefeitura de Paraíba do Sul Resolução n. 508 Publicação: 30/4/2004 Rio Pardo/Cachoeira do Sul UF: RS Extensão: 56 km Operadora: Movimento Civil de Preservação Ferroviária – MCPF Resolução n. 716 Publicação: 31/8/2004 Campo Grande/Corumbá UF: MS Extensão: 459,58 km Operadora: Agência de Gestão e Integração de Transportes – Agitrams Resolução n. 509 Publicação: 6/5/2004 Montenegro/Guaporé/Estrela UF: RS Extensão: 106 km Operadora: Ferrotur Passeios Turísticos Ltda. Resolução n. 2.922 Publicação: 17/10/2008 Guararema/Luiz Carlos UF: SP Extensão: 5,5 km Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF 69 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Concessionária: MRS Logística S.A. Resolução n. 4.688 Publicação: 30/4/2015 Curitiba/Morretes UF: PR Extensão: 68 km Operadora: Serra Verde Express Ltda. Concessionária: Rumo Malha Sul S.A. Resolução n. 5.315 Publicação: 22/3/2017 Independentemente do segmento, nenhum mercado é definitivo e sempre haverá necessidade de os profissionais de mercado e os pesquisadores brasileiros identificarem novos nichos e novas oportunidades de negócios. Portanto, a organização em sua cidade ou região, juntamente com o mercado turístico e seus empresários, hoteleiros, agentes de viagens, guias de turismo e órgãos oficiais de turismo e hospitalidade, mapeando a oferta e a demanda existente em sua localidade, é fundamental para identificar e planejar a oferta de qualidade a segmentos específicos, sejam eles tradicionais, novos ou emergentes. 4.18 Turismo literário Trata-se do turismo praticado em localidades retratadas em livros cujos relatos inspiram viajantes a conhecer esses locais graças ao poder das palavras exercido pelas publicações na mente dos leitores. A seguir são listadas diversas obras que servem de inspiração para esses viajantes, o turismo literário é considerado atualmente um novo e interessante segmento de mercado. Lugares distantes: como viajar pode mudar o mundo, de Andrew Solomon Coletânea de ensaios, nos quais Andrew Solomon, autor do best seller O demônio do meio-dia, relata suas histórias de viagem e faz observações sobre 83 países do mundo – e também sobre o próprio ato de viajar e conhecer novas culturas. Lugares distantes é muito mais do que um conjunto de relatos. Com olhar perspicaz, o autor analisa os destinos para além do ponto de vista turístico: ele os vê em sua totalidade, com ramificações sociais, políticas, econômicas. Uma parte muito importante das histórias são os personagens, pessoas comuns que servem de ponto de partida para entendermos o contexto do lugar. O autor também disserta sobre a ideia de empatia durante toda a obra. Para ele, conhecer culturas diferentes é uma forma de combater a ignorância e a intolerância. E viajar muda como nós encaramos os outros e a nós mesmos. 70 Unidade II A estrada dá tudo que você precisa, de Mirella Rabelo e Rômulo Wolff O casal Mirella e Rômulo são famosos no YouTube por compartilharem seu estilo de vida excêntrico: os dois moram em um motor home e viajam mundo afora há mais de três anos. O livro conta as vivências dos dois pela estrada – dos privilégios aos perrengues – e dá dicas para quem quer seguir um estilo de vida parecido, ou mesmo fazer uma longa viagem de carro. Com tom leve e descontraído, A estrada dá tudo o que você precisa é para ser lido em uma sentada. E não será muito difícil se inspirar pela história: ao detalhar uma vida nômade, o casal desperta um senso de coragem e aventura – e pode até despertar a vontade de largar tudo e cair na estrada! Diários de bicicleta, de David Byrne Adepto da bicicleta muito antes dela ser considerada algo cool, o ex-vocalista da banda Talking Heads nos leva em longos passeios por várias cidades, faz reflexões sobre o uso da bike como meio de transporte e suas implicações, tanto em nossa saúde quanto na infraestrutura dos centros urbanos. Cada capítulo de Diários de bicicleta conta as experiências e aventuras de Byrne sobre duas rodas em cidades como Nova York, Manila, Buenos Aires, Sydney e Berlim. Neles, o autor aborda questões sobre música, história, arte, filosofia, política, urbanismo e, junto a tudo isso, argumentos lógicos a favor do uso das magrelas. Você definitivamente não precisa ser um adepto da bicicleta para gostar do livro, mas poderá repensar tal ideia quando chegar na última página. A caminho do Atacama, de Rômulo Provetti Foram 24 dias de viagem, mais de 10.500 quilômetros e uma moto. Saindo de Belo Horizonte, Rômulo Provetti atravessou Brasil, Argentina e Chile para chegar ao deserto do Atacama. Além de dividir suas angústias, medos e conquistas durante o trajeto, Rômulo dá dicas e informações práticas para os iniciantes e enfatiza a importância de um extenso planejamento nesse tipo de viagem. Ilustrado com belas fotos, A caminho do Atacama contagia por seu senso de aventura e consegue transportar o leitor para a garupa de Rômulo. É um prato cheio para quem sonha fazer uma longa viagem de moto – ou qualquer tipo de aventura ambiciosa! Terra dos homens, de Antoine de Saint-Exupéry O escritor do clássico atemporal O pequeno príncipe reúne nessa obra suas impressões e reflexões da época em que era piloto de avião, durante as décadas de 1920 e 1930. Ele narra com muita riqueza de detalhes episódios vividos ao sobrevoar rotas da África e da 71 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS América do Sul, do Deserto do Saara à Cordilheira dos Andes – dois cenários também muito bem descritos na obra. Em determinado momento do livro, Saint-Exupéry sofre uma queda de avião e passa dias perdido no Saara, sem água nem comida, em meio a um calor extremo e vendo miragens. Nessa situação, acompanhamos de perto as angústias e aprendizados do autor. Mais do que um livro de viagem, Terra dos homens é um grande ensaio filosófico, que reflete sobre companheirismo, a pequenez do homem, a simplicidade, o sentido da vida. Mar sem fim, de Amyr Klink Outro livro desta lista que relata uma viagem extraordinária. O brasileiro Amyr Klink, a bordo de um veleiro, embarca sozinho em direção a uma viagem de volta ao mundo, 360º pela Antártida. Conhecida como Convergência Antártica, o trajeto é um dos mais inóspitose não convidativos do mundo: são milhares de quilômetros de águas geladas, mar agitado, vento forte e nenhuma terra à vista. Amyr foi a primeira pessoa do mundo a completar esse caminho e a tarefa não foi fácil. Foram 141 dias no mar e mais de dezoito mil milhas navegadas, desde Paraty, no Rio de Janeiro. Durante o percurso, o autor narra de forma bem realista o seu céu e o seu inferno. De um lado, uma rotina cansativa, solitária, apavorante. De outro, as belezas naturais exóticas, lugares fascinantes, os animais marinhos, a liberdade. Mar sem fim é um relato bonito e inspirador de uma viagem solo. O novo, o diferente e o desconhecido são elementos que permeiam toda a obra – e incentivam o leitor a sair de sua zona de conforto. Não será difícil ter vontade de sair velejando ao terminá-lo. Travels, de Michael Crichton Autor consagrado de ficção científica, responsável por clássicos como Jurassic park e O enigma de Andrômeda, Crichton escreve uma autobiografia com foco em suas viagens – das literais, ao redor do mundo, às internas, por dentro de si mesmo. O livro tem em alguns momentos uma pegada reflexiva, ao discutir os aprendizados pessoais do escritor, sua espiritualidade, suas fraquezas e defeitos. Travels é um relato realista do seu ponto de vista – e de como ele foi transformado pelas viagens que fez. Com uma escrita direta e despretensiosa, o autor é capaz de nos transportar ao seu mergulho com tubarões no Taiti, à sua escalada pelo Monte Kilimanjaro e ao Himalaia ou sua busca por gorilas em Ruanda. Michael Crichton é motivado a conhecer lugares diferentes (da Papua Nova Guiné, à Tailândia, Jamaica e Tanzânia) principalmente para ter contato com pontos de vistas 72 Unidade II distintos e se distanciar da visão de mundo eurocêntrica ou americanizada. Sua percepção pessoal e do outro é alterada por esses choques culturais – uma das razões de suas jornadas internas. O guia do viajante do caminho de Santiago, de Daniel Agrela Uma das peregrinações mais famosas do mundo, o Caminho de Santiago da Compostela atrai milhares de viajantes dispostos a percorrer todos os seus 800 quilômetros. Mas esta definitivamente não é uma viagem para ser feita sem preparação – é um projeto. Da lista, este livro talvez tenha o formato mais convencional de todos quando falamos de “livro de viagem”. Com intenção de preparar o caminhante de todas as formas, é um verdadeiro guia prático – com dicas do que levar, de onde ficar, o que fazer, as diferentes rotas existentes, cuidados durante a caminhada, os custos e até de como cuidar dos ferimentos no pé. Dividido em três partes (Orientação, Preparação e Direcionamento), a obra traz instruções detalhadas para cada etapa do Caminho, com diferentes níveis de dificuldade, e aborda, além dos preparativos físicos, o preparo emocional antes e durante o trajeto. O guia do viajante do Caminho de Santiago é uma opção prática, recheada de informações importantes, mapas e imagens para quem está se prepara para (ou pretende) aventurar-se pelo Caminho. Viajando com Charley, de John Steinbeck Com 58 anos, o vencedor do Nobel de Literatura John Steinbeck decide viajar pelos Estados Unidos, país que acreditava não conhecer mais, para então redescobri-lo. Junto de seu poodle Charley e a bordo do caminhão (e casa) Rocinante, o autor percorreu o país de leste a oeste durante três meses, de Nova York à Califórnia, atravessando no caminho estados do norte, sul e meio-oeste norte-americano, em uma tentativa de fugir de sua zona de conforto. Foram 16 mil quilômetros pelas estradas americanas. A obra é um diário de viagem, mas é também um retrato dos Estados Unidos da década de 1960. O escritor nos põe na estrada junto a ele por seus detalhes, da descrição de cenários esplendorosos às histórias das pessoas que cruzaram seu caminho. Com um olhar bem humorado, nostalgia e um tom de criticidade, Viajando com Charley reúne memórias e impressões de Steinbeck sobre a vida americana – especialmente de pessoas comuns e da classe trabalhadora. Viajar: eu preciso!, de Mayke Moraes Desapegado e inquieto, o mineiro Mayke Moraes decidiu sair do lugar comum e partiu em um mochilão por 54 países, entre eles Coréia do Sul, Cuba, Bósnia-Herzegovina, Egito e Israel. O livro é um compilado das vivências do autor e detalha as aventuras, descobertas, imprevistos, decepções e surpresas que ele obteve por meses de viagem. Durante esse 73 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS tempo, Mayke trabalhava até juntar dinheiro suficiente para seguir ao próximo destino. Ele conta que chegou a trabalhar como garçom, camareiro e entregador de jornal para bancar sua jornada. Por essas experiências, o autor reforça a ideia de que não é preciso ser um milionário para conhecer o mundo – e ainda dá várias dicas de como fazer uma viagem low cost. Não conta lá em casa, de André Fran Integrante do programa de televisão Não conta lá em casa, o jornalista André Fran escreve sobre suas experiências nos locais de gravação da série. Tanto na TV quanto no livro, o intuito é conhecer lugares polêmicos – sejam eles fora do comum, perigosos, isolados do resto do mundo ou em situação de “conflito” – e mostrá-los sob um ângulo diferente. Coreia do Norte, Irã, Afeganistão, Tuvalu, Somália e Palestina são alguns dos destinos visitados. Contado do ponto de vista de André, o livro tem uma narrativa leve e informal, mas também carregada de significados ao mostrar culturas tão diferentes e a realidade dos locais que cruzaram o caminho do autor, Não conta lá em casa traz questionamentos políticos, sociais, econômicos, ambientais. É uma obra que entretém, mas também ensina e faz refletir. A arte da peregrinação, de Phil Cousineau A peregrinação é um ato sagrado, mas não necessariamente religioso. A afirmação é do escritor Phil Cousineau, que nesta obra estimula o leitor a fazer viagens mais significativas – que o toquem profundamente, tragam aprendizados e o transformem de alguma forma. Através de suas histórias pessoais por cinquenta países, o autor reflete sobre o ato de peregrinar e a importância das jornadas para o ser humano. A ideia é inspirar viajantes a ir além de uma viagem comum e criarem sua própria peregrinação, a um lugar que tenha um significado especial. O importante é a transformação: voltar um pouco diferente de quando partiu. Fonte: Simonetti (2019). Resumo Estudamos que segmentar mercado exige conhecimento das variáveis operacionais para que possamos identificar nosso mercado-alvo e, dessa forma, identificar o nicho a ser estudado. Identificamos os eixos prioritários do Ministério do Turismo quanto à segmentação e aprofundamos os estudos a partir dos livros organizados por Ansarah e Panosso Neto, que reuniram pesquisadores brasileiros e a discussão proposta pelos segmentos estudados e determinados por eles. 74 Unidade II As definições não se esgotam aqui, mas refletem a necessidade da pesquisa acadêmica e de mercado para a identificação de novos mercados e oportunidades de negócios, gerando renda e emprego. Exercícios Questão 1.No portal Qual Viagem, na internet, encontramos a seguinte oferta de passeio turístico: “Alto Paraíso possui uma atmosfera de magia, com suas cachoeiras e incríveis formações rochosas. A cidade é cortada pelo paralelo 14, o mesmo que passa por Machu Picchu, e está repleta de minas de quartzo. Por isso, o local é conhecido por esotéricos por ter muita energia e boas vibrações. Alto Paraíso também é porta de entrada para a Chapada dos Veadeiros, lugar que também está repleto de lendas e até avistamento de OVNIs.” Disponível em: http://www.qualviagem.com.br/5-lugares-misticos-e-misteriosos-pelo-brasil/. Acesso em: 4 mar. 2020. Esse local pode ser classificado como turismo: A) Religioso. B) Místico ou esotérico. C) Ecoturismo. D) Geográfico. E) Cultural. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: o turismo religioso configura-sepelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas. B) Alternativa correta. Justificativa: turismo místico ou esotérico caracteriza-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca da espiritualidade e do autoconhecimento em práticas, crenças e rituais considerados alternativos. 75 SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS C) Alternativa incorreta. Justificativa: é um segmento da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações. D) Alternativa incorreta. Justificativa: não há uma modalidade de turismo que seja definida como geográfico. E) Alternativa incorreta. Justificativa: turismo cultural é aquele em que as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais são relevantes, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura. Questão 2. Sergio Nospek foi contratado por uma empresa internacional na área de medicamentos e precisa participar de muitas reuniões nas quais os participantes são norte-americanos, por isso, o idioma utilizado é o inglês. Faz tempo que ele não utiliza a língua inglesa no trabalho e, por isso, precisa praticar um pouco antes de começar a participar ativamente das reuniões. Ele encontrou uma escola de inglês no estado de São Paulo que possui imersão em finais de semana em uma linda fazenda, com cachoeiras, trilhas e muito lazer, mas durante todo o tempo os participantes devem falar em inglês e são acompanhados por professores. Essa atividade pode ser considerada: A) Turismo de negócios. B) Turismo de eventos. C) Turismo rural. D) Turismo paisagístico. E) Turismo linguístico. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: turismo de negócios é definido como o conjunto de atividades turísticas decorrentes dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social. No caso do enunciado, não foi a empresa em que Sergio trabalha que organizou a atividade, mas sim ele próprio que necessita praticar outro idioma. 76 Unidade II B) Alternativa incorreta. Justificativa: o turismo de eventos é definido como o conjunto de atividades turísticas decorrentes dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social. C) Alternativa incorreta. Justificativa: turismo rural é definido como o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade. D) Alternativa incorreta. Justificativa: turismo paisagístico é aquele decorrente das observações da paisagem da localidade visitada. Os recursos paisagísticos podem ser naturais ou arquitetônicos e estimulam os turistas e visitantes a terem uma experiência significativa. E) Alternativa correta. Justificativa: turismo linguístico é associado ao turismo de intercâmbio e envolve o estudo da língua e suas estruturas. O intercâmbio pode ser considerado mais amplo porque envolve cultura local, gastronomia, cultura, entre outros aspectos. No caso do enunciado, trata-se de turismo linguístico praticado em local com atrativos naturais e estruturais, porém com objetivo de desenvolvimento de estudo de língua inglesa.
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