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Livro-Texto - Unidade II - Segmentação de Roteiros Turísticos - Gestão de Turismo Unip

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36
Unidade II
Unidade II
3 OS PRINCIPAIS SEGMENTOS TURÍSTICOS 
Iremos compreender melhor os diferentes segmentos encontrados no mercado de turismo e utilizados 
como parâmetro de roteiros turísticos, para melhor entender sua tipologia e classificação dentro desse 
mercado. Isso permitirá identificar os elementos que compõem cada um dos segmentos abordados 
e entender assim a demanda e oferta turística que devem sempre estar presentes nos segmentos 
descritos anteriormente.
Em 2006, o Ministério do Turismo (BRASIL, 2006) definiu alguns segmentos turísticos como 
prioridade para o desenvolvimento no Brasil e publicou uma série de cartilhas com marcos conceituais. 
Vamos identificar esses segmentos turísticos a partir de agora.
3.1 Turismo social
É a forma de conduzir e praticar a atividade turística promovendo a igualdade de oportunidades, a 
equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão. 
O turismo social visa expressar o bem-estar social, permite a emancipação para o turismo de 
grupos cujo poder aquisitivo não lhes permitiria, em condições normais, o acesso ao produto turístico e 
possibilita a democratização do turismo. 
No Brasil, a entidade que mais promove o turismo social é o Serviço Social do Comércio (Sesc), que 
possui como principais objetivos proporcionar novas oportunidades de lazer, inacessíveis a um grande 
número de comerciários, através da redução de custos nas excursões e das demais atividades de turismo 
social, a integração interpessoal e o enriquecimento cultural, com ênfase na ação de educação para e 
pelo turismo, além da recuperação física e mental.
A entidade promove o turismo social por três formas distintas:
• Emissivo: por meio do incentivo a grupos de terceira idade e organização de viagens para 
associados com valores subsidiados.
• Receptivo: através de um conjunto de serviços e programações turísticas destinadas aos visitantes 
(turistas individuais ou grupos) oriundos de diversas localidades que abrangem entretenimento, 
diversão, conhecimento cultural e contato com novas realidades e convivências.
37
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
• Hospedagem: envolvem os serviços de acomodação, alimentação e entretenimento em meios de 
hospedagem do Sesc. São destinados a atender à clientela comerciária (valores subsidiados) ou 
não (valores normais), procurando empregar a gestão hoteleira dentro de modernos padrões de 
qualidade e de hospitalidade.
3.1.1 Diretrizes básicas técnico-operacionais de turismo social
Para a otimização e o desenvolvimento da atividade turismo social, deve-se priorizar a execução das 
seguintes linhas de atuação:
• A atividade de turismo social deve ser estruturada de forma integrada, moderna e adequada, a fim 
de atingir o máximo de eficiência e eficácia.
• O turismo social deve se caracterizar como área complementar em atuação com a cultura, 
objetivando estruturar sua especificidade, diferenciando-o do chamado turismo de massa, 
meramente comercial.
• É essencial estar sempre atento às modificações, para oferecer à sua clientela propostas turísticas 
emergentes, com roteiros e ações inovadores e renovação constante de destinações turísticas.
A pesquisa deverá se constituir num procedimento metodológico regular, pois permitirá, entre outras 
vantagens, a sondagem junto à clientela, antes do lançamento da programação do turismo social, a qual 
é fundamental para conhecer e analisar o potencial da demanda. Ela proporcionará uma adequação da 
oferta de serviços às necessidades e aos interesses do mercado, além de identificar atividades e roteiros 
inovadores em outros lugares, até mesmo em outros países.
Na atividade turística social, os investimentos em infraestrutura têm, necessariamente, que ser 
acompanhados de investimentos em recursos humanos. Nesse sentido, a qualificação e capacitação 
da mão de obra é fundamental para o incremento da atividade e deve constituir o componente-chave da 
chamada oferta turística.
Desde o planejamento até a gestão de empreendimentos e de equipamentos de caráter social, é 
preciso contar com elementos qualificados e especializados. Para obtê-los, é necessário viabilizar 
programas de capacitação de pessoal de amplo alcance, com cursos e reciclagens para todos os 
níveis requeridos. 
3.1.2 Política de RH para turismo social
Os cargos diretamente envolvidos com a proposta de turismo social devem ter pelo menos os 
seguintes níveis de formação: 
38
Unidade II
Quadro 4
Categorias funcionais Nível de escolaridade
Gerente, coordenador, chefe e supervisor Superior
Programador de turismo
Operador de turismo
Operador de receptivo
Auxiliar de operação 
Superior/tecnólogo
Guia de turismo
Curso técnico que permita obter a 
carteira de atuação emitida pelo 
Ministério do Turismo
Figura 22 – Guias de turismo exibem sua carteira de habilitação expedida pelo Ministério do Turismo
Entre as categorias de profissionais revistas para atuar na área de turismo social, destacam-se:
• Coordenação (gerente, coordenador, chefe ou supervisor): é responsável pelo gerenciamento, 
supervisão e controle da atividade. 
• Programador de turismo: é responsável pelo planejamento, montagem e avaliação de roteiros 
de viagem ou excursões e pelo cálculo dos custos dos programas turísticos.
• Operador de turismo: é responsável pela preparação de excursões a serem comercializadas.
• Operador de receptivo: é responsável pelo planejamento, montagem, preparação, execução 
e avaliação dos serviços turísticos receptivos, como traslados e passeios locais (city tour, 
sightseeing, city by night etc.), com ênfase no enriquecimento cultural e na ação de educação 
para e pelo turismo. 
39
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Figura 23 – Ônibus de turismo 
• Auxiliar de operação: auxilia o operador de turismo/receptivo.
• Guia de turismo: é responsável pelos serviços de acompanhamento de grupo, animação, 
procedimentos inerentes à realização da excursão, relatório de viagem, estímulo à participação 
em novos programas e assessoramento em todas as fases do processo.
 Observação
O sightseeing é um passeio turístico. Pode ocorrer para um destino 
ou ser um atrativo específico ou se referir a apenas um tour pela cidade. 
Geralmente, ocorre em meios de transporte especialmente preparados para 
tal fim.
3.2 Ecoturismo
É um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e 
cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da 
interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.
Figura 24 – Turista observa a natureza à sua volta: segmento de ecoturismo
40
Unidade II
3.3 Turismo cultural 
Compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos 
do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais 
e imateriais da cultura. Entre os locais para a prática dessa atividade, podemos destacar os destinos 
reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como 
de patrimônio cultural da humanidade, como Olinda, localizada no estado de Pernambuco, e Ouro Preto, 
no estado de Minas Gerais.
Figura 25 – Vista panorâmica de Olinda/PE
Figura 26 – Vista panorâmica de Ouro Preto/MG
 Saiba mais
Para obter mais informações sobre Olinda/PE, consulte:
https://www.olinda.pe.gov.br/ 
Para obter mais informações sobre Ouro Preto/MG, consulte:
https://ouropreto.org.br/
41
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
3.4 Turismo religioso 
O turismo religioso configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da 
prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas.
São considerados exemplos de lugares onde essa prática ocorre os destinos de Aparecida, no 
estado de São Paulo; o Vaticano, localizado em Roma, na Itália; Lourdes, na França; ou ainda Israel, 
no Oriente Médio.
Descreve-se a seguir um exemplo deroteiro para ser realizado em Israel e voltado à prática do 
turismo religioso.
Israel e Jordânia clássico
Dia 1 – Brasil/Tel Aviv – Apresentação na cidade de origem para embarque para São 
Paulo – Guarulhos ou apresentação no aeroporto Internacional de São Paulo – Guarulhos 
para embarque em voo Latam Airlines com destino a Tel Aviv.
Dia 2 – Tel Aviv – Chegada e após os trâmites de imigração, traslado ao hotel de Tel 
Aviv. Jantar.
Dia 3 – Mar Aberto e Massada – Após o café da manhã, viagem ao deserto da Judeia. 
Subida à fortaleza de Massada por teleférico, última fortificação dos judeus em sua luta 
contra os romanos. Visita a escavações do Palácio de Herodes, a Sinagoga, Aqueduto. 
Vista panorâmica do Campo Romano. Tempo livre para banho nas águas salgadas do mar 
Morto, conhecido como mar Salgado ou região de Sodoma da Bíblia. Retorno ao hotel de 
Tel Aviv. Jantar.
Dia 4 – Tel Aviv/Cesareia Marítima/Haifa/Acre – Após o café da manhã, breve visita 
à cidade de Tel Aviv – Jaffa. Continuamos pela costa até Casareia Marítima para visitar 
o Teatro Romano, a cidade cruzada e o aqueduto. Continuamos até Haifa para visitar o 
Mosteiro Carmelita de Stella Maris e depois, desde o Monte Carmelo, apreciar uma vista 
panorâmica dos Jardins Persas do Templo Bahai e do porto na baía de Haifa. Continuação 
até Acre, cidade cruzada, onde visitaremos as fortificações medievais. Nossa viagem termina 
na Galileia. Jantar. 
Figura 27 – Tel Aviv, Estado de Israel
42
Unidade II
Dia 5 – Região do Mar da Galileia/Caná da Galileia/Nazaré – Após o café da manhã, 
saída para travessia de barco do mar da Galileia como na época de Jesus. Saída para o 
Monte das Bem Aventuranças, lugar do Sermão da Montanha de Jesus. Seguimos para 
Tabgha, lugar da multiplicação dos pães e dos peixes. Continuamos até Cafarnaum, onde 
estão a antiga Sinagoga e a casa de São Pedro. Na parte da tarde, via Tiberíades e Caná 
da Galileia, viajaremos a Nazaré. Visita à Basílica da Anunciação e à carpintaria de José. 
Retorno ao hotel. Hospedagem na Galileia. Jantar.
Dia 6 – Vale do Jordão/Safed/Monte Tabor/Jerusalém – Após o café da manhã, saída 
para Safed e visita às suas encantadoras ruelas e sinagogas. Safed, centro de Cabala (mística 
judaica) conhecida mundialmente. Continuação até Yardenit, lugar tradicional de batismo 
do rio Jordão. Continuamos para Monte Tabor para visitar a Igreja da Transfiguração. 
Prosseguimos atravessando o Deserto da Judeia até chegar a Jerusalém. Hospedagem em 
Jerusalém. Jantar.
Dia 7 – Jerusalém Cidade Nova/Ein Karem/Belém – Após o café da manhã, saída 
para uma visita da Cidade Nova de Jerusalém. Visita ao Santuário do Livro no Museu de 
Israel, onde estão expostos os manuscritos do Mar Morto e do modelo que representa a 
cidade de Jerusalém à época de Jesus. Vista da Universidade Hebraica de Jerusalém. Depois 
seguiremos até o memorial de Yad Vashem (Museu do Holocausto). Continuamos para Ein 
Karem para visitar as igrejas da Visitação e de São João Batista. Na parte da tarde, viagem a 
Belém. Visita à Igreja da Natividade, Gruta do Nascimento, Capela de São Jerônimo e de São 
José. Regresso a Jerusalém. Hospedagem e jantar. 
Figura 28 – Cidade de Jerusalém (parte antiga), estado de Israel
Dia 8 – Jerusalém – Monte das Oliveiras/Cidade Antiga – Após o café da manhã, 
saída via Monte Scopus até o Monte das Oliveiras. Panorâmica da Cidade Amuralhada. 
Continuação até Getsêmani, a Basílica da Agonia. Continuamos até a Cidade Velha de 
Jerusalém. Visita ao Muro das Lamentações e visita da Explanada do Templo. Via Dolorosa, 
Igreja do Santo Sepulcro, Monte Sião, Túmulo do Rei Davi, Cenáculo (lugar da última ceia), 
a Abadia da Dormição. Hospedagem em Jerusalém. Jantar.
43
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Dia 9 – Jerusalém/Tel Aviv/Brasil – Café da manhã. Em horário pré-determinado, 
traslado ao Aeroporto Bem Gurion em Tel Aviv para embarque em voo Latam Airlines com 
destino a São Paulo – Guarulhos.
Dia 10 – Brasil – Chegada em São Paulo – Guarulhos e fim dos nossos serviços ou 
reembarque em voo Latam Airlines com destino à cidade de origem. 
Datas de saída: 18 de abril e 13 de junho.
Preços por pessoa: a partir de US$ 3.100,00.
O preço inclui: passagem aérea desde São Paulo; 7 noites de hospedagem; traslados de 
chegada e saída; passeios com guias em português, café da manhã; diploma de peregrino; 
kit viagem, guia acompanhante desde São Paulo e Seguro de Viagem.
Fonte: Nova Operadora (s.d.). 
 Observação
Os kits de viagem oferecidos pelas operadoras de viagem incluem 
normalmente uma mochila (que também auxilia na identificação do grupo), 
etiquetas de bagagem e porta-documentos.
O turismo místico e o turismo esotérico também podem ser associados ao turismo religioso, mas 
nesse caso caracterizam-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca da espiritualidade e do 
autoconhecimento em práticas, crenças e rituais considerados alternativos.
3.5 Turismo de estudos e intercâmbio 
Constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências 
para fins de qualificação e ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional.
Figura 29 – Turistas dialogam em diferentes idiomas: turismo de intercâmbio
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Unidade II
3.6 Turismo esportivo 
Compreende as atividades turísticas decorrentes da prática, envolvimento ou observação de 
modalidades esportivas. Nesse segmento destacam-se os turistas que se deslocam para assistir aos 
megaeventos esportivos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, que são realizadas de quatro em 
quatro anos em alguma cidade (Olimpíada) ou país (Copa do Mundo).
A audiência de uma abertura de um desses megaeventos chega a superar um bilhão de espectadores, 
e os preparativos ocorrem com pelo menos seis anos de antecedência, o que demonstra a grandeza e 
importância dada pelos países que sediam esses eventos, cujas melhorias costumam ficar como legado, 
já que o destino passa a ser conhecido e mais visitado mesmo após vários anos da sua realização. 
Um exemplo disso foi a Olimpíada de Barcelona, realizada em 1992 e que até hoje reflete nas motivações 
de visitação a esse destino, que se tornou uma das cidades mais procuradas em todo o mundo após a 
realização do evento.
O Brasil foi o único país a ter a oportunidade de organizar num intervalo de dois anos esses dois 
megaeventos. Em 2014 ocorreu a Copa do Mundo no Brasil e em 2016 foram promovidos os Jogos 
Olímpicos do Rio de Janeiro.
Figura 30 – Selo em referência aos megaeventos esportivos ocorridos no Brasil 
Além disso, não podemos nos esquecer de outros campeonatos esportivos de menor abrangência 
ou específicos de algum esporte, que, embora não sejam organizados com tanta antecedência como 
os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo, são capazes de trazer um contingente considerável de 
torcedores, imprensa e atletas.
45
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Figura 31 – Torcedor presente em estádio da Copa do Mundo
3.7 Turismo de pesca
Compreende as atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora. 
Figura 32 – Prática de pesca amadora
3.8 Turismo náutico 
Caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas como finalidade da movimentação 
turística. Observa-se que esse segmento tem algumas variáveis significativas: turismo fluvial, de 
represas, lacustre e marítimo.
Figura 33 – Veleiro utilizado para a prática de turismo náutico
46
Unidade II
3.9 Turismo de aventura 
Compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter 
recreativo e não competitivo. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura 
(ABETA, s.d.), o setor possui uma série de normas técnicas e programas para a efetiva segurança e 
responsabilidade da operação técnica.
Dentro do turismo de aventuras, é possível praticar um série de atividades entre as quais se destacam 
rafting, rapel, tirolesa e trekking. 
No Brasil existem cerca de 500 mil praticantes de esportes radicais ligadosà natureza, contando os 
profissionais e os amadores. Essas pessoas realizam pelo menos uma das 46 formas de esportes radicais 
praticados no país. 
As principais motivações para praticar o turismo de aventura ocorrem internamente, como necessidade de 
sobrevivência e possibilidade de sentir emoções diferenciadas; e externamente, como possibilidade de gritar, 
proximidade com a natureza e momento de curtir a vida intensamente. 
 Observação
O rafting é um esporte em equipe que se baseia na prática de descida 
em corredeiras, utilizando botes infláveis e equipamentos de segurança. 
Figura 34 – Atividade de rafting
Há pouco tempo, o turismo de aventuras no Brasil se encontrava em um patamar de baixa qualidade 
(até para os padrões da América Latina, que não eram os mais altos). Os próprios catálogos dos 
destinos de aventura (EUA e Europa) não citavam o Brasil em suas publicações, não por falta de 
lugares, mas por acidentes de organização, pois com os acidentes em destaque não era possível que 
47
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
o segmento crescesse. Com o surgimento da Abeta, foi possível organizar o trade e criar normas para a 
segurança do segmento. Esse fato gerou um enorme crescimento do turismo de aventura.
Vale destacar que a Abeta convidou operadores de turismo de vários países a conhecer os 
atrativos brasileiros e estimulou a implementação das normas ISO (Organização Internacional 
de Normatização), que inclusive passou a reconhecer a certificação brasileira como uma grande 
referência para o setor no mundo.
Em menos de sete anos, o turismo de aventuras passou de improvisação para líder mundial em 
normatização e saltou para 5 milhões e meio de praticantes domésticos. Segundo a OMT (apud BRASIL, 
2018a), 20% de todos os turistas estrangeiros no Brasil praticam alguma atividade na natureza.
Figura 35 – Equipamentos utilizados para a prática de rapel
 Saiba mais
A Abeta é uma entidade sem fins lucrativos que reúne empresas que atuam 
com ecoturismo e turismo de aventura para a prática de forma profissional e 
segura. Mais informações podem ser obtidas no link a seguir:
http://abeta.tur.br/pt/
Veremos a seguir alguns destinos bastante comuns no turismo de aventuras.
Entre os principais, destaca-se o Yosemite National Park, na Califórnia, Estados Unidos, que 
apresenta as seguintes características:
48
Unidade II
• altitude máxima de 3,997 m (Monte Lyell); 
• é conhecido por suas cachoeiras de até 739 m (incluindo a terceira maior do mundo), antigas e 
gigantescas sequoias e profundos vales; 
• é o sonho dos escaladores do mundo todo;
• tem como modalidades de aventura a caminhada, escalada, bigwall, escalada esportiva, escalada 
em gelo, ciclismo, esqui e camping.
Também nos Estados Unidos, o Grand Canyon configura-se como um interessante destino para 
a prática do turismo de aventuras. O parque fica aberto 24 horas por dia, para que sua beleza seja 
apreciada em todas as horas. No local é possível realizar trilhas a pé ou no lombo de mulas, trekking e 
até esqui durante as nevascas, entre outras atividades. 
Figura 36 – Grand Canyon, Estados Unidos
O Nepal é um país asiático situado entre a Índia e o Tibete, cuja capital é Katmandu. Possui 14 montanhas, 
entre elas, 8 das maiores do mundo, inclusive o Monte Everest. As modalidades praticadas são rafting, 
mountain bike, montanhismo, trekking e até mesmo safári, entre outras.
Figura 37 – Montanhas do Nepal
49
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
O Parque Nacional Los Glaciares, na Argentina, foi criado em 1937 para preservar uma grande 
área de gelo continental. Composto por montanhas dos Andes, florestas frias, geleiras e grandes lagos 
glaciais, estende-se por 600 mil hectares. A cidade mais próxima da entrada sul é El Calafate, na 
província de Santa Cruz (Argentina) e que dá acesso ao maior dos glaciares. O Perito Moreno, iceberg 
com paredes de até 60 m de altura e mais de 500 km² de superfície, destaca-se no local.
Figura 38 – Glaciar Perito Moreno, Argentina 
A Nova Zelândia está localizada a sudoeste do Oceano Pacífico e é conhecida como o principal 
país do turismo de aventura. Entre as atividades preferidas, estão surf, bungee jumping, paraquedismo, 
embarque em uma lancha que faz manobras arriscadas em um rio de águas rasas, snowboard nas 
montanhas, entre outros.
 Observação
O bungee jumping é um esporte radical que tem adeptos em vários 
locais do mundo. Os saltos geralmente são praticados de prédios e pontes.
A Costa Rica é o país da América que mais se destaca no turismo de aventura. Nesse país teve início 
a prática do arvorismo, que se alastrou pelo mundo todo. 
No destino são oferecidas as modalidades contemplativa e acrobática. A primeira é praticada a partir 
dos teleféricos do Bosque Chuvoso das Costas do Caribe e do Pacífico, visualizando toda a selva e a diversidade 
de animais. Na segunda, o turista fica preso a um cabo de segurança, caminha sobre cordas de aço e 
equilibra-se em estribos.
50
Unidade II
Figura 39 – Monte Cook, Nova Zelândia
Figura 40 – Vulcão na Costa Rica 
3.10 Turismo de sol e praia 
Constitui-se de atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em 
praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor.
O Brasil apresenta enorme potencial para a prática dessa atividade devido à enorme diversidade de 
seu litoral, um dos maiores do mundo em extensão territorial, aliada à quantidade de dias de sol em 
muitas regiões do país, especialmente na região Nordeste, onde há muitos destinos que apresentam 
mais de 300 dias com sol por ano.
Outro destino bastante procurado, especialmente por turistas norte-americanos, é o Caribe, em 
função dos seus diversos dias de sol e praias paradisíacas.
51
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Figura 41 – Turismo de sol e praia
3.11 Turismo de negócios e eventos 
Compreende o conjunto de atividades turísticas decorrentes dos encontros de interesse profissional, 
associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social.
Figura 42 – Homem de negócios
Conjunto de atividades de viagem, de hospedagem, de alimentação e de 
lazer praticado por quem viaja a negócios referentes aos diversos setores da 
atividades comercial ou industrial ou para conhecer mercados, estabelecer 
contatos, firmar convênios, treinar novas tecnologias, vender ou comprar 
bens e serviços (ANDRADE, 2000, p. 73).
Há 15 anos, pensou-se ser uma atividade em extinção devido à redução de gastos das empresas 
e do avanço dos recursos tecnológicos que permitiram reuniões a distância com ótima qualidade de 
52
Unidade II
som e imagem. Ao mesmo tempo, a globalização aproximou os lugares distantes e estimulou acordos e 
comércio entre os diferentes países/locais com a revalorização do contato pessoal, o que incentivou o 
retorno do turismo de negócios em todo o mundo. 
No Brasil, o turismo de negócios movimenta cerca de R$ 3,4 bilhões/ano, sendo que o item 
viagens é o terceiro maior gasto nas empresas (atrás apenas de salários e processamento de dados). 
As viagens representam, em média, 7% dos custos operacionais das empresas. 
Os países de maiores mercados emissores/receptores de turismo de negócios são Estados Unidos, 
Japão, Alemanha e China. No que se refere a cidades, destacam-se Nova York, Milão, Barcelona, Paris, 
São Paulo e Rio de Janeiro. 
As principais atividades realizadas dentro desse segmento são congressos e seminários, exposições, 
feiras, reuniões de trabalho e eventos de diversas espécies.
3.11.1 Diferenciais das empresas para turismo de negócios
A fim de conquistar e fidelizar seus clientes de negócios, as empresas aéreas procuram oferecer 
programa de milhagem; sala VIP nos aeroportos (com chuveiro, televisão, computador, buffet self-service, 
poltrona de relaxamento e Wi-Fi); serviços de check-in facilitado (fast check-in, bilhete virtual, check-in 
exclusivo para pax sem bagagem e return check-in) e investimento em espaço e mais serviços na 
classe executiva(cada vez mais parecida com a first class).
Já os hotéis voltados aos turistas de negócios oferecem atualmente premiação a hóspedes assíduos 
com diárias gratuitas e descontos; desenvolvimento dos programas de pontos em hotéis/redes 
conveniadas juntamente com programas de pontuação de companhias aéreas; desconto de até 50% na 
diária em finais de semana; centros de convenções para atender empresas e executivos; descontos em 
casas de shows, cinemas, teatros e boates; apartamentos equipados com internet e business center, além 
do investimento em informatização e mão de obra qualificada para atendimento com mais agilidade.
As agências de viagens que atendem a esse público realizam reservas (de transporte, locação 
e hotéis) em qualquer lugar do mundo, em segundos, graças aos GDS; entregam passagens/vouchers 
nas empresas; possuem postos das agências dentro de suas instalações, com pessoal especializado 
para atender conta-corrente, que possui uma dinâmica de viagens muito diferente em relação aos 
turistas de lazer. Vale destacar que as maiores agências de viagens corporativas cobram fees de 
suas empresas correntistas.
Lembrete
O GDSs são megassistemas cuja função é a intermediação eletrônica, 
como meio de comunicação, entre as agências de viagens e as companhias 
aéreas, hotéis, locadoras de veículos, operadoras etc.
53
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Até mesmo os cruzeiros marítimos procuram atualmente oferecer um tipo de serviço diferenciado 
voltado ao turista de negócios, já que os executivos de alto nível estão trocando as salas de reuniões em 
hotéis por encontros em cruzeiros.
Entre esses diferenciais, destacam-se: 
• Navios equipados com centros de convenções, sala de vídeo, business center, discotecas, piscinas, 
entretenimento a bordo, saunas e quadras de tênis, basquete e vôlei.
• Destinos como Mediterrâneo, Caribe, América Latina e Europa, que são os mais utilizados.
• Maior flexibilidade para empresas decidirem o roteiro e o tema do evento (festas, tipos de roupas, 
temas, refeições e portos de paradas).
• Navios que organizam todas as etapas do evento (programação, acomodação, alimentação, 
atividade extra e segurança).
Figura 43 – Navios de cruzeiros: novo destino de turismo de negócios
Lembrete
Os segmentos de turismo cultural, religioso, esportivo, pesca, náutico, 
aventura e de saúde utilizam como base a segmentação psicográfica, 
associada à motivação dos viajantes em escolher um tipo de viagem.
3.12 Turismo rural 
É o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção 
agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e 
natural da comunidade.
54
Unidade II
Figura 44 – Local para a prática de turismo rural
3.13 Turismo de saúde 
Constitui-se de atividades turísticas decorrentes da utilização de meios e serviços para fins médicos, 
terapêuticos e estéticos.
É interessante observar que muitos destinos acabaram se especializando para atender a esse tipo de 
público, a exemplo do que ocorre nos municípios paulistas de Águas de Lindoia, Serra Negra e Lindoia 
(inseridos em uma região conhecida como Circuito das Águas Paulista, em virtude das propriedades 
medicinais de suas águas minerais).
Outro exemplo é o município de São Paulo/SP, que possui uma rede hospitalar diversificada e de 
referência em todo o país, com médicos reconhecidos mundialmente e equipamentos de diagnóstico 
de última geração. Por conta disso, recebe muitas pessoas interessadas em realizar tratamento que 
precisam hospedar-se, alimentar-se e deslocar-se até o município, sem contar os seus acompanhantes, 
que têm as mesmas necessidades, além de poderem conhecer o município enquanto ocorre o tratamento, 
o qual muitas vezes dura dias, semanas ou até mesmo meses.
Figura 45 – Turismo de saúde em locais com equipamentos de última geração
55
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
3.14 Turismo de eventos
É o deslocamento de pessoas com interesse em participar de eventos focados para a capacitação 
técnica, científica, profissional e cultural que envolve toda a cadeia produtiva do turismo. Divide-se em 
várias categorias e definições de acordo com o tamanho, perfil de público e objetivo. 
Figura 46 – Shows estimulam o turismo de eventos
4 OS NOVOS SEGMENTOS TURÍSTICOS
Além dos segmentos definidos como prioritários pelo Ministério do Turismo em 2006, outros 
segmentos foram identificados pelos pesquisadores brasileiros em 2009, devido à diversificação da 
demanda turística. Esse fato influencia na ampliação da demanda turística no país e na necessidade de 
discutir e contextualizar os mais diversos segmentos por eles identificados. 
Ansarah e Panosso Neto (2009) reuniram vários pesquisadores da academia brasileira e publicaram 
um livro que aborda essa ampla discussão. Vamos aos segmentos identificados.
4.1 Turismo étnico 
Constitui-se de atividades turísticas decorrentes da vivência de experiências autênticas em contato 
direto com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos. Busca estabelecer um contato próximo 
com a comunidade anfitriã, participar de suas atividades tradicionais e observar e aprender sobre suas 
expressões culturais, estilos de vida e costumes singulares.
56
Unidade II
Figura 47 – Habitação tribo Massai, Quênia
4.2 Turismo paisagístico
Decorrente das observações da paisagem da localidade visitada. Esses recursos paisagísticos podem 
ser naturais ou arquitetônicos. 
Um exemplo seria o estímulo aos turistas e visitantes terem uma experiência significativa de Hong 
Kong à noite. 
Figura 48 – Vista noturna de Hong Kong, China
4.3 Turismo cívico 
Tipo de turismo que ocorre em função de deslocamentos motivados pelo conhecimento de 
monumentos, fatos, observação ou participação em eventos cívicos, que representem a situação presente 
ou a memória política e histórica de determinados locais.
57
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Figura 49 – Desfile da Independência da Grécia: turismo cívico
4.4 Turismo arqueológico 
Consiste no deslocamento e permanência de visitantes a sítios arqueológicos, onde são encontrados 
vestígios de antigas sociedades, sejam elas pré-históricas e/ou históricas e passíveis de visitação 
terrestre ou aquática. 
Figura 50 – Sítio arqueológico de Chichén Itzá, México
4.5 Turismo sertanejo
Atividade de lazer interativa, onde estão presentes o quadro natural, a cultura regional e a inclusão 
social da população local. É uma forma de lazer fundamentada na paisagem natural, patrimônio e 
desenvolvimento social, cultural e paisagístico. Duas festas bem famosas no universo sertanejo são os 
rodeios e as vaquejadas, intimamente ligadas à cultura do homem do campo, rural. 
58
Unidade II
Figura 51 – Homem sertanejo 
4.6 Turismo comunitário 
Compreendido de organização empresarial sustentada na propriedade e na autogestão dos recursos 
patrimoniais comunitários, como o arranjo das práticas democráticas e solidárias no trabalho e na 
distribuição dos benefícios gerados pela prestação de serviços turísticos, com possibilidade de interação 
entre visitantes e comunidade receptora. 
É também conhecido como turismo de base local. 
Figura 52 – Comunidade que desenvolve turismo de base local
 Saiba mais
Para obter mais informações sobre o segmento de turismo de base 
comunitária, consulte a cartilha publicada pelo Ministério do Turismo:
BARTHOLO, R.; SANSOLO, D. G.; BURSZTYN, I (org.). Turismo de base 
comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras. Rio de Janeiro: 
Letra e Imagem, 2009.
59
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
4.7 Turismo LGBTQI+
Tipo de turismo que envolve planejamento, operação e divulgação de destinos turísticos para o 
público homossexual e simpatizantes. Trabalha desde a divulgação e comercialização de produtos 
e serviços, destinos e atividades especificas até a implantação, gestão, operação e marketing de 
novos e antigos destinos que recebem esse público de maneira exclusiva ou inseridano contexto 
maior de inclusão social e cidadania. Possui, ainda, uma cadeia produtiva bem estruturada nas 
artes, no cinema, na literatura etc. 
Os termos GLS e LGTB não são mais utilizados e foram substituídos por LGBTQI+ (lésbicas, gays, 
bissexuais, transexuais, queer e intersexuais), conforme as publicações oficiais. A sigla é dividida em 
duas partes. A primeira, LGB, diz respeito à orientação sexual do indivíduo. A segunda, TQI+, diz 
respeito ao gênero.
 Saiba mais
Consulte o documento a seguir:
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. 
Diversidade sexual e cidadania LGBT. 3. ed. São Paulo: SJDC/SP, 2018. 
Disponível em: http://justica.sp.gov.br/wp-content/uploads/2017/07/Cartilha-
3a-Edi%C3%A7%C3%A3o-Final.pdf. Acesso em: 5 fev. 2020.
Figura 53 – Cores do arco-íris: símbolo do movimento LGBTQI+
4.8 Turismo gastronômico
Considerada uma vertente do turismo cultural, no qual o deslocamento de visitantes se dá por 
motivos vinculados às práticas gastronômicas de uma determinada localidade. Ele pode ser operado 
a partir de atrativos como culinária regional, eventos gastronômicos e oferta de estabelecimentos de 
alimentos e bebidas diferenciadas, bem como roteiros, rotas e circuitos gastronômicos. 
60
Unidade II
Figura 54 – Pizza: um dos maiores símbolos do turismo gastronômico
4.9 Enoturismo 
Refere-se à visitação em vinhedos, vinícolas e festivais ou mostras de vinhos em que haja degustação 
de uva nas vinícolas e/ou as experiências em uma região de uvas sejam o fator principal da motivação da 
viagem. No Brasil, destaca-se a região da Serra Gaúcha.
No exterior, algumas regiões se destacam pela produção de vinho de excelência. Entre elas, 
podemos destacar:
Quadro 5
País Regiões
França
Champagne, Alsace, Languedoc-Rousillon, Bourgogne, Provence e 
Bordeaux
Itália Piemonte e Toscana
Espanha Rioja, Ribera del Duero e Penedez
Chile Valle Central
África do Sul
Várias regiões, com destaque para as uvas Chenin Blanc, Colombard 
e Cabernet Sauvignon, Shiraz e Pinotage
Austrália Diversas regiões, com destaque para a uva Shiraz
Estados Unidos Califórnia
Portugal Porto, Alentejo e Douro
Argentina Mendonza
61
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Figura 55 – Vinícola: local onde se pratica o enoturismo
4.10 Hotel design 
Empreendimento que utiliza novas tecnologias e tem como características principais uma arquitetura 
futurista e funcional. Busca, inicialmente, reformar antigos espaços, aliando arquitetura moderna a 
um modernismo ascético, apresentando decoração ousada, opulência nostálgica, atmosfera alegre e 
descontraída e fantasia extravagante. 
Figura 56 – Hotel design
4.11 Turismo em parques temáticos 
São parques onde os espaços são destinados ao lazer e ao entretenimento individual ou em grupo. 
Neles se encontram atrações criadas a partir de um tema específico e/ou preestabelecido, que é a 
62
Unidade II
inspiração para todas as atrações que o parque disponibiliza aos visitantes, de equipamentos, roupas e 
acessórios a gastronomia, arquitetura e urbanização. 
Os maiores parques temáticos no Brasil são o Hopi Hari, localizado entre os municípios paulistas de 
Campinas e São Paulo, e o Beto Carrero World, localizado em Penha/SC, próximo ao destino catarinense 
do Balneário Camboriú. No exterior destacam-se os Parques Temáticos da Disney, localizados nos Estados 
Unidos (Califórnia e Flórida) e na Europa, e da Universal, localizado na Flórida.
Figura 57 – Entrada do Parque Temático Universal, Flórida, Estados Unidos
4.12 Turismo linguístico 
Embora intimamente ligado ao turismo de intercâmbio, eles são diferentes em suas bases 
operacionais. O intercâmbio envolve vários temas, como cultura local, gastronomia etc., enquanto o 
linguístico envolve o estudo da língua e suas estruturas.
4.13 Turismo de excentricidades 
Esse segmento é representado por atividades em que o “diferente”, o “extraordinário”, é o cerne da 
prática turística, como caminhada a pé pelo Saara, mendicância em países europeus, vivência como 
imigrante ilegal etc. Essa discussão remete ao turismo de experiências, isto é, aquele que quer sentir as 
emoções em situações extremas. 
Figura 58 – Beduínos se deslocam em deserto na Tunísia, África
63
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
4.14 Turismo hedonista 
Considerado o turismo das sensações, pois valoriza a criatividade e o prazer. Define-se como 
deslocamento individual e/ou de grupo para atividades de visitação e turismo que se utiliza de uma 
oferta turística diversificada envolta numa atmosfera de magia, prazer, liberdade, aventura, fantasia etc.
Figura 59 – Ilustração sobre o hedonismo
4.15 Turismo futebolístico
Atividade turística motivadas por eventos ligados exclusivamente ao futebol. Envolve assistir a 
campeonatos, finais, treinos abertos ao público, cursos e visitas guiadas ao complexo da agremiação, 
praças e museus de equipes de futebol. 
Figura 60 – Estádio do Real Madrid, Espanha
64
Unidade II
4.16 Turismo acessível 
São atividades turísticas integradas a áreas de lazer não adaptadas que a pessoa com deficiência 
consegue realizar, sempre sob a perspectiva da inclusão. Trata-se de atividades e espaços adaptados para 
que as pessoas com deficiência possam participar em conjunto com outras pessoas. Essas atividades 
e espaços obedecem a vários critérios e normas técnicas no que diz respeito à oferta de produtos e 
serviços turísticos destinados a esse nicho.
Figura 61 – A liberdade promovida pelo turismo acessível
4.17 Turismo ferroviário
Para Tomelin (2001), o transporte é essencial no deslocamento do turista, sendo um elemento de lazer 
e de viagem. O turismo ferroviário no Brasil é explorado somente em roteiros ferroviários previamente 
estabelecidos, como trens turísticos. Os circuitos são definidos com agenda e programação prévia. 
A Resolução n. 359 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de 26 de novembro de 2003, 
estabelece que 
os trens turísticos e os histórico-culturais caracterizam-se por contribuírem 
para a preservação do patrimônio histórico e da memória das ferrovias e 
operam durante todo ano, enquanto os trens comemorativos caracterizam-se 
pela realização de um evento específico e isolado (ANTT, 2003).
A seguir estão listados os trens turísticos e culturais autorizados atualmente a operar no Brasil pela ANTT:
São João Del Rei/Tiradentes 
UF: MG
Extensão: 12 km
Operadora: Ferrovia Centro Atlântica – FCA 
Detentor do Trecho: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT.
Resolução n. 468
Publicação: 22/3/2004
65
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
São Lourenço/Soledade de Minas 
UF: MG
Extensão: 10 km
Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF
Resolução n. 2.675
Publicação: 28/4/2008
Passa Quatro/Coronel Fulgêncio 
UF: MG
Extensão: 10 km
Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF
Resolução n. 2.688
Publicação: 8/5/2008
Ouro Preto/Mariana 
UF: MG
Extensão: 18 km
Operadora: Ferrovia Centro Atlântica – FCA
Detentor do Trecho: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT.
Resolução n. 4.433
Publicação: 1º/10/2014
Bento Gonçalves/Carlos Barbosa 
UF: RS
Extensão: 48 km
Operadora: Empresa Giordani Ltda.
Concessionária: Rumo Malha Sul S.A.
Resolução n. 484
Publicação: 5/4/2004
Tubarão/Imbituba/Urussanga 
UF: SC
Extensão: 159 km
Operadora: Sociedade Amigos da Locomotiva a Vapor – Museu Ferroviário de Tubarão
Concessionária: Ferrovia Teresa Cristina S.A.
Resolução n. 965
Publicação: 25/5/2005
Rio Negrinho/Rio Natal/Corupá 
UF: SC
Extensão: 59 km
Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF
Concessionária: Rumo Malha Sul S.A
Resolução n. 1.545 
66
Unidade II
Publicação: 4/8/2006
Deliberação n. 930 
Publicação: 16/11/2018
Piratuba/Marcelino Ramos 
UF: SC/RS
Extensão: 26 km
Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF
Concessionária: Rumo Malha Sul S.A.
Resolução n. 1.583
Publicação: 21/8/2006
Ponta Grossa/Guarapuava/CascavelUF: PR
Extensão: 505 km
Operadora: Serra Verde Express Ltda.
Resolução n. 2.685
Publicação: 8/5/2008
Campo Grande/Indubrasil (km 859) a Corumbá (km 1.300) 
UF: MS
Extensão: 441 km
Operadora: Serra Verde Express Ltda.
Resolução n. 3.045
Publicação: 27/2/2009
Brás/Mooca 
UF: SP
Extensão: 3 km
Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF
Concessionária: MRS Logística S.A.
Resolução n. 1.293
Publicação: 1º/2/2006
Assis/Paraguaçu Paulista/Quatá 
UF: SP
Extensão: 60 km
Operadora: Prefeitura de Paraguaçu
Resolução n. 2.636
Publicação: 7/4/2008
Paranapiacaba 
UF: SP
Extensão: 304 m
67
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF
Resolução n. 2.892
Publicação: 22/9/2008
Rio Grande da Serra/Paranapiacaba
UF: SP
Extensão: 12 km
Operadora: Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM
Resolução n. 3.556
Publicação: 9/8/2010
Campinas/Jaguariúna 
UF: SP
Extensão: 25 km
Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF
Resoluções n. 1.549 e 1.649 
Publicação: 4/8/2006 e 10/10/2006 (respectivamente)
Figura 62 – Trem tipo Maria Fumaça percorre Estrada de Ferro Campinas/Jaguariúna, estado de São Paulo
Estação de Viana (km 613,7)/Estação de Araguaia (km 567,7)
UF: ES
Extensão: 46 km
Operadora: Serra Verde Express Ltda.
Resolução n. 3.374
Publicação: 12/1/2010
Morretes/Antonina
UF: PR
Extensão: 17 km
68
Unidade II
Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF
Resolução n. 1.494
Publicação: 3/7/2006
São José do Rio Preto/Eng. Schmitt 
UF: SP
Extensão: 10,5 km
Operadora: Pref. de São José do Rio Preto
Concessionária: Rumo Malha Paulista S.A.
Resolução n. 2.459
Publicação: 7/12/2007
Paraíba do Sul/Cavaru 
UF: RJ
Extensão: 14 km
Operadora: Prefeitura de Paraíba do Sul
Resolução n. 508
Publicação: 30/4/2004
Rio Pardo/Cachoeira do Sul
UF: RS
Extensão: 56 km
Operadora: Movimento Civil de Preservação Ferroviária – MCPF
Resolução n. 716
Publicação: 31/8/2004
Campo Grande/Corumbá
UF: MS
Extensão: 459,58 km
Operadora: Agência de Gestão e Integração de Transportes – Agitrams
Resolução n. 509
Publicação: 6/5/2004
Montenegro/Guaporé/Estrela
UF: RS
Extensão: 106 km
Operadora: Ferrotur Passeios Turísticos Ltda.
Resolução n. 2.922
Publicação: 17/10/2008
Guararema/Luiz Carlos 
UF: SP
Extensão: 5,5 km
Operadora: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF
69
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Concessionária: MRS Logística S.A.
Resolução n. 4.688
Publicação: 30/4/2015
Curitiba/Morretes 
UF: PR
Extensão: 68 km
Operadora: Serra Verde Express Ltda.
Concessionária: Rumo Malha Sul S.A.
Resolução n. 5.315
Publicação: 22/3/2017 
Independentemente do segmento, nenhum mercado é definitivo e sempre haverá necessidade 
de os profissionais de mercado e os pesquisadores brasileiros identificarem novos nichos e novas 
oportunidades de negócios. 
Portanto, a organização em sua cidade ou região, juntamente com o mercado turístico e seus empresários, 
hoteleiros, agentes de viagens, guias de turismo e órgãos oficiais de turismo e hospitalidade, mapeando a oferta 
e a demanda existente em sua localidade, é fundamental para identificar e planejar a oferta de qualidade a 
segmentos específicos, sejam eles tradicionais, novos ou emergentes.
4.18 Turismo literário
Trata-se do turismo praticado em localidades retratadas em livros cujos relatos inspiram viajantes 
a conhecer esses locais graças ao poder das palavras exercido pelas publicações na mente dos leitores. 
A seguir são listadas diversas obras que servem de inspiração para esses viajantes, o turismo literário é 
considerado atualmente um novo e interessante segmento de mercado.
Lugares distantes: como viajar pode mudar o mundo, de Andrew Solomon
Coletânea de ensaios, nos quais Andrew Solomon, autor do best seller O demônio do 
meio-dia, relata suas histórias de viagem e faz observações sobre 83 países do mundo – e 
também sobre o próprio ato de viajar e conhecer novas culturas. 
Lugares distantes é muito mais do que um conjunto de relatos. Com olhar perspicaz, o 
autor analisa os destinos para além do ponto de vista turístico: ele os vê em sua totalidade, 
com ramificações sociais, políticas, econômicas. Uma parte muito importante das histórias 
são os personagens, pessoas comuns que servem de ponto de partida para entendermos o 
contexto do lugar. O autor também disserta sobre a ideia de empatia durante toda a obra. 
Para ele, conhecer culturas diferentes é uma forma de combater a ignorância e a intolerância. 
E viajar muda como nós encaramos os outros e a nós mesmos. 
70
Unidade II
A estrada dá tudo que você precisa, de Mirella Rabelo e Rômulo Wolff
O casal Mirella e Rômulo são famosos no YouTube por compartilharem seu estilo de vida 
excêntrico: os dois moram em um motor home e viajam mundo afora há mais de três anos.
O livro conta as vivências dos dois pela estrada – dos privilégios aos perrengues – e dá 
dicas para quem quer seguir um estilo de vida parecido, ou mesmo fazer uma longa viagem 
de carro. Com tom leve e descontraído, A estrada dá tudo o que você precisa é para ser lido 
em uma sentada. E não será muito difícil se inspirar pela história: ao detalhar uma vida 
nômade, o casal desperta um senso de coragem e aventura – e pode até despertar a vontade 
de largar tudo e cair na estrada! 
Diários de bicicleta, de David Byrne
Adepto da bicicleta muito antes dela ser considerada algo cool, o ex-vocalista da banda 
Talking Heads nos leva em longos passeios por várias cidades, faz reflexões sobre o uso 
da bike como meio de transporte e suas implicações, tanto em nossa saúde quanto na 
infraestrutura dos centros urbanos. 
Cada capítulo de Diários de bicicleta conta as experiências e aventuras de Byrne sobre 
duas rodas em cidades como Nova York, Manila, Buenos Aires, Sydney e Berlim. Neles, o 
autor aborda questões sobre música, história, arte, filosofia, política, urbanismo e, junto a 
tudo isso, argumentos lógicos a favor do uso das magrelas. 
Você definitivamente não precisa ser um adepto da bicicleta para gostar do livro, mas 
poderá repensar tal ideia quando chegar na última página. 
A caminho do Atacama, de Rômulo Provetti
Foram 24 dias de viagem, mais de 10.500 quilômetros e uma moto. Saindo de Belo 
Horizonte, Rômulo Provetti atravessou Brasil, Argentina e Chile para chegar ao deserto do 
Atacama. Além de dividir suas angústias, medos e conquistas durante o trajeto, Rômulo 
dá dicas e informações práticas para os iniciantes e enfatiza a importância de um extenso 
planejamento nesse tipo de viagem. 
Ilustrado com belas fotos, A caminho do Atacama contagia por seu senso de aventura e 
consegue transportar o leitor para a garupa de Rômulo. É um prato cheio para quem sonha 
fazer uma longa viagem de moto – ou qualquer tipo de aventura ambiciosa! 
Terra dos homens, de Antoine de Saint-Exupéry
O escritor do clássico atemporal O pequeno príncipe reúne nessa obra suas impressões e 
reflexões da época em que era piloto de avião, durante as décadas de 1920 e 1930. Ele narra 
com muita riqueza de detalhes episódios vividos ao sobrevoar rotas da África e da 
71
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
América do Sul, do Deserto do Saara à Cordilheira dos Andes – dois cenários também muito 
bem descritos na obra.
Em determinado momento do livro, Saint-Exupéry sofre uma queda de avião e passa dias 
perdido no Saara, sem água nem comida, em meio a um calor extremo e vendo miragens. 
Nessa situação, acompanhamos de perto as angústias e aprendizados do autor. 
Mais do que um livro de viagem, Terra dos homens é um grande ensaio filosófico, que 
reflete sobre companheirismo, a pequenez do homem, a simplicidade, o sentido da vida. 
Mar sem fim, de Amyr Klink
Outro livro desta lista que relata uma viagem extraordinária. O brasileiro Amyr Klink, a 
bordo de um veleiro, embarca sozinho em direção a uma viagem de volta ao mundo, 360º 
pela Antártida. Conhecida como Convergência Antártica, o trajeto é um dos mais inóspitose não convidativos do mundo: são milhares de quilômetros de águas geladas, mar agitado, 
vento forte e nenhuma terra à vista. Amyr foi a primeira pessoa do mundo a completar esse 
caminho e a tarefa não foi fácil. 
Foram 141 dias no mar e mais de dezoito mil milhas navegadas, desde Paraty, no Rio de 
Janeiro. Durante o percurso, o autor narra de forma bem realista o seu céu e o seu inferno. 
De um lado, uma rotina cansativa, solitária, apavorante. De outro, as belezas naturais 
exóticas, lugares fascinantes, os animais marinhos, a liberdade. 
Mar sem fim é um relato bonito e inspirador de uma viagem solo. O novo, o diferente e 
o desconhecido são elementos que permeiam toda a obra – e incentivam o leitor a sair de 
sua zona de conforto. Não será difícil ter vontade de sair velejando ao terminá-lo.
Travels, de Michael Crichton
Autor consagrado de ficção científica, responsável por clássicos como Jurassic park e 
O enigma de Andrômeda, Crichton escreve uma autobiografia com foco em suas viagens – 
das literais, ao redor do mundo, às internas, por dentro de si mesmo. 
O livro tem em alguns momentos uma pegada reflexiva, ao discutir os aprendizados 
pessoais do escritor, sua espiritualidade, suas fraquezas e defeitos. Travels é um relato 
realista do seu ponto de vista – e de como ele foi transformado pelas viagens que fez. 
Com uma escrita direta e despretensiosa, o autor é capaz de nos transportar ao seu 
mergulho com tubarões no Taiti, à sua escalada pelo Monte Kilimanjaro e ao Himalaia ou 
sua busca por gorilas em Ruanda. 
Michael Crichton é motivado a conhecer lugares diferentes (da Papua Nova Guiné, 
à Tailândia, Jamaica e Tanzânia) principalmente para ter contato com pontos de vistas 
72
Unidade II
distintos e se distanciar da visão de mundo eurocêntrica ou americanizada. Sua percepção 
pessoal e do outro é alterada por esses choques culturais – uma das razões de suas 
jornadas internas.
O guia do viajante do caminho de Santiago, de Daniel Agrela
Uma das peregrinações mais famosas do mundo, o Caminho de Santiago da Compostela 
atrai milhares de viajantes dispostos a percorrer todos os seus 800 quilômetros. Mas esta 
definitivamente não é uma viagem para ser feita sem preparação – é um projeto. Da lista, 
este livro talvez tenha o formato mais convencional de todos quando falamos de “livro de 
viagem”. Com intenção de preparar o caminhante de todas as formas, é um verdadeiro guia 
prático – com dicas do que levar, de onde ficar, o que fazer, as diferentes rotas existentes, 
cuidados durante a caminhada, os custos e até de como cuidar dos ferimentos no pé.
Dividido em três partes (Orientação, Preparação e Direcionamento), a obra traz instruções 
detalhadas para cada etapa do Caminho, com diferentes níveis de dificuldade, e aborda, 
além dos preparativos físicos, o preparo emocional antes e durante o trajeto. 
O guia do viajante do Caminho de Santiago é uma opção prática, recheada de informações 
importantes, mapas e imagens para quem está se prepara para (ou pretende) aventurar-se 
pelo Caminho. 
Viajando com Charley, de John Steinbeck
Com 58 anos, o vencedor do Nobel de Literatura John Steinbeck decide viajar pelos 
Estados Unidos, país que acreditava não conhecer mais, para então redescobri-lo. Junto de 
seu poodle Charley e a bordo do caminhão (e casa) Rocinante, o autor percorreu o país de leste 
a oeste durante três meses, de Nova York à Califórnia, atravessando no caminho estados 
do norte, sul e meio-oeste norte-americano, em uma tentativa de fugir de sua zona de 
conforto. Foram 16 mil quilômetros pelas estradas americanas. 
A obra é um diário de viagem, mas é também um retrato dos Estados Unidos da década 
de 1960. O escritor nos põe na estrada junto a ele por seus detalhes, da descrição de 
cenários esplendorosos às histórias das pessoas que cruzaram seu caminho. Com um olhar 
bem humorado, nostalgia e um tom de criticidade, Viajando com Charley reúne memórias 
e impressões de Steinbeck sobre a vida americana – especialmente de pessoas comuns e da 
classe trabalhadora. 
Viajar: eu preciso!, de Mayke Moraes
Desapegado e inquieto, o mineiro Mayke Moraes decidiu sair do lugar comum e partiu 
em um mochilão por 54 países, entre eles Coréia do Sul, Cuba, Bósnia-Herzegovina, Egito 
e Israel. O livro é um compilado das vivências do autor e detalha as aventuras, descobertas, 
imprevistos, decepções e surpresas que ele obteve por meses de viagem. Durante esse 
73
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
tempo, Mayke trabalhava até juntar dinheiro suficiente para seguir ao próximo destino. 
Ele conta que chegou a trabalhar como garçom, camareiro e entregador de jornal para 
bancar sua jornada. Por essas experiências, o autor reforça a ideia de que não é preciso 
ser um milionário para conhecer o mundo – e ainda dá várias dicas de como fazer uma 
viagem low cost. 
Não conta lá em casa, de André Fran
Integrante do programa de televisão Não conta lá em casa, o jornalista André Fran 
escreve sobre suas experiências nos locais de gravação da série. Tanto na TV quanto no livro, 
o intuito é conhecer lugares polêmicos – sejam eles fora do comum, perigosos, isolados do 
resto do mundo ou em situação de “conflito” – e mostrá-los sob um ângulo diferente. Coreia 
do Norte, Irã, Afeganistão, Tuvalu, Somália e Palestina são alguns dos destinos visitados. 
Contado do ponto de vista de André, o livro tem uma narrativa leve e informal, mas 
também carregada de significados ao mostrar culturas tão diferentes e a realidade dos 
locais que cruzaram o caminho do autor, Não conta lá em casa traz questionamentos 
políticos, sociais, econômicos, ambientais. É uma obra que entretém, mas também 
ensina e faz refletir. 
A arte da peregrinação, de Phil Cousineau
A peregrinação é um ato sagrado, mas não necessariamente religioso. A afirmação 
é do escritor Phil Cousineau, que nesta obra estimula o leitor a fazer viagens mais 
significativas – que o toquem profundamente, tragam aprendizados e o transformem 
de alguma forma. Através de suas histórias pessoais por cinquenta países, o autor reflete 
sobre o ato de peregrinar e a importância das jornadas para o ser humano. A ideia é 
inspirar viajantes a ir além de uma viagem comum e criarem sua própria peregrinação, a 
um lugar que tenha um significado especial. O importante é a transformação: voltar um 
pouco diferente de quando partiu. 
Fonte: Simonetti (2019).
Resumo 
Estudamos que segmentar mercado exige conhecimento das variáveis 
operacionais para que possamos identificar nosso mercado-alvo e, dessa forma, 
identificar o nicho a ser estudado. 
Identificamos os eixos prioritários do Ministério do Turismo quanto à 
segmentação e aprofundamos os estudos a partir dos livros organizados por 
Ansarah e Panosso Neto, que reuniram pesquisadores brasileiros e a discussão 
proposta pelos segmentos estudados e determinados por eles. 
74
Unidade II
As definições não se esgotam aqui, mas refletem a necessidade da 
pesquisa acadêmica e de mercado para a identificação de novos mercados 
e oportunidades de negócios, gerando renda e emprego.
 Exercícios
Questão 1.No portal Qual Viagem, na internet, encontramos a seguinte oferta de passeio turístico:
“Alto Paraíso possui uma atmosfera de magia, com suas cachoeiras e incríveis formações rochosas. A cidade 
é cortada pelo paralelo 14, o mesmo que passa por Machu Picchu, e está repleta de minas de quartzo. Por isso, o 
local é conhecido por esotéricos por ter muita energia e boas vibrações. Alto Paraíso também é porta de entrada 
para a Chapada dos Veadeiros, lugar que também está repleto de lendas e até avistamento de OVNIs.” 
Disponível em: http://www.qualviagem.com.br/5-lugares-misticos-e-misteriosos-pelo-brasil/. 
Acesso em: 4 mar. 2020.
Esse local pode ser classificado como turismo:
A) Religioso.
B) Místico ou esotérico.
C) Ecoturismo.
D) Geográfico.
E) Cultural.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o turismo religioso configura-sepelas atividades turísticas decorrentes da busca 
espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas.
B) Alternativa correta.
Justificativa: turismo místico ou esotérico caracteriza-se pelas atividades turísticas decorrentes da 
busca da espiritualidade e do autoconhecimento em práticas, crenças e rituais considerados alternativos. 
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SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: é um segmento da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio 
natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista 
através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: não há uma modalidade de turismo que seja definida como geográfico. 
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: turismo cultural é aquele em que as atividades turísticas relacionadas à vivência do 
conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais são 
relevantes, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.
Questão 2. Sergio Nospek foi contratado por uma empresa internacional na área de medicamentos 
e precisa participar de muitas reuniões nas quais os participantes são norte-americanos, por isso, o 
idioma utilizado é o inglês. Faz tempo que ele não utiliza a língua inglesa no trabalho e, por isso, precisa 
praticar um pouco antes de começar a participar ativamente das reuniões. Ele encontrou uma escola 
de inglês no estado de São Paulo que possui imersão em finais de semana em uma linda fazenda, com 
cachoeiras, trilhas e muito lazer, mas durante todo o tempo os participantes devem falar em inglês e são 
acompanhados por professores. Essa atividade pode ser considerada:
A) Turismo de negócios.
B) Turismo de eventos.
C) Turismo rural.
D) Turismo paisagístico.
E) Turismo linguístico.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: turismo de negócios é definido como o conjunto de atividades turísticas decorrentes 
dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, 
técnico, científico e social. No caso do enunciado, não foi a empresa em que Sergio trabalha que 
organizou a atividade, mas sim ele próprio que necessita praticar outro idioma.
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Unidade II
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o turismo de eventos é definido como o conjunto de atividades turísticas decorrentes 
dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, 
técnico, científico e social.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: turismo rural é definido como o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio 
rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e 
promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: turismo paisagístico é aquele decorrente das observações da paisagem da localidade 
visitada. Os recursos paisagísticos podem ser naturais ou arquitetônicos e estimulam os turistas e 
visitantes a terem uma experiência significativa.
E) Alternativa correta.
Justificativa: turismo linguístico é associado ao turismo de intercâmbio e envolve o estudo da 
língua e suas estruturas. O intercâmbio pode ser considerado mais amplo porque envolve cultura local, 
gastronomia, cultura, entre outros aspectos. No caso do enunciado, trata-se de turismo linguístico 
praticado em local com atrativos naturais e estruturais, porém com objetivo de desenvolvimento de 
estudo de língua inglesa.

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