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HIPÓTESE “Dor em articulações e fatores genéticos podem ser indicativos de febre reumática. Assim como, lesões serpiginosas associadas a vivência em região litorânea, sugerem a presença de larvas migrans cutânea”. OBJETIVOS IMUNOLOGIA 1– Descrever o mecanismo imunopatológico da febre reumática. Determinar as causas e a classificação de hipersensibilidade da doença. 2– Interpretar ASLO. MICROBIOLOGIA 3– Determinar o agente e seus fatores de virulência da amigdalite. EPIDEMIOLOGIA 4– Identificar em estudos observacionais de Revisão Sistemática a associação entre amigdalite e febre reumática em crianças. PARASITOLOGIA 5– Descrever parasitologicamente a esquistossomose. 6– Identificar os tipos de larvas migrans, agente etiológicos e nome popular. Citar as manifestações clínicas (sinais e sintomas) PATOLOGIA 7– Explicar os tipos de choque. Apontar o choque encontrado no agravamento de febre reumática. PPM 8– Descrever o exame físico cardíaco e os achados patológicos do caso. 9– Determinar os critérios semiológicos para o diagnóstico de febre reumática aguda. 10– Compreender o esquema profilático da febre reumática (benzatina) FARMACOLOGIA 11– Descrever farmacologicamente o grupo dos Anti-helmínticos na prática clínica. (Grupo do Albendazol) PAPP 12– Identificar o programa de prevenção de parasitose nas escolas IMUNOLOGIA 1) Descrever o mecanismo imunopatológico da febre reumática. Determinar as causas e a classificação de hipersensibilidade da doença. A febre reumática é uma doença inflamatória que ocorre após um episódio de amigdalite bacteriana provocada por Streptococcus, tratada inadequadamente. Pode atingir as articulações, o coração e o cérebro, deixando sequelas cardíacas graves, com consequências por toda a vida e podendo levar à morte. A doença ocorre em surtos, se não for prevenida, e a cada surto aumenta a chance de ocorrerem lesões cardíacas graves. A doença pode ocorrer em todas as idades, porém, a faixa etária de 5 a 15 anos é a mais acometida. A febre reumática (FR) é uma complicação não supurativa da faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) e decorrem de resposta imune tardia a esta infecção em populações geneticamente predispostas. Após 15 dias a 1 ano da doença supurativa (amigdalite ou escarlatina), o indivíduo pode desenvolver a doença não-supurativa, de fundo autoimune, chamada de Febre Reumática. É chamada de doença não- supurativa pois ela aparece após a doença supurativa (amigdalite ou escarlatina). A Febre Reumática cursa independente da presença da bactéria no organismo, e por isso dizemos ser uma afecção (alteração capaz de expressar uma doença ou quaisquer sinais e sintomas de patologia, sem a ocorrência de infecção). Uma vez que os anticorpos neutralizantes (que neutralizam a estreptolisina O) foram ativados, não observaremos mais as bactérias. MECANISMO DE LESÃO O mecanismo de lesão da Febre Reumática ocorre através do processo de hipersensibilidade do tipo III. O mecanismo de lesão ocorre pelo depósito de imunocomplexos, formados durante a fase supurativa da doença (amigdalite), nas articulações, onde causam inflamação local. Imunocomplexos de tamanho pequeno não são fagocitados, então ficam circulantes no sangue e irão se depositar em vasos em determinados locais. Os imunocomplexos depositados proporcionam ativação do complemento e formação de C3s e 5a, que promoverão atração dos neutrófilos. Quando se depositam, por estarem ligados aos tecidos, passam de pequenos a grandes demais para serem fagocitados, então os neutrófilos não conseguem fagocitá-los, mas irão degranular, lançando substâncias que são tóxicas aos tecidos, decorrendo na lesão tecidual na região das articulações. Portanto podemos dizer que origem da doença está associada a uma reação cruzada de anticorpos produzidos originalmente contra produtos e estruturas dos estreptococos, que passam a reconhecer também Imunocomplexos que se ligam às células do hospedeiro, que se tornam alvos dos anticorpos produzidos contra o antígeno infeccioso, processo chamado mimetização molecular. RESUMINDO: O mecanismo imunopatológico da Febre Reumática é a hipersensibilidade tipo III, que é mediada por imunocomplexos (IC). IC de tamanho pequeno não conseguem ser fagocitados e ficam circulantes, após o determinado tempo se depositam em certos tecidos ou órgãos e assim conseguem ativar complemento. O complemento sofre clivagem e a fração c3b fica fixada na superfície desse tecido e as frações c3a e c5a recrutam do soro o fagocito neutrófilo, e assim os neutrófilos chegam ao tecido com o depósito de IC e pelo seu receptor FrC3 liga, mas como alvo agora é grande demais não consegue fazer fagocitose, portanto degranula substâncias toxicas e lesivas ao tecido, principalmente NO REFERÊNCIAS: Calich V, Vaz C. Imunologia. Rio de Janeiro, Livraria e Editora Revinter, 2001 Aula de Hipersensibilidades – Prof. Sueli Shadeck 2) Interpretar ASLO. O diagnóstico da febre reumática se baseia nos achados clínicos e em evidências de infecção recente por S. pyogenes, como a presença de anticorpos anti-estreptolisina “O” (ASO) e elevação da PCR, ambas dosagens feitas por reação de aglutinação indireta que leva 2 minutos para apresentar resultados. A ASO (ou ASLO) é um anticorpo neutralizante formado contra a toxina chamada estreptolisina O, formada pelo Streptococcus pyogenes. Então, pode-se afirmar que a ASO é positivada em doença que tiveram como causador o Streptococcus. Esses anticorpos possuem a ação de neutralizar a Estreptolisina O durante a doença supurativa. Passados 15 dias a mais ou menos 1 ano, o indivíduo pode desenvolver dor articular representando clinicamente a febre reumática. Laboratorialmente o ASO é positivado na febre reumática, mesmo sem que a infecção por Streptococcus esteja ativa, porque existe ainda a presença de imunocomplexos, formados por anticorpos contra a estreptolisina O (ocorre lesão por depósito de imunocomplexo pela hipersensibilidade do tipo III). O princípio do teste é o mesmo do PCR, a únicamudança é que no soro pesquisa-se os anticorpos anti- estreptolisina O da classe IgG. Padrões de apresentação INTERPRETAÇÃO ASO PCR Febre Reumática Ativa ≥ 500 UI/ml ≥ 8 mg/l Remissão da Crise ≥ 200 UI/ml e < 500 UI/ml < 8 mg/l Período Assintomático que Antecede uma Crise Elevam 30% ≥ 8mg/l Febre reumática ativa é representada por PCR entre 90 e 100 mg/ L e ASO maior ou igual a 500 UI/ mL. Horas antes da crise, PCR se eleva um pouco e ASO se eleva em torno de 30% do valor prévio. Febre reumática em remissão é representada por PCR normal e ASO entre 200 e 500 UI/ mL REFERÊNCIAS Abbas, A. K. Lichtman, A. H. Pillai, S. Imunologia celular e molecular. 9º ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019 Barbosa PJB, Müller RE, Latado AL, Achutti AC, Ramos AIO, Weksler C, et al. Diretrizes Brasileiras para Diagnóstico, Tratamento e Prevenção da Febre Reumática da Sociedade Brasileira de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Arq Bras Cardiol.2009;93(3 supl.4) Cenário de Imunologia – Prof. Sueli e Thelma MICROBIOLOGIA 3) Determinar o agente e seus fatores de virulência da amigdalite. A amigdalite é um processo patológico causado pela presença da bactéria S. pyogenes, no qual há formação de pus. Portanto dizemos tratar-se de uma doença supurativa. O agente da amigdalite é o Streptococcus ß-hemolitico grupo A 75% das faringites são de causa bacteriana. Biologia e Virulência • Cocos Gram‑positivos de crescimento rápido, dispostos em cadeias; apresentam carboidratogrupo‑específico (antígeno A) e tipo‑específico (proteína M) na parede celular • Virulência determinada pela capacidade de evadir da fagocitose (mediado principalmente pela cápsula, proteínas M e tipo M, C5a peptidase), de aderir e de invadir as células hospedeiras (proteína M, ácido lipoteicoico, proteína F) e de produzir toxinas (exotoxina pirogênica estreptocócica, estreptolisina S, estreptolisina O, estreptoquinase, DNases) Diagnóstico microbiológico: coleta de secreção da orofaringe com swab. Ágar sangue (S. pyogenes tem B-hemolisina), formação de halod de hemolise. REFERÊNCIAS: MURRAY, P.R. Microbiologia Médica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010 TRABULSI, Luiz Rachid; ALTERTHUM, Flávio, Microbiologia. São Paulo: Atheneu, 2015 EPIDEMIOLOGIA 4) Identificar em estudos observacionais de Revisão Sistemática a associação entre amigdalite e febre reumática em crianças The incidence of sore throat and group A streptococcal pharyngitis in children at high risk of developing acute rheumatic fever: A systematic review and meta-analysis Os resultados do estudo confirmam a alta incidência de infecções de garganta e faringite por GAS em crianças com risco de desenvolver IRA (Febre Reumática Aguda), justificando a necessidade de melhor prevenção e tratamento estratégias especialmente em regiões remotas e em populações indígenas. REFERÊNCIAS: Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33206687/ PARASITOLOGIA 5) Descrever parasitologicamente a esquistossomose ETIOLOGIA O agente etiológico da esquistossomose é um verme achatado, denominado Schistosoma mansoni. Esse verme foi trazido da África para o Brasil na época da escravidão MORFOLOGIA Dimorfismo sexual (sexo separado); verme achatado; habitam em vasos do sistema porta; o macho mede até 1 cm de comprimento, a fêmea mede até 1,5 cm de comprimento; possuem duas ventosas, que são órgãos de fixação, a ventosa oral e a ventosa ventral MACHO • Possui uma cor esbranquiçada • Possui uma ventosa oral e uma ventral • Abaixo da ventosa ventral, o verme faz um enrolamento do corpo formando uma fenda chamado de canal ginecóforo. Esse canal serve para albergar, transportar e fecundar a fêmea. • Não possui um órgão copulador, produz espermatozoides que são jogados diretamente no canal ginecóforo, onde alcançam e fecundam a fêmea. FÊMEA • Tem cor mais escura devido ao ceco com sangue semidigerido, com tegumento liso. • Na metade anterior, encontramos a ventosa oral e o acetábulo. • Seguinte a este temos a vulva, depois o útero (com um ou dois ovos), e o ovário. • A metade posterior é preenchida pelas glândulas vitelogênicas (ou vitelinas) e o ceco LARVAS MIRACÍDIO: •forma infectante para o hospedeiro intermediário, que é um molusco de água doce • Faz penetração ativa pelo tegumento do molusco CERCÁRIA: • forma infectante para o hospedeiro definitivo (o homem) • possui corpo e cauda bifurcada para locomoção. • uma vez que ao penetrar no hospedeiro, perde a cauda OVO O ovo é eliminado nas fezes do hospedeiro parasitado. É uma estrutura ovalada, com uma espícula na extremidade posterior. Quando o ovo é eliminado nas fezes, já possui um miracídio no seu interior. HABITAT Vermes Adultos: habitam as veias do sistema porta intra-hepático Ovoposição: no momento da ovoposição, os vermes migram para a veia mesentérica inferior HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS Moluscos aquáticos da família Planorbidae - Biomphalaria glabrata - Biophalaria tenagophila - Biomphalaria straminea CICLO BIOLÓGICO 1. Uma pessoa parasitada possui vermes adultos macho e fêmea na circulação porta intra-hepática. 2. No momento da oviposição, ocorre a migração dos vermes para a veia mesentérica inferior 3. Ocorre então a postura dos ovos que são eliminados junto com as fezes do paciente. 4. Os ovos eliminados possuem em seu interior larvas do tipo miracídio. Se as fezes postas forem pastosas, os miracídio possuem uma expectativa de vida de até 5 dias, porém se forem líquidas a sobrevida é de apenas 24h, pois a água favorece a fermentaçãoque mata o miracídio. 5. Os ovos eliminados no meio ambiente precisam encontrar 2 condições para que haja continuidade do ciclo: • necessitam cair ou serem arrastados para um ambiente de água doce; • nessa coleção de água doce precisa encontrar um molusco que servirá como hospedeiro intermediário. 6. Na água ocorre a liberação do miracídio, que nada até encontrar seu hospedeiro. 7. Penetra pelas partes moles do molusco e se transforma em uma estrutura chamada esporocisto primário. 8. O esporocisto primário evolui para esporocisto secundário. 9. O esporocisto secundário migra para as glândulasdigestivas e reprodutoras do molusco. 10. Nesses locais, darão origem as cercárias, que são a forma infectante do hospedeiro definitivo. 11. As cercárias formadas irão abandonar o molusco nos horários mais quentes e mais luminosos do dia. 12. Já no meio liquido, (possui uma expectativa de vida de 36 horas, porém com maior atividade nas primeiras 8 horas) ela nada na procura do seu hospedeiro 13. Penetra nas partes submersas do hospedeiro; perde a cauda e transforma-se em uma estrutura chamada de esquistossomo. 14. O esquistossomo cai na circulação e é levado passivamente pelo sangue até atingir o fígado. 15. No fígado, transforma-se em vermes adultos e dentro de 42 dias começa eliminação de ovos a nas fezes do paciente. TRANSMISSÃO Ocorre pela penetração ativa das cercarias através da pele e/ou mucosas. No entanto, se ocorrer a ingestão de cercárias a partir de água contaminada, as larvas que atingem o estômago são eliminadas pela acidez do suco gástrico. Porém, as que penetram pela mucosa da boca e do esôfago conseguem adentrar a circulação e completar o ciclo REFERÊNCIAS: Neves, D. P. Parasitologia Humana. 13ª ed. São Paulo: Atheneu, 2016 6) Identificar os tipos de larvas migrans, agente etiológicos e nome popular. Citar as manifestações clínicas (sinais e sintomas) A Larva Migrans (ou bicho geográfico) é uma doença parasitária que pode se manifestar nas formas cutânea, visceral ou ocular, a depender da espécie do parasita infectante. LARVA MIGRANS CUTÂNEA A Larva Migrans Cutânea (LMC) é uma infecção cutânea autolimitada, habitualmente provocada por parasitas de animais domésticos. Também é denominada dermatite serpiginosa e dermatite pruriginosa, apresenta distribuição cosmopolita, porém ocorre com maior freqüência nas regiões tropicais e subtropicais AGENTE ETIOLÓGICO O agente etiológico sao as larvas infectantes de Ancylostoma braziliense e A. caninum, parasitos do intestino delgado de cães e gatos. SINAIS E SINTOMAS As partes do corpo atingidas com mais frequência são aquelas que entram em maior contato com o solo: pés, pernas, nádegas, mãos e antebraços e, mais raramente, boca, 1ábios e palato. Algumas vezes, as lesões são múltiplas, podendo ocorrer em várias partes do corpo. A sintomatologia pruriginosa inicia-se horas após a penetração da larva, sendo esse prurido tão intenso que interrompe o sono. Por vezes, estas lesões também são descritas como dolorosas. Um a cinco dias após a penetração da larva, é visível uma lesão eritematosa linear ou serpiginosa. Em sua migração, as larvas produzem um rastro saliente e pruriginoso, que por vezes, pode estar acompanhado de infecções secundárias decorrentes do ato de se coçar, que leva a escoriações na pele. Em alguns casos, há comprometimento pulmonar apresentando sintomas alérgicos (síndrome de Loefler) LARVA MIGRANS VISCERAL e OCULAR Alarva migrans visceral (LMV) é a síndrome determinada por migrações prolongadas de larvas de nematoides parasitos comuns aos animais, no organismo humano, que estão condenadas a morrer, depois de longa permanência nas vísceras, sem poder chegar ao estágio adulto. Quando as larvas desses parasitos migram para o globo ocular, tem-se a síndrome denominada larva migrans ocular (LMO). A espécie mais importante envolvida na síndrome de LMV e LMO é a Toxocara canis, parasito do intestino delgado de cães e gatos REFERÊNCIAS: Neves, D. P. Parasitologia Humana. 13ª ed. São Paulo: Atheneu, 2016 PATOLOGIA 7) Explicar os tipos de choque. Apontar o choque encontrado no agravamento de febre reumática. Choque é a expressão clínica da falência circulatória aguda que resulta na oferta insuficiente de oxigênio para os tecidos. É uma condição de alta mortalidade que deve ser identificada e tratada imediatamente. CONCEITO: síndrome caracterizada por baixa perfusão sistêmica dos tecidos, cuja característica é o colapso do sistema cardiovascular TIPOS DE CHOQUE: - cardiogênico - hipovolêmico - séptico - neurogênico CHOQUES CIRCULATÓRIOS - TIPOS: CHOQUE CARDIOGÊNICO Ocorre como consequência de uma falência da bomba cardíaca, resultando na incapacidade do coração de manter uma adequada perfusão tecidual, mesmo na presença de volume intravascular adequado. O infarto agudo do miocárdio (IAM) afetando ventrículo esquerdo representa 74,5% das suas causas Resulta da insuficiência da Bomba do Miocardio Causas: - IAM (principalmente afetando ventrículo esquerdo) - Miocardites - Arritmias Ventriculares - Compressão Extrínseca - Obstrução do Fluxo CHOQUE SÉPTICO É causado por infecções sistêmicas, infecções por gram-positivos (choque endotóxico); infecções por gram- negativo; fungos Causas: - Abcessos - Pneumonias - Peritonites Mecanismos: - vasodilatação periférica - ativação/lesão endotelial - lesão induzida por leucócitos - coagulação intravascular disseminada CHOQUE NEUROGÊNICO Perda do tônus muscular e acúmulo periférico de sangue Causas: - Anestésicos - Traumatismo Raquimedular - Choque Anafilático CHOQUE CIRCULATÓRIO – ESTÁGIOS: Estágio Não Progressivo Mecanismos compensatórios reflexos são ativados e a perfusão dos órgãos vitais é mantida Estágio Progressivo Caracterizado por hipoperfusão tecidual e início de desequilíbrio circulatório e metabólico, que vai aumentando, incluindo a acidose Estágio Irreversível Instala depois que as células sofrem uma lesão tão intensa que, mesmo sendo corrigido os efeitos hemodinâmicos, a sobrevida beira o impossível CHOQUE CIRCULATÓRIO – EVOLUÇÃO CLÍNICA Choque Cardiogênico e Hipovolêmico - hipotensão - pulso fraco e rápido - taquipneia - pele fria, pegajosa, cianótica - oligúria Choque Séptico e Neurogênico - pele quente (vasodilatação periférica) - calafrio - náuseas e vômito - diarreia - prostração - taquicardia - taquipneia - hipotensão - extremidade fria e pálida CHOQUE CIRCULATÓRIO – CONSEQUENCIAS - hipotensão - redução da perfusão tecidual - lesão celular reversível - lesão celular irreversível - morte O choque encontrado na Febre Reumática é o choque séptico, especificamente, o choque anafilático, mais comuns em crianças com menos de 12 anos de idade. REFERÊNCIAS: ROBBINS & COTRAN, Patologia – Bases Patológicas das Doenças, Editora Elsevier, 8ª edição ROBBINS, Patologia Estrutural e Funcional. Editora Guanabara – Koogan, 7ª edição BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo. Patologia Geral. 9a edição. Editora Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro, RJ, 2016. PPM 8) Descrever o exame físico cardíaco e os achados patológicos do caso INSPEÇÃO E PALPAÇÃO Inspeção e palpação do precórdio: Pesquisa de abaulamentos, análise do ictus cordis, dos movimentos visíveis e/ou palpáveis, palpação de bulhas, pesquisa de frêmitos. Posições: Em decúbitos dorsal, laterais e sentado Observar: Abaulamento; Impulsões de borda esternal; Retrações; Malformações torácicas; Batimentos ou Movimentos; Frêmito Cardiovascular; Ictus Cordis: Choque de Ponta - Cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com 5º espaço intercostal * Avaliar: Localização; Extensão; Mobilidade; Intensidade e forma de impulsão; Ritmo e freqüência * Comparar com pulsos carotídeos AUSCULTA CARDÍACA FOCOS Foco aórtico: 2º EID, junto ao esterno Foco pulmonar: 2º EIE, junto ao esterno Foco tricúspide: base do apêndice xifoide, ligeiramente à E Foco mitral: 5º EIE na linha hemiclavicular (corresponde ao ictus cordis) BULHAS Sons acústicos gerados pelas valvas cardíacas durante os fenômenos de sístole e diástole ventriculares. B1: corresponde ao fechamento das valvas tricúspide e mitral (sístole ventricular) – TUM B2: corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar (diástole ventricular) – TA SOPROS Sons relacionados a fenômenos patológicos nas valvas cardíacas. Podem ser decorrentes de: Estenoses: dificuldade de abertura efetiva da valva Insuficiências: dificuldade de fechamento efetivo da valva Nesse sentido, na sístole (fechamento das valvas tricúspide e mitral e abertura das valvas aórtica e pulmonar), os sopros podem corresponder a: Insuficiências tricúspide ou mitral Estenoses aórtica ou pulmonar Enquanto que na diástole (abertura das valvas tricúspide e mitral e fechamento das valvas aórtica e pulmonar), os sopros podem corresponder a: Estenoses tricúspide ou mitral Insuficiências aórtica ou pulmonar SOPRO NA FEBRE REUMÁTICA A febre reumática pode ter como manifestação clínica a cardite, com comprometimento principalmente da valva mitral. Pode haver estenose mitral, que resulta num sopro protodiastólico (início da diástole, entre B2- B1), ou insuficiência mitral, que ocasiona um sopro sistólico (entre B1-B2), mais grosseiro que o da estenose. ACHADOS CLÍNICOS NA FEBRE REUMÁTICA: Inspeção: ictus cordis vísível no quarto espaço intercostal. Palpação: ictus cordis palpável no quarto espaço intercostal com discreto desvio à esquerda. Ausculta: 2 bulhas rítmicas com hipofonese de B1 e presença de sopro holossistólico em foco mitral ++/4+ com irradiação para região axilar. REFERÊNCIAS: PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara, 2019. Carvalho MA, Lanna CCD, Bertolo MB, Ferreira GA. Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento. 4ª ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014. 9) Determinar os critérios semiológicos para o diagnóstico de febre reumática aguda. Critérios de Jones modificados de acordo com a OMS – 2002: SINAIS MAIORES Artrite; Cardite; Coreia; Eritema marginatum; Nódulos subcutâneos SINAIS MENORES Clínicos: febre; artralgias Laboratoriais: VHS/PCR; aumento do intervalo PR REFERÊNCIAS: PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara, 2019. Carvalho MA, Lanna CCD, Bertolo MB, Ferreira GA. Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento. 4ª ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014. 10) Compreender o esquema profilático da febre reumática (benzatina) ERRADICAÇÃO DO ESTREPTOCOCO (PROFILAXIA PRIMÁRIA) Os pacientes com qualquer manifestação da FR aguda (incluindo a coreia isolada) devem ser tratados com agentes antimicrobianos bactericidas para erradicar o estreptococo, mesmo que este não tenha sido isolado pela cultura. O tratamento oral deve ser mantido por, no mínimo, 10 dias. O antibiótico de escolha é a penicilina benzatina em dose única, por via intramuscular profunda, em dosede 600.000 UI para crianças até 25 kg de peso e 1.200.000 UI para pacientes acima desse peso. PROFILAXIA SECUNDÁRIA A profilaxia secundária com aplicação continuada de antibióticos bactericidas ou bacteriostáticos tem como objetivo evitar novas infecções, prevenindo assim novos surtos de FR que poderiam provocar lesões valvares, ou agravar as sequelas cardíacas já existentes. A droga de escolha continua sendo a penicilina benzatina, por via intramuscular, em intervalos de 21 dias. REFERÊNCIAS: PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara, 2019. Carvalho MA, Lanna CCD, Bertolo MB, Ferreira GA. Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento. 4ª ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014 FARMACOLOGIA 11) Descrever farmacologicamente o grupo dos Anti-helmínticos na prática clínica. (Grupo do Albendazol) A maioria das helmintíases é causada por problemas de saneamento básico e higiene, ou seja, esse tipo de infecção ocorre principalmente em regiões mais pobres, sem saneamento básico, em países subdesenvolvidos, onde a população não tem boas condições socioeconômicas As helmintíases, de forma geral, não são doenças graves, mas podem ocasionar consequências mais sérias em pacientes imunodeprimidos, renais crônicos, transplantados, pacientes com tuberculose e outros. Classe de anti-helminticos: Classe: Anti-helmíntico. Albendazol: Sulfóxido de albendazol Mecanismo de Ação: Causa degeneração seletiva de microtúbulos citoplasmáticos nas células intestinais e tegmentares dos helmintos e larvas intestinais. Uso Clínico: Enterobíase; Enterobíase na criança; Tricuríase; Ascaridíase; Ancilostomíase; Teníase; Teníase na criança; Estrongiloidíase; Giardíase; Necatoríase; Opistorquíase. Sua aplicação terapêutica primária, contudo, é o tratamento contra infestações por cestóideos, como cisticercose e hidatidose, esta causada por estágios larvais de Echinococcus granulosus. OBS: o albendazol também é muito eficaz no tratamento da microsporidiose, uma infecção fúngica. A absorção do albendazol após administração oral é errática, mas aumenta com alimentação rica em gorduras. Ele se distribui amplamente, incluindo o LCS. Ele sofre extensa biotransformação de primeira passagem, incluindo a formação de um sulfóxido ativo. O albendazol e seus metabólitos são excretados primariamente na urina. Quando este fármaco é usado em tratamentos curtos (1-3 dias) contra infestações por nematódeos, os efeitos adversos são leves e transitórios, e incluem cefaleia e náusea. O tratamento da hidatidose (por 3 meses) oferece risco de hepatotoxicidade e, raramente, agranulocitose ou pancitopenia. O tratamento médico da neurocisticercose está associado a respostas inflamatórias decorrentes dos parasitas que morrem no sistema nervoso central (SNC), incluindo cefaleia, êmese, hipertermia e convulsão. Não é recomendado o uso de albendazol no primeiro trimestre gestacional por risco de teratogênicidade. Em crianças menores de 2 anos também não é recomendado. REFERÊNCIAS: WHALEN. K Farmacologia Ilustrada - 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2016 PAPP 12) Identificar o programa de prevenção de parasitose nas escolas O Programa Saúde na Escola (PSE) visa à integração e articulação permanente da educação e da saúde, proporcionando melhoria da qualidade de vida da população brasileira. O PSE tem como objetivo contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino. O público beneficiário do PSE são os estudantes da Educação Básica, gestores e profissionais de educação e saúde, comunidade escolar e, de forma mais amplificada, estudantes da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). As atividades de educação e saúde do PSE ocorrerão nos Territórios definidos segundo a área de abrangência da Estratégia Saúde da Família (Ministério da Saúde), tornando possível o exercício de criação de núcleos e ligações entre os equipamentos públicos da saúde e da educação (escolas, centros de saúde, áreas de lazer como praças e ginásios esportivos, etc). Para alcançar estes propósitos o PSE foi constituído por cinco componentes: a) Avaliação das Condições de Saúde das crianças, adolescentes e jovens que estão na escola pública; b) Promoção da Saúde e de atividades de Prevenção; c) Educação Permanente e Capacitação dos Profissionais da Educação e da Saúde e de Jovens; d) Monitoramento e Avaliação da Saúde dos Estudantes; e) Monitoramento e Avaliação do Programa. REFERÊNCIAS: Programa Saúde na Escola (PSE) – Ministério da Educação LUDWIG, K. M; CONTE, A. O. C.; Enteroparasitoses em Crianças de uma Creche na Cidade de Assis/SP – Antes e Depois de Campanhas Educativas, 2017 CUNHA, J. C; SILVA, A. T; et al. Ocorrência de Parasitoses Intestinais no Centro de Aprendizagem Pró- Menor de Passos – CAPP, 2016
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