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FUNDAÇÕES Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Aula 16 Métodos semiempíricos para a previsão da capacidade de carga de estacas. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Introdução - Amann (2010): os métodos semiempíricos podem ser definidos como os que partem das formulações teóricas complementando-as com o estabelecimento das tensões máximas de atrito e ponta obtidas a partir de correlações empíricas com ensaios de campo (que eliminam a influência das variáveis relativas à retirada e transporte de amostras do solo ao laboratório, entre outras). Assim, os ensaios de campo, ou sondagens, são parte essencial dos métodos semiempíricos. - Velloso e Lopes (2010): em nosso país, a sondagem (com realização do SPT) é a investigação geotécnica mais difundida e realizada, assim expressa por Milititsky (1986): A Engenharia de fundações no Brasil pode ser descrita como a Geotecnia do SPT. Por isso, há muito tempo, os profissionais de fundações têm a preocupação de estabelecer métodos de cálculo da capacidade de carga de estacas utilizando os resultados das sondagens a percussão. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira - Alledi (2014): os métodos de previsão de capacidade de carga com base em investigações geotécnicas in situ constituem-se na principal forma de se estimar o comprimento das estacas e, consequentemente, o custo de uma obra antes da sua realização propriamente dita ou da execução de estaca piloto para ser submetida à prova de carga. - Schnaid e Odebrecht (2012): os métodos semiempíricos são ferramentas valiosas para a Engenharia de Fundações, porém, ressaltam a importância de se reconhecer que sua validade é limitada à prática construtiva regional e às condições específicas dos casos históricos utilizados no seu desenvolvimento. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Método de Aoki e Velloso (1975) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira K = coeficiente de conversão que estabelece a proporcionalidade entre a resistência de ponta unitária; F1 = fator de conversão (escala e tipo de estaca) aplicado à parcela referente à resistência de ponta; F2 = fator de conversão (escala e tipo de estaca) aplicado à parcela referente à resistência lateral; α = razão de atrito, ou seja, coeficiente que correlaciona o atrito local do cone com a ponteira e a tensão de ponta da estaca. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira K = coeficiente de conversão que estabelece a proporcionalidade entre a resistência de ponta unitária; NP = valor de NSPT considerado como representativo da ponta da estaca (NSPT ao nível da ponta); F1 = fator de conversão (escala e tipo de estaca) aplicado à parcela referente à resistência de ponta; AP = área de ponta ou base da estaca; U = perímetro da estaca; F2 = fator de conversão (escala e tipo de estaca) aplicado à parcela referente à resistência lateral; α = razão de atrito, ou seja, coeficiente que correlaciona o atrito local do cone com a ponteira e a tensão de ponta da estaca; NLi = valor médio do NSPT correspondente a cada segmento (∆Li) de estaca; ∆Li = comprimento de cada segmento de estaca discretizado. D = diâmetro ou lado da seção transversal do fuste da estaca, mantendo F2 = 2 F1. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Método de Décourt e Quaresma (1978) modificado por Décourt (1996) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira α e β são fatores introduzidos no método por Décourt (1996) e representam coeficientes empíricos de correção dados em função do tipo de estaca e de solo, respectivamente aplicados na parcela de resistência de ponta e lateral. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira O método de Décourt e Quaresma propõe que a carga admissível geotécnica da estaca seja dada por: Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Tipo de solo C (kN/m²) Argilas 120 Silte argiloso (residual) 200 Silte arenoso 250 Areia 400 Valores do coeficiente C em função do solo (DÉCOURT, 1996). Tipo de solo Coeficiente Escavadas em geral Escavada (bentonita) Hélice contínua Estaca raiz Injetadas sob altas pressões Argilas α 0,85 0,85 0,30 0,85 1,00 β 0,80 0,90 1,00 1,50 3,00 Solos intermediários α 0,60 0,60 0,30 0,60 1,00 β 0,65 0,75 1,00 1,50 3,00 Areias α 0,50 0,50 0,30 0,50 1,00 β 0,50 0,60 1,00 1,50 3,00 Coeficientes empíricos de correção α e β em função do tipo de solo e estaca (DÉCOURT, 1996, adaptada). Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Contribuição de Silveira (2002) ao método de Décourt e Quaresma (1978, 1996) Tipo de solo C (kN/m²) Argila siltosa 110 Argila arenosa 120 Silte argiloso 200 Silte arenoso 250 Areia argilosa 350 Areia siltosa 350 Areia 400 Areia com pedregulhos 400 Valores do coeficiente C em função do solo (SILVEIRA, 2002). Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Tipo de solo Coeficiente Pré-moldada (concreto e aço) Franki Hélice contínua Escavada sem revestimento Argila siltosa α 1,00 1,00 0,85 0,85 β 1,00 1,00 1,00 0,80 Argila arenosa α 1,00 1,00 0,85 0,85 β 1,00 1,00 1,00 0,80 Silte argiloso α 1,00 1,00 0,60 0,60 β 1,00 1,00 1,00 0,65 Silte arenoso α 1,00 1,00 0,60 0,60 β 1,00 1,00 0,90 0,65 Areia argilosa α 1,00 1,00 0,50 0,50 β 1,00 1,00 0,80 0,50 Areia siltosa α 1,00 1,00 0,50 0,50 β 1,00 1,00 0,80 0,50 Areia α 1,00 1,00 0,50 0,50 β 1,00 1,00 0,70 0,50 Areia com pedregulhos α 1,00 1,00 0,50 0,50 β 1,00 1,00 0,70 0,50 Coeficientes empíricos de correção α e β em função do tipo de solo e estaca (SILVEIRA, 2002). Método de Teixeira (1996) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira - O autor adotou parâmetros de correção α e β, aplicados à resistência de ponta e à resistência lateral da estaca, respectivamente, para o cálculo da capacidade de carga de um sistema solo/estaca e, com isso, propôs uma espécie de equação unificada (AOKI e CINTRA, 2010); - A resistência lateral independe do tipo de solo, sendo função do tipo de estaca; - Quanto ao cálculo da carga admissível, Teixeira (1996) recomenda, para as estacas dos tipos I, II e IV o coeficiente de segurança da norma, isto é 2; para as estacas do tipo III (escavadas) recomenda, para a ponta, um coeficiente 4 e, para o atrito lateral, 1,5. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Coeficiente de correção Solo Tipos de estaca* I II III IV Valores de α (kN/m²) em função do tipo de solo e estaca (4 < N < 40) Argila siltosa 110 100 100 100 Silte argiloso 160 120 110 110 Argila arenosa 210 160 130 140 Silte arenoso 260 210 160 160 Areia argilosa 300 240 200 190 Areiasiltosa 360 300 240 220 Areia 400 340 270 260 Areia com pedregulhos 440 380 310 290 Valores de β (kN/m²) em função do tipo de estaca 4 5 4 6 * Tipos de estaca: I - Estacas pré-moldadas de concreto e perfis metálicos; II - Estacas tipo Franki; III - Estacas escavadas a céu aberto; IV - Estacas raiz Coeficientes α e β (TEIXEIRA, 1996, adaptada). Exercício prático – determinação da carga admissível geotécnica via método semiempíricos Para o perfil de sondagem apresentado, calcular a carga admissível de uma estaca Strauss, de 42 cm de diâmetro e 9 m de comprimento, arrasada na cota 0 m. Aplicar os métodos semiempíricos estudados. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Aoki e Velloso (1975) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Décourt e Quaresma (1978, 1996) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Teixeira (1996) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Método Resistência lateral (kN) Resistência de ponta (kN) Capacidade de carga (kN) Carga admissível (kN) Aoki e Velloso (1975) 228,96 480,29 709,25 354,63 Décourt e Quaresma (1978, 1996) 307,98 452,49 760,47 380,24 Teixeira (1996) 443,36 432,26 875,62 437,81 Média dos métodos 326,77 455,01 781,78 390,89 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Aoki e Velloso (1975) Décourt e Quaresma (1978, 1996) Teixeira (1996) Referências - ABNT. NBR 6122 – Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2019. - ALBUQUERQUE, P. J. R.; GARCIA, J. R. Engenharia de Fundações. 1 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2020. - CINTRA, J. C.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H. Fundações por estacas – projeto geotécnico. 1 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. - PEREIRA, A. B. Metodologia semiempírica de cálculo de capacidade de carga geotécnica de estacas com base em dados de SPT extrapolados via krigagem e ensaios de carregamento dinâmico. Tese (Doutorado em Geotecnia) – Núcleo de Geotecnia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto. 2020. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campus - VIII Engenharia Civil Fundações Prof. Eng° Civil Armando Belato Pereira Muito obrigado. Bons estudos!
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