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UNIVERSIDADE PAULISTA ISABELLA DOS SANTOS CIPRESSO BORGES JESSICA HAYNNA BARBOSA LISBOA REGISTRO DE IMÓVEIS Funcionalidade do registro de imóveis nos atos jurídicos Sâo José dos Campos 2022 ISABELLA DOS SANTOS CIPRESSO BORGES JESSICA HAYNNA BARBOSA LISBOA REGISTRO DE IMÓVEIS Funcionalidade do registro de imóveis nos atos jurídicos Conceitos sobre ao funcionamento teórico e pratico do cartório de registro de imóveis no Brasil. Curso de Gestão de Serviços Jurídicos, Notariais e Registro como requisito parcial para a Orientador: Sâo José dos Campos 2022 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo apresentar um estudo sobre a funcionalidade do registro de imóveis no Brasil e suas características, visto que é um assunto de grande importância, porque em geral, as pessoas não possuem um conhecimento sobre o que é um cartório de registro de imóveis, qual a diferença entre registro e matrícula, para que serve qual o prazo, qual o valor, até que se torne necessário se dirigir a um cartório registral, por algum motivo, e aí surgem as dúvidas citadas e muitas outras, que serão abordadas. A partir destas informações, será apresentado e explicado dentro do presente tema, o significado de registro de imóveis, qual a finalidade do registro de imóveis, qual a diferença entre escritura e registro, entre outras. Palavras-chave: Registro, cartório, imóvel, escritura, matrícula 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SUMÁRIO INTRODUÇÃO 4 QUE É UM REGISTRO DE IMÓVEL? 5 FINALIDADE DO REGISTRO DE IMÓVEL 5 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REGISTRAR UM IMÓVEL 6 DIFERENÇA ENTRE ESCRITURA E REGISTRO DE IMÓVEL 7 DIFERENÇA ENTRE REGISTRO DE IMÓVEL E MATRÍCULA 9 FUNCIONALIDADE DO REGISTRO DE IMÓVEL EM CARTÓRIO 11 PRAZO PARA CONFECÇÃO DO REGISTRO DE IMÓVEL 12 CUSTOS DE UM REGISTRO DE IMÓVEL 13 SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS 14 SISTEMA REGISTRAL NO BRASIL 15 PRINCÍPIOS DA REGÊNCIA DOS SERVÇOS DE REGISTRO 16 CONDUTA ÉTICA DE NOTÁRIOS E REGISTRADORES 17 CONCLUSÃO 18 REFERÊNCIAS 19 1 INTRODUÇÃO O cartório de registro de imóveis é o repositório de todas as informações dos imóveis da circunscrição imobiliária na qual ele pertence, registro é o ato de determinar quem é o proprietário legal de um imóvel, informando também os antigos proprietários e os valores do imóvel nas determinadas épocas de sua transferência de titularidade. O registro informa toda situação de determinado imóvel, pois contem todo seu histórico, a partir do dia da efetuação de seu registro. Competem ao titular do imóvel todas as responsabilidades civis e fiscais de sua propriedade, que, de acordo com legislação brasileira, institui obrigações legais ao titular. Portanto o registro de imóveis é um órgão extrajudicial que auxilia na organização e administração nas matrículas dos imóveis de determinada circunscrição. Cabe ao cartório de registro de imóveis a qualificação e registro de titularidade na matricula do imóvel, de forma ampla, pois a titularidade de um imóvel pode ocorrer através de ofícios, sentenças, escrituras, cédulas de credito, ofícios e certidões. De maneira geral o Cartório de registro de imóveis é responsável por toda administração de títulos extrajudiciais e judiciais. Não apenas a titularidade um imóvel, mas também diversos documentos e títulos que necessitam de registro para obter sua publicidade. 4 2 QUE É UM REGISTRO DE IMÓVEL? O registro de imóvel é o documento oficial que determina o atual dono do imóvel, o registro é anexado em sua matricula, completando o histórico geral do imóvel. É um ato publico, ou seja, qualquer pessoa pode representar um terceiro para realizar o devido registro. Ao realizar o registro do imóvel, pessoas e empresas podem efetuar empréstimos usando seus títulos de propriedades como garantia, ou seja, ao requerer determinado valor de empréstimo para as instituições financeiras, podemos deixar como garantia de pagamento a transferência da posse do imóvel para a instituição. É importante ressaltar que a verdadeira transmissão da aquisição do imóvel é realizada em cartório, com o registro de imóvel efetivado pelo órgão publico, pois com somente o contrato de compra e venda, por exemplo, a pessoa é somente detentora da posse do imóvel e após a transmissão e registro na matriculam, será detentora da posse e também da propriedade. 2.1 FINALIDADE DO REGISTRO DE IMÓVEL De acordo com a ONR (Operador Nacional do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis) “O Registro de Imóveis do Brasil (RIB) tem a missão de fomentar, aprimorar e modernizar os serviços prestados pelos oficiais de registro, a quem incumbe garantir e proteger o direito à propriedade imobiliária em todo o país.” Ao analisarmos o ato de registro, baseando-se na Lei Nº 6015, de 31 de Dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos), em seu primeiro artigo: Art. 1º Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil para autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei. Já o artigo 167 da referida Lei, enumera os atos que são praticados no Registro de Imóveis, dividindo-os em duas espécies: os registros e as averbações. Os registros criam, instituem, declaram e transferem direitos reais sobre bens imóveis, como a compra e venda, o usufruto, a arrematação de bens imóveis por leilão, entre outras. Já as averbações alteram a situação jurídica criada pelo registro, seja em relação à pessoa titular do direito real ou ao imóvel; por exemplo, a alteração do estado civil e o cancelamento de hipoteca. 5 Ou seja, o registro de imóvel tem como finalidade administrar todos os imóveis dentro de sua circunscrição, para evitar a desordem de titularidade. 2.1.1 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REGISTRAR UM IMÓVEL Para registrar um imóvel, são necessários os seguintes documentos: • Comprador e Vendedor; • CPF das partes; • Documento de identificação; • Certidão de nascimento ou casamento (se for o caso), com data de expedição de até 90 dias; • Endereço completo e profissão; • Matrícula (atualizada em 30 dias) • Certidõesnegativas de ônus, ações e negativa de débitos municipais; • Certidão de cadastro no Município com valor venal; • Escritura pública; • Carta de quitação, quando for o caso. Em caso de registro por sentença ou ofício, a parte deve comparecer ao cartório com toda documentação supracitada junto à sentença arbitral ou judicial em mãos. 6 3 DIFERENÇA ENTRE ESCRITURA E REGISTRO DE IMÓVEL A diferença entre escritura e registro é bem simples de entender, pois para transferirmos um imóvel dependemos de um ato autentico legal ao negócio, que é realizado através da escritura pública, sem ela o ato não possui fé jurídica, ou seja, não é valido para fins legais. A escritura publica trata-se do documento onde é manifestada a vontade do atual dono do imóvel de vender, doar, permutar, hipotecar ou alienar. A escritura pública deve ser feita em Cartório de Notas, e validade necessita da assinatura dos respectivos representantes legais (Escreventes e Oficiais de cartório) e das partes pertinentes para realização do ato segundo a Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, artigo 61: “Art. 61. Para plena consecução do disposto no artigo anterior, as escrituras deverão consignar exclusivamente as cláusulas, têrmos ou condições variáveis ou específicas. § 1° As cláusulas legais, regulamentares, regimentais ou, ainda, quaisquer normas administrativas ou técnicas e, portanto, comuns a todos os mutuários não figurarão expressamente nas respectivas escrituras. § 2° As escrituras, no entanto, consignarão obrigatòriamente que as partes contratantes adotam e se comprometem a cumprir as cláusulas, termos e condições a que se refere o parágrafo anterior, sempre transcritas, verbum ad verbum, no respectivo Cartório ou Ofício, mencionado inclusive o número do Livro e das fôlhas do competente registro. § 3° Aos mutuários, ao receberem os respectivos traslados de escritura, será obrigatòriamente entregue cópia, impressa ou mimeografada, autenticada, do contrato padrão constante das cláusulas, têrmos e condições referidas no parágrafo 1° dêste artigo. § 4° Os Cartórios de Registro de Imóveis, obrigatòriamente, para os devidos efeitos legais e jurídicos, receberão, autenticadamente, das pessoas jurídicas mencionadas na presente Lei, o instrumento a que se refere o parágrafo anterior, tudo de modo a facilitar os competentes registros. § 5º Os contratos de que forem parte o Banco Nacional de Habitação ou entidades que integrem o Sistema Financeiro da Habitação, bem como as operações efetuadas por determinação da presente Lei, poderão ser celebrados por instrumento particular, os quais poderão ser impressos, não se aplicando aos mesmos as disposições do art. 134, II, do Código Civil, atribuindo-se o caráter de escritura pública, para todos os fins de direito, aos contratos particulares firmados pelas entidades acima citados até a data da publicação desta Lei. (Incluído pela Lei nº 5.049, de 1966). 7 § 6º Os contratos de que trata o parágrafo anterior serão obrigatòriamente rubricados por todas as partes em tôdas as suas folhas. (Incluído pela Lei nº 5.049, de 1966). § 7º Todos os contratos, públicos ou particulares, serão obrigatòriamente transcritos no Cartório de Registro de Imóveis competente, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data de sua assinatura, devendo tal obrigação figurar como cláusula contratual. (Incluído pela Lei nº 5.049, de 1966).” O registro é a parte final, que oficializa a transferência entre donos do bem, após entregar a escritura ao cartório de registro, a mesma ficará armazenada na matricula pertinente ao imóvel. Em caso de alienação de imóvel, o registro só poderá ser feito após a quitação da divida, ou seja, ao final do pagamento o comprador terá seu nome registrado no imóvel. 8 4 DIFERENÇA ENTRE REGISTRO DE IMÓVEL E MATRÍCULA O registro do imóvel é um documento retirado em cartório, que traz a informação de quem é o proprietário legal do bem, além de informar se a propriedade está sendo transferida de uma pessoa para outra. O registro deve constar na matrícula do imóvel e deve ser retirado após a assinatura do contrato de compra e venda do imóvel, que confirma a negociação que foi efetivada, quando for o caso. Dessa forma, também é realizada a transferência de propriedade do bem. Cumpre ressaltar que a propriedade só é de fato de alguém, após o registro na matrícula da transferência. As informações obrigatórias que constam em um registro de imóveis são: • Data do registro; • Nome, domicílio, nacionalidade do comprador do imóvel e também do vendedor; • Documentos pessoais de identificação, estado civil, profissão, número do CPF, de ambas as partes caso seja pessoa física; • Sede social e número da inscrição do CNPJ, caso seja pessoa jurídica; • Forma do título, procedência e caracterização; • Valor do contrato ou da dívida, bem como prazos e condições, incluindo sempre os juros, caso haja essa taxa. Já a matrícula de um imóvel é considerada uma “certidão de nascimento” do imóvel, pois contém todas as informações necessárias para identificação jurídica da propriedade e possui numeração própria, a qual é identificada por este numero. Para cada imóvel deve ser aberta uma matrícula com numeração, dentro do cartório responsável pela circunscrição imobiliária onde está localizado o imóvel, não sendo possível ser aberto em qualquer cartório. Na matrícula, ficam registrados todos os acontecimentos ao imóvel, e contém todas as informações, como: • Número da matrícula; • Data abertura; • Identificação do imóvel, caso seja rural ou urbano, juntamente com sua localização completa e medição; • Nome, domicílio, estado civil, profissão e CPF do proprietário, caso seja pessoa física; • Sede social e número da inscrição do CNPJ do proprietário, caso seja pessoa jurídica; • Número do registro anterior; Cumpre ressaltar que na matrícula o imóvel também consta quem foram os 9 proprietários antigos e quem é o atual, se já houve alguma movimentação, hipoteca, penhora, construção, demolição ou inventário, além do número de cadastro da propriedade na Prefeitura Municipal. Portanto, diferença desses documentos é que a matrícula é um documento completo do imóvel, e que possui todas as informações necessárias sobre o bem. Já o registro diz sobre a posse do imóvel, efetivando, de fato, a transferência entre os proprietários. 10 5 FUNCIONALIDADE DO REGISTRO DE IMÓVEL EM CARTÓRIO Após ter feito a escritura pública, seja para compra e venda, doação, permuta, ou qualquer ato notarial que permita alteração na matrícula do imóvel, ou então após oficio judicial ou quitação de um financiamento, é necessário comparecer ao registro de imóveis para prosseguir com os atos. A transferência de propriedade só é concluída com a devida alteração das disposições contidas na matrícula do imóvel a fim de excluir o nome do vendedor ou transmitente, e incluir o do comprador, ou o próximo proprietário do imóvel. O comprador deve levar para o cartório a escritura, ITBI pago, e toda a documentação necessária e dar entrada, e realizar o pagamento. No caso de quitação de financiamento, é necessário levar a carta de quitação para dar baixa na matrícula. O cartório procede com o registro dentro do prazo dado e é aberta uma prenotação até que seja concluído. 11 6 PRAZO PARA CONFECÇÃO DO REGISTRO DE IMÓVEL Seguindo a LRP (Lei de Registros Públicos) – Lei nº 6015, de 31 de Dezembro de 1973 “Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. Art. 188. Protocolizado o título, proceder-se-á ao registro ou à emissão de nota devolutiva, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo, salvo nos casos previstos no § 1º deste artigo e nos arts. 189, 190, 191 e 192 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.382, de 2022) § 1º Se não houver exigências ou falta de pagamento de custas e emolumentos, deverão ser registrados, no prazo de 5 (cinco) dias: (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) I - as escrituras de compra e venda sem cláusulasespeciais, os requerimentos de averbação de construção e de cancelamento de garantias; (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) II - os documentos eletrônicos apresentados por meio do Serp; e (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) III - os títulos que reingressarem na vigência da prenotação com o cumprimento integral das exigências formuladas anteriormente. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) § 2º A inobservância do disposto neste artigo ensejará a aplicação das penas previstas no art. 32 da Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994, nos termos estabelecidos pela Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)” De maneira geral, em casos concretos, os registro públicos tem o prazo de 5 (Cinco) dias úteis para serem registrados e arquivados, antes da alteração da lei o prazo para entrega de um registro era de até 30 (Trinta) dias corridos. 12 7 CUSTOS DE UM REGISTRO DE IMÓVEL As custas para um registro de um imóvel variam de acordo com o valor do mesmo, estipulado pela prefeitura da circunscrição imobiliária. A base para tais medidas foi fundamentada pela Lei no 10.169, de 29 de dezembro de 2000 em seu primeiro parágrafo: “Art. 1o Os Estados e o Distrito Federal fixarão o valor dos emolumentos relativos aos atos praticados pelos respectivos serviços notariais e de registro, observadas as normas desta Lei. Parágrafo único. O valor fixado para os emolumentos deverá corresponder ao efetivo custo e à adequada e suficiente remuneração dos serviços prestados.” Seguindo esse principio, os estados estipularam por lei a tabela de custas dos atos de registro de imóvel. Em São Paulo, a Lei nº 11.331, de 26 de dezembro de 2002 estipula os preços dos atos praticados para um registro de imóvel, com correção anual. 13 8 SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS O sistema registral, é posterior e mais moderno que o sistema notarial. Os serviços notariais estão regidos pelos seguintes artigos: Art. 1º, da Lei 6.015/73 Art. 1º Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil para autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975) § 1º Os Registros referidos neste artigo são os seguintes: (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975) I - o registro civil de pessoas naturais; (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975) II - o registro civil de pessoas jurídicas; (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975) III - o registro de títulos e documentos; (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975) IV - o registro de imóveis. (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975) § 2º Os demais registros reger-se-ão por leis próprias. (...) Art. 1º, da Lei 8.935/94: Art. 1º Serviços notariais e de registro são os de organização técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos. 14 9 SISTEMA REGISTRAL NO BRASIL O registrador é um profissional de direito que possui fé pública, fiscalizado pelo Poder Judiciário, conforme art. 37 da Lei 8.935/94, por mais que os serviços sejam exercícios em caráter privado. A frente desses serviços (“cartórios”), sempre está um delegatário. Agente delegado esse que é pessoa física que, ingressa por concurso público, exerce profissionalmente as atividades notariais e de registro. Também, devendo possuir o curso superior em Direito. Desse modo, evitando que a delegação seja outorgada a pessoas que não possuam o conhecimento jurídico formal. O sistema registral imobiliário brasileiro presume ser proprietário do imóvel a pessoa em que nele figura nessa situação. Isso significa que o registro pode ser alterado, caso um interessado demonstre que a pessoa que figura como proprietária do imóvel no registro não é a verdadeira proprietária. Por isso se diz que nosso sistema adota o princípio de que o registro é relativo e não absoluto. 15 10 PRINCÍPIOS DA REGÊNCIA DOS SERVÇOS DE REGISTRO Os serviços de registro são regidos pelos seguintes princípios: • O principio da publicidade no direito registral, diz sobre a transparência, de forma que não deve existir os elementos da dúvida ou ambigüidade. Por essa razão, todos os hábitos registrais são públicos. Conforme ensinamento de Álvaro Melo Filho: [...] como um sinal exterior, ou meio legal de publicidade, em garantia dos direitos com relação aos seus titulares e à validade de seus efeitos, relativamente a terceiros. Os registros são feitos para ficar à disposição do público e visam a amparar o crédito em geral e prevenir fraudes, além da garantia natural que outorgam aos negócios. (MELO FILHO, 1986). • O principio da inscrição diz sobre a necessidade da comunicação, que é trata-se do assento feito no cartório, ou seja, o ato de trasladar para os livros, visto que a inscrição tem o efeito constitutivo, que instaura o direito ou sua oneração. • Principio da fé publica, que é o fato de que o agente delegado que pratica um ato, possui a crença de que constitui em verdade e legitimidade pública, presunção de veracidade. • Principio da prioridade garante que não haja contradição, pois protege o que primeiro registra um imóvel. • Principio da especialidade diz que todo registro deve ser feito de forma individualizada, determinando todos os dados específicos, características, e outros dados. • Principio da legalidade, que diz sobre a impossibilidade do cartório registrar um titulo invalido, de forma que em caso de alguma situação jurídica, a situação registral deve ser plenamente confiável. • Principio da continuidade tem como finalidade impedir que qualquer que não seja titular disponha do direito e confira identidade ao registro e à realidade jurídica que ele possui. 16 11 CONDUTA ÉTICA DE NOTÁRIOS E REGISTRADORES Para o caso dos notários e registradores, há um Código de Ética a ser seguido, como parte integrante do estatuto do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal, Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (ANOREG/SP). O código mencionado diz sobre a conduta a ser tomada pelos notários e registradores, seus deveres, proibições, e as sanções disciplinares no caso de violação as normas propostas. O Conselho de ética possui competência para julgar os processos por infração disciplinar. Cumpre informar que para tipo de cartório, seja notarial, seja registral, possui também o seu próprio código de ética. 17 12 CONCLUSÃO Diante do estudo realizado, conclui-se que o registro de imóveis é fundamental para os atos da vida civil, pois abrange tudo o que envolve os imóveis e para a segurança do negócio jurídico, desde a compra de um imóvel seja de pessoa jurídica para pessoa física e vice-versa, seja entre pessoas físicas, seja um financiamento do imóvel, doação, partilha no caso de inventário, hipoteca, bloqueio judicial, entre outros. É importante observar quais são os procedimentos a serem feitos para a execução dos atos, bem como toda a documentação necessária. Além disso, a matrícula do imóvel é um documento de suma importância para cada imóvel, de forma que demonstra todo o histórico do imóvel e segurança aos atuais e futuros proprietários do mesmo. Cabe dizer que a partir do efetivo registro na matrícula sobre o ato realizado é que a pessoa que adquire um imóvel é efetivamente proprietária, pois até então, possui somente a posse e não a propriedade de fato. Ademais, os registradores possuem fé publica e devem seguir todas as regras do Código de Ética e garantir a seguridade nos atos praticados, pois há presunção da verdade e segurança jurídica em seus atos. 18 REFERÊNCIAS ANOREG. ESTATUTO DA ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO. anoregsp.org.br. 2020. Disponível em: https://www.anoregsp.org.br/paginas/31/estatuto. Acesso em: 28 nov. 2022. BRASIL. Constituição. República Federativa do Brasil de 1988. LEI No 601, DE 18 DE SETEMBRO DE 1850.. Brasília,DF. Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l0601-1850.htm. Acesso em: 28 nov. 2022. BRASIL. Constituição. República Federativa do Brasil de 1988. LEI Nº 4.380, DE 21 DE AGOSTO DE 1964.: Artigo 61. Brasília, DF. Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4380.htm#art61. Acesso em: 28 nov. 2022. BRASIL. Constituição. República Federativa do Brasil de 1988. LEI Nº 5.049, DE 29 DE JUNHO DE 1966.. Brasília, DF. Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5049.htm. Acesso em: 28 nov. 2022. BRASIL. Constituição. República Federativa do Brasil de 1988. LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973.. Brasília, DF. Senado Federal, 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm. Acesso em: 28 nov. 2022. BRASIL. Constituição. República Federativa do Brasil de 1988. LEI Nº 7.433, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1985.. Brasília, DF. Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7433.htm. Acesso em: 28 nov. 2022. DO SISTEMA DE REGISTRO ELETRÔNICO DE IMÓVEIS, Operador Nacional . Quem Somos: Institucional. registrodeimoveis. Disponível em: https://www.registrodeimoveis.org.br/quem-somos. Acesso em: 28 nov. 2022. PRINCÍPIOS do direito registral e a segurança jurídica. Jusbrasil. Disponível em: https://piuvezam.jusbrasil.com.br/artigos/235072628/principios-do-direito-registral-e- a-seguranca-juridica. Acesso em: 28 nov. 2022. 19