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Edema → Equilíbrio de Starling → pressão osmótica comum ao sangue venoso chegando e sangue arterial saindo, porém diferente em tecidos e vasos linfáticos → troca de tecido e sangue → para que o líquido não se esvaia completamente do vaso, a proteína atua na retenção do sangue (garantem a pressão osmótica). Ex.: animais com parasitas (vermes hematófagos) possuem balanço negativo do sangue (medula produz muito e não consegue repor aquilo que está sendo consumido) e, consequentemente das proteínas → edema pela tendência de as arteríolas deixarem extravasar excesso de líquido (acúmulo intersticial), o qual deveria ser fisiologicamente recolhido pelo sistema linfático. Ex.: animas desnutridos → menos proteína circulante (hipoproteinemia) → menos retenção dentro dos vasos → edema por extravasamento. → Edema: acúmulo de líquido no interstício (entre as células do tecido). → Mecanismos: ▪ Desequilíbrio entre os seguintes sistemas: 1. Diminuição da pressão oncótica/ osmótica (menos proteínas circulantes). 2. Aumento da pressão hidrostática (líquido circulante). 3. Aumento da permeabilidade vascular (edema inflamatório → inoculação de substâncias por picadas de abelha ou anticoagulantes de mosquitos → produção de histaminas pelos macrófagos → edema). 4. Má drenagem do sistema linfático (nascimento sem porção do sistema linfático, retirada – como retirada de tumores de mama – ou obstruções). Edema subcutâneo: → Edema positivo por Sinal de Godet (dedo afunda no local com edema). Macroscopicamente: ▪ O tecido fica gelatinoso e translúcido ao corte (necrópsia) pela presença de líquido, o qual é expelido em formato de gotas. ▪ Quando o animal ainda está vivo, há exsudação de líquido (semelhante a suor) → proliferação bacteriana → dermatites piotraumática/dermatite úmida/hot spot. Edema pulmonar: → Não há presença de congestão pulmonar associada. → Saída de líquido pós-morte através do nariz. É uma das principais mortes consequentes da cirrose hepática ou haemonchus (parasita do abomaso de ovinos), pois o edema se estende ao pulmão. Macroscopicamente: ▪ O tecido pulmonar fica pesado pela presença de líquido e afunda em formol, quando deveria boiar na condição normal (presença de ar). Edema cerebral: → Números grandes de crises convulsivas em curto período podem gerar edema e morte. → Tratamento com manitol (antidiurético) é usado para minimizar edemas mais leves e também pode-se abrir uma janela craniana (minimizar o aumento da pressão intracraniana). Macroscopicamente: ▪ Dificuldade de diferenciar giros de sulcos (perda de definição) pela hiperemia observada → arrasamento dos sulcos e achatamento dos giros decorrente do córtex ter sido empurrado contra a dura-máter e essa última ser empurrada contra a caixa craniana (essa compressão gera mais edema e morte neuronal). Edema das pregas do estômago: → Intoxicação por maria-mole (Senecio sp.) → edema nas pregas do abomaso de bovinos. → Edema associado com hiperemia normalmente. Edema de córnea: Macroscopicamente: ▪ Opacidade de córnea sem lesão ulcerativa. ▪ Turbidez. ▪ Processo inflamatório da úvea anterior (íris e/ou corpo ciliar). ▪ Esclera intensamente vascularizada. ▪ Peritonite infecciosa felina ou hepatite infecciosa canina são as precursoras mais frequentes. → Tratamento por colírios com antidiuréticos na composição. Edemas cavitários: → Ascite (líquido abdominal). → Hidrotórax/derrame pleural (líquido torácico). → Hidropericárdio (líquido no saco pericárdico). → Hidrocele (líquido no saco escrotal). Edema generalizado/Anasarca: → Associação entre edema subcutâneo, ascite e hidrotórax. → Feto em anasarca: fetos com anomalias no sistema linfático. 1. Diminuição da pressão oncótica: → Principalmente feita pela albumina (metabolizada pelo fígado) → Hipoproteinemia por hipoalbuminemia. → Geralmente inicia com edema subcutâneo. Ascite sem edema subcutâneo → geralmente por aumento da pressão hidrostática e não relacionado a pressão oncótica. Contudo, os mecanismos podem evoluir de um para o outro, depende do estágio. → Mecanismos: ▪ Lesões na parede intestinal (má absorção de proteínas → “Síndrome da má absorção” por ingestão de alimentos seguida de diarreia) → principalmente gatos adultos. ▪ Desnutrição (má ingestão de proteínas). ▪ Insuficiência hepática (má síntese de proteínas) → principalmente cães adultos. ▪ Perda das proteínas que foram produzidas: o Espoliação parasitária por parasitas hematófagos. o Urinária por glomerulonefrites → principalmente cães adultos. → Sinais clínicos: ▪ Diarreia crônica por lesões na parede do intestino → perda de proteína pelas fezes → não absorção dos aminoácidos. ▪ Linfoma intestinal e úlcera intestinal, muito comuns em gatos. Cirrose hepática: acarreta em problemas na formação proteica → edema como primeiro sinal clínico. Bovinos ingerem maria mole (senécio) em determinadas épocas → danos às células e fibrose → edema e cirrose hepática (lesão terminal). Dificuldade genética na eliminação do cobre → morte dos hepatócitos → hepatite crônica associada ao cobre → culminam em cirrose hepática do cão B. Terrier e Labrador. Essa hepatite pode ser causada também por aflotoxina (presença na polenta em alimentação de filhotes). → Visualização do líquido transparente por punção. Exceção: má síntese pelo fígado jamais causa líquido transparente devido a hipertensão portal → aumento da pressão hidrostática → icterícia do paciente → líquido amarelo. Exsudato (líquido inflamatório) → por inflamação. Geralmente se formam a partir da permeabilidade vascular. Transudato puro (líquido não inflamatório) → alteração na pressão oncótica (diminuição da p. oncótica gera um líquido sem células, ou seja, “limpo”, exceto no cavalo e macacos devido ao plasma já ser amarelo). Cães, gatos e coelhos possuem o líquido límpido. Ademais, varia com a alimentação → bovino a campo e arraçoado → plasma pouco amarelo e muito amarelo, respectivamente. - Densidade: ≤ 1.025. - Proteína: ≤ 2,5 g/DL. - Celularidade (contagem de células nucleadas): ≤ 1.500. - Incolor ou amarelo (diferenciar do transudato modificado amarelo). 2. Aumento da pressão hidrostática: → Aumento da pressão hidrostática VENOSA. → Sempre que houver aumento dessa pressão, há carreamento de hemácias em abundância (entre as células ou por dentro) → mudança de cor no líquido para rosado/vermelho (pigmentação por hemoglobina). Transudato modificado → líquido rosado/vermelho por liberação de hemácias e coloração de hemoglobina. - Densidade: > 1.025. - Proteína: > 2,5 g/DL. - Celularidade (contagem de células nucleadas): > 1.500 – 12.000. - Vermelho ou amarelo (diferenciar do transudato puro amarelo). → Mecanismos: • Insuficiência cardíaca congestiva. • Hipertensão portal (HP). o Capilarização sinusoidal (CS). o Compressão da veia porta. • Trombose venosa. Hipertensão Portal: → Capilarização sinusoidal (CS): Quando há um processo degenerativo do fígado → fibrose hepática (célula de ITO que toma conhecimento da morte dos hepatócitos – causada por diversas doenças – e se transforma em fibroblasto) e reorganização a partir da perda da arquitetura do órgão → lóbulos em pequena quantidade e nódulos de regeneração (chega no ponto que é uma regeneração alterada funcional e morfologicamente, por isso há formação de nódulos) – distorção do parênquima por colágeno (áreas nodulares) → cirrose (caracteriza lesão/alteração parenquimatosa do fígado). Determinados tecidos possuem endotélio vascular fenestrado → no espaço porta e veia centrolobular há o sinusoide → excesso de colágeno e a fenestra é “tampada” → transformação do capilar fenestrado (sinusoide) em um capilar verdadeiro (Capilarização sinusoidal → processo que caracteriza essa transformação de sinusoide para capilar, ou seja, um vaso sem fenestras) → não entra mais o plasma pelo espaço de Disse (não hámais fenestras) → congestão na vascularização hepática e da própria V. Porta → aumento da pressão hidrostática dessa veia → denominada hipertensão portal. *Sinusoide → V. porta para a V. centrolobular → passagem de plasma para nutrir os hepatócitos. → Morfologia: líquido amarelo → pode ser dano hepático (diferenciado do transudato puro amarelado por análises de densidade e celularidade, além de não iniciar normalmente por edema subcutâneo). → Veia porta traz os nutrientes absorvidos no intestino para o fígado → o organismo forma pequenos vasos (neovascularização rápida para aliviar a pressão vascular) da direção da V. Porta em direção a V. Cava (desvios que podem ser vistos por ultrassonografia), encontrando a V. Renal Esquerda → Desvio ou derivação porto sistêmica/shunt → principal indicativo de hipertensão portal. → No momento em que os nutrientes proteicos (com amônia) não conseguem ser metabolizados no fígado (parte dos nutrientes ingeridos são desviados para a V. Renal pelo shunt), há toxicidade pelo acúmulo de ureia e amônia (com fisiologia normal, há transformação da ureia para eliminação na urina e evitar intoxicação) → como a amônia não é metabolizada, cai na corrente sanguínea e chega ao cérebro → manifestação de encefalopatia hepática (normalmente gera convulsões) → sinal terminal em doenças cirróticas. → Compressão da veia porta (CVP): → Compressão física (paciente não cirrótico) → tumor na entrada da V. Porta (tumores no lobo hepático, vesícula biliar ou nos linfonodos portais). → Pode ter líquido vermelho nesses casos → dificuldade no diagnóstico. → Muito menos frequente do que aumento da pressão hidrostático por Capilarização. Trombose venosa (TV): → Lembra o fígado de noz moscada. → Tumor da adrenal que, ao crescer para o lado direito, compromete a veia cava caudal (obstrução do lúmen por crescimento do tumor para dentro da veia) → ascite. → Obstrução da v. cava cranial (tumores de adrenal, tireoide ou quimiodectomo – tumor de órgãos com quimiorreceptores) → tumefação facial acentuada. → Casos muito mais raros, não associados a congestão cardíaca. Cirrose hepática: → Macroscopia: microhepatismo (atrofiação de cada lobo → gera espaços entre eles), presença de nódulos de regeneração por toda a superfície do órgão e grau de elasticidade por ultrassonografia (presença de tecido conjuntivo). 3. Aumento da permeabilidade vascular: → Capilares e vênulas que não possuem camada média. →Passagem de proteínas e células inflamatórias são carreadas pelo plasma entre ou através das células endoteliais pelo aumento de permeabilidade → edema inflamatório. Não há inflamação sem edema. → Angioedema: aumento da permeabilidade vascular por edema. Ex.: picada por abelha → inoculação de histamina → receptores na célula endotelial → contração celular → espaço para passagem de líquido. → Mastócitos nas vênulas possuem histamina → degranulação por estímulo → receptores das células endoteliais → como não há parede média, a ligação aos receptores ocorre diretamente → processo inflamatório. → O edema é dolorido quando é ocasionado pelo aumento da permeabilidade. Exsudato pode ser vermelho e amarelo, mas na maioria das vezes é branco, marrom ou, ocasionalmente, verde. Líquido turvo e viscoso. SÉPTICO (bactéria → branco/marrom/amarelo/vermelho): ASSÉPTICO (amarelo/marrom/nunca branco): - Densidade: > 1.025. - Densidade: < 1.025. - Proteína: > 6. - Proteína: < 6. - Celularidade: > 12.000 → (50 – 200.00 → bacteriana). - Celularidade: < 12.000. Etiologia: bactéria (atrai neutrófilos → de neutrófilos → pus), por exemplo. Espécies (variável dentro da espécie, mas há um padrão mais comum): porco (exsudato verde por ter muito eosinófilo e reagir em contato com o ar), coelhos e ratos (exsudato branco, com presença de diversas células), cão e gato (exsudato marrom por hemácias). Quando o pus fica dentro da pústula (“espinha”), acumula hemácias → pústula hemorrágica (ex.: pústula de demodicose/sarna demodécica). Ex.: peritonite infecciosa felina: deposição de imunocomplexos → vasos mais afetados: serosas de órgãos abdominais e torácicos → exsudato para a cavidade → forma úmida ou efusiva → aumento de volume cavitário → exsudato asséptico (causado por um vírus). 4. Má drenagem linfática: → Linfedema congênito: edema com origem de obstrução linfática. O animal já nasce com o problema, por exemplo agenesia ou hipoplasia de algum linfonodo ou ducto linfático, mas vai sendo amplificado à medida que o tempo transcorre e passa para a prole. • Agenesia nodal: ausência de linfonodo ou do vaso linfático. • Hipoplasia nodal: existe o órgão, mas ele não se desenvolve. → Linfedema adquirido. • Obliteração nodal. o Inflamatória. o Neoplásica. ▪ Primária → linfoma: cresce a partir dos linfonodos → linfonodos perdem a funcionalidade. ▪ Metastática → metástases nodais. Organização do edema: com a passagem do tempo, o edema fibrosa e deixa de ser líquido. → Bartonela: bactéria que vive nas hemácias do gato e, quando o animal tem alguma periodontite e a gengiva sangra, a bactéria extravasa a cavidade oral e fica por algumas horas → pode ocorrer inoculação por arranhaduras ou mordidas → indivíduo com imunossupressão → proliferação bacteriana nos linfonodos → edema. → Edema associado com carcinoma mamário: indica metástase nos linfonodos. Gera um transudato puro pela má drenagem linfática. → Linfangite: inflamação do vaso linfático e edema → 2 mecanismos para culminar na lesão. Tipos especializados de edema → Acúmulos de urina: basicamente só pode se acumular no abdômen (espécies com diafragma). • Uropêritônio (urina livre no abdômen por ruptura da bexiga → incita um processo inflamatório): o Obstrução/ruptura do trato urinário inferior. ▪ Urolitíase uretral: rompimento do canal da uretra por pressão do cálculo/urólitos (anúria falsa e extravasamento da urina para o prepúcio – terceira cavidade que pode se acumular). Cistite asséptica (não há bactéria na bexiga, pois as bactérias não sobem a partir da uretra): processo idiopático da DTUIF → pode exsudar por aumento da pressão hidrostática da própria bexiga ou ocorrer ruptura para a cavidade abdominal → não há bactérias então não ocorre infecção. o Obstrução tubular aguda. ▪ Necrose tubular aguda: ocorre muito em gatos e bovinos. Quando necrosa todo o epitélio tubular renal → células mortas caem para a luz do túbulo → forma uma massa → entope. O paciente não produz urina (anúria verdadeira), mesmo com as vias urinárias perfeitas, pois o filtrado não passa pela massa acumulada para formar a urina no espaço de bowmann → edema renal e níveis de ureia altos. ➢ Necrose renal tóxica → planta amarantus retroflexus é ingerida pelo bovino e lírio ingerido pelos gatos → princípio tóxico que causa necrose renal (nefrotóxica). O líquido extraído no uroperitônio sempre tem cheiro de urina → diferenciação de, por ex., peritonite infeciosa felina e uroperitônio. Além do cheiro, pode-se fazer a dosagem de creatinina do líquido, normalmente um líquido sem ser de uroperitônio é 1, mas quando é urina, chega em 20. → Acúmulos de quilo: → Quilo (asséptico): lipídeos são absorvidos → cisterna do quilo → fio branco rente a veia cava → quando passa pelo diafragma a veia cava se torna ducto torácico → ázigos → veia cava caudal → plasma branco. • Quilotórax: quilo no tórax (principalmente em gatos). Pode ser tumoral ou traumática (gatos semidomicilados por ruptura do ducto). o Gato chega com dificuldade respiratória → estabilização do paciente → radiografia → massa branca → drenagem → radiografia → permanência da opacidade indica tumor → eutanásia ou tratamento paliativo (utilização de dreno). • Quiloperitônio: quilo no abdômen. → O líquido é inodoro, diferente de pus bacteriano. Além disso, na centrifugação, quando há presença de bactérias por outros motivos, os neutrófilos sedimentam.
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