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14/09/2022 Isabela Leal (continuação) Infecção Sexual Transmissível (IST) Bactéria Treponema pallidum Contato sexual com parceiro com lesões ativas Transfusão do sangue infectado Transmissão transplacentária da mãe infectada para o feto Pode ser Adquirida ou Congênita: -Adquirida Recente – até 01 anos de evolução > primária, secundária, latente recente > manifestações mucocutâneas Tardia – mais de 01 ano de evolução > latente tardia, terciária > sintomas no sistema nervoso, cardiovascular e muscoesquelético Passagem pela barreira cutânea ou mucosa período de inoculação e incubação (3 a 4 semanas até 3 meses) Sífilis adquirida primária (altamente infectiva) -Local da inoculação – genital -Cancro duro – cancro oral -Solitário e indolor -Linfadenite satélite – gânglios inflamatórios sólidos e pouco doloridos -Pápula/Nódulo endurecida > úlcera bem definida e endurecida com um centro granuloso -Cura-se em 2 a 4 semanas, mesmo sem qualquer tratamento Sífilis adquirida primária na cavidade oral -Semimucosa labial, na língua e na própria mucosa labial -Faringe, laringe e tonsilas Sífilis adquirida secundária -6 a 8 semanas após a lesão primária -Placas dolorosas, esbranquiçada, opalina, circular ou oval -Manchas eritematosas nas mãos e no colo e podem ser semelhantes às lesões da psoríase -Lesões de aspecto variados -Placas mucosas, caminho de caracol (snail track), pápulas fendidas, condiloma lata Contágio > 3 a 4 semanas > sífilis adquirida primária > período de latência: 6 a 8 semanas > sífilis adquirida secundária > período de latência: 1 ano a 4 anos > sífilis tardia Período de latência -Período sem qualquer sinal e sintoma Sífilis Terciária -1/3 dos pacientes e rara – 01 a 40 anos após a lesão primária -Pele, mucosas, ossos e articulações, coração e sistema nervoso -Goma sifilítica (lesões mais destrutivas) -Lesões granulomatosas que afetam qualquer órgão -Pequenas lesões superficiais – grandes úlceras -Lesões em palato – perfurações e comunicações bucossinusais 14/09/2022 Isabela Leal -Congênita Recente: nascimento da criança até o primeiro ano de vida Tardia: após o primeiro ano de vida Tríade de Hutchinson: ceratite ocular intersticial, surdez labiríntica (lesão do VIII par craniano) e anomalias dentárias Incisivos com bordas incisais semilunares em formato de barrica ou chave de fenda (dentes de Hutchinson) Primeiros molares em formato de amora (dentes de Moon ou Fournier) Exclusivamente nos dentes permanentes Características Histológicas: -Biópsia da lesão oral – diagnóstico inespecífico -Hiperplasia epitelial -Intenso infiltrado inflamatório (linfócitos, plasmócitos e macrófagos) – distribuição perivascular Fig. 5-14 Sífilis Secundária, Condiloma Lata. A, Fotomicrografia em menor aumento da biopsia do paciente da Fig. 5-10, mostrando hiperplasia epitelial papilar e intenso infiltrado plasmocitário no tecido conjuntivo. Fig. 5-15 Sífilis Primária. Infiltrado inflamatório crônico perivascular de plasmócitos e linfócitos. Diagnóstico: -Exame clínico -TPI -FTA-Abs -TPHA -ELISA -VDRL -PCR Tratamento: -Penicilina – Benzilpenicilina benzatina -Doxiciclina e ceftriaxona -Notificação compulsória Mal de Hansen, Micobacteriose neurocutânea, Lepra Doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae Descoberta pelo norueguês Armauer Hansen – bacilo de Hansen Contágio de individuo para individuo – vias áereas Alta infectividade e baixa patogenicidade Homem é fonte de infecção Tatu, macaco mangabei e chimpanzé Atinge pele e nervos periféricos Período de incubação: 2 a 7 anos Sem predileção de gênero e idade Doença de notificação compulsória – vigilância epidemiológica Multibacilares e paucibacilares Características Clínicas: -Ausência de sensibilidade em mancha cutânea hipopigmentada ou eritematosa -Espessamento neural com alteração de sensibilidade, motora e/ou autossômica -Presença de bacilos álcool-ácido resistentes em um esfregaço de pele -Tuberculoide: pacientes com resposta imune alta (eficiente). Os microrganismos não são encontrados nas biopsias de pele e a doença é localizada -Lesões de pele hipopigmentadas e bem circunscritas -Anestesia da pele afetada -Perda da sudorese -Lesões orais são raras -Lepramatosa (virchowiano): pacientes com resposta imune mediada por células reduzida, numerosos microrganismos no tecido e apresentam doença difusa -Máculas ou pápulas hipopigmentadas mal definidas na pele -Aumentos de volume cutâneo podem levar a uma aparência facial deformante (fácies leonina) 14/09/2022 Isabela Leal -Perda de cabelo, sobrancelhas e cílios -Perda da sudorese -Diminuição das sensações de toque suave, dor e temperatura -Sangramento nasal, entupimento e perda de olfato -Envolvimento dos tecidos duros do assoalho, do septo e da ponte nasal -Colapso da ponte nasal é considerado patognomônico Fig. 5-24 Hanseníase Multibacilar (Lepromatosa). Numerosos nódulos faciais espessados Diagnóstico: -Reação intradêmica de Mitsuda -Exame histopatológico – (Fite-Faraco) -PCR – biópsia cutânea, oromucosa, sangue ou muco nasal Características Histológicas: -Epitélio: hiperplasia, hiperqueratose, atrofia epitelial ou ulceração -Conjuntivo: infiltrado inflamatório (linfócitos e plasmócitos), macrófagos associados aos BAAR isolados ou aglomerados Fig. 5-27 Hanseníase Multibacilar (Lepromatosa). Lençóis de linfócitos e histiócitos exibindo células da lepra vacuoladas esparsas Fig. 5-28 Hanseníase Multibacilar (Lepromatosa). Coloração acidorresistente exibindo numerosos organismos micobacterianos pequenos vistos individualmente e em grupos. Tratamento: -Tratamento poliquimioterápico -Rifampicina, dapsona e clofazimina Infecção polimicrobiana de progressão rápida Microbiota oral normal Comprometimento do estado imunológico Fusobacterium necrophorum e Prevotella intermedia Actinomyces pyogenes, Bacillus cereus, Bacteroides fragilis, Fusobacterium nucleatum e Prevotella melaninogenica Fatores predisponentes: -Pobreza -Subnutrição ou desidratação -Higiene bucal precária -Condições sanitárias insatisfatórias -Ingestão de água não tratada -Proximidade com criações animais sem tratamento -Doença recente -Neoplasias malignas -Imunodeficiências, incluindo AIDS Características Clínicas: -Crianças de 1 a 10 anos -GUN mucosite ulcerativa necrosante -Necrose cutânea -Osteomielite 14/09/2022 Isabela Leal Fig. 5-29 Mucosite Ulcerativa Necrosante. A, Grande área de necrose dos tecidos moles do palato mole posterior, no lado esquerdo. B, Cicatrização do sítio da mucosite necrosante seis dias após o início do tratamento com tetraciclina -Áreas necróticas bem definidas e unilaterais -Odor fétido, dor, febre, mal estar -Taquicardia, aumento da frequência respiratória, anemia, leucocitose e linfadenopatia regional -Couro cabeludo, pescoço, orelha, ombros, tórax, períneo e vulva Fig. 5-30 Noma. Necrose orofacial extensa enegrecida na bochecha do lado direito em um paciente imunocomprometido. Tratamento e Prognóstico: -Antibióticos – penicilina e metronidazol -Nutrição adequada, a hidratação e o desequilíbrio eletrolítico -Debridamento conservador das áreas de necrose -Sem tratamento: 10% a 20% dos pacientes afetados sobrevivem -Com intervenção apropriada: sobrevida é maior que 90% -Pneumonia, diarreia e septicemia -Desfiguração facial – reconstrução deve ser adiada até a cura completa
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