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Anti Hipertensivos Hipertensão : doença cardiovascular comum que quando persistente danifica os vasos sanguíneos cardíacos e cerebrais Etiologia : 10 a 15% dos casos é possível estabelecer uma causa específica: constrição da artéria renal,coarctação da aorta etc. Diagnóstico : baseado em medidas repetidas e reproduzíveis de elevação da pa para prever as consequências do distúrbio do paciente. os riscos de lesão renal,cardíaca e cerebral estão relacionados com o grau de elevação da pa. O diagnóstico da hipertensão depende da medida da pa e não dos sintomas relatados, hipertensão é assintomática até que a lesão aos órgãos alvos seja eminente Fatores de risco : tabagismo, hiperlipidemia, diabetes, história familiar de doença cardiovascular, etc. A elevação da pa é causada de forma multifatorial (combinação de anormalidades), também é influenciada por fatores como estresse e ansiedade Maioria dos casos : aumento da resistência do fluxo sanguíneo + débito cardíaco normal = elevação da pa pa = dc x rvp A regulação da pa acontece nas arteríolas, vênulas pós capilares, coração e rim. Os medicamentos atuam nessas estruturas hipertensão essencial ou primária: hipertensos sem causa aparente. hereditariedade da hipertensão essencial é estimada em 30% (mutações genéticas associadas) Medicamento age para reduzir esses danos e a chance da hipertensão se instalar Medicamentos para gripe podem ter impacto na pa Os riscos de lesão renal, cardíaca e cerebral estão diretamente relacionados com o grau de elevação da PA; até mesmo uma hipertensão leve em adultos jovens ou de meia-idade aumenta o risco de possível lesão de órgãos-alvo. Regulação Da Pa Tanto em indivíduos normais quanto em hipertensos, a PA é mantida pela regulação contínua do DC e da RVP, exercida em 4 locais anatômicos: arteríolas (vaso de resistência), vênulas pós-capilares (vaso de capacitância), coração e rim. O receptor (barorreceptor) detecta alterações e age para corrigir, atuando com o sistema renina angiotensina aldosterona coordenando a função destes locais oxido nitrico - dilata vaso sanguineo endotelina 1 - constringe vaso sanguíneo Conforme o mecanismo fisiológico, a regulação da pa de um indivíduo hipertenso se difere de um indivíduo sadio, pois os mecanismos (barorreceptor e sistema de controle renal) estão ajustados em um nível mais elevado de pa, enquanto em um indivíduo normal, uma alteração significativa, os mecanismos já entram pra regular, no hipertenso, o nível precisa estar mt mais alto. Sraa (sistema renina angiotensina aldosterona): Ele responde ao estímulo as arteríolas renais da diminuição da pressão arterial, e estimula a produção e liberação da renina.A renina converte o angiotensinogênio em angiotensina I e através da enzima ECA ela transforma em angiotensina II,que tem dois receptores com funções: Estimular a nossa supra renal e libera aldosterona (rete água e sódio);Aumento da PA;Aumento da resistência vascular periférica; Barorreflexo Postural : responsável por ajustes rápidos , de momento a momento, da pa, como aquela alteração de decúbito dorsal para em pe . O rim ao controlar o volume sanguíneo, e o principal responsável por controlar a longo prazo a pa Se o rim retém água e sódio, o volume sanguíneo aumenta e consequentemente a pa aumenta. A vasopressina liberada da neuro-hipófise também desempenha um papel na manutenção da PA em virtude de sua capacidade de regular a reabsorção de água pelo rim. Diuréticos Reduzem a pa através da depleção do sódio corporal, diminuindo o volume sanguíneo (a pessoa urina mais, elimina mais sódio e água). A ação anti hipertensiva e anulada se a dieta for rica em sódio Os diuréticos são capazes de reduzir a PA em 10-15 mmHg na maioria dos pacientes; utilizados isoladamente: tratamento adequado para a hipertensão essencial leve ou moderada. Tiazídicos - são anti hipertensivos leves e eficazes em cerca de 30% dos casos, potencializam todos os outros anti-hipertensivos e impedem desenvolvimento de tolerância a esses fármacos, são mais eficazes em idosos. os diuréticos tiazídicos mostram-se apropriados para a maioria dos pacientes com hipertensão leve ou moderada e normalidade da função renal e cardíaca. Diuréticos tiazídicos quando utilizados como fármacos isolados, a administração de doses mais baixas (25-50mg) exercem efeito anti-hipertensivo tão acentuado quanto as doses mais altas. Diuréticos de alça - potentes mas a eficácia não acompanha sua potência. Seu efeito oscila, ele não consegue manter o efeito,ele até consegue eliminar sódio mas não consegue manter essa eliminação constante, fica oscilando. É indicado em hipertensão grave, insuficiência renal e insuficiência cardíaca ou cirrose. Já a resposta da PA aos diuréticos de alça aumenta com doses muitas vezes acima da dose terapêutica habitual Diuréticos poupadores de potássio - são úteis para evitar a eliminação excessiva de potássio particularmente em pacientes que fazem uso de digitálicos, assim como para aumentar os efeitos natriuréticos de outros diuréticos. São menos eficazes do que os diuréticos tiazídicos e diuréticos de alça. São utilizados em associação com outros diuréticos, com a finalidade de atenuar ou corrigir a caliurese (excreção de K+) induzida por fármaco e o consequente desenvolvimento de hipocalemia O que pode acontecer - hipocalemia (dor muscular, fadiga, perda de energia), intolerância à carbo (devido a inibição da liberação de insulina), dislipidemia (aumenta o colesterol total, LDL, reduz HDL, aumenta triglicerídeos), hiperuricemia, perda de audição, manifestações alérgicas, hipercalcemia (tiazídicos) hipocalemia (alça) Simpaticolíticos Agentes Simpaticoplegicos - sistema controlado pela noradrenalina, reduzem a pa através da redução da resistência vascular periféricas, inibição da função cardíaca e acúmulo venoso de sangue nos vasos de capacitância (vênulos) - podem reduzir dc. Reduzem a descarga simpática dos centros vasopressores no tronco encefálico, mas permitem que esses centros conservem ou até mesmo aumente a sensibilidade ao controle barorreceptor As ações anti-hipertensivas e tóxicas destas drogas geralmente dependem menos da postura do que os efeitos de drogas que atuam diretamente sobre neurônios simpáticos periféricos Metildopa - Droga mais segura para tratamento de hipertensão em gestantes. O organismo converte em metildopamina e a metildopamina sendo convertida em metilnoradrenalina, a alfa metilnoradrenalina se liga ao receptor alfa2 e reduz a descarga de noradrenalina reduzindo a pa. toxicidade - sedação, cansaço mental, concentração mental, depressão mental, vertigem e etc. Útil no tratamento da hipertensão leve a moderadamente grave. Baixa a PA principalmente ao diminuir a RVP, com redução variável na FC e no DC. Farmacocinética – cerca de 50% de uma dose administrada por vo é absorvida pelo tgi; uma dose oral de Metildopa produz seu efeito anti hipertensivo máximo em 4-6h, podendo o efeito persistir por um período de até 24h. Clonidina - usada no tratamento de hipertensão moderada, ela afeta mais o dc, reduz mais a pressão, bem absorvida por vo, meia vida curta (8-12h), seu efeito está relacionado a quantidade de concentração no sangue. toxicidade - ressecamento da boca, sedação frequente, depressão mental, impotência, retenção de sódio e água. Farmacocinética – bem absorvida por vo (95% de biodisponibilidade); é lipossolúvel e penetra rapidamente no cérebro; devido a sua meia-vida curta (8-12h) e o fato do efeito anti-hipertensivo estar diretamente relacionado com a concentração sanguínea, deve ser administrada 2x/dia, para manter um controle uniforme da PA; doses crescentes são mais eficazes e tóxicas, ao contrário da α-Metildopa. Adrenérgicos Bloqueadores b Adrenérgicos - anti hipertensivos leves, não reduzem de forma significativa a pa do indivíduonormotenso. isoladamente são suficientes em 30 a 40% dos casos. contraindicações : doença cardíaca, pulmonar e vascular, diabetes, esquecimento, indisposição, efeito indesejável sobre a qualidade de vida, pesadelos. Resposta aparece no decorrer de 1 a 3 semanas; bem sustentada; maioria mantém a ação por 24h com uma única dose diária. "síndrome das pernas inquietas” - utiliza-se também beta bloqueadores. contraindicado para paciente asmatico, pode desencadear crise. Toxicidade – bradicardia ou doença de condução cardíaca, asma, insuficiência vascular periférica e diabete; síndrome de abstinência após suspenso o uso regular prolongado (nervosismo, taquicardia, aumento da intensidade da angina ou elevação da PA); Bloqueadores alfa Adrenérgicos - reduzem a pa através da dilatação dos vasos de resistência e capacitância ,a pa e reduzida mais em pe do que deitado. atrapalha a ação da noradrenalina no vaso.toxicidade:tonturas,cefaleia,palpitaçõ es,fadiga. Ocorre retenção de sal e de líquido quando estas drogas são administradas sem diurético Mais eficazes quando utilizados associados com outros fármacos: β-bloqueador ou diurético, do que quando administrados isoladamente Fenômeno de primeira dose (queda abrupta da PA na posição ereta); mais comum em pacientes com depleção de sal e volume (1ª dose deve ser pequena e administrada ao deitar). Vantagens : melhora do metabolismo de carboidratos; efeito favorável sobre o perfil lipídico; não compromete contratilidade cardíaca. Vasodilatadores Reduzem a pa ao relaxar o músculo liso vascular, dilatando os vasos de resistência Hidralazina e Minoxidil (vasodilatadores orais), utilizados na terapia ambulatorial em longo prazo da hipertensão; bloqueadores de canais de cálcio, usados em terapia ambulatorial e emergências. Hidralazina : Dilata as arteríolas, mas não as veias. Diminui a RVP. Farmacocinética e Posologia – bem absorvida; rápida metabolização hepática de 1ª passagem; biodisponibilidade é baixa (25%, em média) e variável; a ½t varia de 2 à 4h, porém os efeitos vasculares parecem persistir por mais tempo do que as concentrações sanguíneas (ligação ávida ao tecido vascular). Não é utilizada isoladamente. Contra-indicada para idosos. Considerada segura em gestantes A posologia habitual varia de 40 a 200 mg/dia; doses mais elevadas resultam em maior vasodilatação e podem ser prescritas, se necessário; a administração duas ou três vezes ao dia permite um controle uniforme da PA. Toxicidade – efeitos adversos mais comuns: cefaléia, náusea, anorexia, palpitações, sudorese e rubor; pacientes com cardiopatia isquêmica: a taquicardia reflexa e a estimulação simpática podem provocar angina ou arritmias isquêmicas. Minoxidil : Vasodilatador muito eficaz e ativo por via oral. Efeito parece resultar da abertura de canais de potássio nas membranas musculares lisas pelo sulfato de Minoxidil, o metabólito ativo: ação estabiliza a membrana em seu potencial de repouso e torna menos provável a contração. Dilata as arteríolas, mas não as veias (como a Hidralazina). Farmacocinética : ½t 4h; biodisponibilidade 90%; estimulação simpática reflexa e retenção de sódio e água em maior grau que a Hidralazina; deve ser utilizado associado a um β-bloqueador e um diurético de alça. Toxicidade : taquicardia, palpitações, angina e edema (quando utilizadas doses inadequadas de βbloqueadores e diuréticos); cefaléia, sudorese e hirsutismo são relativamente comuns; uso tópico como estimulante do crescimento capilar. Bloqueadores canal de cálcio: Classe de anti-hipertensivos de 1ª linha. Efeitos antianginosos, antiarritmicos, além de dilatar as arteríolas periféricas, com redução da PA (e, em parte, na angina). Reduzem a PA por diminuir a RVP sem comprometer o DC. Os BCC agem bloqueando a entrada de cálcio por se ligarem aos canais de cálcio do tipo L no coração e nos músculos lisos dos vasos coronarianos e arteriais periféricos. Isso causa o relaxamento do músculo liso vascular, dilatando principalmente as arteríolas. Sendo importante ressaltar que os BCCs não dilatam as veias. Os bcc de ação prolongada proporcionam um controle mais uniforme da PA e são mais apropriados para o tratamento da hipertensão crônica. Mecanismo de Ação: inibição do influxo de cálcio nas células musculares lisas arteriais. Diidropiridinas : São vasodilatadores potentes que têm pouco ou nenhum efeito clínico negativo sobre a contratilidade ou condução cardíaca; normalmente usados para tratar hipertensão ou angina estável crônica; Esses agentes de ação mais longa são geralmente mais seguros e cada vez mais preferidos. Exemplos: nifedipina , isradipina , felodipina , nicardipina , nisoldipina , lacidipina, amlodipina e levamlodipina Estudos recomendam que diidropiridinas de ação curta não sejam utilizadas para a hipertensão (aumento do risco de infarto do miocárdio ou da mortalidade). Não Diidropiridinas ; São vasodilatadores menos potentes em comparação com as diidropiridinas, mas têm um maior efeito depressivo na condução e contratilidade cardíaca; normalmente usados no tratamento da hipertensão, angina estável crônica, arritmias cardíacas ou para redução da proteinúria Exemplos: verapamil e diltiazem Verapamil : O cloridrato de verapamil é um bloqueador do canal lento de cálcio, assim, impede o influxo de íons cálcio na célula do músculo do coração e das artérias. O bloqueio dos canais de cálcio nas células musculares cardíacas e vasculares melhora a quantidade de oxigênio oferecida ao músculo do coração. Com mais oxigênio, o miocárdio consegue um melhor relaxamento e uma maior eficiência. Esse relaxamento muscular também acontece nos músculos das paredes dos vasos sanguíneos, onde o sangue vai poder circular mais facilmente (o que reduz a resistência vascular), diminuindo, assim, a pressão intravascular. indicado para hipertensão leve e moderada. Inibidores de angiotensina A liberação de renina pelo córtex da supra-renal é estimulada pela↓ da PA renal, estimulação neural simpática e↓ do aporte de Na+ ou ↑ da concentração de Na+ no túbulo renal distal. A renina quebra o angiotensinogênio produzindo angiotensina 1 . A angiotensina 2 promove a liberação de aldosterona pela adrenal , facilitando a retenção de sódio , aumentando a pressão arterial A angiotensina pode contribuir para manter a RV elevada nos estados hipertensivos associados a uma atividade elevada da renina plasmática. Com os inibidores da eca, a angiotensina 2 é diminuída, assim ocorre uma vasodilatação e menor retenção de sódio, reduzindo a pa. Três classes de drogas atuam especificamente sobre o sistema renina-angiotensina: inibidores da ECA, inibidores competitivos da angiotensina no nível de seus receptores e antagonistas diretos da renina. Ieca (inibidores da enzima conversora de angiotensina) : 1ª escolha para todos os graus de hipertensão essencial e na hipertensão vascular renal. Usados isoladamente controlam a hipertensão em cerca de 50% dos casos. A adição de um betabloqueador ou diurético aumenta a eficácia para cerca de 90%. Obs.: diurético em baixa dosagem (a fim de evitar efeitos metabólicos). Sem interferência da atividade sexual, sem interferência das atividades metabólicas. Captopril, Enalapril, Benazepril, o Fosinopril, o Moexipril, o Perindopril, o Quinapril, o Ramipril e o Trandolapril: ação longa; pró-drogas; convertidos em fármacos ativos por hidrólise, principalmente no fígado. Os iecas são eliminados primariamente pelos rins e necessitam, por essa razão, terem suas doses ajustadas em pacientes com insuficiência renal. As únicas exceções a essa regra são o fosinopril e o moexpril. O enalapril é o único IECA disponível para o uso intravenoso. Toxicidade : hipotensão após administração de doses de qualquer inibidor da ECA a pacientes com volemia devida a diuréticos, restrição de sal ou perda de líquidoGI. Outros efeitos adversos comuns: Insuficiência renal aguda, hipercalemia (maior tendência em pacientes com IR ou diabetes), tosse seca (algumas vezes acompanhadas de sibilos) e angioedema (relação com a bradicinina e substância P). Contra-indicados no 2º e 3º trimestres de gravidez (risco de hipotensão fetal, anúria e IR, algumas vezes associadas a malformações e morte do feto); Efeitos tóxicos de menor gravidade mais típicos (10% dos pacientes): alteração do paladar (disgeusia), erupções cutâneas alérgicas e febre medicamentosa Interação Medicamentosa : Antiácido (Diminui A Absorção);Aines (Redução Da Resposta Anti-Hipertensivo);Medicamento Que Elevem O Potássio (Espironolactona E Beta-Bloqueadores), Ficar De Olho No Potássio BRA (bloqueadores dos receptores de angiotensina) : são representantes dessa classe a losartana, candesartan, eprosartan, ibersatan, telmisartan e valsartana. Ao antagonizar os efeitos da angiotensina II, esses agentes não peptídicos relaxam o músculo liso, provocam vasodilatação, aumentam a excreção renal de sal, reduzem o volume plasmático e diminuem a hipertrofia celular. Existem dois subtipos distintos de receptores de angiotensina 2: at1 e at2. O subtipo AT1 localiza-se predominantemente no tecido vascular e miocárdico, bem como no cérebro, no rim e nas células da zona glomerulosa das glândulas suprarrenais, que secretam aldosterona. O subtipo AT2 é encontrado na medula supra renal, no rim e no SNC e pode desempenhar um papel no desenvolvimento vascular. Geralmente, desencadeiam respostas anti crescimento e antiproliferativas. Ação precoce e progressiva até atingir um pico em 3 a 6 semanas Não exercem nenhum efeito sobre o metabolismo da bradicinina e, portanto, são bloqueadores mais seletivos dos efeitos da angiotensina do que os inibidores da eca. Os efeitos adversos assemelham-se àqueles descritos para os inibidores da eca incluindo risco de uso durante a gravidez. - - -