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3EBOOK MORFOLOGIA FAEL LETRAS UNIDADE 4

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Prévia do material em texto

Morfologia 
do 
Português
Débora Luiza da Silva 
Angela Francisca Mendez
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
DÉBORA LUIZA DA SILVA 
ANGELA FRANCISCA MENDEZ
AS AUTORAS
Débora Luiza da Silva
Olá! Meu nome é Débora Luiza da Silva. Sou formada em Letras 
(habilitação Português e suas respectivas literaturas) pela Universidade do 
Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), e Especialista em Educação a Distância: 
Gestão e Docência, pela mesma instituição. Atualmente participo do 
Programa de Educação Continuada do Mestrado em Educação, na linha 
de Tecnologias Aplicadas à Educação da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul (UFRGS). Tenho experiência técnico-profissional na área 
da docência, bem como na elaboração de conteúdos pedagógicos para 
cursos das modalidades presencial e a distância. Profissionalmente passei 
por diferentes instituições, entre elas o Governo do Estado do Rio Grande do 
Sul, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), o Centro Universitário 
Ritter dos Reis (UniRitter) e a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande 
do Sul (Fadergs), ambas do Grupo Laureate International Universities, nas 
quais já atuei como analista acadêmica de EaD, professora-tutora, designer 
educacional e docente. Atualmente sou professora de Língua Portuguesa 
e Literatura da EJA EaD do Serviço Social da Indústria (SESI/RS). Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida, 
bem como contribuir com o aprendizado daqueles que estão iniciando em 
suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar 
seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo e bons estudos! 
Angela Francisca Mendez
Olá! Meu nome é Angela Francisca Mendez. Sou graduada em Letras 
(habilitação em Português e Literaturas da Língua Portuguesa) pelo Centro 
Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), e Mestre em Letras – Linguagem, 
Interação e Processos de Aprendizagem (UniRitter), com ênfase na área 
Discurso, Linguagem e Sociedade. No ensino superior, atuei como professora 
na UniRitter – Laureate International Universities (40h), ministrando as disciplinas 
de Morfologia; Literaturas da Língua Portuguesa; Leitura, Produção e Revisão 
de Texto; Escrita Criativa; Literatura Brasileira e Memória Cultural; entre outras. 
Tenho larga experiência no Ensino a Distância (EaD), tanto na produção de 
conteúdo, quanto na coordenação de ensino. Estou muito feliz em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo e bons estudos!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Compreendendo a morfossintaxe dos substantivos ................... 12
Funções sintáticas dos substantivos ................................................................................ 15
Identificando a morfossintaxe dos adjetivos ..................................22
Funções sintáticas dos adjetivos .........................................................................................24
Examinando as características dos verbos .....................................29
Verbos auxiliares ............................................................................................................................. 30
Verbos regulares, irregulares e defectivos .................................................................. 31
Verbos impessoais .........................................................................................................................35
Conhecendo a transitividade dos verbos .........................................38
Verbos nocionais ............................................................................................................................ 38
Verbos intransitivos ........................................................................................................................42
Verbos transitivos diretos .......................................................................................42
 Verbos transitivos indiretos .................................................................................43
Verbos transitivos diretos e indiretos ............................................................45
Verbos de ligação ...........................................................................................................................45
9
MORFOSSINTAXE 
UNIDADE
04
Morfologia do Português
10
INTRODUÇÃO
Chegamos ao fim desta disciplina, intitulada “Morfologia da língua 
portuguesa”. Nesta unidade letiva nosso enfoque estará centrado na 
morfossintaxe dos nomes (adjetivos e substantivos) e dos verbos, além 
de conhecermos os padrões verbais. Você sabe o que a morfossintaxe 
estuda? Como já sabemos, morfologia é a parte da gramática que estuda 
a estrutura, a formação e a classificação das palavras, enquanto a sintaxe 
se preocupa em estudar as palavras como elementos de uma frase, sua 
disposição e possíveis combinações, capazes de transmitir significado 
completo. Portanto, a morfossintaxe é a combinação entre o estudo da 
morfologia e da sintaxe, cuja análise ocorre tanto na esfera da palavra, 
quanto da frase, envolvendo sobretudo as classes gramaticais e as 
funções sintáticas. Preparado para o estudo do nosso último tópico de 
estudos? Aproveite e mergulhe neste universo! Desejamos bons estudos!
Morfologia do Português
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4 – Morfossintaxe. Nosso 
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Compreender a morfossintaxe dos substantivos.
2. Identificar a morfossintaxe dos adjetivos.
3. Examinar as características dos verbos.
4. Conhecer a transitividade dos verbos.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Vamos lá. Ao trabalho! 
Morfologia do Português
12
Compreendendo a morfossintaxe dos 
substantivos
OBJETIVO::
Nesta competência conheceremos as funções sintáticas 
expressas pelos substantivos dentro das orações. Já 
estudamos a morfologia dessa classe gramatical e agora 
chegou a hora de compreendermos sobretudo as relações 
de concordância, subordinação e ordem dessas palavras.
Sabemos que a Gramática é o conjunto das regras que determinam 
as diferentes possibilidades de associação das palavras de uma língua 
para a formação de enunciados concretos. Entre as áreas da gramática 
estão a fonologia, a sintaxe e a morfologia.
Na Gramática da Língua Portuguesa, a sintaxe compreende o 
estudo das combinações possíveis entre as palavras. Por isso, para 
compreendermos melhor essas relações, basta pensarmos nas palavras 
como peças de um quebra-cabeças, as quais precisam ser encaixadas em 
um lugar certo, paraque, ao fim, possamos ver uma imagem harmoniosa 
e coerente. 
Já a morfologia, trata-se do estudo da estrutura, da formação e da 
classificação das palavras. Assim, a morfossintaxe é apreciação conjunta 
da classificação morfológica e da função sintática das palavras nas 
orações, sendo este o foco do nosso estudo.
Morfologia do Português
13
Figura 1 - Revisando o que já estudamos
Fonte: Pixabay 
ACESSE:
Quer se aprofundar no estudo da sintaxe da língua 
portuguesa? Recomendamos a leitura do livro-texto 
disponível em: http://bit.ly/3aPG6kZ. Acesso em: 29 jun. 
2020. Bons estudos e ótima leitura.
Revisando: Substantivos são termos responsáveis por nomear 
seres, objetos, ações, lugares etc. Existem 9 tipos de substantivos: 
comum, próprio, coletivo, abstrato, concreto, composto, simples, 
derivado e primitivo. Eles são flexionados em gênero, número e grau. 
Vamos relembrar a classificação: 
 • Comuns: designam os seres da mesma espécie de forma genérica.
 • Próprios: sempre grafados em letra maiúscula, são palavras que 
particularizam seres, entidades, países, cidades, estados da mesma 
espécie.
Morfologia do Português
http://bit.ly/3aPG6kZ
14
 • Concretos: designam as palavras reais, concretas – pessoas, objetos, 
animais ou lugares.
 • Abstratos: são aqueles relacionados aos sentimentos, estados, 
qualidades e ações.
 • Simples: são formados por apenas uma palavra.
 • Compostos: são formados por mais de uma palavra.
 • Primitivos: são aqueles que não derivam de outras palavras.
 • Derivados: são aquelas palavras que derivam de outras.
 • Coletivos: são aqueles que se referem a um conjunto ou grupo de 
seres.
Figura 2 - Revisando o que já estudamos
Fonte: Pixabay
Na língua portuguesa, os substantivos podem desempenhar dentro 
das orações diferentes funções sintáticas, sempre ligadas diretamente 
aos verbos. Entre elas estão:
Morfologia do Português
15
 • Núcleo do sujeito;
 • Complementos verbais (objeto direto e indireto); 
 • Agente da passiva;
 • Núcleo do complemento nominal;
 • Aposto;
 • Núcleo do predicativo do sujeito e do objeto;
 • Núcleo do vocativo.
Agora, veremos as características de cada uma dessas funções 
sintáticas exercidas pelos substantivos dentro das orações e dos discursos.
Funções sintáticas dos substantivos
Sintaxe é a parte da gramática que tem por objetivo estudar a 
disposição das palavras dentro das orações, incluindo sua relação 
lógica, a fim de que as informações sejam transmitidas de maneira clara 
e coerente. Por isso as funções sintáticas compreendem o papel que 
determinadas palavras desempenham dentro das orações. 
Vejamos em quais delas podemos encontrar substantivos.
a) Núcleo do sujeito
De acordo com CEGALLA (2009), o núcleo é a palavra-base do 
sujeito (bem como de outras funções sintáticas). Em torno dele podem 
aparecer palavras secundárias, tais como: 
 • artigos, 
 • adjetivos, 
 • locuções adjetivas etc. 
No entanto, são consideradas essenciais para a compreensão, 
assim como o núcleo.
Morfologia do Português
16
Exemplo: Na oração “As rosas têm espinhos”, o sujeito da oração é 
“as rosas”. Quanto ao núcleo, este é representado pelo substantivo “rosas”, 
pois é o elemento mais importante do sujeito. 
Assim, notamos que no sujeito podem aparecer outras palavras 
ligadas a um substantivo, mas que são consideradas dispensáveis à 
compreensão do interlocutor.
Segundo a Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, de autoria 
do linguista Domingos Paschoal Cegalla (2009), os sujeitos podem ser 
classificados em:
 • simples - quando tem um só núcleo.
Exemplo: "Um bando de galinhas d'angola atravessa a rua em fila 
indiana." 
 • composto - quando tem mais de um núcleo.
Exemplo: "O burro e o cavalo nadavam ao lado da canoa." 
 • oculto (ou elíptico) - quando está implícito, isto é, quando não está 
expresso, mas se deduz do contexto.
Exemplo: Viajarei amanhã. [sujeito: eu, que se deduz da desinência 
do verbo].
 • indeterminado - quando não se indica o agente da ação verbal.
Exemplo: Atropelaram uma senhora na esquina.
[Quem atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a 
atropelou.]
Morfologia do Português
17
Figura 3 - Conhecendo as funções sintáticas dos substantivos
Fonte: Pixabay 
b) Complementos verbais (objeto direto e indireto) 
Alguns verbos da língua portuguesa não possuem sentido 
completo, isto é, necessitam de complemento para que a informação 
seja clara e concisa. Assim, admitem complementos, conhecidos como 
objetos. Ainda nessa unidade letiva será possível conhecer os verbos de 
acordo com sua transitividade. Fique atento! 
 • Objeto direto: é o complemento dos verbos de predicação 
incompleta, não regido de preposição.
Exemplo: Na oração “As plantas purificam o ar”, o verbo “purificam” 
necessita de um complemento, ou seja, de um objeto, expresso neste 
caso por artigo+substantivo = “o ar”.
 • Objeto indireto: é o complemento verbal regido de preposição 
necessária, visto que complementa a informação de um verbo 
transitivo indireto.
Morfologia do Português
18
Exemplo: Na oração “Obedeço ao regulamento”, o verbo “obedeço” 
necessita de um complemento, ou seja, de um objeto, expresso neste 
caso por preposição+substantivo = “ao regulamento”.
c) Agente da passiva
É o complemento de um verbo na voz passiva. Representa o ser 
que pratica a ação expressa pelo verbo passivo. A voz passiva é uma 
construção sintática em que um objeto direto passa a ocupar a posição 
de sujeito, ou seja, é a maneira como o verbo se expressa em relação ao 
sujeito, que, no caso da passiva, sofre a ação ao invés de praticá-la.
Vem regido comumente pela preposição “por” e, algumas vezes, 
pela preposição “de”.
Exemplo: Na oração “Alfredo é estimado pelos colegas”, o termo 
“pelos colegas” é classificado como o agente da passiva, expresso por 
preposição+substantivo.
d) Núcleo do complemento nominal
Complemento nominal é o termo complementar reclamado pela 
significação transitiva incompleta de alguns substantivos, adjetivos e 
advérbios. Vem sempre regido de preposição. Como já abordamos, 
consideramos como núcleo a palavra de maior importância em 
determinadas funções sintáticas, pois transmitem as principais 
informações para a compreensão de determinada oração e/ou discursos.
IMPORTANTE:
É muito comum confundir os complementos verbais e 
nominais, no entanto, enquanto o complemento verbal 
(objeto direto e indireto) completa a ação de um verbo, 
o complemento nominal está sempre ligado a um nome 
(substantivos, adjetivos e advérbios). Além disso, ambos 
são regidos de preposição. 
Morfologia do Português
19
Exemplo: Na frase “Nossa fé em Deus”, a expressão “em Deus” 
está completando o sentido do substantivo “fé”, portanto o complemento 
verbal é formado por preposição+substantivo. No entanto, o núcleo do 
complemento é o substantivo próprio “Deus”.
Figura 4 - Estudando a diferença entre os complementos verbais e nominais
Fonte: Pixabay
e) Aposto
É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve 
ou resume outro termo da oração (CEGALLA, 2009). Esse elemento pode 
aparecer antes ou depois do termo ao qual se refere, bem como ser 
destacado ou não por sinais de pontuação, tais como vírgula, dois-pontos 
ou travessão.
Exemplo: Na oração “Dom Pedro, imperador do Brasil, foi um 
monarca sábio.”, a expressão “imperador do Brasil” é considerada um 
aposto, pois está explicando um termo mencionado anteriormente, bem 
como é formado por substantivos (imperador+Brasil).
Morfologia do Português
20
f) Núcleo do predicativo do sujeito e do objeto
Existem dois tipos de predicativo: do sujeito e do objeto. Vejamos 
suas especificidades.
 • Predicativo do sujeito: é o termo que exprime um atributo, um estado 
ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um verbo de ligação 
no predicado nominal.
Exemplo: Na oração “O menino foi meu aluno”, a expressão “meu 
aluno” é classificada como opredicativo do sujeito, pois caracteriza o 
sujeito e está conectada a um verbo de ligação (foi). Note que a palavra 
“aluno” é um substantivo.
 • Predicativo do objeto: É o termo que se refere ao objeto de um verbo 
transitivo, isto é, ao seu complemento.
Exemplo: Na oração “Ela adotou-o por filho”, o substantivo “filho” é, 
portanto, classificado como predicativo do objeto.
g) Núcleo do vocativo
Para CEGALLA (2009, p. 366) “Vocativo [do latim vocare = chamar] é 
o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, 
o animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos”. 
O vocativo não possui relação sintática relacionada a outra expressão 
da oração, isto é, não está relacionado com o sujeito ou com o predicado 
– diferente do aposto, o qual estabelece relação com o restante da frase. 
Esse elemento é muito comum em gêneros textuais como cartas, e-mails, 
memorandos, circulares, entre outros. Por isso, em muitas situações, o 
vocativo também aparece acompanhado de um pronome de tratamento 
ou um adjetivo, por exemplo.
Exemplo: Na oração “Rafael, copie o texto”, o substantivo “Rafael” é 
classificado como um vocativo.
Prezado editor
Morfologia do Português
21
Querido amigo
Caros pais
RESUMINDO:
Nessa competência, nosso enfoque foram as funções 
sintáticas desempenhadas pelos substantivos. Ao longo de 
nossos estudos, verificamos uma série de características 
morfológicas dessa classe gramatical, assim foi possível 
ampliarmos nosso aprendizado de maneira a analisar a 
morfossintaxe dos substantivos. Ou seja, compreendemos 
os aspectos relacionados à morfologia e à sintaxe dessas 
palavras. Em suma, vimos que o substantivo pode se 
apresentar nas orações com as seguintes funções 
sintáticas: núcleo do sujeito; complementos verbais (objeto 
direto e objeto indireto); agente da passiva; núcleo do 
complemento nominal; aposto; núcleo do predicativo do 
sujeito ou do objeto; núcleo do vocativo.
Morfologia do Português
22
Identificando a morfossintaxe dos 
adjetivos
OBJETIVO::
Nesta competência, conheceremos as funções sintáticas 
expressas pelos adjetivos dentro das orações. Já 
estudamos a morfologia dessa classe gramatical e agora 
chegou a hora de compreendermos, sobretudo, as 
relações de concordância, subordinação e ordem dessas 
palavras. Portanto, a partir de agora nosso enfoque será a 
morfossintaxe dessa classe gramatical.
Assim como os substantivos, os adjetivos também podem 
desempenhar funções distintas dentro das orações, as quais veremos a 
seguir:
 • Predicativo do sujeito;
 • Predicativo do objeto;
 • Adjunto adnominal.
Neste sentido, além de se apresentar como classe gramatical, o 
adjetivo ainda desempenha funções sintáticas distintas – as quais serão 
investigadas a partir de agora.
Revisando: Como já estudamos nas unidades anteriores, os 
adjetivos são palavras que expressam as qualidades ou características 
dos seres. Portanto, estão geralmente ligados aos substantivos.
Alguns exemplos: velho, novo, azul-claro, brasileiro, luso-brasileiro 
etc. 
Morfologia do Português
23
Figura 5 - Estudando a morfossintaxe dos adjetivos
Fonte: Pixabay
Os adjetivos podem ser classificados em:
 • Adjetivos pátrios – os que designam a nacionalidade, o lugar de 
origem de alguém ou de alguma coisa.
 • Adjetivos eruditos – significam que é "relativo a", "próprio de", 
"semelhante a", "da cor de".
Quanto à sua estrutura:
 • Derivados: quando derivam de substantivos ou verbos.
 • Simples: quando são formados por um só elemento.
 • Compostos: quando são formados por mais de um elemento.
Ainda podem ser flexionados quanto ao gênero:
 • Uniformes: os que têm a mesma forma em ambos os gêneros.
 • Biformes: os que possuem duas formas, uma para o masculino e 
outra para o feminino.
Morfologia do Português
24
Em número, pelo singular e plural, os adjetivos seguem as mesmas 
regras da flexão numérica dos substantivos. Por isso geralmente quando 
flexionados no plural, acrescenta-se a letra “s” em sua forma original.
Quanto ao grau, podem aparecer nas formas comparativo ou 
superlativo.
Apresentam-se em grau comparativo para comparar qualidades 
dos seres, podendo ser: 
 • de igualdade;
 • de superioridade sintético;
 • de inferioridade.
Já o superlativo expressa qualidades num grau muito elevado 
ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo e 
apresenta as seguintes modalidades (CEGALLA, 2009): 
 • Analítico;
 • Absoluto sintético.
Para retomar essas características, consulte o E-book da Unidade 
letiva 3 – Morfologia dos substantivos e adjetivos.
Funções sintáticas dos adjetivos
Na língua portuguesa, os adjetivos desempenham as seguintes 
funções sintáticas:
 • Predicativo do sujeito;
 • Predicativo do objeto;
 • Adjunto adnominal.
Morfologia do Português
25
a) Predicativo do sujeito: como já mencionamos, esse é o termo 
que exprime um atributo, um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual 
se prende por um verbo de ligação no predicado nominal. No entanto, 
de maneira mais comum, essa função sintática é desempenhada pelos 
adjetivos.
Exemplo: Na oração “As moças eram encantadoras”, o adjetivo 
“encantadoras” é classificado como o predicativo do sujeito.
Além dos adjetivos, das locuções adjetivas e dos substantivos, essa 
função sintática pode ser desempenhada ainda por:
 • Um pronome:
Exemplos: 
O responsável é ele.
Meu carro é este.
 • Um numeral:
Exemplos: 
Somos trinta e cinco pessoas para almoçar.
Eles eram só quatro.
 • Uma oração substantiva predicativa:
Exemplos: 
O bom é que ela sempre foi bem esforçada.
A dúvida era se seriam necessários mais auxiliares.
b) Predicativo do objeto: é o termo que se refere ao objeto de um 
verbo transitivo (seja direto ou indireto), ou seja, do verbo que necessita de 
um complemento, por não ter sentido completo por si próprio.
Morfologia do Português
26
Exemplo: Na oração “Eu acho Denise bonita”, o adjetivo “bonita” 
está ligado ao complemento do verbo (acho), logo, exercendo a função 
sintática de predicativo do objeto – visto que quem “acha” “acha” algo ou 
alguma coisa.
c) Adjunto adnominal: é o termo que caracteriza ou determina os 
substantivos, considerado como um elemento acessório das orações, isto 
é, nem todas admitem um adjunto adnominal em sua estrutura.
Exemplo: Na oração “Meu irmão veste roupas vistosas”, o adjetivo 
“vistosas” está ligado ao substantivo “roupas”, logo, é classificado como 
um adjunto adnominal. 
Há casos em que algumas palavras, pertencentes a outras 
classes gramaticais, podem desempenhar a função de um adjetivo e 
consequentemente cumprir a função sintática de adjunto adnominal. 
Vejamos:
 • Representado por pronome adjetivo
Exemplo: Minhas amigas prepararam tudo para a festa.
 • Representado por numeral adjetivo
Exemplo: Vinte candidatos foram selecionados.
 • Representado por locução adjetiva
Exemplo: Picadas de abelha doem muito.
IMPORTANTE:
Na sintaxe, os elementos das orações são classificados de 
acordo com a relação estabelecida com os demais termos.
Morfologia do Português
27
Estão divididos em:
 • Termos essenciais (sujeito e predicado): esses devem obrigatoriamente 
aparecer nas orações. Mas, como já estudamos, muitas orações se 
apresentam com sujeito inexistente.
 • Termos integrantes (complementos verbais, complemento nominal e 
agente da passiva): estão ligados aos verbos e substantivos presentes 
nas orações e são assim considerados porque integram o sentido 
dessas palavras. Nem todas as orações apresentam termos integrantes 
– isso, portanto, dependerá da combinação dos termos que a compõem.
 • Termos acessórios (adjunto adverbial, adjunto adnominal, aposto 
e vocativo): considerados dessa forma, são dispensáveis para a 
compreensão do discurso, isto é, não prejudicam as informações 
transmitidas pelo interlocutor, caso não componham as orações.
Assim, o adjunto adnominal, em resumo, é considerado comoum termo acessório da oração, ou seja, é dispensável porque não 
compromete as informações expressas pelos enunciados. Por isso, nem 
sempre aparece nas orações.
Figura 6 - Estudando as funções sintáticas dos adjetivos
Fonte: Freepik
Morfologia do Português
28
RESUMINDO:
Nessa competência, nosso enfoque foram as funções 
sintáticas desempenhadas pelos adjetivos, os quais são 
responsáveis por caracterizar os substantivos, estudados 
anteriormente.
Ao longo de nossos estudos, verificamos uma série de 
características morfológicas dessa classe gramatical, 
assim foi possível ampliarmos nosso aprendizado de 
maneira a analisar a morfossintaxe dos adjetivos. Ou seja, 
compreendemos os aspectos relacionados à morfologia 
e à sintaxe dessas palavras. Dentro das orações, portanto, 
os adjetivos exercem as seguintes funções sintáticas: 
predicativo do sujeito; predicativo do objeto; adjunto 
adnominal.
Morfologia do Português
29
Examinando as características dos verbos 
OBJETIVO::
Nesta competência será possível retomarmos algumas 
das características dos verbos. Como já abordamos 
anteriormente, essa é a classe gramatical que mais 
admite flexões, dentre as dez classes de palavras. Por isso 
seguiremos com enfoque nas características que envolvem 
os verbos da língua portuguesa.
Conforme já estudamos na Unidade letiva 2, os verbos podem 
indicar circunstâncias diversas:
 • Ação: jogar, correr, partir.
 • Estado: ser, estar, permanecer.
 • Fato: amar, sofrer, mentir.
 • Fenômeno da natureza: chover, nevar, trovejar.
Figura 7 - Estudando os verbos 
Fonte: Pixabay
Morfologia do Português
30
De acordo com o linguista CEGALLA (2009, p. 194), “Com efeito, 
o verbo reveste diferentes formas para indicar a pessoa do discurso, o 
número, o tempo, o modo e a voz”.
Verbos auxiliares
Verbos auxiliares são os que se juntam a uma forma nominal de 
outro verbo para constituir a voz passiva, os tempos compostos e as 
locuções verbais (CEGALLA, 2009).
Exemplos:
Somos castigados pelos nossos erros.
Tenho estudado muito esta semana.
Jacinto havia chegado naquele momento.
O mecânico estava consertando o carro.
O secretário vai anunciar os resultados.
Começava a escurecer na cidade de ltu.
Observe o Quadro 1.
Quadro 1 - Verbos auxiliares
Principais verbos auxiliares
Ter
Haver
Ser
Estar
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
São formas nominais dos verbos:
Morfologia do Português
31
 • Infinitivo: nomeia uma ação ou um estado, porém se apresenta neutro 
quanto às suas categorias gramaticais tradicionais, ou seja, não estão 
flexionados em tempo, modo, aspecto, número, pessoa.
Exemplos: amar, sofrer, partir.
 • Particípio: é usado na formação de tempos verbais compostos. Indica 
o estado da ação depois de finalizada, transmitindo, portanto, uma 
noção de conclusão da ação verbal. A maioria dos verbos apresenta 
um particípio regular, terminado em -ado na 1ª conjugação (-ar) e em 
-ido na 2ª (-er) e na 3ª conjugação (-ir).
Exemplos: amado, sofrido, partido.
VOCÊ SABIA?
Além da forma regular, o particípio apresenta as formas 
irregulares, ou reduzidas, que combinam com os verbos 
auxiliares ser e estar. Assim, o particípio irregular é 
geralmente utilizado na voz ativa. Exemplo: O trabalho seria 
feito pelo grupo.
 • Gerúndio: indica o estado de uma ação prolongada, que ainda está 
em curso, transmitindo, portanto, uma noção de continuidade da 
ação verbal. No gerúndio, os verbos da 1ª conjugação (-ar) terminam 
em -ando, os da 2ª conjugação (-er) terminam em -endo e os da 3ª 
conjugação (-ir) terminam em -indo.
Exemplos: amando, sofrendo, partindo.
Verbos regulares, irregulares e defectivos
Os verbos são formados por um radical mais uma terminação. As 
terminações são diferentes, conforme as flexões em número, pessoa, 
modo e tempo verbal que apresentam.
Morfologia do Português
32
Quanto à conjugação (1ª, 2ª e 3ª):
 • A 1ª tem como vogal temática o ”a”:
Exemplos: cantar, pular, sonhar.
 • A 2ª tem como vogal temática o ”e”:
Exemplos: vender, comer, chover, sofrer.
 • A 3ª tem como vogal temática o ”i”:
Exemplos: partir, dividir, sorrir, abrir.
Os verbos se dividem em:
 • Regulares: os que seguem um paradigma ou modelo comum de 
conjugação, mantendo o radical invariável, como vimos acima:
Exemplos: cantar, bater, partir etc.
Existem, contudo, verbos que não se encaixam nesses modelos 
fixos de conjugação verbal, possuindo alterações nos radicais e nas 
terminações quando conjugados. São chamados de verbos irregulares.
 • Irregulares: os que sofrem alterações no radical e/ou nas terminações, 
afastando-se do paradigma: 
Exemplos: dar, trazer, dizer, ir, ouvir etc.
VOCÊ SABIA?
Ser classificado como verbo irregular não significa que 
todas as suas formas conjugadas sejam irregulares, sendo 
possível que haja formas conjugadas de verbos irregulares 
que se encaixam nos modelos de conjugação regular.
Morfologia do Português
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Exemplos de verbos irregulares com alterações nos radicais
Verbo medir: eu meço (o radical é med-);
Verbo pedir: eu peço (o radical é ped-);
Verbo trazer: eu trago (o radical é traz-);
Verbo ouvir: eu ouço (o radical é ouv-).
Exemplos de verbos irregulares com alterações nas terminações
Verbo dar: eu dou (a terminação regular é -o);
Verbo estar: eu estou (a terminação regular é -o);
Verbo querer: ele quer (a terminação regular é -e);
Verbo dizer: ele diz (a terminação regular é -e);
Verbo fazer: ele faz (a terminação regular é -e).
 • Defectivos: os que não possuem a conjugação completa, não sendo 
usados em certos modos, tempos ou pessoas.
Exemplos: abolir, demolir, reaver, precaver, soer etc.
VOCÊ SABIA?
Os verbos defectivos podem ser agrupados conforme 
as formas verbais que não apresentam. A defectividade 
verbal ocorre principalmente no presente do indicativo, no 
presente do subjuntivo e no imperativo. Vejamos alguns 
dos defectivos: 
 • Verbos em que não se conjugam formas verbais terminadas em -a ou 
-o depois do radical. 
Verbo colorir;
Morfologia do Português
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Verbo demolir;
Verbo banir;
Verbo abolir;
Verbo retorquir.
 • Verbos em que se conjugam apenas formas verbais terminadas em -i 
depois do radical. 
Verbo falir;
Verbo ressequir;
Verbo renhir;
Verbo empedernir;
Verbo aguerrir.
Sobre as causas das defectividades verbais, os “defeitos” que 
apresentam alguns verbos, podemos considerar alguns fatores: 
 • A defectividade verbal na língua portuguesa ocorre devido a fatores 
fonéticos, semânticos ou morfológicos. Não são normalmente 
conjugadas formas verbais que ocasionam sons “ruins”, cacofonia, 
nem que promovam confusão com outra forma verbal predominante.
 • Habitualmente falham as formas rizotônicas dos verbos, ou seja, as 
formas verbais que possuem a sílaba tônica no radical da palavra.
 • A defectividade verbal não é fixa, mas influenciada pelas mudanças 
que ocorrem na língua (lembre que a língua é um organismo vivo 
e mutável). Verbos anteriormente considerados defectivos já são 
atualmente considerados regulares, e formas verbais usadas no 
passado com frequência vêm perdendo seu uso na atualidade.
Morfologia do Português
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 • As lacunas nas conjugações dos verbos defectivos costumam ser 
preenchidas por formas verbais de verbos sinônimos, por locuções 
verbais ou tempos compostos.
Exemplo de conjugação inexistente: Eu coloro.
Exemplos de possíveis substituições: Eu pinto. Eu estou colorindo.
Verbos impessoais
Os verbos haver, fazer (na indicação do tempo), passar de (na 
indicação das horas), chover, nevar, trovejar, garoar e outros que 
exprimem fenômenos meteorológicos ou da natureza, quando usados 
como impessoais, ficam na 3ª pessoa do singular.
Figura 8 - Emprego dos verbos impessoais
Fonte: Pixabay
Exemplos:
"Não havia ali vizinhos naquele deserto." (Monteiro Lobato)
Morfologia do Português
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"Havia já dois anos que nós não víamos." (Machado de Assis)
"Aqui, faz verões terríveis." (Camilo Castelo Branco)"Faz hoje ao certo dois meses que morreu na forca o tal malvado..." 
(Camilo Castelo Branco)
"Conhecera-o assim, fazia quase vinte anos." (Josué Montello)
Quando saí de casa, passava das oito horas.
"Chovera e nevara depois, durante muitos dias." (Camilo Castelo 
Branco)
IMPORTANTE:
Verbos que indicam tempo não flexionam. Um erro 
bastante comum ao usuário da língua é flexionar o verbo 
fazer, por exemplo, para indicar tempo decorrido. Ora, se os 
verbos impessoais são aqueles que não “possuem pessoa”, 
se quem flexiona verbo são pessoas, logo “tempo” não 
flexiona verbo. 
Observe:
Errado: Fazem muitos tempos que não nos vemos.
Certo: Faz muito tempo que não nos vemos.
Errado: Fazem muitos anos que não como carne.
Certo: Faz muitos anos que não como carne.
Errado: Não encontro você fazem mais de cinco anos.
Certo: Não encontro você faz mais de cinco anos.
Atenção: O verbo ser, quando indica data, hora, distância, flexiona: 
São cinco quilômetros até o município de Florianópolis.
A professora disse que já são cinco horas.
Morfologia do Português
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RESUMINDO:
Nesta unidade letiva estudamos algumas características 
importantes no que se refere aos verbos. Essa classe 
gramatical é fundamental dentro das orações, pois, 
conforme vimos, para que tenhamos a ocorrência de uma 
oração obrigatoriamente temos que ter um verbo, em torno 
do qual se organiza todo o período. E devido à infinidade de 
verbos que compõem o léxico da língua portuguesa, ela 
engloba uma série de regras que merecem muita atenção 
dos falantes da nossa língua, sobretudo dos estudantes de 
Letras e futuros docentes.
Morfologia do Português
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Conhecendo a transitividade dos verbos
OBJETIVO::
Nesta competência daremos sequência ao estudo dos 
verbos. Nosso enfoque serão as características referentes à 
transitividade verbal, por isso ampliaremos a compreensão 
da morfossintaxe dessa classe gramatical, visto que 
precisaremos entender as relações de outros elementos 
ligados aos verbos dentro das orações.
A transitividade verbal se refere ao tipo de relação que um verbo 
transitivo estabelece com um complemento relacionado à predicação 
verbal.
Antes de iniciarmos o estudo da transitividade dos verbos, cabe 
ressaltar que eles, em geral, são divididos em:
 • Verbos nocionais: aqueles que indicam ação. Esses verbos são 
classificados de acordo com a sua transitividade, isto é, as relações 
de dependência entre eles e seus complementos.
 • Verbos de ligação: indicam estado, mudança ou permanência de 
estado.
A seguir conheceremos as características desses dois tipos de 
verbos, analisando-as para ampliar ainda mais nosso aprendizado sobre 
essa classe gramatical, a qual requer um estudo bastante amplo e atento.
Verbos nocionais
Como já mencionamos, esses verbos indicam sempre uma ação, 
sendo, portanto, considerados como o núcleo do predicado verbal, isto 
é, a parte mais importante do predicado, que na oração apresenta as 
informações sobre determinado sujeito.
Morfologia do Português
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Figura 9 - Verbos que indicam ações
Fonte: Pixabay
Vejamos alguns exemplos de verbos nocionais: pensar; gostar; 
querer; estudar; subir; dar; agradecer; perdoar; chorar; cozinhar; correr; 
copiar; pintar; colorir; lavar; desenhar; cortar; quebrar; olhar; escutar; 
mexer; fotografar e muitos outros.
IMPORTANTE:
Como já estudamos, é possível encontrarmos orações 
que se apresentam sem sujeito, no entanto não é possível 
ter uma oração sem predicado. Da mesma forma cabe 
relembrarmos que uma frase é considerada oracional 
quando apresentar um verbo. Caso não apresente um 
verbo em sua estrutura, teremos uma frase, que não pode 
ser considerada como oração. 
Uma frase pode ser definida por sua intenção ou por seu propósito 
comunicativo. Isso significa que frase é todo enunciado capaz de 
transmitir, de traduzir sentidos completos em determinados contextos de 
comunicação, de interação verbal.
Morfologia do Português
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Vamos retomar os tipos de frases, as quais são identificadas de 
acordo com a intenção em que são empregadas, a fim de facilitarmos sua 
compreensão. Os tipos de frases são cinco: exclamativas, declarativas, 
imperativas, interrogativas e optativas. A intencionalidade do discurso é 
manifestada por meio dos diferentes tipos de frases. Para tanto, os sinais 
de pontuação que as acompanham auxiliam para expressar o sentido de 
cada uma delas.
 • Frases declarativas: dividem-se em afirmativas e negativas
Negativas 
Exemplo: O final de semana não foi muito agradável.
Afirmativas 
Exemplo: Hoje será um belo dia.
 • Interrogativas 
Exemplo: Você não irá comigo à festa?
 • Exclamativas 
Exemplo: Como a menina é estudiosa!
 • Imperativas 
Exemplo: Vá já ao supermercado e traga-me a encomenda.
 • Optativas (usadas para exprimir um desejo) 
Exemplo: Deus te acompanhe!
Percebe-se que em todos os exemplos temos frases oracionais, 
pois todo o discurso está organizado em torno de um verbo. Contudo, 
Morfologia do Português
41
temos casos em que as frases exprimem informações completas, mas 
não apresentam verbos em sua estrutura.
Exemplo: 
Bom dia!
Socorro!
Olá!
Bons sonhos!
A oração é considerada uma unidade sintática. Compreende um 
enunciado linguístico cuja estrutura caracteriza-se obrigatoriamente pela 
presença de um verbo. Como já ressaltamos, a oração se caracteriza 
sintaticamente pela presença de um predicado, o qual apresenta 
informações do sujeito e, portanto, deve conter um verbo. A oração 
apresenta um sujeito, entre outros elementos conhecidos como termos 
essenciais, integrantes ou acessórios.
O período também é considerado como uma unidade sintática. 
Trata-se de um enunciado construído por uma ou mais orações e possui 
sentido completo. Na fala, o início e o final do período são marcados pela 
entonação, e na escrita são marcados pela letra maiúscula inicial e a 
pontuação final específica que delimita sua extensão. Os períodos podem 
ser simples ou compostos: simples quando apresentarem apenas um 
verbo em sua estrutura, e compostos quando apresentarem dois ou mais 
verbos em sua composição.
Exemplo: João foi ao mercado, comprou ovos, pagou a conta e foi 
para casa.
No exemplo acima, temos um período composto por quatro 
orações. Cada um dos verbos utilizados – “foi”, “comprou”, “pagou” e “foi” – 
demarca as orações que o formam.
Visto isso, podemos seguir com a análise dos verbos nocionais, que 
por sua vez são classificados de acordo com a sua transitividade verbal 
em: 
Morfologia do Português
42
 • Intransitivos, 
 • Transitivos diretos, 
 • Transitivos indiretos 
 • Bitransitivos (transitivo direto e indireto ao mesmo tempo). 
A seguir veremos o que os diferem.
Verbos intransitivos
Conforme CEGALLA (2009, p. 336), os verbos intransitivos “São os 
que não precisam de complemento, pois têm sentido completo quando 
expressos nas orações.
Exemplos: 
"Três contos bastavam, insistiu ele." (Machado de Assis)
"Os guerreiros tabajaras dormem." (José de Alencar)
"A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia." (Marquês 
de Maricá)
"As sovas de meu pai doíam por muito tempo." (Machado de Assis)
"Fui e parei diante dele." (Machado de Assis)
"O padre apareceu e logo o burburinho cessou." (Coelho Neto)
Como podemos notar, esses verbos por si só já trazem informações 
completas, o que faz com que a oração e/ou o período sejam claros e 
concisos ao interlocutor.
Verbos transitivos diretos
Os verbos transitivos diretos “são os que pedem um objeto direto, 
isto é, um complemento sem preposição” (CEGALLA, 2009, p. 337), visto 
que sozinhos não transmitem uma informação completa.
Morfologia do Português
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Exemplos: 
Comprei um terreno e construí a casa.
"Trabalho honesto produz riqueza honrada." (Marquês de Maricá)
"As poucas vezes que o visitei foi por motivo de doença dele." (Mário 
de Alencar)
"Simão Bacamarte não o contrariou." (Machado de Assis)
Assim, o complemento verbal,isto é, o objeto direto, aparece ligado 
diretamente ao verbo sem exigir uma preposição entre esses elementos.
 Verbos transitivos indiretos
Os verbos transitivos indiretos são os que reclamam um 
complemento regido de preposição, chamado objeto indireto. Da mesma 
forma que os verbos transitivos diretos, sozinhos não são capazes de 
passar uma informação clara e completa ao interlocutor.
Figura 10 - Estudo dos verbos
Fonte Pixabay
Morfologia do Português
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Vejamos algumas orações que apresentam verbos transitivos 
indiretos e, por consequência, objetos indiretos em sua estrutura.
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma 
adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e neutros.” 
(Érico Veríssimo)
“Nem nos sonhos cheguei a aspirar a tal emprego.” (Ciro dos Anjos)
“As coisas obedeciam ao seu tempo regular.” (Raquel de Queirós)
Na Unidade Letiva 2 estudamos as preposições. Essa classe 
gramatical compreende algumas palavras que têm por objetivo ligar 
elementos uns aos outros dentro das orações. Em alguns momentos as 
preposições também se unem a outras palavras de classes gramaticais 
diferentes, como os artigos. Vejamos os fenômenos causados nesses 
casos:
 • Por combinação: ocorre quando a preposição, ao se unir a 
outro vocábulo, não possui nenhum fonema omitido, mantendo 
integralmente todos os seus sons. 
Exemplos: Forma-se quando a preposição “a” se encontra com os 
artigos “a”, “o”, “os” e “as”. 
 • Por contração: ocorre quando a preposição, ao se unir a outro 
vocábulo, sofre modificações fonéticas.
Exemplos: do, da, dos, das, num, numa, nuns, numas, disto, disso, 
daquilo, naquele, naqueles, naquela, naquelas, pelo, pelos, pela, pelas.
As principais preposições da língua portuguesa são:
a; ante; após; até; com; contra; de; desde; em; entre; para; por; 
perante; sem; sob; sobre; trás.
Morfologia do Português
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Verbos transitivos diretos e indiretos
Esse tipo de verbos admite dois objetos, um direto e outro indireto, 
concomitantemente, isto é, para que seu sentido seja completo, exige 
dois complementos. Também são conhecidos pela nomenclatura verbos 
bitransitivos.
Exemplos: 
No inverno, Dona Cleia dava roupa aos pobres. (Quem doa doa algo 
a alguém)
A empresa fornece comida aos trabalhadores. (Quem fornece 
fornece algo a alguém)
Oferecemos flores à noiva. (Quem oferece oferece algo a alguém)
Ceda o lugar aos mais velhos. (Quem cede cede algo a alguém)
Perdoa-lhe tudo. [=perdoa tudo a ele] (Quem perdoa perdoa alguém 
de algo).
IMPORTANTE:
Em algumas situações, alguns desses verbos não 
apresentam dois complementos, ou seja, um objeto direto 
e um objeto indireto. Isso depende, portanto, do contexto 
em que o verbo está sendo empregado.
Verbos de ligação
São aqueles que ligam ao sujeito uma palavra ou expressão chamada 
predicativo do sujeito, o qual se apresenta como uma informação ou 
característica do sujeito. Esses verbos entram na formação do predicado 
nominal e indicam estado, mudança ou permanência de estado.
Morfologia do Português
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Exemplos: 
A Terra é redonda.
A água está fria.
O moço anda (=está) triste.
Mário encontra-se doente.
A lua parecia um disco.
Observe o Quadro 2.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar mais sobre a morfologia dos verbos da 
língua portuguesa? Recomendamos a leitura do artigo “A 
aquisição da morfologia de verbos regulares no português 
brasileiro: uma abordagem da linguística cognitiva”, 
disponível em: http://bit.ly/3auktXl. Acesso em: 20 jan. 
2020. Bons estudos e ótima leitura!
Quadro 2 - Verbos de ligação
Principais verbos de ligação da língua portuguesa
Ser
Estar
Permanecer
Parecer
Tornar-se
Ficar
Continuar
Andar
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Como mencionado a anteriormente, os verbos de ligação 
apresentam diferentes circunstâncias devido ao contexto no qual são 
empregados. Vejamos.
Morfologia do Português
http://bit.ly/3auktXl
47
 • Estado permanente – representado geralmente pelos verbos ser, 
viver.
Figura 11 - Circunstâncias expressas pelos verbos de ligação
Fonte: Pixabay
Exemplos: 
André é estudioso. (Ele possui sempre essa característica)
Ana Maria vive alegre. (Idem à prerrogativa anterior)
 • Estado transitório – verbos estar, andar, achar-se, encontrar-se.
Exemplo: Minha irmã encontra-se doente. (Constatamos que se 
trata de algo momentâneo, mas que irá passar)
 • Estado mutatório – verbos ficar, virar, tornar-se, fazer-se.
Exemplo: Joana ficou bonita, sem ao menos percebermos. 
(Literalmente identificamos uma mudança advinda do próprio sujeito)
Morfologia do Português
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Figura 12 - Chegando ao final da Unidade letiva
Fonte: Pixabay
 • Estado de continuidade – verbos continuar, permanecer.
Exemplo: Sabrina continua eufórica. (Aqui notamos que se trata de 
algo ininterrupto)
 • Estado aparente – verbo parecer.
Exemplo: Você parece preocupada. (Revela-se pela impressão que 
temos do próprio sujeito)
Morfologia do Português
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o conteúdo de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Nesta competência 
verificamos as características dos verbos no que se refere 
à sua transitividade, por isso nosso estudo teve como foco 
reconhecer aspectos sintáticos dos verbos. Os verbos, 
de acordo com sua transitividade, são classificados em 
verbos intransitivos, quando não necessitam de nenhum 
complemento por terem sentido completo; transitivos 
diretos, quando necessitam de um complemento sem 
a presença de preposição; transitivos indiretos, quando 
admitem um complemento regido por preposição; 
bitransitivos, quando apresentam dois complementos, um 
deles sem preposição e outro com preposição; e ainda, 
verificamos as características dos verbos de ligação, que 
denotam estado, mudança ou permanência de estado.
Morfologia do Português
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REFERÊNCIAS
BEZERRA, R. Nova gramática da língua portuguesa para 
concursos. São Paulo: Método, 2013. 
CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed. 
São Paulo: IBEP, 2009.
CIPRO NETO, P.; INFANTE, U. Gramática da língua portuguesa. 3. 
ed. São Paulo: Scipione, 2014.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português 
contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
GRAMÁTICA TRADICIONAL. Morfologia. Disponível em: http://bit.
ly/379uMOs. Acesso em: 17 nov. 2019.
LIMA, R.; KENEDY, E. Linguística II. v. 1. Rio de Janeiro: Fundação 
CECIERJ, 2013.
LÍNGUA PORTUGUESA II. Morfologia I. Disponível em: http://bit.
ly/2GjCyJT. Acesso em: 17 nov. 2019.
SOUZA, A. L. E. de. A aquisição da morfologia de verbos regulares no 
português brasileiro: uma abordagem da linguística cognitiva. Disponível 
em: http://bit.ly/3auktXl. Acesso em: 16 dez. 2019.
Morfologia do Português
Morfologia do 
Português
Débora Luiza da Silva 
Angela Francisca Mendez
	Compreendendo a morfossintaxe dos substantivos
	Funções sintáticas dos substantivos
	Identificando a morfossintaxe dos adjetivos
	Funções sintáticas dos adjetivos
	Examinando as características dos verbos 
	Verbos auxiliares
	Verbos regulares, irregulares e defectivos
	Verbos impessoais
	Conhecendo a transitividade dos verbos
	Verbos nocionais
	Verbos intransitivos
	Verbos transitivos diretos
	 Verbos transitivos indiretos
	Verbos transitivos diretos e indiretos
	Verbos de ligação

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