Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Microbiologi� BACTERIOLOGIA É a ciência que estuda os microrganismos MICRO-ORGANISMOS São organismos microscópicos que consistem de uma única célula, ou um agrupamento de células. HISTÓRIA DA MICROBIOLOGIA Robert Hooke : observou às células da cortiça Antonie van Leeuwenhoek: observou pequenos animais, chamando-os de animaloucos . Joseph Lister: utilização de fenol no tratamento de ferimentos cirúrgicos. Anti-sepsia: Limpeza de algo vivo (limpeza do teto) Desinfecção: limpeza de algo inanimado (limpeza de uma mesa) TEORIA DA GERAÇÃO ESPONTÂNEA Vida que surge a partir de matéria orgânica. BIOGÊNESE Células vivas só poderiam ser originadas de células vivas. TEORIA MICROBIANA DA FERMENTAÇÃO 1. Vinhos 2. Cerveja 3. Saquê Acreditava-se que o ar convertia açúcar em álcool. Pasteur teve às seguintes conclusões sobre: 1. Leveduras 2. Bactérias 3. Pasteurização TEORIA MICROBIANA DAS DOENÇAS Descontaminação dos alimentos sem interferir nas configurações organolépticas (sabor, textura). Robert Koch: descoberta do agente Bacillus Anthracis, causador da doença antraz. Agente Etiológico: agente causador da doença. Mico - prefixo de fungo POSTULADO DE KOCH SURGIMENTO DA PENICILINA Por acaso, no laboratório de Alexander Fleming, esqueceram culturas de bactéria ao meio ambiente e observou-se que o fungo ficava isolado da bactéria e após analisar o bolor, ele descobriu que se tratava do gênero Penicillium. BACTÉRIA São seres eucariontes com material celular organizado. Funções: 1. Bolor em alimentos 2. Infecção de células por vírus 3. Resistência à Radiação 4. Resistente a alta concentração de sal 5. Resistente a altas temperaturas Diferente dos organismos macroscópicos, os micro-organismos são em geral capazes de realizar processos vitais de crescimento, geração de energia e reprodução, sem depender de outras células. MICRO-ORGANISMOS São invisíveis a olho nu, quando observamos individualmente, com uma grande diversidade. Não cosmopolitas, ou seja, encontradas em praticamente em todos os ambientes. Não dependem de outras células (exceto o vírus) Características dos Sistemas Vivos Clostridium: bactéria responsável pelo tétano, por exemplo. - Tetani, Botulinum, Perfringens… IMPORTÂNCIA DOS MICRO-ORGANISMOS 1. Identificação de nova doença. 2. Tratamento, cura e prevenção. 3. Alimentos 4. Energia/meio ambiente 5. Biotecnologia ESTRUTURAS E FUNÇÕES CELULARES BACTERIANAS FORMAS BÁSICAS Cocos - esférico 1. Diplococos 2 células, se dividem lado a lado 2. Estreptococos Formato em cadeia, colar de pérolas, também se divide em plano 3. Tétrade 4 células, se divide em dois planos 4. Sarcina 8 células, se divide em três planos 5. Estafilococos Cachos de uva, se divide em múltiplos planos. Bacilo 1. Bacilo Único 2. Diplobacilos (pares) 3. Estreptobacilos (cadeia) Cocobacilo Espirais 1. Vibrião Formato de uma vírgula (cólera) 2. Espirilos Forma helicoidal Semelhante á um saca-rolhas Corpo bastante rígido Flagelos - movimentação 3. Espiroquetas Forma helicoidal Flexível Movimentação por filamentos axiais (flagelos internos) - flexão e extensão Presenta na Leptospira CASOS ESPECIAIS 1. Bactérias filamentosas (mastite) 2. Bactérias em forma de estrela MORFOLOGIA Monomórfica - Possui forma definida - Maioria das bactérias - Eventualmente, condições ambientais podem alterar o formato. Pleomórficas - Várias formas - Corynebacterium - mastite muito ocorrente TAMANHO CELULAR Limite superior (700 )µ𝑚 São limitadas por restrições na captação de nutrientes, possuindo menos competitividade em relação às células menores Limite Inferior (0,15 )µ𝑚 São limitadas por tamanho para abrigar biomoléculas essenciais. Células menores possuem maior número de replicação. PAREDE CELULAR Estrutura complexa e semirrígida que circunda a membrana plasmática Funções: - Forma da célula - Impede lise (quebra) celular - Ponte de ancoragem para flagelos Importância Clínica: - Capacidade de algumas espécies de causar doenças - Local de ação de alguns antibióticos Peptideoglicanos Camada rígida da parede celular, sendo uma malha de açúcar interligados com peptídeos, sendo eles: 1. Açúcares: N-acetilglicosamina (NAG) Ácido N-acetilmurâmico 2. Aminoácidos L-alanina S-alanina Ácido D-glutâmico Lisina ou ácido diaminopimélico (DAP) GRAM-positivas Possuem cor roxa 1. Peptideoglicano (camada espessa) 2. Ácidos Teicóicos (álcool e P) - Auxiliam na comunicação da bactéria. - Possuem carga negativa - Impedem a ruptura extensa da parede - Especificidade antigênica 3. Ácido micólico - Alta resistência contra defesas. GRAM-negativa Possuem cor Rósea 1. Peptideoglicano - Uma ou poucas camadas - Mais suscetível ao rompimento mecânico 2. Membrana externa - Polissacarídeos - Composta por LPS, lipoproteínas, fosfolipídeos e porinas. - Possuem uma carga negativa muito forte, facilitando a fuga de fagocitose. - Produzem barreiras a antibióticos, enzimas digestivas, detergentes e sais biliares. 3. Periplasma - Espaço entre membranas externa e plasmática - Preenchido por fluidos Animais que se infectam com GRAM-negativas geralmente apresentam infecções e sinais clínicos de febre, causada pelas LPS. PAREDES CELULARES ATÍPICAS Bactérias com pouca ou sem parede celular Ex.: Micoplasma, arqueobactérias. MEMBRANA CITOPLASMÁTICA Composição 1. Bicamada fosfolipídica: - Ácidos Graxos - Glicerol-fosfato 2. Estabilizada por: - Pontes de H - Interações hidrofóbicas - Mg e Ca Proteínas de membrana 1. Região hidrofóbica - região que atravessa a membrana 2. Região hidrofílica - em contato com o citoplasma e meio externo 3. Integrais de membrana - firmemente aderidas à membrana 4. Ancoradas na membrana com porção intramembranosa 5. Periféricas - não estão embebidas na membrana mas encontram-se firmemente associadas à superfície da membrana Agentes que conferem rigidez à membrana 1. Esteróis - eucariotos - ausente em procariotos 2. Hopanóides - presente em membranas de muitas bactérias - moléculas similares aos esteróis Funções da Membrana Citoplasmática 1. Permeabilidade Seletiva ● Positiva: água, CO2 e moléculas orgânicas apolares ● Neutra: íons (K, Na e Cl) ● Negativa: proteínas (grandes necessitam de moléculas transportadoras) Barreira de permeabilidade: impede o extravasamento e atua como uma porta para o transporte de nutrientes para dentro e fora da célula. 2. Ancoragem de proteínas Enzimas que catalisam reações bioenergéticas Proteínas transportadoras Quimiotaxia: reconhecimento de substâncias químicas. 3. Conservação de Energia H separado do OH Analogia: energia potencial de uma bateria carregada Força próton motiva GLICOCÁLICE É um polissacarídeo e/ou um polipeptídeo viscoso e gelatinoso, localizado na área externa da parede celular, sendo secretado para a superfície da bactéria. Este pode ser do tipo: Cápsula Onde possui uma matriz compacta e rígida, fortemente ligada à parede celular, sendo a mais resistente e mais frequente entre as bactérias. Camada Limosa Matriz flexível que está frouxamente ligada à parede celular. Função 1. Produzir virulência bacteriana (quanto maior a virulência mais expressiva a bactéria é, sendo mais dificil de controle) 2. Proteção contra a fagocitose 3. Fixação da bactéria 4. Proteção contra desidratação 5. Fonte de nutrição quando reservas energéticas estão baixas 6. Inibem o movimento dos nutrientes para fora da célula. Estruturas Externas à Parede Celular 1. Fímbrias e Pili Estruturas filamentosas e proteicas que se projetam a partir da superfície das células, sendo semelhantes a micro pelos, sendo mais retas, curtas e finas que os flagelos. São numerosas, de unidades a centenas, conferindo a capacidade de adesão e colonização em mucosa de animais. 2. Pili São maiores que a fímbrias, tendo de 1-2 pilis por célula. Os pilis sexuais são aqueles que permitem a troca genética durante a conjugação. E também aqueles que permitem a mobilidade da bactéria por meio do deslizamento, chamamos este de Pili tipo IV, é uma extensão seguida deretração, onde ele literalmente arrasta a célula ao longo de uma superfície sólida. ENDOFLAGELOS São feixes de fibrilas mais internas na forma espiral, elas permitem movimentos de contração e extensão, como uma minhoca, e de rotação sobre o próprio eixo. Estas podem penetrar por meio da pele úmida, por possuir estes flagelos internos. FLAGELOS São longos apêndices filamentosos que propele às bactérias, podendo ser: Monotríquios Possui 1 flagelo polar Anfitríquios Possui um tufo de flagelos em cada extremidade da célula. Lofotríquio Dois ou mais flagelos em um pólo da célula Peritríquio Flagelos distribuídos por toda a célula Prova de Motilidade Quando a bactéria é móvel ela fica toda homogênea no meio de cultivo, em contrapartida, às náo móveis ficam concentradas. Usado para avaliar o grau de virulência da bactéria. CITOPLASMA Composição - 80% água - 20% proteínas, lipídeos, carboidratos e íons Principais Estruturas Encontradas - Área nuclear - Ribossomos - Inclusões Não Possui - Citoesqueleto - Complexo de Golgi - RE - Mitocôndria ÁREA NUCLEAR Contém o material genético bacteriano e o plasmídeo (DNA extra bacteriano) O DNA é único, longo, com conformação circular de fita dupla, este está fixado na membrana plasmática. Não possuem membrana nuclear e histonas. Plasmídeos (DNA) Tipo de DNA pequeno, circular de fita dupla e fora do DNA bacteriano, é de número variável com elementos genéticos extracromossômicos, não estando conectados ao cromossomos, podem se replicar independente deste. Contém genes não cruciais, contudo, sob certas condições podem ser vantajosos, como na resistência e produção de toxinas. Além de tudo, estes podem ser transferidos de uma célula para a outra. RIBOSSOMOS Realizam a síntese proteica, formada por proteínas e rRNA. É um 70S, com subunidade menor de 30S e subunidade maior de 50S. Alguns Antibacterianos atuam inibindo a síntese proteica: - Estreptomicina e Gentamicina: 30S - Eritromicina e Cloranfenicol: 50S INCLUSÕES São reservas localizadas no citoplasma, onde os nutrientes são armazenados em caso de excesso que é utilizado quando escassos. Estes são revestidos por membranas atípicas e evita o aumento da pressão osmótica. Possuem alguns tipos de inclusões: 1. Grânulos Metacromáticos Fosfato inorgânico, utilizado para a síntese de ATP 2. Grânulos Polissacarídicos Glicogênio e Amido 3. Carboxissomos Bactérias que usam CO2 requerem enzimas para sua fixação, como a ribulose 1,5-difosfato carboxilase. 4. Inclusões Lipídicas Ácido poli-beta-hidroxibutírico 5. Grânulos de Enxofre Reserva de energia para bactérias do enxofre. 6. Vacúolos de Gás Cavidades ocas, em profundidades adequadas eles flutuam, presente em alguns organismos aquáticos como cianobactérias, bactérias fotossintéticas anoxigênicas e halobactérias. 7. Magnetotaxia Óxido de ferro, imã e magnetotaxia, que dão orientação e migração ao longo das linhas do campo magnético da terra, usados para mover-se para baixo até atingir um local de fixação aceitável. ENDÓSPORO São formas de resistência. Estágio Latente Estas não possuem crescimento ou reprodução, ocorrendo quando os nutrientes essenciais se esgotam. Este mecanismo é utilizado para sobrevivência em condições adversas como altas temperaturas, dessecamento e carência nutricional. Ocorre geralmente em Gram-positivos, como Clostridium e Bacillus Facilitando a sua dispersão no vento, água ou trato gastrointestinal. Esporulação Processo de formação do endósporo dentro de uma célula-mão vegetativa. A maior parte da água presente no citoplasma do pré-esporo é eliminada no momento em que a esporulação está completa. O centro do esposo contém: DNA, RNA, enzimas e algumas moléculas. Este pode ser classificado de acordo com sua localização: 1. Central 2. Terminal 3. Lateral A sua germinação ocorre quando um endósporo retorna a seu estágio vegetativo no momento em que as condições estão favoráveis à bactéria. NUTRIÇÃO BACTERIANA Os microrganismos possuem exigência nutricional diversificada, necessitando de: 1. Necessitam de carbono, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, enxofre, fósforo e água. Tais exigências nutricionais podem ser utilizadas para classificar as bactérias. MACRONUTRIENTES Carbono É o principal elemento, cerca de 50% do peso seco e está presente em todas as classes de macromoléculas, como açúcares, aminoácidos, etc. Nitrogênio É o segundo elemento mais importante com cerca de 12% do peso seco, produzem proteínas e ácidos nucléicos, estes são obtidos por meio - Da amônia: em todas as bactérias - Nitrato: em algumas bactérias - N2: em bactérias fixadoras de nitrogênio. Fósforo Síntese de ácidos nucléicos e fosfolipídios Enxofre Papel estruturas em aminoácidos e presente em vitaminas Potássio Cofator de enzimas Magnésio Estabilização de ribossomos, membranas e ácidos nucleicos e cofator de enzimas Cálcio Estabilização da parede celular e na termoestabilidade de endósporos. MICRONUTRIENTES Ferro Importante na respiração celular (citocromos) Bactérias produzem sideróforos (agentes ligantes ao ferro), os quais transportam o Fe para o interior da célula. Outro elementos B, Cr, Co, Mn, Mo, Ni, Se Normalmente atuam como cofatores enzimáticos. CULTIVO BACTERIANO DEFINIÇÃO Soluções nutritivas utilizadas para promover o crescimento de microorganismos em in vitro. Fornecem informações úteis sobre as bactérias presentes na amostra. O meio influencia em: 1. Crescimento bacteriano 2. Aspecto da colônia 3. A identificação e classificação MEIOS DE CULTURA Definidos Composição química bem definida e seus compostos químicos são bem purificados. Ao adicionar ou retirar um componente ao meio, pode-se saber se aquele constituinte é essencial para o crescimento do microrganismo. Complexos Composição química exata não é definida, nesta são preparadas com várias substâncias nutritivas, porém não purificadas, como por exemplo extrato de carnes, de soja, levedura, etc. Para o cultivo de muitos microorganismos o conhecimento da composição química exata não é essencial. Mais ricos nutricionalmente e acabam sendo mais vantajosos. Para este meio pode-se utilizar Ágar Sangue e Triple Sugar Agar (TSA). Seletivo Permite o crescimento de um tipo particular de microorganismos ou inibem o crescimento de outros. Como por exemplo o Ágar Sabouraud, que permite o crescimento de fungos, neste pode-se utilizar antibióticos para impedir o crescimento da bactéria, muito utilizado em testes de pêlo e unha, onde o crescimento bacteriano é dispensável. Diferencial Neste meio é utilizado um indicador, normalmente um corante, permitindo a diferenciação de reações químicas que ocorreram durante o crescimento de microorganismos. Pode-se utilizar: 1. TSI: diferencia bactérias que fermentam açúcares e produzem H2S. 2. Urease: diferencia bactérias que degradam ureia 3. Citrato: diferencia bactérias que utilizam citrato como fonte de carbono Quantidade de crescimento de acordo com o meio: Seletivo e Diferencial Além de inibir ou favorecer o crescimento de determinados microrganismos, estes meios também podem diferenciá-los. Como por exemplo : 1. Ágar Manitol Salgado: É um seletivo de halotolerantes e halofílicos e diferencial para bactérias que utilizam de manitol. 2. Ágar Macconkey: onde utiliza lactose para diferenciar as bactérias que utilizam bactérias, e sais e cristal violeta para inibir o GP. 3. Ágar Baird-Parker: seletivo para staphylococcus aureus. De Enriquecimento Isolar e favorecer o crescimento de uma bactéria específica em baixa concentração na amostra. Como por exemplo o caldo tetrationato. Classificação em relação ao estado físico Líquido, Semi-sólido e Sólidos (Este permite a imobilização das células por isolamento, permite observar a presença de contaminantes, características individuais da colônia, como formas, tamanho, margem, pigmentos, etc.) Colônia Pequena: ± 1𝑚𝑚 Colônia Média: ≃ 3𝑚𝑚 Colônia Grande: ≻ 3𝑚𝑚 CULTIVO Aeróbia Obrigatória Precisam de ar Anaeróbias facultativo Independente, faz a mesma coisaem ambas às situações Anaeróbias aerotolerante Não precisam de Oxigênio mas toleram Anaeróbias Obrigatórias Não toleram oxigênio METABOLISMO MICROBIANO É a soma de todas as reações químicas dentro de um organismo vivo. CATABOLISMO Reações químicas que liberam energia, realiza a síntese de ATP, como por exemplo: 𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒 → 𝐶𝑂 2 + 𝐻 2 𝑂 De Carboidratos É uma fonte primária de energia celular. Para produzir energia a partir de glicose, os microorganismos utilizam dois processos gerais: 1. Respiração celular 2. Fermentação. ANABOLISMO Reações químicas que requerem energia e fazem a quebra de ATP, como por exemplo: 𝐴𝑚𝑖𝑛𝑜á𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 → 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒í𝑛𝑎𝑠 Pode-se utilizar TSI, Urease e Citrato.
Compartilhar