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Fichamento Texto Zhouri

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A partir da década de 70 - preocupações ambientais começam a aparecer na agenda
internacional, com destaque para a questão Amazônica
Nos anos 80 - as queimadas como principal ameaça à Amazônia, já nos anos 90, as
ameaças correspondiam ao comércio ilegal de madeira, o qual é feito majoritariamente com
os países do Norte Global
Nesse mesmo contexto da década de 90, ganha força a questão do "DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL" (Até nas próprias ONG's contrahegemônicas como WWF, por exemplo) -
Ou seja - de uma perspectiva mais crítica nos anos 80, passamos a observar o
ambientalismo de resultado tecnicista na década de 90.
A Amazônia como espaço transnacional:
Década de 70 - as organizações transacionais a respeito dos direitos dos indígenas
amazônicos começam a crescer
Década de 80 - Pressões internacionais em Governos e iniciativas multilaterais sobre a
questão ambiental brasileira, como a internacionalização da Amazônia + Surgimento de
movimentos nas regiões Sul e Sudeste e não na região Norte ( pouca atenção da mídia
para demandas locais, localização mais remota em relação aos grandes centros)
1983- Amazônia se torna o foco da mobilização estratégica internacional e uma campanha
de ambientalistas dos EUA contra bancos internacionais expõe os impactos do
"desenvolvimento" sobre as populações locais, além disso, se buscou que lideranças locais
fizessem parte das ONG's e movimentos ambientalistas: Chico Mendes, por exemplo -
Com isso, gera mais visibilidade à questão Amazônica, a mídia internacional vai começar a
cobrir mais e as denúncias aos bancos multilaterais ficam mais contundentes, tanto que o
Banco Mundial reduz o financiamento para atividades madeireiras na década de 90.
A década de 90 é marcada pela noção do desenvolvimento sustentável (noção de equilíbrio
entre preservação e desenvolvimento). Mas na maioria das vezes, os interesses socais e
ambientais estão abaixo do viés mais economicista, isso até mesmo dentro das ONG's.
Logo, o foco da análise do autor é nos campaigners das ONG, ou seja, em quem compõe o
movimento
Esses indivíduos são divididos em 3 grupos - Árvores - ativistas preocupados com a
conservação ambiental - Gente - indivíduos que tem como prioridade justiça social - Árvores
e gente - focados em criar um Híbrido entre desenvolvimento e preservação
Os "Árvores" são compostos por ativistas de movimentos ambientalistas, primordialmente
jovens e de cursos como biologia e geografia, por exemplo - Acreditam que a Amazônia é
retirada de seu contexto regional e dos povos originários nas discussões internacionais
"Árvores e Gente" são uma geração antes dos "Árvores" e focados nas ciências humanas,
aproximando-se de comunidades locais do 3°mundo
"Gente" são mais focados em questões de direitos humanos, justiça social e também se
envolvem muito em questões políticas dos países - Vistos pelos Árvores como mais
preocupados em afastar iniciativas dos países desenvolvidos do que em preservar a
biodiversidade - o espaço ambiental reflete a desigualdade social
Na década de 90, as ONG's foram colocadas no debate sobre o desenvolvimento com
Governos e grandes empresas (Banco Mundial e WFF agora estão negociando, por
exemplo) - As próprias ONG's que criticavam na década de 80, agora aderem à ideia do
desenvolvimento sustentável
Para a Amazônia, a questão do ambientalismo de resultado é vista com o consumo verde
além do combate ao comércio ilegal de madeira por ONG' transnacionais, ou seja, a lógica
consumista já está dentro da natureza (Manejo de Terras, por exemplo) - A vocação da
Amazônia, onde é possível um uso econômico da floresta, porém preservando-a
Esse discurso atende aos interesses dos principais atores econômicos multilaterais como o
Banco Mundial, que define uma estratégia baseada em Cultivo do potencial das florestas
para diminuir a pobreza, integração dessas ao desenvolvimento sustentável e proteção dos
valores das comunidades locais - Manejo sustentável com concordancia de padrões
internacionais
Lei de Gestão das Florestas públicas - regularmentar o gerenciamento de florestas em
areas públicas e criar um fundo nacional de desenvolvimento florestal, que visa incentivar o
desenvolvimento sustentável com unidades de conservação e concessões florestais pagas -
Ou seja, um bioma brasileiro visto como mercadoria.
Mais ainda, o mercado e instituições internacionais tentando agir como protetores da
Amazônia e muitas vezes ignorando a particularidade de cada comunidade regional dentro
da Amazônia, colocando uma homogeneidade claramente inexistente (Visao do autor) e
privilegiando interesses de agentes externos e de uma elite nacional consumista.

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