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PERGUNTAS DE PATOLOGIA ESPECIAL VETERINÁRIA . SISTEMA CARDIOVASCULAR: 1) Em casos de dilatação cardíaca, o que altera no coração? 2) Diferencie hipertrofia concêntrica de hipertrofia excêntrica. 3) O que é insuficiência cardíaca? 4) Qual tipo de síndrome de insuficiência cardíaca/descompensação é mais comum nos animais? 5) Que tipo de congestão ocorre em casos de lesão do lado direito do coração? E do lado esquerdo? 6) Como ocorre a congestão hepática devido a problemas cardíacos? A lesão deve ocorrer em qual lado do coração? E como é caracterizado o aspecto do fígado nesses casos? 7) Quais são os 3 tipos de anomalias do desenvolvimento que podem ocorrer? Cite em cada uma delas exemplos de defeitos consequentes a essas anomalias. 8) O que é Hidropericárdio e como ele é causado? 9) Qual a diferença entre hidropericárdio e hemopericárdio? 10) Quais são os tipos de pericardite? 11) Diferencie endocardiose e endocardite, explicando cada uma. 12) O que é miocardite infecciosa e quais são seus subtipos? 13) Quais são os tipos de cardiomiopatias? 14) Qual o mecanismo de ação da cardiomiocardia hipertrófica felina que tem como consequência a paralisia dos membros do animal? 15) Quais são os tipos de neoplasias cardíacas e o que elas podem causar? 16) Como podemos associar a onfaloflebite com a endocardite e consequente pneumonia embólica? RESPOSTAS . SISTEMA CARDIOVASCULAR 1) Na dilatação cardíaca a parede das câmaras fica mais finas e a luz fica aumentada. Com isso, ocorre o alongamento das fibras cardíacas, que impede o coração de contrair (não ocorre sístole). Essa dilatação ocorre devido a sobrecarga de volume. 2) Na hipertrofia concêntrica o aumento do tamanho das células ocorre da parede em direção a luz (centro). A luz dos ventrículos fica muito pequena e dependendo da gravidade a diástole fica comprometida. Essa hipertrofia ocorre devido a uma sobrecarga de pressão. Já na hipertrofia excêntrica o coração aumenta de tamanho, mas não há alteração significativa nas paredes dos ventrículos e o crescimento é para fora (ocorre devido a sobrecarga de volume). 3) A insuficiência cardíaca não é uma síndrome causada por outras doenças que causam perda da função do sistema cardiovascular. 4) Nos animais a insuficiência cardíaca congestiva é mais comum do que a síncope. Ela tem caráter crônico e ocorre de forma secundária, geralmente devido a cardiopatias, doenças pulmonares, doenças renais e/ou vasculares. 5) Em caso de lesão do lado direito do coração, ocorre congestão da veia cava e consequentemente congestão sistêmica, atingindo órgãos como fígado, rim, baço e encéfalo (que ficam aumentados de tamanho e com coloração vermelho escuro). Quando ocorre lesão do lado esquerdo do coração, ocorre congestão pulmonar, tendo acúmulo de sangue nas veias e capilares pulmonares. 6) Em casos de insuficiência cardíaca congestiva direita, a congestão hepática é decorrente da congestão da veia cava, fazendo a veia hepática também ficar congesta (que são as veias que conduzem a saída do sangue venoso do fígado) e, consequentemente ocorrerá congestão na região centro-lobular e na periferia do lóbulo. Se o problema cardíaco não for solucionado, o débito cardíaco tende a diminuir a longo prazo, dificultando a entrada de sangue oxigenado no fígado (por meio da artéria aorta e artéria hepática), levando a necrose dos hepatócitos, mais especificamente da região centro-lobular, causando um aspecto conhecido como fígado noz moscada. 7) O defeito no fechamento de shunts fetais (persistência do ducto arterioso, defeito do septo atrial e defeito do septo ventricular), defeitos que levam obstrução do fluxo (estenose subaórtica e estenose pulmonar) e defeito no posicionamento de grandes vasos (persistência do arco aórtico direito) são anomalias do desenvolvimento cardiovascular mais observadas na veterinária. 8) Hidropericárdio é um acúmulo de líquido (edema) dentro do saco pericárdico. Pode ocorrer devido a neoplasias (linfoma, mesotelioma), quadros de hipoproteinemia (diminuição da pressão oncótica), insuficiência renal (aumento da ureia que causa vasculite e há aumento da permeabilidade dos vasos, extravasando líquido, ou devido a retenção do sódio), doenças pulmonares/hipertensão pulmonar (insuficiência cardíaca congestiva direita), lesão vascular causada por bactérias, vírus ou ureia. 9) No hidropericárdio, o saco pericárdico é preenchido por líquido principalmente de extravasamento vascular. No hemopericárdio, o saco pericárdio fica repleto de sangue e coágulos, causado por neoplasias cardíacas, perfuração, deficiência do fator de coagulação e em caso de ruptura de vasos (hemangiossarcoma). 10) A pericardite é um processo inflamatório do pericárdio. Existe a pericardite purulenta (presença de pus), pericardite fibrinopurulenta/fibrinosa (tem pus e presença significativa de fibrina, que faz aderência da face visceral e parietal do pericárdio. A fibrina se acumula devido a lesão endotelial), pericardite constritiva (pericárdio fibrosa e fica aderido ao coração, que não consegue fazer diástole e pode gerar um quadro de hipertrofia concêntrica). 11) A endocardiose é um processo degenerativo não inflamatório que geralmente ocorre em cães mais velhos. É uma degeneração das válvulas (principalmente atrioventriculares), que com o tempo vão sofrendo acúmulo de polissacarídeo e ficando mais espessa, esbranquiçada, encurtada e com presença de nódulos. A válvula pode não fechar, havendo refluxo de sangue para o átrio, que pode dilatar, em alguns casos pode ocorrer lesão pulmonar e lesão de refluxo. A endocardite é uma lesão inflamatória que ocorre nas válvulas e na parede, causada principalmente por ação de bactérias, porém vírus e ureia por causarem lesão endotelial também podem causar. A área mais acometida é normalmente o lado esquerdo do coração, afetando a valva mitral, aórtica ou ambas. 12) A miocardite infecciosa é caracterizada como uma inflamação no miocárdio e seu tipo depende da lesão predominante, são eles miocardite supurativa, miocardite necrotizante parasitária, miocardite linfocítica e miocardite necrotizante hemorrágica. 13) Existe a cardiomiopatia dilatada, cardiomiopatia hipertrófica e cardiomiopatia restritiva. 14) A cardiomiopatia hipertrófica felina é mais comum em gatos machos de meia idade (predisposição nas raças maine coon e persa) e pode ter origem genética, onde há mutação responsável por formar proteínas alteradas. É caracterizada pela hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo, que leva a disfunção diastólica, podendo também levar ao aumento do átrio esquerdo. Devido a essa alteração de fluxo e pelo sangue reprimido no átrio esquerdo, pode haver hipóxia da parede, formando trombo dentro do átrio, que pode liberar êmbolo que pode chegar até a circulação sistêmica. Esse êmbolo ao se alojar nas artérias ilíacas vai obstruir a passagem de sangue para os membros, causando assim uma paralisia. 15) As principais neoplasias cardíacas são hemangiossarcoma (que pode causar hemopericárdio), quimiodectoma (neoplasia de quimiorreceptores, pode comprimir a luz dos vasos fazendo o animal desenvolver uma insuficiência cardíaca secundária), leucose ezoótica bovina (se infiltrar o miocárdio pode gerar um quadro de insuficiência cardíaca congestiva) e linfoma (pode ser metastático). 16) A onfaloflebite é um processo inflamatório do complexo umbilical (onde é a porta de entrada de várias bactérias para a cavidade). Essas bactérias vão atingir primeiramente o fígado e posteriormente podem alcançar a veia cava, gerando nela uma trombose. Desse trombo pode-se desprender um êmbolo, que se atingir o ventrículo direito faz endocardite, e a partir das massas friáveis da endocardite podem soltar trombo-êmbolo bacteriano, que quando chegam no pulmão é responsável por desencadear uma pneumonia embólica.
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