Arcos dentários na Identificação

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Arcos dentários na Identificação
Identificação pelos dentes
Situações que a identificação dos dentes oferece singular importância são os casos de grandes catástrofes ou desastres coletivos, infelizmente assaz frequentes. 
 - Os dentes podem oferecer dados sobre o cadáver, como:
· Espécie
· Grupo racial
· Sexo
· Idade
· Altura 
· Dados particulares
· Determinadas profissões 
ESPÉCIE
Características morfológicas fundamental:
	Coroa e raiz se encontram em um mesmo plano – hastes retas.
Características exclusivas do dente humano:
	Prismas 
Ondulados 
	Paralelos e perpendiculares à dentina
	Largura média de 5m e um comprimento de 2 mm
	Apresentam estrias escuras transversais a intervalos regulares em torno de 4 m.
	Linha de união entre o esmalte e a dentina exibe um aspecto em guirlanda.
GRUPO RACIAL
Principais características raciais = molares, podendo diferencias as raças:
	Ortognatas (brancos ou caucasoides)
	Prognatas (negros, melamodermas e faiodermas)
	Primitivas (prognatismo maxilar variável, mas expressivos).
· Ortognatas:
Molares superiores: cúspides palatinodistais muito pequenas, quando comparadas com as cúspides mesopalatinas.
As cúspides se encontram separados pelo sulco principal, constituído por uma depressão bem demarcada,
· Proganatas:
Molares superiores: cúspides palatinodistais de bom tamanho.
Molares inferiores: cúspide posterior diferenciada.
· Raças primitivas: 
Molares inferiores semelhantes aos macacos chimpanzés.
Índice de Flower 
- índice dentário
· Microdontes = <41,9 – Caucásicos
· Mesodontes = 42,0 a 43,9 – Negroides, mongólicos
· Megodentes = >44,0 – Australóides
- estabelecer a altura do indivíduo
SEXO
· Incisivos superiores:
Apresentam maior dimorfismo sexual.
I.C. superiores = + volumosos nos homens
Relação do diâmetro mesodistal do incisivo central e o do incisivo lateral do maxilar superior: – na mulher.
· Cronologia de erupção:
Feminino > masculino 
Diferença de 4 meses.
ALTURA
· Método Carrea
Mede-se o arco = diâmetro mesodistais do Incisivo central, incisivo lateral e canino inferior. 
Mede-se a corda = linha reta.
- Altura masculina está + próxima da altura máxima;
- Altura feminina + próxima da altura mínima calculada.
Usado em casos de:
	Fragmentação ou esquartejamento 
	Acidental ou criminal
INDIVIDUALIDADE
Avaliar os pontos característicos nas impressões digitais, sendo necessário um número suficiente de coincidências. 
Obs.: retirada, eliminação ou desaparecimento de pontos característicos não impossibilita nem invalida a identificação. 
Elementos congênitos 
Algumas anomalias dentárias que se transmitem de forma hereditária – geneticamente.
Os dentes podem apresentar peculiaridade anatômicas que auxiliam na identificação:
- Número: supranumerários 
- Tamanho: micro e macrodontia
- Forma: quadrada, retangular, triangular, etc.
- Volume
- Disposição peculiar: rotação, desalinhamento, etc.
- Separação: diastemas, etc.
Forma dos arcos dentários
- Normal: arco em elipse
- Trapezoidal
- Triangular 
- Redonda: ferradura
 (
Caucasoide Negroide Mongoloide
(triangular) (retangular) (ferradura)
)- Assimétrica 
Abóbada palatina
Pode apresentar-se no plano frontal, sob três formas fundamentais, conforme grau de elevação de sua parte central, a rafe mediana:
· Alça de balaio = menos acentuada a elevação arredondada. 
· Ogival = arco gótico – elevação central mais acentuada.
· Plano = arco da abóbada praticamente inexistente.
Exames das irregularidades de superfície palatina = rugas palatinas. 
· Palatoscopia 
Estigmas resultantes de profissões e hábitos pessoais 
Ação mecânica 
Sapateiros – dentes de Hutchinson falsos 
Colchoeiros, estofadores – irregularidades ou pequenas fissuras na borda incisal.
Cachimbo – desgastes e até deslocamentos das peças dentárias, além da coloração escura. 
Músicos – podem apresentar perdas no esmalte dos incisivos superiores centrais.
Ação química 
Vapores corrosivos – nitrosos e sulfurosos – destruição progressiva dos tecidos dentários. 
Manchas acinzentadas = chumbo – incisivos e caninos.
Coloração acinzentada global = mercúrio 
Manchas esverdeadas com rebordo azul = cobre
Manchas amarronzadas na borda livre dos incisivos = ferro
Manchas amarelas = cádmio
Estigmas patológicas
Caries de confeiteiro = forma circular, cor amarela ou preta dos tecidos desvitalizados, e localizados, exclusivamente, no colo das peças dentárias.
Traumas dentários 
Analise da superfície de fratura possibilita avaliar a antiguidade das lesões. 
Patologias fetais e da infância
Transtorno sistêmico ou doença grave que se instale no embrião a partir da 6ª semana de desenvolvimento até a infância pode provocar modificações no desenvolvimento do broto dentário, atingindo a dentina e esmalte.
Tratamentos odontológicos 
Carie mais frequente nas peças dentárias. 
Identificação Odontolegal pelas marcas de Mordida
Ponto mais importante é que as marcar ou expressões deixadas pelos dentes ou outros elementos duros na boca, sobre um suporte.
4 pontos importantes na investigação forense:
- violência da agressão 
- precedência ou sequencia na produção das mordidas
- reação vital das lesões, para determinar se foram produzidas intra vitam ou post mortem
- data aproximada das mesmas. 
Problemas relacionados a análise das marcas de mordida:
- dificuldade de conhecimento das mordidas, podendo passar inadvertidas durante a perinecroscopia.
- trata-se de lesões que se alteram com o tempo, o lapso transcorrido entre a produção da lesão e o exame e a coleta do material pode ser de vital importância.
- padrões das mordidas soem ser bastantes variáveis, já que se trata de uma ação entre dois instrumentos: mandíbula e pele.
- pele não é um suporte adequado para conservar as marcas de mordida, nem pra facilitar a coleta de impressões. 
Procedimento de identificação:
1º - reconhecimento da mordida e coleta do material – moldagem.
2º - coleta de amostras dos suspeitos.
3º - confronto das marcas de mordidas com as amostras obtidas.
ANÁLISE DAS IMPRESSÕES DE MORDIDAS
Inspeção 
Exame visual: objetivo de caracterizar as marcas deixadas. 
· Equimose: área difusa, mais ou menos intensa, limitando externamente a área, provocada pela pressão dos lábios.
· Escoriação ou lesões cortocontusas: marcas deixadas pelos I. e C., excepcionalmente P.M. 
· Equimose de sucção: provocada pela língua ou pelo vácuo.
Forma: 
circular ou elíptica, pode ser acompanhada por equimoses puntiformes de sucção e por escoriação superficiais.
Marca: 
Incisivos – retângulo alongado.
Caninos – forma triangular ou estrelada. 
P. M. – largos retângulos com pressões variadas.
Registro fotográfico 
Técnica:
· Manter o paralelismo entre o filme e a marca
· Incluir sempre uma escala ou régua mm
· Fazer fotografias:
Luz natural
Flash
Cores
Preto e branco
Filme infravermelho 
· Começar por tomadas panorâmicas e depois close
· Fotografias em dias sucessivos – 3º e o 5º.
Mordidas como indícios biológicos 
Exame de saliva permite:
· Estudo do grupo sanguíneo do agressor e secretores.
· Pesquisa de amilase salivar em torno da lesão.
· Identificação do DNA, extraído das células – PCR.
Moldagem da mordida 
Moldagem com material de alta precisão, do tipo: silicone ou vinilpolissiloxano. 
Material praticamente liquido, aplicando-se sobre a lesão e deixando fraguar = + lento nos cadáveres. 
Mordidas sobre os objetos 
Mordidas sobre objetos podem ser achados, devendo ser conservados em sacos plásticos herméticos, no refrigerados, a 4º C. 
Coleta previa a qualquer manipulação sobre esses objetos.
Fotografas e fazer moldagem com silicone. 
Conservação por semanas ou meses, devendo ser imerso em misturas fixadoras.
· Formol a 40% = 5ml
· Acido acético glacial = 5 ml
· Álcool a 70% = 90 ml
Coleta de amostras dos suspeitos
Mordidas em lâmina de cera
Moldagem dos arcos dentários, superior e inferior
Coleta de saliva ou de células da mucosa oral
Coleta de sangue 
Comparação das marcas de mordida com as moldagens do suspeito
1º analisemétrica da mordida da vitima
	Feita sobre a fotografia que possui a régua graduada. 
	- Medida da largura e comprimento de cada dente.
	- Avaliação do tamanho comparativo dos dentes.
	- Distância entre as peças dentárias 
	- Tamanho geral dos arcos
2º associação e comparação da forma da lesão com a forma dos dentes do suspeito.
	- Comparação física 
	- Orientação da marca
	- Análise das rotações dentárias 
	- Verificação das posições relativas de cada peça no respectivo arco.
	
DNA em Odontologia Legal
Identificação = achados semelhantes ou diferenças entre indivíduos diferentes, definida como: polimorfismos.
 Pode assumir formas variadas = somatória, faciais, dentais, digitais e etc. 
Deve-se ter:
· Unicidade
· Imutabilidade 
· Perenidade 
· Praticabilidade 
· Classificabilidade 
Dermatóglifos – podem ser modificados durante o desenvolvimento fetal por fenômenos ontogênicos intrauterinos. 
Ex.: gêmeos univitelinos tenham diferentes impressões digitais. 
Polimorfismos – não mudam ao longo do tempo, permanecendo idênticos durante toda a vida. 
Requisitos para identificação dentária
Radiografias de boa qualidade e recentes
Encontrar o profissional que tenha nos seus arquivos as radiografias 
Números de cáries e consequentes restaurações 
Traumatismo cranioencefálicos graves podem tornar impossível a identificação odontológica
Decapitação faz desaparecer os arcos dentários.
Obs.: identificação por meio de DNA em desastres em massas é o mais usado.
Testes de DNA podem ser realizados com qualquer tecido ou líquido orgânico, o que oferece um leque de opções. 
Molécula de DNA
Ácidos nucleicos = constituídos por polímeros, cadeias longas de nucleotídeos, ligados entre si por ligação: 3’ – 5’ – fosfodiéster. 
Grupo das pirimidinas: timina e citosina. 
Grupo das purinas: guanina e adenina.
Obs.: apenas a citocina é comum para DNA e RNA.
Timina: exclusiva do DNA 
O DNA é formado por duas cadeias de polinucleotídeos, tendo aposição exclusiva de bases púricas e pirimidínicas. 
RNA – apenas um filamento único.
Admite uma estrutura semelhantes a um grampo ou uma folha de trevo, além das formas em que é apenas linear (rna-m).
A partir do DNA forma-se no mínimo três tipos diferentes de RNA:
	RNA-r
	RNA-t
	RNA-m
DNA mitocondrial 
Mitocôndrias são organelas dinâmicas e que não poderiam ser submetidas ao retardo, distancia, copia, transferência, leitura, polimerização das proteínas enzimáticas, carecendo de mecanismos próprios. 
Utilidade do DNA
Metade da molécula de DNA pode ser produzida a partir da outra metade. 
Estabilidade do DNA
Molécula de DNA é resistente, tolerando uma larga variação de temperatura, PH, sais e outros fatores que seriam fatais para outros marcadores genéticos. 
	DNA nuclear
	DNA mitocondrial
	Núcleo
	Citoplasma celular
	Cromossomos
	Limitado às mitocôndrias
	Dupla hélice linear
	Dupla hélice circular
	6x109
	16.569 pares de bases
	Paterna e materna
	Materna
	
Ident. Gerações próximas
	Permite identificação através de gerações distantes na linha materna
	Duas cópias de cada célula
	Centenas de cópias em cada célula
	Somente em células nucleadas
	Presente em células anucleadas desde que tenham mitocôndrias
	Não pode localizar em hemácias
	Localiza-se em hemácias em sangue total e em urina
	Pequenas quantidades em restos humanos
	Abundante em restos humanos
Polimorfismos do DNA
Identificação de polimorfismo é a pesquisa da própria identidade de um determinado indivíduo. 
Podem ser baseados, no comprimento dos segmentos e na sequência de bases. 
Polimorfismo tradicional, baseado na análise do comprimento dos fragmentos resultantes da ação das enzimas de restrição (RFLP) – largamente utilizado na pesquisa de DNA em criminalística. 
Cromossoma: estrutura nuclear pareada que conte os filamentos lineares de DNA onde se encontra a informação genética.
	Núcleo = 22 pares autossomas
XX – mulher 
XY – homem 
Gene: unidade funcional da herança que ocupa um local específico ao longo de um cromossoma e que consiste em um segmento de DNA, contendo sequencias de bases correta. 
PCR: reação de cadeia de polimerase.
	Técnica laboral em que um segmento da molécula de DNA é duplicado. 
Purificação do DNA: limpeza do DNA, eliminando inibidores da PCR ou da atividade de enzimas da restrição. 
· Lise da membrana celular
· Retirada das proteínas 
· Em uma das seguintes:
Precipitação do DNA da solução pelo etanol;
Diálise da solução de DNA;
Ultra infiltração
RFLP: fragmentos de comprimento variável da molécula de DNA, podendo ser separado durante a análise, usando enzimas de restrição, que cortam o DNA em locais predeterminados e que se transformam em fragmentos da molécula de comprimento diferentes.
Detecção dos RFLP
Usa o processo de mapeamento de Southern para detecção dos fragmentos de DNA usando oligonucleotídios marcados com radioisótopos, e que serão as sondas capazes de reconhecer um par entre milhares de fragmentos de DNA. 
Técnica de PCR
Permite obter milhões de copias de um locus específico. Trabalha com fragmentos menores de loci VNTR. 
A detecção pode ser feita por fluorescência ou por coloração pela prata. 
Obs.: extraído a amostra e for superior a 50 nanogramas de DNA de alto peso molecular, poderá usar método de RFLP. 
Degradação do DNA em tecidos cadavéricos- técnica de ampFLP. 
Degradação do DNA +: mtDNA.
Manuseio das provas
· Sangue
· Saliva
· Fontes de contaminação bacteriana: fezes, tecidos em vias de destruição, vômitos, pelos humanos ou animais.
Podem agir como inibidores de alguns procedimentos – atividades das enzimas de restrição, PCR, podendo resultar em inexplicáveis fontes de DNA. 
Molécula de DNA pode sofrer: 
	Desnaturação por temperaturas elevadas 
	Desnaturação por PH extremos (<4 ou >13)
	Impedimento, pela desnaturação, de fazer uso das técnicas de RFLP. 
	Ruptura molecular por nucleases facilitada em ambientes úmidos ou molhados.
	Dano molecular por radiações, ultravioletas ou outras.
Obs.: tecido mais rico em DNA, é a polpa do dente. Casos eventuais e ínfimas = podem ser recuperadas da dentina ou cemento. 
Coleta do DNA 
Saliva humana = fonte importante de DNA
Sobre o cadáver = DNA se mantem estável, pode ser recuperado até 48 a 60h após a salivação sobre a pele. 
Sobre vitima viva = remoção dos depósitos de saliva de regra acontece precocemente, podendo ser recuperada por mais de 72h.
Contaminação da saliva pode ser um problema, os contaminantes habituas podem ser o sangue ou celular desprendidas da pele da vítima.