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Planejamento da Contratação de Soluções de TIC Aspectos importantes do PCTIC e a Fase de SFTIC4 M ód ul o 2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 Enap Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Educação Continuada SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Diogo Godinho Ramos Costa Diretor de Educação Continuada Paulo Marques Coordenador-Geral de Educação a Distância Carlos Eduardo dos Santos Conteudista/s Henry Mross (Conteudista, 2020); Equipe multimídia Haruo Silva Takeda (Coordenação Web, 2020) Ludmila Bravim da Silva (Revisão de texto, 2020) Fabrícia Kelly Alves Ramos da Silva (Implementação Articulate, 2020) João Paulo Albuquerque Cavalcante (Direção e produção gráfica, 2020) Isaac Silva Martins (Implementação Moodle, 2020) Ana Carla Gualberto Cardoso (Diagramação, 2021) Curso produzido em Brasília 2020. Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / Labo- ratório Latitude e Enap. 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1: Aspectos importantes do processo de Planejamento da Contratação de Soluções de TIC ............................. 5 1.1 Vedações da Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019) ....................................... 5 1.2 Diretrizes específicas de planejamento da contratação ...... 12 1.3 Histórico do planejamento.................................................. 20 1.4 Transparência ...................................................................... 21 Unidade 2: O processo de Seleção do Fornecedor ........................... 24 2.1 Visão geral ........................................................................... 24 2.2 Estratégias estabelecidas no Termo de Referência ou Projeto Básico (TR/PB) ......................................................... 26 Unidade 3: Competências e responsabilidades na fase de Seleção do Fornecedor de TIC (SFTIC) ......................................... 29 3.1 Responsabilidades da área de licitações ............................. 29 3.2 Responsabilidades da Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) ................................................................ 30 3.3 Reduzindo os riscos durante a fase de Seleção do Fornecedor .......................................................................... 32 Referências ..................................................................................... 35 Sumário 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Neste módulo você conhecerá alguns aspectos relativos ao Planejamento da Contratação de TIC (PCTIC) a que devemos dar atenção especial. Também, conhecerá o processo padronizado da fase de Seleção do Fornecedor de Soluções de TIC e as responsabilidades da Equipe de Planejamento da Contratação (EPC). Unidade 1: Aspectos importantes do processo de Planejamento da Contratação de Soluções de TIC 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final da unidade, você será capaz de reconhecer aspectos importantes da fase de Planejamento da Contratação e conhecer a fase de Seleção do Fornecedor de Soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) 1.1 Vedações da Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019) Existem algumas vedações relativas a contratações de TIC às quais devemos dar a devida atenção ao longo do Planejamento da Contratação de TIC (PCTIC) para qualificar o nosso planejamento e eliminar o risco de inconformidades legais. Algumas já estudamos nos módulos anteriores. Vamos apresentar neste tópico uma compilação dessas vedações. Vedações do art. 3º da IN SGD/ME nº 1/2019 O art. 3º estabelece duas vedações, conforme o quadro a seguir: + I - mais de uma solução de TIC em um único contrato, devendo o órgão ou entidade observar o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 12; e.. No caso de identificarmos mais de um objeto necessário ao atendimento da M ód ul o Aspectos importantes do PCTIC e a Fase de SFTIC4 https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/instrucao-normativa-sgd-me-no-1-de-4-de-abril-de-2019 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública necessidade de negócio que estamos querendo atender, devemos realizar o disposto no art. 12, §§ 2º e 3º da IN SGD/ME nº 1/2019, conforme estudamos em módulo anterior. Em muitos casos é necessário realizar um planejamento - ou uma instância do PCTIC - para cada uma das soluções identificadas. + II - o disposto no art. 3º do Decreto nº 9.507, de 2018, inclusive gestão de processos de TIC e gestão de segurança da informação. Atividades que fazem parte do rol de serviços não terceirizáveis, assunto que já tratamos módulo I. Vedação do art. 4º da IN SGD/ME nº 1/2019: Parece óbvio, mas é necessário deixar claro que uma empresa contratada para prestar serviços à Administração não pode estar designada para avaliar, mensurar ou fiscalizar seus próprios serviços: Art. 4º Nos casos em que a avaliação, mensuração ou apoio à fiscalização da solução de TIC seja objeto de contratação, a contratada que provê a solução de TIC não poderá ser a mesma que a avalia, mensura ou apoia a fiscalização. (grifo nosso) Vedações do art. 5º da IN SGD/ME nº 1/2019: Estas vedações fundamentam-se na vasta legislação afeita às contratações de TIC, e envolvem temas como: risco de responsabilidade subsidiária do Estado em relações trabalhistas, relações contratuais, vinculação ao instrumento convocatório e ao núcleo central do objeto, ética no serviço público, etc. Algumas dizem respeito à execução contratual (fase de Gestão do Contrato de TIC) e não estão no escopo deste curso. Vamos relacionar todas e comentar aquelas que de alguma forma estão relacionadas ao planejamento da contratação. Art. 5º É vedado: + I - estabelecer vínculo de subordinação com funcionários da contratada; O art. 17 da IN SGD/ME nº 1/2019 estabelece em seus incisos I (Equipe de Fiscalização do Contrato) e II (Preposto da contratada) os papéis de ambas as partes que devem 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública interagir ao longo da relação contratual. As ordens e determinações à equipe técnica da contratada são responsabilidade do Preposto. O TR/PB pode indicar outros papéis importantes de ambas as partes caso isso seja necessário para a boa execução do objeto. Mas suas competências devem ser bem definidas e a interação entre estes nunca deve ser de subordinação. Com efeito, o risco maior é o de estabelecer relações informais de subordinação no dia-a-dia da execução, presente especialmente em contratos por postos de trabalho, modelo que somente deve ser utilizado mediante justificativas, segundo a IN SGD/ ME nº 1/2019 (vide inciso IX do mesmo art. 5º, logo adiante..). O gestor do contrato e a equipe de fiscalização, bem como a instituição como um todo, devem coibir esta prática, caso identificada. + II - prever em edital a remuneração dos funcionários da contratada; Em contratações de serviços de TIC, nas planilhas de formação de preços a serem apresentadas pelas licitantes durante o certame licitatório, devem constar as remunerações da futura equipe que realizará os serviços. Mas a estimativa de salários dos técnicos envolvidos nas contratações não compete à Equipe de Planejamento da Contratação (EPC), desde que se utilize modelos de mensuração dos serviços baseados em métricas, indicadores e entregas efetivamente realizadas. + III - indicar pessoas para compor o quadro funcional da contratada Prática a ser reprimida na fase de Gestão do Contrato. + IV - demandar a execução de serviços ou tarefas estranhas ao objeto da contratação, mesmo que haja anuência do preposto ou da própria contratada Prática a ser reprimida na fasede Gestão do Contrato. A especificação de serviços do objeto da contratação deve ser precisa para evitar interpretações equivocadas. + V - reembolsar despesas com transporte, hospedagem e outros custos operacionais, que devem ser de exclusiva responsabilidade da contratada; Essas despesas devem estar inclusas e diluídas pela contratada nos preços unitários dos serviços ou das entregas, ao apresentar sua proposta de preços e o reembolso não deve ser previsto no TR/PB. + VI - prever em edital exigências que constituam intervenção indevida da Administração na gestão interna dos fornecedores; Assim como há atividades estratégicas de governança e gestão que não são passíveis de terceirização, a Administração não deve - até mesmo por simples analogia - estabelecer regras contratuais que transfiram questões administrativas específicas 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública da empresa para a gerência do Estado. Por exemplo: relocação de funcionários, alteração de processos ou disponibilização de recursos que não digam respeito à prestação do objeto, preferências por ferramentas e marcas, etc. + VII - prever em edital exigência que os fornecedores apresentem, em seus quadros, funcionários capacitados ou certificados para o fornecimento da solução, antes da contratação; Esta vedação está alinhada a entendimento largamente difundido pelo TCU, a exemplo do acórdão nº 1396/2012-Plenário: 9.2.4. a exigência, no subitem 13.4.2 do Edital, da indicação nominal de profissionais de nível superior distintos para cada lote da licitação, bem como pertencentes ao quadro permanente da empresa proponente, com vínculo comprovado mediante cópia da Carteira Profissional de Trabalho ou por meio de contrato de prestação de serviços, celebrado de acordo com a legislação civil comum, como requisito indispensável para sua habilitação, impõe ônus antecipado às proponentes sem a correspondente garantia de que o participante venha a ser vencedor do certame, com prejuízo ao princípio da competitividade, afrontando o disposto no art. 3º, caput e § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/1993, bem como a jurisprudência deste Tribunal consoante Acórdãos nºs 481/2004; 1.094/2004; 26/2007; 126/2007, todos deste Plenário, Acórdão nº 2.178/2006- 1ª Câmara e Acórdão nº 2.561/2004-2ª Câmara; Por outro lado, estas exigências devem constar no TR/PB a serem cumpridas quando do início da prestação, conforme art. 16, II, “f” e “g”, da IN SGD/ME nº 1/2019. + VIII - adotar a métrica homem-hora ou equivalente para aferição de esforço, salvo mediante justificativa e sempre vinculada à entrega de produtos de acordo com prazos e qualidade previamente definidos; IX - contratar por postos de trabalho alocados, salvo os casos justificados mediante a comprovação obrigatória de resultados compatíveis com o posto previamente definido; Estes dispositivos, presentes desde a primeira versão da norma de contratações de TIC do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP) do Poder Executivo Federal - a Instrução Normativa n° 04, de 19 de maio de 2008, da antiga Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do extinto Ministério do Planejamento (IN SLTI/MP nº 04/2008) - visam garantir que todos os contratos de TIC do SISP estejam atrelados a entregas de produtos e resultados comprováveis, mitigando o risco de pagamento por mera presencialidade, sem a devida contrapartida produtiva para a Administração. + X - fazer referências, em edital ou em contrato, a regras externas de fabricantes, fornecedores ou prestadores de serviços que possam acarretar na alteração unilateral do contrato por parte da contratada; e https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/%2522indica%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520nominal%2520de%2520profissionais%2520de%2520n%25C3%25ADvel%2520superior%2520distintos%2520para%2520cada%2520lote%2520da%2520licita%25C3%25A7%25C3%25A3o%2522/%2520/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/0/%2520?uuid=ce6bb340-a374-11ea-8819-dd5dbb66b627 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública É vedação de mecanismo muito comum de licenciamento de software, em que o fabricante impõe instrumentos semelhantes a contratos de “adesão” a seus clientes, de forma que a relação contratual vincula-se a regras definidas e gerenciadas exclusiva e unilateralmente pelo fornecedor, geralmente publicadas em um sítio na internet. Este mecanismo não está previsto na legislação que rege os contratos administrativos. A vedação decorre do acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) nº 2569/2018-Plenário. + XI - nas licitações do tipo técnica e preço: a) incluir critérios de pontuação técnica que não estejam diretamente relacionados com os requisitos da solução de TIC a ser contratada ou que frustrem o caráter competitivo do certame; e b) fixar fatores de ponderação distintos para os índices “técnica” e “preço” sem que haja justificativa para essa opção. Trata-se de fundamentar justificar coerentemente os critérios de pontuação, posto que exigências infundadas limitam o caráter competitivo das licitações, como veremos logo em seguida. + XII - aceitar carta de exclusividade emitida pelos próprios fabricantes, fornecedores ou prestadores de serviços, devendo ser observado o disposto no inciso I do art. 25 da Lei nº 8.666, de 1993. A vedação visa adequar a norma ao instrumento adequado de exclusividade em casos de inexigibilidade de licitação, conforme previsto na Lei nº 8.666/1993: Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; Outras vedações + Acúmulo de papéis Art. 10.. § 4º Os papéis de integrantes da Equipe de Planejamento da Contratação não poderão ser acumulados pelo mesmo servidor, salvo quanto aos papéis de Integrante Requisitante e Técnico, em casos excepcionais, mediante justificativa https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/*/NUMACORDAO%253A2569%2520ANOACORDAO%253A2018/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/0/%2520?uuid=081cb850-a46a-11ea-947f-f37c0b8f0f1d 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública fundamentada nos autos, e aprovados pelo Comitê de Governança Digital do órgão ou entidade. § 5º A indicação e a designação da autoridade máxima da Área de TIC para integrar a Equipe de Planejamento da Contratação somente poderá ocorrer mediante justificativa fundamentada nos autos. Assunto tratado ao estudar a instituição da Equipe de Planejamento da Contratação (EPC). Vale destacar que esta vedação também se aplica ao acúmulo dos papéis de fiscal, tópico que diz respeito à fase de Gestão do Contrato, nos termos do art. 29: Art. 29.. ... § 3º Os papéis de fiscais não poderão ser acumulados pelo mesmo servidor, salvo quanto aos papéis de Fiscal Requisitante e Técnico, em casos excepcionais, mediante justificativa fundamentada nos autos, e aprovados pela autoridade máxima da Área de TIC. + Recusa do papel de gestor ou fiscal § 6º O encargo de gestor ou fiscal não poderá ser recusado pelo servidor, que deverá reportar ao superior hierárquico as deficiências ou limitações que possam impedir o cumprimento do exercício das atribuições. Questão relativa à gestão contratual, com base no estabelecido na Lei nº 8.027/1990, estudada no tópico sobre a instituição da EPC. + Especificações excessivas, irrelevantes ou desnecessárias Art. 13. A definição do objeto da contratação deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas,irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou a realização do fornecimento da solução. Esta vedação visa combater a prática do direcionamento para fornecedor ou marca específicos. O zelo para obter uma solução vantajosa não deve ser confundido com a busca injustificada (e muitas vezes intransigente) e pelo produto que julgamos ser o melhor do mercado. + Justificativa genérica da contratação Art. 15... ... Parágrafo único. A justificativa deve ser clara, precisa e suficiente, sendo vedadas justificativas genéricas, incapazes de demonstrar as reais necessidades da contratação. Trata-se de justificar adequadamente a contratação, conforme tratado em módulo anterior. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8027.htm 11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública + Indicação de entidade certificadora Art. 23... ... III - a vedação da indicação de entidade certificadora, exceto nos casos previamente dispostos em normas da Administração Pública; Nos casos em que se exijam certificações, devem ser aceitos certificados de qualquer instituição legalmente habilitada a fornecê-los. + Exigência de relacionamento qualificado com o fabricante Art. 23... ... IV - a vedação de exigência, para fins de qualificação técnica na fase de habilitação, de atestado, declaração, carta de solidariedade, comprovação de parceria ou credenciamento emitidos por fabricantes; Visa evitar o risco de restrição de competitividade em função do direcionamento por parte do fabricante, conforme acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) nº 1805/2015-Plenário + Pontuação relativa a duração de trabalhos Art. 23... ... V - a vedação de pontuação com base em atestados relativos à duração de trabalhos realizados pelo licitante, para licitações do tipo técnica e preço; Aqui deve-se privilegiar a utilização das métricas conhecidas para mensuração dos serviços para evitar restrição de competitividade, posto que o que buscamos são as experiências de resultado e não relações duradouras com esta ou aquela instituição contratante. Vedações específicas As vedações definidas no Anexo da IN SGD/ME nº 1/2019, bem como a relativa a prática de preços superiores aos máximos definidos nos Catálogos de Soluções de TIC são diretrizes de objetos específicos de contratações de TIC e serão tratadas no tópico seguinte. https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/*/NUMACORDAO%253A1805%2520ANOACORDAO%253A2015/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/0/%2520?uuid=d8751110-a46e-11ea-aafe-6fa055153fde https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/*/NUMACORDAO%253A1805%2520ANOACORDAO%253A2015/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/0/%2520?uuid=d8751110-a46e-11ea-aafe-6fa055153fde 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.2 Diretrizes específicas de planejamento da contratação Existem diversas orientações específicas para casos particulares de objetos de contratação de TIC que devem ser observadas quando planejamos uma contratação. A Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019) chama atenção para estas referências em seu art. 40: Art. 40. O Órgão Central do SISP poderá definir políticas e diretrizes, orientar normativamente e supervisionar as atividades de gestão dos recursos de TIC do SISP do Poder Executivo Federal. Vale ressaltar que estas orientações são de observação obrigatória e sobrepõem a competência subsidiária da Instrução Normativa nº 5, de 26 de maio de 2017, da Secretaria de Gestão do antigo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (IN SEGES/MP nº 5/2017) - que dispõe sobre as regras e diretrizes do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta -, nos aspectos em que eventualmente houver disposições diferentes. Art. 41. Aplica-se subsidiariamente às contratações de serviços de TIC o disposto nos arts. 1º a 18, 33 a 38, e 49 ao 68 da Instrução Normativa SEGES/MP nº 5, de 26 de maio de 2017, que dispõe sobre as regras e diretrizes do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta no âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. Parágrafo único. Não há aplicação subsidiária se houver tratamento específico em norma, guia, manual ou modelo publicados pelo Órgão Central do SISP. (grifo nosso) Vedações do Anexo da IN SGD/ME nº 1/2019 Comecemos pelas orientações específicas que devemos considerar no nosso planejamento do Anexo da própria norma. São elas: https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-no-5-de-26-de-maio-de-2017-atualizada 13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública + 1. CONTRATAÇÃO DE LICENCIAMENTO DE SOFTWARE E SERVIÇOS AGREGADOS Trata dos atuais modelos de licenciamento de uso de software praticados no mercado - perpétuo ou temporário (locação ou subscrição) e os cuidados que se deve ter ao contratar serviços agregados, tais como atualização de versão, manutenção e suporte técnico. Recomenda dimensionar o objeto de acordo com as reais necessidades do órgão (de forma gradual, se for o caso), independentemente de práticas comuns de venda de serviços desnecessários, em geral desvantajosas para a Administração. Vedações: • cobrança retroativa de valores referentes a serviços de suporte técnico e de atualização de versões relativa ao período em que o órgão ou entidade tenha ficado sem cobertura contratual; • cobrança de valores para reativação de serviços agregados; • cobrança de valores relativos a serviço de correção de erros, inclusive retroativos, que devem ser corrigidos sem ônus à contratante, durante o prazo de validade técnica dos softwares; • contratação conjugada de serviços de suporte técnico e de atualização de versões, quando não houver a necessidade de ambos; • prática do “registro de oportunidade”, que é quando o distribuidor ou fabricante indica a empresa que realizará a venda antes mesmo do certame. + 2. CONTRATAÇÃO DE SOLUÇÃO DE AUTENTICAÇÃO PARA SERVIÇOS PÚBLICOS DIGITAIS Vedação: 2.1. É vedada a contratação de soluções de autenticação em aplicações destinadas a serviços públicos digitais, salvo nos casos em que o órgão ou entidade tenha obtido autorização prévia pelo Órgão Central do SISP. Esta vedação resulta da disponibilidade de solução de autenticação integrada disponibilizada pelo órgão central do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP) do Poder Executivo Federal a toda a Administração, que utiliza bases do governo para login único do cidadão. + 3. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO, SUSTENTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE SOFTWARE: A primeira orientação desta seção é a vedação de contratar serviços de desenvolvimento de softwares de atividades de área meio - tais como softwares de gestão de Recursos Humanos, ponto eletrônico, portaria, biblioteca, almoxarifado, patrimônio, contratos, frotas, Gestão Eletrônica de Documentos (GED) - salvo 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública autorizados pelo órgão central do SISP ou pelo Órgão Central do respectivo sistema estruturador. Vedada também expressamente a utilização para fins comerciais de produtos de software desenvolvidos no âmbito dos órgãos e entidades integrantes do SISP em decorrência de relação contratual, ou de vínculo trabalhista por parte de terceiros ou de agentes públicos. As demais recomendações cuidam de evitar o pagamento em separado de atividades inerentes ao ciclo de vida do software e estabelecimento de patamar de preço para presunção de inexequibilidade. + 4. CONTRATAÇÃO DE INFRAESTRUTURA DE CENTRO DE DADOS, SERVIÇOS EM NUVEM, SALA-COFRE E SALA SEGURA Recomenda a preferência pela contratação de serviços em nuvem para ampliação de datacenter - salvo quando demonstrada inviabilidade no Estudo Técnico Preliminar (ETP) -, determinaa observação de normas específicas, condições de garantia de portabilidade e conceitua sala segura e sala-cofre. Estabelece também a seguinte vedação: 4.3. É vedada a contratação para criação ou ampliação de salas-cofre e salas seguras, salvo nos casos em que o órgão ou entidade tenha obtido autorização prévia do Órgão Central do SISP. + 5. CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS PÚBLICAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Estabelece que as propostas comerciais em contratações de empresas públicas de TIC sejam acompanhadas de demonstrativos detalhados de formação de preços dos itens ofertados, incluindo seus respectivos insumos, quantidades e custos. + 6. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO, SUSTENTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PORTAIS NA INTERNET Padroniza para os órgãos do SISP a utilização dos portais institucionais centralizados mantidos pelo Poder Executivo Federal, vedando a contratação ou renovação de contratos de serviços de desenvolvimento, hospedagem, sustentação ou manutenção de portais de informações institucionais, notícias ou prestação de serviços do Governo federal, salvo nos casos em que o órgão ou entidade tenha obtido autorização do Órgão Central do SISP. A vedação não se aplica a sítios de sistemas ou serviços informativos. + 7. REQUISITOS E OBRIGAÇÕES QUANTO A SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO E PRIVACIDADE Estabelece a obrigatoriedade de definição de requisitos e obrigações de Segurança 15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública da Informação e Privacidade (SIP) no TR/PB, bem como sanções administrativas correspondentes a eventuais descumprimentos de tais fatores. Apresenta uma lista não-exaustiva dos aspectos a considerar, quando se apliquem ao objeto a contratar, tais como: • definições quanto à disponibilidade da solução e garantia da continuidade do negócio; • prevenção de vazamento de dados e de fraudes digitais; • implementação de processos de gestão de riscos, tratamento de incidentes, gestão de mudanças, e gestão de capacidade; • rastreabilidade e auditoria de SIP; • controles relativos às políticas de segurança da informação e privacidade; • segurança do software desenvolvido, criptografia, registros de logs; • tratamento de dados pessoais, nos termos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD). Prevê ainda a observância do Guia de Requisitos e de Obrigações quanto à Segurança da Informação e Privacidade, publicado pela SGD. Promessa é dívida: Voltando ao nosso exemplo de contratação do iceberg: de acordo com a recomendação do item 4.1. do Anexo da IN SGD/ME nº 1/2019, a saber: 4.1. Os órgãos e entidades que necessitem criar, ampliar ou renovar infraestrutura de centro de dados deverão fazê-lo por meio da contratação de serviços de computação em nuvem, salvo quando demonstrada a inviabilidade em estudo técnico preliminar da contratação. Portanto, considerando que o custo das duas soluções (SN e LP) é bastante parecido, e que a segunda inclui a expansão de datacenter, o correto seria optar pelos serviços em nuvem (SN)! http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/GuiaRequisitosdeSIparaContratacoesdeTI.pdf https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/GuiaRequisitosdeSIparaContratacoesdeTI.pdf 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Orientações da Portaria nº 20, de 14 de junho de 2016, da antiga Secretaria de Tecnologia da Informação do extinto Ministério do Planejamento (Portaria STI/ MP nº 20/2016): A Portaria STI/MP nº 20/2016 dispõe sobre orientações para contratação de soluções de Tecnologia da Informação no âmbito da APF, e dispõe sobre diretrizes específicas, nos seguintes termos: Art. 1º As contratações de soluções de Tecnologia da Informação (TI) pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP) devem: ... II - observar as boas práticas, vedações e orientações constantes no sítio Orientações para Contratação de Soluções de TI, ... do SISP. Atualmente, estas orientações estão disponíveis na página https://www.gov.br/governodigital/ pt-br/contratacoes/guias-modelos-e-diretrizes-para-contratacoes-de-solucao-de-tic do portal Gov.br. As diretrizes específicas presentes neste sítio são as seguintes: + Guia de Contratações de Service Desk Diretrizes e boas práticas para a contratação de Serviços de Suporte e Atendimento ao Usuário de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), mais especificamente demandas de primeiro e segundo níveis, de acordo com a classificação do modelo ITIL (Information Technology Infrastructure Library). + Diretrizes Gerais Orientações gerais para contratações de TIC. + Diretrizes para a Contratação de Outsourcing de Impressão Não fazem parte do escopo dessas orientações, contratações que envolvam: serviços gráficos, serigrafia, Gestão Eletrônica de Documentos (GED), plotters ou grandes formatos, prototipagens em impressoras 3D, impressoras térmicas (para cupom fiscal e não fiscal, código de barras, etc), contratações de operadores de reprografia e concessões de uso de espaço interno para prestação de serviços de reprografia https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-20-de-14-de-junho-de-2016-23053549 https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/guias-modelos-e-diretrizes-para-contratacoes-de-solucao-de-tic https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/guias-modelos-e-diretrizes-para-contratacoes-de-solucao-de-tic https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/GuiadeServiceDeskv1.pdf https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/Orientacoes_Geraisv.6.pdf https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/BoasPraticasorientacoesevedacoesparacontratacaodeServicosdeOutsourcingdeImpressaorev.1a.pdf 17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública para usuários externos. Anexo Outsourcing de impressão - Planilha modelo de compensação de franquia. + Diretrizes para a Contratação de Serviços em Nuvem Considerando os avanços tecnológicos, a computação em nuvem se tornou uma realidade plenamente acessível às organizações, sendo mundialmente adotada por empresas e órgãos de governo. + Diretrizes para a Contratação de Serviços de Desenvolvimento e Manutenção de Sistemas (Fábrica de Software) As contratações de soluções de software e de serviços de desenvolvimento e manutenção de sistemas - também as chamadas Fábricas de Software - devem observar as orientações e vedações contidas neste documento. + Diretrizes para a Aquisição de Ativos de Tecnologia da Informação e Comunicação Orientações específicas para a aquisição de Ativos de TIC. + Modelo de Composição de Preços nas Contratações com Empresas Públicas Federais (SERPRO e DATAPREV) Orientações aos órgãos e entidades integrantes do SISP nas contratações realizadas com o SERPRO e DATAPREV quanto à metodologia de composição de preços. Modelo para a Contratação de Serviços de TIC O Modelo de Contratação de Serviços de Operação de Infraestrutura e de Atendimento a Usuários de TIC foi elaborado pela SGD/ME em atendimento às recomendações constantes dos acórdãos nº 2.037/2019 e nº 1.508/2020 do Plenário do Tribunal de Contas da União (TCU), que revelaram deficiências diversas em contratações de serviços de TIC na métrica Unidade de Serviço Técnico (UST), realizadas no âmbito do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP). Catálogos de Soluções de TIC com Condições Padronizadas Os Catálogos de Soluções de TIC com Condições Padronizadas, instituídos pela Instrução Normativa SGD/ME nº 202, de 18 de setembro de 2019, contêm itens de contratação de licenciamento de grandes fabricantes de software de uso volumoso na Administração, além de outros objetos. A Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (SGD/ME) é responsável por sua elaboração e manutenção: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/AnexoOrientacoesOutsourcingdeimpressao_Planilhamodelo_compensacaodefranquia1.xlsxhttps://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/Orientacaoservicosemnuvem.pdf https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/Orientacao_FabricadeSoftwarev.5.pdf https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/orientacoes_ativos-de-tic-v-4.pdf https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/Propostademodelodecontratacoes.pdf https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/Propostademodelodecontratacoes.pdf https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/modelo-de-contratacao-de-servicos-de-operacao-de-infraestrutura-e-de-atendimento-a-usuarios-de-tic https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/modelo-de-contratacao-de-servicos-de-operacao-de-infraestrutura-e-de-atendimento-a-usuarios-de-tic https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/*/NUMACORDAO%253A2037%2520ANOACORDAO%253A2019/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/0/%2520?uuid=db64c1a0-b18d-11ea-ab92-21693ec053d7 https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/*/NUMACORDAO%253A1508%2520ANOACORDAO%253A2020/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/0/%2520 https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/catalogo-de-solucoes-de-tic 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Art. 39-A. O Órgão Central do SISP manterá base atualizada dos Catálogos de Soluções de TIC com Condições Padronizadas no sítio eletrônico oficial do Governo Digital, contendo o PMC-TIC. § 1º Será utilizado, como valor máximo da contratação, o PMC-TIC contido na base de que trata o caput deste artigo, consultado pelos órgãos e entidades do SISP, na fase de Planejamento da Contratação, antes do encaminhamento do processo à área jurídica, e no momento que antecede a renovação contratual, conforme disposto no art. 36 desta Instrução Normativa. ... Sua utilização é obrigatória, nos termos do art. 9º da IN SGD/ME nº 1/2019: Art. 9º .. ... § 7º Caso a solução escolhida, resultante do Estudo Técnico Preliminar, contenha item presente nos Catálogos de Soluções de TIC com Condições Padronizadas publicados pelo Órgão Central do SISP, os documentos de planejamento da contratação deverão utilizar todos os elementos constantes no respectivo Catálogo, tais como: especificações técnicas, níveis de serviços, códigos de catalogação, PMC-TIC, entre outros. ... Como vimos quando estudamos o artefato TR/PB, o Preço Máximo de Compra de Item de TIC (PMC-TIC), segundo o art. 2º, XXVII da IN SGD/ME nº 1/2019 é o “valor máximo que os órgãos e as entidades integrantes do SISP adotarão nas contratações dos itens constantes nos Catálogos de Soluções de TIC com Condições Padronizadas, aplicável para contratações realizadas em todo o território nacional”. A IN SGD/ME nº 1/2019 estabelece os valores definidos nesses catálogos como um verdadeiro teto de preços para seus itens: 19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Art. 27... ... Parágrafo único. Nas licitações com objeto que contemple item que conste nos Catálogos de Soluções de TIC com Condições Padronizadas, tanto na adjudicação por preço global como na adjudicação por item, é vedado aceitar preço superior ao respectivo PMC-TIC, salvo hipóteses em que se comprove a vantajosidade para a Administração, devidamente justificadas nos autos pela autoridade máxima da Área de TIC. Portanto, para contratações de objetos que constem em catálogo de soluções de TIC (considerando especificações idênticas), o preço final do item só poderá exceder o do catálogo mediante justificativa. Convém advertir também quanto à obrigatoriedade de renegociação de contratos em execução cujos preços para tais itens superem aos do catálogo, conforme disposto no art. 36 da IN SGD/ ME nº 1/2019, sendo vedada sua prorrogação, em caso de insucesso dessa renegociação: Art. 36. Para fins de renovação contratual... ... § 2º Os contratos cujos itens constem nos Catálogos de Soluções de TIC com Condições Padronizadas e tenham valores acima do PMC-TIC deverão ser renegociados para se adequarem aos novos limites. § 3º É vedada a prorrogação de contratos cuja negociação para ajuste ao PMC-TIC resultar insatisfatória, devendo o órgão ou entidade proceder a novo certame licitatório, salvo hipóteses em que se comprove a vantajosidade para a Administração, devidamente justificadas nos autos pela autoridade máxima da Área de TIC. Até o momento, incluem acordos corporativos de fornecimento de licenças para dos seguintes fabricantes: • Adobe; • Broadcom; 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • IBM; • Microsoft; • Oracle; • Qlik; • Red Hat; • VMware. Vamos finalizar este tópico com o seguinte destaque: Destaque h, h, h, h, As diretrizes específicas de planejamento da contratação apresentadas neste tópico são de observação obrigatória por parte dos órgãos integrantes do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP) do Poder Executivo Federal. 1.3 Histórico do planejamento Durante todo o ciclo do Planejamento da Contratação de TIC (PCTIC), a Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) deverá manter um histórico do processo de planejamento, visando concentrar informações úteis para auxiliar futuras tomadas de decisão e consultas nos termos do art. 9º, § 6º da Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019): Art. 9º .. ... § 6º A Equipe de Planejamento da Contratação deverá manter registro histórico de: I - fatos relevantes ocorridos, a exemplo de comunicação e/ou reunião com fornecedores, comunicação e/ou reunião com grupos de trabalho, consulta e audiência públicas, decisão de autoridade competente, ou quaisquer outros fatos que motivem a revisão dos artefatos do Planejamento da Contratação; e II - documentos gerados e/ou recebidos, a exemplo dos artefatos previstos nesta norma, pesquisas de preço de mercado, e-mails, atas de reunião, dentre outros. https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/instrucao-normativa-sgd-me-no-1-de-4-de-abril-de-2019 21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública É importante registrar também as eventuais decisões tomadas ao longo do processo de planejamento - que em geral repercutem em alterações nos artefatos - motivadas pela identificação dos riscos relacionados, pois elas representam a efetiva implementação das ações de tratamento, especialmente as de mitigação dos riscos reconhecidos. Portanto, o histórico auxilia os gestores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e suas equipes a manter o conhecimento na instituição e aprimorar os processos de planejamento para futuras contratações, consistindo também em um verdadeiro registro de lições aprendidas. Pode ser mantido forma de planilhas, repositórios ou sistemas específicos. 1.4 Transparência A Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019) inovou ao ampliar a transparência processual ao final da fase de Planejamento da Contratação (PCTIC). Já era prática comum a publicação do Termo de Referência ou Projeto Básico (TR/PB) das contratações no sítio do Comprasnet, como anexo do edital. Porém, com a publicação da IN SGD/ ME Nº 1/2019, passou a ser obrigatória também a publicação do Documento de Oficialização da Demanda (DOD) e do Estudo Técnico Preliminar (ETP): Art. 34. O órgão ou entidade deverá providenciar a publicação de, pelo menos, os seguintes documentos em sítio eletrônico de fácil acesso, observando a legislação específica relativa à proteção de informações: I - Documento de Oficialização de Demanda, Estudo Técnico Preliminar da Contratação, Termo de Referência ou Projeto Básico: a) até a data de publicação do edital da licitação; ou b) até a data de publicação do extrato de contratação, nos casos de contratação direta; ou c) até a data de assinatura do contrato, nos casos de adesão à ata de registro de preços; Assim, ficamdisponíveis informações do interesse da sociedade para prática do devido controle social. Entretanto, deve-se ter o devido cuidado com informações sensíveis, pois: Informações classificadas e sensíveis que constem no DOD e no ETP devem ser ocultadas na versão para publicação! https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/instrucao-normativa-sgd-me-no-1-de-4-de-abril-de-2019 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública ATENÇÃO: Esta ocultação inclui qualquer estimativa de valores que conste nos artefatos publicados nos termos do art. 34, I, “a” da Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019), caso a Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) tenha optado por não os divulgar os valores de referência da contratação. A Lei nº 12.527 - Lei do acesso à informação (LAI) regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. O Decreto nº 7.724 regulamenta a LAI e define os procedimentos para classificação da informação por parte das instituições no Poder Executivo Federal. Informações sensíveis devem ser classificadas por comissões designadas nos órgãos para manter o devido controle sobre tais informações. Para quem vai realizar um Planejamento da Contratação de TIC (PCTIC), pode ser bastante útil utilizar documentos publicados ou mesmo de contratações anteriores do próprio órgão para inspirar o seu processo, pois: Destaque h, h, h, h, É uma boa prática utilizar artefatos de qualidade produzidos por outros colegas como paradigmas para o nosso planejamento. Por outro lado, o emprego do famoso “copy-cola” sem um exame e contextualização judiciosos prejudica a qualidade dos artefatos e demonstra desídia e incompetência! Antes de terminar, uma reflexão: Por que não publicamos o Mapa de Gerenciamento de Riscos (MGR) da contratação que construímos ao longo do Planejamento da Contratação de TIC (PCTIC) juntamente com os outros artefatos? Porque, comumente: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm 23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Destaque h, h, h, h, O Mapa de Gerenciamento de Riscos (MGR) contém informações sensíveis, que podem ser utilizadas por pessoas mal-intencionadas e causar prejuízos a instituições, autoridades e servidores. Por isso o MGR não deve ser publicado! Com estes importantes destaques finalizamos esta unidade. E também nossos estudos do PCTIC. Em seguida, veremos o processo de Seleção do Fornecedor nos casos de contratações de TIC, pois os trabalhos da EPC ainda não estão concluídos! 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2: O processo de Seleção do Fornecedor 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final da unidade, você será capaz de reconhecer o processo de Seleção do Fornecedor de Soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP) do Poder Executivo Federal 2.1 Visão geral Vamos contextualizar a fase de Seleção do Fornecedor de Soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) - ou simplificando: Seleção do Fornecedor de TIC (SFTIC) - em relação ao Modelo de Contratação de Soluções de TIC (MCTIC), assistindo à animação a seguir. Animação: SFTIC e seus marcos ou artefatos. No diagrama a seguir representamos a fase de Seleção do Fornecedor de Soluções de TIC (SFTIC) para a maioria dos casos de contratações de soluções de TIC: 25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Figura 24 - Fase de SFTIC Esta modelagem representa o processo genérico de Seleção do Fornecedor com base nas normas vigentes, com um nível de abstração suficiente para os nossos estudos. Esse processo, em suas fases interna e externa, é conduzido pela área de licitações do órgão, e - como vimos - normalmente ocorre na modalidade pregão. Tal é o disposto na Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019): Art. 25. A fase de Seleção do Fornecedor observará as normas pertinentes, incluindo o disposto na Lei nº 8.666, de 1993, na Lei nº 10.520, de 2002, no Decreto nº 9.507, de 2018, no Decreto nº 3.555, de 2000, no Decreto nº 5.450, de 2005, no Decreto nº 7.174, de 2010, e no Decreto nº 7.892, de 2013, e respectivas atualizações supervenientes. Parágrafo único. É obrigatória a utilização da modalidade Pregão para as contratações de que trata esta Instrução Normativa sempre que a solução de TIC for enquadrada como bem ou serviço comum, conforme o disposto no § 1º, art. 9º do Decreto nº 7.174, de 2010. Art. 26. A fase de Seleção do Fornecedor inicia-se com o encaminhamento do Termo de Referência ou Projeto Básico pela Área de TIC à Área de Licitações e encerra-se com a publicação do resultado da licitação após a adjudicação e a homologação. Art. 27. Caberá à Área de Licitações conduzir as etapas da fase de Seleção do Fornecedor. https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/instrucao-normativa-sgd-me-no-1-de-4-de-abril-de-2019 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Vale lembrar que o Decreto nº 5.450/2005 foi revogado pelo novo decreto que regulamenta o pregão eletrônico, o Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019. 2.2 Estratégias estabelecidas no Termo de Referência ou Projeto Básico (TR/PB) Como vimos ao estudar o Termo de Referência ou Projeto Básico (TR/PB), há uma série de escolhas que devem ser realizadas ao longo do planejamento que serão importantes para que a equipe da área competente da instituição realize a contratação. Os artigos 12 a 24 da IN SGD/ME nº 1/2019 definem as informações que compõem o artefato, dentre as quais aquelas que a equipe da área de licitações precisa para construir os artefatos de sua responsabilidade, tais como o edital e a minuta de contrato. As principais informações necessárias para que a área responsável defina a estratégia para a seleção do fornecedor e que deve constar no TR/PB construído pela Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) são: • definição do objeto; • códigos Catmat e/ou Catser; • definição e justificativa para divisão ou não em itens e lotes; • adequação orçamentária; • descrição da solução de TIC; • especificação dos requisitos da contratação; • definição das responsabilidades das partes; • em caso de opção por Sistema de Registro de Preços (SRP), definição das responsabilidades do órgão gerenciador; • valores mínimo e máximo de referência; • condições de habilitação técnica (qualificação da empresa e da equipe, em caso de prestação de serviços); • itens em que houver incidência de margens de preferência, se for o caso; • exigência ou não de vistoria para participação no certame; • regime de execução do contrato; • tipo e modalidade da licitação; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10024.htm https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/instrucao-normativa-sgd-me-no-1-de-4-de-abril-de-2019 27Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • índice de correção monetária; • admissibilidade de consórcio e/ou subcontratação; • procedimentos e critérios para realização de teste ou verificação de amostra do objeto ou de Prova de Conceito, caso a EPC tenha optado pelo seu emprego. Façamos ainda algumas observações importantes: + Índice específico de correção monetária No TR ou PB deve-se prever o índice a ser utilizado para correção monetária dos valores contratuais, que será transcrito para o contrato como cláusula de reajustamento. A IN SGD/ME nº 1/2019 estabeleceu a obrigatoriedade de utilizar o Índice de Custos de Tecnologia da Informação (ICTI): Art. 24. Nas contratações de serviços de Tecnologia da Informação em que haja previsão de reajuste de preços por aplicação de índice de correção monetária, é obrigatória a adoçãodo Índice de Custos de Tecnologia da Informação - ICTI, instituído pela Portaria GM/MP nº 424, de 7 de dezembro de 2017, e mantido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA. + Apresentação de preços por item na proposta dos licitantes Em relação às ofertas dos fornecedores, convém citar o art. 12, § 4º da IN SGD/ ME nº 1/2019, que trata da proposição de preços por item em licitações por preço global: § 4º Nas licitações por preço global, cada serviço ou produto do lote deverá estar discriminado em itens separados nas propostas de preços, de modo a permitir a identificação do seu preço individual na composição do preço global, e a eventual incidência sobre cada item das margens de preferência para produtos e serviços que atendam às Normas Técnicas Brasileiras - NTB, de acordo com o art. 3º, § 5º da Lei nº 8.666, de 1993. + Possibilidade de sigilo de valores de referência Para finalizar, destacamos que o Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019 (regulamento do pregão eletrônico), trouxe a seguinte orientação: Art. 15. O valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contratação, se não constar expressamente do edital, possuirá caráter sigiloso e será disponibilizado exclusiva e permanentemente aos órgãos de controle externo e interno. § 1º O caráter sigiloso do valor estimado ou do valor máximo aceitável para a contratação será fundamentado no § 3º do art. 7º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e no art. 20 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10024.htm 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública § 2º Para fins do disposto no caput, o valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contratação será tornado público apenas e imediatamente após o encerramento do envio de lances, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias à elaboração das propostas. § 3º Nas hipóteses em que for adotado o critério de julgamento pelo maior desconto, o valor estimado, o valor máximo aceitável ou o valor de referência para aplicação do desconto constará obrigatoriamente do instrumento convocatório. Assim sendo, em caso de pregão eletrônico, não é obrigatório que a Administração divulgue os valores de referência da contratação quando da publicação do edital (observada a exceção do §3º, acima), devendo a Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) avaliar a razoabilidade de mantê-los em sigilo, diante do risco da prática de sobrepreço, como vimos ao estudar a etapa de elaboração do TR/PB. Convém observar também que, em relação ao pregão presencial, a jurisprudência do Tribunal de Contas da União (TCU) também admite esta possibilidade, posto que a Lei nº 10.520/2002 não inclui o orçamento estimado no rol de elementos obrigatórios a constar no edital (vide acórdão nº 2080/2012-Plenário). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10520.htm https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/ac%25C3%25B3rd%25C3%25A3o%25202080%252F2012/%2520/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/0/%2520 29Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3: Competências e responsabilidades na fase de Seleção do Fornecedor de TIC (SFTIC) 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final da unidade, você será capaz de reconhecer a responsabilidade da Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) durante a fase de Seleção do Fornecedor de Soluções de TIC (SFTIC) 3.1 Responsabilidades da área de licitações A área de Licitações do órgão é a competente por conduzir o processo do Seleção do Fornecedor de TIC (SFTIC), contando com o devido apoio da Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) e da área jurídica, nos termos da legislação afeita às licitações e contratos. O art. 27 da Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019) corrobora esta competência, como não poderia deixar de ser: Art. 27. Caberá à Área de Licitações conduzir as etapas da fase de Seleção do Fornecedor. De acordo com o nosso diagrama de processo da fase de SFTIC, o quadro a seguir relaciona as atividades de responsabilidade da área de licitações do órgão: Analisar o Termo de Referência ou Projeto Básico (TR/PB) e o processo de contratação como um todo, recebido pela Equipe de Planejamento da Contratação (EPC). Caso a área tenha identificado supressões ou incorreções no processo e seus artefatos, deve devolvê-lo à EPC para que esta realize os devidos ajustes. Elaborar a documentação necessária, em geral as minutas do edital e do contrato. Encaminhar o processo para a área jurídica, que emitirá parecer sobre sua conformidade. Caso haja recomendações acerca do edital, contrato ou outro aspecto processual de sua responsabilidade, efetuar as adequações pertinentes. Realizar audiência pública, caso previsto ou necessário. https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/instrucao-normativa-sgd-me-no-1-de-4-de-abril-de-2019 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Providenciar a publicação dos artefatos de planejamento da contratação (Documento de Oficialização da Demanda - DOD, Estudo Técnico Preliminar - ETP e Termo de Referência ou Projeto Básico (TR/PB): • antes ou por ocasião da publicação do instrumento convocatório; • antes da publicação da ratificação da contratação em caso de inexigibilidade. Analisar e responder possíveis questionamentos e impugnações, com apoio da EPC, caso necessário. Realizar a sessão pública, se for o caso. Realizar a habilitação das empresas que cumprirem os respectivos requisitos e declarar o vencedor do certame. Analisar e decidir motivadamente sobre possíveis recursos, com participação da EPC e da área jurídica, caso necessário. Adjudicar ou providenciar a adjudicação - caso haja recursos - por parte da autoridade competente da área administrativa. Diligenciar para a homologação e publicação do resultado da contratação ou da ratificação, em caso de inexigibilidade. 3.2 Responsabilidades da Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) A EPC atua no que diz respeito às questões técnicas relativas a ajustes, dúvidas, questionamentos ou impugnações, em apoio à área de licitações do órgão que, como vimos, conduz o processo. O art. 28 da IN SGD/ME nº 1/2019 relaciona as atividades da fase de SFTIC de responsabilidade da EPC: Art. 28. Caberá à Equipe de Planejamento da Contratação, durante a fase de Seleção do Fornecedor: ... Estas atividades estão definidas nos incisos deste artigo, que detalhamos no quadro a seguir: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/instrucao-normativa-sgd-me-no-1-de-4-de-abril-de-2019 31Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública + I - analisar as sugestões feitas pelas Áreas de Licitações e Jurídica para o Termo de Referência ou Projeto Básico e demais documentos de sua responsabilidade; A EPC é responsável por responder os apontamentos do parecer jurídico relativos ao Termo de Referência ou Projeto Básico (TR/PB), realizando os devidos ajustes e adequações. No expediente de resposta ao parecer jurídico a EPC deve: a) Apontar as recomendações acolhidas e indicar a alteração correspondente realizada no TR/PB para sua satisfação; b) Justificar as razões para cada recomendação não acolhida, se houver. + II - apoiar, em sua área de atuação, o pregoeiro ou a Comissão de Licitação na resposta aos questionamentos ou às impugnações dos licitantes; e Considerando que boa parte dos questionamentos que surgem durante o certame licitatório dizem respeito a dúvidas técnicas dos licitantes, bem como a decisões que a EPC tomou durante o Planejamento da Contratação de TIC (PCTIC), é necessário que a equipe esteja disponível para apoiar a área responsável, respondendo às demandas de sua competência. + III - apoiar tecnicamente o pregoeiro ou a Comissão de Licitação na análise e julgamento das propostase dos recursos apresentados pelos licitantes e na condução de eventual verificação de Amostra do Objeto. A EPC também é responsável por auxiliar a área responsável a dirimir dúvidas relativas à habilitação ou pontuação técnica das participantes, bem como nas respostas aos recursos apresentados pelas licitantes. Provas de conceito, se previstas, deverão ser conduzidas pela área responsável com a presença da EPC, podendo contar com a participação de equipes de apoio ou de especialistas previamente designados. Vale destacar que: Destaque h, h, h, h, Os procedimentos para realização de teste de amostras e provas de conceito devem estar detalhados em apêndice ou anexo do Termo de Referência ou Projeto Básico (TR/PB). 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 3.3 Reduzindo os riscos durante a fase de Seleção do Fornecedor A Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019) estabelece a responsabilidade de realizar o gerenciamento de riscos durante a fase de SFTIC: Art. 38. .. ... § 2º Durante a fase de Seleção do Fornecedor, o Integrante Administrativo com apoio dos Integrantes Técnico e Requisitante deve proceder às ações de gerenciamento dos riscos e atualizar o Mapa de Gerenciamento de Riscos. Existem diversos riscos que podemos definir como recorrentes em processos de seleção de fornecedores. O quadro a seguir relaciona os riscos mais comuns da fase de SFTIC, para os quais a equipe responsável pelo certame da Área de Licitações da instituição e a Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) - e especialmente o integrante administrativo - devem sempre atentar, definindo e implementando as devidas ações de tratamento, como vimos no módulo anterior: + Sobrepreço O risco de sobrepreço está presente em quase todos os processos licitatórios, independentemente da modalidade. Há várias ações de mitigação que podem ser empregadas, entre elas: • a revisão das pesquisas e estimativas de preços e verificação de sua adequação à Instrução Normativa nº 73, de 5 de agosto de 2020, da Secretaria de Gestão do Ministério da Economia (IN SEGES/ME nº 73/2020); • a opção pelo caráter sigiloso do valor estimado ou do valor máximo aceitável da licitação; • a ampla publicidade do certame, visando evitar a combinação prévia de preços por parte dos licitantes; • etc. O Tribunal de Contas da União (TCU) recomenda a utilização de uma “cesta de preços” que amplie a amostra que fundamenta a definição dos valores referenciais. https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/instrucao-normativa-sgd-me-no-1-de-4-de-abril-de-2019 https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-no-73-de-5-de-agosto-de-2020 33Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Tal é, por exemplo, a indicação do Acórdão 819/2009-TCU-Plenário: 1.7.2. faça o orçamento do objeto a ser licitado com base em ‘cesta de preços aceitáveis’ oriunda, por exemplo, de pesquisas junto a cotação específica com fornecedores, pesquisa em catálogos de fornecedores, pesquisa em bases de sistemas de compras, avaliação de contratos recentes ou vigentes, valores adjudicados em licitações de outros órgãos públicos, valores registrados em atas de SRP e analogia com compras/contratações realizadas por corporações privadas, desde que, com relação a qualquer das fontes utilizadas, sejam expurgados os valores que, manifestamente, não representem a realidade do mercado, à luz do art. 6º, inc. IX, alínea ‘f’, da Lei nº 8.666/93 (nessa linha, itens 32 a 39 do voto do Acórdão nº 2.170/2007-P); + Licitação deserta ou fracassada A licitação deserta é caracterizada pela falta de interessados no certame. Já a fracassada é quando nenhum licitante consegue se habilitar ao fornecimento. Ambos ocorrem principalmente devido à utilização de modelos de execução descolados da realidade do mercado, ao exagero nas exigências técnicas, ou à falta de devida publicidade ao certame, principalmente junto ao nicho de mercado que se deseja mobilizar. Ações de contingência incluem ampla publicidade ao edital e revisão das estratégias de contratação - por exemplo o adequado parcelamento - em vista das práticas comuns de mercado. Um mecanismo bastante efetivo para adequação das condições de prestação à realidade do mercado, e consequente estímulo à participação das empresas, é a realização de audiência ou consulta pública. + Excesso de manifestações dos licitantes Um risco comum é de haver quantidade elevada de questionamentos, impugnações e recursos por parte dos competidores. Em alguns casos, visando até mesmo inviabilizar o processo de contratação. Ações comuns para mitigar este risco incluem, por exemplo: • revisão das especificações técnicas por especialistas imparciais; • sessões de brainstorming das equipes, no intuito de identificar possíveis fragilidades das especificações e modelos; • opinião de colegas quanto à clareza e razoabilidade dos modelos adotados; https://contas.tcu.gov.br/juris/SvlProxyHighlight?base=RELACAO&ano=2009&numero=819&colegiado=P&relator=WALTON%20ALENCAR 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • realização de audiência ou consulta pública; • observação rigorosa das diretrizes e recomendações publicadas pelo órgão central do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP) do Poder Executivo Federal; • etc. + Prejuízo à competitividade São diversas as causas que podem levar a este risco e que podem ser combatidas na atividade de avaliação do TR/PB e do processo como um todo, tais como: • opção indevida ou injustificada por inexigibilidade ou dispensa; • indivisibilidade indevida da solução em itens ou lotes; • direcionamento das especificações técnicas. Destaque h, h, h, h, De toda forma, uma razão muito comum para ocorrência desses riscos é a insuficiência de prazo para realização de um bom planejamento, comprometendo sua qualidade. Até mesmo para realizar um bom certame licitatório necessita-se de prazo adequado para que a equipe responsável pela seleção do fornecedor conheça suficientemente os pormenores do objeto e as expectativas dos demandantes. Muitas vezes é necessário lançar mão de suspensões, remarcações e negociações que exigem algumas dilações de prazos para maximizar a qualidade da seleção. Com estes alertas para os riscos mais comuns da fase de SFTIC, chegamos ao final do nosso curso. Espero que nossos estudos tenham sido úteis para você e sirvam como um bom princípio para quem está iniciando no assunto ou um bom instrumento para aprimorar as práticas de planejamento em contratações de TIC para aqueles que já as conheciam. Boa sorte a todos nós nos nossos planejamentos de contratações de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)! 35Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 31000:2018: Gestão de riscos - Diretrizes. Rio de Janeiro, 2018. BRASILIANO, Antônio Celso Ribeiro. Resposta aos riscos corporativos – método brasiliano. São Paulo: Sicurezza, 2009. BRESSER-PEREIRA, L. C., Do estado patrimonial ao gerencial. In: Pinheiro, P. S.; Wilheim, J.; Sachs, I. (Orgs.), Brasil: Um Século de Transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001: p. 222-259. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um guia do Conjunto de Conhecimentos do Gerenciamento de Projetos - PMBoK. 5a. ed. Newtown Square: PMI Publications, 2013. Unidade 1: Aspectos importantes do processo de Planejamento da Contratação de Soluções de TIC 1.1 Vedações da Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia (IN SGD/ME nº 1/2019) 1.2 Diretrizes específicas de planejamento da contratação 1.3 Histórico do planejamento 1.4 Transparência Unidade 2: O processo de Seleção do Fornecedor 2.1 Visão geral 2.2 Estratégias estabelecidas no Termo de Referênciaou Projeto Básico (TR/PB) Unidade 3: Competências e responsabilidades na fase de Seleção do Fornecedor de TIC (SFTIC) 3.1 Responsabilidades da área de licitações 3.2 Responsabilidades da Equipe de Planejamento da Contratação (EPC) 3.3 Reduzindo os riscos durante a fase de Seleção do Fornecedor Referências
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