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Local: Sala 5 - TJ - Prova On-line - híbrido / Andar / Polo Tijuca / POLO UVA TIJUCA Acadêmico: HIB-UD70100-20224D Aluno: LUCCAS MATOS DA SILVA FERRO Avaliação: A2- Matrícula: 20221313709 (tel:20221313709) Data: 3 de Dezembro de 2022 - 08:00 Finalizado Correto Incorreto Anulada Discursiva Objetiva Total: 3,00/10,00 1 Código: 39803 - Enunciado: "A filosofia de Nietzsche só é compreendida quando levamos em conta seu pluralismo essencial. E, na verdade, o pluralismo (também chamado empirismo) e a filosofia são uma única coisa. O pluralismo é a maneira de pensar propriamente filosófica, inventada pela filosofia: único fiador da liberdade no espírito concreto, único princípio de um violento ateísmo. Os deuses morreram, mas morreram de rir ouvindo um Deus dizer que era o único. 'Justamente isso não é divino, que haja deuses, mas nenhum Deus?' E a morte deste Deus é um acontecimento cujo sentido é múltiplo. Eis por que Nietzsche não acredita nos 'grandes acontecimentos' ruidosos, mas na pluralidade silenciosa dos sentidos de cada acontecimento. Não existe sequer um acontecimento, um fenômeno, uma palavra, nem um pensamento cujo sentido não seja múltiplo. Alguma coisa ora é isso, ora aquilo, ora algo mais complicado segundo as forças (os deuses) que dela se apoderam." (Fonte: DELEUZE, G. Nietzsche e filosofia. São Paulo: N-1, 2018. p. 12.) Na perspectiva das ideias de Nietzsche, é correto pensar que o conceito de "pluralismo" se aproxima de outro conceito extremamente importante da filosofia de Deleuze. Indique qual é esse conceito: a) Binarismo. b) Originalidade. c) Racionalismo. d) Multiplicidade. e) Essencialismo. Alternativa marcada: c) Racionalismo. Justificativa: Resposta correta: Multiplicidade.Deleuze, com o conceito de multiplicidade, em certa medida, atualiza o pensamento nietzschiano na contemporaneidade, ao abrir o campo do conhecimento pela via dos agenciamentos, campos de forças, fluxos e processos maquínicos. Assim, o pluralismo (empirismo) ganha novas dimensões com a perspectiva Deleuziana. Distratores:Racionalismo. Errada. O racionalismo não trabalha com multiplicidade, mas, sim, com ideia de síntese.Binarismo. Errada. O binarismo separa os conceitos em oposições.Essencialismo. Errada. O essencialismo cria uma ideologia baseada na essência das coisas, em detrimento de suas existências.Originalidade. Errada. A noção de origem tanto na filosofia nietzschiana como na deleuziana não é questionada, justamente pelo fato de que, na multiplicidade, não se sabe de onde surgem os infindáveis fluxos e campos de forças que atravessam as existências. 0,00/ 0,50 10/12/2022 15:10 Página 1 de 7 2 Código: 40085 - Enunciado: Texto I(Fonte: SOUZA, M. D. Denúncias de intolerância religiosa aumentaram 56% no Brasil em 2019. Brasil de Fato, São Paulo, 21 de janeiro de 2020. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/01/21/denuncias-de- intolerancia-religiosa-aumentaram-56-no-brasil-em-2019. Acesso em: 14 abr. 2021.) Texto II"A maior parte das agressões e manifestações discriminatórias contra as religiões de matrizes africanas ocorrem em locais públicos. É na rua, na via pública, que tiveram lugar mais agressões, geralmente em locais próximos às casas de culto dessas religiões. O transporte público também é apontado como um local em que os adeptos das religiões de matrizes africanas são discriminados, geralmente quando se encontram paramentados por conta dos preceitos religiosos."(Fonte: REGO, L. F.; FONSECA, D. P. R.; GIACOMINI, S. M. Cartografia social de terreiros no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2014.) A respeito das perspectivas de descolonização de pensamento hegemônico em referência às práticas de intolerância religiosa no Brasil, avalie as assertivas a seguir:I. De modo geral, as políticas públicas e culturais do país têm sido responsáveis pela valorização da diversidade de etnias e do multiculturalismo.II. A Constituição Federal e os demais textos legais asseguram as expressões multiculturais, por isso, práticas de intolerância têm sido combatidas e têm sido asseguradas a liberdade religiosa e a laicidade do Estado. III. As práticas descritas no texto são incompatíveis com a dinâmica de uma sociedade laica e democrática porque restringem a liberdade de credo. IV. Ainda que a Constituição Brasileira defenda a liberdade religiosa, o Brasil tem sinais bastante claros de intolerância religiosa e perseguição às crenças, sobretudo às de matriz africana. É correto o que se afirma em: a) I, II e IV. b) I, III e IV. c) II e III. d) III e IV. e) I e IV. Alternativa marcada: c) II e III. Justificativa: Resposta correta: III e IV.A afirmativa III e IV estão corretas. Na assertiva III, percebe-se que, por mais que se saiba que a sociedade é laica e democrática, ainda sim, o preconceito e a intolerância religiosa ainda não se emanciparam do pensamento hegemônico branco europeu destacado na assertiva IV, que confere às religiões de base cristã o papel de balizadoras das crenças praticadas. Distratores:A afirmativa I está incorreta, pois as políticas públicas ainda carecem de um olhar mais abrangente sobre as pluralidades de manifestações religiosas.A afirmativa II está incorreta, pois as práticas de intolerância não têm sido combatidas e muito menos têm sido asseguradas a liberdade e a laicidade do Estado. 0,00/ 1,50 3 Código: 39600 - Enunciado: "A prática do pensamento em sua plena função indissociavelmente ética, estética, política, crítica e clínica. Isto é, reimaginar o mundo em cada gesto, palavra, relação com o outro (humano e não humano), modo de existir — toda vez que a vida assim o exigir."(Fonte: ROLNIK, S. Esferas da insurreição: notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: N-1, 2019. p. 197.) 0,50/ 0,50 10/12/2022 15:10 Página 2 de 7 A reflexão destacada neste fragmento que encerra o livro de Suely Rolnik afirma sua estratégia para descolonizar o pensamento. Indique quais filósofos influenciaram epistemologicamente essas ideias. a) Nietzsche, Deleuze e Guattari. b) Hobbes, Locke e Hume. c) Séneca, Zenão e Marco Aurélio. d) Sócrates, Platão e Aristóteles. e) Descartes, Kant e Hegel. Alternativa marcada: a) Nietzsche, Deleuze e Guattari. Justificativa: Resposta correta: Nietzsche, Deleuze e Guattari.O fragmento destacado da obra de Rolnik segue a linha de pensamento pós-estruturalista, que se apresenta como um conjunto de investigações filosóficas contemporâneas que negam ou transformam os princípios teóricos do estruturalismo. Os pensadores dessa corrente epistêmica foram muito fortemente influenciados pelas ideias de Nietzsche, no que se refere à recusa aos fundamentos tradicionais da filosofia, como as ideias de verdade, objetividade e razão. Distratores:Descartes, Kant e Hegel. Errada. Esses filósofos, cada um a sua maneira, impulsionaram o racionalismo ocidental.Sócrates, Platão e Aristóteles. Errada. Fazem parte do período socrático da filosofia clássica grega.Séneca, Zenão e Marco Aurélio. Errada. Foram filósofos estoicos que tinham como fundamento as leis da natureza.Hobbes, Locke e Hume. Errada. São pensadores do empirismo, movimento filosófico moderno com base na experiência. 4 Código: 39797 - Enunciado: O filme Que horas ela volta narra a história de Jéssica, uma nordestina, filha de empregada doméstica, que chega à casa da patroa da mãe como agregada. No entanto, a postura de Jéssica, nesse espaço hierarquizado, não é a de se encaixar em atitudes construídas para ela socialmente. Ao contrário, ela borra esse “destino” ao visitar os espaços proibidos a ela, a exemplo da biblioteca e da piscina da casa e da universidade de Arquitetura. Tais gestos altivos da personagem, além de gerarem incômodos nos demais, provocam estranhamentos em quem assiste ao filme. Esse estranhamento gerado pela arte configura-se, no contexto do filme, como uma desterritorialização, uma vez que o gesto de Jéssica promove uma: a) Readaptação ao percurso realizado pela mãe. b) Aceitação das forças reativas que a hostilizam.c) Reafirmação de posturas estigmatizadas nas esferas políticas. d) Consolidação de valores sociais vigentes pelo patriarcado. e) Transvaloração de valores, criando novas experiências com o real. Alternativa marcada: e) Transvaloração de valores, criando novas experiências com o real. Justificativa: Resposta correta: Transvaloração de valores, criando novas experiências com o real.Ao enfrentar as forças reativas, Jéssica busca ser quem acredita que pode ser. Livrando-se do destino estigmatizado e predeterminado de milhares de mulheres 1,00/ 1,00 10/12/2022 15:10 Página 3 de 7 que migram para o Sudeste para trabalhar como empregadas domésticas. Distratores:Consolidação de valores sociais vigentes pelo patriarcado. Errada. Não é a consolidação de valores sociais, uma vez que rompe com esses valores.Reafirmação de posturas estigmatizadas nas esferas políticas. Errada. Jéssica não reafirma as posturas estigmatizadas, mas as rejeita.Readaptação ao percurso realizado pela mãe. Errada. Não há uma readaptação do percurso realizado pela mãe, na verdade, ela nega esse percurso.Aceitação das forças reativas que a hostilizam. Errada. Não há uma aceitação das forças reativas por parte de Jéssica, pois ela executa um gesto de caminhar por outros espaços, a ela negados. 5 Código: 40075 - Enunciado: Texto I (Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/blogs/2009/05/pierre-verger-e-a-cultura- africana/. Acesso em: 13 abr. 2021.) Texto II "O fotógrafo Pierre Verger, que era uma pessoa discreta, tinha uma personalidade complexa e difícil de entender na sua totalidade, devido à diversidade das suas atividades e lugares por onde passou. Buscando, portanto, compreender melhor o seu pensamento e retratar da forma mais completa possível a sua personalidade de homem que conviveu com pessoas do Brasil, da África e da Europa em diversos momentos da sua vida."(Fonte: http://www.pierreverger.org/br/pierre-fatumbi- verger/textos-e-entrevistas-online/ depoimentos-sobre-verger.html. Acesso em: 13 abr. 2021.) Com base nos textos I e II, pode-se perceber que o agenciamento estético da perspectiva de pensamento presente no discurso da obra de Verger: a) Desvincula-se do debate político ao centrar seu olhar no universo europeu. b) Apela para o exotismo ao colocar o indígena brasileiro no centro de sua obra. c) Capta informações substanciais que mostram a inferioridade. d) Caracteriza-se pela preocupação em captar as singularidades da condição humana. e) Qualifica-se como estereotipado e desprovido de singularidades estéticas. Alternativa marcada: b) Apela para o exotismo ao colocar o indígena brasileiro no centro de sua obra. Justificativa: Resposta correta: Caracteriza-se pela preocupação em captar as 0,00/ 1,00 10/12/2022 15:10 Página 4 de 7 singularidades da condição humana.A construção de pensamento por meio das singularidades que dizem respeito aos países visitados pelo fotógrafo e antropólogo Pierre Verger forma uma identidade múltipla da condição humana. Distratores:Desvincula-se do debate político ao centrar seu olhar no universo europeu. Errada. Não existe a possibilidade de desvincular-se do debate político, sendo que até mesmo a ausência e o desinteresse se configuram como uma escolha política.Apela para o exotismo ao colocar o indígena brasileiro no centro de sua obra. Errada. O trabalho de Verger é extremamente respeitoso, digno e poeticamente potente. Assim, foge de qualquer leitura exótica.Qualifica-se como estereotipado e desprovido de singularidades estéticas. Errada. A grandeza estética e epistemológica da obra do fotógrafo não se enquadra em estereótipos.Capta informações substanciais que mostram a inferioridade. Errada. Em sua obra não cabe uma leitura binária superiorizada do homem branco. 6 Código: 39823 - Enunciado: AmarEloPresentemente eu posso me Considerar um sujeito de sorte Porque apesar de muito moço Me sinto são, e salvo, e forteE tenho comigo pensado Deus é brasileiro e anda do meu lado E assim já não posso sofrer No ano passadoTenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morroEMICIDA. AmarElo. 2019 Os versos "Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro" da canção de Emicida evidenciam um(a) a) crítica à razão kantiana. b) transvaloração de todos os valores da filosofia nietzschiana. c) dialética hegeliana. d) existencialismo sartriano. e) humanismo de Montaigne. Alternativa marcada: b) transvaloração de todos os valores da filosofia nietzschiana. Justificativa: Resposta correta: transvaloração de todos os valores da filosofia nietzschiana. A transvaloração proposta por Nietzsche, assim como os versos da música de Emicida, revelam uma transformação, uma mutabilidade em relação ao que foi vivenciado ao desprender-se de valores morais do passado pautados pela mediocridade das virtudes estabelecidas. Distratores:crítica à razão kantiana. Errada. O criticismo kantiano colocou em questão as possibilidades originárias do conhecimento racional.dialética hegeliana. Errada. A Dialética heheliana tem como foco a contraposição e contradição de ideias que levam a outras ideias.existencialismo sartriano. Errada. Os filósofos existencialistas, tendo Sartre como grande referência, partilhavam do entendimento de que o pensamento filosófico se inicia com o homem, com suas ações, sentimentos e vivências.humanismo de Montaigne. Errada. O movimento humanista, assim como o pensamento de 1,50/ 1,50 10/12/2022 15:10 Página 5 de 7 Montaigne tinha como premissa relacionar as questões filosóficas com o universo humano em oposição ao teocentrismo medieval. 7 Código: 39814 - Enunciado: Texto IEstamos todos [os artistas e os filósofos] diante de tarefas muito parecidas. [...] Em filosofia, trata-se de [...] tornar pensáveis, por meio de um material muito complexo, forças que não são pensáveis. DELEUZE, Gilles. Francis Bacon: lógica da sensação. Paris: Aux éditions de la di!érence, 1981.Texto II BACON, Francis. Auto-retrato. Foto: John Deakin, 1952. Considerando o texto I e II, elabore uma dissertação sobre o seguinte tema: "Pintar as forças" Em seu texto, aborde os aspectos a seguir:- Como dar materialidade para as forças que atravessam nossas existências? - Como transformar sensações em palavras e textos?- Quais sensações o quadro Auto-retrato de Francis Bacon provoca? Resposta: - Justificativa: Expectativa de resposta:Dar corpo as sensações é o que o pensador francês Gilles Deleuze explora em sua obra Francis Bacon: lógica da sensação, acerca das pinturas de Francis Bacon. Nestas duas perspectivas, tanto na filosófica, quanto nas artes plásticas temos o conceito de sensação como campo de composição de intensidades e potências vitais do que é possível ser percebido e capitado pelo intelecto e do que pode ser sentido em tudo que pode nos afetar. A presente questão propõe um exercício de percepção dessas forças sensíveis e de como podemos transcrevê-las em palavras, textos e imagens. 0,00/ 2,50 8 Código: 39615 - Enunciado: “Deleuze era um professor extraordinário. Alguém que trazia um esquema de aula manuscrito, cheio de setas apontando em várias direções, fruto de longa preparação, e o desenvolvia com calma, descontração, humor e alguns exemplos, demonstrando grande consideração pelos alunos, muitos dos quais jamais haviam estudado filosofia. Seus cursos tinham a intensidade de um show de música. Quando começava a falar era admirável ver o seu pensamento se construindo, como se nascesse na hora, buscando novos caminhos, lançando, ainda hesitante, novas hipóteses. Depois era possível reencontrar, em seus livros, aquelas ideias expostas sinteticamente, e por isso de modo bem mais difícil, até mesmo enigmático. Às vezes, ao tornar-se texto, uma aula se resumia a uma nota de rodapé. Tanto pelos temas que estudava — o corpo, o rosto, o devir, o minoritário, a intensidade, as forças, a multiplicidade, o limite, a diferença... — quanto pela maneira como os expunha, evidenciando a importância que tinham para a vida, Deleuze encantava.[...] E então todo mundo, até mesmo os que não estavam entendendo muito bem o que ele estava dizendo, sentia a relação profunda da filosofia com a vida, que um pensador do século XVII tinha algo importante a nos dize ainda hoje, e a escuta se modificava. Ou, ao tentar mostrar que maioria e minoria, pensadas qualitativamente, implicam um modelo que avalia, e que ser minoria é desviar do modelo, surpreendia ao dar uma dimensão histórica e filosófica ao tema. Pois, para fundamentar sua ideia de que ser maioria hoje 0,00/ 1,50 10/12/2022 15:10 Página 6 de 7 é ser homem, branco, ocidental, adulto, racional, heterossexual, morador de cidade..., formulava sua crítica do modelo e sua proposta de um pensamento capaz de dar conta da diferença sem subordiná-la à identidade referindo-se a Platão. Isto é, sua ideia de que devir é se desterritorializar em relação ao modelo que era esclarecida por contraposição à sua hipótese de que o principal objetivo da distinção entre modelo e cópia, proposta por Platão, é produzir um critério."(Fonte: MACHADO, R. O professor e o filósofo. In.: Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência. Rio de Janeiro, 2015. p. 3.) Considere a leitura de Roberto Machado em referência ao modo como o filósofo francês Gilles Deleuze conduzia a construção de pensamentos em suas aulas. Com base nisso, desenvolva uma análise conceitual dos seguintes temas:I. O conceito de “desterritorialização” no pensamento.II. Os conceitos “minoria” e “maioria” nas padronizações culturais. Resposta: - Justificativa: Expectativa de resposta:A desterritorialização na compreensão da filosofia deleuziana está diretamente ligada ao conceito de reterritorialização da construção dos conceitos e do próprio pensamento. Por trás de todo o debate teórico, está a crescente discussão das questões ligadas ao domínio dos territórios. Pensar de forma minoritária, isto é, na contramão da maioria, é uma forma de afirmar a diferença sem ter que obedecer ao padrão de representação. A desterritorialização é um modo de desendividualização, de não permanecer no mesmo lugar e de construção de ideias para além daquelas marcadas por uma previsão. 10/12/2022 15:10 Página 7 de 7
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