Buscar

Nobre 2019. Frederico Lourenço, Nova Gramática do Latim

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EVPHROSYNE
R E V I S TA D E F I LO LO G I A C L Á S S I C A
CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS
F A C U L D A D E D E L E T R A S D E L I S B O A
M M X I X
N O V A S É R I E
VOLUME XLVII
http://www.letras.ulisboa.pt
NOVA SÉRIE
VOL. XLVII
M M X I X
ESTE VOLUME DE EVPHROSYNE TEM O APOIO DE:
E
V
P
H
R
O
S
Y
N
E
O azul é mais escuro como é habitual
Esta actividade é financiada por Fundos Nacionais através da 
FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito 
do projecto UID/ELT/00019/2019
ORIENTAÇÕES PARA PREPARAÇÃO DE ORIGINAIS
01. Euphrosyne — Revista de Filologia Clássica, órgão do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, está 
aberta à colaboração da comunidade científica na área da filologia clássica, entendendo esta em sentido largo 
da diacronia da tradição, das áreas científicas específicas e respectivas disciplinas.
 2. Os artigos poderão ser enviados por correio electrónico para euphrosyne.ceclassicos@letras.ulisboa.pt ou para a 
morada do Centro de Estudos Clássicos.
 3. Os originais enviados para publicação devem ser inéditos e não estar submetidos a outra entidade editorial; serão 
remetidos à Direcção de Euphrosyne em forma definitiva e apresentados segundo as normas da revista. Os originais 
não serão devolvidos, assumindo-se que os autores conservam cópia dos mesmos. Os trabalhos considerados a 
publicação são sujeitos a arbitragem científica.
 4. Serão aceites até 31 Janeiro do ano da publicação do volume; será dada informação sobre a aceitação da publicação 
até 31 de Julho.
 5. O original será sempre apresentado electronicamente e em forma dupla: em documento de texto (Word/.doc(x) – 
pref.) e em PDF.
 6. O artigo será encabeçado por: a) título (breve e explícito); b) nome e apelidos do autor; c) instituição académica 
ou científica a que está adstrito; d) endereço electrónico; e) resumo (não superior a 10 linhas) em língua inglesa; 
f) indicação de três palavras-chave em língua inglesa.
 7. A extensão recomendada para os artigos é de 10 páginas, não devendo ultrapassar 20 páginas de A4, a corpo 12 
e duplo espaço.
 8. Sistema de notas: fim de artigo (endnotes); numeração automática seguida. Na publicação, as notas de artigo sairão 
em fundo de página (footnotes).
 9. Sistema de referências:
 a) Não é permitida remissão para páginas do interior do artigo.
 b) Referências (em nota):
 Monografias: J. de Romilly, La crainte et l’angoisse dans le théâtre d’Eschyle, Paris, 1959, pp. 120-130 (casa editora 
mencionada apenas para edições antigas). Ou em 2.ª ref.: J. de Romilly, op. cit., p. 78.
 Revistas: R. S. Caldwell, “The Misogyny of Eteocles”, Arethusa, 6, 1973, 193-231 (vol., ano, pp.). Ou em 2.ª ref.: 
R. S. Caldwell, loc. cit.
 Obras colectivas: G. Cavallo, “La circolazione dei testi greci nell’Europa dell’Alto Medioevo” in J. Hamesse (ed.), 
Rencontres de cultures dans la Philosophie Médiévale – Traductions et traducteurs de l’Antiquité tardive au XIVe 
siècle, Louvain-la-Neuve, 1990, pp. 47-64.
 c) Abreviaturas: Seguir-se-ão as abreviaturas convencionadas por ThLL, para autores latinos; Liddel-Scott-Jones, 
para autores gregos; Année Philologique, para títulos de revistas; para as abreviaturas mais comuns: p. / pp.;
ed. / edd.; cf.; s.u.; supra; op. cit.; loc. cit.; uid.; a.C. / d.C. (em redondo).
 d) Citações: Devem ser colocadas entre comas “…” (não as de textos gregos); os itálicos serão utilizados apenas para 
sublinhar palavras ou pequenas frases; as citações em latim ou em grego serão breves.
10. Eventuais figuras ou imagens serão de qualidade gráfica (de preferência no formato TIF, com a resolução mínima de 
200 p.p.), fornecidas em suporte electrónico (como os originais) e com a indicação precisa da referência no texto e na 
ordem assim como do título (devem ser acautelados os direitos de reprodução por parte do autor do artigo).
11. Aos autores não será fornecido mais do que um jogo de provas; estas deverão ser devolvidas num prazo máximo de 
7 dias. Em princípio, não serão permitidas alterações ao original.
12. Aos autores será fornecido um exemplar do volume e a versão electrónica do respectivo artigo.
E V P H R O S Y N E
R E V I S TA D E F I L O L O G I A C L Á S S I C A
Centro de Estudos Clássicos - Faculdade de Letras
PT - 1600-214 LISBOA - PORTUGAL
euphrosyne.ceclassicos@letras.ulisboa.pt
E V P H R O S Y N E
R E V I S TA D E F I L O L O G I A C L Á S S I C A
*
C E N T R O D E E S T U D O S C L Á S S I C O S
FA C U L D A D E D E L E T R A S D E L I S B O A
PT - 1600-214 LISBOA
PORTUGAL
e-mail: euphrosyne.ceclassicos@letras.ulisboa.pt
sítio electrónico: http://www.tmp.letras.ulisboa.pt/cec-publicacoes/cec-euphrosyne
diReCtoRa
maRia CRiStina de CaStRo-maia de SouSa Pimentel
ComiSSão de RedaCção
abel do naSCimento Pena, ana maRia SánChez taRRío, aRnaldo monteiRo do eSPíRito Santo, beRnaRdo mota, JoSé PedRo Silva SantoS 
SeRRa, manuel JoSé de SouSa baRboSa, Paulo FaRmhouSe albeRto, RodRiGo FuRtado, vanda maRia Coutinho GaRRido anaStáCio
ConSelho CientíFiCo
aiReS auGuSto do naSCimento (U. Lisboa), CaRlo Santini (U. Perugia), CaRmen CodoñeR meRino (U. Salamanca), emilio SuáRez 
de la toRRe (U. Pompeu Fabra), Joël thomaS (U. Perpignan), JoSé manuel díaz de buStamante (U. Santiago de Compostela), 
manuel alexandRe JúnioR (U. Lisboa), maRC mayeR y olivé (U. Barcelona), Paolo Fedeli (U. Bari), thomaS eaRle (U. Oxford)
ConSelho de aRbitRaGem CientíFiCa
ánGel uRbán FeRnández (U. Córdoba), aRnaldo monteiRo do eSPíRito Santo (U. Lisboa), auRelio PéRez Jiménez (U. Málaga), 
CaRloS JeSuS alCalde maRtin (U. Málaga), CaRmen CodoñeR meRino (U. Salamanca), CaRmen moRenilla talenS (U. València),
daniel lóPez Cañete (U. Sevilla), donato de Gianni (U. Wuppertal), FRanCiSCo GaRCía JuRado (U. Complutense de Madrid), 
FRanCiSCo JoSé talaveRa eSteSo (U. Málaga), GReGoRio RodRíGuez heRReRa (U. Las Palmas de Gran Canaria), hélène vial 
(U. Clermont Auvergne), iñiGo Ruiz aRzalluz (U. País Vasco), iSabel almeida (U. Lisboa), Joaquim PinheiRo (U. Madeira), 
JoSé manuel díaz de buStamante (U. Santiago de Compostela), JoSé maRía maeStRe maeStRe (U. Cádiz), JoSé PedRo SeRRa 
(U. Lisboa), JoSé RamoS (U. Lisboa), Juan Gil FeRnández (U. Cádiz / U. Granada), manuel lóPez-muñoz (U. Almería), 
maRCo antonio CoRonel RamoS (U. València), maRia adelaida andRéS Sanz (U. Salamanca), maRía doloReS RinCón
González (U. Jaén), maRía violeta PéRez CuStodio (U. Cádiz), maRta González González (U. Málaga), nuno SimõeS
RodRiGueS (U. Lisboa), Paulo FaRmhouSe albeRto (U. Lisboa), RamiRo González delGado (U. Extremadura), RobSon tadeu 
CeSila (U. São Paulo), RoSaRio CoRtéS tovaR U. Salamanca), SantiaGo lóPez moReda (U. Extremadura), SaSkia PeelS 
(U. Groningen), SeRGio CaSali (U. Roma Tor Vergata), SoFia FRade (U. Lisboa), SteFano GRazzini (U. Salerno), vitalino 
valCáRCel (U. País Vasco), william dominik (U. Lisboa), zulmiRa SantoS (U. Porto)
Tiragem 500 exemplares
Depósito legal 178089/02
ISSN 0870-0133
PubliCação anual SuJeita a aRbitRaGem CientíFiCa
ReFeRenCiada em
l’année PhiloloGique | aRtS and humanitieS Citation index | ANVUR | biblioGRaPhie inteR-
nationale de l’humaniSme et de la RenaiSSanCe | CSa linGuiStiCS and lanGuaGe behavioR 
abStRaCtS | dialnet | ebSCo | eRih PluS | latindex | medioevo latino | SCoPuS
CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS
F A C U L D A D E D E L E T R A S D E L I S B O A
EVPHROSYNE
R E V I S TA D E F I LO LO G I A C L Á S S I C A
MMXIX
NOVA SÉRIE – VOLUME XLVII
Frederico Lourenço,
Nova Gramática do Latim
(Lisboa, Quetzal, 2019, 505 pp. ISBN 978-989-722-566-6)
riCardo noBre
Centro de Estudos Clássicos da 
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
rnobre@letras.ulisboa.pt
Na definição de “gramática” proposta por Rafael Bluteau1 – “a porta 
por que se entra a todas as ciências e o fundamento de todas as artes liberais 
e disciplinas nobres” –, reconhece-se um estatuto inigualável de acesso ao 
conhecimento que se exprime por intermédio do idioma, cujacompreensão 
radica num saber gramatical básico, seja implícito, seja explícito. Quando 
um filólogo descreve teoricamente o funcionamento de uma língua está 
também a aplicar um sofisticado método científico que não se distingue do 
usado por outras disciplinas do saber: pela descrição sistemática e expli-
cação teórica de estruturas morfológicas e sintácticas, fonéticas, semânticas 
e pragmáticas, a gramática faculta a quem aprende uma língua competên-
cias que permitem aplicar essa teoria na dinâmica comunicativa – em que 
se inclui, é claro, a leitura de línguas que deixaram de ser naturalmente pro-
dutivas (vulgarmente ditas “línguas mortas”); é por isso que o leitor é capaz 
de ler, nas línguas que domina, frases novas reutilizando conhecimentos 
adquiridos em estruturas de outras situações discursivas similares.
A publicação de uma gramática é, por conseguinte, um acontecimento 
de saudar, visto que ela supõe que um filólogo entendeu que a sua perspectiva 
de análise de um sistema linguístico traz novidade suficiente à literatura 
científica e didáctica disponível no ambiente cultural em que vive. Talvez 
por isso, em Portugal, a sucessão de gramáticas de latim poucas vezes tenha 
estado isenta de controvérsia, como bem recordam as polémicas da substitui-
ção, no século XVIII, da obra de Manuel Álvares, S.J. (cujos contornos histó-
ricos são bastante mais amplos) pelo Novo Método da Gramática Latina,
de António Pereira de Figueiredo, C. O. No século XIX, depois da edição de 
diversas obras de relativa pouca longevidade (pelo menos em comparação 
1 Por comodidade, cita-se a partir de J. P. silVestre, A Língua Iluminada: antologia do 
Vocabulário de Rafael Bluteau, Lisboa, Biblioteca Nacional, Babel, 2013, p. 78.
418 RICARDO NOBRE
com as mencionadas anteriormente), a publicação da gramática de Joaquim 
Alves de Sousa envolveu o seu autor em disputa com o próprio Epifânio 
da Silva Dias.
O desenvolvimento das disciplinas linguísticas parece ter conduzido 
a uma estabilização da polémica, pelo menos quanto às línguas clássicas. 
No nosso país, publicaram-se no século XX as gramáticas de latim por que 
estudamos: a Gramática Latina, de Manuel Francisco de Miranda (1.ª ed., 
1901; 8.ª ed., 1962, revista por Arlindo Ribeiro da Cunha), que resulta de 
um trabalho verdadeiramente notável de sistematização do funcionamento 
da língua, com os recursos existentes na época (e, por força do avanço cien-
tífico, necessariamente desactualizada); o Compêndio de Gramática Latina, 
de José Nunes de Figueiredo em parceria com Maria Ana Almendra, publi-
cado originalmente em 19522; a Gramática Latina, de António Freire (1.ª ed., 
1956, melhorada e corrigida em edições posteriores); a Gramática Latina, 
de António Afonso Borregana, vinda a lume em 1999. Já no nosso século foi 
publicado, em 2001, o “guia” Maximo Gaudio Linguam Latinam Disco, de 
Maria Alcina dos Mártires Lopes3. Neste panorama, verifica-se que as gramá-
ticas de latim portuguesas foram sendo tradicionalmente publicadas por 
autores e autoras que têm ou tiveram uma longa carreira na docência desta 
língua, sendo ainda autores de manuais escolares (ou responsáveis pelos 
programas da disciplina no ensino secundário4).
É neste contexto que surge, pela mão do filólogo classicista Frederico 
Lourenço, em 2019, a Nova Gramática do Latim (doravante mencionada 
como NGL), de que aqui me ocupo.
Deixando de lado o facto de a obra ter sido acompanhada de uma 
propaganda que ignora não apenas a renovação científica e pedagógica 
por que passou a gramática latina mais usada em Portugal, imputando-lhe 
“programas” e “metodologias dos liceus portugueses no tempo de Salazar” 
(p. 11), mas também a existência de obras publicadas ex novo muito depois 
de 1974 (inexactidão que poderá ser facilmente corrigida numa próxima 
2 O livro de que actualmente dispomos com esse título foi sujeito a transformações que 
o adequaram ao ensino do latim nos nossos dias. De “livro único”, o Compêndio de Gramática 
Latina tornou-se um livro único no panorama editorial ao introduzir nas suas páginas, em 
contínuas edições, informações que o harmonizaram com os programas oficiais da disciplina. 
Demonstram-no o acrescento de notas sobre etimologia ou da lista de verbos frequentes, a 
actualização da terminologia gramatical e a reescrita de exemplos feitas ao longo do tempo, 
em sucessivas transformações que lhe garantiram a longevidade que legitimamente conhece.
3 Apesar de se apresentar como um “guia de iniciação ao Latim” e não uma gramática 
no sentido tradicional, é legítimo considerar um primeiro instrumento de trabalho em que a 
morfologia é apresentada, de forma sistemática, em função da etimologia; a sintaxe surge, de 
modo sintético e esquemático, reduzida ao essencial.
4 A. A. Borregana foi um dos responsáveis pelos programas de 1993; é autor dos manuais 
de latim para o ensino secundário Novo Método de Latim (1.ª ed. do manual para o 10.º ano, 
1993; a edição de acordo com os programas actualmente em vigor, de 2001, em parceria com 
Ana Rita Borregana, data de 2004, reimpr. 2008). M. A. Almendra, falecida em 2005, foi autora 
dos manuais Publius et Terentia (10.º ano, 1999; 11.º ano, 2000), depois de ter sido co-autora, 
com José Nunes de Figueiredo, dos métodos Initia Latina (publicado entre 1967 e 1993) e
Initium (1991-1998).
 FREDERICO LOURENÇO, NOVA GRAMÁTICA DO LATIM 419
oportunidade), o “Preambulum” (pp. 11-12) anuncia o propósito do A.: 
“oferecer […] uma gramática nova, cujo objectivo é sistematizar de forma 
desempoeirada os tópicos essenciais para a leitura de textos latinos em 
prosa e em verso”5 (p. 11). Para tal, a gramática organiza-se em duas
secções linguísticas (Morfologia e Sintaxe) e uma terceira de Varia (que 
é mais propriamente um conjunto de anexos), antecedidas do referido 
“Preambulum”, “Abreviaturas, sinais e convenções” (pp. 13-15) e de capí-
tulos introdutórios (“Introdução à língua latina”, pp. 17-39, “Noções básicas 
de pronúncia”, pp. 41-59).
Ao longo da NGL nunca fica completamente claro o tipo de novidade 
(que se anuncia desde o título) que a obra propõe, nem onde esta gramá-
tica a pratica: Lourenço não se filia explicitamente em nenhuma escola lin-
guística contemporânea e não promove verdadeiramente uma renovação da 
análise gramatical do latim. De facto, ao apoiar-se continuamente na gramá-
tica de Kühner e Holzweissig6, de 1912, a experiência de leitura da NGL 
conduz o leitor para uma análise linguística anterior à Primeira Grande 
Guerra e, por consequência e surpresa, alheia aos desenvolvimentos da lin-
guística como ciência, que o A. parece reduzir a questões de “terminologia”7. 
Lourenço apresenta, portanto, em 2019, uma gramática como se Chomsky 
nunca tivesse existido.
Sendo uma escolha consciente do A. a inscrição da obra no conjunto de 
instrumentos didácticos, a NGL não concorre, assim, com obras como as e
J. N. Adams8, Baldi e Cuzzolin9, Baños10, Conte, Berti e Mariotti11, Danckaert12,
5 As citações não são fiéis à norma ortográfica da NGL, redigida segundo o Acordo Orto-
gráfico de 1990. Ao citar o latim, usarei o v ramista em vez de u.
6 A gramática de Kühner é considerada “a melhor gramática de latim alguma vez produ-
zida” (p. 74) e “A maior autoridade sobre a gramática latina” (p. 163). Em momento algum se 
problematiza a decisão de recorrer a uma obra que, repleta de qualidades, se encontra cienti-
ficamente ultrapassada em muitos aspectos (não por acaso, a sintaxe de Pinkster pretende ser 
a sua actualização). Igualmente questionável é a afirmação, a propósito da grafia original de 
hic: “Há bastante incerteza sobre o assunto” (p. 222), remetendo para esta gramática. Não se 
compreende, portanto, qual a relevância, numa gramática escolar com a profundidade desta, 
de tal tipo de informação.
7 O A. confessa sem rebuço: “Um pensamento que certamente já terá ocorrido a quem 
está a ler este livro é que a terminologia gramatical usada é ‘conservadora’. A razão para isso é 
que não é útil aplicarao ensino e à aprendizagem do latim o último grito (seja ele qual for) no 
campo da terminologia gramatical: em primeiro lugar, porque o que conta hoje como último 
grito será certamente substituído por outra coisa qualquer daqui a uns anos; em segundo lugar, 
porque as grandes obras de consulta para o estudo do latim e do grego, as quais, mais cedo 
ou mais tarde, todos os helenistas e latinistas têm de consultar […] usam a terminologia tradi-
cional. […] É a opção mais sensata” (pp. 224-225). Ao aceitar esta apreciação, estaríamos a 
impedir o avanço científico da linguística ou a afastá-lo e a excluí-lo do ensino, o que não pode 
ser admitido.
8 Na bibliografia, aparecem citadas as obras The Regional Diversification of Latin 200 BC-
-AD 600 (Cambridge, Cambridge University Press, 2007) e An Anthology of Informal Latin, 200 
BC-aD 900 (Cambridge, Cambridge University Press, 2016), eventualmente usadas na recolha 
de exemplos. Em falta, encontra-se, pela importância que a NGL atribui à questão da norma e 
desvio, Social Variation and the Latin Language (Cambridge, Cambridge University Press, 2013).
9 Ph. Baldi, P. CuZZolin (edd.), New Perspectives on Historical Latin Syntax. Vol. 1: Syntax 
of the Sentence; vol. 2: Constituent Syntax: Adverbial Phrases, Adverbs, Mood, Tense; vol. 3:
420 RICARDO NOBRE
101112
Ernout e Thomas13, Lavency14, Oniga15, Panhuis16, Touratier17 nem Väänä-
nen18. Aliás, de obras de linguística contemporânea, a bibliografia (de que 
falarei mais adiante) apenas regista a Oxford Latin Syntax, de Pinkster19.
No entanto, a escolha de não adoptar modelos de análise desenvolvidos 
pela linguística contemporânea não é um defeito metodológico per se, dado 
que se adequa ao tipo de ensino das línguas clássicas no nosso país, onde 
o divórcio entre os departamentos de linguística e de estudos clássicos nas 
universidades continua a afastar os latinistas da investigação que a maioria 
dos autores citados no parágrafo anterior tem realizado. Assim, se o traba-
lho de Lourenço se ajusta ao público a que se destina, resta esclarecer em 
que medida a NGL cumpre de forma mais eficaz os objectivos enunciados 
que as gramáticas já existentes.
Pode dizer-se que uma das maiores qualidades da NGL é a quase 
ausência daquilo a que, com o Padre Rafael Bluteau, se poderia chamar 
“geringonça”: “linguagem inventada por gente da mesma profissão, ou par-
cialmente, para que ninguém os entenda, quando falam”20. Ainda assim, 
mesmo que não se fale de política21, há momentos em que a “geringonça” é 
necessária, sobretudo numa obra desta natureza: o vocabulário técnico e a 
terminologia científica traduzem conceitos precisos e rigorosos, sem ambi-
guidades ou segundas leituras, a menos que os próprios sentidos derivem 
metonimicamente (como aconteceu com o próprio termo “geringonça” e 
como sucede com muita da terminologia gramatical obsoleta, em todas as 
línguas ocidentais). Assim, se são de saudar passos em que a NGL se pode 
orgulhar de ser uma gramática “desempoeirada” por não se exceder em 
preciosismos terminológicos não essenciais à boa compreensão da língua, 
a verdade é que o leitor – experiente na língua ou não – sente a falta de um 
discurso metalinguístico rigoroso, muitas vezes substituído por formulações 
como “Estas categorias [genitivo objectivo e genitivo subjectivo] são mais 
Constituent Syntax: Quantification, Numerals, Possession, Anaphora; vol. 4: Complex Sentences, 
Grammaticalization, Typology, Berlim, De Gruyter Mouton, 2009-2011.
10 J. M. Baños Baños (coord.), Syntaxis del Latín Clássico, Madrid, Liceus, 2009.
11 G. B. Conte, m. Berti, e. mariotii, La Sintassi del Latino, Florença, Le Monnier, 2006.
12 L. danCkaert, The Development of Latin Clause Structure: A Study of the Extended Verb 
Phrase, Oxford, University Press, 2017.
13 A. ernout, F. thomas, Syntaxe latine, Paris, Klincksieck, 2002.
14 M. laVenCy, Vsus: Grammaire latine, 2.ª ed., Louvain-la-Neuve, Peeters, 1997.
15 R. oniga, Latin: A Linguistic Introduction, trad. N. Schifano, Oxford, Oxford University 
Press, 2014.
16 D. Panhuis, Latin Grammar, Ann Arbor, The University of Michigan Press, 2009.
17 Ch. touratier, Syntaxe latine, Louvain-la-Neuve, Peeters, 1994.
18 V. Väänänen, Introduction au latin vulgaire, Paris, Klincksieck, 2006.
19 Esta obra é mencionada, p. 271, para confirmar o uso de um conjuntivo, dali colhendo 
um exemplo, e citada, p. 302, a propósito da classificação de um genitivo com o verbo sum.
20 J. P. silVestre, op. cit., p. 43.
21 Como por exemplo se lê no romance O Milagre Segundo Salomé, de José Rodrigues 
Miguéis (Lisboa, Estampa, 1982): “o problema é essencialmente económico, mas tudo depende 
da fórmula política. Se não for dentro da geringonça parlamentar, há que ir buscá-la fora dela” 
(p. 287; cf. p. 397).
 FREDERICO LOURENÇO, NOVA GRAMÁTICA DO LATIM 421
difíceis de entender, pois constituem, de certo modo, um artificialismo dos 
gramáticos” (p. 303). O leitor fica na dúvida se a diferença entre sujeito e 
complemento directo é um artifício gratuito dos gramáticos22.
Uma obra de metalinguagem deveria usar os termos técnicos deste 
campo do saber. A mestria do autor revelar-se-á na forma como a descodi-
fica, não no facto de a ocultar, sob pena de a obra poder ser útil apenas 
a curiosos e não se instituir como uma referência. Por isso, é surpreen-
dente encontrar informação ao longo das páginas da NGL referida como 
“curiosidades” (duas vezes na p. 200), quando a descrição da língua poderia 
ser mais neutra. Além disso, seria necessário mais rigor na formulação de 
alguns enunciados que os torna inexactos: por exemplo, ao falar do impe-
rativo de nolo, diz-se: “é a partir dele (+ infinitivo) que se forma o impera-
tivo negativo” (p. 202), quando o que se deveria ter escrito era “que se pode 
formar o imperativo negativo”, visto que existem outros modos de expressar 
a ordem negativa (como é ensinado na p. 348).
Simultaneamente, o A. segue a tradição das gramáticas latinas em 
português, que nem sempre têm uma explicação clara de estruturas e fenó-
menos linguísticos, quando, para compreender uma língua com as caracte-
rísticas do latim (declinável, com uma enorme flexibilidade de colocações 
e a utilização de constituintes descontínuos23), é preciso aprender um con-
junto de informação gramatical que permita fazer a ligação entre a forma 
física da palavra e a função sintáctica na frase. Deste modo, no tratamento 
da sintaxe, não é garantido que o apelo intuitivo a práticas linguísticas em 
português seja suficiente para operar uma leitura funcional de um texto 
latino. Isto é mais perturbador quando os alunos da disciplina ou os auto-
didactas não costumam ter consciência muito clara do que são o sujeito e 
o predicativo do sujeito, como se distingue este do complemento directo, 
da diferença entre advérbios e adjectivos ou entre preposições e conjunções 
– estas muito simplesmente definidas como “as ‘dobradiças’ que permitem 
a articulação das frases” (p. 256): não se menciona que as conjunções coorde- 
nativas articulam sintagmas com o mesmo estatuto sintáctico e não apenas 
orações (termo que o A. funde com o conceito de “frase”).
Lourenço também não diferencia com clareza orações coordenadas 
de subordinadas nem conjunções coordenativas de subordinativas. Aliás, a 
definição de oração subordinada não é adequada ao conhecimento linguís-
22 Noutros momentos, a gramática veicula coloquialismos inusitados numa obra desta 
natureza: “frase latina escrita às três pancadas” (p. 66); “mas ‘no terreno’, quando estamos a 
ler um texto latino” (p. 89; cf. p. 279), “foi algo que nunca lhes passou pela cabeça” (p. 92), 
“grafias bem estrambólicas” (p. 99), “ocasionou uma verdadeira festa de formas morfológicas 
alternativas” (p. 121), “Para sossegar quem acabou de se surpreender com este panorama” 
(p. 137), “forma ‘unissexo’” (p. 143, para falar em comum de dois), “encontramos formas 
desconcertantes” (p. 220), “À morfologia […] ‘chega-se lá’ por intuição” (p. 253), “pôr tãocedo 
quanto possível ‘as mãos na massa’ no que toca à leitura em latim” (p. 273), “Quem leu até 
aqui este capítulo e pensou ‘como é que eu vou meter isto tudo na cabeça?’ pode consolar-se” 
(p. 319), etc.
23 Infelizmente, sobre a ordem das palavras em latim a NGL nada tem a dizer. Por isso 
também não é de estranhar a ausência de J. marouZeau (L’ordre des mots en latin. 4 vols., Paris, 
Les Belles Lettres, 1922-1953), de Panhuis ou de Danckaert (obras citadas) na bibliografia.
422 RICARDO NOBRE
tico que temos. Por meio de exemplos em português, afirma-se de forma 
inexacta: “A oração introduzida por ‘quando’ está subordinada à ante-
rior (a principal ou subordinante), porque a oração de ‘quando’ não pode 
fazer sentido independentemente da oração a que está subordinada. A frase
[= oração] ‘a população fechou as portas ao imperador’ faz sentido sozinha;
mas a frase [= oração] ‘quando soube da sua chegada’ não funciona como 
enunciado independente” (p. 256, sublinhado meu). Cunha e Cintra 
(o melhor modelo de gramática tradicional da língua portuguesa) ensinam 
que “as orações subordinadas funcionam sempre como termos essenciais, 
integrantes ou acessórios de outra oração”24 e que, nessa medida, “o perío-
do composto por subordinação é, na essência, equivalente a um período 
simples. Distingue-se apenas o facto de os termos (essenciais, integrantes e 
acessórios) deste serem representados naquele por orações”25. Assim sendo, 
oração subordinante é aquela em que pelo menos um dos constituintes 
tem a forma de uma oração subordinada: por isso, no exemplo citado de 
Lourenço, é também problemático que a definição de oração principal 
pareça coincidir com a de subordinante, pois uma frase pode ter várias 
orações subordinantes, diversas subordinadas, mas só uma principal (que 
pode ser, claro, subordinante). Ao mesmo tempo, ao avançar a hipótese 
de que a oração subordinada pode ser eliminada sem prejuízo da inteligi-
bilidade do enunciado subordinante e que a oração subordinada não faz 
sentido sozinha, Lourenço admite que uma frase pode ocorrer sem sujeito 
ou complemento directo – ou seja, se for uma oração subordinada substan-
tiva26. Na verdade, quando muito concederíamos que apenas a eliminação 
das orações adverbiais ou circunstanciais, ou seja, com funções de modi-
ficador (ou adjunto, satélite ou, mais tradicionalmente, complemento cir-
cunstancial), não compromete a gramaticalidade da oração subordinante27. 
24 C. Cunha, L. F. lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, 
Sá da Costa, 1999, p. 594. Depois de distinguir orações subordinadas de coordenadas com 
base no critério de dependência, também a. g. Ferreira e J. n. de Figueiredo (Compêndio de 
Gramática Portuguesa, Porto, Porto Editora, 1995, p. 39) afirmam que orações subordinadas 
substantivas são as que “desempenham as funções próprias do substantivo, isto é, podem servir 
de sujeito, complemento directo, complemento indirecto, aposto, predicativo e determinativo”. 
Almendra e Figueiredo não definem “oração subordinada”, mas afirmam, por ex., que as 
orações completivas de quod “acompanham como sujeito ou complemento” determinados 
verbos (Compêndio de Gramática Latina, Porto, Porto Editora, 2003, p. 191), e, nas orações 
infinitivas, distinguem as que desempenham uma função de sujeito das que são seleccionadas 
como complemento de verbos (pp. 194-195). Lourenço usa um vocabulário mais impreciso 
quando afirma que uma oração subordinada depende de um verbo (p. 263), sem esclarecer que 
esse tipo de dependência tem que ver com o facto de o verbo seleccionar (para usar o termo 
aceite na linguística moderna; na gramática tradicional dir-se-ia “pedir”) a oração como sujeito 
ou complemento directo.
25 Cf. C. Cunha, l. F. lindley Cintra, op. cit., p. 596.
26 Se a oração subordinada desempenhar uma função sintáctica de sujeito ou de com-
plemento (directo, indirecto, oblíquo) – ou seja, se for uma oração subordinada substantiva – 
numa outra oração (subordinante), ela não pode ser eliminada sem prejuízo da gramatica-
lidade da frase.
27 É por isso que as orações mais típicas que desempenham funções de modificador 
(chamadas adverbiais ou circunstanciais) exibem como característica grande mobilidade na 
 FREDERICO LOURENÇO, NOVA GRAMÁTICA DO LATIM 423
No capítulo intitulado “Guia prático de orações subordinadas”, estas 
surgem pela ordem: infinitivas (pp. 321-326), finais (pp. 326-328), consecuti-
vas (pp. 328-330), condicionais (pp. 330-334), causais (pp. 334-335), tempo-
rais (pp. 335-337), concessivas (pp. 337-339), comparativas (pp. 339-340), 
relativas (pp. 340-342). Embora sejam substantivas como as infinitivas, 
merecem capítulo à parte as orações interrogativas indirectas (tratadas em 
conjunto com as directas, pp. 343-346); existe outro para as ordens directas 
e indirectas (pp. 347-350) e um outro para as orações subordinadas substan-
tivas completivas (que nunca recebem esta classificação) de quin, quominus
e seleccionadas por verbos de receio ou impessoais (um só capítulo, 
pp. 351-357). Nota-se, assim, um desencontro desta gramática com outras 
ferramentas didácticas tradicionais, que incluem justificadamente capítulos 
sobre as orações completivas de ut (a sintaxe de Woodcock, que serve de 
referência para Lourenço, trata este tópico no “discurso indirecto”).
Falta, ainda, na NGL o tratamento de orações com o verbo nas formas 
não-finitas além de infinitivo (referidas apenas como completivas); destas, 
só as orações participiais são tratadas sob a designação de “ablativo abso-
luto”, mas não no âmbito da subordinação, apesar de este exibir caracterís-
ticas da subordinação adverbial28.
Tendo em atenção estas imprecisões, lacunas e omissões29, de que 
resulta uma problemática organização das matérias, os capítulos sobre 
sintaxe são os mais decepcionantes da NGL. No entanto, há um conjunto 
de inexactidões que precisam de ser corrigidas logo que seja possível: no 
quadro-síntese das orações coordenadas não figuram as conjunções disjun-
tivas (p. 257) e no quadro das subordinadas não se incluem as comparativas 
(p. 258); as orações “causais” não são coordenadas (p. 260, onde o A. porven- 
tura quereria escrever “explicativas”); não são mencionadas as orações 
disjuntivas (pp. 260-262, atendendo a que as copulativas foram tratadas nas 
pp. 158-159); na página 337, foi um lapso classificar como oração temporal 
o exemplo oderint dum metuant porque dum metuant é uma oração condi-
cional30; na mesma página, em nota, o A. usa o adjectivo “antigramatical” 
frase. Ainda assim, nem todas as orações adverbiais podem ser eliminadas sem prejuízo da 
gramaticalidade da oração subordinante: é o que acontece com orações subordinadas que se 
anunciam na subordinante por meio de correlativos – orações subordinadas comparativas e 
consecutivas (e que não são adverbiais típicas: Ch. touratier, Grammaire latine: introduction 
linguistique à la langue latine, Paris, Éditions Sedes, 2008, pp. 220-227, considera as orações 
comparativas e consecutivas como expansão do grupo adjectival porque têm a função sintáctica 
de complemento do adjectivo) – e nas estruturas condicionais mais complexas em que a apódose 
e a prótase funcionam com regras específicas.
28 Cf. A. Cart, P. grimal, J. lamaison, r. noiVille, Grammaire Latine, Paris, Nathan, 
1998, p. 145; Ch. touratier, Syntaxe latine, pp. 655-659; Ch. touratier, Grammaire latine,
pp. 227-228, B. L. gildersleeVe, g. lodge, Latin Grammar, Wauconda, Bolchazy-Carducci Pub-
lishers, 2003, pp. 426-428; e L. sausy, Grammaire latine complete, Paris, Eyrolles, 2015, p. 261.
29 O A. compromete-se a fazer um “o tratamento da sintaxe […] pragmático e sintético, 
evitando propositadamente informação redundante e secundária” (p. 272), mas os aspectos 
aqui focados não são menos que essenciais.
30 Como se lê nas sintaxes de A. ernout, F. thomas (p. 391) e de J. M. Baños Baños (p. 659),
além da gramática de M. A. almendra, J. n. de Figueiredo (p. 205).
424 RICARDO NOBREem vez do que corre mais frequentemente na linguística, “agramatical”; na 
mesma nota, fala-se de as “gerações mais antigas” considerarem erradas 
construções concessivas com indicativo, mas na história da nossa língua 
encontram-se exemplos de concessão com indicativo até ao século XIX. Além
disso, actualmente, as orações subordinadas concessivas também admitem 
indicativo quando são introduzidas por “mesmo se” ou “inclusive se”31.
Observando os capítulos da secção “Morfologia”, nota-se que na NGL 
a ordem dos casos nos paradigmas de declinação é (como em Almendra 
e Figueiredo): nominativo, vocativo, genitivo, acusativo, dativo e ablativo. 
A ordem antiga, preferida na América do Norte (adoptada por Allen e 
Greenough, Kennedy ou Wheelock; nas gramáticas portuguesas, seguida 
por Freire), é: nominativo, genitivo, dativo, acusativo, ablativo e vocativo. 
Na Europa, Cart et al.32, Gaillard e Cousteix33, Griffin34, Guisard e Laizé35, 
Morwood36, entre outros e, em Portugal, Borregana e Lopes seguem a 
ordem nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, dativo e ablativo. Usada 
nos métodos (europeus) Ecce Romani, Cambridge Latin Course, Oxford Latin 
Course e Lingua Latina Per Se Illustrata parece ser a ordem pedagogicamente 
mais eficaz porque junta o maior número de casos com terminação igual 
(e por isso melhor para a memorização). Os capítulos sobre a sintaxe dos 
casos têm, todavia, uma disposição diversa: acusativo (pp. 288-294), dativo 
(pp. 295-300), genitivo (pp. 301-308), ablativo (pp. 309-315).
Apesar de se ter mencionado a posição do vocativo, a verdade é que 
Lourenço elimina este caso “para não sobrecarregar os paradigmas desta 
gramática com informação redundante” (p. 67)37. Do ponto de vista pedagó-
gico, pode ser perniciosa esta eliminação, sendo aconselhável escrever o seu 
nome ao lado do nominativo, como faz a gramática de Griffin.
Nos paradigmas de declinação, depois do modelo flexionado, surgem 
“Outros substantivos importantes desta subcategoria”: listas de palavras 
enunciadas com significado e género, que resulta numa redundância rela-
tivamente ao vocabulário final. Merece também nota o facto de, nas tabelas 
de declinação e de conjugação, não sobressaírem graficamente as formas 
latinas, que estão em itálico, enquanto o que não é para referência nem 
memorização (categorias de género, número, caso, tempo, modo, etc.) está 
em negrito e em versaletes; causa ainda estranheza as tabelas de flexão 
verbal terem espaços em branco (se não existe futuro do conjuntivo, não há 
necessidade de haver lugar para ele na tabela).
31 F. oliVeira, “Modalidade e Modo”, in Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho,
2003, p. 265.
32 a. Cart, P. grimal, J. lamaison, r. noiVille, op. cit.
33 J. gaillard, J. CousteiX, Grammaire du latin, Paris, Nathan, 1992.
34 R. M. griFFin, Cambridge Latin Grammar, Cambridge, Cambridge University Press, 2008.
35 Ph. guisard, Ch. laiZé, Grammaire nouvelle de la langue latine, Paris, Bréal, 2001.
36 J. morWood, A Latin Grammar, Oxford, Oxford University Press, 1999.
37 T. Janson (A Natural History of Latin, Oxford, Oxford University Press, 2004), J.-F. R.
mondon (Intensive Basic Latin: A Grammar and Workbook, London, Routledge, 2015) e 
J. morWood (op. cit.) são outros exemplos recentes desta prática. No caso de Lourenço, é 
um estranho critério quando noutros pontos a gramática não tem escrúpulo em mostrar-se 
redundante (por ex., nas dezasseis páginas sobre o calendário).
 FREDERICO LOURENÇO, NOVA GRAMÁTICA DO LATIM 425
Ainda quanto ao tratamento das classes de palavras, nota-se que os 
capítulos são muito desiguais: há seis capítulos para nomes (designados 
“substantivos”) e nove para verbos. Não há qualquer menção de determinan-
tes nem quantificadores (os numerais são um anexo de Varia), que são mais 
ou menos confundidos com os pronomes38, a seguir aos quais se posicio-
nam um capítulo sobre adjectivos39 e outro sobre advérbios. Preposições40 
e conjunções são (compreensivelmente) tratadas no âmbito da sintaxe; não 
há menção de interjeições.
Os capítulos sobre nomes e verbos são exemplares quanto ao desen-
volvimento de questões ligadas à flexão destas palavras, explicadas a partir 
da etimologia. Sabe-se que o estudante que se inicia no latim não decora 
as declinações e as conjugações mais rapidamente com informação desta 
natureza, mas esse estudo terá, pelo menos, uma profundidade histórico- 
-linguística que o professor deseja que crie raízes (é por isso legítimo ao 
leitor desejar o mesmo tipo de pormenor a respeito de advérbios, conjun-
ções e preposições).
No capítulo “Introdução ao verbo latino” formulam-se declarações 
como “não perderemos tempo a explic[ar]” as categorias verbais de pessoa 
e número e que “só os verbos transitivos (os que admitem complemento 
directo) é que têm sistema completo das duas vozes” (p. 133), embora os 
verbos intransitivos também admitam formas passivas. No mesmo capítulo, 
lê-se, a propósito da enunciação dos verbos: “Esta é a norma anglo-saxó-
nica. Não vejo utilidade na tradição, seguida noutros países, de acrescentar 
a estes quatro elementos a 2.ª pessoa do singular do presente do indicativo 
activo” (p. 134). A vantagem que o A. não vê diz respeito, por exemplo, à 
maior facilidade com que um estudante diferencia a conjugação de tema 
misto da conjugação de tema em consoante ou de tema em i (diferença que 
se torna mais intuitiva também nos verbos depoentes). Ainda sobre as dife-
rentes conjugações temáticas, a NGL problematiza: “na realidade, a ideia 
de que existem quatro conjugações em latim induz parcialmente em erro, 
porque elas só são diferentes no presente, no imperfeito e no futuro” (p. 135). 
Assim reduzidas, parece que as diferenças não respeitam à flexão desses 
tempos no indicativo, imperativo, infinitivo, conjuntivo, particípios, etc.
38 Quando as palavras que funcionam como pronomes têm função de adjectivo (acom-
panhando o nome) chamam-se determinantes. A tradição gramatical latina em Portugal não 
adoptou ainda a designação de quantificador para os “determinantes que designam quantidade”.
39 Não é claro nem evidente o motivo por que os adjectivos não são tratados ao lado 
dos nomes.
40 No capítulo (secção de sintaxe) sobre “preposições” (p. 281), o A. afirma que “Em 
grego e alemão, as preposições podem reger um (ou mais) de três casos: acusativo, dativo 
e genitivo”: esta informação não é relevante, sobretudo porque a conclusão será: em latim, 
“as preposições regem somente dois [casos]: acusativo e ablativo” (p. 281). Assim, causa ou 
gratia com genitivo não são interpretadas como preposições, mas como posposições (!) apenas 
porque não se colocam antes do nome a que se referem (felizmente não se mudou o nome à 
preposição usada no meio do sintagma, como em summa cum laude).
426 RICARDO NOBRE
Os capítulos sobre verbos levantam, aliás, várias questões, que assim se 
esquematizam:
– O imperativo é tratado numa página, em que se afirma que “a 2.ª 
pessoa do plural no imperativo futuro passivo é raríssima; tem poucas ates-
tações na época arcaica […] e desaparece no fim da época republicana” 
(p. 137); na página 164, lê-se novamente: “o imperativo é raro no futuro 
(raríssimo no futuro passivo)”: se a forma é rara, porquê dar-lhe mais 
atenção do que ao vocativo?
– Ao tratar do supino, define-se etimologicamente a palavra (em texto, 
desenvolvendo em rodapé com citação de bibliografia), terminando com um 
parêntesis: “Em boa verdade, essa explicação teórica não ajuda especial-
mente na compreensão do supino” (p. 141). Teria, provavelmente, sido mais 
prudente a definição etimológica de defectivo (a propósito dos verbos, p. 205)
ou depoente41 (p. 210), tendo em vista compilar “informação que possa, real-
mente, ser útil” (p. 11)42.
– Ao afirmar sobre os particípios “declinam-se e usam-se como adjec-
tivos” (p. 143), esquece-se o seu uso como verbo, núcleo de oração, com 
um sujeito e que selecciona complementos, que é todavia mencionado na 
página 358.
– É certo queamare equivale ao nominativo de um paradigma que se 
completa com o gerúndio (p. 140), mas também é verdade que o gerúndio 
no acusativo não tem a função de complemento directo (pois é essa também 
uma das funções do infinitivo), indicação ausente do corpo da NGL.
– A informação é excessivamente segmentada no tratamento do gerun-
divo (p. 144), que tem um parágrafo inteiro (numerado) a informar que em 
mais quatro páginas se falará da substituição do gerúndio pelo gerundivo; 
pelo contrário, ao tratar do ablativo absoluto (pp. 271-272) não se informa o 
leitor de que se voltará a referir a construção nas páginas 312-313. Quando 
começa o capítulo sobre o futuro, afirma-se: “Na p. 149, vimos que a razão 
pela qual o conjuntivo em latim (e em grego) não tem futuro é que, em fase 
antiquíssima da língua, o conjuntivo era ele próprio uma forma de futuro” 
41 Sobre os verbos depoentes (pp. 210-213) parece faltar informação essencial na prepa-
ração do leitor: em momento nenhum se diz que são verbos com sintaxe de voz activa (“sentido 
activo”, p. 210, pode não ser suficiente), com um sujeito que “pratica” a acção e um comple-
mento directo quando são verbos transitivos (e não agente da passiva ou sujeito no qual recai a 
acção, como sucede nas construções passivas).
42 Noutros momentos, há observações que parecem extemporâneas, como a informação 
de que “No século V d. C., um bispo cristão chamado Agrécio compôs um tratado intitulado 
De Orthographia. Não deixa de ser sintomático que, no tocante a esta questão, ele tenha dado 
a explicação errada ao afirmar que é no conjuntivo perfeito que o -i- é breve” (p. 152). Talvez 
sejam também desnecessárias notas como esta, a propósito da forma “dêictico”: “Nunca é de 
mais [sic] sublinhar que ‘deítico’, como se lê habitualmente, ostenta uma acentuação errada, já 
que o -ei- é um ditongo. As alternativas certas são: ou a grafia etimológica ‘dêictico’; ou então 
‘díctico’; ou ainda, para quem não pronuncia o ‘c’, ‘dítico’” (p. 221, nota); ou ainda a nota da 
p. 253 onde se lê: “Claro que a intuição não constitui, só por si, um fundamento sólido na abor-
dagem à morfologia do latim. Basta pensar na seguinte tradução ‘intuitiva’, com que me ri às 
gargalhadas há muitos anos, do primeiro verso da Eneida: ‘A arma, o varão e o cano que o meu 
primo trouxe de Tróia’”.
 FREDERICO LOURENÇO, NOVA GRAMÁTICA DO LATIM 427
(p. 163). Estas remissões internas fragmentam a exposição e desviam a 
atenção do leitor.
– Não haverá vantagem em enunciar o verbo sum com o particípio 
futuro (p. 146); na página 147, o leitor sente a falta da justificação da origem 
das formas do verbo ser em português (não que sejam necessárias numa 
gramática de latim, mas o A. alimenta essa curiosidade com as referências 
ao grego, ao francês e ao italiano43).
– Em dois parágrafos da página 148, o A. acrescenta informação rele-
vante sobre formas arcaicas do presente do conjuntivo do verbo sum (sem 
sobrecarregar a gramática de informação quase irrelevante para a leitura 
de textos literários clássicos e pós-clássicos), mas, na página 150, não se 
explica a formação do imperfeito do verbo sum; na mesma página, lê-se que 
o morfema -va- do imperfeito do indicativo português provém de -ba- em 
latim, mas não é justificado o que aconteceu às nossas segunda e terceira 
conjugações, que não exibem essa marca morfológica.
– Na quantidade e pormenor de informação, causa estranheza, uma vez 
mais, que se considere pertinente afirmar que a desinência -ere (por -erunt) 
no perfeito do indicativo está “bem documentada no latim da época repu-
blicana (em inscrições e no SCdB)” (p. 176), presente ainda nalguns poetas, 
mas não se diga que esta é a terminação que se encontra em autores como 
Salústio e Tácito (que não usa a outra).
– Na consideração dos perfeitos formados por alongamento da vogal, 
não há comentário ou explicação de mudança de timbre de ago para egi, 
frango para fregi ou facio para feci (mantendo lavo, lavi ou sedeo, sedi a 
mesma vogal, alongando-a).
– Com o argumento de se pretender “evitar a controvérsia quanto à sua 
nomenclatura”, é ambíguo que se chame “vogal breve” à vogal de ligação 
(p. 159, em nota; na p. 168 é claro que onde se diz que “o latim desenvolveu 
a nossa já conhecida vogal breve” deveria ler-se “vogal de ligação”). Não 
parece haver controvérsia (na linguística contemporânea nem na gramática 
tradicional portuguesa) no que respeita a “vogal de ligação”; com efeito, se 
o A. não viu necessidade de distinguir “índice temático” de “vogal temática”, 
estas observações quanto à vogal de ligação permanecem sem fundamento.
Já se mostrou que a gramática exibe fragilidades do ponto de vista da 
linguística teórica. Em alguns passos, todavia, parece que apenas a tradição 
portuguesa ou francesa (fora do campo de estudo anglo-saxónico e germâ-
nico) é alvo de crítica: “Em relação aos verbos, utilizo “tema” de forma 
simplificada, como equivalente ao termo inglês stem. Poder-se-ia decompor 
uma forma como amas em radical am + vogal temática a + desinência -m44; 
43 Existem muitas situações em que se recorre ao grego para explicar algum aspecto da 
morfologia latina (por ex., pp. 92, 145, 179), o que é um erro metodológico, embora reconheça 
que poderá suscitar a curiosidade do leitor quanto ao grego (se bem que, sem conhecimento 
do alfabeto, de nada lhe serve). É pouco crível que esta quantidade de informação sobre uma 
língua que o leitor desconhece e que não está a aprender ajude a perceber o latim que está 
a estudar.
44 Trata-se de uma gralha, pois a desinência pessoal de amas é -s.
428 RICARDO NOBRE
ou, de acordo com outras teorias, radical ama + desinência -m. Não que-
rendo entrar nessa discussão, opto por manter a terminologia tão simples 
quanto possível” (p. 159, em nota45) – mas a simplicidade não pode produzir 
ambiguidade e incerteza. 
Noutro lugar, verifica-se a confusão entre palavras formadas por com-
posição e por derivação: respondeo não é composto de spondeo (p. 178), mas 
seu derivado. Os verbos “compostos de sum” (p. 194)46 ou “compostos de eo”
(p. 199) são na realidade igualmente derivados. São derivadas todas as pala-
vras que se formam com acrescento de prefixo e de sufixos, e compostas as 
palavras formadas por mais do que um radical (tanto na gramática tradi-
cional como na linguística contemporânea). Nesse aspecto, a NGL, no capí-
tulo sobre substantivos compostos, ao subcategorizar “Substantivos com-
postos em que ambas as partes constituintes declinam” e nomes “em que só 
uma das partes constituintes declina”, mostra que composição é diferente 
de derivação.
No que respeita à classe dos pronomes, a terminologia desta gramá-
tica é a mesma do período criticado na introdução: “pronome interrogativo 
de função adjectival” (pp. 227, 228) em vez de “determinante interrogativo” 
era como se dizia no ensino do Estado Novo, tal como “adjectivos prono-
minais”. Como não identifica os quantificadores com a classe correcta, o 
A. apresenta-os deste modo: “Trata-se de um grupo de vocábulos que apre-
sentam a excentricidade de misturar, no singular, a 2.ª e a 3.ª declinações”, 
“excentricidade […] partilhada com os numerais” (p. 236), ou seja, repita-se, 
a classe de quantificadores.
Nos pronomes pessoais, não é claro o objectivo com que se comparam 
as formas do sânscrito, do grego, do latim, do alemão e do inglês. Se a gramá- 
tica serve o propósito de explicar a língua latina, mesmo que recorra a 
algumas informações etimológicas, fazer disso um quadro, que é introdu-
zido por uma formulação como “a reconstrução teórica […] esbarra contra 
a multiplicidade de formas” (p. 214) parece apenas excessivo.
Não é explicado o conceito de pronome reflexo (pp. 218, 265), noção 
que um professor de Latim sabe como é difícil para os alunos compreen-
derem. O mesmo se diga a respeito do pronome relativo, cujo conceito não é 
esclarecido. Seria ainda de repensar a enunciação da regra de concordância 
segundo a qual “O pronome relativo concorda com o antecedenteem género 
e número, mas surge no caso exigido pela função sintáctica desempenhada 
na oração” (p. 340), reformulando-a para a sua justificação: o pronome rela-
tivo toma o género, número e caso da palavra que substitui, se ela estivesse 
expressa.
Só depois dos pronomes surge o capítulo dos adjectivos (pp. 231-242), 
no qual não se diz como se enunciam, mesmo que essa informação tenha 
45 Na p. 342, “oração relativa de caracterização” (uma oração relativa com função sintác-
tica típica de adjectivos) merece uma nota de rodapé onde se lê: “Na terminologia anglo-saxó-
nica, ‘relative clause of characteristic’”.
46 Os derivados de sum não surgem completamente enunciados e por isso o leitor não é 
informado de que eles não têm particípios.
 FREDERICO LOURENÇO, NOVA GRAMÁTICA DO LATIM 429
sido dada com pormenor a propósito dos nomes e dos verbos (criando entro-
pia com enunciações semelhantes, em particular com a dos particípios e dos 
pronomes possessivos). Dos graus dos adjectivos apenas são mencionados o 
comparativo e o superlativo de superioridade (não se faz menção de que 
existem outros). Em página e meia, surgem informações sobre o superlativo 
de superioridade dos adjectivos da 1.ª classe terminados em -er e a indi-
cação de que facilis, difficilis, gracilis, humilis, similis e dissimilis têm dois 
ll nesse grau (sem dizer porquê47). Desafortunadamente, nada se diz sobre 
o superlativo relativo de inferioridade, o comparativo de inferioridade e 
igualdade; falta a distinção entre superlativo absoluto e superlativo relativo.
No capítulo sobre advérbios, fala-se de “advérbios formados a partir 
de adjectivos” (p. 243) sem se esclarecer que são advérbios de modo. Depois 
da formação de advérbios a partir de adjectivos, o A., que deu abundantes 
informações etimológicas a propósito dos nomes, não explica a origem de 
advérbios como diu, iam, semper (p. 244). Teria ainda valido a pena distin-
guir os advérbios de negação (p. 246) porque não exibem todos o mesmo 
comportamento (na p. 272 mistura-se o advérbio de negação non com a con-
junção ne). No fim, fala-se de “advérbios oxítonos” (pp. 248-249), fundindo 
categorias semânticas (“advérbios de limitação”, “advérbios de causa”, etc.) 
com aspectos fonéticos; esta lista desses advérbios não tem tradução e não 
se menciona que são advérbios de lugar (tratados em mais parte nenhuma 
do livro).
“Da língua saem as maledicências, as injúrias, as blasfémias, as men-
tiras, os perjúrios […]. Por outra parte, tem a língua soberanas excelên-
cias, é intérprete do coração, oráculo dos pensamentos, chave da memória, 
parteira dos conceitos, vivo prelo das palavras, freio da prudência e leme 
da razão”48: a dimensão expressiva das línguas é infinita e as páginas da 
NGL de Lourenço são disso testemunho, pois diversas vezes o A. afirma 
que a finalidade da aprendizagem do latim é ler textos nessa língua, sobre-
tudo a sua literatura, mas também documentos de outros registos, de onde 
resulta a amplitude de exemplos provindos de textos literários, de Énio a 
Santo Agostinho49, a que junta, tal como Pimentel, Espírito Santo e Beato50, 
Wheelock51 e English e Irby52, alguns exemplos epigráficos e graffiti, no con-
texto das quais se debatem questões de norma e erro (mais correctamente, 
47 Torna-se algo incompreensível esta afirmação do Preambulum: “o enfoque está no 
‘porquê’ das coisas, porque não me parece motivante pôr diante de discentes uma língua cheia 
de complexidades gramaticais sem dar a ver a sua razão” (p. 11).
48 J. P. silVestre, op. cit., p. 46.
49 Existe um exemplo de Descartes (p. 261) e a antologia de textos inclui o epitáfio de
Gregório V; no entanto, a NGL não explora as alterações do sistema linguístico além de Agostinho,
sendo por isso desadequada para a leitura de textos medievais, renascentistas e modernos.
50 M. C. C.-m. s. Pimentel, a. do esPírito santo, J. Beato, Sic Incipitur: Curso Elementar 
de Latim, Lisboa, Colibri, 1998, pp. 67-108.
51 F. M. WheeloCk, Latin, rev. Richard LaFleur, 7.ª ed., Nova Iorque, Collins, 2011.
52 M. C. english, g. l. irBy, Little Latin Reader, 2.ª ed., Oxford, Oxford University Press, 
2018.
430 RICARDO NOBRE
deveria porventura falar-se em “desvio” ou “variante”)53. Talvez os exemplos 
de oração relativa com indicativo e do falécio pudessem ter sido mais deco-
rosos (nas línguas vivas também há calão, mas não é ensinado na escola).
Ainda assim, e tal como na gramática de Freire, todos os exemplos 
da NGL são autênticos (cuidadosamente traduzidos54, sendo marcadas as 
quantidades de todas as vogais longas), ao contrário do que, seguindo uma 
tendência da tradição francesa, as outras gramáticas escolares portuguesas 
têm feito55. Um aspecto muito positivo dos exemplos da secção da sintaxe 
diz respeito ao acrescento do vocabulário logo abaixo das frases em latim, 
“para permitir uma decifração mais motivante das citações propostas” 
(p. 259, nota)56. Tal prática acompanha o paradigma da obra Little Latin 
Reader, de onde se retiram alguns exemplos57.
A terceira secção, Varia, inclui um capítulo muito pouco desenvolvido 
(e que poderia, como anteriormente mencionado, estar junto de outros quan- 
tificadores na Morfologia), acerca dos “Numerais” (pp. 367-370). Talvez o 
capítulo sobre “Noções de fonética histórica do latim” (pp. 371-382) pudesse 
ter evitado fazer juízos de valor sobre a pronúncia (cuja descrição deveria ser 
um trabalho de fonética e não de estética). Os capítulos “Noções de métrica 
latina: poesia”58 (pp. 383-406), “Noções de métrica latina: prosa” (pp. 407-413),
“Datas Romanas” (pp. 414-429), “Abreviaturas romanas” (pp. 430-432), 
“Vocabulário essencial da língua latina” (pp. 433-467) e “Antologia de textos” 
(pp. 468-495) não tratam de assuntos linguísticos, embora tradicionalmente 
muitas gramáticas incluam informações semelhantes em anexos.
53 Seria de questionar a pertinência da inclusão deste tipo de texto, por vezes desviante 
da norma, como modelar e representativo das regras da gramática que o estudante necessita 
conhecer para ler sem constrangimentos em latim. No entanto, o leitor fica desde cedo com 
consciência de que a língua, tal como os romanos escreviam, não tinha o aspecto que se encontra 
cristalizado nos livros, tratando-se antes de uma língua sujeita a variações como qualquer 
outra. Além disso, é há muito reconhecido o valor didáctico das inscrições como textos de sen-
tido completo, existindo até um método construído com esses textos (M. hartnett, By Roman 
Hands, Indianapolis, Focus, 2012).
54 Mencione-se apenas que o exemplo quo usque tandem, Catilina, abutere patientia 
nostra? (p. 211) não traduz tandem (numa obra didáctica a tradução deve ser o mais literal 
possível); os exemplos erit ille mihi semper deus (p. 216) e vetus oppidum et nobile (p. 231) não 
estão traduzidos.
55 Optando por reduzir os exemplos a expressões mínimas do fenómeno que se pretende 
ilustrar, em inícios dos anos 60 do século XX, no sistema de ensino francês, todas as regras 
gramaticais passaram a ser representadas por exemplos típicos que sintetizavam as constru-
ções sintácticas. A gramática de H. Petitmangin, revista em 1963 por P. Coussin, é um exemplo 
desse fenómeno, parcialmente importado para Portugal por Almendra e Figueiredo.
56 No entanto, nem sempre é apresentado o significado adequado ao contexto do exemplo
(e as frases das pp. 264-265 não têm vocabulário, que regressa a partir da p. 266).
57 Outros são retirados das obras de J. N. Adams, creditadas na bibliografia.
58 Na métrica, a NGL evidencia-se como a melhor síntese em manuais deste tipo
(só A. traina, g. B. Perini, Propedeutica al Latino Universitario, 6.ª ed., Bologna, Pàtron, 2016, 
pp. 251-287 têm uma exposição mais completa). Na bibliografia, sobre métrica e cláusulas 
métricas, é de realçar o tratado de Nougaret, citado pela primeira edição de 1948 (em vez da 
4.ª edição em vida do autor, em 1986, com correcções).
 FREDERICO LOURENÇO, NOVA GRAMÁTICA DO LATIM 431
Não se encontraram exemplosde gramáticas com um vocabulário com 
as características com que Lourenço elabora o seu “Vocabulário Essencial 
da Língua Latina”. Com efeito, Morwood59 e Griffin60 apresentam um voca-
bulário com interesse funcional para a gramática, reunindo léxico usado nos 
exemplos e exercícios, e não com o propósito de decorar as palavras. Desde 
o início da obra, Lourenço manifesta-se legitimamente preocupado com a 
questão da aquisição de vocabulário; no entanto, embora alguns métodos 
recentes para a aprendizagem do latim menorizem o tema, a solução pro-
posta pelo A. é decorar uma lista de vocabulário avulso, sem a utilização das 
palavras em contexto (a partir do qual uma palavra se compreende, bem 
como os seus cambiantes), prática que tem dado poucos resultados posi-
tivos na pedagogia das línguas segundas e parecia ultrapassado. No que 
respeita ao latim, acentue-se que o sucesso de métodos como Lingua Latina 
Per Se Illustrata, de Hans Ørberg, incide exactamente na forma como o 
vocabulário é apresentado, definido por contraste ou associação com outras 
palavras que o aluno já conhece e, muitas vezes, recorrendo a ilustrações. 
E deste modo, surgindo as palavras diversas vezes ao longo do texto, a aqui-
sição do vocabulário é natural e semelhante à aprendizagem do léxico na 
língua materna.
Do vocabulário propriamente dito, poderiam acrescentar-se palavras 
com alta frequência de uso: capillus, chorus, cibus, digitus, dominus, inimicus,
libellus, lyra, magister, materia, minister, mora, mundus, musa, natus, 
nympha, opera, ora, polus, provincia, pugna, rota, ruina, stella, tenebrae (con-
frontado com Williams61); ou (recolhendo em Gaffiot as palavras fundamen-
tais) aequus, agito, alienus, alius, altus, an, aptus, at, atque, certus, circa, 
modo, per, premo, quisque, sensus, signum, sisto, solvo, spiritus, sub, subiicio,
succedo, super, supra, tempero, voco, entre muitas outras. Por seu lado, 
interest deveria estar enunciado como intersum e videtur como videor; par 
surge enunciado com o genitivo dentro de parênteses, saindo do paradigma 
normal que utiliza vírgulas; quin e quominus não têm significado, mas 
apenas remissão, enquanto em qui, quae, quod não se remete para o para-
digma de flexão nem para a oração relativa; quod também introduz oração 
completiva, mas essa indicação está ausente. Simultaneamente, palavras 
que têm a mesma forma que em português poderiam ser facilmente dispen-
sadas (grammatica, poeta, rosa, sol), mesmo que se alegue que a sua inclusão
permite o conhecimento da declinação a que pertencem. 
Teria sido mais proveitoso optar por outra estratégia na apresentação 
do vocabulário: uma lista de raízes (como em Lewis62, devidamente actuali-
zada), prefixos e sufixos (mas para isso a gramática precisaria de um capí-
tulo sobre formação de palavras). Note-se, por fim, que a definição de alguns 
59 J. morWood, op. cit., pp. 155-171.
60 R. M. griFFin, op. cit., pp. 111-119.
61 m. a. e. Williams, Essential Latin Vocabulary: The 1,425 Most Common Words Occur-
ring in the Actual Writings of over 200 Latin Authors, California, Sophron, 2013.
62 C. t. leWis, An Elementary Latin Dictionary, Oxford, Oxford University Press, s/d, 
pp. 936-952.
432 RICARDO NOBRE
termos ao longo da obra não coincide com os desta lista. Definir parens, 
parentis como “parente” (p. 91) parece, por sua vez, desajustado, pois, como 
a própria gramática regista na página 455, o sentido é de “progenitor(a)”. 
Cornu é traduzido por “chifre” nas páginas 122, 123 e 124 mas por “corno” 
na página 439.
Foram já apontadas algumas ausências bibliográficas da NGL; no 
entanto, não fora o adjectivo “nova” no título e a promessa de uma “gramá-
tica actualizada”, talvez se dispensasse um comentário demorado às três 
páginas de referências bibliográficas63. Em primeiro lugar, é evidente que 
a bibliografia desmente as críticas que a gramática faz aos materiais de 
que dispomos para a aprendizagem do latim em Portugal: se se condenam 
os métodos do tempo de Salazar (compreende-se que se critiquem alguns 
textos propostos para leitura ou mesmo a natureza doutrinária de alguns 
exemplos, mas de resto é uma observação que excede a dimensão linguís-
tica, pelo que não é este o espaço para a debater), a principal bibliografia da 
NGL foi produzida entre o final do século XIX e meados do seguinte.
Estão ausentes as obras recentes que se anunciam como actualizações 
dos estudos canónicos (sendo de lamentar, por exemplo, o uso de Buck, 
mencionado na p. 149, em vez de Sihler ou de Baldi; Pinkster, que actualiza 
Kühner, é, como se viu, subaproveitado). Na página 273, o A. admite que o 
estudo da sintaxe latina, “idealmente, deveria ser alicerçado na leitura de 
A New Latin Syntax, de E. C. Woodcock”. No entanto, a proposta da NGL 
para a sintaxe não segue este modelo, optando pelo de Morwood, de que 
por vezes se aproxima textualmente. Também ausente está, como se viu, a 
Syntaxe Latine de Ernout e Thomas.
Apesar da importância dada não só à aquisição de vocabulário como 
à leitura de textos não canónicos, o único dicionário da bibliografia é o 
Oxford Latin Dictionary; Ernout e Meillet não são nomeados como autores 
do Dictionnaire étymologique de la langue latine (mencionado nas abrevia-
turas, mas ausente da bibliografia). Sabe-se que todos os dicionários de 
latim-português (sobretudo o de Torrinha e o de Gomes Ferreira) têm 
problemas metodológicos e limitações, mas quem está a aprender (ou a 
recordar) latim poderá não estar disponível para o uso de obras lexicográ-
ficas estrangeiras. Assim, uma nota sobre dicionários seria bem-vinda, tal 
como a referenciação dos dicionários de Gaffiot64 e de Conte, Pianezzola 
e Ranucci65.
“Tem a língua suas horas; em umas deve calar e deve falar em outras, 
mas nunca tem hora para dizer tudo”66: assim também as gramáticas. Esta, 
63 As gramáticas latinas em Portugal são parcas em bibliografia, que se resume sobre-
tudo a obras similares, ou seja gramáticas de carácter geral, muitas vezes francesas. Borregana 
tem uma página de referências, e o Compêndio de Almendra e Figueiredo deixou de mostrar 
bibliografia na edição de 1978.
64 F. gaFFiot, Le Grand Gaffiot: Dictionaire Latin-Français, rev. coord. P. Flobert, Paris, 
Hachette, 2000.
65 G. B. Conte, e. PianeZZola, g. ranuCCi, Dizionario della Lingua Latina, Florença, Le 
Monnier, 2004.
66 J. P. silVestre, op. cit., p. 47.
 FREDERICO LOURENÇO, NOVA GRAMÁTICA DO LATIM 433
apesar das suas 505 páginas, não diz tudo sobre a língua latina, nem este 
texto regista todas as objecções metodológicas, científicas e pedagógicas que 
a leitura da NGL levanta, nem é esse o seu propósito. Nesse sentido, reco-
nheço que uma leitura alternativa deste livro, enquanto obra de divulgação, 
testemunho devoto de um amor à língua, esforço para que o Latim reen-
contre o seu lugar na nossa vida (qualidades que ninguém poderá negar ao 
trabalho de Frederico Lourenço) conduziria a conclusões muito diferentes 
das que a análise linguística permitiu.
I
COMMENTATIONES
La Antígona de Eurípides y el P. Oxy. 3317 – Carmen morenilla / núria llagüerri .. 9
Más allá de las formas del amor: γάμος y ἔρως en Suplicantes de Esquilo – maría
 del Pilar FernándeZ deagustini ............................................................................ 31
Exemplum Pietatis: Lausus in the Aeneid – lee Fratantuono ....................................... 53
There’s something fishy about Philaenis: Martial 9.62 and related epigrams – daniel
 lóPeZ-Cañete Quiles ............................................................................................... 69
El prólogo de la Expositio quattuor Euangeliorum atribuida a Jerónimo (CPL 631 y
 CLH 65): presentación, edición crítica y comentario – José CarraCedo-Fraga .. 93
Le parole del pianto nella poesia di Venanzio Fortunato – FranCesCa d’angelo ........ 119
Le fonti del sesto libro del De rerum naturis: le fondamenta dell’opera di Rabano
 Mauro – Camilla Bertoletti ..................................................................................161
La medida del pie romano: nota de crítica textual sobre un problema filológico-mate-
 mático de la Repetitio Sexta de Mensuris de Nebrija – José maría maestre
 maestre .................................................................................................................... 191
De muscipulis et caveis. The cage and the mousetrap as pictorical and literary
 motifs in neo-latin emblem books – Carlos PéreZ gonZáleZ .............................. 221
La representación simbólica de la paz: la disputa por el patronazgo de Atenas en
 los Emblemata (Fráncfort, 1596; Heidelberg, 1600) de Denis Lebey Batilly –
 BeatriZ antón .......................................................................................................... 247
II
STVDIA BREVIORA
The Adjectives ὅσιος and ἀνόσιος referring to Divinities in Euripides – ana C. ViCente
 sánCheZ .................................................................................................................... 273
Ov. Met. 8.647: una proposta esegetica – alessia maria sCalera .................................. 279
Note testuali a Seneca, De brevitate vitae – giusePPe russo .......................................... 287
Atticism in Plutarch: a μίμησις τῶν ἀρχαίων or diglossia? – José Vela teJada .............. 295
552 RERVM INDEX
Marco Aurelio, vida y pensamiento en una tragedia actual – maría luisa harto
 truJillo .................................................................................................................... 309
Las Vitae XII Caesarum de Suetonio en los florilegios latinos – maría José muñoZ
 JiméneZ ..................................................................................................................... 325
Ex obliuionis tenebris. Apuntes sobre la edición veneciana de las obras de Hernán
 Ruiz de Villegas – laura JiméneZ ríos ................................................................... 339
Nuevos datos sobre la versificación latina de Benito Arias Montano: el libro quinto
 de los Hymni et secula – antonio dáVila PéreZ .................................................... 353
Mujer y ejercicios retóricos en los Progymnasmata de J. Micraelio – Jesús aleXis
 moreno garCía ........................................................................................................ 367
El ejemplo de Lucrecia en el De institutione feminae christianae de Juan Luis Vives
 – rosa maría marina sáeZ ...................................................................................... 381
Recepción clásica en la biosfera. La hipótesis Medea o la vida como enemiga de sí
 misma – helena gonZáleZ-VaQueriZo ................................................................... 393
The Syria Trojan Women from therapeutic theatre to a cry for action – sandra
 Pereira Vinagre ....................................................................................................... 403
III
DISPVTATIONES
FrederiCo lourenço, Nova Gramática do Latim – riCardo noBre .............................. 417
Juan gil (ed.), Chronica Hispana saeculi VIII-IX – rodrigo Furtado........................... 435
Habiller en latin. La traduction de vernaculaire en latin entre Moyen Âge et Renais-
 sance – ana maría sánCheZ tarrío ........................................................................ 447
IV
VARIA NOSCENDA
“Dar un beso” (φίλημα δοῦναι) y “besar” (φιλέω, καταφιλέω) en el Nuevo Testamento:
 sus traducciones al latín, gótico y antiguo eslavo eclesiástico – daniel ayora
 esteVan ..................................................................................................................... 457
V
LIBRI RECENSITI
a) Edições de texto. Comentários. Traduções. Estudos Linguísticos
martha krieter-sPiro, Homer’s Iliad: The Basel Commentary. Book XIV, translated
 by Benjamin W. Millis and Sara Strack, edited by S. Douglas Olson. – Claude
 RERVM INDEX 553
 Brügger, Homer’s Iliad: The Basel Commentary. Book XVI, translated by
 Benjamin W. Millis and Sara Strack, edited by S. Douglas Olson – rui Carlos
 FonseCa .................................................................................................................... 481
luigi BatteZZato, Euripides. Hecuba – ana aleXandra alVes de sousa ....................... 485
Vergílio, Geórgicas, trad. Gabriel A. F. Silva – riCardo noBre .................................... 485
rhiannon ash (ed.), Tacitus: Annals Book XV – maria Cristina Pimentel ................... 487
Juan antonio lóPeZ FéreZ, Galeno. Preparación y constitución de textos críticos, entre-
 ga y publicación de obras propias o ajenas – inmaCulada rodrígueZ-moreno .... 489
riCCardo maCChioro, Le redazioni latine della Passio Tryphonis martyris. Traduzioni
 e riscritture di una leggenda bizantina – P. F. alBerto ........................................... 491
Navigatio sancti Brendani. Editio Maior a cura di Rossana E. Guglielmetti. Testo
 critico di Giovanni Orlandi e Rossana E. Guglielmetti – P. F. alBerto ............... 492
Juan a. estéVeZ sola (ed.), Chronica Hispana saeculi XII. Pars III. Historia Silensis
 – rodrigo Furtado................................................................................................... 493
e. PéreZ rodrígueZ (ed.), Las palabras del paisaje y el paisaje en las palabras de la
 Edad Media. Estudios de lexicografía latina medieval hispana – P. F. alBerto .... 495
aldus manutius, Humanism and the Latin Classics. Edited and Translated by John
 N. Grant – maria luísa resende ............................................................................ 497
antonio dáVila PéreZ, Benito Arias Montano. Apología de la Biblia Regia – Juan
 Carlos JiméneZ del Castillo .................................................................................. 497
Expostulatio Spongiae. En defensa de Lope de Vega, edición y traducción de Pedro
 Conde Parrado y Xavier Tubau Moreu – armando senra martins ..................... 499
noël golVers (ed.), Ferdinand Verbiest, Postulata Vice-Provinciae Sinensis in Vrbe
 Proponenda, A blueprint for a renewed SJ mission in China – arnaldo do
 esPírito santo ......................................................................................................... 501
Literatura-Mundo Comparada: Perspectivas em Português I – Mundos em Português, 
coord. geral Helena Carvalhão Buescu; coord. científica do vol. I Helena 
Carvalhão Buescu e Inocência Mata; coord. executiva do vol. I Ariadne Nunes, 
Flávia Ba, Francisco Carlos Marques, Gonçalo Cordeiro, Miriam de Sousa,
 Patrícia Infante da Câmara e Rafael Esteves Martins — riCardo noBre ........... 503
b) Literatura. Cultura. História
antonia sarri, Material Aspects of Letter Writing in the Graeco-Roman World. 500 BC
 - AD 300 – maria Cristina Pimentel ...................................................................... 505
simon CritChley, Tragedy, the Greeks and Us – soFia Frade ........................................ 507
554 RERVM INDEX
milagros QuiJada sagredo, m. Carmen enCinas reguero (edd.), Connecting Rhetoric
 and Attic Drama – soFia Frade ............................................................................... 509
maria miChela sassi, The Beginnings of Philosophy in Greece – simon noriega-
 -olmos ...................................................................................................................... 510
esther eidinoW, Envy, Poison, and Death: Women on Trial in Classical Athens –
 nereida Villagra ..................................................................................................... 512
FranCis Cairns, Hellenistic Epigram. Contexts of Exploration – ana lóio .................... 514
daVid Quint, Virgil’s Double Cross. Design and meaning in the Aeneid – luís manuel
 gasPar CerQueira .................................................................................................... 515
stePhen harrison, staVros Frangoulidis, theodore d. PaPanghelis (edd.), Intra-
 textuality and Latin Literature – gaBriel a. F. silVa ..............................................517
F. Bessone, m. FuCeCChi (edd.), The Literary Genres in the Flavian Age. Canons,
 Transformations, Receptions – ana lóio ................................................................. 519
esteBan Calderón BarCa, saBino Perea yéBenes (edd.), Estudios sobre el vocabu-
 lario religioso griego – rui miguel duarte ............................................................. 522
dag nikolaus hasse, amos BertolaCCi (edd.), The Arabic, Hebrew and Latin Recep-
 tion of Avicenna’s Physics and Cosmology – andré BaPtista ................................. 523
FederiCa CiCColella, luigi silVano (edd.), Teachers, Students, and Schools of Greek
 in the Renaissance – maria luísa resende ............................................................ 524
matteo salVadore, The African Prester John and the Birth of Ethiopian-European
 Relations, 1402-1555 – maria luísa resende ........................................................ 525
raúl lóPeZ lóPeZ, eduardo álVareZ de PalaCio (edd.), Humanistas españoles. Arte,
 Ciência y Literatura – manuel José de sousa BarBosa ......................................... 526
sandra rodrígueZ PiedraBuena, gréta kádas, sata maCías otero, keVin ZilVer-
 Berg (edd.), Approaches to Greek and Latin Language, Literature and History –
 Catarina gasPar ....................................................................................................... 529
FranCisCo J. gonZáleZ PonCe, F. JaVier gómeZ esPelosín, antonio l. CháVeZ reino 
(edd.), La letra y la carta. Descripción verbal y representación gráfica en los 
diseños terrestres grecolatinos. Estudios en honor de Pietro Janni – Bernardo
 maChado mota ......................................................................................................... 531
adam J. goldWyn, Byzantine Ecocriticism: Women, Nature, and Power in the Medi-
 eval Greek Romance – rui Carlos FonseCa ........................................................... 532
donna ZuCkerBerg, Not All Dead White Men, Classics and Misogyny in the Digital
 Age – soFia Frade..................................................................................................... 537
 RERVM INDEX 555
andrés PoCiña PéreZ, aurora lóPeZ, Carlos morais, maria de Fátima silVa, 
PatriCk J. Finglass (edd.), Portraits of Medea in Portugal During the 20th and
 21st Centuries – riCardo duarte ............................................................................. 538
c) Instrumenta
Carlos márQueZ, La decoración arquitectónica de Villa Adriana (Material selecto de
 los almacenes) – ángel urBán ................................................................................ 541
daniela urBanoVá, Latin Curse Tablets of the Roman Empire – Catarina gasPar ........ 544
oliVier guyotJeannin (ed.), L’Art Médiéval du Registre: Chancelleries royales et prin-
 cières – Carlos guardado da silVa ......................................................................... 545
ARTICLE SUBMISSION GUIDELINES
 1. Euphrosyne — Revista de Filologia Clássica, the peer journal of the Centre for Classical Studies, publishes papers 
on classical philology and its disciplines (including classical reception and tradition).
 2. Papers can be sent to euphrosyne.ceclassicos@letras.ulisboa.pt or to the Centre for Classical Studies’ post mail.
 3. Papers submitted: must be original; cannot be yield to other entity; must be sent in their definite version; have to be 
presented according to these guidelines; will not be returned to the author. Papers will be submitted to peer reviews.
 4. Papers will be accepted until 31st of January in the year of the publication; an acceptance notification will be sent to 
the author until 31st of July.
 5. Originals must always be submitted in double electronic format (Word/.doc(x) and PDF).
 6. Papers must have: a) title (short and clear); b) author’s name and surname; c) author’s academic or scientific insti-
tution; d) author’s email; e) abstract (10 lines) in English; f) three key-words in English.
 7. Recommended size is 10 pages and never more than 20 A4 pages (font size 12, double spaced).
 8. Notes: endnotes, with sequential numeration. When published, these will be converted to footnotes.
 9. References: 
 a) Remissions to pages within the paper are not allowed. 
 b) Note references: 
 Books: J. de romilly, La crainte et l’angoisse dans le théâtre d’Eschyle, Paris, Les Belles Letres, 1959, pp. 120-130; 
2nd reference: J. de romilly, op. cit., p. 78.
 Journals: r. s. CaldWell, “The Misogyny of Eteocles”, Arethusa, 6, 1973, 193-231 (vol., year, pp.). 2nd reference: 
r. s. CaldWell, loc. cit.
 Multi-author volumes: g. CaVallo, “La circolazione dei testi greci nell’Europa dell’Alto Medioevo” in J. Hamesse 
(ed.), Rencontres de cultures dans la Philosophie Médiévale — Traductions et traducteurs de l’Antiquité tardive 
au XIVe siècle, Paris, Les Belles Letres, 1971, pp. 47-64.
 c) Abbreviations: to Latin authors will be followed ThLL conventions; Liddel-Scott-Jones will be used to Greek 
authors; Année Philologique to abbreviate journal titles; common abbreviations: p. / pp.; ed. / edd.; cf.; s.u.; supra; 
op. cit.; loc. cit.; uid.; a.C. / d.C. (roman).
 d) Quotations: Must be marked by quotes “…” (but not in Greek); italic is used to highlight words or short sentences; 
quotations in Latin or Greek must be brief.
10. Images must have quality (preferably in TIF format, minimum resolution 200 p.p.), provided in electronic format, 
with the precise indication of where they must be placed in the text, and who is their author. The author is 
responsible for obtaining any copyrights needed.
11. The author will not be provided with more than one set for review, which has to be returned within a week period. 
Originals cannot be modified. 
12. Authors will receive a physical copy of the volume and the electronic version of their paper.
E V P H R O S Y N E
R E V I S TA D E F I L O L O G I A C L Á S S I C A
Centro de Estudos Clássicos - Faculdade de Letras - Universidade de Lisboa
PT - 1600-214 LISBOA
euphrosyne.ceclassicos@letras.ulisboa.pt

Continue navegando